tag:blogger.com,1999:blog-85333436768473765442024-03-13T13:48:41.468-03:00Two-Minute WarningVitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.comBlogger571125tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-78571560217468319422020-04-01T17:16:00.004-03:002020-04-01T17:17:02.294-03:00Dominando um novo mundo, ou como o Pouco Pixel me ensinou a não me preocupar e amar Horizon: Zero Dawn<img alt="Arquivo de Horizon Zero Dawn 2 – Gamer News" height="355" src="https://gamernews.com.br/wp-content/uploads/2019/11/gamernews-horizon-zero-dawn-2-800x445.jpg" width="640" /><br />
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Desde pequeno, eu sempre gostei muito de videogames. Meu primeiro videogame (sem contar o PC do meu pai que foi invadido por Elifoot 2, claro) foi um PlayStation 1 que minha avó trouxe dos Estados Unidos, e que foi complementado por uma pilha enorme de jogos piratas que meu tio me trouxe de algum lugar obscuro. Passei incontáveis horas jogando Crash Bandicoot, Frogger, Goal Storm 97, FIFA 98, FIFA 2000, 007 (que não é um FIFA, mas parece), e mais uma penca de outros jogos. Eventualmente, muitos anos depois, eu e minha irmã também ganhamos um N64, e esses jogos foram substituídos por muitos Marios, Zeldas, Pokemons Stadium, ISS e por ai vai. Desde que minha vó me deu aquele PS1, uma boa parte do meu tempo livre foi dedicado a jogar videogames.<br />
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No entanto, apesar de sempre ter gostado e jogado muito video games, meu interesse se limitava a isso: sentar e jogar. Queria um bom jogo, uma história envolvente, uma ótima jogabilidade, e uma chance de marcar muitos gols - porque minha juventude também foi muito marcada pelo futebol (físico e virtual, mas só no virtual eu era bom o bastante para marcar vários gols). O que me interessava era apenas o resultado; eu nunca me interessei por entender o processo por trás dos videogames, entender como eram feitos e pensados, não só na parte técnica mas em toda a parte conceitual que fazia com que aqueles jogos que eu jogava sequer existissem.<br />
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Só que a era da internet trouxe algo interessante. Agora, eu não precisava me interessar e ir atrás desse tipo de conhecimento; pessoas que já foram antes atrás porque gostavam eram capazes de disponibilizar esse conhecimento no formato de um conteúdo facilmente acessível. Eu podia me aprofundar no assunto com o mínimo de trabalho, e isso abriu muitas novas oportunidades para muita gente, em muitos campos.<br />
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Foi assim que eu conheci o falecido podcast Pouco Pixel. Feito por um amigo meu, Danilo, junto do seu primo Adriano, o PP falava exatamente do que o título sugere: videogames velhos. Muitas vezes, isso significava inclusive videogames antes da minha época que eu mal conhecia e nunca tive nenhum contato, mas o programa tinha um jeito tão inteligente e interessante de tratar do assunto, e era tão passional sobre o que eles falavam, que era impossível não se envolver pelas discussões e se interessar por video games; não só pelos fatos e histórias que eu não conhecia e comecei a conhecer, mas por todo um jeito diferente de olhar para games que eu - que só me interessava pelo resultado e pronto - nunca teria desenvolvido sozinho. Foi uma adição extremamente interessante na minha vida.<br />
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E uma das coisas que mais me chamou a atenção na forma do Pouco Pixel de abordar os jogos era a forma de "classificar" cada um. Não que eles saíssem classificando jogos a torto e a direito, claro, mas sempre que tratavam de um jogo, eles não estavam interessados em qual era a "cobertura" do jogo, mas sim qual era a proposta que ele fazia ao jogador.<br />
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Confuso? Deixa eu dar um exemplo que me marcou, então.<br />
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Mike Tyson's Punch Out é, oficialmente, um jogo de esportes; mais especificamente, um jogo de boxe. Inclusive, esse foi o único motivo de eu ter ido atrás do jogo: eu adoro esportes, o jogo era de esportes, eu queria jogar um jogo de esportes, e ponto. Mas FIFA, por exemplo, também é um jogo de esportes... e os dois jogos não poderiam ser mais diferentes, com propostas totalmente diferentes. E essa discrepância sempre me incomodou até que o Pouco Pixel me deu a melhor explicação possível para isso: É porque Punch Out não é um jogo de esportes; é um jogo de ritmo.<br />
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Por mais estranho que pareça, se você pensar no jogo, faz total sentido. O objetivo de Punch Out não é dominar o esporte boxe, com suas técnicas e mecânicas, diferentes tipos de soco e defesa. É simplesmente acompanhar o adversário, ver o que ele está fazendo, e apertar o botão certo no tempo certo para contra-atacar. Não envolve boxe como esporte; o boxe é apenas um mecanismo, uma cobertura, para implementar esse jogo de ritmo; nesse sentido, pensando na proposta que ele faz ao jogador, MTPO é muito mais próximo de Space Channel 5 - um jogo de repórteres intergaláticos dançando - do que de, digamos, Fight Night 2008... ou até, de certa maneira, Wii Boxing.<br />
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Essa maneira de pensar em jogos não pela sua cobertura, mas pela proposta, me fascinou e fascina até hoje. E, entre as muitas propostas de jogos, nenhuma eu acho mais interessante do que quando o jogo te propõe, nas palavras do Pouco Pixel, "dominar uma física"; ou seja, ele cria um conjunto de regras para seu mundo físico, e te propõe uma série de desafios baseados em quão bem você dominou essas regras. E não existe exemplo melhor disso do que os jogos da série Super Mario; nesses jogos, a proposta não é ganhar bolo ou salvar uma princesa, isso é só o enfeite para contar a historinha. A proposta é dominar a física do jogo de correr, pular e se movimentar... o que parece simples, mas é tão completo e abre margem para tanta coisa que até hoje existe uma comunidade GIGANTESCA que se dedica a criar fases novas usando o Mario Maker simplesmente dedicados a levar ao máximo essa dominação da física proposta pelo jogo (e, claro, uma comunidade igualmente gigante dedicada a passar de tais fases).<br />
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E onde eu quero chegar com toda essa preleção enorme falando sobre jogos velhos? Em um jogo de 2017, para PlayStation 4, é claro. Um dos meus jogos favoritos dessa geração, e talvez um dos meus favoritos de todos os tempos.<br />
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Horizon: Zero Dawn, lançado em 2017 pela Guerrilla Games, é um jogo do estilo que o Pouco Pixel costumava chamar de "Jogo Homem (ou, no caso, Mulher) de Costas"; o jogo de exploração em terceira pessoa que parece dominar a vasta maioria dos grandes lançamentos de videogames na atualidade. E, em tais jogos, é muito raro e difícil encontrar essa proposta de "dominar uma física" simplesmente por que, em grande parte, esses jogos tentam simular uma física próxima da realidade, e o foco costuma ser outro: jogabilidade ou storytelling. Tais jogos, então, acabam optando por uma variação que seria "dominar um mundo", o que faz sentido: muitos desses jogos são de muito aberto, e jogos assim realmente dependem de um forte worldbuilding em torno do qual se fixar. Nesse sentido, construir um mundo legal se torna parte do atrativo que o jogo oferece.<br />
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Mas o problema que muitas vezes acontece é que, nesses jogos, esse worldbuilding que você deveria dominar é só um extra; uma expansão daquele mundo para você ir atrás e mergulhar se gostou o jogo, mas não necessariamente algo intrínseco ao jogo e a experiência que ele propõe ao jogador. The Witcher 3, por exemplo, tem um lore gigantesco, e embora toda essa profundidade da história e do mundo seja parte do atrativo do jogo, ele é totalmente irrelevante do ponto de vista da jogabilidade. Redania e Nilfgaard estão em guerra, ambos possuem reis e filosofias totalmente diferentes, e você pode até acabar pegando uma preferência ao longo do jogo por um dos lados, mas quando você vai de espada na mão enfrentar um destacamento de soldados, tanto faz se são de Redania ou Nilfgaard; o que você tem que fazer pra vencer a luta é exatamente igual, os adversários lutam quase que exatamente igual. Do ponto de vista da jogabilidade, toda essa criação de mundo é quase irrelevante; tudo se resume, basicamente, a entender o que o game designer colocou para você e aprender a explorar isso. A parte de "dominar o mundo" se torna totalmente dissociada da jogabilidade.<br />
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(Nota importante: isso não é uma crítica a The Witcher 3, um jogo que eu acho muito bom, e gosto muito de explorar seu lore e da profundidade; é só uma constatação de como funciona um jogo do gênero).<br />
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No fundo, isso se aplica também a jogos como o já citado (inúmeras vezes) FIFA, que LITERALMENTE tenta simular uma experiência do mundo real, a de jogar futebol. Ainda assim, ficar bom no FIFA não vem de ficar bom ou conhecedor do futebol de verdade: pelo contrário, vem de entender as regras através das quais o game designer transformou o futebol real no futebol. Você não precisa saber como funciona o overlapping, quais as diferentes formas de se defender o meio de campo, etc; você acaba aprendendo como o jogo é feito para funcionar, como o computador tende a se comportar em certas situações, e jogando em função disso - aprendendo jogadas que são mais eficientes dentro daquelas regras e explorando as tendências do computador, não muito diferente (dadas as devidas proporções) do que o enxadrista Gary Kasparov fez para derrotar o supercomputador Deep Blue no famoso duelo homem vs máquina em 1996.<br />
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E um dos motivos - talvez o principal motivo - de eu amar tanto Horizon: Zero Dawn é exatamente esse. Tem várias coisas que eu adoro em Horizon, é claro. A jogabilidade é deliciosa (e extremamente fluida para um jogo de mundo aberto), os gráficos são lindos, a história é ótima, a protagonista Aloy é excelente, o lore é rico... todos contribuem, sem dúvida, para um grande jogo. Mas para mim a cereja em cima do sundae é justamente que Horizon é um jogo que conseguiu realmente implementar em um videogame moderno esse conceito de "dominar uma física"... ou pelo menos tanto quanto é possível na era do Homem de Costas, o que eu chamei de "Dominar um mundo".<br />
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Sem entrar em spoilers, mas falando um pouco do jogo, o mundo de Horizon é bastante interessante do ponto de vista de worldbuilding: um mundo onde tribos humanas primitivas coexistem com avançadas máquinas que se assemelham a animais, mas obviamente muito mais fortes, resistentes e mecânicas. Os habitantes desse mundo, naturalmente, incorporaram essa convivência no seu modo de vida, caçando essas máquinas por seus valiosos componentes e estabelecendo assim, de certa forma um novo ciclo da vida. A jornada de Aloy, naturalmente, envolve muitas vezes confrontar essas máquinas em diversas situações, e derrotá-las pelos mais diversos motivos. E é ai que entra a genialidade do jogo.<br />
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Até certo ponto, é possível avançar no jogo apenas pela força bruta e dominando as mecânicas de luta, especialmente nos níveis mais fáceis do jogo; usar a esquiva, usar os ataques de lança da Aloy, encher o adversários de fechas e bombas, etc. Mas quanto mais você avança - e principalmente quando joga nos níveis mais difíceis de Horizon (motivo pelo qual eu acho que a melhor experiência possível do jogo É nos níveis mais difíceis, mesmo que você apanhe no processo de aprendizado) - se torna impossível se limitar a dominar a jogabilidade em si e avançar na força bruta. E é nesse ponto que o jogo te obriga a realmente dominar aquele mundo, aquele worldbuilding; ele deixa de ser apenas um complemento, e passa a ser parte fundamental da sua experiência de jogo porque se você não dominá-lo, você simplesmente não consegue avançar no jogo.<br />
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Em Horizon, cada máquina tem uma função específica no mundo do jogo. E, dependendo de quais forem suas funções e características, cada máquina vai ser composta de diferentes partes e componentes, motores e geradores, combustíveis e armas; e como o jogo foca em ter menos variedade de inimigos para caprichar na construção de cada um deles (a maior máquina do jogo, o Thunderjaw, tem 55.000 componentes diferentes com os quais é possível interagir de um jeito ou de outro durante uma luta, por exemplo), esses componentes se tornam parte fundamental da jogabilidade. Cada um deles, dependendo de todos esses fatores (qual a máquina, qual sua função, qual "família" ela pertence, etc), vai ter dentro de si um pequeno universo: alguns vão ser mais vulneráveis a certos tipos de ataques e situações do que outros, certos componentes reagem de formas diferentes a ataques diferentes e provocam resultados diferentes, e quando você começa a montar inimigos com todas essas diferentes partes e propósitos você abre um MUNDO de possibilidades para como lutar. Isso é ainda mais verdade nos modos mais avançados de dificuldade porque neles o preço de novos itens e armas é extremamente caro, limitando demais o quanto você pode avançar nisso ao longo do jogo, e portanto te obrigando a ser extremamente estratégico e racional em como você vai construir suas próprias táticas de batalhas.<br />
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Ao mesmo tempo, Horizon não te permite apenas decorar uma forma de vencer cada adversário e sentar no conforto dela. Claro, haverá situações onde as batalhas partirão do seu controle, onde você pode escolher o terreno, preparar armadilhas e ditar o tom da luta. Mas em muitas outras você será obrigado a enfrentar os inimigos sem preparo, ou em alguma desvantagem, e você não vai poder usar dos mesmos recursos que usava quando estava stalkeando alguma máquina solitária pela selva; e, como quase todas as máquinas do jogo (especialmente do late game) são muito mais fortes que você em termos de força bruta e combate corpo a corpo, isso só te força ainda mais a explorar essas fraquezas que são as peças que compõem cada uma das máquinas. E, quanto melhor você dominar as funções e características e combinações de cada uma, maiores serão seus recursos para sobreviver e superar determinadas situações.<br />
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Você sabe, por exemplo, que a peça que forma o "papo" de um Longleg é vulnerável a danos do tipo "tear", e que se destruí-la dessa maneira vai iniciar uma grande explosão de gelo ao seu redor. Se você está enfrentando esse Longleg em meio a, digamos, vários Glinthawks, isso é ótimo: Glinthawks são vulneráveis a gelo, então causando tal explosão você está não só destruindo o Longleg como criando uma situação a seu favor em relação ao resto dos inimigos. Mas se esse Longleg estiver cercado de Snapmaws, ai você tem um problema; Snapmaws se não muito bem com gelo e possuem eles mesmos ataques desse elemento. Então não só destruir o papo do Longleg não vai te ajudar a derrotar os Snapmaws, como na verdade você vai estar <i>aumentando o poder de fogo</i> (sem trocadilho) do restante dos seus inimigos. Não só essa situação tirou de você uma arma que pode ser usada a seu favor com essa explosão, como na verdade agora é melhor que você derrote o Longleg SEM usar seu ponto fraco para não fortalecer. Se lascou. Se você não souber o que está fazendo, vai ficar MUITO difícil pra você superar essa situação.<br />
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Então realmente é isso de que Horizon se trata: de dominar, realmente, um mundo. Ele não está lá apenas como um complemento, para contar uma história que é um dos atrativos do jogo (embora também faça isso e eu ache maravilhosa), mas ele trás esse worldbuilding diretamente para dentro da jogabilidade e para dentro do jogador. É parte da PROPOSTA que o jogo oferece ao jogador que ele não apenas habite esse jogo e use ele como pano de fundo para suas aventuras, mas que entenda suas interações, sua construção, e use isso a seu favor para tentar superar o que a princípio parecem ser situações impossíveis de homem contra máquina(s). Dentro desse estilo "Homem de Costas" que domina os videogames atuais, Horizon: Zero Dawn foi o jogo que eu vi chegar mais perto desse conceito de "dominar uma física", ou "dominar um mundo". E como essa situação - começar do zero, ir aprendendo o básico de como ele funciona, aprofundando cada vez mais - é EXATAMENTE a situação da protagonista Aloy, que está vendo e aprendendo muito daquilo pela primeira vez, isso contribui de forma incrível para a imersão que o jogo cria, e a sua evolução passa a ser a mesma da personagem que você controla.<br />
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Olhando em retrospecto, não foi à toa que Horizon conquistou um lugar especial no meu Panteão dos jogos de videogame favoritos. E não só pelas coisas óbvias como história, jogabilidade, visuais e personagens, porque isso outros jogos também trazem da sua própria maneira. Mas porque Horizon, além disso tudo, me ofereceu algo mais: me ofereceu a chance de expandir essa experiência além do apenas "apertar botões", e a chance de fazer parte daquele mundo tão legal que o jogo me apresentou.<br />
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E eu duvido que teria sido capaz de apreciar tanto esse aspecto de Horizon: Zero Dawn, e suas implicações, e elevar tanto o nível da minha experiência com o game, se não fosse a forma de pensar jogos que o Pouco Pixel me ensinou ao longo de alguns anos com tanto bom humor, paixão e dedicação... o que é uma fantástica ironia, porque esse é um jogo que o Danilo (metade do Pouco Pixel) realmente odeia, e isso só me deu ainda mais vontade de escrever esse texto explicando porque ele é parte de eu gostar tanto desse jogo quanto eu gosto.<br />
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E também, é claro, para agradecer um pouco a esse projeto tão legal, que infelizmente acabou cedo, mas sem dúvida deixou um legado em quem ouvia. E um que, assim como Horizon: Zero Dawn, eu vou levar pra vida com muito carinho.Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-58760068497630998742019-02-07T00:45:00.000-02:002019-02-07T11:34:23.415-02:00Zelda: Majora's Mask<img alt="Resultado de imagem para zelda majoras mask" height="225" src="https://img.ibxk.com.br/2015/02/27/27165606740133.jpg" width="400" /><br />
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Existe um velho ditado no mundo dos esportes que diz que você nunca quer ser a pessoa a substituir <i><b>o cara</b></i>. Você quer substituir o cara que substituiu <i><b>o cara</b></i>.<br />
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Embora possa parecer confuso à primeira vista, o ditado é muito simples. Ele diz que, quando você é o sucessor de algo ou alguém muito grandioso, você vai sempre ser medido contra ele e portanto é muito mais difícil de ser recebido como um sucesso. É uma questão de percepção: o jogador que substituir Messi no Barcelona, por exemplo, pode ser tão bom quanto possível, mas sempre será medido contra a lenda que ele substituiu e qualquer coisa abaixo do que os torcedores estavam habituados será vista como um fracasso. Em contrapartida, ser o substituto DESSE jogador, quando as expectativas estão colocadas muito mais baixas, é infinitamente mais fácil. Quanto mais baixa a barreira tiver sido colocada por seu predecessor, maior sua chance de ter sucesso nos olhos das pessoas.<br />
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Nesse sentido, o maior pecado de The Legend of Zelda: Majora's Mask foi simplesmente vir depois de Ocarina of Time como o segundo Zelda do Nintendo 64.<br />
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Ocarina of Time é, merecidamente, um dos jogos mais celebrados de todos os tempos. É possível - e até fácil - fazer o argumento de que OoT é o jogo mais importante da história dos videogames. Além de ser um primor técnico e uma experiência deliciosa de se jogar ainda nos dias de hoje, Ocarina of Time foi o jogo que praticamente ensinou a indústria a como resolver os problemas que um jogo de exploração e aventura 3D apresentavam, e fazer isso de forma extremamente funcional: conceitos como botões contextuais e a ideia de "travar" a câmera em um inimigo, por exemplo, são fundamentais em qualquer jogo moderno e uma daquelas coisas que são tão básicas e fundamentais que são tomadas como normais por qualquer jogador, mas foi Zelda: Ocarina of Time quem introduziu essas soluções para abrir um novo campo para a indústria, que eventualmente nos trouxe até onde estamos hoje. Coloque todos esses fatores juntos, e não a toa Ocarina of Time se tornou uma lenda ímpar no mundo dos videogames.<br />
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E provavelmente é justamente por ser o sucessor desse gigante que Majora's Mask acabou sendo um tanto quanto esquecido. Ele raramente é discutido, e é comum sua omissão das listas dos melhores Zeldas (uma lista que, admito, é bastante concorrida). Ele foi, infelizmente, o jogo que sucedeu<b> <i>o jogo</i></b>. Mas, apesar disso, Majora's Mask continua sendo até hoje meu Zelda favorito, e um dos jogos que mais me marcou ao longo da minha vida. Mais do que Ocarina of Time, ou qualquer outro da franquia.<br />
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Existe, talvez, um componente emocional nessa preferência: Majora's Mask foi meu primeiro jogo de N64. Não lembro se era bundle ou se simplesmente foi o jogo que ganhei junto com o console, mas foi o primeiro que eu tive de qualquer forma. Mas, na época, eu não cheguei a zerar o jogo - isso só foi acontecer muitos anos depois, já adulto, quando peguei o jogo do zero e joguei até o final de uma sentada. E essa experiência - ter jogado o mesmo jogo enquanto criança E adulto - me deu uma perspectiva única pra entender Majora's Mask. Não só foram experiências diferentes nos dois momentos, mas rejogar MM como adulto me ajudou também a entender certas coisas que me fascinavam nesse jogo como criança e eu não tinha a maturidade ou noção para entender exatamente POR QUE eu estava gostando daquilo. Algumas coisas, é claro, eram óbvias: a deliciosa jogabilidade, a variabilidade de opções podendo lutar usando na prática quatro personagens diferentes (Link, Deku, Zora e Goron), o mundo aberto, a sensação macabra da lua caindo nas nossas cabeças. Até uma criança conseguia entender a diversão dessa parte do jogo.<br />
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Mas tinha outros aspectos de Majora's Mask que não eram tão claros assim - coisas que tinham enorme apelo e tornavam a experiência de jogá-lo mágica sem eu compreender o motivo. Havia algo extremamente interessante em interagir com aquele mundo tão complexo, aquela grande repetição ao longo dos três dias, e vê-lo mudando de acordo com as minhas ações, mas não sabia exatamente por que. Da mesma forma, a sensação de que havia ALGO por trás de toda aquela história e os sentimentos que ela estimulava, alguma coisa que estava presente mas escondido logo além da minha vista. Isso tudo contribuía para tornar o jogo tão bom, é claro - eu só não era capaz de entender o que era.<br />
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Foi alguns anos depois que eu primeiro li a famosa teoria sobre Majora's Mask representar os cinco estágios do luto. É daquelas teorias difundidas que, embora (até onde eu sei) nunca comprovada, assim que eu li eu teria apostado meu braço direito de ser verdadeira. Ela simplesmente fazia muito sentido pra não ser, e não apenas pela história encaixar nos pontos principais: a cidade de Clock Town, negando até o último segundo a queda da lua apesar da sua inevitável aproximação, representaria o primeiro estágio, "negação"; os Dekus culpando o macaco pelo desaparecimento da princesa e o pântano envenenado representavam o segundo estágio, "raiva"; os Gorons tentando reverter os problemas do frio na sua montanha através da "volta" do seu chefe morto, representando a "barganha"; os Zoras chorando a perda do seu amigo e popular guitarrista representavam o quarto estágio, depressão; e a fase final, um deserto completamente vazio salvo por uma garotinha procurando o pai, que termina em uma escalada rumo à luz, seria a "aceitação" final que levaria ao fim do jogo.<br />
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Em termos de teoria, ela encaixa muito bem - o que por si só a tornaria muito legal. Eu admito que adoro teorias mirabolantes desse tipo. Mas mais do que explicar a história, eu amei a teoria porque ela me ajudava a entender e explicar meus próprios sentimentos que se desenvolveram enquanto eu avançava em Majora's Mask. De repente, não foi apenas o jogo que passou a fazer mais sentido, mas minha experiência enquanto jogador - aquela saborosa estranheza que vinha de algumas escolhas do jogo, a sensação de que algum tema em comum estava ligando todos aqueles cenários aparentemente díspares, as estranhas emoções que o jogo ia despertando em mim ao longo da jornada a cada capítulo. Os sentimentos que isso estimulava também era estranhos e novos no passado, mas só depois eu percebi que é porque eles eram estranhamente adultos e maduros, e não estavam sendo apenas jogados na minha cara com palavras vazias e clichês, mas sim sendo colocados sutilmente dentro de mim através do que eu fazia enquanto me aventurava pelo mundo de Termina. Tudo isso passou a ser muito mais real, fazer sentido de uma forma que nunca tinha antes, quando eu era apenas uma criança controlando o Link e reagindo involuntariamente àquele mundo.<br />
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Foi com isso em mente que, algum tempo depois, eu voltei a jogar Majora's Mask - dessa vez determinado não apenas a zerar, mas reviver e entender o apelo que o jogo tinha em mim tantos anos antes. E duas coisas, em especial, se destacaram para mim.<br />
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A primeira foi o clima. Eu lembrava da sensação macabra que a lua se aproximando trazia para mim quando criança, mas em uma segunda (e depois terceira, e quarta) passagem pelo jogo a sensação de corrida contra o tempo e de tragédia inevitável se fazia sentir ainda mais, e nos pequenos detalhes, porque cada pequena parte do jogo é voltada para fazer essa passagem do tempo se sentir. Conforme os dias e as horas passam, você vai vendo o impacto da aproximação da lua em tudo ao seu redor: a rotina dos personagens que povoam aquele mundo vai sendo alterada, e muitas vezes como consequência direta. De repente, todo o mundo ao redor do Link - e portanto do jogador - está se transformando para refletir a tragédia iminente. Ela passa a se tornar parte direta de todas suas interações e experiências, e com crescente urgência, de modo que isso passa a guiar as suas ações e incutir em VOCÊ aquela mesma sensação. Se torna impossível escapar dessa armadilha, e conforme ela vai se desenrolando - magistralmente guiada por situações como a quest dos dois amantes, que te fazem esperar até os segundos finais daquela contagem regressiva opressiva para poder ver o deslance da história - você vai sendo cada vez mais aprisionado pela situação criada por Skull Kid. É uma situação de imersão como pouquíssimas vezes eu vivi segurando um controle de videogame.<br />
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Mas a segunda coisa é, para mim, o que torna Majora's Mask não só meu Zelda favorito, como uma das minhas experiências videogamísticas favoritas e inigualáveis: o gimmick de um mundo preso em um loop "infinito" de três dias.<br />
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Toda vez que o Link volta no tempo, ele vive os três dias anteriores à queda da lua. Os mesmos três dias. Os personagens e criaturas que habitam aquele universo estão, portanto, presos a uma mesma rotina que se repete: influenciados pela iminente tragédia, eles irão aos mesmos lugares, falarão com as mesmas pessoas, tomarão as mesmas ações... só para repetir tudo de novo quando a Song of Time for tocada. É um ciclo repetido.<br />
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E é ai que entra o brilhantismo do jogo, introduzindo Link como o elemento "externo" a esse loop temporal. As ações dos personagens, pré-programadas, estão sendo moldadas (ou deixando de ser) pelos eventos que acontecem no mundo e ao seu redor. E conforme Link começa a interferir com esses eventos, alterando os que acontecem ou mesmo introduzindo novos, o mundo e aquela rotina aparentemente perfeita começa a se alterar ao redor do que você está fazendo. Através das suas ações, você vai destravando novas rotinas e novas árvores de acontecimentos durante cada ciclo de três dias, e cada uma delas vai levar em uma direção nova, em um resultado diferente, que podem te ajudar a progredir na história... ou não. Algumas levam a side quests, outras a nenhum resultado prático, mas essa é a maravilha da coisa: o poder está nas suas mãos, saber como VOCÊ, jogador, vai viver aquele novo ciclo. Talvez você queira acompanhar um personagem específico, entender sua rotina e suas motivações, e conhecer um pouco mais daquele mundo. No processo, pode ser que uma nova quest se revele, ou pode ser que você apenas conheça-o um pouco melhor. Da próxima vez, você pode interferir no seu dia, e ver como aquilo vai afetar a rotina do personagem - talvez, ao invés de ir tomar leite no bar, o cidadão decida se aventurar em um passeio, ou encontrar um velho amigo. E, de repente, todos aqueles NPCs que sequer mudam de expressão começam a parecer vivos, e o mundo de Majora's Mask deixa de ser um programa de computador para virar um organismo vivo, que você está experimentando e aprendendo a controlar.<br />
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A experiência de ir se tornando cada vez mais "senhor" dessas ações e desse mundo é brilhante por si só, mas é interessante que ela não venha de uma situação de onipotência, como o criador de um jogo de The Sims. As mudanças da rotina de Termina ainda dependem totalmente da própria vontade dos personagens, e entender essa vontade e suas motivações cada vez melhor é o que vai, eventualmente, te permitir manipular os acontecimentos certos no momento certo para atingir seus objetivos pessoais. É quase um experimento social, e aos poucos - através de personagens que, em um jogo normal, seriam apenas peões sem importância, meras peças para se passar rumo a um objetivo maior - aquele mundo maravilhosamente intrincado e conectado vai se abrindo para você. Falar com um Zora em luto pode ao mesmo tempo te revelar um lado muito triste sobre como lidar com uma perda, ou pode trazer uma mensagem de esperança e amor - tudo depende de como e quando você o fizer. Ser um Goron pode trazer reações de medo ou de curiosidade, e usar uma simples máscara pode gerar reações de simpatia nas pessoas que vão te apresentar a novas possibilidades.<br />
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Essa é uma experiência que, posso afirmar, eu nunca senti antes ou depois em um jogo. Não nesse nível, pelo menos. As possibilidades parecem infinitas, e atrás de cada esquina, cada fragmento de conversa sem importância, existem novidades esperando para serem descobertas. De repente, você não quer que o tempo passe não para adiar a destruição de Termina, mas sim porque você quer um pouco mais de tempo para descobrir novos fatores, novos elementos, novas missões. Eu lembro distintamente de sentar com minha irmã e ficar jogando a corrida de cachorros repetidas vezes, mesmo após conseguir o coração que ela da de prêmio, simplesmente porque aquilo parecia fazer sentido para mim, explorar aquela pequena parte da rotina de Termina porque... honestamente, simplesmente porque eu podia, e ela estava lá, e eu era parte de tudo aquilo.<br />
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Até hoje, existe algo maravilhoso em tudo isso que torna Majora's um jogo único no meu portfólio. Terminar o jogo, honestamente, se tornou a parte menos importante de MM. É viver aquela rotina, e entender como minhas ações mudam a vida das pessoas e a existência daquele mundo, que faz tudo valer a pena. Se a arte em um jogo está na sua capacidade de estimular emoções, Majora's Mask tira um 10 em tantos níveis diferentes que chega a ser ingenuidade achar que da para racionalizá-los totalmente. Mas, ao mesmo tempo, ser capaz de entender um pouco melhor esses aspectos só destravou níveis ainda mais profundos tanto em mim como na minha relação com esse jogo, da mesma forma que seguir aleatoriamente um personagem furtivo às 2h da manhã pelos corredores de Clock Town pode abrir todo um novo mundo de possibilidades para Link.<br />
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E se um jogo consegue fazer isso com maestria enquanto ainda trata de forma sutil e sensível temas como perda, solidão, medo e tristeza, temas ao mesmo tempo infantis, adultos e universais? Você tem The Legend of Zelda: Majora's Mask, meu Zelda favorito e um dos meus jogos favoritos de todos os tempos.Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-87497806997644862862018-01-22T10:46:00.005-02:002018-01-22T10:47:58.167-02:00O TM Warning está de casa nova!Pessoal, o TM Warning agora foi relançado em um novo endereço, com novo formato e mais conteúdo do que nunca: é só acessar <a href="http://www.tmwarning.com.br/">www.tmwarning.com.br</a> !<br />
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Para entender melhor os motivos por trás da mudança e saber como você pode ajudar o site a continuar funcionando, você pode ler essa coliuna explicativa : <a href="https://tmwarning.com.br/2018/01/04/first-blog-post/">https://tmwarning.com.br/2018/01/04/first-blog-post/</a><br />
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Obrigado pela audiência e espero vocês lá!!Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-84232510101502725442017-12-18T12:42:00.003-02:002017-12-18T12:42:48.417-02:00Jimmy Garoppolo e o dilema de encontrar um quarterback<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://i0.wp.com/www.mercurynews.com/wp-content/uploads/2017/11/bng-l-49ers-1106-139.jpg?w=620&crop=0%2C0px%2C100%2C9999px" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="557" data-original-width="620" height="287" src="https://i0.wp.com/www.mercurynews.com/wp-content/uploads/2017/11/bng-l-49ers-1106-139.jpg?w=620&crop=0%2C0px%2C100%2C9999px" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i>Mirou no WR, acertou em nossos corações</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Essa é uma coluna que <a href="http://picksix.com.br/jimmy-sf-e-a-procura-por-um-qb/" target="_blank">eu escrevi semana passada para o site Pick Six</a>, a pedido de um amigo. Eu acabei achando a coluna tão interessante que pedi para postar aqui também. Ela fala um pouco sobre os caminhos e as dificuldades para times acharem seus QBs na <b>NFL</b>; como o <b>49ers </b>encarou essa situação ao longo do último ano; o que significa a troca do time por<b> Jimmy Garoppolo</b> - e se ele é o QB que o time procurou para seu futuro.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os números da parte final estão, claro, desatualizados por causa do jogo de domingo, mas tudo que aconteceu na vitória do <b>49ers </b>sobre o <b>Titans </b>só reforça o sentimento e as avaliações passadas em todo esse texto.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Então trouxe a coluna para cá também. <b>Espero que gostem, e não deixem de prestigiar <a href="http://picksix.com.br/" target="_blank">o trabalho do Pick Six</a>, e de seguir o site no <a href="https://twitter.com/PickSix_BR" target="_blank">Twitter </a>e/ou <a href="https://www.facebook.com/picksixbr/" target="_blank">Facebook</a>!</b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
----------------------------------------------------------</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://espngrantland.files.wordpress.com/2015/03/nfl-draft-tri-e1427284759273.jpg?w=2048" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="452" data-original-width="800" height="225" src="https://espngrantland.files.wordpress.com/2015/03/nfl-draft-tri-e1427284759273.jpg?w=2048" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Existe uma questão que praticamente todo time da <b>NFL </b>que
passa por uma reconstrução precisa cedo ou tarde responder. E a resposta para
essa pergunta, muitas vezes, pode determinar o sucesso ou fracasso de um
período inteiro de reconstrução, e definir o futuro da franquia. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Como conseguir o seu <i>quarterback</i>
para o futuro?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Querendo ou não, a posição de QB é de longe a mais
importante do futebol americano, e muitas vezes o diferencial entre o sucesso e
o fracasso. Existe um motivo pra 90% dos vencedores do prêmio de MVP sejam <i>quarterbacks</i>. Então se você é um time
ruim que quer ser bom, a melhor forma de atingir essa virada – e, talvez mais
importante, de garantir que essa virada seja sustentável no médio e longo prazo
– é conseguir acertar em cheio no jogador que você escolhe para comandar o
ataque da sua franquia. Times como <b>Jets </b>e <b>Texans </b>tentaram se reconstruir muitas
vezes nos últimos anos, mas sem achar uma solução para a posição, sempre
dependeram de um sucesso pontual em meio a diversos anos decepcionantes (o
Texans, claro, parece enfim ter encontrado seu QB). <b>Browns </b>nunca conseguiu uma
reconstrução em parte por nunca ter achado o seu <i>quarterback</i>. Times como o <b>Jaguars </b>– que deve finalmente voltar aos
playoffs esse ano e está 9-4 – podem conseguir um bom ano atrás de uma
dominante defesa apesar de começar com <b>Blake Bortles</b> de titular, mas pense em
quantos anos não foram desperdiçados de boas defesas em <b>Jacksonville, Chicago,
Saint Louis</b> (RIP) e <b>Minnesota </b>nos últimos anos devido à incerteza na principal
posição do jogo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Então times que estão em reconstrução precisam, em algum
momento, encarar essa mesma questão e decidir de onde vão tirar o <i>quarterback</i> para chamar de seu. E, como
todo jogador, existe três formas de se adquirir um: por troca, pelo <i>Draft</i>, ou
assinando um agente livre. E o pior, ou talvez mais interessante, é que não
existe uma resposta certa. Todos os três meios tem seus prós e contras, e não
existe uma maneira segura de garantir que seu time vai encontrar uma solução
para os próximos 10 anos. GMs inteligentes em reconstruções são os que mantém
as três vias abertas e manipulam seus ativos de forma a maximizar suas chances,
e se colocam assim em uma boa situação para aproveitar as oportunidades que
aparecem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O Draft costuma ser a via mais utilizada por tais times em
busca de um Franchise QB, o que faz bastante sentido. Times em reconstrução
costumam ser ruins e ganhar poucos jogos, o que significa que escolhem perto do
topo do Draft com frequência – o lugar onde costumam se encontrar os melhores
QBs. Dos 32 QBs “ideais” para começar de titular nesse ano para as franquias da
NFL, 20 deles foram selecionados na primeira rodada, e 5 outros na segunda
rodada. Uma escolha alta no Draft é, em tese, a melhor maneira de garantir que
esses jogadores estejam no seu time.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Outro benefício de encontrar esse jogador no Draft é que
isso garante a você 5 anos baratos para a posição mais cara do time,
economizando assim um valioso dinheiro que pode ser usado em outras posições
importantes (<b>Russell Wilson</b>, escolha de 3ª rodada, é o melhor exemplo disso:
durante 4 anos o <b>Seahawks </b>teve seu Franchise QB ganhando 1 MM por ano, e pode
gastar esse dinheiro para ir na <i>free
agency</i> contratar estrelas e renovar com seus melhores jogadores, montando
assim a espinha dorsal do time campeão de 2013). Escolher um QB jovem no Draft também significa que esse jogador estará na mesma "linha do tempo" do resto do seu elenco.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas o Draft também é de certa forma uma loteria. O índice de
acertos não é grande o suficiente para essa ser uma opção de baixo risco, e
escolher o QB errado no topo do Draft é uma coisa que pode atrasar sua
reconstrução em anos enquanto a franquia fica comprometida com um QB ruim. O
<b>Rams </b>escolheu <b>Sam Bradford</b>, não deu certo, e demorou 8 anos até voltar a ser um
time competitivo. <b>Titans, Jaguars e Vikings</b> escolheram<b> Jake Locker, Blaine
Gabbert e Christian Ponder</b> no mesmo Draft, e demoraram anos para se recuperar
da decisão. O <b>Broncos </b>parece ter errado feio com <b>Paxton Lynch</b>, e agora tem
talvez a pior situação de QBs da NFL segurando o que deveria ser um ótimo time.
E, para compor o problema, tem o seguinte: muito do sucesso no Draft envolve a
forma como os times desenvolvem os jovens talentos que adquiriram, e um time em
reconstrução normalmente não tem grandes peças para colocar em volta de um
jovem QB e auxiliar seu desenvolvimento (pense <b>Alex Smith</b>, escolha #1 de 2005,
com os <b>49ers</b>), o que pode diminuir as chances de sucesso de uma escolha desse
tipo. É uma opção de alto risco.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Buscar esse QB na <i>free
agency</i> não tem o mesmo risco, mas também é uma oportunidade infinitamente
mais limitada por um simples motivo: <i>Franchise QBs </i>simplesmente não chegam no
mercado. A estrutura de salários da NFL – em especial a<i> Franchise Tag</i> – geram
incentivos muito maiores para os times manterem suas grandes estrelas, e como
QB é a posição mais importante do time, esses são os jogadores que concentrarão
os esforços das franquias para manterem. Situações como as de <b>Drew Brees e
Peyton Manning</b> são enormes <i>outliers</i> –
contextos muito únicos com questões complicadas de lesões para adicionar – que
times em reconstrução dificilmente podem prever ou se apoiar como uma estratégia
confiável. Os QBs que normalmente se encontram no mercado são os QBs medianos
(como <b>Tyrod Taylor ou Jay Cutler</b>) que podem servir na função certa, mas estão
longe de serem uma garantia – caso contrário não estariam disponíveis. Certo,<b>
Brock Osweiller?</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Geralmente os melhores resultados na <i>free agency</i> vêm para times que fazem compras baratas e apostam em
um jogador que floresce em um contexto favorável e específico, com o <b>Vikings
</b>encontrou esse ano com <b>Case Keenum</b> ou o <b>Cardinals </b>com <b>Carson Palmer</b>. Mas também
são minoria, e ambos tiveram sucesso em parte porque encontraram uma situação
muito favorável e um time extremamente completo e bem montado ao seu redor,
situação que um time ruim em reconstrução dificilmente vai propiciar. Além
disso, não é como se fossem apostas de alto índice de sucesso – Keenum foi
contratado para ser a terceira opção atrás de Bradford e um <b>Teddy Bridgewate</b>r
em recuperação, e se o Vikings tivesse a menor ideia de que Keenum iria
explodir em Minnesota, com certeza teria oferecido a ele um contrato mais longo
que mantivesse-o sob controle da franquia por mais tempo (e a um baixo custo). <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por fim, as trocas são as situações mais imprevisíveis das
três. <i>Franchise QBs</i> raramente ficam disponíveis por troca, e os jogadores que
ficam muitas vezes são os que enfrentam muitas dúvidas ou que dependiam muito
de um esquema tático específico. A melhor situação é algo como aconteceu com
<b>Alex Smith</b> – um bom QB “forçado” ao banco por uma opção melhor – e ainda assim
são situações que costumam envolver um alto preço, muitas vezes em escolhas de
Draft, que um time em reconstrução pode hesitar em pagar sem ser por uma
certeza em uma janela que costuma fechar rapidamente. É talvez a opção mais
interessante por oferecer maior variedade de situações, e a que os GMs mais
precisam estar alertas para aproveitar quando aparece, mas também é uma via
bastante escassa. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Então considerando a imprevisibilidade e alto custo da
primeira opção, e a baixa oferta das últimas duas, não é de se espantar que
tantos times emperrem na dificuldade de achar um bom <i>quarterback</i> para seu time, especialmente um que faça sentido com a <i>timeline</i> do resto do seu elenco. Cometa
um erro com a opção errada, e seu time pode se atrasar em anos até voltar a ser
competitivo. Deixe passar uma boa opção, e seu emprego estará em xeque com sua
cabeça sendo pedida por boa parte da mídia e dos torcedores (como aconteceu com
o <b>Browns</b>, por exemplo). É uma situação delicada, uma fina linha entre explorar
o máximo de vias possíveis enquanto não compromete os recursos de forma
apressada, e saber exatamente a hora (e o custo) certo para se fazer uma
aposta. Paciência, pensamento de longo prazo e - sejamos sinceros - uma boa
dose de sorte costumam fazer a diferença nessas horas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://nflmocks.com/wp-content/uploads/usat-images/2016/04/9868024-nfl-san-francisco-49ers-press-conference.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="565" data-original-width="800" height="281" src="https://nflmocks.com/wp-content/uploads/usat-images/2016/04/9868024-nfl-san-francisco-49ers-press-conference.jpeg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="line-height: 115%;"><span style="font-size: large;">A
reconstrução do 49ers<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O <b>49ers </b>era um dos times que estava nessa situação no ano
passado. Com <b>Jed York </b>finalmente admitindo o erro passado e aceitando que a
franquia precisava recomeçar quase do zero, <b>San Francisco </b>dispensou os
resquícios da antiga gestão (incluindo seu QB titular, <b>Colin Kaepernick</b>),
trouxe um novo técnico e um novo GM, e anunciou sua intenção em enfim focar no
longo prazo (a decisão correta com dois anos de atraso). E, claro, parte
importante desse processo (especialmente tendo dispensado um QB que te levou ao
<b>Super Bowl</b> quatro anos antes) era descobrir quem seria o novo <i>quarterback</i> de uma franquia com uma
longa tradição na posição.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E o interessante é que o novo GM <b>John Lynch</b> tinha à sua
frente múltiplas opções para tomar na busca pelo novo QB do futuro da franquia,
e sendo seu primeiro cargo executivo na NFL, muitas pessoas especulavam se essa
falta de experiência levaria Lynch a querer ir para <i>o Home Run</i> logo de cara com alguma grande movimentação nesse
sentido. No entanto, Lynch fez aquilo que, a meu ver, foi a decisão mais
correta no momento: ele não fez nada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Com a escolha #2 do <i>Draft</i>, San Francisco estava em boas
condições de ir atrás de um QB como <b>Mitch Trubsky </b>ou <b>Deshaun Watson</b>,
consideradas as duas melhores opções do ano na posição. No entanto, a avaliação
de Lynch era de que nenhum dos dois valeria essa escolha – uma avaliação
partilhada por mim e grande parte dos analistas – então Lynch inteligentemente
foi na direção oposta, trocando suas escolhas para descer no Draft e acumular
seleções extras (como times em reconstrução deveriam fazer).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Enxergando (novamente de forma correta) que não teria à sua
disposição como adereçar a questão do QB de forma satisfatória e ao preço certo
no momento (e, talvez, que não fosse a hora para isso), o GM do Niners se preocupou
em manter as opções em aberto para o ano seguinte. A classe de QBs de 2018
prometia ser bastante intrigante com <b>Josh Rosen e Sam Darnold</b>. As escolhas de
Draft extras que Lynch acumulou no seu primeiro recrutamento como GM deram ao
49ers um rico baú de ativos que poderia usar caso quisesse entrar em alguma
negociação de troca, ou até para subir no próximo Draft. E, no horizonte,<b> Kirk
Cousins</b> estava ameaçando virar <i>free agent
</i>depois de dois anos jogando sob a <i>Franchise
Tag</i> e múltiplos dissabores com a diretoria de <b>Washington</b>.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ao invés de tentar resolver tudo de uma vez só, Lynch
enxergou no horizonte possibilidades muito melhores se desenhando para ano que
vem, e posicionou o time de forma a explorar todas elas conforme fossem
aparecendo. Enquanto isso, manteve a pólvora seca: trouxe <b>Brian Hoyer</b> na free
agency, um QB veterano que já tinha trabalhado com o novo técnico <b>Kyle Shanahan </b>e iria ajudar
a implementar seu esquema tático, e usou uma escolha de terceira rodada (luxo
que poderia se dar com tantas escolhas adicionais) em <b>CJ Beathard</b>. Nenhuma das
duas era um movimento que fosse provável resolver a posição para o futuro, mas
foram dois movimentos de baixo custo que poderiam dar resultados modestos no
médio prazo, apostas inteligentes de baixa probabilidade, mas baixo custo – e,
afinal, ALGUÉM precisava jogar de QB para esse time.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://i0.wp.com/www.mercurynews.com/wp-content/uploads/2017/10/bng-l-49ers-1101-6.jpg?w=620&crop=0%2C0px%2C100%2C9999px" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="392" data-original-width="620" height="252" src="https://i0.wp.com/www.mercurynews.com/wp-content/uploads/2017/10/bng-l-49ers-1101-6.jpg?w=620&crop=0%2C0px%2C100%2C9999px" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: large;">Lynch faz o sua jogada<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Agora todos já sabemos como essa história terminou. Depois
de passar boa parte do ano esperando o mercado se desenhar enquanto <b>Beathard </b>e
<b>Hoyer </b>não funcionaram como titulares, o 49ers eventualmente acabou enviando sua
escolha de segunda rodada de 2018 (um preço bastante em conta considerando que
<b>San Francisco</b> tem escolhas extras de segunda e terceira em 2018, rodada graças
às trocas do Draft passado) para <b>New England </b>em troca de<b> Jimmy Garoppolo</b>, o
promissor QB que não encontrou espaço para jogar graças a um tal de <b>Tom Brady. </b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O preço de uma escolha de segunda rodada por Jimmy G é
bastante modesto comparado ao que New England supostamente estava pedindo ano
passado e até no Draft desse ano, que variava entre múltiplas escolhas de
primeira rodada ou uma escolha alta de primeira rodada. E isso é um testamente
ao quão bem o 49ers jogou o jogo da paciência. A impressão que da, entre tudo
que é reportado vindo de Foxborough, é que a vontade de <b>Bill Belichick</b> sempre
foi manter Brady E Garoppolo (o que, de certa forma, já é um elogio imenso à
capacidade do camisa 10) no time. Belichick tentou caminhar a linha de manter
os dois jogadores até que concluiu que não seria possível, e acabou aceitando a
proposta do 49ers. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Lynch lidou com a situação de forma perfeita. Se essa troca
fosse feita no começo do ano, teria custado bem mais ao 49ers, pois o Patriots
ainda estava com a força das negociações e tentando manter os dois QBs. Ao invés
disso, Lynch esperou até o momento que o Patriots enfraqueceu sua posição e
chegou a um bom acordo com um dos GMs mais difíceis de negociar da NFL.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Claro que o Niners poderia ter simplesmente esperado acabar
o ano e tentar pegar Garoppolo então, mas isso também envolveria muitos riscos.
New England ainda poderia usar <i>a
Franchise Tag</i> em Garoppolo (e nesse caso dificilmente o preço cairia mais),
e mesmo se ele chegasse ao mercado, isso significaria que o 49ers teria que
entrar em uma provável batalha financeira com outros times interessados, o que
aumentaria consideravelmente o preço financeiro do negócio, e aumenta também as
chances do Niners NÃO conseguir o jogador. E se conseguisse, provavelmente
seria em um contrato longo e muito custoso, para um jogador que o 49ers teria
apenas DOIS jogos como titular em New England (ambos ano passado, em um esquema
tático diferente e conhecido por “proteger” seu QBs e fazer jogadores medianos
parecerem muito melhores) para avaliar. É o tipo de jogada <i>all-in</i> de altíssimo risco que o 49ers deveria evitar (e vem
evitando), e trocando por Garoppolo agora não só San Francisco se coloca com
todas as cartas para manter o jogador no time no longo prazo por um contrato
menor do que daria no mercado, como também San Francisco agora ganha meia
temporada para avaliar Garoppolo, seja jogando como titular, seja nos treinos e
como se relaciona com a comissão técnica, antes de tomar a decisão se quer
apostar seu futuro no jogador.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E o mais interessante é o seguinte: com o contrato expirante
de Garoppolo, essa troca em nenhum momento compromete as outras possibilidades
para o 49ers de conseguir um QB. Se Garoppolo não fosse bem ou o time avaliasse
que não valeria a pena seguir e investir no jogador, San Francisco poderia
simplesmente deixar Garoppolo ir embora, aceitar a escolha compensatória pelo
jogador (inferior à que o time pagou por ele, sem dúvida, mas um preço que o
time pode se dar ao luxo de pagar), e voltar sua atenção para as opções no topo
do Draft ou para Kirk Cousins. Isso teria um custo, mas a informação e a
posição de força nas negociações adquirida teriam valido a pena, e San
Francisco poderia não se comprometer com uma opção sub-ótima, mantendo ainda as
opções muito abertas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas, claro, até aqui parece muito improvável que vá chegar a
isso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://image.oregonlive.com/home/olive-media/width600/img/nfl_impact/photo/garoppolojpg-f09aceace7a63da1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://image.oregonlive.com/home/olive-media/width600/img/nfl_impact/photo/garoppolojpg-f09aceace7a63da1.jpg" data-original-height="398" data-original-width="600" height="265" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: large;">Jimmy Garoppolo em
campo<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Dois jogos não fazem uma carreira, sem dúvida. É impossível
avaliar um jogador por tão pouco, e mesmo em cinco jogos (a quantidade de jogos
que <b>Garoppolo </b>pode ter de titular antes de virar <i>free agent</i>) muita coisa ainda será um mistério. Quase qualquer QB
ruim da NFL pode pegar dois jogos da carreira e apontar para eles como sendo
uma amostra de que é um bom jogador. Então sempre temos que tomar cuidado para
não ler demais em informações de menos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas é humanamente impossível não se empolgar com o que Jimmy
Garoppolo está mostrando em suas duas primeiras partidas como titular. Não é a
questão da sua produção, embora essa também esteja sendo ótima: 66,7%, 9.0 Y/A,
8,3 AY/A, 645 jardas, 2 TDs, 2 INTs. Seu QBR seria 6º na NFL inteira, e seu
DVOA seria #2, logo na frente de <b>Tom Brady</b>. Mas vocês não vão me ver
referenciando esses números de novo nessa coluna, simplesmente porque eles não
importam. 2 jogos é uma amostra pequena demais, e nenhuma estatística tem valor
com uma amostra insignificante dessas. Não são os números que estão enchendo os
olhos. É como Jimmy está jogando.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O 49ers teve uma abordagem cautelosa com seu novo QB. Ao
invés de jogar Garoppolo no fogo de cara, mantiveram o camisa 10 no banco
enquanto ele aprendia o <i>playbook</i> e o
Niners esperava sua boa dupla de <i>tackles</i>
(<b>Trent Brown</b> e <b>Joe Staley</b>) voltarem do departamento médico. Ainda assim, Jimmy
entrou em uma situação bastante complicada após a lesão de Beathard, conhecendo
apenas uma parte pequena do <i>playbook</i>,
e com um elenco de apoio bem abaixo da média em termos de alvos e linha
ofensiva. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E apesar disso, nesses dois jogos Garoppolo mostrou que
estava mais do que pronto para o desafio. Apesar do conhecimento limitado do <i>playbook</i> e o pouco entrosamento com o
resto do ataque, a simples presença de um QB capaz de ler e executar as jogadas
já abriu muito esse ataque. <b>Kyle Shanahan </b>está conseguindo chamar mais jogadas
e explorar mais jogadores e movimentações do que jamais conseguiu com Beathard
e Hoyer, e o comando sobre esse ataque que Garoppolo já tem é surreal para
alguém com tão pouco tempo de casa. Seu entendimento do jogo e da posição
permitiu que isso fosse possível, e sua entrada já destravou mais o ataque do
que poderíamos imaginar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas o que mais chama a atenção em Garoppolo é sua capacidade
de lidar com a pressão. Na semana 14, desfalcado de seu RT e sofrendo pressão
em incríveis 47% das jogadas de passe (maior marca da rodada), Garoppolo
mostrou todo seu repertório depois de alguns arremessos ruins no começo do jogo.
Em parte por sua força no braço, Jimmy tem no seu currículo o arremesso
patenteado do <b>Aaron Rodgers </b>em movimento, que consegue lançar a bola com
velocidade e precisão impressionantes só com o movimento do pulso, e o QB sabe
usar isso muito bem. Ele espera até o último segundo para soltar a bola (e seu
lançamento é incrivelmente rápido) e tem a combinação de conseguir sentir e
lidar com o jogador de defesa no seu cangote enquanto mantém os olhos na
secundária para continuar achando as jogadas, fazendo com que repetidamente
vença a blitz em conversões cruciais e transforme situações negativas em ganhos.
Nos seus dois jogos como titular (contra duas defesas acima da média) Garoppolo
continuou mantendo campanhas vivas com conversões longas em terceiras descidas
apesar de jogar com um defensor pendurado nele o tempo todo. Essa é uma das
habilidades mais importantes de um QB no nível NFL, e Garoppolo está mostrando
ser um dos melhores no negócio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A verdade é que nesses dois jogos Garoppolo mostrou todas as
habilidades que você procura em um Franchise QB. Sua inteligência em campo e
sua leitura de jogo são excelentes. Ele consegue jogar em alto nível tanto
dentro do pocket como saindo dele. Tem uma excelente precisão e ótima força no
braço, e está se mostrando capaz de executar praticamente todos os passes que o
ataque de Shanahan exige. Sua capacidade de lidar com a pressão é ainda mais
impressionante. E se você acredita que para ser QB na NFL você precisa de uma
certa qualidade quase “mística” de incentivar e motivar os companheiros, você
não precisa ir muito longe para tropeçar em algum jogador do 49ers derramando
elogios sobre o novo QB da franquia. Até agora, Jimmy G parece ser o pacote
completo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Novamente, é importante frisar o quanto dois jogos não
servem para fazer uma avaliação exaustiva e completa de nenhum jogador. Nós só
podemos avaliar o que nós vimos nesses dois jogos, mas não necessariamente
Garoppolo será sempre o que foi neles. Nossa avaliação é limitada a esse respeito,
graças a uma amostra pequena.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas também é importante lembrar que a avaliação do 49ers
sobre Garoppolo não se limita apenas aos jogos. Além do que vemos em campo, o
Niners tem Garoppolo nos treinos, aprendendo o playbook, lidando com jogadores
e comissão técnica. Essa também é uma valiosa fonte de informações e muito
maior e mais rica em qualidade do que nós, observadores externos, podemos
captar. E é esse conhecimento agregado que só o Niners possui é o que vai fazer
a diferença na hora do time decidir o que fazer com a situação do seu QB para
2018.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por enquanto, o que podemos dizer é que tudo indica que o
49ers achou o seu QB do futuro, e que ele é realmente muito bom – o tipo do
jogador em torno do qual você constrói algo maior. O 49ers até aqui jogou todas
as suas cartas com perfeição, maximizando suas avenidas para achar esse
jogador, e os primeiros retornos indicam que o time conseguiu cumprir essa
complicadíssima tarefa com bastante sucesso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ainda temos que ver como o 49ers vai dar os próximos passos
nessa situação, e qual vai ser sua abordagem para 2018. Mas é difícil não se
animar com o que estamos vendo do casamento entre Garoppolo e Kyle Shanahan, e
com uma offseason inteira para se reforçar pela frente (na qual San Francisco
deve ter mais salary cap do que qualquer time da NFL tirando o <b>Browns</b>), esse
ataque pode começar a fazer barulho muito antes do que o esperado. Dedos
cruzados.<o:p></o:p></div>
Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-84454199508672506452017-12-08T17:22:00.002-02:002017-12-08T17:22:53.356-02:00Sete Segundos ou Menos - 08/12 <img alt="Resultado de imagem para steve nash" height="224" src="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQiOuo9bW_WogxgB4aUo-cQjVydTWIz2uUNCJi_JAgxKkVoFgCn" width="400" /><br />
<div style="text-align: center;">
<i>Are you not entertained?!</i></div>
<br />
<br />
Testando um novo formato de coluna essa semana, que eu chamei de<b><i> Sete Segundos ou Menos</i></b> - homenagem ao famoso <b>Seven Seconds or Less</b>, o estilo de jogo do <b>Phoenix Suns</b> sob o comando de <b>Mike D'Antoni</b> nos anos 2000 que revolucionou para a sempre a NBA - e nos deu alguns dos mais divertidos times de todos os tempos.<br />
<br />
A ideia da coluna Seven Seconds or Less - em teoria - é ao invés de tratar de um único assunto extensivo, tratar de vários assuntos menores, assuntos que não valem uma coluna sozinhos mas que ainda assim são pontos que eu gostaria de discutir. É uma versão basicamente com mini-colunas, condensada em uma só. Vamos ver se o formato funciona.<br />
<br />
E se você não acha que essa só é uma desculpa para postar alguns vídeos do meu jogador favorito de todos os tempos (como esse passe mágico para o <b>Grant Hill</b>)... você não me conhece o suficiente.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/cADEfsmC6gs/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/cADEfsmC6gs?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<br />
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Vamos a isto.<br />
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<b>1. Philadelphia 76ers, dividindo minutos entre suas estrelas.</b><br />
<br />
Quinta feira à noite, o <b>Philadelphia 76ers </b>foi surpreendido em casa e derrotado por um fraco time do <b>Lakers</b>. No entanto, seria difícil para você adivinhar isso se eu te falasse do quão dominantes foram suas duas estrelas: <b>Joel Embiid</b> anotou 33 pontos, pegou 7 rebotes e deu 6 assistências (e mais 5 tocos), enquanto <b>Ben Simmons</b> teve um <i>Triple Double</i> com 12 pontos, 13 rebotes e 15 assistências. Ambos foram fantásticos na partida e é difícil acreditar que Philly perderia com ambos tão bem.<br />
<br />
O problema é que Philly apanhou quando esteve sem suas estrelas. Nos 36 minutos que Embiid esteve em quadra, Philadelphia foi +14 em quadra. E nos 12 que descansou, Philly perdeu para o Lakers por 17 pontos (!!!!). Com Simmons talvez seja ainda pior: +9 quando esteve em quadra, e nos 6 minutos que descansou, o Sixers perdeu por 12 pontos. Philly passou apenas um minuto e meio com ambas as suas estrelas no banco, mas foram minutos desastroso: o Lakers ganhou a "parcial" (ou as parciais) por 11 a 2.<br />
<br />
Essa derrota foi um microcosmos de um problema que tem certamente tirado noites de sono do técnico <b>Brett Brown</b>, e de muitos outros técnicos ao longo do tempo na NBA: Qual é a melhor forma de distribuir os minutos das suas estrelas? Em outras palavras, o melhor é usar as duas junto o máximo de tempo possível junto, maximizar a combinação, mas passar mais tempo com apenas os reservas jogando? Ou então distribuir ao máximo os minutos das estrelas para que o banco nunca precise jogar sem nenhuma delas em quadra?<br />
<br />
Foi uma questão que durante muito tempo incomodou (e ainda incomoda) times como <b>Clippers </b>(na época de <b>CP3/Blake</b>) ou <b>Wizards</b>, e não existe uma resposta certa. Durante anos o Wizards optou por juntar <b>Wall e Beal,</b> e foi massacrado quando os dois sentavam. O Clippers teve um problema semelhante c<b>om Paul e Blake Griffin</b>. E agora chegou a vez do Sixers tomar algumas decisões.<br />
<br />
Até aqui, o Sixers tem optado por jogar as suas estrelas juntas o máximo de tempo possível. Dos 605 minutos que Embiid jogou em jogos que Simmons também atuou, 78% deles (472) vieram jogando junto do calouro, e apenas 133 foram como única estrela em quadra - o que da pouco mais de seis minutos por jogo. Simmons jogou mais tempo sem Embiid (mesmo desconsiderando os jogos com Embiid inativo), 250 minutos, mas também é praticamente metade do tempo que passou ao lado do pivô camaronês.<br />
<br />
Isso faz algum sentido. <b>Simmons </b>ainda não tem um arremesso fora do garrafão, e jogar ao lado de <b>Embiid </b>- cujo alcance se estica até a linha dos 3 pontos e sempre comanda uma marcação apertada - abre os espaços que Simmons precisa para chegar até o garrafão e aproveitar linhas de passe. <b>Philadelphia </b>tem destruído times quando os dois estão juntos em quadra: nos 472 que Simmons e Embiid jogaram juntos, Philly está +99, com um <b>Net Rating</b> de +9,9.<br />
<br />
O outro lado da moeda, entretanto, são os 164 minutos que o Sixers passou em quadra sem Embiid nem Simmons, e esses minutos Philly está com horríveis -52, ou -12,8 <b><i>Net Rating</i></b>. Ontem foi um exemplo (até extremo) desse fenômeno, mas a verdade é que Philly simplesmente não tem a criatividade e o playmaking vindo do banco para aguentar muitos minutos sem uma das suas estrelas em quadra. Talvez isso mude com a volta de <b>Markelle Fultz</b>, mas a essa altura parece um long shot confiar na produção imediata da escolha #1 do Draft. E a margem de erro do Sixers não é grande suficiente para sobreviver a minutos dessas unidades.<br />
<br />
Talvez seja hora do Sixers começar a usar suas estrelas de forma mais separada. Exceto quando não há alternativa - jogos que Simmons ou Embiid estiverem fora - esses alinhamentos simplesmente não deveriam passar um minuto sequer em quadra para um time que sonha com a pós temporada. Embora o time caia bastante (previsivelmente) com apenas uma das duas estrelas em quadra, não é para níveis tão desastrosos quanto naqueles momentos sem nenhum dos dois: lineups com apenas Embiid tem enfrentado adversários basicamente em um empate (-2 em 162 minutos), e embora as lineups com apenas Simmons tenham números mais problemáticos (-46 em 358 minutos, -5,2 Net Rating), esses números estão "poluídos" pelos 108 minutos que Simmons jogou com Embiid inativo, enfrentando diretamente unidades titulares que não enfrentaria em situações "normais" de rotação. Pegando apenas os minutos que Simmons jogou sem Embiid em jogos que ambos participaram os números não são tão problemáticos, -18 em 250 minutos de quadra. Nenhuma das duas é perfeita, mas é uma maneira de evitar esses minutos desastrosos sem as estrelas em quadra, quando o time se coloca em buracos com muito mais rapidez relativa do que os dois jogadores juntos "tiram".<br />
<br />
Um argumento contrário a essa distribuição de minutos seria que, pensando no futuro, é importante dar a Embiid e Simmons o máximo de minutos possíveis juntos para desenvolver o entrosamento, mas é um argumento que não faz sentido considerando que Simmons (que perdeu o ano de calouro com uma lesão no pé) jogou 42 minutos nesse jogo, e Embiid 36. O Sixers está forçando para chegar nos playoffs agora, e pensando nesse sentido, é crucial eliminar esses minutos sem ambos em quadra. Ontem, custou uma vitória ao Lakers. Não foi a primeira vez. E, se continuar acontecendo, não vai ser a última. E, se o Sixers quer mesmo chegar aos playoffs e talvez surpreender alguém, essas são vitórias que podem fazer falta.<br />
<br />
<br />
<b>2. Giannis Antetokounmpo, pivô</b><br />
<br />
É difícil realmente classificar <b>Giannis Antetokounmpo</b> com uma posição. Ele é um jogador de 2m11 que arma o jogo, protege o aro, e defende 5 posições. Que seja, ele JOGA nas 5 posições! Essa flexibilidade maluca é parte do que faz de Giannis um jogador tão bom, e tão importante para o <b>Bucks</b>. Que posição Giannis é, ou joga, depende muito mais das peças ao seu redor do que de quem ele realmente é, e podem ter certeza que isso vai gerar discussão na hora de votar o All-Star Game ou até os times All-NBA ao final do ano.<br />
<br />
Mas a posição que <b>Giannis </b>mais me intriga é jogando como pivô. Não da nem para chamar essas lineups de baixas - Giannis é mais alto do que vários dos pivôs da NBA, tem alcance maior que praticamente todos, e já se mostrou excelente protegendo o aro - mas as formações sem <b>Maker</b>, <b>Henson </b>ou <b>Monroe </b>que Giannis joga como pivô nominal, em geral cercado por arremessadores. O Bucks tem sido, naturalmente, cauteloso com essas formações, especialmente na temporada regular - você não quer expor Giannis a trombadas constantes no garrafão e taxar o físico da sua superestrela sem necessidade. Ao todo, Giannis jogou com pivô apenas 45 minutos na temporada.<br />
<br />
Ainda assim, é difícil não ver o que essas lineups tem de atraente. Giannis tem o tamanho e capacidade defensiva para executar o papel de um (bom) pivô do lado defensivo da quadra, então você não precisa sacrificar tanto nesse sentido. E ofensivamente essas lineups com Giannis e arremessadores são impossíveis de se defenderem normalmente: você pode ficar preso mantendo um pivô ou ala de força mais lento em cima de Giannis, o que é a receita para o desastre, ou então tentar esconder isso em um arremessador e tirar o protetor de aro de dentro do garrafão, onde Antetokounmpo faz a grande maioria dos seus pontos - e isso sem entrar no mérito do caos que um time assim cria em situações de transição, quando o adversário precisa em velocidade achar a marcação certa, abrindo assim espaços e criando missmatches que esse time pode explorar. Milwaukee não é um time grande nas alas, então essas formações não teriam muito tamanho, mas compensariam isso com versatilidade e velocidade. No papel, pode ser a base para um ataque extremamente explosivo.<br />
<br />
E a boa notícia é que, desde a chegada de <b>Eric Bledsoe</b> (e a partida de Greg Monroe) o <b>Bucks </b>tem dado mais espaço para essas formações com <b>Giannis </b>na posição 5 - dos 45 minutos que Giannis jogou na posição, 21 vieram desde a troca. A lineup com Bledsoe-<b>Brogdon</b>-<b>Snell</b>-<b>Middleton</b>-Giannis já jogou 16 minutos junta, e com bons resultados, incluindo um Net Rating de 3,5 e um Offensive Rating de 121,8 que destruiria o melhor ataque da liga (<b>Golden State</b>) por muito. A mesma formação, mas com <b>Dellavedova </b>no lugar de Bledsoe (a segunda mais usada), também tem igualmente destruído adversários do lado ofensivo da quadra. No jogo recente contra Boston foram essas lineups que colocaram o Bucks de volta no jogo, antes de Boston enfim abrir uma vantagem definitiva no final.<br />
<br />
Claro, a amostra ainda é muito pequena, e essas lineups também sofreram bastante defensivamente nesses minutos limitados (a defesa do Bucks é assunto para outro post). Mas é uma formação bastante interessante e promissora, e é muito bom ver Milwaukee começando a ficar mais confortável com essas lineups - e devem ficar ainda mais quando<b> Jabari Parker</b> voltar. Algo para se monitorar ao longo do ano.<br />
<br />
<br />
<b>3. Houston Rockets destruindo tudo pelo seu caminho</b><br />
<br />
O <b>Rockets </b>deveria ser uma história maior nesse início de temporada, e por algum motivo está escapando ao grande público. Esse time está FANTÁSTICO até aqui: Apenas <b>Boston </b>tem uma melhor campanha (e o mesmo número de derrotas); apenas <b>Golden State </b>tem melhor Net Rating e melhor ataque; apenas Boston e GSW tem melhor RPI. Seu Net Rating é um historicamente excelente 11,3. Eles estão destruindo times a torto e a direito. E, mais assustador, Chris Paul e James Harden estão mostrando um entrosamento excelente ainda muito cedo.<br />
<br />
Mas o que é realmente interessante é o quão bom o Rockets tem sido desde a volta de Chris Paul. Foram 8 jogos desde então, e 8 vitórias do Rockets com um <b><i>net Rating</i></b> insano de +20.0 por 100 posses de bola. Para referência, o <b>Warriors </b>lidera a NBA com +13.1, que já é um excelente número. Nesse tempo, o Rockets tem a melhor defesa E o melhor ataque da NBA, e suas duas estrelas estão jogando um basquete de outro nível: <b>Chris Paul</b> tem 14 pontos e 10 assistências de média, com 46 FG%, 46 3PT%, e menos de 2 turnovers por jogo.<b> James Harden</b> - que deveria ser hoje o favorito na briga pelo MVP - teve 33 pontos, 8 assistências e 48-43-93 nos arremessos. Claro, é uma amostra pequena e contra um calendário favorável, mas também uma mostra do quão assustador esse time pode ser.<br />
<br />
E o que faz de Houston tão bom e tão assustador é sua capacidade de manter o poder de fogo funcionado por 48 minutos sem interrupção. A dupla Harden-Paul dentro de quadra tem sido sólida jogando junta - +6.8 de <b><i>Net Rating</i></b> em 173 minutos com ambos em quadra. Uma marca boa, mas não espetacular dado que o Rockets como time tem +11.2 de<b><i> Net Rating.</i></b><br />
<br />
No entanto, esse não é o ponto. Ao contrário do Sixers, <b>Mike D'Antoni</b> tem buscado separar mais suas estrelas. Quando elas estão juntas, ótimo: o Houston ainda está chutando bundas. Mas a mágica do <b>Rockets </b>é que, quando um deles sai, o time ainda tem um armador de nível MVP para comandar seu ataque. A gente sabe repetidamente o que Harden é capaz de fazer conduzindo esse ataque do Rockets, especialmente agora que tem mais armas de bom nível (dos dois lados da quadra) do que nunca: <u>O Rockets tem <i><b>Net Rating </b></i>de +14,7 quando</u> <u>James Harden está em quadra sem Chris Paul</u>, um número que engloba os jogos que Paul ficou inativo.<br />
<br />
Mas esse não é o pulo do gato. O problema é que quando James Harden sai e <u>Paul entra para comandar o ataque no seu lugar, o Rockets tem um Net Rating de... erm... de +32.1</u>. Yep, 32,1. +66 de +/- em 94 minutos. Sim, esse é um número real. Claro que é um subproduto insustentável de uma amostra pequena contra um calendário fraco, mas é só assistir o jogo que é fácil de perceber o quão devastadora é a segunda unidade do Rockets com Paul no comando. Depois de anos jogando seu estilo favorito - ritmo lento, arremessos de meia distância, controle do jogo - é surreal o quão rápido Paul se adaptou ao ataque de D'Antoni e já tem total controle do jogo por lá. O <i>pace </i>do time com Paul é um dos mais rápidos da NBA, e CP3 está conduzindo esse ataque com perfeição mesmo sendo apenas seu nono (!!!) jogo em Houston. Paul enxerga todos os passes, todas as movimentações, e sabe exatamente o que fazer em todas as situações. Cerque isso com o esquema certo, as movimentações certas, e os jogadores certos, e você vai certamente ter um ataque infernal.<br />
<br />
E, acima de tudo, é isso que faz do Rockets tão bom: 48 minutos de inferno ininterruptos (exceto, bem, <i>garbage time</i>... que tem, alias, acontecido bastante), 48 minutos de um armador nível <b>Hall da Fama</b> (e nível alto mesmo dentro do Hall da Fama) comandando um ataque devastador famoso por destruir adversários. Você não vai ter um minuto para descansar até que a vantagem passe dos 20 pontos. Boa sorte tentando acompanhar essa dupla.<br />
<br />
Não da, nessa temporada, para falar de Golden State - o time está claramente jogando em terceira marcha e se poupando para os playoffs (existe algum potencial de 2001 <b>Lakers </b>aqui, diga-se de passagem). Nada que virmos até Abril indicará nada do seu nível real. Mas com o Rockets jogando nesse nível, não é absurdo sugerir que esse seja o time mais dominante da liga que vimos até aqui, com a volta de Chris Paul.<br />
<br />
Para a pós-temporada, os minutos dos reservas tende a diminuir, e fica mais fácil desmontar um ataque que depende de um jogador só - <b>Houston </b>vai precisar da combinação entre Harden e Paul mais do que dos minutos que as estrelas jogam separadamente. Até lá, é importante que as formações com CP3 e Harden estejam no seu melhor nível. Mas por enquanto, esse time é forte o suficiente, e tem talento suficiente, para varrer a temporada regular sem deixar vestígios, enquanto nós apreciamos um dos times mais divertidos e interessante dos últimos anos.Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-35117857202727587832017-12-01T11:59:00.000-02:002017-12-01T12:24:44.193-02:00Pontos de destaque dos times da NBA, parte II - O otimista<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://img.bleacherreport.net/img/images/photos/003/682/616/hi-res-6a7c5791f3eeba331823c66e68cd61a8_crop_north.jpg?h=533&w=800&q=70&crop_x=center&crop_y=top" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="533" data-original-width="800" height="266" src="https://img.bleacherreport.net/img/images/photos/003/682/616/hi-res-6a7c5791f3eeba331823c66e68cd61a8_crop_north.jpg?h=533&w=800&q=70&crop_x=center&crop_y=top" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i>Hora de agradecer por tudo que está dando certo - especialmente o joelho do Embiid</i></div>
<br />
<br />
Para quem não sabe, alguns anos atrás eu sofri um sério acidente envolvendo um <b>DeLorean</b>, um cavaleiro medieval, uma cruz de maçaranduba (o relatório da polícia diz mogno, mas eu discordo) e uma jacuzzi. O trauma me deixou com sérios problemas psicológicos, e entre eles está o surgimento de duas novas personalidades alternativas: <b>Jean</b>, a otimista; e <b>Javert</b>, a pessimista. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Normalmente as duas ficam controladas, mas como na quinta feira passada foi o <i>Thanksgiving </i>americano e não tivemos nenhum jogo de NBA sequer, meu sistema nervoso central decidiu se desligar por algumas horas e deixar os dois tomarem conta. Então eu fiz um pedido para cada um dos dois: para que escrevessem uma coluna cada um destacando algum ponto específico de cada um dos 30 times da NBA nesse começo de ano.<b> Então Javert escreveu uma coluna destacando um ponto negativo ou de preocupação para cada time</b>; <b>enquanto Jean escreveu uma coluna destacando um ponto positivo de cada um.</b><br />
<br />
<b><a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/11/pontos-de-destaque-dos-times-da-nba.html" target="_blank">Semana passada publicamos a coluna pessimista com os pontos negativos de cada time escrita pelo Javert</a></b>; então agora é <b>a vez da coluna a coluna otimista, com os pontos positivos, escrita pelo Jean.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<i>(Nota: A coluna foi escrita ao longo de vários dias, então algumas estatísticas podem estar desatualizadas).</i><br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
<br />
<div style="font-family: "times new roman"; text-align: justify;">
<div style="margin: 0px;">
--------------------------------------------------------------</div>
<div style="margin: 0px;">
<br />
Eu não sei vocês, mas eu adoro o caos que é o primeiro mês da temporada regular.<br />
<br />
Simplesmente é aquele momento em que nós não sabemos e temos certeza de nada, então tudo é possível. Talvez aquele time surpreendente vá cair por terra ao longo do tempo, mas isso ainda não aconteceu, e até acontecer esse time é uma ótima surpresa, divertida, envolvente. E aquele time que deveria ser bom mas está começando mal ainda tem muito tempo para se reerguer e voltar a disputar os playoffs, mas até acontecer fica pairando aquele mistério do que vai acontecer SE continuar mal... é uma época ótima tanto pra quem gosta de otimismo como para quem gosta de caos. As possibilidades são ilimitadas.<br />
<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
É claro, também é preciso ter cuidado quando tratamos de amostras pequenas. A narrativa é uma coisa, os sinais podem ser olhados, pequenas tendências analisadas, mas a 20 jogos ainda tem muito ruído estatistico, e muitas mudanças por acontecer. Quase nenhum time é o mesmo em Abril que éem Fevereiro, e não é em Fevereiro o time que é em Novembro. Nós demos apenas os primeiros passos, mais nada.<br />
<br />
Ainda assim, é interessante e instrutivo olhar mais de perto para alguns fatores dentro de cada franquia. Pequenas tendências, mudanças, novidades, pontos de esperança. <b>Então vamos passar rapidamente pelos 32 times da NBA e ver quais foram pontos que se destacaram nesses primeiros 40 dias de basquete.</b></div>
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<br />
<b>Atlanta Hawks</b><br />
<b><br />Taurean Prince</b> foi provavelmente o melhor calouro sobre o qual ninguém falou a respeito de 2017, mas o ex-jogador de <b>Baylor </b>terminou muito bem o ano passado e tinha grande esperanças para esse ano. A presença de jogadores como <b>Dennis Schroeder e Kent Bazemore</b> significa que Prince não precisa assumir o centro dos holofotes e carregar um time como outros jovens jogadores em processo de tanking, mas o segundo-anista tem sido impressionante mesmo assim.<br />
<br />
Prince parece muito mais confortável em um papel maior esse ano. Se em 2017 parecia ser só um futuro 3-and-D, Prince está mostrando mais capacidade e versatilidade acertando a cesta, e seu arremesso continua se desenvolvendo. Está dando mais assistências, conduzindo mais pick and rolls (que já compõem 16% do seu ataque) e mostrando uma noção surpreendente de quadra tanto para criar o próprio arremesso como para achar seus companheiros. Atlanta tem sido cuidadosa para não expor demais seus jogadores novos, o que parece uma tática certa nesse caso, mas ainda assim vai ser difícil manter Prince fora dos holofotes por muito tempo.<br />
<br />
<b><br /></b><b>Boston Celtics</b><br />
<b><br /></b>
Existe na NBA uma série de pequenos axiomas que costumam servir de "guias" na hora de calibrar as expectativas de um time no começo da temporada. "<i>Jogadores jovens costumam ser ruins e times que se fiam demais neles, também</i>"; "<i>Continuidade importa, e times com muitas mudanças demoram para engrenar</i>"; "<i>Você vai ter problemas defensivos se troca dois titulares (<b>Avery Bradley e Jae Crowder</b>) que são conhecidos por serem bons defensores</i>"; e principalmente, "<i>Um time vai sofrer se perder seu jogador mais caro e aquisição mais importante da offseason</i>".<br />
<br />
Mas depois de 21 jogos, <b>Boston </b>pegou todos esses axiomas e jogou pela janela, rumo a ter a melhor campanha da NBA. <b>Gordon Hayward</b>, o grande <i>free agent</i> trazido por Boston essa offseason, machucou com 5 minutos na temporada e deve ficar fora o ano todo; o <b>Celtics </b>emendou uma sequência de 16 vitórias seguidas mesmo assim, distribuindo sua carga para <b>Jayson Tatum</b> (19 anos) e <b>Jaylen Brown</b> (21) anos, que responderam mais do que à altura, lideram o time em minutos e tendo participação crucial do sucesso da franquia. Depois de retornar apenas QUATRO jogadores do time do ano passado, perder <b>Avery Bradley e Crowder</b>, e ter SEIS jogadores em contrato de calouro na rotação principal, o Celtics tem a melhor defesa da NBA (ajustando pelo ambiente de crescente foco ofensivo, uma das melhores dos últimos 30 anos), a melhor campanha, melhor RPI, e está chutando bundas a torto e a direito.<br />
<br />
Nenhum time que perdeu um All-Star, vários bons defensores, mudou o elenco inteiro e está dependendo tanto de jovens para produzir deveria ser tão bom, mas aqui estamos. <b>Kyrie Irving</b> está cada vez mais confortável no sistema de <b>Brad Stevens</b>, e sua química com <b>Al Horford </b>faz parecer que jogam juntos há anos. <b>Jaylen Brown</b> tem sido uma das revelações do ano, e <b>Jayson Tatum</b> joga com um veterano de 6 anos de NBA. <b>Horford </b>está jogando o melhor basquete da carreira. <b>Aaron Baynes, Daniel Theis, Semi Ojeleye </b>até <b>Shane Larkin</b>, Boston simplesmente acertou todas as transações que fez nessa offseason. E seu novo elenco - cheio de jogadores altos e versáteis, que consegue cobrir muito da quadra e trocar a marcação à vontade - está mostrando em quadra exatamente a visão que <b>Danny Ainge</b> tinha quando trocou Bradley e montou esse time. Boston pode ser o time do futuro no Leste, mas eles já chegaram no presente muito mais cedo - e mais forte - do que se esperaria.<br />
<br />
<b><br /></b><b>Brooklyn Nets</b><br />
<b><br /></b>
O <b>Nets </b>é um time ruim com uma perspectiva de futuro complicada devido à falta de escolhas de Draft (a sua desse ano ainda está em <b>Cleveland</b>) e de jovens de grande potencial no elenco (deve doer assistir<b> Jaylen Brown e Jayson Tatum</b> em <b>Boston</b>), mas eles tem algo a seu favor: eles estão cientes disso e planejando de acordo. Não existe (e a diretoria do Nets sabe disso) uma saída milagrosa para essa situação, então Brooklyn inteligentemente está olhando na outra direção: ao invés de ir atrás dos jogadores que não tem, e não tem condição de adquirir, o Nets está preocupado em criar uma base, uma cultura e um esquema tático que façam sentido, para depois preenchê-lo com as peças certas com o tempo.<br />
<br />
E <b>Kenny Atkinso</b>n, o técnico que o Nets escolheu para comandar esse processo, está conseguindo com muito sucesso fazer seu time jogar do jeito certo. Claro que o Nets ainda é ruim, mas assistindo os jogos fica claro que existe algo de funcional por trás. O time simplesmente joga o basquete que deveria jogar: o time faz boas movimentações, os jogadores consistentemente fazem as leituras certas, os passes certos, sabem quais os arremessos deveriam conseguir. Eles são o 5º time na NBA em drives por jogo, 13º em passes por jogo, o 2º time que mais chuta de 3, E o 2º time que mais bate lances livres - eles sabem o que estão fazendo em quadra.<br />
<br />
O problema é que os jogadores que estão lá não são bons o suficiente para executar tudo isso em alto nível, mas esse é o próximo passo. Brooklyn encheu seu time de veteranos (<b>Allen Crabbe, DeMarre Carroll</b>) que fazem sentido para ajudar esse esquema a se desenvolver, enquanto apostam em jogadores talentoso (<b>Spencer Dinwiddie, Joe Harris</b>) que fazem sentido dentro dessa forma de se jogar. É muito mais fácil achar uma escolha na segunda rodada ou uma barganha na <i>free agency</i> se você sabe exatamente o que espera para o jogador que vai ser encaixado no seu time (como <b>San Antonio, Golden State e Boston </b>estão nos lembrando constantemente). E essa é a vantagem de se ter já esse sistema e essa cultura no lugar, e isso que o ótimo Atkinson e a boa diretoria encabeçada por <b>Sean Marks</b> estão implementando com sucesso. O processo ainda é longo e as vitórias demorarão a vir, mas existe algo de encorajador acontecendo no Brooklyn.<br />
<b><br /></b>
<b><br /></b><b>Charlotte Hornets</b><br />
<b><br /></b>
Uma das minhas histórias favoritas desse começo de ano tem sido o crescimento de <b>Jeremy Lamb</b> em <b>Charlotte</b>. Depois de passar praticamente toda sua carreira como um reserva de pouca expressão, Lamb enfim explodiu esse ano em um papel maior, iniciando boa parte do ano como titular na ausência de <b>Nicolas Batum</b> e mostrando um jogo bem mais avançado do que antes.<br />
<br />
Lamb tem média de 16 pontos em 29 minutos por jogo, a segunda melhor marca no Hornets depois de<b> Kemba Walker</b>. Mas o mais interessante é o quanto Lamb tem mostrado em áreas que antes não eram uma força: o ala do Hornets está chutando sólidos 37,3% de três pontos no ano (32,4% na carreira) em um número alto de tentativas (4 por jogo), está atacando a cesta e cavando faltas com mais frequência do que nunca (3.8 FTs por jogo, quase o dobro de 2017) e, mais importante, tem mostrado um novo nível conduzindo pick and rolls e atacando a partir do drible que tem sido crucial para o Hornets tentando sobreviver sem Batum: Lamb tem média de 0.93 pontos por posse de bola conduzindo um pick and roll (72nd percentil da NBA) e dando 3.4 assistências por jogo, mais do que triplicando sua média da carreira (1.1).<br />
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Essa melhora em todas as áreas do jogo de Lamb fez dele um reserva pouco utilizado para um jogador crucial para Charlotte: Depois de ser apenas 8th em minutos por jogo no time em 2017, Lamb agora é o terceiro atrás de <b>Dwight </b>e Kemba Walker, e o Hornets tem destroçados adversários quando Lamb e Kemba jogam juntos ao tom de + 10.5 de Net Rating, que seria equivalente à segunda marca da NBA (<b>Rockets</b>). Lamb foi para o banco depois da volta de Batum, mas ainda tem jogado minutos de titular, e o Hornets sabe o quão importante é o bicampeão universitário para suas pretensões na temporada. Muito legal ver um dos meus jogadores universitários favoritos enfim ganhando seu espaço na NBA.<br />
<b><br /></b>
<b><br /></b>
<b>Chicago Bulls</b><br />
<b><br /></b>
Trocar seu melhor jogador por pouco, como fez o <b>Bulls</b>, sempre vai gerar muitas derrotas e descontentamento de curto prazo. É inevitável. <b>Jimmy Butler</b> foi o que manteve o Bulls vivo em 2017, e sua saída - previsivelmente - transformou Chicago no pior time da NBA em 2018. Mas um dos motivos pelos quais esse cavalo morto não tem sido mais tão chutado é a performance do calouro <b>Lauri Markkanen</b>, que também foi bastante criticado quando foi escolhido no #7.<br />
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Os números do finlandês não saltam tanto aos olhos - 14 pontos, 8 rebotes, 40 FG%, 35 3PT% - mas é óbvio que o Bulls não está jogando pelo hoje, e sim pelo futuro, e o que Lauri tem mostrado nesse sentido tem sido bastante encorajador. O arremesso de fora já era conhecido, mas Markkanen tem mostrado mais em quase todas as outras áreas: seu arremesso tem enorme versatilidade (pull ups, vindo de screens, etc), seus rebotes estão melhores do que o esperado, e Lauri está mostrado bem mais habilidade botando a bola no chão e criando arremessos do que parecia ter. Até sua tão criticada defesa parece melhor na NBA: Markkanen não é (e provavelmente não será) um protetor de aro, mas tem mostrado pés ágeis quando precisa trocar a marcação e acompanhar jogadores menores no perímetro. Não é <b>Ben Simmons</b>, mas sem dúvida é um raio de esperança no que promete ser uma difícil reconstrução para o Bulls.<br />
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<b><br /></b><b>Cleveland Cavaliers</b><br />
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As vezes eu sinto que não estamos falando de <b>LeBron James</b> tanto quanto deveríamos. Eu sei que LeBron já está naquele nível que tomamos sua grandeza por garantida e por isso ela para de nos impressionar, mas não deveria. Esse é o ano 15 para LeBron na NBA. Ele tem 33 anos, 1300 jogos e 51.000 minutos (contando playoffs) nas costas. Qualquer ser humano normal estaria começando a olhar para a descendente.<br />
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Mas LeBron? Ele está anotando 28.5 pontos, 8.6 rebotes, 7,5 assistências por jogo enquanto arremessa 58% de quadra e 42% de três pontos, e fazendo tudo isso enquanto é segundo na NBA em PER e segundo em minutos por jogo atrás de <b>Giannis </b>(o que, diga-se de passagem, é absurdamente irresponsável por parte do time). Ele está carregando nas costas um <b>Cavs </b>desfigurado que perdeu seu segundo melhor jogador (<b>Kyrie</b>), viu <b>Jae Crowder </b>voltar a ser uma abóbora, perdeu <b>Tristan Thompson</b> por lesão, e esteve contando com minutos de<b> Rose, Wade, Jeff Green e Jose Calderon </b>para ter uma rotação. É uma temporada fantástica de um dos melhores jogadores de basquete que jamais pisaram sobre essa Terra sob qualquer ótica possível. Apreciem LeBron James enquanto é tempo.<br />
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<b>Dallas Mavericks</b><br />
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No último sábado, dia 25/11, o <b>Mavericks </b>enfrentou o <b>Thunder </b>em Dallas, e fomos brindados com uma performance quase vintage de <b>Dirk Nowitzki</b>: uma série de bolas longas, fakes, giros, fadeaways, e é claro, um dos arremessos mais bonitos da história da NBA. Foi lindo de se ver, um lembrete sobre como era e as vezes ainda é fantástico assistir a um dos melhores e mais únicos jogadores da história da NBA.<br />
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Então ao invés de falar sobre a temporada do Mavericks, vou simplesmente deixar vocês com esse mix do Dirk para lembrarmos enquanto é tempo.<br />
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Sentiremos muito sua falta, Dirk.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/wiKwbS2Nb0o/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/wiKwbS2Nb0o?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
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<b>Denver Nuggets</b><br />
<b><br /></b>
Múltiplas lesões, dispensas, movimentações, excesso de jogadores em uma mesma posição, e por ai vai - todos esses fatores tornaram quase impossível para o <b>Denver </b>ter uma rotação estável. Apenas UMA lineup do time jogou mais do que 150 minutos junta no ano inteiro. Ou mais do que 120 minutos o ano inteiro. Ou 100 minutos o ano inteiro. Ou CINQUENTA minutos junto o ano inteiro. É isso ai, a segunda lineup mais usada pelo Denver jogou junto apenas QUARANTA E QUATRO minutos TOTAIS ao longo do ano. Você vai ter muita dificuldade para montar um time quando isso acontecer.<br />
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A boa notícia é que essa lineup que é exceção - a titular do time antes da lesão de <b>Millsap </b>e que jogou junta por 224 minutos - tem sido realmente uma das mais divertidas de se assistir da NBA, e uma das mais dominantes. Muitas vezes nos jogos do <b>Nuggets </b>o time tem problemas com a armação de jogadas, com falta de espaçamento, com a falta de entrosamento... mas quando esses cinco - <b>Murray, Harris, Chandler, Jokic</b> e Millsap - jogam juntos é como se um raio luminoso viesse e focasse no <b><i>Pepsi Center</i></b>. Essa lineup não tem praticamente nenhuma das falhas que as outras apresentam: eles NUNCA cometem <i>turnovers </i>(o que é significativo, considerando que Denver é o segundo time com mais turnovers na NBA), passam a bola com facilidade (seriam #4 em AST% na NBA), pegam rebotes feito maníacos (53,5% em % de rebotes, que seria a melhor marca da liga) e parecem que jogam juntos faz cinco anos. Eles bombardeiam bolas de três livres, rodam a bola, sabem quando cortar e quando sair para o perímetro, se movimentam sem a bola, e destroem times dos dois lados da quadra: esses cinco juntos tem um<i> Offensive Rating</i> de 112.5 (seria #2 na NBA, à frente de Houston) e 100.5 de<i> Defensive Rating</i> (seria #4 na NBA logo atrás de Utah), o que da um Net Rating de 12,0 equivalente ao <b>Golden State Warriors</b> como time.<br />
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O Nuggets tem problemas quando esse quinteto (e em especial o trio Murray-Jokic-Millsap) se separa, e com a lesão de Millsap deve demorar um pouco para voltarem a jogar juntos. Isso vai significar mais mudanças, mais experimentos, e mais lineups que não funcionam tão bem - o que deve render sofrimento no curto prazo, mas vai ajudar esse time a encontrar as "outras lineups" para funcionar em torno dessa principal. Ainda assim, é uma lineup que nos da um gostinho do quão bom esse time pode ser quando tudo está encaixando, e um enorme prazer de ver jogar.<br />
<b><br /></b>
<b><br /></b><b>Detroit Pistons</b><br />
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Se eu tivesse um voto para o <i>Most Improved Player</i> - o jogador que mais evoluiu na temporada - certamente ele iria hoje para <b>Andre Drummond</b>. Imagino que hoje <b>Porzingis </b>seja o favorito ao prêmio, mas meu voto seria para o pivô do Pistons. Depois de ano sendo um jogador talentoso mas que nunca tinha realmente juntado isso em uma atuação consistente e dominante (e inclusive <a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/04/premios-da-temporada-201617-da-nba_29.html" target="_blank">ser nomeado pelo chefe o Jogador Menos Valioso de 2017</a>), Drummond melhorou quase todos os aspectos do seu jogo e enfim está parecendo a estrela que prometia desde que chegou à NBA.<br />
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O que chama a atenção é o aproveitamento nos lances livres, que passou de patéticos 38,6% para decentes 61,8% esse ano. Isso permite a Drummond ficar mais tempo em quadra (especialmente no final de jogos) e igualmente mais tempo com a bola nas mãos, sem precisar ter medo de sofrer uma falta intencional. Ao invés de precisar se livrar rápido da bola e definir a jogada com pressa, Drummond agora pode tomar seu tempo e fazer as jogadas pensadas, o que liberou todo seu jogo.<br />
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Drummond esse ano mais do que triplicou (de 4,7% para 16,1%) seu AST% e viu suas assistências por jogo subirem para impressionantes 3,5. Ano passado Drummond não era remotamente capaz de dar passes com esse aos 14 segundos do vídeo abaixo...<br />
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... mas agora eles fazem parte da sua rotina em quadra e da forma do Pistons de atacar. Drummond também trocou muitos de seus horríveis lances de costa para a cesta (post ups compunham 27% das suas posses totais em 2017 e caíram para apenas 10% esse ano) por jogadas mais eficientes e que não precisam congelar todo o ritmo ofensivo do time, e principalmente por mais toques na cabeça do garrafão, que ajudam a abrir espaço para o resto da equipe e estão abrindo sua habilidade nos passes. Defensivamente, Drummond ainda consegue usar seu tamanho e atleticismo para causar estrago com tocos e roubos, mas ele está muito mais inteligente esse ano em como se posicionar, ignorando os "disfarces" das jogadas adversárias e se concentrando na ação que realmente importa, e que ele realmente precisa defender. Drummond tem sido uma revelação em tantos aspectos esse ano que chega a parecer outro jogador, e tem sido uma parte crucial do sucesso do Pistons em 2017/18.<br />
<br />
(Para mais detalhes, recomendo esse texto do ótimo<a href="https://twitter.com/crabdribbles" target="_blank"> Scott Rafferty</a> -> https://t.co/cK2WSWeaQd)<br />
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<br />
<b>Golden State Warriors</b><br />
<br />
Vamos contar:<br />
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- #1 em ataque<br />
- #5 em defesa<br />
- #1 em Net Rating<br />
- #2 em RPI<br />
- #1 em AST%<br />
- #1 em TS%<br />
- #1 em eFG%<br />
- Tudo isso com o calendário mais difícil do Oeste até aqui.<br />
<br />
Eu sei que é tentador olhar o <b>Warriors </b>em uma noite preguiçosa de temporada regular e tentar achar que estão em decadência ou em crise, mas seus dados avançados estão quase no nível que estavam ano passado, e saudável esse ainda é o time a ser batido na NBA.<br />
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<b><br /></b><b>Houston Rockets</b><br />
<b><br />Houston </b>é uma maiores surpresas do começo de temporada, com o segundo melhor Net Rating, segunda melhor campanha e segundo melhor ataque da NBA. <b>Harden </b>está jogando em nível MVP, e <b>Chris Paul</b> parece totalmente confortável em quadra. Não poderiam pedir um começo melhor.<br />
<br />
E um aspecto específico que tem sido bem interessante nesse início do Rockets é o uso das suas lineups de small ball. E eu não digo small ball no sentido antigo de "sem um ala de força ou pivô de origem", embora essas também tenham sido ótimas para Houston - o time do Texas tem um Net Rating de +13.1 quando <b>Ryan Anderson</b> está em quadra sem <b>Clint Capela</b>.<br />
<br />
Mas as que mais me interessaram são aquelas que são REALMENTE small ball, com <b>Mbah a Moute </b>ou <b>PJ Tucker</b> jogando de pivô e um exército de arremessadores ao redor. Houston ainda não está usando essas lineups com muita frequência - apenas 16 minutos até aqui - mas nesses minutos elas tem destruídos times durante curtas sequências, com um Net Rating de +16,4 nesses minutos. São em geral lineups capazes de trocar a marcação entre 4 ou 5 posições, e com Tucker e Mbah a Moute bombardeando bolas de longa distância com sólido <b>aproveitamento </b>fica dificílimo marcar essas unidades. Elas lembram, na verdade, a lineup da Morte do Warriors à sua própria maneira. Vai ser interessante acompanhar se Houston continua usando esses grupos, e se vai ser uma arma a ser usada contra Golden State caso os dois favoritos do Oeste venham a se cruzar nos playoffs.<br />
<b><br /></b>
<b>Indiana Pacers</b><br />
<br />
A troca de<b> Paul George</b> por parte do<b> Indiana Pacers</b> está parecendo muito melhor hoje em dia, não?<br />
<br />
Alguns meses depois do dia que <b>Kevin Pritchard</b> quase explodiu a internet, eu tenho 100% de certeza que OKC ainda faria essa troca 10 de 10 vezes, mas a impressão cada vez mais é que o Pacers não foi roubado como pareceu à primeira vista. E isso porque as duas aquisições do time na troca estão jogando melhor do que jamais jogaram em <b>OKC </b>ou <b>Orlando</b>.<br />
<b><br /></b>
<b>Victor Oladipo</b> em particular tem sido uma revelação. Jogando no ritmo de jogo veloz desse ano Oladipo enfim está conseguindo mostrar toda sua agilidade e velocidade, e tem sido imparável na quadra aberta. Com 23 pontos, 5 rebotes e 4 assistências de média e 54 eFG%, Oladipo está tendo de longe a melhor temporada da carreira dos dois lados da quadra, e deve receber alguma atenção na hora de definir os participantes do Leste no All Star Game.<br />
<b><br /></b>
<b>Domatas Sabonis</b> também está mostrando em Indiana uma promessa que não mostrou quando era refém de<b> Russell Westbrook</b> em OKC. Sabonis chegou à NBA com seus maiores atrativos sendo seu jogo no garrafão, os passes e os rebotes, o tipo de jogador que foi feito para jogar de pivô na NBA moderna. E seu primeiro ano em OKC foi basicamente ficar na zona morta esperando um passe e arremessando de três - não a toa não conseguiu mostrar todo seu talento por lá.<br />
<br />
Em Indiana - e especialmente sem<b> Myles Turner</b>, o que permitiu a Sabonis jogar de pivô - o filho da lenda do basquete soviético tem mostrado seu jogo completo, dominando o garrafão com seu jogo de pernas, inteligência nos passes, e dominação nos rebotes. Sabonis tem esse ano médias de 13-9-2,5 com 55 FG%, depois de ter 6-4-1 e 40 FG%. E seus números são aida melhores considerando quando jogou sem Myles Turner, como pivô titular do time: 14-11-3 com 60 FG% durante 9 jogos, e em geral o ex-astro de Gonzaga tem médias de 18 pontos, 13 rebotes e 4 assistências por 36 minutos quando joga sem Turner. Nesses minutos, o Pacers tem um Net Rating de +5.8, que seria a quinta melhor marca da NBA. Um jogador muito melhor e mais promissor do que sua avaliação quando foi adquirido de OKC.<br />
<br />
Nem Oladipo nem Sabonis parece ser o tipo de estrela em torno do qual você constrói uma franquia, mas considerando o papo de que o Pacers não tinha conseguido nada de valor pela sua estrela, o começo de ano da dupla é encorajador, e estão ajudando o Pacers a se manter competitivo num surpreendente Leste. O próximo desafio: achar uma forma de <a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/11/pontos-de-destaque-dos-times-da-nba.html" target="_blank">fazer Sabonis e Turner jogarem juntos em quadra.</a><br />
<br />
<br />
<b>Los Angeles Clippers</b><br />
<b><br /></b>
É impossível achar um ponto positivo na temporada do <b>Clippers</b>, um time sólido e divertido no papel que viu sua temporada acabar cedo com lesão atrás de lesão para seus principais jogadores. O Clippers agora está 8-12 e lidando com mais uma lesão no joelho de <b>Blake Griffin</b>, o ano parece perdido, e o futuro cada vez mais duvidoso.<br />
<br />
Então... hm... e ai pessoal, já viram o <a href="https://www.youtube.com/watch?v=6ZfuNTqbHE8" target="_blank">novo trailer de Guerra Infinita</a>?! Parece fantástico!!<br />
<b><br /></b>
<b><br /></b>
<b>Los Angeles Lakers</b><br />
<br />
A defesa de<b> Los Angeles</b> caiu para #8 na NBA recentemente depois de chegar a ser a terceira melhor da liga em certo ponto, mas ainda assim é de se impressionar com a eficiência do <b>Lakers </b>do lado defensivo da quadra. Esse é o mesmo Lakers que foi a PIOR defesa da NBA um ano atrás! Ter uma defesa Top10 para começar o ano é um grande passo à frente - e um bastante inesperado.<br />
<br />
E mais impressionante ainda é o Lakers conseguir isso com praticamente só dois bons defensores no seu elenco (três se contar <b>Julius Randle</b> motivado, o que tem acontecido mais do que o normal esse ano) em <b>KCP e Brandon Ingram</b>. Essa sólida defesa para começar o ano tem vindo não do talento individual dos seus defensores mas sim do seu esforço coletivo, o que é sempre um bom lembrete de que defender na NBA moderna NUNCA é apenas individual. Esse time, pura e simplesmente, sabe o que está fazendo na defesa: os jogadores são capazes de trocar marcação entre várias posições, são bastante ativos nas linhas de passe e nas rotações, jogam duro e com vontade, lutam contra pick and rolls, e mostram uma noção geral boa do que devem fazer. Essa defesa ser #8 não é por acaso.<br />
<br />
Parte disso não é sustentável, e alguma regressão já começou: O Lakers tem muita dificuldade em conter penetração a partir do drible (especialmente na posição de armador); eles enfrentaram um calendário bem fácil (7th mais fácil da liga); seu perfil de arremessos não é o ideal (só <b>Milwaukee </b>cede mais arremessos perto do aro); e seus adversários ainda estão acertando um percentual abaixo do normal de arremessos livres, o que é geralmente insustentável. Tudo indica que esse número ainda deve cair do oitavo lugar.<br />
<br />
Mas ainda assim, esse time não chegou ao #8 por acaso. Ninguém chega. Esse número e as boas performances defensivas são um testamento não só ao trabalho de<b> Luke Walton</b>, mas também ao quão duro e investido esse elenco está jogando esse ano.<br />
<br />
<b><br /></b><b>Memphis Grizzlies</b><br />
<b><br /></b>
Em meio a um desastroso início de temporada, um ponto positivo é que <b>Memphis </b>achou mais um jogador decadente e não desejado para reviver a carreira e mostrar pro mundo que consegue reabilitar QUALQUER jogador do planeta: <b>Tyreke Evans</b>.<br />
<br />
Engraçado pensar hoje que Tyreke foi Calouro do Ano sobre <b>Steph Curry e James Harden</b> em 2009, e considerado uma grande estrela do futuro. Mas a cada ano que passava Harden parecia piorar um pouco, as lesões continuavam se sucedendo, e sua falta de arremesso e estilo de jogo individualista começaram a se destacar negativamente cada vez mais em uma NBA que caminhava na direção oposta. Seu espaço foi minguando, e chegou ao ponto que Tyreke teve que assinar um contrato de 1 ano, 3 milhões para tentar reconstruir seu valor na NBA.<br />
<b><br /></b>
Mas Reke parece ter escolhido o lugar certo para isso. Em 20 partidas, Evans vem tendo talvez o melhor ano da sua carreira. São 18 pontos, 5 rebotes e 3.5 assistências por jogo em apenas 28 minutos vindos do banco de reservas, e tem sido crucial para ancorar as rotações vindas do banco de reservas, especialmente com <b>Mike Conley</b> machucado. E, talvez mais importante, Evans parece ter se reinventado como um bom arremessador: está acertando 42% das suas bolas de longa distância em um alto número de tentativas (4.3 por jogo). Não é a estrela que parecia ser quando calouro, mas sem dúvida o Tyreke Evans desse ano é um sólido jogador de NBA. Uma evolução e volta por cima que fazem dele hoje o provável líder na corrida pelo prêmio de Sexto Homem do Ano.<br />
<b><br /></b>
<b><br /></b>
<b>Miami Heat</b><br />
<b><br /></b>
Discretamente, <b>Kelly Olynyk</b> está se provando uma das mais interessantes contratações da última janela de transferências, e já é hora do pivô ganhar mais minutos em quadra. Ele é apenas o oitavo jogador com mais minutos no time do <b>Miami Heat</b> (em parte porque divide a posição com <b>Hassan Whiteside</b> e quase não tem sido usado de ala de força), mas ele é o jogador que tem sido o diferencial para Miami quando está em quadra, especialmente comandando lineups vindas do banco.<br />
<br />
Miami tem uma defesa decente, um time que sabe onde estar e o que fazer desse lado da bola, mas o ataque tem sido uma desgraça (quinto pior da NBA) e parece só encontrar vida quando Olynyk está em quadra provendo espaçamento com suas bolas longas (47 3PT% na temporada, o que deve cair um pouco ainda). Ainda que a maioria disso seja contra reservas, quando o pivô está em quadra o jogo fica mais aberto, os armadores de Miami conseguem realizar suas infiltrações e fazer a bola rodar até o lugar certo, e Miami pontua no nível de um ataque Top8 da NBA. Quando vai pro banco? O ataque de Miami vira basicamente o ataque do <b>Kings</b>, segunda pior marca da NBA, com 96.6 pontos por 100 posses de bola anotado. Miami tem muitos outros problemas para resolver, mas começar a dar mais minutos para Olynyk pode ser um ponto de partida.<br />
<br />
<b><br /></b>
<b>Milwaukee Bucks</b><br />
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A impressão é que esse é um assunto todo ano, mas um inevitável simplesmente porque <b>Giannis Antetokounmpo </b>continua evoluindo. O grego deu um salto de qualidade me 2016... depois outro em 2017, quando foi 2nd Team All NBA e ganhou o prêmio de MIP... e agora em 2018 parece ter dado mais um salto de qualidade que nos faz o quão bom Giannis - que tem apenas VINTE E DOIS ANOS de idade - vai realmente ser algum dia.<br />
<br />
Esse ano Giannis simplesmente atingiu um novo nível, principalmente como pontuador. Se não tinha dúvidas de que Giannis já era uma superestrela, agora Antetokounmpo já está sendo discutindo entre os 10, talvez 5 melhores da NBA, e com razão. Giannis ainda não tem um bom arremesso, mas a verdade é que isso simplesmente não importa: ele consegue chegar até o aro quando quer graças a seus braços gigantes e seu controle do corpo, e quando Giannis consegue espaço ele é imparável: o grego tem média de 30 pontos por jogo em incríveis 56 FG% e está cavando faltas no melhor ritmo da carreira. Seus rebotes também estão no melhor nível da vida (10.2 por jogo), sua defesa continua excelente e destrutiva, e atualmente ninguém na liga inteira tem PER melhor que os 31.7 de Giannis.<br />
<br />
E o <b>Bucks </b>ainda é extremamente dependente da sua grande estrela. Com Giannis em quadra, o Bucks tem basicamente uma defesa média e um ataque equivalente ao sexto melhor da NBA, o que da um Net Rating de +3.3 - marca que seria a sétima melhor da NBA. Mas quando Antetokounmpo senta, Milwaukee despenca para o terceiro pior ataque da NBA, a pior defesa da liga, e um Net Rating de -11.4. Apesar de todo o talento em Milwaukee, existe uma falta de padrão para ser bem usado,e muito do que esse time ainda faz é confiar no talento descomunal de sua estrela para carregar o piano dos dois lados da quadra - e é um testamento para o quão bom Giannis já é o fato de que ele está conseguindo.<br />
<br />
<br />
<b>Minnesota Timberwolves</b><br />
<b><br /></b>
Para um time cujas peças não se encaixavam muito bem, que poderia ter problemas de espaçamento e muitos jogadores que seguram demais a bola e gostam de centralizar o jogo, <b>Minnesota </b>começou muito bem a temporada ado lado ofensivo da bola, tendo o quinto melhor ataque da liga rumo a uma campanha de 13-9 até aqui.<br />
<br />
O mais engraçado é que Minnesota AINDA tem problemas de espaçamento e não arremessa bolas de três pontos - é o segundo time com menos bolas longas na temporada - e é abaixo da média em quesitos como % de assistências e passes por jogo, que são indicadores de jogo coletivo. Minny está basicamente tendo sucesso com a tática<b> Toronto Raptors</b>: diminua o ritmo de jogo, não sofra turnovers, aproveite cada posse de bola, consiga um monte de lances livres e aproveite o talento individual de suas estrelas ao máximo (e como bônus adicional também estão dominando os rebotes ofensivos, pegando 26% dos seus próprios erros, quarta melhor marca da liga).<br />
<br />
Por um lado, é encorajador ver que Minny está conseguindo ter um excelente ataque mesmo com todos os problemas que se esperava que tivesse nessa adaptação, e da esperança para o que esse time virá a ser desse lado da quadra quado conseguir integrar todo seu talento. Por outro, precisam trabalhar agora até o final do ano para capitalizar em cima disso e continuar desenvolvendo um ataque mais fluido e diversificado, para não chegar em Abril e acontecer o que todo ano acontece com o ataque de Toronto nos playoffs.<br />
<b><br /></b>
<b><br /></b><b>New Orleans Pelicans</b><br />
<br />
Uma das grandes perguntas que ficou na NBA ao final do ano passado dizia respeito ao <b>Pelicans </b>e sua dupla de estrelas, <b>Davis e Cousins</b>: é possível um time da NBA render em alto nível no basquete moderno com um time construído ao redor de dois jogadores de garrafão, nesse momento em que todo mundo está tentando jogar mais baixo e focando no perímetro. E até aqui, a resposta parece ser que sim.<br />
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No agregado, o Pelicans está 11-10 na temporada com <i>Net Rating</i> de -0.2 (17th no ano) - bem médio. Mas isso diz mais sobre a falta de talento e a montagem irregular desse elenco do que sobre a capacidade do time jogar com dois jogadores de garrafão. Na verdade, quando Davis e Cousins estão juntos em quadra, o Pelicans tem um Net Rating de +4.3, marca que colocaria New Orleans como o sexto melhor time da NBA. O principal problema é realmente quando Davis senta e Cousins comanda as lineups vindas do banco: -10.5 por 100 posses de ola quando Cousins joga sem <b>Anthony Davis.</b><br />
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Esse sucesso com dois pivôs vem não só do enorme nível de talento de Cousins e Davis, mas sim pelo fato dos dois serem jogadores com características bastante modernas: Cousins evoluiu em um arremessador de três pontos respeitável, e Davis também tem boa eficiência no seu arremesso, ainda que ele ainda não se estenda tanto até a linha de 3, o que abre espaço em quadra. Ambos são muito bons batendo bola e podem fazer tanto o papel do ball handler como o do screener em um pick and roll, muitas vezes juntos (Cousins anota 0,9 PPP quando conduz um pick and roll, marca no 70th percentil dos jogadores da NBA), e são capazes de destruir qualquer defensor menor que acabe por defendê-los, o que impede trocas de marcação.<br />
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Isso tudo permitiu que a comissão técnica do Pelicans ficasse bastante criativa com a forma de usar seus jogadores. É muito comum ver o Pelicans usando jogadas normalmente desenhadas para liberar os armadores, vindo de corta-luz fora da bola por exemplo... só que New Orleans inverte essas jogadas e usa seus PIVÔS para receber essas jogadas, o que confunde totalmente a marcação e, quando bem executado, torna o time praticamente impossível de defender. Davis e Cousins tem as habilidades de perímetro para fazer funcionar e dar continuidade a essas jogadas; times não estão acostumados a defender essas jogadas com as pessoas que normalmente marcariam esses dois jogadores; e tanto Davis como Cousins vai punir qualquer troca de marcação. Não funciona sempre, mas quando funciona, é realmente muito legal de se ver - eu pessoalmente adoro esses times e jogadas que fogem do padrão que estamos acostumados, e nos mostram novas possibilidades.<br />
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New Orleans não tem talento e arremessadores suficientes no time para maximizar Davis e Cousins ainda, mas o time parece ter provado uma coisa: de que ambos podem funcionar jogando juntos. Com Cousins perto de se tornar agente livre, essa é uma informação preciosa para se ter e que pode definir o futuro da franquia.<br />
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<b><br /></b><b>New York Knicks</b><br />
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Todo mundo sabia que <b>Kristaps Porzingis</b> era bom, mas escondido atrás de <b>Carmelo Anthony</b> em um desastroso esquema era difícil saber exatamente o quanto.<br />
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Mas agora como indiscutível foco do time finalmente estamos conseguindo ver o letão atingindo seu potencial, e é glorioso. Porzingis está tendo média de quase 26 pontos por jogo com excelentes níveis de eficiência (46,7 FG%, 39,8 3PT%, 84,1 FT%) e sendo alvo frequente de marcações duplas e triplas. Sério, como você marca Porzingis? Ele tem excelente domínio de bola para um grandalhão e é mais do que capaz de colocar a bola no chão e dar um ou dois dribles para abrir espaço; ele é muito ágil e atlético, com um pouco de espaço para engatar a marcha ele consegue atingir o aro e finalizar com muita facilidade; seu jogo de costas para a cesta continua se desenvolvendo (Porzingis está com média de 1,06 PPP em jogadas de post up, no 78th percentil da NBA); e se nada disso der certo, ele pode simplesmente arremessar por cima de você. Porzingis tem 2m21 (7'4) com um excelente arremesso que se estende até a linha dos 3 pontos e tem um alto ponto de lançamento - nenhum jogador na NBA vai bloquear isso.<br />
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Porzingis está maturando em uma das maiores armas da NBA, um pivô e extremamente atlético alto capaz de proteger o aro (lidera a NBA pelo segundo ano seguido em aproveitamento dos adversários perto do aro) e ser uma força imparável no ataque, capaz de espaçar a quadra (39,8 3PT%), atacar a cesta, punir trocas e basicamente pontuar como quiser. Ele manteve praticamente sozinho o que deveria ser um péssimo time do <b>Knicks </b>vivo no Leste e sonhando com playoffs. O Knicks tem o Net Rating do quinto melhor time da NBA (+4.7) quando Porzingis está em quadra e do quinto pior (-6.6) quando ele está no banco. Tire Porzingis desse time e eles estão brigando pela primeira escolha do Draft. Com o letão, não é absurdo imaginar esse time jogando na pós-temporada quando Abril chegar.<br />
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<b>Oklahoma City Thunder</b><br />
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O <b>Thunder </b>tem sido uma das maiores decepções do começo de ano, com uma campanha de 8-12 e três derrotas seguidas desde sua convincente vitória sobre Golden State. O novo <i>Big Three</i> de OKC não começou bem sua trajetória em Oklahoma.<br />
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No entanto, os números pintam uma história diferente. É há muito tempo conhecido que vitórias e derrotas não são a melhor maneira de se avaliar o nível de performance de um time. Uma melhor, por exemplo, é ver qual o saldo de pontos (ou o famoso <i>Net Rating</i>, saldo de pontos por 100 posses de bola) do time. Outra é avaliar o perfil das vitórias e derrotas - jogos decididos por menos posses de bola tendem a ser mais aleatórios e dizer menos sobre o nível de jogo dos times, enquanto vitórias ou derrotas por margens largas tendem a indicar uma diferença de nível maior.<br />
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Então a boa notícia é que esse dois fatores são bem favoráveis ao Thunder. Em 20 jogos, OKC tem um Net Rating +2,4, que seria a oitava melhor marca da NBA. Analisando o perfil de jogos do Thunder, isso fica ainda mais claro: das suas 12 derrotas, 10 delas foram por 8 pontos ou menos, e cinco delas por 4 pontos ou menos. Das 8 vitórias, nenhuma por menos de 9 pontos, e 7 delas por pelo menos 13 pontos. Em outras palavras, OKC está ganhando seus jogos por muito e perdendo por pouco - em teoria, ao longo do tempo a variância nas derrotas apertadas tende a nivelar, e esses jogos (especialmente os decididos por 4 pontos ou menos) tendem a ser quase 50% de vitórias. Esse perfil indica que OKC está jogando acima do nível do seu total de vitórias, e com o tempo isso deve melhorar.<br />
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(Javert me pediu para incluir essa observação: Vale citar que OKC teve a sexta tabela mais fácil da NBA e que seus números gerais de saldo de pontos estão distorcidos por causa de alguns massacres sobre os piores times da NBA, em especial o <b>Bulls</b>)<br />
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Também vale observar que, apesar do seu Big Three estar encontrando dificuldades para render como esperado junto, eles não estão de forma alguma mal: o Thunder tem um Net Rating de +4.7 quando suas três estrelas estão juntas em quadra, baixo para um Big Three com aspirações ao título, mas ainda um número muito sólido. É cedo demais para descartar esse time e esse nível de talento.<br />
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<b>Orlando Magic</b><br />
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É muito bom ver Orlando - que durante tanto tempo permaneceu como um reduto do basquete arcaico, ao ponto de jogar com <b>Aaron Gordon</b> de SF durante grande parte de 2017 para acomodar <b>Jeff Green</b> e um exército de jogadores de garrafão - finalmente abraçando um basquete mais moderno, e mais importante, uma identidade.<br />
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Orlando chegou como uma das grandes surpresas do ano graças às suas bolas de três pontos, o que é incrível quando lembramos que em 2017 o Magic foi o quinto time com menos bolas de três pontos, e o time de segundo pior aproveitamento. E ainda assim esse ano - com Aaron Gordon jogando quase exclusivamente na posição 4 e mostrando um muito evoluído arremesso - Orlando é o terceiro time que mais fez cestas de três pontos no ano, atrás apenas de <b>Houston </b>e <b>Golden State</b>, e é o quarto time de melhor aproveitamento. O ataque, claro, reagiu de acordo: depois de ser o segundo pior da NBA em 2017, agora é um respeitável 12th lugar.<br />
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Parte dessa melhora vem da evolução individual de alguns jogadores: Aaron Gordon está chutando um career-high 5.3 bolas de três por jogo com aproveitamento (talvez insustentável) de 43%, enquanto o pivô <b>Nikola Vucevic </b>estendeu seu alcance nos arremessos para a linha de três, chutando sólidos 36% em 4 chutes por jogo. Essas melhoras podem não ser sustentáveis no médio prazo (ainda é difícil dizer), mas elas também estão ligadas a uma mudança de postura e esquema tático em Orlando. Os pivôs atrás de Vucevic estão praticamente todos afundados no banco, o time está jogando com muito mais velocidade (#6 na NBA) e é fácil ver uma mudança de postura dos jogadores no ataque, buscando sempre a opção da bola longa nos passes, e uma movimentação dos jogadores voltada para conseguir esses arremessos longos. Orlando enfim chegou no século 21, e pode ser o primeiro (e importante) passo rumo a estabelecer uma identidade que não existia sob o ex-GM <b>Rob Hennigan.</b><br />
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<b>Philadelphia 76ers</b><br />
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<b>Philadelphia </b>era para ser o time do futuro, mas - assim com aconteceu com <b>Boston </b>- parece que esse futuro está chegando muito mais cedo do que o antecipado. Em outras palavras, o futuro ainda é brilhante, mas está ficando claro que esse time já é muito bom nesse momento. Nos seus últimos 9 jogos, Philly está 6-3 com três vitórias por 20+ pontos, e as três únicas derrotas vindo nas mãos dos grandes favoritos <b>Warriors </b>e <b>Cavaliers, </b>mais o<b> Boston Celtics (</b>sem <b>Embiid). </b>Até aqui, Philadelphia enfrentou o calendário mais difícil de toda NBA.<br />
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E parte desse sucesso de Philly vem da dominação da sua nova lineup titular. O Sixers finalmente colocou <b>Ben Simmons </b>como PG nominal da equipe e cercou ele e <b>Embiid </b>de arremessadores em <b>JJ Redick, Robert Covington e Dario Saric </b>(cuja bola de 3 está mostrando evolução esse ano) - em teoria a formação certa para maximizar seu fantástico calouro.<br />
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E essa lineup foi um ENORME sucesso. Philly tem destruído adversários nos 154 minutos que essa formação jogou junta: seu Net Rating de +20,6 não só lideraria a liga por quilômetros como é a terceira melhor lineup de TODA a NBA entre grupos que jogaram 100 minutos juntos. Ela é uma lineup impressionante que ao mesmo tempo é alta e baixa: ela tem três arremessadores (quatro se contar Embiid) e não tem um ala de força tradicional, jogando com seus alas bem abertos; e ao mesmo tempo tem QUATRO jogadores com 6'6 ou acima e todos capazes de trocar a marcação em jogadores menores. Ela consegue ao mesmo tempo te superar com velocidade e versatilidade como é capaz de te esmagar com tamanho e força física. Tem sido glorioso ver essa formação jogando junta (diga-se de passagens, as lineups com Ben Simmons e Embiid jogando juntos tem <i>Net Rating de +9,9).</i><br />
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Vai ser interessante ver como Philly vai reintegrar <b>Fultz </b>à rotação quando voltar e como esse grupo continua evoluindo, mas por enquanto o Sixers parece ter encontrado sua melhor lineup, e ela deixa bem claro que Philly é um time para se respeitar já em 2018.<br />
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<b><br /></b><b>Phoenix Suns</b><br />
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Em meio ao que tem sido uma temporada ruim no <b>Arizona</b>, o crescimento de <b>Devin Booker</b> continua ser o principal foco de otimismo. Booker ainda tem apenas 21 anos, mas seu crescimento contínuo tem mostrado que o Suns realmente pode ter achado ouro com o ex-jogador de <b>Kentucky</b>.<br />
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A produção bruta de Booker não mudou muito em relação ao ano passado: 23 pontos e 4 assistências por jogo, contra 22 pontos e 3.4 assistências em virtualmente a mesma USG%. Mas olhando de perto, você percebe que seu PER saltou de 14.6 para 18.1, seus Win Shares por 48 minutos mais que dobraram (de 0.035 para 0.081) e que basicamente todas suas estatísticas avançadas indicam que Booker está sendo muito melhor esse ano. Por que isso acontece, então?<br />
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Porque se Booker não aumentou sua produção, ele aumentou grosseiramente sua eficiência. Seu True Shooting% saltou quase 40 pontos (de .531 para .568) e seu eFG% também (de .475 para .513). E isso acontece simplesmente porque Booker está melhor na hora de arremessar a bola (em termos de <i>jump shot </i>mesmo): ano passado, Booker converteu 36% das suas bolas de três e 38,7% das bolas de meia distância, enquanto esse ano esses números estão em 38% e 48%, respectivamente. Ajuda que Booker trocou alguns arremessos de meia distância (que hoje constituem 32% de seus arremessos, menos que os 36% do ano passado) por bolas de três (subiram de 28% para 35% esse ano) e se tornado mais seletivo de modo geral com os arremessos, trocando arremessos contestados por chutes com mais espaço (59% dos seus arremessos em 2017 era contestados, contra 51% em 2018).<br />
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Ainda tem pontos para Booker evoluir - seus arremessos no aro caíram em 2018, sua defesa ainda é fraca, e ainda depende demais das bolas de meia distância apesar da queda. Mas ele está jogando com mais vontade na defesa, sua capacidade como criador e passador continua melhorando, e o jogo parece que está vindo cada vez naturalmente para ele. Sinais encorajadores do jogador chave para o futuro dessa franquia.<br />
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<b><br /></b><b>Portland Trail Blazers</b><br />
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Alguém esperava o <b>Blazers </b>tendo uma grande defesa esse ano? Eu com certeza não, mas aqui estão eles com a segunda melhor defesa da temporada nesse começo de ano apesar do começo um pouco lento de <b>Nurkic </b>e ainda usar <b>McCollum e Lillard</b> como seus principais jogadores. Portland está cedendo 99,5 pontos por 100 posses de bola no ano. Isso é realmente muito bom.<br />
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Parte disso, já aviso, não vai se sustentar. Com a amostra pequena nessa altura do ano, muito da flutuação nessas estatísticas se da por coisas que o time tem pouco controle, como por exemplo quão bem o adversário vai arremessar suas bolas livres ou seus lances livres. Portland tem sido o terceiro time com mais "sorte" nas bolas de três pontos, por exemplo - uma hora essas bolas vão começar a cair por simples questão de variância, e a defesa vai cair de acordo (<b>Blazers </b>também enfrentou o calendário mais fácil da NBA inteira, vale citar).<br />
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Mas Portland está bem defensivamente também por outro motivo: está forçando os adversários a darem os arremessos que o Blazers quer. Ao invés de contestar todos os arremessos, Portland está focado em proteger o garrafão e se manter próximo dos arremessadores que estão atrás da linha dos três pontos, forçando os adversários a chutar daquela indesejável área de meia distância. Portland é o sétimo time que cede menos arremessos perto do aro, e NENHUM time é melhor evitando os arremessos de três pontos do que o Blazers. O time sabe exatamente o que quer fazer na defesa, qual o plano, e os jogadores estão executando como podem: recuar no pick and roll, não trazer ajuda de fora ou rotações longas, e forçar os adversários a vencer a partir do drible. É obviamente mais fácil fazer isso contra um calendário favorável, e essa defesa ainda deve ser testada contra adversários melhores, mas ter um plano bem definido e jogadores que sabem como executá-lo já é um bom começo.<br />
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<b><br /></b><b>Sacramento Kings</b><br />
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Nota: A exigência para essa coluna ser escrita foi de que não precisaria achar nada de positivo para falar sobre o <b>Sacramento Kings</b>. Agradecemos a compreensão.<br />
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<b>San Antonio Spurs</b><br />
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Todo mundo continua esperando a volta de <b>Kawhi Leonard</b> - que enfim voltou a treinar em quadra! - para prestar mais atenção ao <b>Spurs</b>. E por causa disso a excelente temporada de <b>LaMarcus Aldridge </b>está passando despercebida, e injustamente.<br />
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Aldridge teve um começo difícil no Spurs e estava reconhecidamente infeliz ano passado em San Antonio, foi muito mal na pós-temporada, e parecia improvável que a parceria entre Aldridge e o Spurs continuasse por muito tempo. Mas <b>Pop </b>e Aldridge aproveitaram a <i>offseason </i>para lavar a roupa suja, e o Spurs deu ao seu ala de força um novo e caro contrato que chegou a levantar muitas sobrancelhas ao redor da liga.<br />
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Até aqui, parece ter sido o movimento certo, e Aldridge parece um jogador totalmente renovado. Parte disso ainda será testada, já que a ausência de Kawhi Leonard empurrou Aldridge de volta para ser o foco ofensivo da equipe (como ele queria), o que possivelmente não vai continuar quando Kawhi voltar de lesão. Mas nesses 21 jogos Aldridge vem tendo uma das melhores temporadas da carreira e parece cada centímetro daquele jogador que era tão cobiçado em Portland. Ele está abusando jogadores melhores no garrafão, e voltou a ter um maior percentual dos seus arremessos perto do aro. Seus arremessos continuam excelentes, mas agora Aldridge deu um passo a mais para trás e está arremessando mais bolas de três com um respeitável 36 3PT%. Está mais envolvido no ataque e respondendo isso com mais vontade, movimentação, melhores corta-luz, e simplesmente jogando no nível que San Antonio esperava desde o começo.<br />
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Junte tudo isso e Aldridge está arremessando mais bolas de três (e com melhor aproveitamento) do que nunca na carreira, batendo mais lances livres, tendo sua melhor marca de pontos por minuto (25 por 36 minutos), e defendendo em alto nível mais uma vez. E embora sua linha estatística estatística seja excelente - 23 pontos, 8 rebotes por jogo, com 52 FG%, 36 3PT%, 83 FT% - o maior testamento ao quão boa vem sendo sua temporada provavelmente é o quanto o Spurs depende dele. <b>San Antonio, </b>normalmente famoso por seus ótimos bancos e por não depender de um único jogador, simplesmente afunda quando Aldridge não está em quadra - nesses minutos o time é um -4.1 por 100 posses de Net Rating, mais do que o dobro do que o jogador mais próximo. Parte disso não vai se manter quando Kawhi voltar e retomarem a distribuição de arremessos, mas é muito encorajador para o Spurs a forma que Aldridge vem mostrando para começar essa temporada.<br />
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<b>Toronto Raptors</b><br />
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Não é nenhuma novidade o <b>Toronto Raptors</b> ter um bom ataque na temporada regular da NBA. Eles tiveram o terceiro melhor ataque em 2015, o quinto em 2016, e sexto em 2017. Então Toronto ter o terceiro melhor ataque da liga até o momento não surpreende ninguém.<br />
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O problema do <b>Raptors </b>sempre foi que seu estilo ofensivo - baseado em cuidar bem das posses de bola para não cometer <i>turnovers</i>, arremessos de meia distância contestados, e muitos lances livres - chegava nos <i>playoffs </i>e simplesmente implodia: Toronto teve o segundo pior ataque dos playoffs em 2015, o terceiro pior em 2017, e o quinto pior em 2016. Nos playoffs, os lances livres não vem com tanta facilidade, os espaços para esses arremessos contestados de meia distância fica ainda menor, e fica muito difícil conseguir achar os mesmos pontos que na temporada regular sem conseguir aquelas bolas suculentas em transição, sem o espaçamento e pontos extras gerados pelas bolas de três pontos, e sem o tipo de criatividade e versatilidade que torna um ataque mais difícil de ser defendido.<br />
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Por esse motivo Toronto entrou em 2017/18 com o objetivo de mudar sua forma de jogar no ataque para que isso não se repetisse quando chegasse nos playoffs. E, até aqui, os primeiros resultados são positivos: estão jogando num ritmo mais rápido (de 22nd para 14th em pace) e arremessando muito mais bolas de três (37,7% de seus arremessos vem de trás da linha dos três pontos, contra 28% ano passado) esse ano. Estão rodando mais a bola (16th em passes por jogo depois de terminarem 27th ano passado) e buscando mais os passes para os companheiros livres<br />
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Isso ainda não está tão natural para o Raptors - <b>Javert <a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/11/pontos-de-destaque-dos-times-da-nba.html" target="_blank">escreveu semana passada</a> sobre como Toronto ainda está revertendo para seus velhos hábitos nos finais de jogos</b>, o que levanta questionamentos sobre o quão sustentável isso será em uma situação mais difícil como pós temporada. Mas por enquanto é encorajador ver que Toronto está se esforçando para caminhar na direção de tentar algo novo e diferente, e os primeiros resultados tem sido positivos.<br />
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<b><br /></b><b>Utah Jazz</b><br />
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É sempre um erro querer avaliar jogadores jovens (em especial calouros) depois de apenas 20 jogos. Muitos grandes jogadores tiveram começos ruins, e jogadores ruins tiveram começos ótimos. Então leve tudo nesse sentido com um grão de sal. Mas olha, parece cada vez mais que o <b>Jazz </b>achou ouro em <b>Donavan Mitchell </b>nesse Draft.<br />
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Mitchell nem deveria ser do <b>Jazz </b>- a escolha #13 veio em uma troca com o <b>Nuggets</b>, que estupidamente trocou essa escolha por um ala de força mediano (<b>Trey Lyles</b>) e a escolha #24, na qual escolheram outro ala de força mediano (<b>Tyler Lydon</b>), sendo que ala de força já é a opção mais atulhada do time. As vezes você precisa dar sorte com essas coisas, e o Jazz deu com essa sequela maluca de Denver.<br />
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E Mitchell tem sido uma revelação. Seu tempo de jogo acabou aumentando com as lesões de <b>Rodney Hood e Dante Exum</b> perdendo a temporada, mas o ex-armador de <b>Louisville </b>correspondeu mais do que à altura. Até aqui são 15 pontos, 3 rebotes e 3 assistências por jogo com boa defesa e 35,6 3PT%, e os números são ainda melhores considerando os 11 jogos desde que Mitchell recuperou a titularidade no time: 18-4-4, 43,6 FG%, 39 3PT%, 78 FT%. Mitchell está mostrando ser capaz de fazer um pouco de tudo (e bem) em quadra, seja armar um pouco o jogo, seja buscar seus próprios pontos, arremessar de fora, ou usar sua explosão e habilidade atlética para atacar o aro. Mitchell defende em alto nível, está desenvolvendo um jogo ofensivo cada vez mais refinado, e desenvolvendo rapidamente. E cada vez mais está parecendo um dos grandes acertos desse Draft.<br />
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O calouro, claro, ainda tem chão. Sua seleção de arremessos pode ser questionável, e ficar focado demais em arremessar e esquecer de passar a bola. Ainda não está claro se Mitchell tem a visão e capacidade nos passes para ser um armador principal, ou se seu tamanho vai permitir que defenda jogadores da posição 2 com facilidade (pense nos tipos <b>DeMar DeRozan</b>). Mas ele é talentoso, muito atlético e explosivo, e está se desenvolvendo a uma velocidade impressionante. Sua defesa já é refinada, e sua capacidade de fazer arremessos difíceis também. Tem certas coisas que não se pode ensinar, e Mitchell mostra muita delas - e uma vontade singular em aprender as demais. Desse time de Utah, ele é quem tem mais chances de se tornar uma estrela algum dia (além, claro, de <b>Rudy Gobert,</b> que já o é), e talvez essa não seja uma aposta tão improvável assim.<br />
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Mitchell também precisa aprender melhor a respeitar as leis. Como por exemplo a lei da gravidade.<br />
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<b><br /></b><b>Washington Wizards</b><br />
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Como um time sem acesso a boas escolhas de Draft ou espaço salarial e que ainda não está no nível dos candidatos ao título, <b>Washington </b>é o tipo de franquia que para dar os próximos passos depende muito do desenvolvimento interno dos seus jogadores. Ao invés de achar novos grandes jogadores, precisa acertar nas margens essa contratação (e principalmente reforçar o banco) enquanto os bons jogadores que já estão lá dão novos passos rumo a se tornarem estrelas (ou próximo disso).<br />
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E por isso é tão importante a contínua evolução de <b>Otto Porter</b> para esse time. Depois do milionário contrato que recebeu na offseason algumas pessoas esperavam que Porter caísse um pouco de produção, mas na verdade o contrário aconteceu: com <b>Markieff Morris</b> machucado durante um bom tempo e as lesões que tem mantido <b>John Wall</b> fora das quadras, Washington precisou que Porter assumisse um maior papel na equipe, e o quinto-anista está aceitando a incumbência e correspondendo mais do que à altura.<br />
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Porter viu sua carga subir para novos níveis - seu USG% está em 18,3% e sua média de arremessos por jogo em 12,1, ambos as marcas mais altas da sua carreira - mas de alguma forma sua eficiência conseguiu aumentar ainda mais. Apesar do maior volume e de estar tentando arremessos cada vez mais difíceis, Porter está arremessando 52,1% de quadra e 47,5% de três pontos, as melhores marcas da carreira. E seja por necessidade ou evolução natural, o role player Porter agora está assumindo a responsabilidade e sendo o protagonista quando necessário, como fez na vitória sobre o Wolves na terça feira dia 28. Porter está mais confortável criando o próprio arremesso, não apenas finalizando o que era criado por outros (em geral Wall), e isso tem sido ingrediente crucial para manter o Wizards vivo com o tempo perdido pela sua estrela. Apenas Wall tem um Net Rating maior que Porter entre os jogadores de rotação do Wizards, e a defesa despenca quando Porter vai para o banco. Entre a evolução de Porter e a de <b>Bradley Bea</b>l (mais confortável do que nunca armando o jogo e atacando a cesta) Washington está vendo a tão esperada evolução de seus jovens jogadores acontecendo.<br />
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<b><br /></b>Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-69760306582802502392017-11-24T13:31:00.001-02:002017-11-24T15:16:36.870-02:00Pontos de destaque dos times da NBA, parte I - O pessimista<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://sportshub.cbsistatic.com/i/r/2017/10/22/ae1c6c83-9ba4-44ec-a2dc-38313bdeccc5/resize/670x377/0afd5eb497cc4aebffeebb1c76f99fb2/screen-shot-2017-10-22-at-3-53-31-pm.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="296" data-original-width="670" height="176" src="https://sportshub.cbsistatic.com/i/r/2017/10/22/ae1c6c83-9ba4-44ec-a2dc-38313bdeccc5/resize/670x377/0afd5eb497cc4aebffeebb1c76f99fb2/screen-shot-2017-10-22-at-3-53-31-pm.png" width="400" /></a></div>
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<i>O verdadeiro MVP dessa coluna</i></div>
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Para quem não sabe, alguns anos atrás eu sofri um sério acidente envolvendo um <b>DeLorean</b>, um cavaleiro medieval, uma cruz de maçaranduba (o relatório da polícia diz mogno, mas eu discordo) e uma jacuzzi. O trauma me deixou com sérios problemas psicológicos, e entre eles está o surgimento de duas novas personalidades alternativas: <b>Jean</b>, a otimista; e <b>Javert</b>, a pessimista. </div>
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<div style="text-align: justify;">
Normalmente as duas ficam controladas, mas como quinta feira foi o <i>Thanksgiving </i>americano e não tivemos nenhum jogo de NBA sequer, meu sistema nervoso central decidiu se desligar por algumas horas e deixar os dois tomarem conta. Então eu fiz um pedido para cada um dos dois: para que escrevessem uma coluna cada um destacando algum ponto específico de cada um dos 30 times da NBA nesse começo de ano. Então Javert escreveu uma coluna destacando um ponto negativo ou de preocupação para cada time; enquanto Jean escreveu uma coluna destacando um ponto positivo de cada um.<br />
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<b>Publico hoje a coluna pessimista com os pontos negativos de cada time escrita pelo Javert</b>; e semana que vem publico a coluna otimista, com os pontos positivos, escrita pelo Jean.</div>
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</div>
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<div style="color: black; font-family: "times new roman"; font-size: medium; font-style: normal; letter-spacing: normal; text-align: justify; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<div style="font-weight: 400; margin: 0px;">
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<div style="font-weight: 400; margin: 0px;">
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Ah, o começo de temporada regular! Aquele momento mágico de otimismo que serve principalmente para criar expectativas irrealistas. Tudo que está indo bem é uma "nova norma". Tudo que está indo mal "vai melhorar/regredir com o tempo". Se seu time é ruim, você sonha com o próximo <b>Ben Simmons</b> te esperando no topo do <b>Draft</b>. Se seu time é mediano, você se apega à evolução de algum jogador e à temporada fora da realidade de alguns times acima para achar que seu time vai aos playoffs. E se seu time é bom, talvez esse seja enfim o ano que ele vai disputar uma vaga nas Finais! </div>
<div style="font-weight: 400; margin: 0px;">
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Nós tentamos tanto discernir o que é real do que é fumaça, mas a verdade é que apesar dos nossos melhores esforços, só quem tem essas respostas é o Tempo. E o Tempo em geral gosta de nos decepcionar e de dar um soco no estômago. Então vamos passar por cada um dos 30 times da <b>NBA </b>e destacar, nesse começo de ano, o que está dando de errado e pode ser um ponto de preocupação para o futuro desses times, nesse ano e além.</div>
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<b>Atlanta Hawks</b><br />
<b><br /></b>O <b>Hawks </b>entrou nessa temporada para perder, e até agora eles tem sido muito bons nisso - nenhum time na <b>NBA </b>tem uma campanha pior. Então tecnicamente para o Hawks, ser ruim é bom.<br />
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Mas eu vou dizer o seguinte: <b>Dwayne Dedmon</b> liderando um time em rebotes é tenso. Espera, ele ta chutando 50% de três pontos? E liderando o time em tocos?<br />
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Bom, isso explica muita coisa, eu acho.<br />
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Já que pro Hawks ser o pior possível é o melhor, porque eles querem uma escolha alta de Draft, eu vou apenas apontar que eles ainda tem 75% de chance de não ter a escolha #1 do Draft mesmo se tiverem a pior campanha, e que um dos melhores jogadores da próxima classe (<b>Michael Porter Jr</b>) acabou de anunciar que vai perder a temporada com uma cirurgia nas costas. Então tem isso.<br />
<b><br /></b>
<b><br /></b>
<b>Boston Celtics</b><br />
<b><br /></b>
Apesar de ter a melhor defesa (e a melhor campanha) da NBA, <b>Boston </b>tem um problema do outro lado da quadra. Depois de 19 jogos, o <b>Celtics </b>tem apenas o 20th melhor ataque da NBA, que deveria ser sua grande força esse ano. Com toda a confiança que o time tem no esquema do genial <b>Brad Stevens </b>para mover a bola e ganhar o jogo com passes, Boston é apenas 15th na NBA em passes por jogo, e 20th em aproveitamento nas bolas de 3 pontos. Em consequência, durante sua sequência de 16 vitórias seguidas o time se viu diversas vezes precisando virar diferenças de 12, 15, 18 pontos devido ao ataque passar longos períodos apagado. Dessa vez foi possível, mas se colocar repetidamente nessa situação é uma receita para o desastre.<br />
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E sim, parte disso vem de perder <b>Gordon Hayward</b> tão cedo e ter que incorporar novas peças no time e num esquema ajustado. Mas ainda assim, é hoje um fator limitante para o Celtics e que tem colocado o time em situações adversas, e se permanecer durante o ano pode limitar muito o que esse time pode fazer nos playoffs.<br />
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<b><br /></b>
<b>Brooklyn Nets</b><br />
<b><br />
Brooklyn </b>ainda não tem escolhas de Draft, o que por si só já é o maior problema. Mas é um time que está pensando em primeiro arrumar uma fundação e implementar o esquema de jogo, para depois encontrar as peças a serem encaixadas.<br />
<b><br /></b>
O problema é que as duas peças mais importantes para isso estão machucadas: <b>Jeremy Lin</b> está fora do ano todo por lesão, e <b>D'Angelo Russell</b> parece que vai perder um tempo considerável. E essa segunda é particularmente problemática para o <b>Nets</b>: sem escolhas de Draft, o Nets precisa achar jogadores com potencial onde puder, e Russell foi o que caiu no colo deles no momento. Eles precisam ao máximo desenvolver Russell, ver como ele se encaixa no sistema, ver o que tem ou não nas mãos para poder fazer seus planos para o futuro. Com D'Angelo machucado, eles não conseguirão fazer nenhuma dessas coisas no momento, o que torna essa temporada ainda menos produtiva para o futuro da equipe.<br />
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Se é que é possível atrasar ainda mais uma reconstrução que não parece ter fim no horizonte, essa lesão fez exatamente isso. Pelo menos tempo não falta pro Nets...<br />
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<b><br /></b>
<b>Charlotte Hornets</b><br />
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Sabe quem é muito bom? <b>Kemba Walker.</b><br />
<b><br /></b>
Sabe quem é muito, muito, muito ruim? O time do <b>Hornets </b>quando Kemba Walker não está jogando.<br />
<b><br /></b>
Nos 599 minutos que Kemba Walker ficou em quadra pelo Hornets, o time tem um Net Rating (saldo de pontos a cada 100 posses de bola) de +9.8, o que estaria LOGO atrás do <b>Rockets </b>como a terceira melhor marca de toda a NBA. Mas com Kemba Walker no banco, o Hornets está -20.0 de Net Rating (!!!!!), o que é basicamente tão ruim quanto o pior time da NBA (<b>Kings</b>) e o terceiro pior (<b>Bulls</b>) SOMADOS.<br />
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Parte disso é Kemba Walker sendo incrível e impossível de substituir nesse esquema tático do Hornets. E parte disso é o banco de reserva do time que me deixou até sem palavras. O seu reserva deveria ser <b>Michael Carter-Williams</b>, mas MCW passou boa parte do tempo machucado (e é ruim mesmo quando saudável); <b>Batum</b>, que muitas vezes fazia as funções de armar o jogo com Kemba no banco, voltou agora de lesão e está longe de 100%... o Hornets chegou a usar<b> JULYAN STONE</b> de PG reserva até este se machucar, e <b>Malik Monk </b>passou boa parte do ano improvisado na posição 1 para tentar impedir a hemorragia que é quando Kemba senta. Prefiro assistir o ataque do <b>Bulls </b>do que o ataque do Hornets quando Kemba não joga, o que diz tudo.<br />
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Falar no diabo...<br />
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<b><br /></b>
<b>Chicago Bulls</b><br />
<b><br /></b>
O <b>Bulls </b>quer ser ruim, e eles são. Mas meu Deus, o ataque precisava ser TANTO? Toda vez que o patrão começa a assistir o ataque deles, os olhos começam a sangrar e ele perde o controle por alguns minutos. O Bulls tem o pior ataque da NBA com um Offensive Rating (pontos marcados por 100 posses de bola) de 94.4 - desde a fusão entre NBA e ABA, apenas QUATRO times na minha base de dados anotaram menos pontos por posse de bola, e ironicamente 2 deles são <b>Bulls</b>: 1999 <b>Bulls </b>(ano depois de <b>Jordan </b>aposentar e <b>Pippen </b>sair); 2000 <b>Bulls </b>(a sequência); 1977 <b>Nets</b>; e 2003 <b>Nuggets </b>(um dos piores times da história da NBA). Considerando a explosão ofensiva da NBA de hoje, esse ataque ajustado do Bulls pode muito bem ser o pior da história da NBA.<br />
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Talvez um pouco disso melhore com<b> Zach LaVine </b>(e talvez não), mas realmente é difícil assistir esse time jogar no momento. Apenas dois jogadores que jogaram 10+ jogos estão arremessando acima de 43% (<b>Lopez </b>e <b>Felicio</b>), os armadores são um desastre (embora <b>Kris Dunn</b> esteja mostrando alguns flashes, mas mais nada), e <b>Markannen </b>é o único raio de luz nesse mar de tijolos.<br />
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E de alguma forma, alguém vai achar uma maneira de colocar a culpa no <b>Fred Hoiberg</b>, eu acho até que foi pra isso que ele foi contratado.<br />
<b><br /></b>
<b><br /></b>
<b>Cleveland Cavaliers</b><br />
<b><br /></b>
Existe quatro etapas que são inevitáveis no inferno astral que é a conferência Leste dos anos 2010:<br />
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a) Se animar com o começo do ano e achar que o <b>Leste </b>está ficando mais forte;<br />
b) Se animar com o quão bom o <b>Raptors </b>parece depois de algumas mudanças;<br />
c) Se preocupar com <b>Cleveland </b>não parecer tão bem;<br />
d) Ter todas as nossas esperanças sobre os pontos a, b e c destruídas.<br />
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Então sim, não vamos nos empolgar com o c de novo.<br />
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Dito isso, eu preciso falar do elefante na sala, que é a defesa de Cleveland - atualmente a PIOR de toda a NBA, pior que<b> Suns, Mavs, Kings</b>... pode escolher. Mesmo nas suas vitórias, a defesa do Cavs ainda é uma peneira que não consegue segurar ninguém. Claro, isso aconteceu também no final do ano passado (e cobrou seu preço nas Finais), então as pessoas insistem que não tem motivo pra se preocupar - nós já vimos isso antes. Quando chegar nos jogos importantes o Cavs vai aumentar o nível de esforço, se importar com defesa, e vai ficar bem<br />
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Mas não é verdade: nós não vimos ESSE time fazer essa "virada de chave" defensiva antes. Não vimos esse Cavs que depende de minutos de <b>Derrick Rose, Dwyane Wade, Jeff Green, Isaiah Thomas </b>(eventualmente) e <b>Korver </b>(todos defensores horrorosos a essa altura da carreira) e ainda está um ano mais velho em relação a 2017. Esse time é bem diferente dos times dos últimos anos, e foi uma mudança pra jogadores piores defensivamente e mais velhos. Esforço sem dúvida ajuda, mas nenhum esforço vai transformar esses jogadores todos em bons defensores da noite para o dia.<br />
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Além disso, mesmo ano passado - quando a defesa do Cavs despencou pós-ASG - Cleveland pelo menos mostrou uma defesa na média da NBA nos três primeiros meses da temporada. Depois ficou péssima, mas eles TINHAM mostrado em algum momento "Olha, nós conseguimos defender nesse nível aqui", uma referência para você se basear. Esse novo time do Cavs não fez isso em nenhum momento. É uma situação BEM diferente da dos últimos anos.<br />
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Isso faz diferença? No Leste, provavelmente não com Hayward machucado. Nenhum time deve ter força para bater de frente com <b>Lebron</b>. Mas o objetivo do Cavs não é ganhar o Leste - de novo - é ganhar uma Final de NBA, e para sonhar em vencer <b>GSW </b>vai precisar mostrar uma defesa bem mais forte do que isso - uma que é inteiramente válido questionar se o time conseguirá com tantos defensores ruins ganhando minutos importantes.<br />
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<b>Dallas Mavericks</b><br />
<b><br /></b>
O que diabos aconteceu com <b>Nerlens Noel</b>? O jovem pivô do <b>Sixers </b>foi adquirido por troca ano passado em um negócio bastante elogiado para <b>Dallas </b>- Noel deveria ser o jogador de garrafão que faltava ao time, capaz de ancorar a defesa e alguém para rolar até o aro com força nos <i>pick and rolls </i>e finalizar pontes aéreas. Noel era talentoso e cheio de potencial, parecia um ótimo encaixe.<br />
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Menos de um ano depois (com o <b>Mavs </b>oferecendo um contrato de 72M a Noel nesse meio tempo, recusado), Noel tem 12 minutos por jogo de média, com 4 pontos e 4 rebotes por jogo, e está atrás na rotação de <b>Maxi Kleber, Dwight Powell </b>e recentemente até <b>Salah Mejri</b>. Em um time horroroso do Mavs, Noel é DE LONGE com quem o Mavs tem pior desempenho: com Noel em quadra, o Mavs tem Net Rating de -22.7 (EU DISSE, MENOS VINTE E DOIS PONTO SETE!), contra -3,8 com ele no banco.<br />
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Não sei se foi o carnaval do seu contrato na offseason que fez ele cair na não tão boas graças em Dallas, se sua personalidade imprevisível e irregular causou atritos com o espartano técnico <b>Rick Carlisle,</b> ou se seu estilo de jogo na hora de entrar em quadra simplesmente não casou com o resto da equipe, mas é bizarro ver um jogador talentos como Noel sofrer para ganhar minutos em um dos piores times da liga.<br />
<b><br /></b>
Lembra quando Noel recusou aquele contrato de 72 milhões de dólares de Dallas? Tenho certeza que ele não vai esquecer tão cedo.<br />
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<b>Denver Nuggets</b><br />
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Olhando de longe, o <b>Nuggets </b>teve vários acertos pequenos na forma de ir montando seu elenco ao redor de <b>Jokic</b>. Mas chegando mais de perto, você começa a perceber que a montagem não faz tanto sentido assim, com excesso de algumas peças e falta de outras: <b>Faried </b>é bom demais para jogar só 11 minutos por jogo, e<b> Juancho Hernangomez</b> certamente também merecia mais que 11, mas ambos jogam na posição mais cheia do time; <b>Wilson Chandler</b> rende mais como PF que com SF, mas não tem outras opções para jogar na 3 e opções demais para a 4, então Chandler está jogando não tão bem como SF titular; e por ai vai.<br />
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E em nenhum lugar isso é mais claro que na posição de armador. Depois de trocar <b>Jameer Nelson</b>, o time ficou com dois armadores nos jovens <b>Jamal Murray e Emmanuel Mudiay</b>. Mudiay com o arremsso que tem mostrado é um jogador de rotação, e Murray sem dúvida mostrou vários flashes do que pode vir a ser ao longo do ano. Individualmente, são jogadores decentes, mas colocando em quadra, eles começam a virar um problema. Murray não é armador de origem, tem dificuldades criando o jogo e iniciando o ataque, e Mudiay nunca realmente evoluiu no tipo de playmaker que times procuram na posição 1. Em teoria, isso não tinha problema: Jokic seria o armador de fato do time e é por ele que começariam os ataques, então você podia se contentar em ter um jogador bom na posição 1 mesmo que não fosse um armador de origem.<br />
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Na prática, não funcionou assim. Times vieram para 2017/18 muito mais preparados para Jokic, e os espaços para seus passes deixaram de existir em tamanha abundância (<b>Millsap </b>jogando no garrafão também ajudou a apertar os espaços). A facilidade com que o time rodava seu ataque em 2017 não existia mais, e quando a jogada estagnava e as linhas de passe não abriam para Jokic, o time sentia falta demais de um armador que iniciasse um novo ataque, quebrasse a primeira linha de defesa, e colocasse uma jogada em movimento. Nem Murray nem Mudiay são (hoje) esse tipo de jogador, e foi ai que a falta de Jameer Nelson (dispensado para abrir espaço para Richard Jefferson) começou a complicar a vida de Denver. Nelson não é um craque, mas é um armador inteligente que conhece o playbook, e é capaz de jogar como armador de ofício e comandar um ataque - isso era importante para o Nuggets quando o ataque não conseguia se iniciar organicamente, e seria ainda mais nesse ano de dificuldades. Sem Millsap - machucado e fora indefinidamente - isso pode pesar ainda mais.<br />
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<b>Detroit Pistons</b><br />
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Uma das poucas coisas negativas do que tem sido um ótimo começo de temporada para Detroit: já está chegando a hora de desistir de <b>Stanley Johnson</b>?<br />
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Escolha #8 do Draft de 2015, a verdade é que já estamos no Ano 3 de Stanley Johnson e o ala ainda não mostrou absolutamente nada para nos convencer de que ele terá um futuro na NBA. Depois de passar praticamente seus dois primeiros anos inteiros vindo do banco com um jogador "em desenvolvimento", esse ano Johnson ganhou a vaga de titular em um time que surpreendentemente está brigando forte pelos playoffs no Leste, mas não está mostrando qualquer evolução ou ajudando seu time a ganhar jogos.<br />
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No seu terceiro ano de NBA, Johnson não parece ter nenhuma habilidade definida em nível de NBA. Não é um bom pontuador, não consegue arremessar de fora (37% FG, 30% 3PT na carreira), sua defesa nunca evoluiu com esperado, não é bom passador, não é um bom reboteiro... e para piora, o Pistons é HORRÍVEL quando Stanley está em quadra: -6.2 de Net Rating (saldo de pontos por 100 posses de bola), que seria próximo à quarta pior marca de toda a NBA (<b>Suns</b>) e é de longe a pior marca do time. Um problema grave quando ele é seu quarto jogador mais utilizado. Se a falta de evolução continuar, é difícil imaginar Johnson continuando em Detroit por muito tempo.<br />
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<b>Golden State Warriors</b><br />
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Yeah, eu não vou cair nessa. Eles podem ter a preguiça que quiserem (e estão com muita) que ainda lideram a NBA em Net Rating, RPI, tem o melhor ataque e a sétima melhor defesa da NBA, e fizeram tudo isso enfrentando o calendário mais difícil de toda a liga. Nope, estou fora. Não vou cair nessa cilada.<br />
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<b>Houston Rockets</b><br />
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Chris Paul </b>enfim voltou de lesão e voltou jogando bem, com médias de 14 pontos e 9 assistências em 26 minutos por jogo, depois de uma lesão que o deixou de fora da NBA durante quase um mês. Mas apesar das boas performances, a dúvida fica: o quanto o <b>Rockets </b>pode contar com a saúde de Chris Paul?<br />
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O ataque do Rockets vai demolir times na temporada regular com <b>James Harden</b>, em especial times que tentem e não consigam igualar Houston no volume de ataque. Já vimos isso ano passado, e nesse ano sem Paul. Mas o <b>Spurs </b>expôs as limitações disso nos playoffs ao longo da série, relevando o quanto Harden não é suficiente sozinho para fazer o ataque funcionar e segurando o barba a duas das piores performances da história dos playoffs SEM <b>Kawhi Leonard</b>. Se Houston quer sonhar com o título, eles precisam de Chris Paul saudável e funcionando como uma segunda opção para iniciar o ataque, para evitar que as defesas voltem a sufocar Harden sem se preocupar com outras criações. O que é uma dúvida razoável: Chris Paul terá 33 anos nos playoffs, com múltiplas lesões e cirurgias no currículo, e só uma temporada completa desde 2012. O quanto Houston vai conseguir contar com o armador em Maio?<br />
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<b>Indiana Pacers</b><br />
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Em <b>Myles Turner</b>, o <b>Pacers </b>tinha sua estrela do futuro depois de trocar <b>Paul George</b>. E em <b>Domatas Sabonis</b>, que começou o ano muito bem, o Pacers tinha mais um jovem talento em quem apostava para ser um pilar da sua pseudo-reconstrução. Com Sabonis e Oladipo jogando bem, a troca de Paul George parece bem melhor, embora a preocupação continue: Indiana parece ser um time sólido mas sem grandes ativos para o futuro, bom o bastante para brigar no fundão do Leste e mais nada. Estão apostando no desenvolvimento interno, ou em achar novamente ouro no meio do Draft, se querem sair dessa posição.<br />
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Mas o mais preocupante a médio prazo é se Turner e Sabonis, duas peças chave para seu futuro, podem ou não jogar juntos. Os melhores momentos de Sabonis vieram jogando como pivô, dentro do garrafão, quando Turner se machucou e perdeu alguns jogos. Desde a volta de Turner, Sabonis tem vindo principalmente do banco e viu seus números caírem em um papel menor, e os dois não são um encaixe tão bom jogando juntos: ambos tem habilidade para sair do garrafão, mas Sabonis em particular rende muito mais dentro dele ofensivamente, e os dois jogando juntos fecham demais as linhas de infiltração para <b>Oladipo e Darren Collison</b>. Defensivamente, ambos jogam melhor no garrafão - Sabonis controlando rebotes, Turner protegendo o aro - mas um deles precisa ficar no perímetro perseguindo jogadores mais velozes quando jogam juntos. Por isso os minutos dos dois juntos tem sido um desastre épico para o Pacers: quando SAbonis e Turner dividem a quadra, o Pacers tem Net Rating de -7.6, que seria uma das 5 piores marcas da NBA.<br />
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Os dois ainda são jovens e Indiana vai experimentar ao máximo usar os dois juntos. Considerando que são duas das poucas peças de médio/longo prazo que o Pacers tem, e dada a aposta que o time fez no desenvolvimento interno, é crucial para o futuro que Sabonis e Turner possam jogar juntos em quadra. Hoje, no entanto, os primeiros sinais não são encorajadores, e até aqui Indiana tem preferido separar os dois, focando mais no resultado do que no desenvolvimento.<br />
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<b>Los Angeles Clippers</b><br />
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Esse time poderia ser bom. Realmente poderia, naquele "no cenário onde as coisas dão certo". Mas isso também era predicado na saúde de <b>Pat Beverly, Blake Griffin e Danilo Gallinari</b>, três jogadores que perdem em média 20 jogos por ano - cada. Com <b>Milos Teodosic</b> indefinidamente fora com problemas no pé, as lesões de Beverly e Gallinari acabaram com qualquer rotação do time, que usou como titulares<b> Sindarius Thornwell e Wes Johnson</b>. Não foi o "pior cenário possível" pro <b>Clippers </b>porque Griffin pelo menos está inteiro, mas 9 derrotas seguidas depois, o Clippers está despedaçado e bem para trás na briga do Oeste.<br />
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Com Beverly fora da temporada, se isso persistir, é bem capaz do Clippers trocar <b>DeAndre Jordan </b>(que deve virar free agent ao final do ano) e tentar pensar no seu futuro - especialmente se Griffin também acabar machucando. É uma pena, um time com potencial mas que dependia da saúde, e a saúde não esteve lá. Se bem que é o Clippers, a gente deveria ter imaginado.<br />
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<b>Los Angeles Lakers</b><br />
<b><br /></b>
Vamos tirar isso logo da frente: <b>Lonzo Ball </b>tem sido bem ruim como jogador de NBA. Não quer dizer que ele vá continuar sendo, não quer dizer que é um bust, não quer dizer que não tenha futuro. Mas ele tem sido ruim, independente do que o stat-pading do Lakers possa tentar maquiar.<br />
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As pessoas gostam de focar os problemas no arremesso de Lonzo (25% de 3pts), mas os problemas vão muito além - Lonzo também está chutando 43% nos lances livres e 36% em bolas de dois pontos. É muito mais fácil na NBA para os times transformarem Lonzo mais em pontuador que passador, e Lonzo não tem o drible para abrir espaços, ou a explosão passar pelos marcadores e finalizar perto do aro. Ele depende quase que única e exclusivamente de seu arremesso torto de três, que até caiu na NCAA mas sempre foi uma enorme incógnita na NBA.<br />
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E até as assistências de Lonzo - o calouro tem média de 7 por jogo - parecem um pouco vazias quando se para e assiste os jogos. Algumas delas são lindas, em passes criativos e difíceis que abrem o jogo para todo mundo, e ninguém duvida que Lonzo é um grande passador. Mas muitas ainda são passes laterais ou "fáceis" que a defesa está cedendo por opção, em um ataque que já estagnou ou então para uma opção secundária - não é a toa que o ataque do Lakers é uma atrocidade da natureza. Não tem jeito prático de "medir" o quão vazios algumas dessas assistências parecem ser, mas vale dizer que Los Angeles tem o quarto pior ataque da NBA inteira (enfrentando o quinto calendário mais fácil da liga). Lonzo Ball, aliás, tem o segudo pior Offensive Win Shares da NBA INTEIRA no momento.<br />
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E embora seja fácil apontar o dedo para o falastrão <b>LaVar Ball,</b> quem merece mais críticas é o <b>Lakers</b>. Não só o Lakers contribuiu absurdamente para aumentar a expectativa em torno de Lonzo, como também construiu seu plano inteiro em torno de Lonzo sendo uma estrela logo de cara para "validar" o discurso e o time para o resto da NBA, o que é estúpido e insano. Lonzo precisava jogar bem, ser uma estrela, ser o foco das atenções, etc, e isso significava que ele não podia falhar. Colocaram o calouro no fogo, não deixando ele passar pelo processo normal de alguém da sua idade que chega à NBA com sérias falhas no seu jogo. Não é a toa que o Lakers está deixando Lonzo jogando em garbage time para tentar melhorar seus números.<br />
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Se a vida fosse um video-game, eu adoraria dar <i>reset </i>e deixar Lonzo recomeçar sua temporada sem a pressão e o foco que o Lakers colocou na sua cabeça, e pudesse ser um calouro em paz. Mas ela não é, então vamos torcer para que seja apenas um inicio ruim para o calouro, e que seu futuro pareça melhor do que seu arremesso.<br />
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<b>Memphis Grizzlies</b><br />
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Mike Conley e Marc Gasol</b> eram como <b>Dirk </b>e <b>Carlisle </b>- enquanto estiverem juntos, o time vai ser competitivo e brigar por playoffs ancorando um bando de jogadores desconhecidos ou "recuperados" por <b>Memphis</b>. E parecia que seria o caso de novo: O time começou o ano 7-4 com vitórias sobre <b>Warriors </b>e <b>Rockets </b>(x2), Marc Gasol parecia rejuvenescido dos dois lados da quadra,<b> Chandler Parsons e Tyreke Evans</b> (chutando de três!!) pareciam bem vindos do banco, e Memphis parecia que ia de novo superar as expectativas.<br />
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Então Mike Conley machucou, e tudo foi por água abaixo: a magia negra de Memphis não é suficiente para sobreviver sem um dos seus dois pilares. São cinco derrotas consecutivas sem Conley (e 6 no total), e de repente Memphis aparenta a idade e o time está jogando com <b>Mario Chalmers ou Andrew Harrison</b> no lugar de Mike Conley. Memphis sempre escapou com caras como <b>Jarrell Martin ou James Ennis</b> de titular, mas isso com Conley e Gasol. Sem uma de suas estrelas, parece que acabou o fôlego desse time. E se acabou, olha, foi uma sequência e tanto.<br />
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<b>Miami Heat</b><br />
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A cada dia, 2017<b> Dion Waiters </b>parece mais uma ilusão. Waiters teve o melhor ano da carreira em <b>Miami </b>ano passado impulsionado por um aumento brutal no seu arremesso de três pontos, acertando 39.5% das suas bolas longas (de longe a melhor marca da carreira). Essa temporada - e seu papel na ótima segunda metade do ano do Heat - lhe renderam um contrato de 4 anos, 52 milhões.<br />
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E agora Waiters está voltando a ser uma abóbora. Waiters continua anotando 15.9 pontos por jogo de média, mas dessa vez com mais minutos, maior usagem, e muito menor eficiência. Seu aproveitamento nas bolas de três voltou para 32.6% (próximo de onde estava antes de 2017) e Waiters está tentando compensar isso com mais infiltrações e arremessos ruins, o que não está dando certo. Seus turnovers subiram, seu eFG% voltou para fraquíssimos 46.2%, e seu PER é o segundo pior da carreira.<br />
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Sem Waiters jogando em alto nível de novo, vai ser difícil para Miami atingir suas ambições na temporada em um Leste surpreendente, e pode ser que o time tenha continuado sua tendência recente de entupir sua folha salarial com contratos que não levam o time a lugar nenhum.<br />
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<b>Milwaukee Bucks</b><br />
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A gente tem certeza de que <b>Jason Kidd</b> é um bom técnico? Ele certamente fez um bom trabalho desenvolvendo a molecada (em especial <b>Giannis</b>), mas o time parece ter se estagnado como coletivo em um momento que a evolução tem que vir de dentro, com a folha salarial lotada.<br />
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Entre Giannis, <b>Brogdon, Middleton, Bledsoe, Henson e Snell,</b> o time tem seis jogadores que defensivamente ficam entre "ótimo" e "sólido". Não falta talento defensivo em <b>Milwaukee</b>, e coletivamente não existe time no planeta que chegue perto do coletivo de envergadura e alcance que esse time tenha. É inadmissível que esse time seja 21st em defesa apenas na temporada, mas Kidd insiste em implementar uma defesa pressão ultra-agressiva que deu resultados no seu primeiro ano (2nd na NBA) mas foi 22nd, 19th e 21st (esse ano) desde então. Apenas dois times cedem mais FTs para os adversários, e nenhum cede melhor aproveitamento nas bolas de 3.<br />
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Ofensivamente, Giannis evoluiu num <b>Demogorgon </b>capaz de carregar o time nas costas, mas as jogadas ofensivas do time são muito pobres, com pouca movimentação, pouca variação, e que frequentemente cai na famosa jogada "<i>Toca pro Giannis e espera ele fazer mágica</i>". É muito pouco para um time com tanto talento e que precisa começar a mostrar logo alguma evolução para sua superestrela. Talvez Kidd seja o <b>Mark Jackson </b>desse Bucks: o técnico que coloca ordem na casa e desenvolve a molecada, mas que precisa ir embora se o time quiser atingir um novo patamar.<br />
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<b>Minnesota Timberwolves</b><br />
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Em que ponto nós começamos a realmente nos preocupar com a capacidade do <b>Wolves </b>em defender? <b>Thibodeau </b>chegou em Minnesota como grande mestre defensivo, e a péssima performance defensiva de Minny em 2017 foi atribuida a uma falta de familiaridade dos jogadores com o sistema, e ainda o desenvolvimento por vir. Mas no ano 2, esses problemas continuam e não parecem que vão melhorar, apesar da chegada de<b> Jimmy Butler e Taj Gibson</b>, dois ótimos defensores.<br />
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A defesa de Minny ainda é a oitava pior da NBA, e quem está atrás é exatamente quem você esperaria: os 7 piores times da NBA inteira, mais o <b>Cavs</b>. <b>Wiggins </b>e <b>Towns </b>continuam sendo péssimos defensores, tanto em interesse em defender como em capacidade, apesar de toda sua capacidade atlética. Ainda são jovens, e é só o segundo ano, mas o relógio já começou a contar para esse time (e Towns/Wiggins), e se esse time sonha em realmente brigar por algo na NBA, vai precisar fazer melhor que isso desse lado da quadra.<br />
<br />
Também vale notar que, apesar da campanha de 11-7, seu Net Rating é um pouquíssimo convincente +0.3, bom para 17th melhor apenas da NBA. Esse time não é tão bom quanto parece.<br />
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<b>New Orleans Pelicans</b><br />
<b><br /></b>
O Pelicans contratou<b> Josh Smith.</b><br />
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Não, sério, ELES CONTRATARAM JOSH SMITH!!!<br />
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Smith jogou 12 minutos, fez 2 pontos, teve Net Rating em quadra de -26.2, e foi dispensado. E o Pelicans ficou um pouco mais apertado salarialmente por causa disso.<br />
<b><br /></b>
Mesmo quando o Pelicans está bem, eles não conseguem não ser uma piada.<br />
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<b><br /></b>
<b>New York Knicks</b><br />
<b><br /></b>
O que diabos aconteceu com <b>Willy Hernangomez</b>? Como calouro em 2017, Hernangomez teve média de 18 minutos por jogo e mostrou alguma promessa, terminando o ano com uma ótima sequência de 12 pontos e 9 rebotes por jogo em 24 minutos para terminar o ano. Claro que não era um Franchise Player como seu amigo <b>Porzingis</b>, mas parecia uma possibilidade de se desenvolver em um role player útil para o futuro.<br />
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Agora estamos 17 jogos dentro da temporada 2018, e Hernagomez jogou em apenas 9 partidas, colecionou vários<i> DNP - Coach decision</i>, e tem média de apenas 8 minutos por jogo quando realmente chega a entrar em quadra. Ele está afundado atrás da rotação atrás de <b>Kanter, O'Quinn</b> e até Porzingis jogando de C - e isso com<b> Joakim Noah</b> ainda fora do time. É verdade que o <b>Knicks </b>está surpreendentemente bem na temporada, e caras como Kanter e O'Quinn ajudam mais o time a vencer jogos no curto prazo (o que, diga-se de passagem, não se aplica a Noah mais), mas a médio prazo Hernangomez pode ter mais valor para o Knicks, nem que seja como moeda de troca. E não vai ser afundado no banco que Hernangomez vai chegar lá.<br />
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<b>Oklahoma City Thunder</b><br />
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Antes da boa vitória de quarta contra um sonolento <b>Warriors</b>, <b>Oklahoma City </b>estava péssimos 7-9 na temporada apesar de enfrentar o terceiro calendário mais FÁCIL da NBA inteira. E embora a vitória sobre GSW seja impressionante, ela não pode nos distrair dos enormes problemas em volta de OKC nesse momento.<br />
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Em particular, o ataque é pífio, o décimo pior da NBA inteira. <b>Westbrook </b>está arremessando 40% de quadra, e o encaixe entre suas três estrelas está previsvelmente sendo bem difícil. O Thunder é capaz de algumas jogadas desenhadas bem bonitas, que usam o talento das suas três estrelas, mas no momento que a defesa consegue quebrar a ação inicial, o time não tem muita capacidade de adaptar e vira um show (de horrores) de isolações. Suas três estrelas são jogadores bem individualistas (<i>Nota. Se você é daqueles que acham que dar várias assistências significa não ser individualista, você possivelmente não entende de basquete</i>) que estão acostumados a decidir tudo sozinhos, e nenhuma delas tem um QI de basquete particularmente grande para se adaptar a situações. O time tem sido péssimo nos finais de jogos, e essa estagnação ofensiva (e excesso de chutes de meia distância) é grande parte do motivo.<br />
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Talento leva um time longe, e OKC deve melhorar ao longo do ano com mais entrosamento e rodagem, mas hoje o fato do time ser 21st em BPI diz muito sobre a dificuldade que esse time está encontrando para encaixar as peças, e começam a surgir dúvidas se esse time vai realmente conseguir alcançar todo seu potencial.<br />
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<b>Orlando Magic</b><br />
<b><br /></b>Uma das tradições mais antigas da Conferência Leste, que data de um pouco antes do Natal, é<b> Elfrid Payton</b> em Abril. Todo ano parece que Payton tem uma temporada fraca e/ou decepcionante, mas chega na reta final da temporada e Elfrid Payton começa a jogar bem, ter um impacto real, números melhoram, a expectativa cresce para o ano seguinte... e o ano seguinte repete a mesma fórmula.<br />
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Ano passado não foi diferente. Payton terminou o ano com boas atuações, tendo média de 14 pontos, 7 rebotes e 9 assistências nos seus últimos 21 jogos e chutando 52% de quadra. É sempre difícil dizer nessa época do ano o que realmente é uma melhora do jogador e o quanto é por enfrentar adversários menos motivados, usando mais reservas e tal, mas no caso de Payton rolou alguma animação para 2017/18.<br />
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Mas o armador perdeu o começo do ano com lesões enquanto seu reserva<b> DJ Augustin </b>comandava <b>Orlando </b>em um começo de ano surpreendente, e desde que Payton voltou ele tem sido... não muito bom. 8 pontos, 7 assistências, 3 rebotes e 3 turnovers por jogo e sua defesa despencou de um penhasco. Os turnovers aumentaram consideravelmente, o arremesso e a finalização voltou a sumir, e a eficiência afundou. Desde que Payton voltou ao <b>Magic </b>da sua última lesão, Orlando está 0-5, e no ano estão 3-6 com Payton no alinhamento. Parte disso pode ser a lesão ainda afetando, parte é amostra pequena, e parte não é culpa de Payton (ele simplesmente não é o estilo de jogador que esse time precisa), mas já está na hora do camisa 2 mostrar algo mais do que só bons números contra times em ritmo de férias.<br />
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<b><br /></b>
<b>Philadelphia 76ers</b><br />
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Não quero chutar cavalo morto, mas o que fazer de <b>Markelle Fultz </b>a essa altura? A situação bizarra do calouro expôs novamente não só a incrível incompetência da gestão <b>Colangelo </b>lidando com lesões, como nos deixa em dúvidas sobre se o <b>Sixers </b>fez um erro monumental ao trocar por um calouro que talvez não vá render em quadra tão cedo.<br />
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Primeiro foi o lance livre bizarro de Fultz na pré-temporada, que fez o Sixers falar que aquilo era uma coisa fora da curva, pontual, e para não se preocupar. Então começaram os jogos pra valer e Fultz não só continuou batendo lances livres bizarros, como se recusando a arremessar de fora do garrafão. Eventualmente, Fultz e seu agente culparam os problemas em uma lesão no ombro, que o GM do Sixers veio a público desmentir e falar que o problema era psicológico. Funhé.<br />
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MAS ESPERA, tem mais! Depois dessa briga bizarra e pública, o Sixers anunciou que Fultz perderia 3 jogos por conta dessa lesão no ombro, o que é bizarríssimo depois de tudo. Esses 3 dias viraram logo 3 semanas conforme a "misteriosa" lesão no ombro ia se agravando ou confirmando, o que só fez o amadorismo do Sixers ficar mais evidente. Foi então que vídeos de Fultz <i>arremessando com a mão esquerda</i> apareceram na internet, o que só tornou a situação ainda pior.<br />
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Fultz é talentoso demais pra ficar eternamente mal, mas todo esse processo deve gerar muito mais desconforto que o normal em um torcedor do Sixers. Com <b>Ben Simmons </b>se estabelecendo de vez como PG de fato do time, a bizarra situação de Fultz e<b> Jayson Tatum</b> (escolhido com a escolha #3 original* de Philly) sendo um monstro em <b>Boston</b>, é impossível não pensar se Philadelphia não cometeu um erro grosseiro ao pegar o jogador errado - e ainda trocar uma valiosa escolha futura de Draft para isso.<br />
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*<i>via <b>Kings</b></i><br />
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<b>Phoenix Suns</b><br />
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É difícil para o <b>Suns </b>ficar pior do que os seus primeiros três jogos (três derrotas por combinados 90 pontos, incluindo a maior derrota do opening day da história da NBA em casa) seguidos da demissão do seu técnico (sério, três jogos? Por que ele durou até a temporada então?). O time do Suns do <b>Earl Watson </b>(esses 3 jogos) esse ano foi uma das piores e mais vergonhosas coisas que eu já vi na NBA, um time sem vontade nenhuma que não rodava marcações e não se esforçava NADA em qualquer situação.<br />
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As coisas parecem melhores desde então sob <b>Jay Triano</b>, mas a falta de evolução dos jovens de garrafão do time ainda preocupa. <b>Dragan Bender </b>enfim começou a mostrar flashes (especialmente na defesa) depois da forma criminosa como foi usado por Watson, mas ainda não está sendo usado da melhor forma possível e sendo excessivamente deslocado de função para acomodar <b>Alex Len, Tyson Chandler e agora Greg Monroe</b>; e eu ainda não estou convencido de que <b>Marquese Chriss</b> saiba jogar basquete de verdade apesar de toda a capacidade atlética. Ainda são muito jovens, mas o Suns parece que ainda não entrou no nível de all-in que precisa para dar o espaço na função/posição certa para Chriss e Bender... e não seria nada mal se<b> Josh Jackson </b>mostrasse mais até agora, embora também esteja jogando um pouco fora de posição para acomodar o bom mas limitado <b>TJ Warren</b>. A rotação é uma bagunça, e isso tem cobrado seu preço do desenvolvimento dos jogadores.<br />
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<b>Portland Trail Blazers</b><br />
<b><br /></b>Lembra quando <b>Nurkic </b>chegou em <b>Portland </b>ano passado e Nurkic foi o catalizador de uma corrida as <i>playoffs </i>com médias de 15 pontos, 10.4 rebotes, 3 assistências, 2 tocos e 8 bundas chutadas por jogo? Esses eram bons dias. Até aqui, a pergunta que ficava (<i>'Nurkic é capaz de manter essa produção no médio prazo?"</i>) está sendo respondida com não: Nurkic ainda tem seus 14 pontos por jogo de média, mas todos os seus outros números caíram, e seu nivel de energia e vontade (uma interrogação em <b>Denver </b>e um ponto positivo ano passado em Portland) caiu consideravelmente. Dos 8 jogadores do Blazers com 240 ou mais minutos jogados no ano, Nurkic tem o segundo pior Net Rating.<br />
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Isso não quer dizer que Nurkic tenha sido totalmente ruim esse ano - seus números ainda são decentes, e é parte de uma surpreendentemente boa defesa de Portland (embora, verdade seja dita, também é parte de um igualmente surpreendente ataque ruim). Mas para os torcedores do Blazers que esperavam que Nurkic pudesse repetir sua forma excelente de 2017, 2018 Nurkic está parecendo um pouco demais o do Nuggets para o meu gosto, e essa versão de 2018 - ainda que decente - não parece ser um <i>foundational player </i>como foi o caso ano passado - e isso no momento que o Blazers vai ter que decidir se vai abrir o cofre (e aumentar sua já cheia folha salarial) ou não para manter o bósnio.<br />
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<b>Sacramento Kings</b><br />
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Nenhum time tem Net Rating pior que o <b>Kings </b>nessa temporada. Nenhum. E é óbvio que o Kings (finalmente!!) está pensando no amanhã, e o começo de <b>De'Aaron Fox</b> (seu principal ativo) está sendo bastante encorajador. Mas fora isso, é difícil achar outra coisa que esteja dando muito certo pensando no começo do ano.<br />
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Verdade que as contratações de <b>Zach Randolph, George Hill e Vince Carter</b> é menos sobre sua produção em quadra e mais sobre liderança e cultura, e isso não é fácil de medir ou avaliar no dia a dia. Mas de modo geral, está difícil realmente achar que alguma das contratações está fazendo muito por esse time: <b>George Hill </b>em geral parede o jogador mais desinteressado da NBA não chamado<b> Eric Bledsoe</b> (e jogando muito mal),<b> Zach Randolph</b> está liderando o time inteiro em arremessos apesar de ser apenas o sexto jogador com mais minutos, e os dois tem o pior Net Rating em todo o time. As derrotas e o péssimo basquete continuam, e os veteranos não estão ajudando.<br />
<b><br /></b>
E o pior é que mesmo os jovens não parecem estar se desenvolvendo tão bem assim. <b>Buddy Hield </b>(que já vai fazer 24 anos) regrediu depois do bom começo em Sacramento ano passado e tem média de apenas 11 pontos em 23 minutos por jogo; <b>Malachi Richardson</b> ainda não está pronto para jogar na NBA; <b>Willie-Cauley Stein </b>tem o terceiro pior Net Rating do time (embora esteja mostrando alguns flashes); e o aparentemente promissor <b>Skal Labissiere </b>não consegue mais de 18 minutos por jogo e parece ter involuído em quase todos os quesitos em relação ao seu bom final de ano. Sacramento ainda tem tempo, mas Stein e Hield já tem 24 anos, e Richardson 22 - já está na hora de vermos mais deles do que somente flashes, e a performance dos veteranos não tem ajudado.<br />
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<b>San Antonio Spurs</b><br />
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Outro elefante na sala: o que acontece com <b>Kawhi Leonard</b>? Primeiro, era uma lesão de pré-temporada, e ele deveria estar pronto para começar o ano. Depois era uma semana. Depois, vazou um vídeo de Kawhi mal conseguindo subir uma escada para entrar no elevador. Agora, Pop diz que a lesão do Kawhi é algo que ele "nunca viu na sua carreira". Esqueça saber quanto tempo Kawhi ficará fora - a gente nem sabe qual é a lesão.<br />
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Eu pessoalmente duvido que <b>Poppovich </b>viria a público dizer algo assim se a lesão realmente fosse tão séria, mas é uma preocupação real. <b>San Antonio</b> conseguiu equilibrar bem seu começo de ano com uma campanha 11-7, mas tem apenas o oitavo melhor Net Rating da NBA e isso contra o sétimo calendário mais fácil - por mais magia negra que o Spurs faça, eles precisam de Kawhi para continuar com a cabeça fora da água no Oeste, e absolutamente precisam dele se querem ter alguma pretensão maior na temporada.<br />
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<b>Toronto Raptors</b><br />
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Não tem absolutamente nada errado com <b>Toronto </b>parecendo ótimo e que deu um passo novo durante a temporada regular. Nada vai dar errado ou estagnar nos playoffs, podem confiar!!<br />
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Muito se falou sobre o Raptors mudar um pouco seu estilo de jogar baseado mais em isolações, poucas bolas longas e poucos passes. E algumas coisas, de fato, mudaram - depois de serem o quarto time com menos passes por jogo em 2017 e o PIOR da NBA em AST%, Toronto subiu para 18th e 15th na Liga nos dois quesitos, respectivamente.<br />
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Mas a derrota para Boston expôs o quão frágil isso ainda é: Toronto jogou o jogo inteiro trocando passes, rodando a bola e parecendo o <b>Novo Raptors</b>, mas chegou no final da partida e o time voltou aos seus velhos hábitos: isolações, arremessos de meia distância errados, ataque estagnado. Parecia um jogo de playoffs. Toronto tem o terceiro melhor ataque da NBA e é um impressionante 15th em AST% (percentual das cestas que vem de uma assistência), mas quando chega o final dos jogos (5 minutos finais, 5 pontos ou menos de diferença) e o time despenca para o 18th melhor ataque e 27th em AST%. Não coincidentemente, o time tem ido mal em crunch time esse ano. É um pouco do <b>Velho Raptors</b> espiando por fora e nos lembrando de que precisamos de cuidado ao empolgar com esse time quando o assunto é pós-temporada.<br />
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<b>Utah Jazz</b><br />
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Eu ia falar do sétimo pior ataque da NBA e como um time que tentou fazer de <b>Ricky Rubio</b> seu principal pontuador não pode estar no caminho certo, mas... <b>Rudy Gobert</b>, cara. Essa lesão acaba com o <b>Jazz</b>. Se o time ficar muito para trás antes da volta do francês, pode valer mais a pena para Utah deixar sua estrela no banco, desenvolver a molecada (em especial o promissor <b>Donovan Mitchell</b>) e tentar beliscar mais uma boa escolha no Draft 2018.<br />
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<b>Washington Wizards</b><br />
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O problema do <b>Wizards </b>em 2018 parece ser o mesmo de 2017: o banco. Apenas 22nd em Net Rating na NBA, o banco do Wizards tem apenas um jogador confiável (<b>Kelly Oubre</b>), que é muito mais uma peça importante de rotação e menos um jogador para carregar o time durante alguns minutos. Em particular, o Wizards sofre com faltas de opção para a criação de jogadas: <b>Beal </b>até tem mostrado nova aptidão conduzindo o ataque quando <b>Wall </b>está fora, mas tirando isso, as únicas opções na armação vindas do banco são <b>Santoransky </b>(que vai caindo no esquecimento) e <b>Tim Frazier</b> (3 pontos por jogo em 36 FG% apesar de 16 mpg), o que não está ajudando<br />
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A verdade é que o time despenca quando Wall ou Beal (ou ambos) estão fora de quadra. Com Beal no banco, o Net Rating do Wizards é de -9.6; com Wall fora, é de -4.1, ambas marcas muito ruins para um time que se enxerga como contender. A lineup mais usada do banco - Frazier, <b>Meeks</b>, Oubre, <b>Mike</b> <b>Scott </b>e <b>Mahinmi </b>- tem um Net Rating de -11.6. A segunda lineup mais usada sem John Wall - o time titular com Frazier no lugar do camisa 2 - tem Net Rating de -7.9. Acho que vocês entenderam a história.<br />
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Uma opção seria confiar mais em Beal - que mostrou melhoras como playmaker - para conduzir o ataque com unidades vindas do banco. Beal tem apenas 60 minutos sem Wall em quadra (tirando os jogos que Wall perdeu) e seria interessante ver o Wizards separando mais suas duas estrelas nesse sentido. Mas foi um fator que limitou e custou caro ao Wizards nos playoffs do ano passado, e já começa a se mostrar problemático em 2017/18.<br />
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<a href="http://mediad.publicbroadcasting.net/p/shared/npr/styles/x_large/nprshared/201402/167696829.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://mediad.publicbroadcasting.net/p/shared/npr/styles/x_large/nprshared/201402/167696829.jpg" data-original-height="599" data-original-width="800" height="239" width="320" /></a></div>
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<i>Quando tudo começou...</i></div>
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Na última quarta feira (15/11), no <b>Staples Center,</b> aconteceu um jogo de NBA entre <b>Sixers </b>e <b>Lakers</b>, dois dos times jovens mais interessantes da NBA. E entre vários motivos pelos quais o confronto gerou antecipação entre fãs e mídia foi o confronto de dois dos calouros com mais hype da temporada: o australiano <b>Ben Simmons</b>, armador (de 2 metros e 10, mas armador) do Sixers e escolha #1 no Draft de 2016, contra <b>Lonzo Ball</b>, armador do Lakers recém-escolhido #2 no Draft.<br />
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Mas se Simmons brilhou na partida com 18 pontos, 10 assistências, 9 rebotes e 5 roubos de bola, o mesmo não pode ser dito do muito falado calouro de Los Angeles. Lonzo Ball terminou o jogo com 2 pontos, 2 assistências e 2 turnovers, acertando apenas 1 de 9 arremessos e errando todas as 6 bolas de três pontos que tentou, antes de passar o quarto período inteiro sentado no banco de reservas - pela segunda partida seguida. Nos seus 21 minutos de quadra, o Lakers foi um -18. Nos seus 27 minutos no banco, o Lakers foi +12 em quadra. A partida ruim continuou uma temporada bastante fraca e decepcionante de um dos calouros mais aguardados e comentados dos últimos anos.<br />
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(<b>Joel Embiid</b>, diga-se de passagem, anotou 46 pontos, 15 rebotes, 7 assistências e 7 tocos na partida, números que nenhum jogador da história da NBA anotou oficialmente me uma partida).<br />
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Claro, catorze jogos não dizem nada sobre a capacidade de Lonzo (ou qualquer outro calouro) de se tornar um grande jogador de NBA. É uma amostra muito pequena, e calouros sempre terão maior demora e dificuldade para se adaptar ao jogo mais rápido e físico da NBA. É muito cedo para falar que Ball não será um bom jogador de basquete. Seu talento é real, e seus passes já são de altíssimo nível - ele provavelmente ficará bem.<br />
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Ainda assim, existe algo maior e mais preocupante que pode atrapalhar Lonzo na sua trajetória profissional. Ao contrário do que muitos pensam, não é seu arremesso, nem o excesso de hype, e nem seu pai falastrão - e sim uma influência que começou 14 anos antes de Lonzo Ball sequer nascer.<br />
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Estou falando, é claro, da <b>Maldição de Sam Bowie</b>.<br />
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Para aqueles que não sabem do que eu estou falando, <b>Sam Bowie</b> era um pivô da universidade de <b>Kentucky </b>que foi a segunda escolha do Draft em 1984. Bowie ficou cinco anos em Kentucky (perdendo dois deles por conta de lesões no pé) e, quando foi para o Draft, já era dois anos mais velho do que a grande maioria dos prospectos da época (tinha 23 no seu ano de calouro). Sam era um pivô bem alto e um jogador bastante habilidoso e refinado próximo à cesta quando saudável, mas lesões no pé e na perna (as mesmas da época de Kentucky) acabaram com sua carreira - Bowie jogou 60 jogos ou mais apenas seis vezes na sua carreira e nunca conseguiu fazer nada demais em quadra. Depois de 11 anos decepcionantes e marcados por lesões, Bowie se aposentou da NBA.<br />
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Por si só, a carreira de Bowie não teve nada de especial - um bust talentoso que até jogou bem quando saudável mas foi traído por problemas físicos. Como Sam, tem dezenas de outros jogadores semelhantes na história da liga. O que fez de Bowie diferente - e marcou seu nome de forma infeliz na história da NBA - é que uma escolha depois do <b>Blazers </b>ter pego Bowie, o <b>Chicago Bulls </b>escolheu um tal de <b>Michael Jordan</b> para o seu time. E o resto é história.<br />
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(Curiosidade interessante: no Draft de 1984 - em que o <b>Rockets </b>escolheu <b>Hakeem </b>#1, o <b>Blazers </b>pegou <b>Bowie </b>#2 e o <b>Bulls </b>ficou com o grande prêmio no #3 - o Rockets negociou uma troca com o Blazers no qual enviaria seu então <i>Frachise Player</i>, <b>Ralph Sampson</b>, em troca de um calouro de pouca expressão chamado <b>Clyde Drexler</b> e a escolha #2 para pegar Michael Jordan. No final, o Rockets recuou e nunca fez a troca. E foi assim que chegamos tão perto de ver Hakeem, Jordan E Clyde Drexler jogando sua carreira juntos no mesmo time. Durma com essa.)<br />
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Mas quando o Blazers passou Jordan para pegar Bowie com a escolha #2 (aliás, uma decisão que a franquia curiosamente reviveu 23 anos depois quando passou <b>Durant </b>para pegar <b>Greg Oden</b>) eles não apenas assinaram seu próprio destino (adivinha quem chutou a bunda do Blazers nas Finais de 1992 e destruiu a confiança do seu<i> Franchise Player </i>no processo?) e mudaram a escala de poder dentro da NBA. Eles também condenaram para sempre o destino da escolha #2 do Draft. Começou assim a <b>Maldição de Sam Bowie.</b><br />
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A escolha #2 do Draft deveria ser um ativo de extremo valor. Ainda que não tão bom quanto a escolha #1 (dã!), onde saem os jogadores que são as absolutas certezas (<b>Hakeem, Duncan, LeBron, Shaq</b>, etc), a escolha #2 ainda coloca qualquer time em uma fantástica posição para escolher seu Franchise Player do futuro, uma posição privilegiada que deveria render grandes frutos para seu time. Escolha #2, pegue um Franchise Player, jogue ele por 12 anos, monte o time ao seu redor, tenha sucesso, aposente sua camisa - quase o mesmo que pensamos sobre a escolha #1.<br />
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E no entanto, desde que Bowie foi escolhido, esse não tem sido o caso - a escolha #2 tem sido um local para fracassos, decepções e frustrações. Não necessariamente para os jogadores nela escolhidos, mas para os times que detinham essa escolha. Desde Bowie, praticamente todos os jogadores escolhidos com a escolha #2 foram ou um bust, destruídos por lesões (ou pior...), um jogador decente mas decepcionante (dado sua posição), ou um jogador de sucesso que só se realizou DEPOIS de ser trocado ou deixar o time que o escolheu. Se o objetivo da escolha #2 era achar um Franchise Player, praticamente todas as escolhas deram errado, com duas notáveis exceções - as quais você vai perceber a ironia daqui a alguns parágrafos.<br />
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Não acredita em mim? Vamos fazer então uma passada histórica por todos os jogadores selecionados #2 no Draft desde aquela fatídica noite em 1984. Começando com o gerador de Maldição...<br />
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<b>1984 Draft: Sam Bowie (Portland Trail Blazers)</b><br />
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Pobre Sam - não é sua culpa que ele tenha sido escolhido na frente do maior jogador da história do basquete.<br />
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Com o tempo, essa escolha acabou ganhando uma versão revisionista, com pessoas argumentando que a escolha era válida porque o Blazers precisava desesperadamente de um pivô (falso: eles já tinham <b>Mychal Thompson</b>, escolha #1 de 1978 e um dos melhores defensores da época... ou, como ele é mais conhecido hoje em dia, o pai do <b>Klay</b>), que não precisavam de <b>MJ </b>já tendo o segundo-anista <b>Clyde Drexler</b> (não só a ideia de alguém não precisar de MJ é hilária, mas Drexler como calouro não foi nada demais, tendo média de 7.7 pontos por jogo e não conseguindo vencer <b>Steve Stipanovich, Thurl Bailey e Darrell Walker</b> para o time de calouros do ano), ou mesmo que ninguém sabia que Jordan seria tão bom (ninguém obviamente podia prever "Melhor da história", mas MJ era um calouro EXTREMAMENTE cobiçado. Pelo menos cinco times ofereceram a casa para o <b>Bulls </b>pela pick atrás de Jordan, com o <b>Sixers </b>chegando ao ponto de oferecer <b>Julius Erving </b>direto pela escolha). Mas independente dos motivos que levaram o Blazers a cometer um dos maiores erros da história da NBA, a culpa não é do pobre Sam, que teria sido um sólido pivô titular caso ficasse saudável.<br />
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O Blazers até que conseguiu contornar essa escolha montando uma boa fundação e, com a evolução de Clyde, chegando a duas finais de NBA em 1990 e 1992 (esta última perdendo, claro, para Michael Jordan). Mas faz você pensar o que teria sido do Blazers se tivessem conseguido algo de valor com essa escolha.<br />
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<b>1985 Draft: Wayman Tisdale (Indiana Pacers)</b><br />
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<b>Tisdale </b>era uma lenda no College que nunca conseguiu corresponder na NBA. Um pontuador talentoso, Tisdale era um defensor e reboteiro bastante fraco que cometia faltas demais, impedindo que ganhasse mais tempo de quadra e reduzindo sua efetividade. Foi trocado pelo <b>Pacers </b>depois de três temporadas decepcionantes para o <b>Kings </b>por <b>Randy Wittman</b> (sim, aquele) e <b>LaSalle Thompson</b>. Teve o seu auge em 1990 por Sacramento, quando teve 22 pontos e 7 rebotes por jogo de média... por um Kings que terminou o ano com horrendos 23-59. Talvez não foi um bust completo - seis anos como titular na NBA, 15 pontos por jogo na carreira - mas foi um jogador bastante fraco e esquecível, e Tisdale - que faleceu em 2009 vítima de câncer - provavelmente teve mais sucesso em sua carreira posterior como músico de jazz do que como jogador de basquete.<br />
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<a href="http://cdn-s3.si.com/s3fs-public/si/multimedia/photo_gallery/1103/len.bias.rare.photos/images/bias-flex.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://cdn-s3.si.com/s3fs-public/si/multimedia/photo_gallery/1103/len.bias.rare.photos/images/bias-flex.jpg" data-original-height="408" data-original-width="641" height="254" width="400" /></a></div>
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<b>Len Bias</b> (Foto: <i>Sports Illustrated</i>)</div>
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<b>1986 Draft: Len Bias (Boston Celtics)</b><br />
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Se você conhece esse nome, você provavelmente conhece a história daquela que é provavelmente a maior tragédia da história da NBA.<br />
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<b>Len Bias</b> foi selecionado #2 em 1986 por um <b>Boston Celtics</b> que acabava de sair de mais um título extremamente dominante, e isso graças a uma troca maluca dois anos antes - alguém em <b>Seattle </b>achou uma boa ideia enviar uma escolha futura de primeira rodada por <b>Gerald Henderson</b> pai (Henderson durou dois anos em Seattle com 13 ppg de média). Bias, um dos mais físicos e explosivos jogadores da NCAA, iria começar sua carreira no melhor time da NBA, na posição que o Celtics mais precisava de profundidade (ala/ala de força). Uma combinação rara de força, habilidade e atitude, Bias parecia ser a futura estrela para ajudar o time no curto prazo e pegar a tocha de <b>Bird </b>e <b>McHale </b>no futuro. O melhor time da história do basquete estava ADICIONANDO esse jogador - aonde esse time chegaria então parecia impossível de prever.<br />
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Mas nunca aconteceu, e nunca teve a chance de acontecer - <b>Bias </b>morreu dois dias depois do Draft por uma overdose de cocaína. A NBA perdeu uma das suas mais empolgantes jovens estrelas, e o <b>Celtics </b>perdeu o jogador que no curto prazo teria tirado minutos de Bird e McHale e ajudado a estender suas carreiras, antes de virar a estrela do time. Sem um bom reserva, McHale e Bird tiveram que continuar jogando minutos hercúleos, e a carreira dos dois nunca mais foi a mesma depois de 1987, com o corpo de ambos quebrando pouco tempo depois. O futuro de Boston sumiu em um instante, e demorou mais de 20 anos até que o Celtics se reerguesse novamente.<br />
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(<b><u>Trivia</u></b>: Gerald Henderson pai foi trocado pelo Sonics junto com uma escolha de primeira rodada futura - eventualmente <b>Mark Jackson </b>- para o <b>Knicks </b>por outra escolha de primeira rodada futura, que acabou sendo #5 em 1987. O Sonics trocou essa escolha para o <b>Bulls </b>por <b>Olden Polynice</b> e uma 1st round pick de 1989 que acabou sendo <b>BJ Armstrong</b>. O Bulls usou a escolha para escolher <b>Scottie Pippen</b>).<br />
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<b>1987 Draft: Armen Gilliam (Phoenix Suns)</b><br />
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Outro bust famoso, <b>Gilliam </b>teve uma carreira de 13 anos de NBA mas nunca foi mais do que um role player mediano, decente na pontuação e nos rebotes mas incapaz de fazer nada a mais. <b>Phoenix </b>desistiu de Gilliam depois de apenas dois anos, mandando o ala para o <b>Lakers </b>em troca de um<b> Kurt Rambis</b> de 31 anos que teve 4.2 pontos por jogo de média na sua carreira em Phoenix. Aos 31 anos e com oito de NBA, dois times já tinham dispensado o ala, e dois tinham trocado por migalhas (a segunda vez por <b>Mike Gminski</b>) só para se livrar de Gilliam. Resume bem o que foi sua carreira.<br />
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<b>1988 Draft: Rik Smits (Indiana Pacers)</b><br />
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O holandês <b>Rik Smits</b> nunca foi um jogador de destaque, mas foi um dos melhores casos de sucesso para o time com a escolha em questão nessa lista - o que diz bastante sobre ela. Um jogador extremamente alto (2,24 m), Smits podia ser perigoso no garrafão jogando de costas para a cesta contra adversários menores e deu trabalho para o <b>Bulls </b>de <b>Michael Jordan</b> na sua segunda passagem pela NBA, indo até mesmo para um All-Star Game em 1998 (foi o mesmo ano que <b>Jayson Williams </b>foi um All Star, então leve isso com trinta grãos de sal).<br />
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Smits nunca foi particularmente dominante - nunca teve mais que 18.5 pontos ou 7.7 rebotes por jogo de média, jogou mais de 30 minutos por jogo, ou teve uma grande temporada defensiva - mas foi um titular consistente para o Pacers por 12 anos, alguns deles na época que o time chegou a disputar títulos. Não é exatamente que você quer de uma escolha #2 do Draft, mas poderia ser bem pior.<br />
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<b>1989 Draft: Danny Ferry (Los Angeles Clippers)</b><br />
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Mais conhecido por sua carreira como executivo no Hawks, <b>Ferry </b>nunca chegou a jogar pelo <b>Clippers </b>- foi trocado antes da temporada começar para o <b>Cavs </b>por <b>Ron Harper</b> (que eventualmente estourou o joelho, afinal é o Clippers) e escolhas de Draft futuras. Um ala de força extremamente lento e pouco atlético que não defendia sem ponto de vista, Ferry jogou 10 anos em Cleveland e nunca pegou mais do que 4.1 rebotes por jogo e só passou de 10 pontos por jogo duas vezes, sendo até hoje lembrado com um dos grandes busts da NBA.<br />
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Foi um daqueles casos que a liga ainda estava apegada a um estereótipo que funcionou no passado (o ala de garrafão branco, lento, que joga abaixo do aro, não defendia e pontuava bastante no colegial) e que não tinha lugar em uma NBA cada vez mais atlética e explosiva, especialmente no garrafão.<br />
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<a href="https://www.gannett-cdn.com/-mm-/aee171f8cbd41af0308864b8dbf2b87307820592/c=0-261-1148-1124&r=x404&c=534x401/local/-/media/USATODAY/USATODAY/2013/04/05/xxx-nba-playoffs_-lakers_sonics.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="401" data-original-width="534" height="240" src="https://www.gannett-cdn.com/-mm-/aee171f8cbd41af0308864b8dbf2b87307820592/c=0-261-1148-1124&r=x404&c=534x401/local/-/media/USATODAY/USATODAY/2013/04/05/xxx-nba-playoffs_-lakers_sonics.jpg" width="320" /></a></div>
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<b>Gary Payton </b><i>(Foto: USA Today)</i></div>
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<b>1990 Draft: Gary Payton (Seattle Supersonics)</b><br />
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Finalmente um jogador realmente bom escolhido com a escolha #2!<br />
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Uma das duas exceções da lista (segure essa ideia...), <b>Payton </b>foi escolhido pelo <b>Sonics </b>e, apesar de seus problemas de vestiário e com os colegas, foi a estrela do time por 12 anos de bastante sucesso, anos esses que incluíram uma passagem para as Finais da NBA em 1996 (perdendo para <b>Jordan </b>e o 72-10 Bulls). Um dos maiores armadores da história da liga, Payton é até hoje lembrado pela sua dominação dos dois lados da quadra, sua defesa de perímetro sem igual (apelidado de <i>The Glove</i>, ou A Luva), e por ter singularmente destruído<b> John Stockton</b> nos playoffs de 1996. Se<b> Shawn Kemp </b>não tivesse se autodestruído a partir de 1997, possivelmente teria ganho um anel ainda no seu auge (acabou ganhando um como role player no final da sua carreira por <b>Miami</b>, em 2006), um legítimo Franchise Player apesar de todos os problemas que causava.<br />
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Quanto a essa exceção para a Maldição... aguarde um pouco mais.<br />
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<b>1991 Draft: Kenny Anderson (New Jersey Nets)</b><br />
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Um jogador talentoso mas muito problemático vindo dos <i>playgrounds </i>de New York, <b>Anderson </b>pelo menos deu ao <b>Nets </b>três bons anos, nos quais teve média de 18 pontos e 9 assistências por jogo (apesar da baixíssima eficiência) e foi a um <i>All Star Game</i> (1994). Mas problemas pessoais e familiares fora das quadras acabaram submergindo o talento, com o Nets eventualmente chutando Anderson para o <b>Blazers </b>por <b>Kendall Gill</b>. Anderson acabou virando um nômade na NBA depois disso, não durando em nenhum time mais do que um ano e meio (o <b>Celtics </b>sendo a única exceção, onde perdeu dois anos quase inteiros para lesões), se recusando a ser trocado para o <b>Raptors </b>por não querer jogar no Canadá, e passando por 9 times diferentes (!!) durante os seus 14 anos de carreira. Um final melancólico para um grande talento.<br />
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<b>1992 Draft: Alonzo Mourning (Charlotte Hornets)</b><br />
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Um Hall of Famer, <b>Alonzo Mourning</b> deu ao <b>Hornets </b>três anos muito bons e foi a dois<b> All Stars</b> em 1994 e 1995 por Charlotte, mas não foi até ser trocado para o <b>Miami Heat </b>que enfim atingiu seu auge. Uma doença nos rins terminou atrapalhando e quase acabando com a carreira de Alonzo, mas nos seis anos que jogou em Miami (mais um sétimo destruído por lesões e a doença) Mouring teve média de 20 pontos, 10 rebotes e 3 tocos por jogo, e foi a 5 All Star Games. Foi por Miami que Mourning foi eleito duas vezes o <b>Melhor Defensor da Temporada (</b>1999 e 2000), foi a um 1st e um 2nd <b>Team All NBA</b>, e terminou #2 (1999) e #3 (2000) na corrida pelo <b>MVP</b>.<br />
<br />
Charlotte conseguiu bom retorno na troca de Mourning, em especial o ótimo <b>Glen Rice</b>, então não foi uma troca ruim para o Hornets, mas é um caso (teremos outros) nessa lista do time que escolheu um bom jogador no #2 viu esse jogador ter seu auge e seus anos dominantes defendendo outra franquia.<br />
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<b>1993 Draft: Shawn Bradley (Philadelphia 76ers)</b><br />
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Um dos jogadores mais altos da história da NBA com 2,29 m (7'6), <b>Bradley </b>era um protetor de aro decente que ficou mais famoso por ser um dos maiores alvos de cravadas na cabeça da história da NBA, o que diz tudo sobre sua carreira.<br />
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<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/UEi-Wm0OFII/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/UEi-Wm0OFII?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
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Pode procurar no YouTube por <b>Shawn Bradley</b> + enterradas, e você vai achar vários exemplos - o mais famoso provavelmente sendo a de <b>Tracy McGrady</b>. Bradley simplesmente não tinha a mobilidade e coordenação motora para fazer uso da sua altura, e em seus 12 anos de NBA foi principalmente marcados pelas enterradas, lesões menores e ineficiência geral. O ponto alto da sua carreira foi provavelmente ter tido seu talento roubado pelos <b>Monstars </b>no filme <b>Space Jam</b> (que completou 21 anos quarta-feira passada, dia 15/11!).<br />
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<b><u>Trivia</u></b>: <b>Khalid Reeves</b>, um jogador totalmente irrelevante que jogou apenas 277 jogos em seus 6 anos de carreira na NBA, de alguma forma conseguiu entrar nessa coluna por um fato curioso - ele foi envolvido em trocas pelos 3 últimos jogadores dessa lista em algum momento da sua carreira. Fez parte do pacote que o <b>Heat </b>mandou por <b>Mourning </b>em 1995; foi com <b>Kendall Gill</b> para o <b>Nets </b>em 1996 por <b>Kenny Anderson</b>; e em 1997 fez parte do pacote que o <b>Nets </b>enviou para o <b>Dallas </b>junto de Shawn Bradley em uma troca por por <b>Sam Cassell e Jim Jackson - </b>uma troca que, ainda mais curiosamente, também está ligada ao próximo jogador da lista.<br />
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<a href="https://i.ebayimg.com/thumbs/images/g/Q6wAAOxy~ilSSGF7/s-l225.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="225" data-original-width="156" src="https://i.ebayimg.com/thumbs/images/g/Q6wAAOxy~ilSSGF7/s-l225.jpg" /></a></div>
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<b>Jason Kidd</b> (<i>Foto: eBay</i>)</div>
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<b>1994 Draft: Jason Kidd (Dallas Mavericks)</b><br />
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Outro grande jogador,<b> Jason Kidd</b> foi selecionado pelo <b>Mavs </b>em 1994 e fazia parte de um empolgante e promissor trio de Dallas junto de outros grandes talentos em <b>Jim Jackson e Jamal Mashburn</b>, os famosos "Três Js". Mas antes que esse talentoso trio de personalidades difíceis pudesse dar frutos em quadra (Dallas venceu 13, 36 e 26 jogos entre 94 e 96) o vestiário implodiu. Kidd e Jim Jackson brigaram por causa de um triângulo amoroso com a cantora <b>Toni Braxton </b>(não, sério!), os três começaram a brigar por causa de salários, minutos, arremessos e papel no vestiário, e a situação se deteriorou de forma tão grande e tão rápida que Dallas precisou se livrar dos três o mais rápido possível: Kidd foi mandado para <b>Phoenix </b>por <b>Sam Cassell, Michael Finley</b> e <b>AC Green</b>; Cassell foi usado para despachar <b>Jim Jackson</b> para o <b>Nets </b>em troca de<b> Shawn Bradley</b> e do agora onipresente<b> Khalid Reeves</b>; e <b>Mashburn </b>foi despachado para o <b>Heat </b>por <b>Sasha Danilovic e Kurt Thomas.</b><br />
<br />
Em um piscar de olhos, o "time do futuro" de Dallas tinha ido para o chão e o tormento da franquia não acabaria até serem salvos por <b>Dirk </b>e <b>Nash </b>seis anos depois. Dallas viu de longe Kidd se desenvolver em um perene<b> All Star</b> e um dos melhores armadores da história da NBA em Phoenix e New Jersey antes dessa história enfim terminar em um final feliz: Kidd eventualmente voltou para Dallas e fez parte do time campeão de 2011.<br />
<br />
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<b>1995 Draft: Antonio McDyess (Los Angeles Clippers)</b><br />
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Um ótimo jogador de garrafão, <b>McDyess</b> teve médias de 19 pontos, 9 rebotes e 2 tocos por jogo (e foi a um <b>All Star Game</b>) durante um ótimo período de 5 anos antes que lesões no joelho acabassem prematuramente com sua carreira. No entanto, nada disso foi feito pelo time que o selecionou no Draft, o <b>Los Angeles Clippers</b>: o Clippers trocou McDyess no dia seguinte ao Draft por <b>Rodney Rodgers e Brent Berry</b>, dois jogadores medianos que não ajudaram muito enquanto o Clippers continuou sendo um dos piores times da NBA durante anos a fio, enquanto assistiam McDyess chutando bundas - enquanto saudável - em outros times.<br />
<br />
<b><u>Trivia</u></b>: Lembra a famosa saga do <b>DeAndre Jordan</b> reassinando com o <b>Clippers </b>depois de ser trancado numa casa com <b>Chris Paul, Doc Rivers</b> e mais alguém para "romper" seu compromisso com <b>Dallas</b>? McDyess viveu uma situação bizarramente semelhante em 1998, e que teria sido uma história muito maior e melhor hoje em dia na era da internet. Depois de defender o <b>Suns </b>em 1998 e virar Free Agent antes da temporada 1999 (do locaute), McDyess chegou a um acordo verbal com o <b>Denver Nuggets</b> antes de receber uma proposta do Suns que o fez balançar.<br />
<br />
Na esperança de convencer McDyess, três companheiros de Suns - incluindo <b>Jason Kidd</b> - pegaram um avião e voaram para Denver para encontrar o pivô, possivelmente para fazer com ele o que o Clippers fez com DeAndre Jordan. McDyess estava então vendo um jogo do <b>Colorado Avalanche</b> com o GM do <b>Nuggets</b>, <b>Dan Issel,</b> que ao saber da aproximação dos três jogadores de Phoenix deu ordens para os seguranças do prédio barrarem a entrada deles no prédio enquanto Issel imediatamente levava McDyess para sua sala a fim de assinar seu contrato antes que algo mais pudesse acontecer. A saga só seria melhor se <b>Paul Pierce</b> estivesse lá twittando fotos de <i>emojis </i>de foguetes.<br />
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<b>1996 Draft: Marcus Camby (Toronto Raptors)</b><br />
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Depois de dois anos sólidos mas não espetaculares, o <b>Raptors </b>estupidamente trocou <b>Camby </b>para o <b>Knicks </b>pelo fraco <b>Sean Marks e um Charles Oakley</b> de 35 anos. Camby eventualmente se desenvolveu em um excelente defensor e reboteiro fora de Toronto, sendo parte crucial do Knicks que foi às Finais em 1999 mesmo após a lesão de <b>Patrick Ewing</b>, e eventualmente tendo seu auge em Denver, onde foi eleito quatro vezes para o time de defesa ideal da temporada e ganhou o prêmio de <b>Melhor Defensor da Temporada</b> em 2007. Nunca uma estrela, mas um jogador bem sólido que novamente só foi ter seu auge depois de trocado pelo seu time de origem.<br />
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<b>1997 Draft: Keith Van Horn (Philadelphia 76ers)</b><br />
<br />
Mais famoso por ser um cover do Tintim, <b>Van Horn</b> foi trocado pelo time que o escolheu (o <b>Sixers</b>) pouco após o Draft por <b>Jim Jackson, Eric Montross e Tim Thomas</b>, e embora nunca tenha sido uma estrela (e tenha tido uma carreira estranhamente curta de 9 anos), Van Horn foi durante um bom tempo um jogador muito útil que tinha a estranha tendência de aparecer como um jogador importante para bons times. Teve média de 18 pontos e 8 rebotes para os bons times do <b>Nets </b>de <b>Jason Kidd</b> (eventualmente chegando nas Finais com o time em 2002), e voltando para as Finais com sexto homem do Dallas de 2006.<br />
<br />
Van Horn também merece crédito por ser um pioneiro do basquete moderno: em sua carreira como ala de força, Van Horn chutou 3 bolas de 3 por jogo e acertou 36% delas.<br />
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<b>1998 Draft: Mike Bibby (Vancouver Grizzlies)</b><br />
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Outro exemplo de um útil, mas nada espetacular jogador que só se encontrou depois de ser trocado (por<b> Jason Williams</b> - aquele - e um <b>Nick Anderson</b> decrépito). Útil no <b>Grizzlies </b>mas carregando uma carga excessiva em times horríveis no Canadá, <b>Bibby </b>teve seu auge como armador secundário dos famosos times do Kings dos anos 2000 que deveriam ter ido às Finais em 2002. <b>Vancouver </b>trocou Bibby em 2002 e perdeu seu time meses depois para <b>Memphis</b>. A Maldição de Sam Bowie, além de tudo, é criativa.<br />
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<br />
<b>1999 Draft: Steve Francis (Vancouver Grizzlies)</b><br />
<br />
Mais uma escolha #2 que não deu certo para o Grizzlies, mas dessa vez não foi totalmente culpa da franquia. Uma vez escolhido, <b>Steve Francis </b>declarou publicamente que não queria jogar pelo <b>Grizzlies </b>e exigindo uma troca, chegando até a dizer que era a vontade de Deus. Depois de diversos conflitos extra-quadra, a franquia enfim mandou o armador para Houston em uma troca imensa de 11 jogadores que eu não vou reviver aqui mas que não envolveu nada de espetacular.<br />
<br />
Um estilo de jogo individualista, lesões e problemas extra-quadra acabaram por fazer Francis ser trocado de <b>Houston </b>e acabar fora da NBA aos 29 anos, mas durante seus cinco anos no <b>Rockets </b>foi um dos mais explosivos e promissores armadores da NBA, um All-Star por 3 vezes que atacava a cesta feito louco e enterrava na cabeça de todo mundo, mas que nunca atingiu todo o potencial que prometia.<br />
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<b>2000 Draft: Stromile Swift (Vancouver Grizzlies)</b><br />Três seguidas para o <b>Grizzlies</b>, e mais um fracasso - dessa vez totalmente por culpa da franquia. <b>Swift </b>foi um enorme bust que jogou 5 anos na franquia (em <b>Vancouver </b>e <b>Memphis</b>) antes de ser dispensado e não deixar saudades algumas, e aos 29 anos já estava fora da NBA sendo titular em menos de 100 jogos durante sua carreira. Em defesa do Grizzlies, o Draft de 2000 foi um dos piores de todos os tempos, então não tinha muito o que fazer com essa escolha que não teria sido um grande fracasso.<br />
<br />
Diga-se de passagem, Swift foi também um pioneiro - após sair da NBA em 2009, foi jogar na Liga Chinesa antes de ser moda.<br />
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<a href="https://i1.wp.com/cdn.bleacherreport.net/images_root/slides/photos/000/636/732/57346849_display_image.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="296" height="320" src="https://i1.wp.com/cdn.bleacherreport.net/images_root/slides/photos/000/636/732/57346849_display_image.jpg" width="236" /></a></div>
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<b>Tyson Chandler</b> (Foto: <i>Bleacher Report</i>)</div>
<br />
<br />
<b>2001 Draft: Tyson Chandler (Los Angeles Clippers)</b><br />
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Com uma classe de calouros MUITO hypeada que incluia <b>Chandler</b>, <b>Pau Gasol, Eddy Curry e Kwame Brown</b> (!!!!), o <b>Bulls </b>- que já tinha a escolha #4 - trocou seu melhor jogador e Franchise Player, <b>Elton Brand</b>, para o <b>Clippers </b>em busca de outra escolha Top4 para ficar com dois desse jovens extremamente promissores (irch!).<br />
<br />
E se hoje lembramos do <b>Tyson Chandler</b> grande defensor, finalizando pontes aéreas, ajudando <b>Dirk </b>a ganhar um anel e ganhando prêmios de <b>Defensor do Ano</b>, o Chandler adolescente que chegou em <b>Chicago </b>era tudo menos isso. Chandler teve inúmeros problemas de adaptação e leitura de jogo, sofreu para ganhar minutos, e apesar das inúmeras chances que teve nunca correspondeu em Chicago. Chandler só foi se encontrar como parceiro de <i>pick and roll</i> de <b>Chris Paul </b>em <b>New Orleans</b> e depois explodiu como o defensor de elite que conhecemos em <b>Dallas</b>. Chandler acabou dando bem certo na NBA, mas foi uma longa jornada até chegar lá.<br />
<br />
<br />
<b>2002 Draft: Jay Williams (Chicago Bulls)</b><br />
<br />
Outra escolha do <b>Bulls </b>que deu errado, por um motivo bizarro. Depois de um ano bastante fraco como calouro, <b>Williams </b>se envolveu em um acidente horrível de moto durante a offseason que o deixou extremamente machucado no joelho, nos nervos da perna e no quadril, uma lesão que encerrou sua carreira no basquete depois de apenas um ano de NBA.<br />
<br />
<br />
<b>2003 Draft: Darko Milicic (Detroit Pistons)</b><br />
<br />
Em um dos melhores Drafts da história da NBA, o <b>Pistons </b>decidiu pegar <b>Darko Milicic</b> #2 ao invés de <b>Carmelo Anthony, Dwyane Wade e Chris Bosh</b>. E, o pior de tudo, a decisão até fazia sentido na época: <b>Darko </b>era um prospecto bastante bem cotado, o Pistons tinha uma carência no garrafão (<b>Rasheed Wallace</b> só chegaria meses depois), o time já tinha um ala perfeito para seu esquema em <b>Tayshaun Prince</b>, e <b>LeBron</b>-Darko-Melo era o claro Top3 daquele Draft na época.<br />
<br />
Ainda assim, Darko entra para a história como um dos maiores busts da história da NBA. Um adolescente que chegou na hora errada, com as expectativas erradas e para o time errado, Milicic nunca mostrou qualquer tipo de produção de bom nível na NBA e estava fora da liga aos 27 anos, seu desenvolvimento e sua confiança destruídos ao longo do tempo. Seu maior legado provavelmente é inspirar um dos melhores blogs de NBA da história, o hoje falecido <b>FreeDarko</b>.<br />
<br />
E sabe o que é curioso? Se o <b>Pistons </b>pega <b>Melo </b>(a outra opção plausível à época), eu não acho que o time venceria o título. Melo não se encaixava em nada no esquema, teria comido minutos do ótimo <b>Tayshaun Prince</b>, e ele e o técnico <b>Larry Brown</b> se odiaram quando conviveram pela seleção americana. Em um ano apertado, esse elemento imprevisível e destoante teria implodido a cuidadosa dinâmica em cima do qual esse time foi concluído, e o Pistons talvez nunca chegasse ao seu objetivo. As vezes há males que vem para o bem.<br />
<br />
<br />
<b>2004 Draft: Emeka Okafor (Charlotte Bobcats)</b><br />
<br />
<b>Okafor </b>não foi ruim como jogador, um bom reboteiro e defensor que acabou ganhando de <b>Dwight Howard</b> o prêmio de calouro do ano. O principal problema é que foi só isso que Okafor foi - o <b>Bobcats </b>e a <b>NBA </b>continuaram esperando que o pivô se desenvolvesse, e isso nunca aconteceu. Os anos passavam, e Okafor continuava sendo o mesmo jogador: 14 pontos, 10 rebotes, 1.5 tocos, boa defesa, mais nada, durante toda sua estadia em <b>Charlotte</b>. Okafor eventualmente foi trocado por <b>Tyson Chandler</b> e viu lesões encerrarem sua carreira. Não foi um bust, mas também não foi nada mais do que um jogador médio e um tanto quanto decepcionante.<br />
<br />
<br />
<b>2005 Draft: Marvin Williams (Atlanta Hawks)</b><br />
<br />
Outro jogador que ficará marcado para sempre pelos jogadores escolhidos depois dele. No caso, a decisão inexplicável e horrível do <b>Hawks </b>de passar <b>Chris Paul e Deron Williams</b> para pegar <b>Marvin Williams</b>, que sequer fora titular em <b>Syracuse </b>na NCAA. Conforme Paul e Williams se desenvolviam em dois dos melhores armadores da NBA, Marvin foi um contribuidor estável mas extremamente decepcionante para uma série de times sólidos mas esquecíveis de <b>Atlanta</b>, com 11 pontos por jogo de média na Georgia e absolutamente nenhuma evolução ao longo da sua carreira por lá.<br />
<br />
Williams eventualmente se reinventou com stretch-four na NBA moderna em <b>Utah </b>e depois <b>Charlotte </b>com bom chute de três pontos e sólida proteção de aro, e achou um bom nicho para si na liga, mas eternamente será lembrado como um dos jogadores mais decepcionantes da NBA - embora apenas em partes por motivos que estavam sob o seu controle.<br />
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<b>2006 Draft: LaMarcus Aldridge (Chicago Bulls)</b><br />
<br />
Outra grande estrela e perene <b>All-Star </b>que caiu no colo do <b>Chicago Bulls</b>... só que o Bulls optou por trocar <b>Aldridge </b>pela escolha #4 do Draft (<b>Tyrus Thomas</b>) e o ala ucraniano <b>Viktor Khryapa</b> em uma das piores decisões do século 21.<br />
<b><br /></b>
<b>Tyrus Thomas</b> foi um enorme bust que estava fora da NBA aos 26 anos enquanto <b>LaMarcus Aldridge</b> - agora em <b>Portland </b>- se tornou um dos mais consistentes e dominantes alas de força da NBA, uma garantia de 22 pontos, 9 rebotes, e boa defesa todas as noites por uma série de muito divertidos times do Blazers que nunca atingiram seu potencial por causa de lesões (<b>Brandon Roy, Greg Oden, Wes Matthews</b>... a lista é longa). Chicago ainda conseguiu alguns anos depois se remontar em um contender ao redor de <b>Rose, Deng e Joakim Noah </b>- todos grandes acertos no Draft - mas imagina como seria esse time de Chicago se fosse Aldridge e não<b> Carlos Boozer </b>jogando de PF. Mesmo que seria difícil concretizar essa visão devido aos múltiplos cenários possíveis, ainda foi um erro grotesco de Chicago.<br />
<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://i.amz.mshcdn.com/NGbyiDhjp_dgRLs1Wk_82x_NG6c=/fit-in/1200x9600/https%3A%2F%2Fblueprint-api-production.s3.amazonaws.com%2Fuploads%2Fcard%2Fimage%2F137306%2FGettyImages-80828141.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="533" height="320" src="https://i.amz.mshcdn.com/NGbyiDhjp_dgRLs1Wk_82x_NG6c=/fit-in/1200x9600/https%3A%2F%2Fblueprint-api-production.s3.amazonaws.com%2Fuploads%2Fcard%2Fimage%2F137306%2FGettyImages-80828141.jpg" width="213" /></a></div>
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<b>Kevin Durant</b> (<i>Foto: USA Today</i>)</div>
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<b>2007 Draft: Kevin Durant (Seattle Supersonics)</b><br />
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Ai está, nosso segundo grande sucesso! Um dos maiores cestinhas de todos os tempos, MVP e atual MVP das Finais, alguém que já está no Panteão dos grandes jogadores de todos os tempos, <b>Kevin Durant </b>é o segundo e último grande acerto dessa lista no quesito "<i>Tenha a escolha #2, selecione um Franchise Player, tenha grande sucesso com ele por muitos anos, aposente sua camisa</i>", o primeiro sendo <b>Gary Payton.</b><br />
<br />
Agora me diga... o que os dois, as duas exceções da lista, tem em comum?<br />
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As duas foram pegas pelo <b>Seattle Supersonics</b>... uma franquia que NÃO EXISTE MAIS!!<br />
<br />
Não mexa com a Maldição de Sam Bowie se não quer pagar o preço!! Ela tarda, ela pega caminhos tortuosos, mas ela nunca falha!<br />
<br />
<br />
<b>2008 Draft: Michael Beasley (Miami Heat)</b><br />
<br />
Outro bust famoso. <b>Beasley </b>foi um MONSTRO na NCAA - 26 pontos, 12 rebotes por jogo em <b>Kansas State</b> - mas na NBA teve que lidar com problemas de condicionamento, desinteresse total por coisas como "defesa" e em geral um estilo muito ineficiente e egoísta de jogar. Depois de dois anos decepcionantes em <b>Miami</b>, foi enviado para <b>Minnesota </b>a fim de abrir espaço salarial para a vinda de <b>LeBron James</b>, e passou lá mais dois anos nos quais seus números foram razoáveis mas suas atuações, péssimas. Desde então tem flutuado entre times da NBA (e a liga chinesa), misturando alguns momentos bons no currículo com muito mais momentos de banco e falta de minutos.<br />
<br />
(As escolhas #2 e #3 desse draft foram <b>Beasley </b>e <b>OJ Mayo</b>. As #4 e #5 do Draft? <b>Russell Westbrook e Kevin Love</b>).<br />
<br />
<br />
<b>2009 Draft: Hasheem Thabeet (Memphis Grizzlies)</b><br />
<br />
Em um dos melhores Drafts da história da NBA que incluiu <b>Blake Griffin</b> (#1), <b>James Harden</b> (#3), <b>Ricky Rubio </b>(#5), <b>Stephen Curry</b> (#7) e <b>DeMar DeRozan</b> (#9), de alguma forma o <b>Grizzlies </b>conseguiu fracassar DE NOVO com a escolha #2 escolhendo <b>Hasheem Thabeet</b>, de longe o pior jogador de toda essa lista. Um pivô enorme e comprido que não fazia ideia de como jogar basquete, Thabeet teve média de 3.1 pontos por jogo como calouro e nunca mais conseguiu chegar perto de atingir essa marca. O desenvolvimento nunca veio, a vontade de evoluir também não, e aos 26 anos Thabeet já não tinha mais chances na NBA. Uma das piores escolhas da história da NBA.<br />
<br />
<br />
<b>2010 Draft: Evan Turner (Philadelphia 76ers)</b><br />
<br />
Outro grande fracasso do topo do Draft. Chegando com status de salvador e dividindo o topo do <b>Draft </b>com <b>John Wall</b>, <b>Turner </b>foi selecionado por um bom time de Philadelphia mas nunca conseguiu se adaptar e adicionar nada a um time sólido que precisava desesperadamente de um brilho individual. Seu estilo de jogo baseado na meia distância começava a virar passado na liga, e sua falta de explosão e agilidade impediram que suas habilidades como playmaker se traduzissem para a NBA. Turner acabou cavando um lugar na NBA como reserva de defesa/post ups/playmaking secundário, mas muito aquém do que se esperava quando chegou à NBA com tanta expectativa.<br />
<br />
<br />
<b>2011 Draft: Derrick Williams (Minnesota Timberwolves)</b><br />
<br />
Oh boy, que sequência impressionante de busts temos aqui.<br />
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Elogiado à época por muitos (inclusive por mim, que cheguei a dizer que o <b>Cavs </b>deveria pegá-lo na escolha #1) como o PF perfeito para a nova era que a NBA estava se encaminhando, <b>Williams </b>na NBA se mostrou lento demais para jogar de SF, fraco e pouco físico demais para jogar de PF. Seu arremesso nunca veio, sua defesa também não, e basicamente viveu dos passe de <b>Ricky Rubio</b> e de algumas pontes aéreas durante muito mais tempo do que deveria. Atualmente está sem clube apesar de ter ainda 25 anos, uma casca do que acharam que ele seria.<br />
<br />
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<b>2012 Draft: Michael Kidd-Gilchrist (Charlotte Bobcats)</b><br />
<br />
Um jogador cru mas com ótimo físico e de enorme potencial, <b>Kidd-Gilchrist</b> não só nunca se desenvolveu como esperado como também não consegue de forma alguma ficar dentro de quadra. Seu péssimo arremesso - que nunca se desenvolveu - faz dele um encaixe complicado na <b>NBA </b>de hoje, e embora sua ótima defesa compense isso até certo ponto, MKG nunca teve a continuidade necessária para se estabelecer na NBA e acabou ficando para trás no desenvolvimento do atual <b>Hornets</b>. Kidd-Gilchrist ainda não é um bust completo, mas dadas as dificuldades de desenvolvimento e a dificuldade ainda maior de ficar saudável e em quadra, pode ser apenas questão de tempo para ser reconhecido como tal.<br />
<br />
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<b>2013 Draft: Victor Oladipo (Orlando Magic)</b><br />
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Em um Draft reconhecidamente fraco (que parece um pouco menos fraco hoje que <b>Giannis </b>se tornou um candidato a MVP e <b>Gobert </b>um candidato eterno a DPOY), <b>Oladipo </b>- que muitos tinham como o melhor jogador do Draft - acabou caindo para o <b>Magic </b>no #2 e de modo geral se mostrou um jogador... ok. Seu físico impressionava e sua agilidade também, mas a situação ao seu redor era péssima para seu desenvolvimento: com um técnico retrógrado durante boa parte da estadia, jogando fora de posição, com um time sem nenhum tipo de espaçamento para Oladipo atacar a cesta (sua maior virtude), Oladipo pareceu estagnado em Orlando durante seus três anos antes de ser trocado para o <b>Thunder</b>, onde virou um dos reféns de <b>Russell Westbrook</b> em sua campanha pelo MVP.<br />
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Em seu terceiro time, o <b>Pacers</b>, Oladipo enfim parece estar realizando seu potencial. Ainda que seu aproveitamento esteja fora da realidade e deva normalizar com o tempo, o ritmo de jogo e o espaçamento do Pacers ajudou Dipo a maximizar sua velocidade, tornando-se uma força da natureza na transição ofensiva. Talvez Oladipo esteja começando a mostrar seu talento, e que realmente duas situações péssimas em Orlando e OKC eram o que estava impedindo sua carreira. Ainda é possível que um dia adicionemos Victor Oladipo na lista dos jogadores #2 que explodiram depois de serem trocados.<br />
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<b>2014 Draft: Jabari Parker (Milwaukee Bucks)</b><br />
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Quanto mais no presente chegamos com essa lista, mais difícil é dizer onde esses jogadores se enquadram e qual seu futuro como escolhas amaldiçoadas por uma escolha feita muitos anos antes deles sequer nascerem. <b>Jabari </b>estaria hoje no seu quarto ano de NBA - mas só vimos basicamente fragmentos de um ano e meio de Jabari Parker em meio a lesões. Das 3 temporadas de Jabari na NBA, duas foram encerradas prematuramente por ligamentos rompidos (sempre um farol vermelho) e a outra foi uma temporada VOLTANDO dessa lesão grave, de forma que é difícil realmente avaliar o que Jabari Parker é como jogador - uma pergunta que <b>Milwaukee </b>deve se fazer com certa frequência. Ele é um 3 ou um 4? Ele é capaz de jogar junto de <b>Giannis </b>e <b>Middleton</b>? É capaz de defender o suficiente? Ainda não sabemos essas coisas.<br />
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O melhor parâmetro para Jabari que temos provavelmente é seu 2017 pré-lesão, seus jogos mais saudáveis até o momento. Se for, Jabari parece ser um ótimo pontuador com um arremesso em evolução, mas com uma defesa furada que torna difícil jogar certas lineups com ele, e um jogador preso entre posições. Seu potencial como pontuador ainda é muito intrigante e pode ser que Jabari ainda acabe sendo uma boa escolha #2, como mostrou flashes ano passado, especialmente se o loooongo time de <b>Milwaukee </b>conseguir cobrir sua defesa. Mas também é bastante fácil enxergar uma situação onde o Bucks, com problemas salariais e prestes a dar uma extensão cara para Jabari (que não deu nenhuma mostra de ficar saudável), simplesmente decida que ele é quem precisa ir embora. A ser definido.<br />
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<b>2015 Draft: D'Angelo Russell (Los Angels Lakers)</b><br />
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Acaba sendo muito ignorado uma coisa quando falamos do desenvolvimento de jovens é a situação onde eles vão parar, e isso pode ser crítico entre um jogador talentoso acabar como uma revelação ou um fracasso. E <b>D'Angelo Russell</b> é alguém que teve uma das piores situações possíveis, e o <b>Lakers </b>não fez nada para ajudar: basicamente perdeu seu primeiro ano formativo (de calouro) atrás de uma péssima diretoria, o pior técnico da NBA que constantemente estava em conflito público com Russell, e o show de despedida do <b>Kobe </b>que deu a Russell zero espaço para desenvolver. No seu segundo ano, Russell teve seus problemas mas mostrou uma boa evolução sob um novo técnico e uma nova situação... só para ser jogado debaixo do ônibus pela nova diretoria e trocado para o <b>Nets</b>.<br />
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Russell tem potencial como passador e chutador, sendo bom em ambas as funções, mas ainda não entendendo como usar as duas dentro de quadra de forma a maximizar seu jogo e seus companheiros. Russell vinha fazendo grandes avanços nesse sentido no começo do ano sob o competente<b> Kenny Atkinson </b>no Nets antes de sofrer a lesão, então resta aguardar para ver o que acontece com o armador quando voltar. Pelo Lakers, ele já foi um fracasso - embora muito por culpa de outros.<br />
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<b>2016 Draft: Brandon Ingram (Los Angeles Lakers)</b><br />
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<b>Brandon Ingram</b> foi horrível como calouro, parecendo totalmente perdido dos dois lados da quadra, incapaz de usar seus dotes físicos em quadra e sendo jogado de um lado para o outro como uma boneca de pano. Mas as pessoas esquecem que Ingram era um dos jogadores mais novos do Draft, e ainda é mais novo do que boa parte dos jogadores do Draft de 2017. Por exemplo, Ingram é só dois meses mais velho que <b>Lonzo Ball</b>. É preciso dar tempo a Ingram.<br />
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Na sua segunda temporada os progressos foram muito mais animadores. A falta de arremesso ainda é preocupante e será um problema enquanto continuar - Ingram parece muito mais confortável usando seus longos braços para atacar a cesta e finalizar, mas ele não é explosivo, forte ou ágil como <b>Giannis </b>(que, convenhamos, é um ponto fora da curva) para chegar na cesta quando quer, e o arremesso precisará vir para evitar que a quadra fique estrangulada. Ainda assim, Ingram parece um jogador bem diferente no seu segundo ano, e sua combinação de potencial defensivo, criação, passe e pontuação para um jogador do seu tamanho é bem atraente para qualquer time.<br />
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<b>2017 Draft: Lonzo Ball (Los Angeles Lakers)</b><br />
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Vamos tirar isso do caminho: eu acho que <b>Lonzo </b>ficará bem. É cedo demais pra julgar demais, muito menos declarar o garoto Ball um bust. As pressões criadas ao seu redor - por um pai maluco, uma mídia ávida por cliques e um <b>Lakers </b>megalômano que já mostrou não ter nenhum tato para lidar com seus jovens jogadores - estão atrapalhando nossa percepção, e incentivando as conclusões precipitadas. Seu QI de basquete e seu passe são bons demais para não darem certo na NBA.<br />
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Dito isso, Lonzo tem sido simplesmente péssimo na NBA. Seu arremesso não está funcionado, e Lonzo parece incapaz de finalizar qualquer tipo de jogada que não seja livre. O arremesso ruim de 3 tem chamado mais atenção, mas os 35% de aproveitamento em bolas de dois é muito mais preocupante, a meu ver (em defesa de Lonzo, eu acho que ele tem sido muito mal usado pelo Lakers e teria se beneficiado de jogar ao lado de...<b> D'Angelo Russell)</b>. E muito disso não teria importância - apenas os percalços de um calouro - se não fosse Lonzo sendo jogado totalmente no fogo por uma diretoria do Lakers que vendeu cedo demais Ball como seu salvador, o novo <b>Magic</b>, e que precisava que Lonzo fosse dominante logo de cara para vender seu projeto e sua imagem, ao invés de deixar isso se desenvolver naturalmente. Para mim, a situação ao seu redor - familiar, midiática, e a péssima condução do Lakers - é muito mais preocupante para o futuro de Lonzo do que seu arremesso torto.<br />
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<b>Conclusão</b><br />
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Ok, agora que chegamos ao fim... HOLY SHIT, que lista horrível. É de doer o coração. Um número enorme de busts, tragédias com lesões, potenciais desperdiçados, e trocas ruins. Não foi fácil escrever essa coluna.<br />
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Olhando os números e estabelecendo 2012 como o último ano que podemos dar um veredito parcial (depois disso é cedo demais), eis os resultados em 29 anos de escolhas #2 de Draft entre <b>Sam Bowie </b>(1984) e <b>Michael Kidd-Gilchrist </b>(2012):<br />
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- Dessas 29 escolhas, 13 (!!!!!) foram busts, incluindo problemas com lesões (<b>Bowie, Tisdale, Gilliam, Danny Ferry, Shawn Bradley, Stromile Swift, Jay Williams, Darko, Marvin Williams, Beasley, Hasheem Thabeet, Evan Turner e Derrick Williams</b>). Ou seja, incríveis 45% das escolhas #2 desde Bowie foram busts.<br />
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- Dessas 29 escolhas, um morreu antes de sequer jogar um jogo de NBA (<b>Lenny Bias</b>).<br />
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- Das 29 escolhas, 5 (17%) tiveram uma carreira entre "Decepcionante" e "Abaixo do esperado para uma pick #2" (<b>Smits, Kenny Anderson, Mike Bibby, Emeka Okafor e MKG</b>)<br />
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- Das 29 escolhas, 8 (28%) delas acabaram virando realmente bons jogadores ou até estrelas... mas só depois de terem sido trocado pelos seus times de origem (<b>Kidd, Aldridge, Camby, Van Horn, Tyson Chandler, McDyess, Alonzo Mourning e Steve Francis</b>), e eu estou sendo generoso com alguns desse nomes (poderia ser limitada a Chandler, Kidd, Aldridge e Mourning, jogando o resto na categoria baixo).<br />
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- E apenas DOIS viraram realmente estrelas para os times que os draftaram, <b>Payton e Durant.</b><br />
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Em outras palavras, 19 de 29 (incríveis 65%) dessas escolhas falharam em se tornar um grande jogador, sendo que 13 foram completamente inúteis para seus times no médio prazo. Olhando mais a fundo, apenas CINCO dessas 29 escolhas (<b>Payton, KD, Aldridge, Kidd e Mourning</b> - 17%) viraram estrelas de fato na NBA (para efeito de comparação, a escolha #3 teve 8 no período e isso sem contar <b>Joel Embiid</b>), e apenas dois, três (contando <b>Smits</b>) ou quatro (se quiser contar como sucesso<b> Glen Rice</b> como retorno de Alonzo) times REALMENTE podem dizer que tiveram sucesso escolhendo na posição #2 durante VINTE E NOVE ANOS.<br />
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E no final, chegamos nisso: apenas dois times que tinham a escolha #2, a segunda posição mais valiosa do Draft inteiro, conseguiram obter um Franchise Player para seu futuro e construir todo um futuro vencedor (mesmo que sem títulos) ao seu redor. Ambos foram draftados pelo<b> Seattle Supersonics</b>, a franquia que foi roubada da forma mais cruel da história da NBA.<br />
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E se isso tudo não é suficiente pra te convencer da Maldição de Sam Bowie, eu não sei o que é.Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-10870586154771365062017-08-24T16:58:00.000-03:002017-08-25T20:11:20.470-03:00Pensamentos sobre Kyrie Irving e Isaiah Thomas<br />
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<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/OBceVp61jzA/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/OBceVp61jzA?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
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<i>Obrigado por tudo, Isaiah</i></div>
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Caso vocês morem em uma bolha, terça feira <b>Cleveland Cavaliers e Boston Celtics</b> ontem acertaram uma troca bombástica envolvendo <b>Kyrie Irving, Isaiah Thomas, Jae Crowder, Ante Zizic</b> e a escolha de 2018 desprotegida do <b>Brooklyn Nets.</b><br />
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Eu ainda estou em choque demais para escrever um texto coerente, mas queria discutir rapidamente alguns pontos sobre a troca que acho que merecem destaque, ou então que não tem recebido o suficiente.<br />
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(Nota: Um número surpreendentemente alto de pessoas não entendeu o objetivo da coluna, então deixa eu deixar mais claro ainda. <b><u>A ideia NÃO é analisar a troca, apenas passar por alguns pontos que a meu ver não receberam a atenção devida, ou que eu gostaria de expandir!</u></b>)<br />
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<b>- Lealdade</b><br />
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Toda vez que um jogador importante muda de time os torcedores trazem a questão da lealdade à tona. <b>Gordon Hayward</b> foi para <b>Boston</b>, e torcedores queimaram a sua camisa. Por algum motivo, as pessoas são muito, muito fanáticas quando se trata desse conceito esquisito.<br />
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E o problema é que, quando os papeis estão invertidos, os times são <i>elogiados </i>por deixar de lado o subjetivo e tomar as melhores decisões racionais, a melhor decisão "para a franquia". É uma questão de dois pesos, duas medidas, nas quais os jogadores sempre saem perdendo. Hayward é um traidor ingrato por ter saído do time que apostou e investiu nele em <b>Utah</b>. Mas quando Hayward virou free agent em 2014, o Jazz não ofereceu ao ala um contrato máximo - ao invés disso o Jazz deixou Hayward livre para negociar com outros times um contrato que Utah poderia igualar, na esperança de economizar. O Jazz fez o que era melhor para si próprio, no que estava certo, mas o mesmo fez Hayward quando foi para Boston. Um é elogiado, o outro tem sua camisa queimada.<br />
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E a troca de Isaiah é mais um exemplo do quão idiotas somos de ficar chorando sobre a falta de lealdade dos jogadores. Isaiah sempre foi um jogador menosprezado por causa do tamanho, e que enfim tinha encontrado seu lugar em Boston. <b>Isaiah </b>logo vestiu a camisa da franquia, assumiu a identidade da cidade, e se tornou um embaixador do Celtics. Esteve envolvido no recrutamento de <b>Durant </b>e Gordon Hayward, escreveu um texto para o <i>Player Tribune</i> sobre o quanto amava Boston e o quão bom era enfim ter achado um lugar onde era valorizado, jogou nos playoffs pelo Celtics em meio a uma situação extremamente emotiva da morte da sua irmã... e foi trocado dois meses depois do final da temporada.<br />
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Da próxima vez que for reclamar da falta de lealdade de um jogador, lembre-se de Isaiah Thomas.<br />
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<b>- Subjetividade</b><br />
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Objetivamente, foi uma boa troca para <b>Boston</b>. O time ficou mais jovem, mais alto (mais nisso daqui a pouco), trouxe uma opção de mais alto potencial, e evitou o problema de pagar um contrato máximo a um PG de 5-9 de 29 anos vindo de uma cirurgia grave no quadril daqui a um ano. Você pode argumentar que o custo foi muito alto (e foi), e quanto à forma como o time maximizou seus ativos (hold that thought), mas foi uma troca que fez bastante sentido e tornou Boston um time melhor.<br />
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Isso do ponto de vista de basquete. Do pessoal? Eu confesso que estou muito triste. <b>Isaiah </b>não merecia isso depois de tudo que fez pela franquia, e do o time e a torcida significavam para ele. Boston perdeu seu jogador mais amado, e três jogadores (Isaiah, <b>Crowder</b>, e o anteriormente trocado <b>Bradley</b>) que constituíam boa parte da identidade da franquia. O time de 2018 pode ser melhor que antes, mas não tem mais o sentimento familiar daquele grupo de jogadores que você se apegou e viu crescer.<br />
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Talvez mude de ideia com o tempo, mas mais do que gostar ou não da troca, eu admito que hoje estou triste.<br />
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<b>- LeBron James</b><br />
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Um dos pontos mais crítcos da temporada 2017/18 do <b>Cleveland Cavaliers </b>é a permanência ou não de <b>LeBron Jame</b>s mais um ano. E embora seja impossível dizer, a impressão é que essa troca aumenta as chances de LeBron ficar em Cleveland pelo menos mais um ano - o que já seria uma grande vitória do Cavs.<br />
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Um dos pontos de preocupação de LeBron supostamente seria a saída de<b> David Griffin</b>, GM do Cavs. Mas o novo GM, <b>Koby Altman,</b> se saiu muito bem em uma situação extremamente difícil com <b>Kyrie Irving</b>, e agora pode ser um novo foco de estabilidade na <b>franquia</b>. E em um bom cenário, o Cavs pode estar adicionando um role player perfeito para LeBron (Crowder), um PG semelhante a Kyrie para substituí-lo (<b>Isaiah</b>) e AINDA tem a chance de adquirir uma nova estrela para seu futuro dependendo de onde a escolha do <b>Nets </b>cair.<br />
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Claro, ainda tem muita coisa que poderia dar errado para o Cavs (mais daqui a pouco). Mas em um cenário onde parecia cada vez mais provável uma saída do King James, uma boa troca dessas pode dar vida nova para Cleveland com o melhor jogador da sua história.<br />
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- <b>Golden State Warriors</b><br />
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Deixando de lado a questão do futuro por um momento, e pensando apenas em 2018, eu acho que para o <b>Cavs </b>existe apenas uma pergunta que importa: como essa troca me ajuda a enfrentar o <b>Golden State Warriors?</b><br />
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E a resposta me parece ter duas faces. Por um lado, <b>Jae Crowder</b> é exatamente o tipo de jogador que você quer ao seu lado (e ao lado de <b>LeBron</b>) se você vai enfrentar o Warriors. Apesar da inconsistência, Crowder é um ala capaz de defender três posições, trocar a marcação e espaçar a quadra com seus arremessos. É alguém que te ajuda a enfrentar a altura e versatilidade de Golden State, oferece uma opção para tentar defender <b>Durant </b>sem sobrecarregar LeBron, e pode fazer tudo isso ainda ajudando do lado ofensivo da quadra. No papel, é o jogador que você quer do seu lado.<br />
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Mas por outro lado, <b>Isaiah </b>no lugar de <b>Kyrie </b>é uma considerável piora. É possível argumentar que, se Isaiah estiver saudável e conseguir reproduzir seu nível de 2017 (ambas dúvidas razoáveis), a diferença entre os dois jogadores é pequena, se existir. Mas basquete não se joga no papel, se joga em um contexto, e no contexto de enfrentar Golden State ter Kyrie é uma grande vantagem sobre Isaiah por dois motivos.<br />
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O primeiro é que Irving é um pesadelo de matchup para a defesa de Golden State. A defesa do Warriors é uma das melhores da história do jogo, e sua principal força vem do quão bem a defesa trabalha em conjunto, trocando marcação, fechando espaços coletivamente, negando a formação da jogada adversária. É talvez o ápice do que uma defesa moderna de basquete deveria ser. No entanto, o jogo mano-a-mano de Irving é quase uma <i>kriptonita </i>para essa defesa, pois ela tira o coletivo da equação e coloca apenas um defensor individual no confronto, que Irving é capaz de fazer valer por conta da sua habilidade surreal de criar arremessos. Isaiah é um bom pontuador em isolação, mas não está no nível de Kyrie (em parte porque talvez ninguém na NBA está) nesse quesito, e essa é uma jogada que realmente precisa ser de outro nível de eficiência para fazer valer. Isaiah dificilmente seria capaz de reproduzir esse nível de produção no mano a mano, e com isso Cleveland perde uma arma de extrema importância e que, repito, Golden State simplesmente não consegue marcar durante alguns momentos.<br />
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E segundo pela questão defensiva. Tanto Irving como Isaiah são péssimos defensores, mas esconder o primeiro na defesa é muito mais fácil. Kyrie é um defensor até decente no mano a mano, e muito ruim defendendo fora da bola, se perdendo com facilidade, mas isso em geral é mais fácil de se esconder em um bom time em um bom esquema - para atacá-lo você precisa envolver ele na jogada, e envolver outros jogadores. Kyrie vai errar bastante, claro, mas é mais difícil atacar um jogador assim. Você vai atacá-lo dentro do seu ataque, mas não vai ser um alvo a ser atacado individualmente de novo e de novo.<br />
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Isaiah é diferente. Além dos problemas fora da bola (E em screens), a falta de altura de Isaiah faz dele praticamente um missmatch ambulante para o adversário atacar, especialmente um time com tantas armas como o Warriors. Ele pode ser atacado de várias maneiras simplesmente pela sua limitação física que um jogador mais atlético e alto como Kyrie, por pior defensor que seja, não sofre tanto. Isso obriga seu time a se desdobrar muito mais para escondê-lo defensivamente, e não precisa voltar muito no tempo para lembrar o quanto Boston sofreu com suas lineups e formações para escondê-lo contra times como <b>Bulls e Wizards.</b><br />
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Em geral, claro, Isaiah compensa isso com seu ataque fabuloso. Mas dentro do contexto desse duelo, o ataque de Isaiah é uma piora para o Cavs, e sua defesa também, fazendo dele um jogador muito menos efetivo do que Kyrie seria contra o adversário mais importante do ano.<br />
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Entre a piora (relativa!) com Isaiah e a melhora com Crowder, como o Cavs fica no matchup é difícil dizer. Em geral, eu diria que o Cavs se torna um time mais estável e com melhor piso na hora de enfrentar Golden State, mas com um teto menor, e contra um time superior esse teto pode fazer mais falta.<br />
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<b>- Altura</b><br />
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Querendo ou não, altura importa - e muito - no basquete. E um dos pontos chave que não tem sido levantado o suficiente quando discutindo o <b>Celtics </b>de 2017 e sua projeção para 2018 é como a altura dos jogadores impactou o coletivo do time.<br />
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Em especial, o fato de que Boston jogou 2017 com <b>Isaiah Thomas </b>(5-9, jogador mais baixo da NBA) e <b>Avery Bradley</b> (6-2, baixo para um SG) cobrou mais do time do que se imaginaria. Eu já falei sobre como é difícil esconder as limitações defensivas de Isaiah por causa do tamanho, mas esse foi um problema que acabou composto com as limitações de altura de Bradley: um dos melhores defensores mano a mano da NBA, a falta de altura limita não só sua capacidade de ajudar na defesa trocando a marcação e cobrindo os demais companheiros, mas o fato de que ele já tem que fazer isso enquanto cobre a defesa de Isaiah - que não pode ser movido ao redor do alinhamento adversário por causa da altura - limita muito o que Bradley pode contribuir do lado defensivo, e força o time inteiro a ter que compensar por isso.<br />
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Esse déficit de altura foi um dos problemas por trás da defesa do Celtics ano passado, e também dos rebotes. A série contra o <b>Bulls </b>quando <b>Rondo </b>estava saudável: Chicago atacava Isaiah individualmente na defesa e nos rebotes, isso gerava uma quebra coletiva para ajudar, e Chicago conseguia mais rebotes de ataque em cima de jogadores fora de posição ou cestas fáceis. E, acima de tudo, um dos fatores que motivou algumas das trocas de Boston, em especial a de Avery Bradley por <b>Marcus Morris</b>, que tinha um objetivo claro de cercar Isaiah (na época) com tamanho para que esse problema ficasse muito menos evidente, e mais fácil de ser coberto. A montagem atual do time teve o foco de aumentar seu tamanho mantendo a flexibilidade e mobilidade de jogadores menores, e é um aspecto subestimado da evolução do time entre 2017 e 2018 e da chegada de Kyrie. Apesar de perder dois dos seus principais defensores, a defesa do time para 2018 pode ter uma evolução devido a ter resolvido aquele que foi secretamente um dos seus principais problemas do ano passado.<br />
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<b>- Custo de oportunidade</b><br />
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Eu acho que foi uma troca boa para Boston. O <b>Celtics </b>(corretamente) estava bastante receoso de pagar um contrato máximo ano que vem para um<b> Isaiah Thomas</b> de 29 anos após uma lesão séria no quadril, e <b>Crowder </b>era mais dispensável após as aquisições de <b>Tatum </b>e <b>Morris</b>. A troca por Kyrie da ao time um jogador de maior potencial, mais jovem, e cuja linha do tempo encaixa melhor com o resto desse ainda bem jovem elenco. Você pode argumentar que o preço foi muito alto por causa da escolha desprotegida do Nets, e sem dúvida foi - dado o mercado frio, eu não sei com quem Boston estava competindo por essa troca de forma que o preço tenha subido tanto assim. Mas tornou Boston um time melhor no curto prazo, e manteve a perspectiva ainda mais favorável no médio/longo prazo.</div>
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O que eu acho que é um motivo mais complicado, e que merecem mais críticas, foi a forma como o time lidou com seus (muitos) ativos na busca de uma troca. O que é irônico, já que a grande crítica ao <b>Danny Aing</b>e é que ele era apegado demais aos seus ativos na hora de acordar trocas. Mas se era a hora de trocar a escolha do <b>Nets</b>, não poderia ter dado a ela um uso melhor, quando jogadores como <b>Jimmy Butler e Paul Georg</b>e foram trocados por retornos muito menores? Irving é um upgrade sobre Isaiah, mas trocando por esses jogadores você manteria Isaiah, Hayward, Horford e <i>adicionaria </i>mais uma estrela.</div>
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Para mim essa é a grande crítica à forma como Boston conduziu sua offseason, e uma bastante válida. É possível que isso tenha sido mais relacionado à avaliação pessoal dos jogadores em questão por parte de Ainge, que é alguém muito confiante em sua avaliação de talentos. Mas de todo modo, não me parece que todo o processo dos últimos meses extraiu o máximo dos ativos que Boston tinha (por sorte eram, e ainda são, muitos), e com a chance de refazer essa offseason, Boston possivelmente teria como sair ainda melhor. E, justo ou não, fica a sensação de que o time pagou caro demais agora depois de se arrepender dos acordos que perdeu mais cedo na offseason. </div>
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Dito isso...</div>
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<b>- Big picture</b><br />
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É possível criticar o preço pago por <b>Kyrie Irving</b>. É ainda mais válido criticar a forma como <b>Boston </b>lidou com seus ativos, como descrito acima, e o custo de oportunidade que a franquia incorreu ao usar sua escolha mais valiosa em Irving quando outros jogadores talvez melhores poderiam ter sido adquiridos pela mesma escolha, sem perder <b>Isaiah</b>.<br />
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Mas a questão que também não pode ser perdida de vista é a seguinte: nessa offseason, Boston trouxe duas estrelas legítimas, montando assim um trio de All Stars em<b> Kyrie, Hayward e Horford,</b> mantendo também junto um excelente promissor núcleo jovem (<b>Smart, Jaylen Brown, Jayson Tatum</b>) E com ainda mais uma escolha valiosíssima do Draft de 2018 nas mangas para adquirir outro jovem talento. O resultado, sem a menor dúvida, ainda é excelente: Boston saiu dessa offseason melhor no presente, e melhor posicionado para o futuro. Esse é um excelente resultado para qualquer offseason.<br />
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E parte do motivo pelo qual <b>Ainge </b>pode pagar a mais por Irving é porque os passo anteriores permitiram. Trocar a escolha #1 foi criticada, mas gerou uma escolha Top5 extra, que por sua vez permitiu trocar a escolha do Nets e adquiri uma estrela na posição de PG para o futuro. Perder Crowder não vai doer tanto por causa das aquisições de Brown, <b>Morris </b>e Hayward. Boston passou um bom tempo valorizando os ganhos marginais de cada negociação e cada troca justamente para chegar no ponto onde poderia fazer uma troca podendo pagar a mais sem grandes perdas, e foi o que aconteceu aqui.<br />
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Se Boston estava certo em usar essa abertura com Kyrie Irving e não com jogadores com Butler ou George é questionável, mas não muda o fato de que Boston se reconstruiu com uma rapidez única na história da NBA, se estabelecendo como legítima força no Leste, enquanto ainda se mantém muitíssimo bem preparado para o futuro. Na big picture, a trajetória de Boston não é nada além de um grande sucesso.<br />
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<b>- Riscos</b><br />
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Desnecessário dizer, essa foi uma troca excelente para <b>Cleveland</b>. Em uma situação difícil com a demanda de troca de <b>Kyrie</b>, em um momento onde o mercado da offseason já estava se fechando e os times estavam com os elencos quase prontos - e com a free agency de <b>LeBron </b>como uma sombra por cima de tudo isso - o novo GM <b>Koby Altma</b>n conseguiu uma proeza de primeira ordem. O retorno que conseguiram de <b>Boston </b>é de longe o melhor que conseguiriam no mercado a esse ponto, e atinge três pontos importantes: Conseguem um PG pontuador All Star (e 2nd Team All-NBA) para o lugar de Kyrie, bem como um role player de alto nível, para ajudar a repor sua perda e continuar sendo um forte candidato ao título no curto prazo; adicionaram um jovem talento (<b>Ante Zizic</b>, não esqueçam dele) que teria sido uma escolha de loteria se estivesse nesse draft e mais uma escolha de Draft bastante valiosa, como base para seu futuro; e ainda impressionaram LeBron com essa troca. Cleveland saiu MUITO bem.<br />
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Mas o que me incomoda é que toda troca tem prós e contras, ganhos e riscos... mas de modo geral ninguém está comentando dos riscos que essa troca envolve para o Cavs. Todo mundo está assumindo o melhor cenário e avaliando a troca de acordo, esquecendo os pontos que ainda podem agir contra Cleveland na troca.<br />
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O primeiro e mais significativo é a saúde de <b>Isaiah Thoma</b>s. Isaiah está vindo de uma lesão séria no quadril, e seu jogo depende muito do físico e da sua capacidade de explosão e agilidade. Qualquer lesão que tenha consequências pode afetar bastante seu jogo daqui para frente, e supostamente a lesão foi um dos motivos que levou Boston a fazer essa troca. Pode ser que não seja nada sério, mas com um PG de 5-9 vindo de uma lesão dessas e a um ano de um contrato milionário, a margem para erro é bem menor.<br />
<br />
Outro risco é a escolha de Draft do Nets. Embora seja ainda uma escolha bastante valiosa, ela também carrega algum risco. Em um Draft que é considerado muito forte no topo (top4-5) e com uma grande queda depois, o Nets talvez não seja tão ruim quanto em 2017, e quanto se espera. O time foi surpreendentemente competitivo ano passado quando <b>Jeremy Lin </b>esteve saudável, e <b>Brooklyn </b>conseguiu bons reforços que não só melhoram o nível de talento da equipe, mas que encaixam bem no esquema que o seu bom técnico (<b>Kenny Atkinson</b>) quer implementar. Ano passado, o Nets jogou com um estilo divertido e veloz que gerou uma tonelada de boas bolas de três pontos, só não tinha quem as acertasse. Agora com <b>DeMarree Carroll </b>(37% 3PT nos últimos 3 anos),<b> D'Angelo Russell </b>(35%) e <b>Allen Crabb</b>e (41%) a bordo, essas bolas de três vão começar a cair mais, e isso pode tornar esse time razoavelmente perigoso. É um time reforçado, com um bom técnico, e mais importante um que não tem qualquer incentivo para tankar em meio a uma queda no nível geral da NBA e do Leste. O time ainda vai ser ruim, mas isso pode ser a diferença entre uma escolha #3 e uma #6, e nesse Draft essa é uma diferença enorme.<br />
<br />
É claro que a troca ainda é ótima, e a melhor que o Cavs poderia conseguir. Conseguiram um All-Star, um bom role player, um jovem jogador com potencial e uma escolha valiosa. Existe um cenário possível onde o time consegue se reforçar contra <b>GSW</b>, vence um título, o time ganha a escolha #1 (de novo!) e LeBron decide ficar em Cleveland. Mais realista, também existe um cenário possível onde o time se mantém bom o suficiente para desafiar GSW de novo esse ano, sem grandes perdas no curto prazo, e mesmo com a saída de LeBron o time se reconstrói em torno de uma escolha Top5 (<b>Bagley, Bamba, Doncic, Ayton ou Michael Porter</b>) de Draft e mais talentos sob contrato.<br />
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Mas também existe um cenário onde as lesões de Isaiah prejudicam seu futuro e a temporada 2017 do Cavs, LeBron sai, e a escolha do Nets não rende um dos cinco grandes nomes desse Draft, deixando o time pior no curto prazo e sem uma grande fundação para uma reconstrução. É uma possibilidade real.<br />
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Ainda vale a pena? Sem a menor dúvida - a recompensa supera os riscos, e é um excelente retorno mesmo por um jogador do nível de Kyrie. Mas os riscos existem, e não podemos ignorá-los quando discutimos a troca.<br />
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<b>- Técnicos importam</b><br />
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Trocas não acontecem no vácuo. Novos jogadores precisam ser incorporados a novos esquemas táticos, e novas funções. Trocas são feitas pensando não no que jogadores fizeram, mas no que farão no futuro para seus novos times, e isso passa sempre por um contexto e uma adaptação difícil de antecipar. Por exemplo, <b>Isaiah Thomas </b>foi melhor que <b>Kyrie </b>em 2017, mas fez isso em um esquema tático montado ao seu redor, tendo como objetivo maximizar suas forças, enquanto Kyrie era segunda opção em um sistema montado ao redor de <b>LeBron Jame</b>s. Em 2018, as funções serão opostas: Kyrie será o foco do ataque, enquanto Isaiah precisará se adaptar a um jogador que gosta de segura a bola. Como cada um será nesse contexto, e quem será melhor? Não sabemos, e isso faz com que analisar trocas seja uma ciência bastante inexata.<br />
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Essa adaptação é um trabalho difícil e que muitas vezes vai depender do técnico em questão, o que é uma coisa boa para Boston: o Celtics tem Brad Stevens, um dos melhores técnicos da NBA e um mestre estrategista. E, por acaso, o esquema ofensivo que ele implementa é perfeito para Kyrie Irving: a movimentação de bola e a presença de playmakers como <b>Hayward e Horford</b> vai tira de Irving a necessidade de jogar tanto como criador de jogadas (o que não faz tão bem), e as movimentações usadas para abrir espaços para Isaiah funcionariam ainda melhor para liberar Kyrie para pontuar. Ainda é incerto se Kyrie - alguém que gosta de segurar a bola, jogar em isolação, e que supostamente quer ser a estrela do time - vai aceitar ou conseguir se adaptar ao esquema mais coletivo e a jogar sem a bola como Boston requer, mas sem dúvida jogar com um técnico criativo e um elenco versátil ajuda as chances de sucesso.<br />
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Do outro lado, isso é algo que me preocupa um pouco em Cleveland. Isaiah atingiu seu potencial em Boston através de um esquema voltado para sua movimentação sem bola, corta luzes para abri caminho, e uma série de jogadas desenhadas como hand-off. Dificilmente terá a mesma liberdade e atenção do ataque em Cleveland, onde LeBron controla muito mais o jogo. Integrar Isaiah e sua movimentação fora da bola ao ataque que costuma ficar concentrado nas mãos de um jogador só será um desafio, especialmente por causa dos problemas defensivos que Isaiah causa do outro lado.<br />
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A troca, em geral, foi boa para ambos os times, mas com isso se refletirá na corrida pelo Leste em 2018 vai depender do quão bem e quão rápido os times conseguem incorporar suas novas aquisições na sua rotação. Tanto Isaiah como Kyrie são jogadores com forças e deficiências bastante específicas, que não são fáceis de se maximizar, especialmente com pouco tempo. E aqui a falta de um grande técnico pode pesar para o Cavs, e Boston pode colher mais um benefício de ter começado sua reconstrução com <b>Brad Stevens.</b>Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-50135463997339825562017-05-02T20:53:00.003-03:002017-05-05T11:56:30.522-03:00TM Warning no ESPN League<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://pbs.twimg.com/profile_images/825094394005037056/viZA1WUx.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://pbs.twimg.com/profile_images/825094394005037056/viZA1WUx.jpg" width="320" /></a></div>
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<b>UPDATE: Infelizmente não participarei mais do programa essa sexta feira. Tentaremos rearranjar os horários para uma data futura. Desculpem o inconveniente.</b><br />
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Bom pessoal, uma novidade interessante para essa semana: <b>essa sexta feira, dia 05/05, estarei nos estúdios da ESPN para participar do ESPN League dessa semana.</b><br />
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Então para quem quer me ver falando na TV sobre basquete e o que mais aparecer pela frente, pagar mico em rede nacional (vocês sabem que vai acontecer), e de modo geral prestigiar essa inciativa muito legal do League que tem convidados MUITOS blogueiros de alto nível (<b>Luis Araujo</b>, do <b>Triple Double</b>; as meninas do <b>NFL Luluzinha</b>; o pessoal do <b>HBNSB</b>; a dupla <b>Gustavo e Gustavo do Jumper Brasil;</b> para citar alguns) para participar do programa e enriquecer a discussão.<br />
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Espero que todos gostem da participação, e um agradecimento especial ao <b>Marcus Vinicius</b>, produtor do League (e cidadão muito gente fina) pelo convite!Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-47809448587193869082017-04-29T11:38:00.000-03:002017-04-29T11:38:56.672-03:00Prêmios da Temporada 2016/17 da NBA - Parte III<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://jumperbrasil.lance.com.br/wp-content/uploads/2017/02/nikola_jokic_nuggets_.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://jumperbrasil.lance.com.br/wp-content/uploads/2017/02/nikola_jokic_nuggets_.jpg" height="225" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i>A tranquilidade no olhar de quem ganhou um prêmio no TM Warning</i></div>
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Se você está chegando agora: sim, <a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/03/o-tm-warning-esta-de-volta.html" target="_blank"><b>o Two-Minute Warning está de volta</b></a>!!<br />
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E é hora de fechar de vez nossa cobertura da temporada regular 2017 da NBA antes de mergulhar de vez nos playoffs - que aliás estão ótimos. Tirando as duas varridas (e uma delas, de <b>Cleveland</b>, bem mais difícil do que parece pelo placar final) e mais <b>OKC-Houston</b>, todas as séries dessa primeira rodada estiveram empatadas em 2-2 em algum momento. Então não falta assunto. Mas, antes de entrarmos de cabeça nisso, primeiro vamos terminar a cobertura prometida dos <b>Prêmios de Fim de Ano da NBA.</b><br />
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Para quem perdeu, <a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/04/premios-da-temporada-201617-da-nba.html" target="_blank">nós começamos essa cobertura falando dos prêmios individuais da temporada da NBA</a>. Ou seja, foi uma coluna inteira discutindo os seis prêmios individuais do basquete: <b>Defensive Player of the Year, Rookie of the Year, Coach of the Year, 6th Man of the Year, e Most Improved Player... </b>e claro, a tão discutida e debatida disputa pelo prêmio de <b>MVP. </b> Simplesmente não me foi possível não dar meus palpites e minha visão em uma questão tão debatida, e foram <a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/04/premios-da-temporada-201617-da-nba.html" target="_blank">8.000 palavras explicando meu ponto de vista.</a><br />
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Depois, semana passada,<a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/04/premios-da-temporada-201617-da-nba_21.html" target="_blank"> falamos dos Times Ideias da Temporada</a> - ou seja, <b>os três First Teams All-NBA, os dois All-Defense Teams, e os dois All-Rookie Teams</b>, uma visão geral sobre a temporada no formato desses prêmios.<br />
<b><br /></b>
<b>Então nossa cobertura acaba hoje, com a terceira parte desse Especial: hora de falar dos prêmios "alternativos" da temporada.</b><br />
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Ou seja, esses são prêmios que realmente não existem. Mas isso não me parece um motivo bom o suficiente para não falarmos a respeito deles. Qual o problema de criar mais uns prêmios e gerar mais uns debates instrutivos e/ou divertidos? Não é exatamente uma grande novidade. Meu site favorito, o <a href="http://www.bolapresa.com.br/" target="_blank">Bola Presa</a>, tem <a href="http://bolapresa.com.br/tag/premios-alternativos/" target="_blank">seus próprios prêmios alternativos de temporada</a>, e outro dos meus escritores favoritos, <b>Bill Simmons</b>, também já deu suas próprias sugestões de prêmios "novos" para a NBA.<br />
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Então é hora de criar os meus próprios. Vamos ver quem vence cada um deles - e aliás, estou totalmente aberto a sugestões para novos prêmios alternativos. É só deixar nos comentários.<br />
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<b>Parte I: <a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/04/premios-da-temporada-201617-da-nba.html" target="_blank">Prêmios individuais da temporada</a></b><br />
<b>Parte II: <a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/04/premios-da-temporada-201617-da-nba_21.html" target="_blank">Times ideais da temporada</a></b><br />
<b>Parte III: Prêmios alternativos</b><br />
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Let's rock.<br />
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<b><span style="font-size: large;">Drazen Petrovic Award - Melhor Jogador Estrangeiro</span></b><br />
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<a href="http://www.interbasket.net/players/petrovic.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.interbasket.net/players/petrovic.jpg" height="320" width="197" /></a></div>
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Um dos prêmios criados pelo <b>Bill Simmons</b>, o <b><i>Drazen Petrovic Award </i></b>foi concebido pelo Simmons como um prêmio para homenagear o melhor jogador europeu da temporada e, ao mesmo tempo, honrar a memória de um dos pioneiros no influxo de jogadores estrangeiros, o genial <b>Drazen Petrovic</b>, jogador de Blazers e Nets que faleceu cedo demais em um acidente de carro (para quem tiver interesse, recomendo o documentário <b>Once Brothers</b>, da série 30-for-30 na ESPN).<br />
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O <b>Drazen Petrovic Award</b> que eu <strike>roubei</strike> adaptei é um pouco diferente: hoje a NBA tem uma diversidade muito maior para limitar essa premiação (criada em 2005) a apenas jogadores estrangeiros europeus. A NBA é uma liga global: temos jogadores asiáticos, africanos, sulamericanos, central-americanos, Australianos, Neozelandeses... para honrar essa diversidade e esse momento, o prêmio <b>Drazen Petrovic</b> do <b>TM Warning </b>não premiará apenas o melhor Europeu, e sim o melhor jogador que não seja dos Estados Unidos.<br />
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E sim, eu sei que isso abre margem a todo tipo de polêmica e interpretação: <b>Kyrie Irving</b> nasceu na Austrália, mas joga pela seleção dos Estados Unidos. Ele é qualificado para o prêmio? Então eu criei um critério muito simples: é elegível para o prêmio quem eu achar que é. O prêmio é meu, o site também, então eu que mando. Me processem.<br />
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E o legal desse prêmio é que, com a globalização da NBA, nós hoje temos um volume maior do que nunca de bons jogadores estrangeiros, incluindo algumas verdadeiras estrelas para assumir a tocha deixada por caras como <b>Steve Nash e Dirk Nowitzki</b> (dadas as devidas proporções, claro). Dois jogadores entraram no meu 2nd Team All-NBA (<b>Giannis e Gobert</b>), e um terceiro (<b>Marc Gasol</b>) entrou no 3rd Team. <b>Goran Dragic</b> poderia facilmente ter entrado em um ano menos competitivo. <b>Karl Anthony Towns e Jokic</b> são duas das mais jovens e promissoras estrelas da liga. <b>Andrew Wiggins </b>ainda é um jovem de enorme talento, e <b>Embiid</b> vai dominar a NBA se um dia conseguir ficar saudável. E isso sem falar nos jogadores que podem não ser estrelas, mas são jogadores titulares de bom nível, como <b>Tristan Thompson, Ricky Rubio, Danilo Gallinari, Steven Adams, Al Horford</b>; ou mesmo jovens talentos promissores, como <b>Buddy Hield, Jamal Murray e Dario Saric</b>. O futuro do Drazen Petrovic Award promete.<br />
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E se Nash e Nowitzki dominaram o Petrovic pela década passada, e a década de 2010 já viu mais competitividade (com vitórias de caras como<b> Tony Parker, Marc Gasol e Joakim Noah</b>), parece que estamos vendo o surgimento de outro cara para dominar esse prêmio por anos em <b>Giannis Antetokounmpo</b>. Eu já falei demais sobre o grego nas colunas passadas, então não vou me prolongar demais no assunto, mas sua emergência como uma estrela foi um dos assuntos mais interessantes do ano, e embora o Drazen Petrovic seja um prêmio de temporada regular, Giannis está tendo também um grande destaque na pós temporada. É possível que essa ascensão meteórica de Antetokounmpo acabe tornando esse prêmio redundante para os próximos anos, mas por enquanto o grego aparece como a melhor opção em um ano absurdamente forte para esse prêmio.<br />
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<b>Ballot final: 1. Giannis Antetokounmpo; 2. Rudy Gobert; 3. Marc Gasol; 4. Karl-Anthony Towns; 5. Nikola Jokic.</b><br />
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<span style="font-size: large;"><b>Steve Nash Award - Jogador Mais Divertido</b></span></div>
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<a href="http://butthegameison.com/blog/wp-content/uploads/2009/11/Steve-Nash-Pho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://butthegameison.com/blog/wp-content/uploads/2009/11/Steve-Nash-Pho.jpg" height="320" width="213" /></a></div>
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Outro dos prêmios alternativos criados pelo Bill Simmons foi o <b>Doc J Award</b> para o jogador mais empolgante da temporada, homenagem ao lendário <b>Julius Erving</b>, famoso por suas enterradas e por ser de longe o jogador que as pessoas mais queriam assistir na NBA (e na ABA também).No entanto, depois de pensar a respeito, eu decidi mudar esse prêmio de "<i>Jogador Mais Empolgante</i>" (ou <i>exciting</i>, no original) para "<i>Jogador Mais Divertido</i>". Nessa época de internet, redes sociais, Twitter, GIFs e Vines (RIP), tudo que é "Excitante" ou "Empolgante" vai parar muito rápido na nossa frente e é repetido dezenas de vezes. Qualquer enterrada, game-winner, jogada de efeito ou algo assim já fica muito exposta, então não tem muito sentido realmente dar um prêmio e escrever uma coluna a respeito.</div>
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Então eu mudei um pouco e coloquei o prêmio para o jogador mais divertido, por um motivo parecido: se ficou fácil demais para nós vermos as jogadas mais empolgantes no dia a dia, esse excesso de exposição, a facilidade de ver todos os jogos ao mesmo tempo e o fácil acesso a dados e estatísticas, acabou ficando menos significativo a totalidade do jogo de um jogador. E isso inclui a experiência de assistir aquele jogador: <b>Steve Nash</b> dava passes fabulosos que iam parar em qualquer vídeo de highlights, sem dúvida, mas não é só por isso que ele é meu jogador favorito. Seu jogo envolvia todo tipo de inteligência em quadra, visão de jogo, velocidade, movimentação de bola, e um monte de coisas que faziam de assistir cada minuto dele em quadra uma experiência divertida. Então eu preferi adaptar esse prêmio - e elogiar meu jogador favorito no processo.</div>
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Esse ano, <b>Russell Westbrook</b> é um bom exemplo do que diferencia o <b>Doc J Award</b> do <b>Steve Nash Award</b>. Se o prêmio fosse o Doc J, Westbrook seria o único candidato possível. Ninguém nessa temporada consegue igualá-lo no quesito "jogador mais empolgante": sua enterradas fantásticas, jogadas impossíveis, números impossíveis, suas sequências de total dominação, os jogos absurdos nos quartos períodos para virar partidas quase sozinho, tudo isso fez de Westbrook o jogador mais polarizador da temporada e aquele que mais nos fez mudar de canal para assistir algum momento empolgante. Ninguém esse ano evocou mais esse sentimento de "<i>Meu deus eu preciso ver isso!</i>" do que ele.</div>
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Mas ao mesmo tempo, eu não realmente achava divertido assistir Westbrook jogar. Em meio a todos os momentos absurdos, jogadas fantásticas, enterradas impossíveis e demonstrações sobre-humanas da sua capacidade atlética, tinha um número absurdamente grande de jogadas estagnadas, arremessos forçados, muitos lances de um único jogador driblando sem propósito, e por ai vai. E assistindo aos jogos, esses lances são a maioria, de forma que a experiência de assistir aos melhores momentos de Westbrook era fantástica, mas assisti-lo jogar consistentemente não era nem de longe tão divertido. Essa é a vantagem dos <i>highlights</i>: eles tiram a parte ruim e nos deixam apenas com a parte boa, que é o que a grande maioria dos fãs de esportes quer ver. Mas a minha ideia nesse prêmio não é essa: é premiar o pacote completo.</div>
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Esse prêmio então vai para o novo queridinho da NBA, <b>Nikola Jokic</b>. Jokic é um dos melhores passadores da NBA, e sem dúvida é a parte do seu jogo que mais chama atenção e aparece em todos os highlights. Sério, olha esse vídeo...</div>
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<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/_MmlnWNXmTY/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/_MmlnWNXmTY?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
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E esse...</div>
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<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/pjW1ILaU5Y4/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/pjW1ILaU5Y4?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
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Ai ai...</div>
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Onde estávamos? Ah sim, <b>Nikola Jokic</b>. Embora seus passes realmente sejam a cereja do bolo e ponto alto dos jogos de Denver, assistir Jokic é uma experiência muito boa do começo ao fim porque existe muito mais acontecendo do que só isso. Suas habilidades de passe abrem um novo mundo de possibilidade para Jokic e para o resto do time - de repente todo mundo está correndo em transição, fazendo o passe extra, jogando fora da bola SABENDO que caso se desmarque o passe virá (o exato oposto do que via com OKC as vezes, por exemplo). Parte do jogo de um jogador é como ele afeta seus companheiros, e Jokic se tornou o maestro de uma fantástica sinfonia que foi o melhor ataque da NBA depois que o sérvio virou titular.<br />
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E a verdade é que tem algo em Jokic que eu adorava em <b>Manu Ginobili</b> em outros tempos: tudo no seu jogo parece<i> um pouco</i> diferente do resto. Até a jogada mais simples - uma bandeja, um corte para a cesta - parece acontecer de forma diferente, em um ritmo diferente dos demais. Suas mudanças de decisões em frações de segundo NO MEIO DA JOGADA, suas bandejas e passes, seu hábito de pegar a bola e fazer a jogada toda com uma mão só que já ganhou comparações a um jogador de Polo Aquático. As vezes parece até que o cérebro de Jokic funciona mais rápido que seu corpo, e acaba causando alguma descoordenação... até que você percebe que isso também abriu um ângulo que ninguém mais enxergava para uma bandeja com uma mão só. Eu adoro assistir esses jogadores - eu vejo basquete faz mais de 13 anos, e adoro quando aparece alguém que me faz perceber que ainda existem coisas novas para se descobrir na quadra de basquete. Para mim, não houve jogador mais divertido de assistir em 2016/17 que Nikola Jokic.<br />
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<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
</div>
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<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<b>Ballot final: 1. Nikola Jokic; 2. Giannis Antetokounmpo; 3. Isaiah Thomas; 4. John Wall; 5. Ricky Rubio.</b></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<b><br /></b></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<b><br /></b></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<b><br /></b></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<b><span style="font-size: large;">League Pass Award - Time mais divertido</span></b></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<b><br /></b>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://d13csqd2kn0ewr.cloudfront.net/uploads/image/file/226014/cropped_2017-01-13T063439Z_1549523038_NOCID_RTRMADP_3_NBA-DETROIT-PISTONS-AT-GOLDEN-STATE-WARRIORS.jpg?ts=1485493286" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="241" src="https://d13csqd2kn0ewr.cloudfront.net/uploads/image/file/226014/cropped_2017-01-13T063439Z_1549523038_NOCID_RTRMADP_3_NBA-DETROIT-PISTONS-AT-GOLDEN-STATE-WARRIORS.jpg?ts=1485493286" width="320" /></a></div>
<b><br /></b>
<b><br /></b></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
Se temos um prêmio para o jogador divertido, nada mais justo que para o time mais divertido também tenha. Qual é o time que mais da gosto assistir? Qual é aquele time que é garantia no seu League Pass todas as vezes que ta em quadra? </div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<br /></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
Infelizmente, no entanto, aqui não vamos ter novidade: o atual bicampeão do prêmio, o <b>Golden State Warriors</b>, leva esse ano de novo.</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<br /></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
Se Golden State levar o título esse ano, eu prometo escrever uma coluna muito mais detalhada e indo muito mais a fundo a esse respeito, mas assistir a Golden State esse ano foi uma experiência fantástica por dois motivos diferentes. Um, claro, é nível de jogo. Eles são simplesmente bons demais. Objetivamente, o time é tão bom quanto, senão melhor, que o que ganhou 73 jogos ano passado (o saldo de pontos foi melhor, inclusive). Eles perderam profundidade, mas adicionaram um dos 3 melhores jogadores da NBA e ficaram mais versáteis. E além da excelência, que sempre é divertida, Golden State joga em um estilo particularmente divertido, muito veloz, inteligente, cheio de passes, jogadas de efeito, trocas de posição e simplesmente um excesso de grandes jogadores.</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<br /></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
Mas esse é um aspecto, curiosamente, que Golden State foi inferior ao que foi nas últimas duas temporadas. Seu estilo esse ano foi, embora ainda criativo e brilhante, um pouco mais pragmático e eficiente - algo bom do ponto de vista prático, mas perdendo em entretenimento. Entretanto, Golden State também passou esse ano por difíceis adaptações e mudanças para lidar com sua nova superestrela, e ISSO foi uma parte muito divertida da sua temporada. Tanto na parte de adaptação, como depois de adaptado ver Golden State mudando facilmente entre esses diferentes estilos, isso propiciou uma diversão única essa temporada, e ver esse tipo de coisa sendo feita por jogadores do nível de <b>Klay, Curry, KD, Draymond, Iguodala</b> e cia foi um prazer especial para um nerd de basquete que nem eu.</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<br /></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
Foi mal para o resto da NBA, mas não existe nada tão divertido quanto GSW nos seus melhores dias.</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<br /></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
(Ps. <b>Miami Heat </b>foi #2 do meu ballot e acabou caindo por causa da primeira metade da temporada, que foi muito ruim. Mas contando apenas a segunda? #2 fácil).</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<br /></div>
<b>Ballot final: 1. Golden State Warriors; 2. Washington Wizards; 3. Denver Nuggets; 4. Houston Rockets; 5. Miami Heat</b><br />
<div>
<b><br /></b></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<br /></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<b><span style="font-size: large;">LVP - O Jogador Menos Valioso</span></b></div>
<div style="color: black; font-family: "times new roman"; font-size: medium; letter-spacing: normal; margin: 0px; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<div style="font-style: normal;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-style: normal; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEdLEX-xT_J0dFpTtpk5XkCrPMuSIgFR-yVqZfEcY-UGUjeiOzT5ermciriOHPozCv3TlPKmBtfPPxtL34XaW_G8xCopl1cO9MgUHBrDOq3eZFgAOvIzm5CIs4ssEWHgM7b86LWXIyzqU3/s640/Dwight+Howard+Rockets+Troll.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEdLEX-xT_J0dFpTtpk5XkCrPMuSIgFR-yVqZfEcY-UGUjeiOzT5ermciriOHPozCv3TlPKmBtfPPxtL34XaW_G8xCopl1cO9MgUHBrDOq3eZFgAOvIzm5CIs4ssEWHgM7b86LWXIyzqU3/s640/Dwight+Howard+Rockets+Troll.png" height="320" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i>Brincadeira, brincadeira!</i></div>
<div style="font-style: normal;">
<br /></div>
</div>
<div style="color: black; font-family: "times new roman"; letter-spacing: normal; margin: 0px; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<div style="font-size: medium;">
O engraçado desse prêmio é que quando eu falo no <b style="font-style: normal;">Jogador Menos Valioso</b>, as pessoas confundem com "pior jogador da NBA" e começam a falar jogadores do fundo do banco que raramente entram em quadra. Mas você não pode ser o jogador menos valioso se não está entrando em quadra e efetivamente atrapalhando seu time: muita gente gosta de falar mal do <b style="font-style: normal;">Kyle Singler, </b>por exemplo, e realmente ele não é muito bom. Mas Singler só jogou em 32 jogos e 385 minutos, sendo a maioria deles<i> garbage time</i> - quanto ele realmente prejudicou OKC nesse tempo? Bem pouco. Então eu não quero um jogador ruim, eu quero um jogador que tenha genuinamente prejudicado seu time na temporada por existir, seja por jogar mal, seja por forçar alguma mudança coletiva da sua equipe que foi custosa.</div>
<div style="font-size: medium; font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="font-size: medium; font-style: normal;">
E o vencedor desse prêmio, para mim, não pode ser outro senão <b>Andre Drummond. </b></div>
<div style="font-size: medium; font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="font-size: medium; font-style: normal;">
Isso pode parecer estranho para um jogador que teve média de 13.2 pontos e 13.6 rebotes por jogo, com 1.1 toco e 1.5 roubos de bola, e 53 FG%. Mas assistir a Drummond era o exato oposto do que os números superficiais indicam. Em seu quinto ano de NBA, o pivô parece ter involuido de forma impressionante. Drummond ainda vai pegar um monte de rebotes e ter seus jogos de 20 pontos, 20 rebotes, mas seu jogo simplesmente estagnou e começou a contagiar todo seu time. Sua defesa é simplesmente um desastre: apesar de todo seu tamanho, força e capacidade atlética, Drummond é um dos piores defensores da NBA inteira, inclusive sendo 54th entre 59 defensores qualificados em proteção de aro. É um festival de posicionamento errado, más decisões, leituras ruins que fazem de Drummond ser uma âncora defensiva em um significado muito mais literal do que <b>Detroit</b> gostaria.<br />
<br />
Ofensivamente, sua falta de jogo ofensivo também começa a cobrar seu preço conforme times ficam cada vez mais conhecedores de como defendê-lo. Drummond não consegue fazer nada além de pegar a rebotes ofensivos e dar enterradas: não tem jogo de costas para a cesta, não é um bom passador, não ataca o aro batendo bola, não arremessa, e mesmo quando pega a bola mais longe do aro tem dificuldade de botar a bola no chão e tomar uma decisão. E mesmo quando está perto do aro, sua falta de lance livre (38.6%) faz com que seja uma opção muito fácil descer a mão em Drummond e enviá-lo para a linha do lance livre.<br />
<br />
Parte disso é culpa do elenco ao seu redor, mas do jeito que está hoje, Drummond não contribui em nenhum dos lados da quadra em bom nível, e o time ao seu redor sente isso. Sua falta de contribuição defensiva faz Detroit ter uma hemorragia de pontos quando está em quadra (108.4 Defensive Rating), e ofensivamente o time também fica estagnado, esperando o pick and roll entre dois jogadores limitados (Drummond e <b>Reggie Jackson</b>) render alguma coisa, e congestionando o garrafão para o resto da equipe quando o ataque não passa por ele. Não é a toa que Detroit foi um horroroso -6.3 por 100 posses de bola com seu pivô em quadra, e um ótimo +4.6 sem ele. Drummond ainda é jovem e pode evoluir, mas esse ano não sei se teve algum jogador que mais prejudicou seu time na NBA.</div>
<div style="font-size: medium; font-style: normal;">
<br />
(Menção honrosa para <b>Dwight Howard</b>, que jogou bem pelo Hawks esse ano e por isso não é elegível para o prêmio, mas parece sempre afundar seus times por onde passa nos últimos anos. Será coincidência que o Rockets voltou a ser um dos melhores da NBA quando ele saiu?)</div>
<div style="font-size: medium; font-style: normal;">
</div>
<div style="color: black; font-family: "times new roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
</div>
<div style="font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="color: black; font-family: "times new roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<b>Ballot final: 1. Andre Drummond; 2. Joakim Noah; 3. Jeff Green 4. Emmanuel Mudiay; 5. Brandon Knight.</b></div>
<div style="font-size: medium; font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="font-size: medium; font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="font-style: normal;">
<span style="font-size: large;"><b>Prêmios Relâmpago</b></span></div>
<div style="font-size: medium; font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="font-size: medium;">
<div style="font-style: normal;">
Aqueles prêmios que não são suficientes para serem regulares de todas as temporadas, mas fazem sentido para a temporada 2017 da NBA. Se fizerem sentido e/ou sucesso, podem acabar virando prêmios regulares - essa ainda é uma lista em desenvolvimento. Aceito sugestões!</div>
<div style="font-style: normal;">
<br /></div>
<b>Pior <i>tank</i> da temporada: Los Angeles Lakers</b><br />
<div style="font-style: normal;">
<b><br /></b></div>
<div style="font-style: normal;">
<b style="font-style: normal;">Los Angeles</b> começou o ano até que bem, com uma campanha de 10-10 nos primeiros 20 jogos com um núcleo jovem, um estilo de jogar que imitava o Warriors, um banco muito divertido, e <b style="font-style: normal;">Lou Williams</b> fazendo coisas de Lou Williams. Até que tudo caiu por terra: lesões atrapalharam toda a rotação de <b style="font-style: normal;">Luke Walton</b>, os times começaram a aprender a forma de enfrentar o time, e a boa e velha regressão para a média atingiu com força. Los Angeles imediatamente perdeu 14 dos próximos 17 jogos e se tornou o pior time da NBA (terminaram o ano com o pior<i> Net Rating </i>da liga).</div>
<div style="font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="font-style: normal;">
Mas isso não era uma coisa ruim: o Lakers não ia para os <i>playoffs</i> mesmo, e sua escolha de Draft esse ano é apenas protegida Top3. Ou seja, se o Lakers não tiver uma das 3 primeiras escolhas do Draft, essa escolha vai para <b>Philadelphia</b>. E para piorar, se essa escolha for para Phily, o Lakers TAMBÉM perde sua escolha de primeira rodada de 2019 para o <b>Magic</b>, por conta da troca do <b>Dwight Howard</b> em 2012. Então era fundamental para o futuro do Lakers ser ruim e ficar com uma campanha que permitisse ao time ter uma das maiores chances de manter essa escolha na hora do sorteio.</div>
<div style="font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="font-style: normal;">
E parecia estar tudo dando certo: Los Angeles chegou na reta final da temporada com a segunda pior campanha da NBA (obrigado, <b>Nets</b>!), e uma chance de 55% de manter sua escolha de Draft... até que o time venceu 5 dos seus últimos 6 jogos da temporada naquele momento do ano onde ninguém está mais realmente jogando a sério, passou o <b>Suns</b> na classificação, e viu suas chances de manter as escolhas despencar para 46%. E foi hilário, porque o Lakers tentou de tudo para continuar perdendo: colocou os veteranos de férias mais cedo, colocou os principais garotos no banco, criou lesões, usou os jogadores mais obscuros, contratou jogadores sem time... e não adiantou, o fundo do banco do Lakers continuou ganhando jogos enquanto os torcedores se descabelavam. Se Los Angeles perder suas escolhas, esses seis jogos podem assombrar os fãs do Lakers por muitos anos.</div>
<div style="font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="font-style: normal;">
<b>Time que mais decepcionou na temporada: Minnesota Timberwolves</b></div>
<div style="font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="font-style: normal;">
Em retrospecto, a culpa pode ter sido mais nossa por termos colocado expectativas erradas em cima desse time. Era um time jovem demais, com um técnico novo cujo estilo (e eu falei isso na época) não era um encaixe muito fácil, profundidade questionável e jogadores ainda um tanto quanto unidimensionais.</div>
<div style="font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="font-style: normal;">
Ainda assim, <b style="font-style: normal;">Towns</b> dominou como calouro, <b style="font-style: normal;">Kris Dunn</b> era um calouro muito bem cotado, <b style="font-style: normal;">Wiggins</b> uma ótima segunda estrela, e <b style="font-style: normal;">Thibodeau</b> um técnico renomado. Muita gente tinha <b>Minnesota</b> chegando nos <i>playoffs</i>, e até mesmo ganhando 50 jogos. E logo ficou bem claro que não seria o caso, porque absolutamente nada deu certo nesse time. A defesa foi uma peneira, Towns não conseguiu realmente canalizar seus talentos para o time, e o elenco logo mostrou suas limitações. Minnesota acabou ganhando 31 jogos na temporada, e vai para mais uma loteria. </div>
<div style="font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="font-style: normal;">
Ainda que seja exagerado cobrar demais de um time tão jovem (e Minnesota TEVE uma grande sequência na temporada onde mostrou um pouco do seu potencial, logo depois do ASG), e mais uma peça da melhor loteria dos últimos 10 anos seja algo bom, a verdade é que a essa altura todo mundo esperava ver algo a mais desse núcleo. A falta de evolução não preocupa, mas incomoda. Mesmo que nossas expectativas tenham sido um problema, elas vinham de algum lugar, e Minnesota mais uma vez falhou em cumpri-las.</div>
<div style="font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="font-style: normal;">
<b>Maior desastre da temporada: New York Knicks </b>e <b>Sacramento Kings </b></div>
<div style="font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="font-style: normal;">
Nosso primeiro prêmio dividido. Eu preciso explicar essa? </div>
<div style="font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="font-style: normal;">
<b>Melhor história da temporada: Milwaukee Bucks</b></div>
<div style="font-style: normal;">
<b><br /></b></div>
<div style="font-style: normal;">
Eu pensei em dar esse prêmio para o <b>Westbrook</b> e o <b>Thunder</b>, por terem se mantido vivos mesmo perdendo <b>Durant</b> e possivelmente faturando um prêmio de MVP no processo. Mas o <b>Bucks</b> também merece crédito: depois de perder seu segundo melhor jogador, <b>Khris Middleton</b>, antes da temporada começar, todo mundo deu <b>Milwaukee</b> por morto e declarou que seria um ano perdido para a franquia. </div>
<div style="font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="font-style: normal;">
Mas <b>Giannis</b> deu um salto de produção, algumas novas adições pareceram encaixar, <b>John Henson </b>começou bem o ano, Malcolm Brogdon se mostrou uma ótima escolha... e mais importante, <b>Jabari Parker</b> começou a parecer a estrela que todos esperavam quando foi escolhido no Draft, e logo emergiu como o segundo melhor jogador do time. Milwaukee começou o ano muito bem, e parecia que afinal das contas o time teria algo a fazer esse ano, garantindo seu lugar no meião do Leste.</div>
<div style="font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="font-style: normal;">
Então Jabari Parker machucou o joelho e ficaria de fora o resto da temporada, no que parecia a segunda sentença de morte para o Bucks na mesma temporada... só que dai Middleton voltou jogando em altíssimo nível, Giannis deu um salto de "grande jogador" para "futura superestrela", <b>Greg Monroe</b> se reinventou como um sólido defensor e ótimo jogador de banco, o promissor mas cru <b>Thon Maker</b> teve bastante sucesso entrando como titular, e o Buck fez uma corrida final improvável para saltar da nona posição no Leste até fechar o ano em sexto e garantir uma vaga nos playoffs.</div>
<div style="font-style: normal;">
<br /></div>
<div style="font-style: normal;">
Milwaukee acabou perdendo em 6 para Toronto e se despediu dos playoffs, mas acho que nenhum time sai desse ano com mais otimismo que o Bucks: a temporada e os playoffs oficializaram Giannis como a próxima grande superestrela da NBA, e com um Jabari Parker saudável e a volta de Middleton, mas a evolução de jovens talentos como Thon Maker, e uma diretoria cada vez mais competente na hora de tomar suas decisões, o futuro desse time é extremamente brilhante.</div>
</div>
</div>
</div>
Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-13187912579118032012017-04-21T19:43:00.000-03:002017-04-21T19:53:46.201-03:00Prêmios da Temporada 2016/17 da NBA - Parte II<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://images.performgroup.com/di/library/sporting_news/d5/6a/stephen-curry-getty-ftr-022316_10ytcexxwg1s7170nvxlcu5a9k.jpg?t=211893451" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://images.performgroup.com/di/library/sporting_news/d5/6a/stephen-curry-getty-ftr-022316_10ytcexxwg1s7170nvxlcu5a9k.jpg?t=211893451" height="225" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i>Steph pode ter ficado fora do 1st Team, mas ganhou uma parte só para ele no texto</i></div>
<br />
<br />
<br />
Se você está chegando agora: sim, <a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/03/o-tm-warning-esta-de-volta.html" target="_blank"><b>o Two-Minute Warning está de volta</b></a>!!<br />
<br />
E é hora de continuar nossa cobertura de final de ano da NBA. Eu sei que os playoffs já estão rolando e tal, mas eles não vão acabar essa semana. Então antes de mudar de vez de foco, a ideia é falar tudo que tem de pendente da temporada regular.<br />
<br />
Para quem perdeu, semana passada <a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/04/premios-da-temporada-201617-da-nba.html" target="_blank">nós começamos essa cobertura falando dos prêmios individuais da temporada da NBA</a>. Ou seja, foi uma coluna inteira discutindo os seis prêmios individuais do basquete: <b>Defensive Player of the Year, Rookie of the Year, Coach of the Year, 6th Man of the Year, e Most Improved Player... </b>e claro, a tão discutida e debatida disputa pelo prêmio de <b>MVP. </b> Simplesmente não me foi possível não dar meus palpites e minha visão em uma questão tão debatida, e foram <a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/04/premios-da-temporada-201617-da-nba.html" target="_blank">8.000 palavras explicando meu ponto de vista.</a><br />
<br />
Então agora é hora de continuar de onde paramos e iniciar nossa Parte II (de 3) dessa cobertura dos prêmios da temporada da NBA para falar dos times ideais da temporada: <b>os três All-NBA Teams, os dois All-Defense Teams, e os dois All-Rookie Teams.</b><br />
<br />
A cobertura acaba na semana que vem com a parte final desse especial: os Prêmios Alternativos da temporada. Não percam!<br />
<b><br /></b><b>Parte I: <a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/04/premios-da-temporada-201617-da-nba.html" target="_blank">Prêmios individuais da temporada</a></b><br />
<b>Parte II: Times ideais da temporada</b><br />
<b>Parte III: Prêmios alternativos</b><br />
<br />
Vamos ao que importa.<br />
<b><br /></b>
<span style="font-size: large;"><b>1st, 2nd e 3rd All-NBA Teams</b></span><br />
<br />
Para quem esqueceu como funcionam os <b>All-NBA Teams</b>, ou como são chamados em português, os quintetos ideais da temporada, um rápido lembrete: cada time é composto por 2 "<i>guards</i>", 2 "<i>forwards</i>" ou alas, e 1 pivô. Sim, isso leva a algumas interpretações dúbias, dúvidas, e algumas "trapaças" (na falta de um termo melhor) para encaixar todos os jogadores. Tivemos inclusive uma dúvida desse tipo nos meus times, como vocês verão em breve.<br />
<br />
E ao contrário do prêmio de MVP, onde o critério de "mais valioso" acaba influenciando os votantes, aqui é mais simples e direto: quem foi o melhor jogador, ponto. Isso pode levar, em alguns momentos, a coisas engraçadas - o melhor exemplo foi em 1962, quando <b>Bill Russell </b>foi (corretamente) o <b>MVP </b>da NBA, mas <b>Wilt Chamberlain</b> foi o pivô do<b> 1st Team All NBA</b>. A lógica dos votantes foi simples: nenhum pivô conseguia ser individualmente mais produtivo e dominante que Wilt, mas Russell era claramente o jogador mais valioso para fazer seu time vencer.<br />
<br />
Em uma nota relacionada, o <b>Boston Celtics</b> de Russell acabou ganhando o título aquele ano.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://uproxx.files.wordpress.com/2015/04/bron-kawhi.jpg?quality=100" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="247" src="https://uproxx.files.wordpress.com/2015/04/bron-kawhi.jpg?quality=100" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<b>1st Team All NBA: Russell Westbrook, James Harden, Kawhi Leonard, LeBron James, Anthony Davis.</b><br />
<br />
Esse primeiro time foi relativamente fácil comparado a outros anos que eu já montei meus prêmios de fim de ano. Apenas três pontos geraram dúvidas e precisaram de decisões mais complicadas.<br />
<br />
A primeira foi quais seriam meus dois <i>guards</i> do time titular. Pode parecer maluquice, especialmente considerando que <a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/04/premios-da-temporada-201617-da-nba.html" target="_blank">eu coloquei Russe<b>ll Westbrook e James Harden</b> como meus dois primeiros colocados na disputa pelo prêmio de MVP.</a> Mas quando tiramos o conceito de "mais valioso" e o quão dependentes seus times foram de Russ e Harden, e colocamos apenas o jogador e seu jogo na comparação, é impossível não se impressionar com o que <b>Stephen Curry </b>fez - de novo.<br />
<br />
Curry sofreu um pouco com o que eu chamo de "<i>Síndrome de <b>LeBron James</b></i>", quando o jogador é tão consistentemente fora de série que começamos a tomar isso como dado e avaliar o jogador não pelo que ele fez, mas contra nossas próprias expectativas fora de tamanho: atinja-as, e não fez mais que a obrigação; falhe nisso, e de repente sua temporada não tem mais tanto valor. E foi o que aconteceu com Curry depois de duas temporadas de MVP, uma delas em 2016 não só unânime como sendo também uma das melhores temporadas individuais da história do esporte.<br />
<br />
Os casos para Westbrook e Harden já foram feitos na coluna passada, então não vou repetir. Curry, por sua vez, teve um ano "decepcionante" com médias de 25.3 pontos, 4.5 rebotes, 6.6 assistências por jogo (com 1.8 roubos de bola) e médias de arremesso de 46.8 FG%, 41.1 3PT% e 89.8 FT% enquanto provê defesa acima da média e lidera a NBA em +/- em apenas 33 minutos por jogo. Sim, esse é o ano "decepcionante" para Steph Curry.<br />
<br />
E enquanto o armador do Warriors não consegue competir com Harden e Westbrook em termos de produção total, Curry tem uma vantagem grande em termos de eficiência: sua linha de 47-41-90 é boa para um eFG% de 58.0, quase obsceno para um jogador que vive no perímetro e tenta arremessos tão difíceis quanto ele - para efeito de comparação, Harden e West tem 53.0 e 45.9 de eFG%, respectivamente - e comete muito menos turnovers, a 3.2 por 36 minutos contra 5.7 e 5.6 de seus rivais. Curry também é um jogador defensivo consideravelmente melhor, defendendo em nível quase <b>All-Defense </b>em 2017, enquanto Westbrook e Harden são defensores abaixo da média - pelo menos.<br />
<br />
Mas o que torna Curry realmente especial, e tão difícil de quantificar, é o impacto que ele tem mesmo fora da bola. Seu impacto em uma quadra de basquete não pode ser medido só pela sua produção direta, e não tem paralelo na história do esporte. Por conta de sua movimentação e arremesso mortal, a simples presença de Curry em quadra é suficiente para mudar toda a geografia de uma defesa, abrindo espaços que não existiriam com qualquer outro jogador, e ajudando todo seu time e seus companheiros no processo. Seu defensor tem que marcá-lo mais de perto do que qualquer outro, e um segundo defensor já tem que ficar por perto, e talvez um terceiro já se movimente para esses espaços para cobrir esse vazio... e de repente, mesmo sem fazer nada além de ficar andando pela lateral da quadra, o jogo é totalmente outro para o <b>Warriors</b>. Deveríamos dar crédito para Curry por aquilo que acontece quando ele sequer tem a bola? Sem a menor dúvida - é um fruto direto do seu estilo de jogo, das suas habilidades, e da sua capacidade incrível de usar esses fatores a seu favor e a favor do seu time. Só que embora isso sozinho já faça de Curry um dos jogadores mais importantes do mundo, não existe uma forma objetiva de medir esse tipo de impacto... embora não seja ruim dizer que Curry lidera toda a NBA em +/-, ou seja, o saldo do seu time quando ele está em quadra.<br />
<br />
Agora, você leu a última frase do parágrafo anterior e pensou "<i>Mas é claro que ele lidera a NBA, ele joga em um time com <b>Kevin Durant, Klay Thompson e Draymond Green</b>! É uma estatística do time, não dele!</i>". E existe mérito nesse pensamento, é claro: é um número muito influenciado pelo coletivo. Mas vamos então olhar esse número mais de perto, e ver o quanto ele diz sobre Curry em si.<br />
<br />
Para começar, é importante destacar que <b>Golden State</b> teve um Net Rating (ou seja, saldo de pontos por 100 posses de bola) de 17.2 com <b>Stephen Curry</b> em quadra, um número obsceno que seria a melhor marca da história da NBA de um time por muito - o Spurs, segundo melhor time da NBA, teve Net Rating de 7.9. Mas o que é realmente interessante é que, com Curry no banco, esse número despenca totalmente para um medíocre +1.0 por 100 posses de bola, basicamente o equivalente ao <b>Miami Heat</b> na temporada. E o argumento começa a ficar esquisito: se o time de Curry é tão bom além dele, como o time não consegue manter o altíssimo nível sem o seu armador? Talvez porque esse armador está fazendo algo de excepcional em quadra que nem sempre aparece nos números diretos, não?<br />
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Olhando mais a fundo, o caso fica ainda mais interessante. Considerando apenas os minutos em quadra de Curry SEM <b>Kevin Durant</b>, Golden State ainda tem um excelente saldo de +14.4 por 100 posses que ainda lideraria a NBA com quase o dobro de pontos do segundo colocado. O mesmo também é verdade quando se considera os números do Warriors com Curry e sem <b>Draymond Green</b> (+15.5) e sem <b>Klay Thompson</b> (+13.3), enquanto que a recíproca não é tão verdadeira para qualquer um desses jogadores (+6.5, +6.8, +5.1, respectivamente).<br />
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E levando para o extremo, os números de Curry em quadra sem NENHUMA das outras três estrelas do Warriors é ainda mais assustador: +9.7 em 105 minutos SEM Draymond, Klay OU Durant em quadra. Analogamente, os três juntos mas sem Curry tem +6.5 de Net Rating. Em outras palavras, Curry mais um bando de reservas tem números melhores do que o segundo MELHOR time da NBA. E um abraço para aquela conversa de que seus números fantásticos em quadra vem apenas de seus companheiros. A estatística agora parece mais impressionante, não? Adicione a isso o fato de Curry ser o melhor jogador do melhor time da NBA, e não é nada fácil decidir por deixá-lo de fora do 1st Team All-NBA.<br />
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Ao final do dia, eu simplesmente não consegui me forçar a tirar Harden ou Westbrook do primeiro time para abrir uma vaga para Curry - não parecia certo deixar Harden, meu MVP, de fora do 1st Team na sua temporada espetacular, e Westbrook também merece ter o reconhecimento devido pelo ano que teve. Então acabei mantendo os dois no 1st Team All-NBA e derrubei Curry (dolorosamente) para o 2nd Team. Mas, a meu ver, a sua temporada não deveu em nada para os outros dois.<br />
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As outras decisões foram um pouco mais simples. A primeira delas, e de certa forma uma decisão chave para destravar a forma como o resto dos meus times iriam cair, era decidir a posição de <b>Anthony Davis.</b> Embora nominalmente um PF, e portanto alguém que entraria no grupo dos "<i>forwards</i>", ou alas, Davis também jogou bastante do ano como pivô em formações mais baixas, e além disso o grupo dos alas já está EXTREMAMENTE atulhado de grandes talentos, enquanto a safra de pivôs desse ano não foi das melhores. Me parecia mais justo colocar Davis de C e abrir espaço para mais um ala no meu time - mas eu só faria isso se realmente tivesse uma justificativa real, dentro de quadra, para isso.<br />
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No final, acabei decidindo que fazia mais sentido colocar mesmo Davis como center. De acordo com a distribuição do site<b> Basketball-Reference</b>, Davis jogou 64% de seus minutos essa temporada como pivô nominal das suas formações. Na verdade, das 5 lineups mais usadas pelo <b>Pelicans </b>na temporada, Davis era o pivô em 3 delas. É verdade que o monocelha tem jogado menos na posição depois da chegada de <b>DeMarcus Cousins</b>, mas foi como jogou a maior parte da temporada, e mesmo com a chegada de Boogie ainda tem sobrado tempo para Davis de 5 em meio a suspensões, lesões, e lineups híbridas. Então Davis ficou como um center na minha lista.<br />
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Por fim, a decisão final (já que <b>LeBron </b>e <b>Kawhi </b>eram impossíveis de se tirar do 1st Team All-NBA) foi entre quem seria o pivô do 1st Team: Anthony Davis ou <b>Rudy Gobert.</b><br />
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Foi uma decisão bem difícil essa, acabei mudando de ideia 20 vezes, e até agora não estou convencido que escolhi certo. Por um lado, Gobert é um dos 3 melhores defensores da NBA, meu segundo colocado no prêmio de defensor da temporada, e basicamente <a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/04/premios-da-temporada-201617-da-nba.html" target="_blank">por tudo que escrevi sobre sua defesa na coluna da semana passada</a>. Mas o que fez de Gobert realmente especial esse ano foi mais do que sua defesa, mas sua evolução ofensiva (combinada com o impacto na defesa, claro). O francês anotou 14 pontos por jogo em hipereficientes 66.3 FG%, se reinventando como uma devastadora arma no pick and roll (Gobert teve média de 1.38 pontos por posse de bola que finalizou a partir do PnR, terceira melhor marca da NBA) e funcionando muitas vezes como foco ofensivo da equipe em alguns momentos em que <b>Gordon Heyward</b> estava fora. Embora não seja um jogador ofensivo versátil ou mesmo de grande USG%, existe grande valor no que o grandalhão fez pelo <b>Jazz </b>nesse lado da quadra.<br />
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Talvez ainda mais interessante seja como as estatísticas avançadas adoram Gobert. Embora eu não seja muito fã dessas estatísticas que tentam consolidar tudo em um número só na NBA (um esporte muito coletivo onde é impossível isolar adequadamente o impacto de cada jogador), Gobert lidera a NBA inteira em <b>Defensive Win Shares</b> e é #2 na NBA inteira em <b>Win Shares</b> totais, atrás apenas de <b>James Harden</b>. Gobert também é 13th em Box Score Plus Minus, 8th em VORP, e acabou de se tornar o primeiro jogador da HISTÓRIA da NBA a terminar a temporada no Top5 de Offensive Rating E Defensive Rating individual em uma temporada. É bem impressionante. Independente do que você achar dessas estatísticas, é inegável o ano fantástico que o francês teve, e que seu jogo realmente se elevou esse ano a níveis All-NBA.<br />
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Davis é o oposto. Uma legítima superestrela, o principal de Davis sempre foi sua incrível capacidade ofensiva, um dos jogadores mais imparáveis da NBA, capaz de pontuar de qualquer lugar da quadra e contra qualquer defensor, mas cuja defesa não acompanhava essa produção ofensiva. E ao contrário de Gobert, a peça perfeita para um elenco bom e completo, Davis precisou ser a peça central para carregar nas costas um elenco bastante fraco, cortesia de uma das piores diretorias da NBA. E talvez por causa disso, mas praticamente sumiu da mídia e dos círculos de debate uma temporada na qual Davis teve médias de 28 pontos, 12 rebotes, 2.2 tocos por jogo com 50.4 FG% e PER de 27.5... e de alguma forma conseguiu fazer esse time ter um saldo positivo (+1.7 Net Rating) quando esteve em quadra (-8.7 Net Rating no banco). Foi um dos grandes esforços individuais dos últimos anos, e em uma temporada com menos performances históricas - e um time melhor ao seu redor - Davis provavelmente receberia mais crédito pelo que fez esse ano.<br />
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Davis também mostrou uma grande evolução do lado menos dominante do seu jogo, o defensivo. O camisa 23 sempre deu muitos tocos por conta da sua capacidade atlética e dimensões absurdas, mas muitas vezes isso era uma forma de compensar mau posicionamento e má movimentação. Não que Davis fosse um defensor ruim, mas não era o jogador que parecia olhando os números de tocos. Esse ano foi diferente: seu posicionamento foi o melhor que eu vi desde que chegou à NBA, usando sua mobilidade e envergadura para fechar linhas de passe sem precisar abandonar a posição perto do aro, bloqueando pivô e armador no pick and roll ao mesmo tempo (a especialidade de Gobert, aliás), e sendo muito mais eficiente em ignorar ações secundárias e focar nas jogadas importantes.<br />
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No final, eu acabei decidindo pelo jogo mais completo de Davis sobre a dominação defensiva e estatística de Gobert por causa do quanto Davis <i>precisou</i> fazer dos dois lados da quadra. Gobert é o foco e o centro da defesa do Jazz, e uma peça importante no ataque, mas Davis é o pilar do ataque E da defesa do Pelicans, alguém que precisa dominar para o time ter alguma chance de sobreviver. E aguentar essa enorme carga dos dois lados da quadra e ainda conseguir ser extremamente produtivo, eficiente e dominante colocou Davis um pouco à frente nessa disputa para mim. Mas se você preferir Gobert e derrubar Davis para o 2nd Team, não serei eu a criticar.<br />
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(Mas sério, como um jogador de 23 anos com médias de 28-12, 2.2 tocos por jogo, números de eficiência fantásticos e defesa de altíssimo nível de alguma forma escapou da nossa atenção? Mesmo em uma temporada com tantas performances históricas como essa, isso é absurdo)<br />
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<a href="https://cdn-s3.si.com/s3fs-public/2017/01/03/giannis-antetokounmpo-mean-mug.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://cdn-s3.si.com/s3fs-public/2017/01/03/giannis-antetokounmpo-mean-mug.jpg" width="400" /></a></div>
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<b>2nd Team All-NBA: Stephen Curry; John Wall; Kevin Durant; Giannis Antetokounmpo; Rudy Gobert.</b><br />
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Com <b>Stephen Curry</b> sobrando para o 2nd Team, como explicado acima, a dificuldade foi escolher qual seria seu companheiro como <i>guard</i> entre duas opções extremamente válidas: <b>John Wall e Isaiah Thomas.</b><br />
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É outro caso extremamente difícil, e sem uma resposta certa.<b> John Wall</b> teve médias de 23.1 pontos e 10.7 assistências (#2 na NBA) para <b>Washington</b>, com eficiência média (48.2 eFG%, 4.1 turnovers) e defesa bastante instável;<b> Isaiah Thomas</b> teve 28.9 pontos e 5.9 assistências com grande eficiência (54.6 eFG%), defesa consistentemente ruim, e sendo um dos mais devastadores pontuadores de quartos períodos na temporada. Ambos foram o foco do ataque do seu time, e viram os números ofensivos da equipe despencar quando sentavam: de 113.6 pontos por 100 posses a 99.0 para Isaiah, e de 111.2 para 101.3 no caso de Wall.<br />
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E ambos fizeram isso do seu próprio jeito único e empolgante. Wall é talvez o jogador mais rápido da NBA, e que combina isso com uma fantástica habilidade nos passes e na manipulação de quadra para gerar mais arremessos de 3 da zona morta do que qualquer outro jogador da liga e causar o terror perto do aro. Wall sempre foi um terror na transição, onde sua capacidade atlética, velocidade e visão de jogo fazem dele um dos melhores jogadores da NBA, mas hoje o armador do <b>Wizards </b>se tornou também um jogador devastador na meia quadra. Wall vai manipular a quadra lentamente, achar o espaço que quer, e chamar a jogada. De um centímetro de espaço, e ele vai explodir por você e atacar a cesta. Se afaste demais, e ele vai te castigar com arremessos de meia distância da quina do garrafão. Traga um defensor extra, e Wall vai achar um companheiro livre. Wall evoluiu de um criador atlético em uma das armas ofensivas mais cerebrais e versáteis da NBA - boa sorte defendendo esse jogador.<br />
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Já Isaiah é totalmente diferente de qualquer coisa que eu já vi, um armador de um 1 metro e 75 com um arsenal infinito de dribles, bandejas e arremessos perto do aro que é capaz de finalizar por cima de qualquer gigante e desmontar qualquer defensor. Sua combinação de habilidade ofensiva, resistência física (alguém daquele tamanho que apanha tanto quanto Isaiah não deveria sobreviver mais de duas semanas) e intensidade atacando o aro e desafiando jogadores maiores tornaram Isaiah um dos jogadores mais obrigatórios de se assistir da NBA, e fazer isso com o tamanho que tem fez com que o baixinho se destacasse ainda mais.<br />
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O que separa esses dois jogadores realmente é muito pouco. Se você preferir um jogo mais completo, mais criação e melhor defesa (em especial seus patenteados tocos em transição), John Wall é sua escolha; se você valoriza a maior eficiência, carga individual, e pontuação em quarto período, sua escolha é Isaiah Thomas, the <i>King in the Fourth</i>. Eu fiquei com Wall porque acho que é um jogador mais difícil de se preparar para enfrentar, especialmente na defesa: sua defesa é irregular, e caiu na segunda metade da temporada, mas Wall é capaz de defender duas posições em alto nível quando engajado, e você não precisa escondê-lo, ao contrário de Isaiah, que joga duro e com vontade mas sempre será um alvo a ser escondido por causa do tamanho. Por causa disso, eu acho que Wall trás tanto ofensivamente quanto Isaiah (de formas diferentes), mas também tira menos de cima da mesa. Mas a diferença é mínima, e se Isaiah ficar no 2nd Team, terá sido extremamente merecido.<br />
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Com <b>Gobert </b>estabelecido na posição de pivô desse time, a única dúvida restante ficou por conta da dupla de <i>forwards</i>. E isso foi definido pela grande dúvida que eu tinha no começo dessa coluna: onde colocar<b> Kevin Durant.</b><br />
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Durant jogou apenas 59 jogos antes de uma lesão no joelho tirar o ala de <b>Golden State</b> de boa parte do resto da temporada (ele terminou com 62 jogos), o que torna impossível colocá-lo no 1st Team sobre <b>LeBron </b>e <b>Kawhi</b>, que jogaram uma temporada completa... mas ao mesmo tempo, a meu ver durante esses primeiros 59 jogos da temporada que Durant disputou, ele estava sendo <i>O MELHOR</i> jogador da NBA, alguém que certamente estaria na disputa pelo MVP se tivesse ficado saudável, e era o melhor jogador (até ali) do melhor time da liga. Durant combinava um alto poder ofensivo (25-8-5 de médias) e extrema eficiência (54-38-89 e um eFG% de 59.4) com defesa de elite, em uma temporada onde KD se reinventou como protetor de aro e durante esses 60 jogos foi uma parte tão integral da defesa do <b>Warriors </b>quanto <b>Draymond</b>. Não teve durante esse tem um jogador melhor ofensiva E defensivamente que Durant, e se não fosse a lesão, estaria na briga para ser não só MVP como talvez DPOY.<br />
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E por isso é tão difícil realmente medir KD para esses prêmios. Em geral, eu sou bem rígido com jogos perdidos para times All-NBA - afinal, é uma parte do ano que você deixou de impactar - mas os jogos que KD participou foram tão fora de série, tão absurdamente bons, que foram suficientes para valer uma temporada completa de outros jogadores, mesmo em uma temporada tão boa para alas como essa. Então dando o devido desconto pelos jogos perdidos, e dando o devido crédito pela dominação mostrada nesses dias, acabei colocando Durant como meu quarto melhor ala, atrás de Kawhi, LeBron e <b>Giannis</b>.<br />
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E não deveria precisar gastar muito tempo falando de <b>Giannis Antetokounmpo </b>- tudo já foi falado, inclusive na <a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/04/premios-da-temporada-201617-da-nba.html" target="_blank">outra coluna</a>. Ainda assim, sua evolução (com apenas 22 anos) em um dos 12 melhores jogadores da NBA, um monstro multifuncional capaz de jogar em 5 posições, ter média de 23-8-5 (com 1.6 roubos e 1.9 tocos por jogo) e proteger o aro num nível Top10 da liga foi um dos pontos mais interessantes e emocionantes da temporada. O potencial do grego é quase ilimitado, e se algum dia ele aprender a arremessar consistentemente, a NBA vai ter que mudar suas regras. E embora isso seja arbitrário, Giannis também se tornou o primeiro jogador da história da NBA a estar no Top10 de uma mesma temporada temporada em pontos, rebotes, assistências, tocos E roubos de bola. E embora isso não influencie na votação, vale citar que Giannis tem uma das personalidades mais carismáticas da NBA e um dos jogos mais únicos que você jamais verá na sua vida. Na era dos chamados "unicórnios" da NBA, Giannis parece estar se destacando como o maior deles.<br />
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<a href="https://c.o0bg.com/rf/image_1200w/Boston/2011-2020/2017/02/11/BostonGlobe.com/Sports/Images/a0923161f16447acb999d7f5362f366b-a0923161f16447acb999d7f5362f366b-0.jpg?uuid=IdS3WvAfEeawLNsWIYCzkw" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="https://c.o0bg.com/rf/image_1200w/Boston/2011-2020/2017/02/11/BostonGlobe.com/Sports/Images/a0923161f16447acb999d7f5362f366b-a0923161f16447acb999d7f5362f366b-0.jpg?uuid=IdS3WvAfEeawLNsWIYCzkw" width="400" /></a></div>
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<b>3rd Team All-NBA: Isaiah Thomas; Damian Lillard; Draymond Green; Jimmy Butler; Marc Gasol.</b><br />
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Com <b>Isaiah </b>ou <b>Wall </b>(acabou sendo Isaiah) garantindo um lugar no terceiro time, acabou sobrando apenas um lugar no time para um verdadeiro exército de armadores merecedores de consideração. Ter que escolher apenas um entre <b>DeMar DeRozan, Kyle Lowry, Chris Paul, Damian Lillard, Mike Conley, Goran Dragic, Klay Thompson e Kyrie Irving</b> foi cruel, e também um tema comum na hora de escolher esse 3rd Team All-NBA que só valoriza o quão boa foi a temporada 2017 da NBA, e o bom lugar que a liga se encontra no momento.</div>
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O mais difícil foi decidir o que fazer com <b>Lowry </b>e <b>Chris Paul</b>, que são os dois que se encontram na situação parecida com <b>Kevin Durant</b>: ambos jogaram apenas 60 jogos da temporada, mas nessas partidas que participaram foram melhores do que todos os outros que disputam a mesma vaga. Então se eu votei Durant no 2nd Team, eu não posso excluir Paul e Lowry da disputa por uma questão de critério... mas ao mesmo tempo, nenhum deles foi tão sobrenatural quando esteve em quadra igual Durant, que como disse eu via como o melhor jogador da temporada antes da lesão. Com Durant, ele foi suficientemente melhor do que o resto da competição para compensar a perda dos 20 jogos, mas não tenho certeza que Paul e Lowry atingiram esse nível, especialmente dada a força da competição.</div>
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Eu acabei me decidindo por <b>Damian Lillard </b>por alguns motivos. Embora o armador do <b>Blazers </b>não tenha sido tão bom em quadra quanto Lowry e Paul, Lillard jogou 75 jogos da temporada (15 a mais que os outros dois), e teve um enorme impacto em seu próprio mérito: 27 pontos, 6 assistências e 51.6 eFG% não é nada mau em termos de produção, mesmo com uma defesa tão fraca como a sua. Mais importante do que isso, Lillard também tem (em menor grau) aquele efeito <b>Steph Curry</b> descrito acima, que seu arremesso e capacidade de elevar para o chute a qualquer momento força defesas a marcá-lo de forma diferente e abre espaço para todo o time. Lillard também, a meu ver, foi aquele que teve que carregar a maior carga, o jogador que seu time TINHA que produzir em alto nível para seu time ter chance de continuar ganhando... e o fato do armador ter elevado seu nível de jogo e explodido depois do<i> All Star Game</i> com 30 pontos, 6 assistências, 46.7 FG% e 41.3 3PT% de médias enquanto o Blazers subia de nível e fazia sua arrancada definitiva rumo a uma vaga nos playoffs também conta para alguma coisa.<br />
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E não me leve a mal, tem motivos de sobra pra votar nos outros, pelo impacto mais completo e consistente de <b>Conley</b>, ou dando créditos a <b>DeRozan </b>por manter o <b>Raptors </b>bem mesmo sem Lowry, ou mesmo valorizando mais a melhor performance indexada de <b>Lowry </b>e <b>Paul</b>. Foi apenas uma opção que tive que fazer em uma discussão muito apertada, e achei que a produção, responsabilidade, produção nos finais de jogos (#3 da NBA em pontos em situações "<i>clutch</i>"), impacto geral e explosão na hora certa para salvar a temporada do seu time colocaram Lillard um pouco acima dos demais.</div>
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Seguindo para os alas, tinha um jogador que eu não consegui deixar de fora de jeito nenhum, que foi <b>Draymond Green</b> (na verdade, Green quase tirou <b>Durant </b>do <b>2nd Team All-NBA</b>). Além de ser o<a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/04/premios-da-temporada-201617-da-nba.html" target="_blank"> meu voto para Defensive Player of the Year</a>, Green é um jogador dos mais únicos da liga, assim como o seu impacto em quadra. Por causa da sua imensa versatilidade, ele é chave para destravar todo o tipo de jogo e lineup para o <b>Warriors</b>, sendo essa inclusive a chave da sua identidade. Assim como <b>Steph Curry</b> muda toda a geometria de uma quadra de basquete ofensivamente simplesmente estando em quadra, Draymond tem o mesmo efeito do outro lado, com sua capacidade de antecipação e de marcar jogador fechando a possibilidade de vários tipos de jogada antes mesmo delas acontecerem... e isso antes de entrar nos méritos do quanto sua capacidade de agir como armador no ataque destrava as dominantes movimentações fora da bola do Warriors. Stephen Curry pode ser a peça em torno do qual o jogo do melhor time do mundo é montado, mas Green é quem permite que esse jogo seja maximizado em um nível histórico.</div>
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Isso nos deixa com uma vaga restante de ala para quatro nomes merecedores: <b>Paul George, Jimmy Butler, Gordon Hayward e Paul Millsap</b> (<b>Blake Griffin </b>teria entrado na briga se não perdesse tanto tempo). Entre os quatro, é difícil não escolher Butler: foi quem jogou mais tempo, foi quem teve a maior responsabilidade de carregar nas costas o seu time, e foi o mais individualmente dominante dos quatro. Em um time disfuncional e sem nenhum tipo de espaçamento, Butler teve que carregar o ano inteiro o ataque nas costas atacando a cesta, cavando faltas, e controlando as ações durante longos minutos. Ele FOI o ataque do <b>Bulls </b>durante grande parte do ano, assumindo de vez o controle quando <b>Dwyane Wade</b> se machucou - e levando o time aos playoffs depois de perder Wade, <b>Taj Gibson </b>E <b>Doug McDermott</b>. Butler teve médias de 24 pontos, 6 rebotes e 5 assistências, e foi um monstro se impondo fisicamente repetidas vezes, atacando o garrafão, e cavando faltas.<br />
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Isso nos deixa com apenas o último lugar por decidir, o de pivô. Nessa posição, Davis e Gobert são as certezas, e quatro jogadores brigam pela vaga final: <b>Marc Gasol, DeAndre Jordan, Nikola Jokic e Karl-Anthony Towns.</b><br />
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O primeiro que eu descartei dos quatro foi <b>DeAndre Jordan</b>. Jordan é daqueles jogadores que foi tão <i>overrated </i>que agora virou <i>underrated</i>: depois de alguns prêmios não totalmente merecidos e<b> Doc Rivers</b> falando que o pivô era o melhor defensor da NBA e o novo <b>Bill Russell,</b> todo mundo começou a se cansar disso e procurar motivos para desconstruir o pivô e descreditar esses exageros, o que acabou fazendo todo mundo só olhar os defeitos de DeAndre e esquecer o bom jogador do que ele é. Ainda assim, não consigo colocar na frente dos outros três: DeAndre é uma ótima peça complementar, de grande impacto, mas não é um jogador para construir seu time ao redor, alguém capaz de carregar sozinho um time, como fizeram os outros três.<br />
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Quanto a <b>Jokic</b>, o seu grande problema foi ter demorado para realmente engrenar: suas atuações e as atuações do <b>Nuggets </b>foram históricas uma vez que Jokic enfim se consolidou como estrela do time e Denver se reinventou ao seu redor, com seus passes fabulosos e habilidades únicas... mas também demorou dois meses para isso acontecer, período esse onde Jokic veio do banco ou jogou fora de posição. A culpa não é realmente do sérvio, é muito mais um problema do time (sério, como demorou DOIS MESES para o Nuggets concluir que Jokic era seu melhor jogador?!), mas que custou a Jokic quase um tempo considerável de produção em altíssimo nível e acabou tirando ele da disputa.<br />
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Já <b>Towns </b>muito possivelmente será o vencedor da vaga. Ele é a escolha mais chamativa, e ter médias 25 pontos e 12 rebotes arremessando 54% de quadra e 36.7% de três pontos (sim, isso é tão surreal quanto parece). Depois do começo de março até o final da temporada, Towns teve médias de 28 pontos, 13 rebotes, e chutou 58.6% de quadra e 42.5% de três pontos. Isso é tão inacreditável que seu cérebro até desliga.<br />
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Mas eu não consigo superar o quão ruins são os números do <b>Wolves </b>com Towns em quadra. Minny é um time -0.9 por 100 posses com Towns em quadra, e só -1.4 com ele fora, uma diferença mínima para alguém tão dominante - e um testemunho ao nível atual da sua defesa, muito fraco. Mesmo durante essa sequência histórica para terminar a temporada, o Wolves na verdade foi melhor SEM Towns: -3.1 com ele em quadra, e -1.0 com ele no banco. E os números ficam ainda mais bizarros quando consideramos sua parceria com o destaque discreto do Wolves nessa reta final, <b>Ricky Rubio</b>: O Wolves teve um bom saldo de +1.0 por 100 posses com Rubio e Towns em quadra, mas quando Towns jogou sem o armador espanhol, esses números despencam para -12.9 por 100 posses de bola (!!!!!!!!!!!!!!!). Analogamente, o time teve um ótimo saldo de +2.5 por 100 posses quando Rubio jogou sem Towns.<br />
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Em outras palavras, apesar das performances dominantes de Towns, o time jogou melhor quando não tinha sua presença centralizadora no ataque e sua fraca defesa, colocou as bolas nas mãos de Rubio e deixou que o armador distribuísse o jogo para os coadjuvantes. Então para todas suas qualidades, Towns ainda não está conseguindo canalizar isso e transformar em uma forma de ajudar seu time vencer jogos. Muito disso tem a ver com esquemas e rotações, claro, por isso precisamos dar algum desconto ao pivô e não levar esses números ao pé da letra, mas eles parecem corresponder ao que o teste visual nos diz - que o Wolves ainda não conseguiu achar uma forma de jogar em torno dos talentos excepcionais de Towns.<br />
<br />
Então a vaga ficou com quem desde o começo parecia a escolha certa: <b>Marc Gasol.</b> Embora menos dominante e com um jogo menos chamativo que seus concorrentes, Gasol ganha a vaga porque seu efeito se faz sentir em basicamente tudo: sua defesa ainda é bastante sólida, seu jogo ofensivo continua funcionando muito bem para melhorar seus companheiros (com boas screens, movimentação inteligente e passes geniais) e o espanhol até mesmo adicionou uma dose nova de agressividade ao seu jogo, controlando mais a bola, atacando e arremessando mais do que nunca, anotando 19.5 pontos por jogo (maior marca da carreira) e até mesmo se transformando em um excelente arremessador de três (38.8%). O impacto de Gasol pode ser mais discreto, mas ele é muito mais completo e em todas as áreas do jogo, fazendo aquilo que o time precisa sem se importar com seus números, tornando seus companheiros melhores e oferecendo um pilar de estabilidade para um time de <b>Memphis </b>que sofreu ao longo de todo o ano com múltiplas lesões, trocas de lineups e más atuações. Tire Gasol desse time, e ele despenca para a loteria. E por tudo isso, ele foi minha escolha final para fechar meu<b> 3rd Team All NBA.</b><br />
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Bem, hora de passar seguir em frente e falar dos times defensivos da NBA. Mas antes disso...<br />
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<b>4th Team All-NBA: Chris Paul, Kyle Lowry, Paul George, Gordon Hayward, Karl-Anthony Towns.</b><br />
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Me processem.<br />
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<span style="font-size: large;"><b>1st and 2nd Team All-Defense</b></span><br />
<br />
Os times de defesa são apenas dois, mas as regras são as mesmas: 2 guards, 2 forwards, 1 pivô. Mas aqui, ao contrário dos All-NBA Teams, os jogadores já são designados com uma posição fixa, tornando mais difícil o famoso "jeitinho" para encaixar os jogadores mais merecedores independente da posição.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://l3.yimg.com/ny/api/res/1.2/Qc91d2HUFb.2TMhWsuWfaw--/YXBwaWQ9aGlnaGxhbmRlcjtzbT0xO3c9MzEwO2lsPXBsYW5l/http://l.yimg.com/os/publish-images/sports/2015-04-23/f8c4fcd0-e9d6-11e4-9ee8-6f782592a649_Kawhi-Leonard-and-Draymond-Green-battle-it-out-Soobum-Im-USA-TODAY-Sports-.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://l3.yimg.com/ny/api/res/1.2/Qc91d2HUFb.2TMhWsuWfaw--/YXBwaWQ9aGlnaGxhbmRlcjtzbT0xO3c9MzEwO2lsPXBsYW5l/http://l.yimg.com/os/publish-images/sports/2015-04-23/f8c4fcd0-e9d6-11e4-9ee8-6f782592a649_Kawhi-Leonard-and-Draymond-Green-battle-it-out-Soobum-Im-USA-TODAY-Sports-.jpg" height="300" width="400" /></a></div>
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<b>1st Team All Defense: Patrick Beverly, Danny Green, Kawhi Leonard, Draymond Green, Rudy Gobert.</b><br />
<b><br /></b>
Os três últimos nomes são fáceis - <a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/04/premios-da-temporada-201617-da-nba.html" target="_blank">foram minhas três primeiras escolhas para o prêmio de<b> Defensive Player of the Year</b></a>, e são os três melhores defensores da NBA. Nada a se discutir aqui.<br />
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O problema é que eu tinha <b>Andre Roberson</b> - quarto da minha lista de DPOY - como um guard nesse primeiro time. Embora nominalmente Roberson jogue como SF titular do time ao lado de <b>Oladipo </b>e <b>Westbrook</b>, Roberson ainda joga bastante na posição 2, e é mais usado defendendo jogadores de perímetro (especialmente para proteger Westbrook) do que alas. E com o altíssimo número de grandes alas defensivos que tivemos esse ano, colocar Roberson não só era uma forma de reconhecer sua temporada com uma vaga no<b> 1st Team All-Defense</b>, como uma forma de colocar mais alas nos times.<br />
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Mas infelizmente não é possível, porque a NBA listou Roberson como apenas um ala na sua relação oficial. Ou seja, não seria possível escalá-lo como guard. Por isso Roberson acabou caindo para o 2nd team (mais sobre isso daqui a pouco) e precisei achar mais guards merecedores da vaga.<br />
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Isso é um problema porque, embora tenhamos um altíssimo número de alas tendo temporadas ótimos na defesa (e vários terão de ficar de fora desses times), a safra entre guards não está nem de longe tão boa. Temos alguns com boas temporadas defensivas, sem dúvida, mas nenhuma realmente que tenha se destacado. <b>Chris Paul,</b> eterna presença nesses times, perdeu 20 jogos. <b>Avery Bradley </b>também perdeu 25. <b>Ricky Rubio</b>, outro dos melhores defensores da NBA, teve uma temporada abaixo do seu padrão em um time que sofreu defensivamente durante boa parte do ano. Então temos que mergulhar mais fundo do que seria ideal para achar os candidatos às vagas desse ano.<br />
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O primeiro nome, e o mais fácil, é o de <b>Danny Green</b>. Green é aquele tipo de defensor que não chama muito a atenção, que não vai grudar no seu adversário como um<b> Kawhi Leonard</b> e imitá-lo passo a passo até sair com a bola. Mas muito de ser um bom defensor vem não só de fazer boas jogadas, mas de evitar jogadas ruins, e isso é o que mais chama a atenção com Green: ele quase nunca comete erros, está sempre no lugar certo na hora certa, toma as decisões inteligentes, e consegue dar conta do recado mesmo contra os melhores armadores no<i> pick and roll</i>. Ter alguém que sempre faz a jogada certa facilita demais para o resto da equipe produzir.<br />
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Green também é talvez o melhor defensor de transição que eu vi na vida, com uma combinação incrível de antecipação, inteligência e leitura de jogo. 3 contra 1? Green consegue antecipar (ou direcionar) quem vai receber a bola por último e vai contestar esse arremesso. Armador atlético puxando contra ataque? Pode ter certeza que Green vai estar entre você e a cesta durante todo o seu caminho, sem fazer falta, e tornando seu arremesso em movimento muito mais difícil. Tem o caminho livre à sua frente? Green vai atacar a bola por trás e te forçar a antecipar ou pegar seu drible. Green é um dos principais motivos pelos quais<b> San Antonio</b> tem uma das melhores defesas de transição da NBA, e embora chame menos atenção que Kawhi, também é parte crucial da melhor defesa da NBA.<br />
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A outra posição no perímetro foi mais dificil, mas acabei dando vantagem à excelente temporada de <b>Patrick Beverly</b>. <b>James Harden </b>pode ter assumido de vez o papel de armador principal do <b>Rockets</b>, e sua defesa está bem melhor esse ano, mas Harden não tem capacidade de marcar em tempo integral os melhores jogadores da posição mais atlética da NBA na atualidade. Por isso esse papel cabe a Beverly, um dos defensores mais físicos da atualidade. Beverly é aquele jogador que vai ficar na sua cara, colado no seu corpo, durante todo seu caminho em quadra, não te dando o menor espaço para respirar ou driblar a bola. As vezes isso gera problemas de faltas e lances livres, mas na grande maioria do tempo isso quebra o ritmo dos adversários e mantém aquele que costuma ser o iniciador do ataque sob controle. E por fazer essa tarefa contra geralmente armadores principais, Beverly consegue afetar mais posses de bola, atrapalhando a formação das jogadas no seu ponto inicial. Em um ano sem grandes destaques individuais na posição (defensivamente), o impacto consistente de Beverly foi suficiente para ganhar meu voto no primeiro time.<br />
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<a href="http://www.slamonline.com/wp-content/uploads/2015/03/tony-allen.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.slamonline.com/wp-content/uploads/2015/03/tony-allen.jpg" height="230" width="400" /></a></div>
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<i>"2nd Team All Defense!!"</i></div>
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<b>2st Team All Defense: Tony Allen, Chris Paul, Andre Roberson, Giannis Antetokounmpo, Anthony Davis.</b></div>
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Considerando que <b>Roberson </b>e <b>Giannis </b>foram #4 e #5 no meu ballot de DPOY, parece justo que devem ocupar as duas vagas do segundo time nas posições de ala. O que deixa de foram um número enorme de jogadores defensivos muito merecedores, como <b>PJ Tucker, Paul Millsap, Jimmy Butler, Luc Richard Mbah a Moute, Robert Covington, LaMarcus Aldridge e até mesmo Kevin Durant</b>. Lugar de menos para temporadas fantásticas de mais.</div>
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Na posição de C, por outro lado, tivemos uma temporada relativamente decepcionante. Os melhores jovens pivôs da NBA são jogadores como <b>Jokic </b>ou <b>Towns</b>, mas ambos são defensores ruins nesse momento das respectivas carreiras. <b>Marc Gasol </b>é sempre uma opção, mas sua defesa caiu um pouco esse ano. Jogadores como<b> Robin Lopez </b>são sólidos, mas que não vão mudar a história da sua defesa. <b>Myles Turner</b> ainda não está pronto. <b>Whiteside </b>parece uma boa opção considerando seus tocos e proteção de aro, mas comete muitos erros de marcação e rotação e pode ser explorado por jogadores físicos que joguem de costas para a cesta. Eu cheguei a considerar <b>DeAndre Jordan</b>, mais explosivo, e <b>Steven Adams</b>, mais consistente, para o prêmio.</div>
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Mas por fim decidi premiar a boa temporada e enorme evolução defensiva de <b>Anthony Davis</b>. Eu não vou repetir o que já falei na primeira parte da coluna, mas Davis se tornou um defensor muito mais completo do que só alguém que usa o físico para dar tocos, se tornando uma ameaça no <i>pick and roll</i>. Além disso, e talvez mais importante, Davis teve que assumir um papel defensivo muito mais central do que Jordan ou Adams, que são bons defensores mas são uma parte de uma defesa maior, composta de bons defensores de modo geral. Davis teve que SER a defesa, basicamente, para um time muito fraco do <b>Pelicans</b>, e o fato de ter conseguido desempenhar tão bem esse papel - fazendo do Pelicans a nona melhor defesa da NBA - colocou sua candidatura acima dos demais para mim (New Orleans teve a terceira melhor defesa da NBA com Davis em quadra e a terceira pior sem ele).</div>
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Para os guards, o primeiro nome foi o de <b>Tony Allen</b>, um dos legítimos "stoppers" da NBA, aquele defensor individual que vai te guardar no mano a mano e não deixar você fazer nada. Allen perdeu bastante tempo e até suas performances foram mais irregulares, mas quando está saudável e focado, talvez seja o defensor de perímetro mais temido da liga não chamado <b>Kawhi</b>. Seu impacto total não foi TÃO grande que nem em outros anos, mas ainda causou destruição suficiente para garantir a vaga.</div>
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E para terminar, minha dúvida do último armador ficou enter <b>Ricky Rubio e Chris Paul</b>. Rubio é um dos melhores e mais subestimados defensores da NBA, um monstro defendendo armadores no <i>pick and roll</i> e talvez o melhor jogador da NBA (depois de <b>Draymond</b>) antecipando jogadas, se movendo de acordo para conseguir roubos ou extinguir uma ação, e recuperando caso de errado. Mas esse ano, Rubio pareceu um pouco menos eficiente com sua usual defesa fantástica, em parte porque o esquema do Wolves não o favoreceu, em parte porque seus colegas de time durante grande parte do ano foram tão mal na defesa. Embora sua defesa individual continue muito boa, ela não beneficiou tanto seu time como de costume.</div>
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É pouco, mas essa queda de produção é o que abriu a porta para Chris Paul roubar a vaga apesar de 15 jogos menos. O armador do <b>Clippers </b>simplesmente foi mais dominante quando esteve em quadra, um grude de altíssimo QI de basquete que parece sempre estar atrapalhando alguma jogada, mas também capaz de defender no mano a mano quando necessário. A defesa do Clippers foi melhor que a do Wolves, e embora isso se de por ter companheiros MUITO melhores do que Rubio, Chris Paul foi parte importante disso, não só pela sua atuação individual na defesa, mas também por ser excelente direcionando os lances e os jogadores que marca (e, como costuma marcar PGs, são muitas jogadas) para os pontos que sabe que facilitarão sua defesa e levarão a uma performance coletiva melhor. Paul jogou 15 jogos a menos do que Rubio, por isso a dúvida entre os dois, mas Paul foi mais dominante quando esteve em quadra, e fez mais por uma defesa melhor suficiente para tirar essa diferença. </div>
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<span style="font-size: large;"><b>1st and 2nd Team All-Rookie</b></span></div>
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<span style="font-size: large;"><b><br /></b></span></div>
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<span style="font-size: small;">Ao contrário dos outros "times ideais" da NBA, o All-Rookie tem uma gigantesca vantagem: ele não liga para posições, e portanto você pode escolher os 5 melhores jogadores independente de onde eles jogam para montar a equipe. Nada de ter que escalar jogadores fora de posição, ou deixar jogadores mais merecedores de fora só para encaixar de acordo com as premissas. Aqui são 5 jogadores, e ponto.</span></div>
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<a href="http://clutchpoints.com/wp-content/uploads/2017/01/Joel-Embiid-Dario-Saric.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://clutchpoints.com/wp-content/uploads/2017/01/Joel-Embiid-Dario-Saric.jpg" height="207" width="400" /></a></div>
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<span style="font-size: small;"><b>1st Team All Rookie: Jamal Murray, Malcolm Brogdon, Jaylen Brown, Dario Saric, Joel Embiid.</b><br />
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</b><span style="font-size: small;"><b>Brogdon, Saric e Embiid</b> são as três certezas desse grupo,<a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/04/premios-da-temporada-201617-da-nba.html" target="_blank"> e os três que eu falei extensivamente quando debati o <b>prêmio de calouro do ano</b></a>. Então não vou voltar no assunto, tudo que tinha para falar sobre os três já foi dito. A questão, então, foi selecionar os dois últimos lugares.</span><br />
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Jaylen Brown</b> é um caso interessante. Ultimamente, quando tento avaliar a temporada de calouros ou jogadores jovens, eu comecei a focar menos na sua produção total e nos números superficiais, e comecei a valorizar mais aqueles calouros que fazem uma contribuição mais intangível, mas mais significativa, para ajudar times bons e já montados. Isso é algo que se pode notar na minha escolha por <b>Malcolm Brogdon</b> para Calouro do Ano, por exemplo. Um jogador em um time ruim pode estar colocando bons números por ter mais liberdade, mais espaço e menos compromisso com a vitória, de forma que terá mais chances de acumular números, mas exige um nível ainda maior de dificuldade e basquete se adaptar a um time maior, realizar seu papel e jogar de forma a ajudar esse time a vencer.<br />
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Com isso chegamos em Jaylen Brown. Seus números não são nada espetaculares - 6.6 pontos e 2.8 rebotes em 17.2 minutos por jogo - e ficaram abaixo de vários outros calouros. Mas Brown foi parte integral da rotação e produção de um time que acabou vencendo 53 jogos e conquistando a #1 seed do Leste, e é claro que não teria a bola nas mãos, a liberdade e a carga para conseguir grandes números. A importância de Brown se deu em outras coisas: sua excelente defesa, sua versatilidade, a energia e a capacidade de jogar (e defender) três posições deu a um time de <b>Boston </b>que estava surpreendentemente magro grande capacidade de variação e adaptação. E não é como se Brown tivesse jogado mal e só estivesse em um time bom: sua produção foi melhorando ao longo do ano, e momentos de evolução foram se notando. Seu arremesso foi respeitável (34% de três), e Brown começou a usar isso a seu favor para abrir espaços e atacar o aro. Em certo momento no final da temporada em que lesões começaram a acumular e Boston ameaçou cair para trás no Leste, a energia e garra de Jaylen foram ingredientes importantíssimos para manter o Celtics vivo, ao ponto de que <b>Brad Stevens </b>não conseguia mais deixá-lo de fora da rotação. Esse tipo de impacto para mim é muito mais relevante do que alguém como <b>Buddy Hield</b>, por exemplo, que teve bons números mas pouco fez para ajudar seu time a vencer (mesmo que não por sua culpa).<br />
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A vaga final ficou a ser decidida entre <b>Jamal Murray e Buddy Hield</b>. À primeira vista, Hield parece ter sido melhor: sua média na temporada foi de 10.6 pontos, 3.3 rebotes, 1.5 assistências em 42.6 FG% e 39.1 3PT%, contra 9,9-2.6-2.1 em 40.5 FG% e 33.4 3PT%. Mas por isso é tão importante e interessante olhar aquilo que falei acima, sobre diferenciar o jogador que está contribuindo para um time competitivo, e o jogador que tem liberdade para fazer o que for melhor para ele. Pegando apenas os números de Hield quando esteve no <b>Pelicans</b>, um time que estava brigando por <i>playoffs </i>e não podia se dar ao luxo de deixar Hield jogar como queria, seus números são inferiores aos de <b>Murray</b>: 8.6-2.9-1.4, 39.2 FG%, 36.9 3PT%, e em geral sofreu muito mais para se encaixar e contribuir organicamente para seu time do que Murray, que com seu bom uso da gravidade, movimentação sem a bola e maior QI de basquete conseguia contribuir de forma muito mais orgânica para o Nuggets.<br />
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Os números de Hield estão melhores no total por causa do seu tempo em <b>Sacramento</b>, onde foi o centro do time depois do All-Star Game e teve total espaço e condições de jogar como achasse melhor sem nenhum compromisso de levar seu time a vitórias. Hield teve média de 15 pontos por jogo em 48-43-81 nos arremessos, e merece sem dúvidas crédito por isso, assim como Saric merece créditos por jogar tão bem no fraco Sixers, mas na hora de comparar dois jogadores tão próximos e parecidos, eu preferi premiar o jogo mais coletivo e o impacto em um time que disputou até o fim uma vaga nos <i>playoffs </i>de Murray.<br />
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<a href="http://lakersnation-uploads.s3.amazonaws.com/uploads/2017/03/USATSI_9922018_168383719_lowres.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://lakersnation-uploads.s3.amazonaws.com/uploads/2017/03/USATSI_9922018_168383719_lowres.jpg" height="266" width="400" /></a></div>
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<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
</div>
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<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: small;"><b>2st Team All Rookie: Buddy Hield, Caris LeVert, Rodney McGruder, Juancho Hernangomez, Marquese Chriss.</b></span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: small;"><b><br /></b></span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: small;">Depois de Hield, foi uma classe de calouros difícil de separar. Tivemos muitos jogadores que jogaram ao longo de todo o ano, tiveram mais minutos e mais oportunidades, mas não tiveram uma produção diferenciada, e outros que jogaram menos (em geral na reta final do ano) mas que pelo menos tiveram atuações de mais destaque. Separar entre os demais novatos é uma tarefa que envole mais critérios e observações pessoais do que outra coisa.</span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-style: normal;">Entre as demais opções, <b>Rodney McGruder</b> foi um dos nomes que não podiam ficar de fora. Se você nunca ouviu falar de McGruder, é porque o SG do <b>Miami Heat</b> é um calouro de 25 anos que não foi </span><i>draftado </i>em 2013 e passou sua carreira desde então entre a liga húngara e a D-League. Para a sorte de McGruder, Miami é um dos melhores times da liga achando esses talentos, e McGruder se aproveitou disso para achar seu lugar na NBA. O calouro pode não ter o jogo mais chamativo e produtivo da classe, mas foi o titular de Miami durante a maior parte da temporada (65 jogos), jogou 25 minutos por jogo, e contribuiu bastante dentro de quadra: seu jogo não é baseado em números, mas em fazer as pequenas coisas que ajudam seu time em quadra - tomar decisões rapidamente, fazer as jogadas certas, defender em alto nível, saber seu papel e não tentar fazer o que não sabe. Pode parecer besteira, mas existe muito valor nisso. Miami não era o time com mais talento do mundo, e muito de seu sucesso veio de cada jogador fazer o melhor possível seu papel tirando o mínimo possível de cima da mesa, e é exatamente o que McGruder faz. Ótimo achado.</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-style: normal;"><b>Caris LeVert </b>era outro jogador que desde o começo não poderia ficar de fora. Vocês talvez não lembrem, mas LeVert já foi um prospecto Top10 do </span><i>Draft </i>que despencou por causa de múltiplas lesões e temporadas perdidas em <b>Michigan</b>, e é exatamente esse tipo de talento de alto potencial que um time como o <b>Brooklyn Nets</b> precisa apostar nesse momento. E saudável, LeVert é um ótimo jogador, um ala muito versátil capaz de defender em alto nível, bom arremessador, e um criador muito avançado para a posição com altíssimo QI de basquete. LeVert começou o ano machucado mas jogou 57 jogos, e seu crescimento foi um dos grandes motivos pelos quais o Nets cresceu tanto nos últimos dois meses da temporada. Se ficar saudável, foi um grande achado de um time que precisa urgentemente desses talentos.</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<br /></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
Já <b>Juancho Hernangomez</b> foi um dos jogadores que mais me surpreendeu dessa classe. Confesso que não esperava muito, mas Hernangomez se mostrou logo um talento de nível NBA, não como estrela, mas como o tipo de role player que todo time precisa: capaz de jogar tanto de SF como de PF, defender em alto nível, e chutar bem de fora (41.1 3PT%). Alas com esse tipo de habilidades são extremamente valiosos na NBA moderna, e Hernangomez mostrou já ótima capacidade de encaixar seu jogo em um bom time brigando por playoffs.</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<br /></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
Por fim, eu fiquei meio triste de colocar <b>Marquese Chriss</b> no time, porque é um jogador do qual não sou fã. Apesar do talento e atleticismo, é um jogador que não le muito bem o jogo, e vive mais da produção individual do que em se encaixar em um time e maximizar o coletivo. Não sou muito fã de jogadores assim, e a falta de QI de basquete me incomoda, um jogador que não sabe exatamente em velocidade de NBA o que deve fazer a cada momento. Mas se falamos da temporada 2017 apenas, Chriss jogou durante todo o ano (82 jogos), foi titular por 75, totalizou mais de 1700 minutos (21 por jogo) e ainda conseguiu produzir bem (9 pontos, 4 rebotes, 0.7 roubos, 0.8 tocos, 32 3PT%). Embora não seja o jogador mais produtivo ou eficiente, ou mesmo o estilo que eu mais valorize, a produção bruta total de Chriss durante mais tempo foi o suficiente para o ala se destacar em um ano onde os calouros não tiveram as melhores temporadas.</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: small;">Com minhas melhores desculpas a<b> Tyler Ulis, Skal Labissiere</b> (tarde demais), <b>Brandon Ingram</b> (vai ser bom, mas foi muito mal durante muito do ano), <b>Yogi Ferrell, Patrick McCaw, Paul Zipser, Domatas Sabonis</b> (Westbrook assassinou sua temporada de calouro), <b>Kuzminskas, Thon Maker</b></span><b> </b>(mais <i>flashes </i>do que produção ainda)<b>, Willy Hernangomez</b> e mais uns três ou quatro.</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: small;"><i style="font-family: times;">Fontes: Synergy Sports; NBA.com/stats; Basketball-Reference; NBA Stats & Info; e uma tonelada de horas no NBA League Pass.</i></span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: small;"><i style="font-family: times;"><br /></i></span></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-size: medium; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span style="font-family: "times";"><i>Agradecimentos especiais ao ótimo <a href="https://twitter.com/crabdribbles" target="_blank">Scott Rafferty</a> pela ajuda com alguns pontos.</i></span></div>
</div>
<span style="font-size: medium;">
</span></div>
Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-75610303100102541462017-04-13T12:00:00.000-03:002017-04-13T12:00:59.172-03:00Prêmios da Temporada 2016/17 da NBA - Parte I<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://ww3.hdnux.com/photos/56/23/65/12139846/3/920x920.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://ww3.hdnux.com/photos/56/23/65/12139846/3/920x920.jpg" height="320" width="247" /></a></div>
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<i>Um resumo das redes sociais nas últimas semanas</i></div>
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Se você está chegando agora: sim, <a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/03/o-tm-warning-esta-de-volta.html" target="_blank"><b>o Two-Minute Warning está de volta</b></a>!!<br />
<br />
E como prometido na coluna da semana passada, chegou a hora de falar de basquete. E bastante. A temporada terminou essa quarta feira, os <i>playoffs </i>começam sábado, e temos muito a tratar antes de atingirmos a parte realmente crítica da temporada da <b>NBA</b>.<br />
<br />
Mas como de modo geral a primeira rodada dos <i>playoffs </i>é principalmente burocrática, com só algumas poucas séries realmente sendo divertidas e oferecendo potencial de surpresas, tem algo mais urgente para falarmos: os prêmios da temporada.<br />
<br />
Eu não lembro de uma temporada mais polarizadora nesse sentido, liderada por uma discussão para MVP que atingiu proporções que eu não lembro de ter visto antes na minha vida. Para onde quer que você vire, as pessoas estão falando a respeito da corrida pelo prêmio, e atrasando em uns 20 anos a parte analítica do basquete no processo: alguns estão buscando se aprofundar cada vez mais nas análises, nas comparações, e tentando atingir um critério cada vez mais racional para separar os candidatos... enquanto que a grande maioria só está preocupada em gritar mais alto e usar parâmetros arbitrários para discutir.<br />
<br />
Então como alguém que sempre tenta trazer essa visão mais analítica e crítica, eu não poderia deixar de passar a chance de dar minhas opiniões e trazer minhas visões para a mesa. Além disso, eu gosto de discutir esses prêmios individuais, e a chance que eles nos oferecem para discutir pontos específicos e interessantes da temporada.<br />
<br />
E essa na verdade é uma coluna gigante que foi separada em três partes. <b>Essa é a Parte I, que trata dos prêmios individuais da temporada: MVP, Defensive Player of the Year, Rookie of the Year, Coach of the Year, 6th Man of the Year, e Most Improved Player.</b><br />
<u><br /></u>
<u>A Parte II e a Parte III virão semana que vem, com meus palpites para os times da temporada (All NBA, All Rookie, All Defense) na Parte II, e os Prêmios Alternativos na Parte III.</u><br />
<b><br /></b>
<b>Parte I: Prêmios individuais da temporada</b><br />
<b>Parte II: Times ideais da temporada</b><br />
<b>Parte III: Prêmios alternativos</b><br />
<br />
Vamos ao que importa.<br />
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<span style="font-size: large;"><b>Most Improved Player</b></span><br />
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<a href="http://i.cdn.turner.com/drp/nba/pacers/sites/default/files/styles/main_gallery_photo__480_tall/public/legacy/photos/FPM_2014.jpg?itok=aJnLSfpI" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://i.cdn.turner.com/drp/nba/pacers/sites/default/files/styles/main_gallery_photo__480_tall/public/legacy/photos/FPM_2014.jpg?itok=aJnLSfpI" height="320" width="256" /></a></div>
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Então vamos começar pelo prêmio que eu mais detesto: <b>Most Improved Player</b>, ou o jogador que mais evoluiu na temporada.<br />
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O principal motivo para eu detestar esse prêmio é que, embora todos os prêmios da NBA carreguem consigo um bom nível de subjetividades e tenham critérios muito pouco definidos, esse prêmio é de longe o que existe as piores interpretações. O prêmio é para o jogador que "Mais evoluiu", o que indicaria um jogador que fez grandes evoluções no seu jogo e atingiu um nível novo do que o esperado. Mas na grande maioria do tempo, esse prêmio é dado para algum jogador talentoso que por algum motivo viu um aumento de minutos e/ou de papel e viu seus números aumentarem... mesmo que isso tenha acontecido com o jogador fazendo exatamente o que sempre fez antes. Não acredita? Olhe os números abaixo:<br />
<br />
<i>A: 17.2 PPG, 9.0 RPG, 1.3 APG, 1.0 BPG, 43.0 FG%, 39.3 3PT%, 21.2 PER</i><br />
<i>B: 18.0 PPG, 8.3 RPG, 1.0 APG, 0.5 BPG, 43.3 FG%, 39.3 3PT%, 18.1 PER</i><br />
<br />
Esses são os números por 36 minutos de <b>Ryan Anderson</b> nas temporadas 2011 e 2012 da NBA. Anderson venceu o prêmio de MIP em 2012 com números de produção virtualmente idênticos aos da temporada anterior. Então o que aconteceu? Mudanças no elenco do <b>Orlando Magic</b> resultaram em um aumento de minutos para Anderson, que passou de 22 minutos por jogo para 33 minutos por jogo em 2012. Esse aumento em minutos levou a um aumento proporcional na produção bruta de Anderson, e foi isso que os votantes viram e acabaram por elegê-lo o jogador que mais evoluiu de 2012... embora Anderson fosse basicamente o mesmo jogador de um ano antes, fazendo as mesmas coisas, mas só com mais minutos. Para mim isso não é evoluir. Anderson merece crédito por manter a produtividade com uma maior carga, sem dúvida, mas não houve realmente uma mudança no jogador que ele era.<br />
<br />
Dito isso, a verdade é que temos bons candidatos a esse prêmio na temporada 2016/17 quando focamos em jogadores realmente mudando seus jogos. E de uma variedade bastante impressionante: temos veteranos que adicionaram algo ao seu repertório para tornar seus times mais eficientes (como <b>Marc Gasol</b>, que se tornou um letal arremessador de 3 pontos da noite para o dia); temos jovens jogadores finalmente colocando seus talentos no lugar e atingindo um novo nível de jogo (como <b>Otto Porter e Bradley Beal</b>); e até veteranos dando passos lentos na direção de um nível maior (<b>Gordon Hayward</b>).<br />
<br />
Mas passando por todos os candidatos, esse prêmio para mim ficou entre 5 jogadores, que já é um número muito maior do que o normal, e uma mudança muito bem vinda.<br />
<br />
Entre os cinco, talvez o caso mais interessante seja o de<b> James Johnson</b>. Um veterano de menor expressão, Johnson passou sete anos na NBA vagando de time em time, sem nunca achar seu lugar ou seu nicho dentro da NBA. Até que em 2017, no seu quinto time e oitavo ano de NBA, Johnson perdeu 18 quilos e se reinventou como um point-center, capaz de jogar em cinco posições, tapar todo tipo de buraco, e marcar todos tipos de jogadores. Sua versatilidade e energia se tornou uma parte chave de um surpreendente time do <b>Miami Heat</b>, alguém que funciona como um canivete suíço que permite a Miami usar todo tipo de formação e maximizar seu talento. Johnson só não está mais alto na minha lista por um motivo: foi menos uma questão de Johnson desenvolver habilidades novas, e mais de achar um time e um papel que maximizasse as habilidades que ele já possuía. Ainda assim, existe valor e dificuldade de sobra nesse tipo de transformação que JJ fez, e a forma como adaptou-se a essa função precisa ser reconhecida.<br />
<br />
(Em tempo: a emergência de Johnson como uma das personalidades mais divertidas da NBA - um faixa preta em <i>kickboxing</i>, lutador invicto de MMA (7-0) e kickboxer (18-0) que enterra na cabeça de todo mundo, da passes insanos ( no bom e no mau sentido) o tempo todo e joga em sexta marcha o jogo inteiro não afetou nesse ranking).<br />
<b><br /></b>
<b>Harrison Barnes</b> é outro exemplo bom, um jogador que veio para a NBA e cresceu em meio a um esquema extremamente favorável, sendo sempre a terceira ou quarta opção de um time que prezava pelo espaçamento e movimentação de bola, e que de repente recebeu uma bolada na <i>free agency </i>para ser o foco de um time muito menos talentoso. Embora uma parte seja a questão de um jogador com um papel menor vendo seus números aumentarem em uma nova situação, a adaptação de Barnes em <b>Dallas </b>foi muito maior do que apenas isso, mostrando grande evolução com pontuador em isolações e com a bola nas mãos de modo geral - e, mais importante, se adaptou de forma impressionante a um novo papel como<i> small ball </i>PF, jogando sem a bola e marcando jogadores maiores em tempo quase integral. Pouca gente apostou nisso, mas Barnes está valendo cada centavo do contrato que recebeu.<br />
<br />
Um candidato mais falado e cotado ao prêmio é <b>Nikola Jokic</b>, o fantástico pivô passador de Denver. Esse, na verdade, é um candidato que eu não gosto tanto quanto outros: É o caso onde me parece mais Jokic recebendo uma atribuição maior e um esquema mais focado nas suas habilidades já existentes. Mas ainda assim, a forma como Jokic cresceu e expandiu seu jogo dentro do que já fazia esse ano foi espetacular, e cada passe sem olhar nas costas da defesa foi um dos pontos altos da temporada. Mesmo que as habilidades sejam as mesmas, o nível delas sendo posto em prática é muito maior, e fazer isso mantendo a eficiência merece sua indicação ao prêmio.<br />
<br />
Já um nome muito menos falado, mas mais merecedor, é <b>Rudy Gobert</b>. Gobert sempre foi conhecido por sua fantástica defesa, graças à sua enorme envergadura, mas seu desafio sempre foi conseguir fazer o suficiente no resto do jogo para justificar os minutos e o espaço em quadra. E foi o que fez essa temporada: Gobert sempre foi um jogador feroz e atlético cortando para a cesta, mas parece muito mais confortável do que nunca nessa função. O francês desenvolveu uma série de movimentos para se reposicionar ou melhorar o timing dos arremessos quando recebe a bola, e está muito mais inteligente na hora de saber quando fazer um corte mais curto, e quando cortar com força para receber um lobby. Sua média subiu para 14 pontos por jogo, de longe a maior marca da carreira, e está arremessando 66.6%. E como se não fosse suficiente, Gobert está ainda melhor defensivamente essa temporada... mas falamos disso daqui a pouco. Como o forte de Gobert sempre será sua defesa, acabamos notando menos as evoluções que fez no resto do seu jogo, mas essa evolução foi o que transformou Gobert de um ótimo defensor em um dos melhores - talvez O melhor - pivô da NBA. Aliás, vale citar que Gobert é #2 <i>na NBA INTEIRA</i> em <i>Win Shares</i>. Isso me parece significante.<br />
<br />
Mas eu não consigo não dar esse prêmio para <b>Giannis Antetokounmpo</b>. Apesar da pouca idade de Giannis, o salto de "bom jogador" para "estrela" é o mais difícil de fazer, e é exatamente o que ele fez: Giannis está dominando jogos rotineiramente, e mais do que nunca o grego capitalizou na sua versatilidade pra se tornar o unicórnio mais versátil e dominante da NBA. E não só ofensivamente, onde Giannis agora rotineiramente tem jogos de 25 pontos e funciona quase como armador, mas principalmente sua enorme evolução defensiva foi o que destravou uma nova dimensão para todo o time do <b>Bucks</b>: Antetokounmpo tem média de 1.9 tocos e 1.7 roubos por jogo, mas mais importante, Giannis é o QUINTO melhor jogador da NBA protegendo o aro, segurando oponentes a 46.3 FG% perto do aro. O grego se tornou essa temporada o primeiro da história a ficar entre os 20 melhores jogadores da temporada em pontos, rebotes, assistências, roubos E tocos. Isso é surreal.<br />
<br />
Quantos jogadores são capazes de funcionar como protetor de aro na defesa E armador principal no ataque? Sua capacidade de fazer qualquer função ofensiva E defensiva fazem dele um legítimo coringa, capaz de destravar qualquer lineup para Milwaukee e funcionando como um <i>missmatch </i>ambulante dos dois lados da quadra. E não é como se o valor de Giannis viesse só de sua versatilidade: ele é um dos pontuadores mais dominantes da NBA, com média de 23 ppg em 52.2 FG%, além de 5.4 de assistências por jogo. E acima de qualquer outra, a evolução absurda de Giannis em 2017 como um dos 12 melhores jogadores da NBA é a que mais pode afetar o balanço de poder da liga nos próximos anos.<br />
<br />
(Minhas mais sinceras desculpas a <b>Isaiah Thomas</b>, que eu decidi por não incluir na votação simplesmente porque não acho que ele esteja fazendo nada de muito diferente do de sempre, exceto a parte de acertar sempre. Um dos momentos mais difíceis da coluna)<br />
<br />
<b>Ballot final: 1. Giannis Antetokounmpo; 2. Rudy Gobert; 3. Harrison Barnes; 4. Nikola Jokic; 5. James Johnson.</b><br />
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<span style="font-size: large;"><b>Coach of the Year</b></span><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://vitalesview.files.wordpress.com/2016/03/coach-of-the-year.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="227" src="https://vitalesview.files.wordpress.com/2016/03/coach-of-the-year.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
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Para quem não conhece, a minha postura sobre esse prêmio é a seguinte: <b>Greg Popovich</b> é o melhor técnico da (história da) <b>NBA </b>e deveria ganhar esse prêmio todo ano. Simples assim. Então, por esse motivo, eu NÃO coloco Popovich no meu ballot anual, para dar mais debate e graça para o prêmio. Ele é o vencedor honorário, e esse ano não é diferente: o que fez para remontar seu time sem <b>Duncan</b>, transformando o elenco e o banco, transformando <b>David Lee </b>em um bom defensor, e mantendo seu time como o segundo melhor da NBA foi digno das lendas... e é só mais um dia no escritório para Popovich.<br />
<br />
Então isso posto, a disputa desse ano de<b> CoY </b>me parece estar aberta entre dois nomes: <b>Eric Spolestra e Mike D'Anthony.</b><br />
<br />
Se for para dar um palpite, eu acho que D'Anthony vai ganhar. Ele é a história "<i>sexy</i>" do ano, o técnico rejeitado que foi piada ao redor de toda a NBA quando foi contratado e levou o desacreditado <b>Rockets </b>a um terceiro lugar no fortíssimo Oeste, bem como o segundo melhor ataque da liga. Esse é o tipo de coisa que acabamos esquecendo ao longo de uma temporada bem sucedida, mas a <i>offseason </i>do Rockets foi ridicularizada ao redor da NBA: a projeção de Vegas para o time era de vencer 41 jogos, e todo mundo deu risada do absurdo que parecia na época juntar Mike D'Anthony com<b> James Harden</b> e seus vines defensivos, mais as contratações de <b>Eric Gordon e Ryan Anderson</b>. A defesa desse time, a narrativa dizia, seria uma piada que impediria o time de ser competitivo.<br />
<br />
Engraçado como as coisas mudam, não é mesmo? Hoje em dia todo mundo fala do ótimo encaixe que foi Harden e suas habilidades sobrenaturais de criação com o esquema aberto e veloz de D'Anthony, sobre o "ótimo" elenco de apoio do Rockets, e por ai vai... sendo que foram as mesmas coisas que todo mundo criticou seis meses atrás.<br />
<br />
E D'Anthony tem bastante mérito nessa mudança. Seu Rockets sem nenhum All-Star ao redor de James Harden ainda não tem uma boa defesa, só 17th na NBA, mas sem dúvida já é muito melhor do que esperavam, e mais do que suficiente para se vencer se associado a um ataque devastador... o que o Rockets tem de sobra. Tirando apenas a Máquina da Morte que é o ataque de <b>Golden State</b> (surreais 113.3 pontos por 100 posses de bola), Houston tem o melhor ataque da NBA (111.7) e terminará a temporada com a terceira melhor campanha da liga. E isso aconteceu principalmente porque cada uma das peças falhadas que compunham esse elenco foram colocadas no lugar certo, na hora certa, para fazer o time como um todo funcionar. E, talvez ainda mais importante, seu gênio ofensivo foi exatamente o que o time precisava para enfim liberar todo o enorme potencial de James Harden, alguém que não só é um gênio em termos individuais como é alguém que torna todos os seus companheiros melhores em quadra. Existe um equilíbrio difícil entre maximizar o jogador e maximizar o elenco, mas o Rockets encontrou muito bem esse balanço em 2017, e D'Anthony merece os créditos.<br />
<br />
Mas com todo o respeito ao ótimo trabalho de D'Anthony, o meu voto vai para <b>Spolestra </b>porque eu acho que o que ele fez em <b>Miami </b>é o mais "puro" que se pode chegar que coloca em evidência o trabalho de um grande técnico. Não existe um sistema, não existe uma estrela: Spolestra simplesmente pegou um elenco muito fraco, com peças muito díspares e que não apresentavam nenhum tipo de coesão, e fez um trabalho absolutamente fantástico em montar uma forma de jogar que encaixa todas essas peças no lugar certo, colocando cada jogador em posição de maximizar suas forças e minimizar suas fraquezas, e montou esse complicadíssimo quebra cabeça em um time coeso e eficiente que está buscando uma das maiores reviravoltas dentro de uma mesma temporada que eu lembro de ter visto.<br />
<br />
Mesmo depois de perder <b>Justise Winslow</b>, as coisas encaixaram em Miami: <b>Dragic </b>voltou a jogar em nível All-NBA, <b>Dion Waiters</b> pareceu uma estrela as vezes, <b>James Johnson</b> (que ainda não apareceu pela última vez nessa coluna) e <b>Wayne Ellington</b> estão jogando o melhor nível de basquete da vida, <b>Tyler Johnson</b> de repente não tem um contrato tão absurdo assim... existe simplesmente um número enorme de coisas dando certo para Miami, onde deveriam estar dando errado. O time pode não chegar aos <i>playoffs </i>por conta de um começo ruim e da lesão de Waiters, mas é muito raro ver um time com tão pouco talento jogando tão bem e colocando tanto medo no resto da NBA dessa maneira, um testamento ao trabalho de um dos melhores e mais subestimados técnicos da NBA.<br />
<br />
Também queria deixar uma menção honrosa para <b>Scott Brooks</b>, muito criticado em <b>Oklahoma City </b>mas que deu vida nova a <b>John Wall e o Wizards</b> fazendo o que faz de melhor: desenvolver jogadores. <b>Bradley Beal</b> está jogando melhor do que nunca e merecia consideração séria para ser um All-Star, <b>Otto Porter</b> enfim se desenvolveu em um jogador completo e com um dos arremessadores mais certeiros da NBA de bônus, <b>Kelly Oubre </b>virou um jogador muito versátil e valioso... e claro, John Wall saltou um nível e estaria na conversa para MVP se essa temporada não tivesse quatro aliens disputando. E quando você pensa a respeito, para um time sem grandes ativos ou espaço salarial, a forma de evoluir é através da evolução dos talentos jovens que já estão no elenco. Foi o que aconteceu com Washington, e embora parte possa ser só o efeito de substituir um técnico péssimo, Scott Brooks merece mutos créditos pela ótima temporada do Wizards.<br />
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<b>Ballot final: 1. Eric Spolestra; 2. Mike D'Anthony; 3. Scott Brooks; 4. Brad Stevens; 5. Quin Snyder.</b><br />
<b>Coach of the Year Emérito: Greg Popovich.</b><br />
<b><br /></b>
<b><br /></b>
<b><span style="font-size: large;">6th Man of the Year</span></b><br />
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<b><br /></b>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://binaryapi.ap.org/dea2538e8c9d4f64ab85400bbf53c2f4/940x.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://binaryapi.ap.org/dea2538e8c9d4f64ab85400bbf53c2f4/940x.jpg" height="320" width="210" /></a></div>
<b><br /></b>
<b><br /></b>
Outro prêmio que eu não gosto por causa do critério utilizado pelos votantes. Em geral, esse prêmio é dado para aquele jogador que vem do banco e anota o maior número de pontos, como ilustrado pelo fato do <b>Jamal Crawford</b> ter vencido esse prêmio três vezes. Eu acho um critério muito pobre: claro que existe valor em alguém para pontuar vindo do banco quando seus titulares estão descansando, mas existe muito mais coisas que um <b>6th Man</b> pode fazer e que acabam esquecidas por quem vota nesse prêmio. Existe muito valor em ter, por exemplo, um sexto homem capaz de jogar em mais de uma posição e mais de um estilo de jogo, porque isso oferece bastante flexibilidade sobre com quem ele vai jogar, e permite mais opções ao técnico. Sua capacidade de encaixar com os titulares para gerar lineups ainda melhores, ao invés de só jogar com os reservas. Ou talvez ele tenha alguma qualidade específica que seja crucial para destravar alguma característica que o time precisa, como por exemplo<b> James Johnson</b> (três vezes!) esse ano com sua capacidade de jogar quase de armador no ataque e de pivô na defesa.<br />
<br />
Para mim, pessoalmente, é isso que faz os melhores sextos homens da NBA: jogadores cuja sua função vinda do banco não é apenas manter o time flutuando sem os titulares, mas transforma a própria forma do time jogar, funcionando como um sexto titular de fato, alguém integral à identidade e ao sistema da própria equipe. Mas jogadores assim são raros, e a exceção à regra. A grande maioria dos bons reservas são reservas por um motivo. Mesmo com times ficando cada vez mais inteligentes e atento ao encaixe entre seus jogadores, o que deixa mais bons jogadores vindo do banco, ainda não é comum ver aqueles reservas tipo<b> Manu Ginobili</b> que estão no banco porque sua presença lá abre uma nova dimensão inteiramente diferente para a equipe.<br />
<br />
Mas também é por esse motivo que meu voto vai para <b>Andre Iguodala</b>. Iggy não seria titular no <b>Warriors </b>de qualquer maneira por causa da presença de<b> Kevin Durant,</b> mas de certa forma, ele é a personificação de tudo que faz do Warriors tão bom: sua capacidade de jogar múltiplas posições , que permite qualquer tipo de <i>lineup</i>; sua versatilidade defensiva e capacidade de trocar marcações, núcleo da defesa #2 do Warriors; seu altíssimo QI de basquete e habilidade de passar a bola tomando boas decisões; e o fato de ser um jogador extremamente coletivo e que não liga a mínima para estatísticas. Sua presença em quadra destrava a possibilidade do Warriors jogar qualquer estilo e com qualquer formação, e muitas vezes é a entrada de Iggy que injeta a energia e vontade que as vezes falta a Golden State.<br />
<br />
E em particular foi sua atuação após a lesão de <b>Durant </b>que garantiu esse prêmio para mim. Não só Iggy não entrou na formação titular do time - o que seria o movimento óbvio - como foi quando <b>Iguodala </b>elevou seu jogo um novo nível, retomou o auge da sua intensidade defensiva, e foi um monstro fazendo tudo o que o Warriors precisava, quando precisava, e assumindo os bastidores quando não era mais necessário. Iggy é peça crucial da identidade e do estilo de jogo do melhor time da NBA, e isso vale alguma coisa para mim. Embora não atrapalhe que Iguodala lidere todos os candidatos ao prêmio em<i> Win Shares</i>, com 6.9.<br />
<br />
Aliás, junto dos meus votos a esse prêmio deixo minhas melhores desculpas aos reservas do <b>Spurs</b>, que infelizmente ficaram de fora do Top5. O banco de<b> San Antonio </b>é o melhor da NBA e chave para seu sucesso, mas é difícil demais escolher um jogador mais importante em meio a um grupo cujo sucesso depende da coletividade. Então entre <b>David Lee, Dewayne Dedmon, Manu e Patty Mills</b>, eu simplesmente não achei que um deles deveria entrar acima de outros candidatos ao prêmio, mas fica o registro da força desse coletivo.<br />
<br />
Por fim, minha decisão final ficou entre 5 jogadores para as últimas 4 vagas: <b>Tyler Johnson</b> (14-4-3, 37 3PT% para Miami), <b>James Johnson</b> (já citado), <b>Enes Kanter</b> (14-7, 57 FG% e um papel crucial em OKC mesmo jogando um pouco fora do seu estilo), <b>Greg Monroe</b> (mais daqui a pouco) e <b>Lou Williams</b> (18-3-2). Eu acabei deixando Lou Will de fora por dois motivos simples: seus números são ótimos, mas isso foi principalmente como foco do ataque de um time péssimo (<b>Lakers</b>) - ao contrário dos outros, que tiveram que fazer sua contribuição de forma muito mais balanceada para times que dependiam disso para brigar por playoffs - bem como sua queda de produção desde a troca para Houston. Não foi uma decisão fácil.<br />
<br />
Queria também aproveitar para destacar Greg Monroe pela reviravolta que foi sua temporada, mudando totalmente sua performance defensiva para se tornar um jogador mais balanceado e fundamental para a temporada do <b>Bucks</b>. Seus passes são ótimos, sua defesa melhorou muito, ele ainda é alguém capaz de cavar alguns pontos quando o ataque fica estagnado, e não é a toa que as melhores lineups do Bucks esse ano tem Monroe envolvido.<br />
<br />
Com minhas melhores desculpas a Williams,<b> Zach Randolph, Eric Gordon, Kelly Oubre</b> e o banco inteiro do Spurs.<br />
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<b>Ballot final: 1. Andre Iguodala; 2. Greg Monroe; 3. James Johnson; 4. Tyler Johnson; 5. Enes Kanter.</b><br />
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<b><br /></b></div>
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<b><br /></b></div>
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<b><span style="font-size: large;">Rookie of the Year</span></b></div>
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<b><br /></b></div>
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<b><br /></b></div>
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<a href="https://cdn-images-1.medium.com/max/1000/1*dFaNp6_dU1h6Kmj0v5rIrw.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://cdn-images-1.medium.com/max/1000/1*dFaNp6_dU1h6Kmj0v5rIrw.jpeg" width="400" /></a></div>
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<b><br /></b></div>
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Esse não foi um bom ano para os calouros da classe 2016 da NBA. Na verdade, em termos de produção imediata, foi a pior produção de uma classe de calouros desde a 2000, amplamente considerada uma das piores (talvez A pior) classe de <b>Draft </b>da história da NBA. Isso não quer dizer, é claro, que a classe seja ruim, não tenha futuro, ou esteja fadada ao fracasso. Um ano é pouquíssimo para julgar algo assim, e muito ainda vai acontecer daqui para frente. É sempre importante lembrar de ter paciência. Não vamos poder realmente julgar o que essa classe de calouros foi até daqui a pelo menos três anos.</div>
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Isso posto, HOLY CRAP, esse primeiro ano foi péssimo. A primeira escolha do Draft, <b>Ben Simmons</b>, não jogou um minuto sequer e perdeu a temporada com uma lesão no pé, em meio a mais um show de incompetência dos médicos e da nova diretoria da Philadelphia. <b>Brandon Ingram</b>, a #2, tinha literalmente o pior WS da NBA inteira até semana passada. <b>Dragan Bender</b>, #4, teve média de 13 minutos por jogo antes de perder o resto da temporada com uma lesão no pé. O #5, <b>Kris Dunn</b>, um calouro de 23 anos, teve média de 3.7 pontos por jogo, arremessando 37.7% de quadra e 29.6% de 3PTs. Você entendeu a ideia.</div>
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O melhor calouro dessa classe em 2016 foi, adequadamente, <b>Malcolm Brogdon</b>, uma escolha de segunda rodada (#36 geral). Brogdon já tem 24 anos, então seu potencial não é muito grande, mas o que ele já tem no momento é mais do que suficiente para fazer dele um bom jogador de NBA. O jogo de Brogdon não é chamativo ou particularmente explosivo - embora <a href="https://www.youtube.com/watch?v=Ex14OGDcQVk" target="_blank">suas belas cravadas sobre <b>LeBron e Kyrie</b></a> não tenham sido nada más - mas ele é extremamente valioso por causa de duas coisas: ele faz tudo bem, e ele não faz nada mal.</div>
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Parece besteira, mas no basquete de hoje isso é mais valioso do que se pensa: ofensiva e defensivamente, o foco dos times é atacar qualquer fraqueza ou ponto vulnerável do adversário, e jogadores que não oferecem isso são extremamente valiosos na NBA moderna. Essa capacidade de fazer tudo também permite a Brogdon jogar em várias posições e em qualquer função: armar o time, jogar sem a bola quando <b>Giannis </b>está de armador, defender armadores, defender alas, espaçar a quadra... Brogdon faz tudo, e seu altíssimo QI de basquete faz com que ele sempre tome a decisão certa na hora certa. É o tipo de jogador que faz o time melhor, e todo mundo precisa na NBA moderna. Alguém capaz de armar o jogo até certo ponto, chutar 40% de três, defender em alto nível e não ter nenhum defeito no seu jogo é muito valioso, e é o que faz Brogdon liderar a NBA com folga entre calouros em <i>Win Share</i>s (4.1).</div>
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Mas essa falta de bons jogadores da classe de 2016 acabou sendo ao mesmo tempo aumentada e ofuscada por causa de dois calouros que não eram desse Draft: <b>Joel Embiid e Dario Saric</b>, ambos escolhidos em 2014 por <b>Sam Hinkie</b> e que só foram estrear na NBA esse ano.</div>
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Acho que antes de mais nada podemos concordar que <b>Joel Embiid</b> foi DE LONGE o melhor jogador dessa classe de calouros quando esteve em quadra. Esqueça calouro: Embiid foi um dos melhores JOGADORES da NBA em um nível por-minutos, com médias de 29-11-3 e 3.5 tocos por 36 minutos. Além de ser um monstro ofensivamente, uma combinação de atleticismo explosivo, habilidade para finalizar, ótimo domínio de bola e alcance de 25-ft, Embiid também foi um dos defensores mais dominantes da temporada, liderando toda a NBA em proteção de aro - adversários chutaram 41% perto do aro contra Embiid, 2.5 pontos melhor que o segundo lugar - e transformando o <b>Sixers </b>na MELHOR defesa da NBA nos minutos que esteve em quadra: o time teve 99.1 de <i>Defensive Rating </i>com Embiid em quadra. <b>San Antonio</b> lidera a NBA com 100.9. O Sixers alias teve +3.2 de saldo por 100 posses de bola com Embiid em quadra, equivalente à 7th melhor marca de toda a NBA.</div>
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Então Embiid como jogador esteve em outra estratosfera em relação ao resto da NBA, e se ficar saudável, será um dos jogadores mais dominantes da liga e que pode mudar o jogo. Mas não é o caso ainda: Embiid jogou apenas 31 jogos, com minutos restritos em todos eles, totalizando 768 minutos em quadra apenas. Eu não consigo dar o prêmio para alguém que jogou tão pouco... mas ao mesmo tempo não consigo deixar Embiid abaixo de ninguém na minha lista, porque ninguém chega nem perto dele (nas palavras do grande <b>Tim Bontemps</b>, "<i>Ou Embiid não é elegível, ou o prêmio é dele</i>"). Então optei por deixar o camaronês de fora do meu <i>ballot </i>e dar para ele o prêmio de ROY Moral de 2017. Me processem.</div>
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O outro calouro de 2014 desse ano foi <b>Dario Saric</b>, um dos jogadores que eu mais gostei de assistir na reta final dessa temporada. O croata é um ala de 2 metros e 8 que tem um ritmo próprio, pode jogar de armador, e da alguns dos passes mais legais da NBA. Saric começou o ano devagar e teve seus altos e baixos, não sendo dos jogadores mais consistentes e sofrendo um pouco com sua adaptação à NBA, mas desde que Embiid machucou e Saric recebeu as chaves do carro, o croata tem mostrado todo seu repertório e produzido em altíssimo nível: entre 08/02 e 24/03, Saric teve média de 20 pontos, 8 rebotes, 3.5 assistências e arremessou 48% de quadra e 33% de 3PTs em 21 jogos. Esses pontos são arbitrários na temporada, claro, mas mostram um pouco do potencial enorme de Saric. Jogadores com sua combinação de altura, passe, arremesso e QI de basquete são raros - e valiosos.</div>
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Então a decisão final acabou sendo entre Saric e Brogdon. Ao longo da temporada, os números dos dois não chamam tanto a atenção: 10-3-4 com 46-40-86 arremessando para Brogdon; 13-2-6 com 41-31-78 para Saric. Saric produziu mais, mas Brogdon foi mais eficiente e é um defensor melhor. Brogdon foi mais consistente ao longo do ano, mas por outro lado não teve um período de dominância como Saric teve naqueles 21 jogos.</div>
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No final, a decisão se resumiu ao seguinte: eu acredito que Saric tem um potencial maior, consegue atingir um nível maior, e é o que 90% dos times escolheriam o croata se pudessem escolher um dos dois para seu futuro... mas fazer o que Brogdon fez em um time que briga pelos playoffs e foi dado como morto em diferentes momentos da temporada com as lesões de <b>Middleton </b>e<b> Jabari Parker </b>é especial. Brogdon encaixou de forma muito impressionante nesse time, e sua capacidade de fazer um pouco de tudo e se adaptar a qualquer função foi um fator fundamental para consolidar um elenco talentoso, mas com partes que não se encaixam da forma mais limpa dentro de quadra. Ele pode espaçar a quadra, lidar com a bola, defender... e mais importante, ele pode fazer cada uma dessas coisas quando o time mais precisa de cada uma delas. Fazer o que Brogdon fez em um time que briga por playoffs, se adaptar e tirar ao máximo de suas oportunidades, e mais importante ainda, ser parte fundamental desse crescimento e desse sucesso, é o que fez dele meu calouro do ano.</div>
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<b>Ballot final: 1. Malcolm Brogdon; 2. Dario Saric; 3. Jaylen Brown; 4. Jamal Murray; 5. Buddy Hield.</b></div>
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<b>Rookie of the Year Moral: Joel Embiid.</b></div>
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<b><span style="font-size: large;">Defensive Player of the Year</span></b></div>
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<a href="http://www.basketuniverso.it/wp-content/uploads/2014/04/NBA-Defensive-Player-of-the-Year-Award.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.basketuniverso.it/wp-content/uploads/2014/04/NBA-Defensive-Player-of-the-Year-Award.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
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Não vou mentir: eu tive <b>Rudy Gobert </b>como meu voto nesse prêmio durante a maior parte do ano. Em um momento onde a NBA está valorizando (e sabendo como medir) cada vez mais proteção de aro, Gobert reina supremo como o rei desse quesito, de longe o melhor protetor de aro da NBA. Com suas gigantescas proporções, surpreendente agilidade e ótimo posicionamento, Gobert contesta mais arremessos perto do aro do que qualquer outro jogador da liga (10.3 por jogo) e segura os adversários a 43,3% nesses arremessos, a segunda maior marca da liga entre jogadores qualificados - e isso sem contar os incontáveis arremessos que Gobert altera antes mesmo de chegarem no garrafão, de jogadores que não querem ter que enfrentar o francês e seus braços gigantes.<br />
<br />
Mas duas coisas colocaram Gobert um nível acima defensivamente esse ano, o centro de uma das melhores defesas da NBA. O primeiro foi sua evolução defendendo lances mais longe do aro - sua especialidade - em especial <i>pick and rolls</i>. Com sua agilidade e envergadura, Gobert é capaz de marcar o<i> pick and roll</i> cobrindo os dois jogadores envolvidos, com o ballhandler sabendo que se atacar a cesta vai ter que lidar com os braços gigantes do francês, e ao mesmo tempo usando essa envergadura para cobrir uma linha de passe para o pivô que corre para a cesta. Em outras palavras, Gobert consegue defender o pick and roll praticamente sozinho, sem precisar de ajuda, o que faz dele imensamente valioso em uma liga que vive praticamente dessas duas coisas para iniciar seus ataques: atacar a cesta, e <i>pick and roll</i>.<br />
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A segunda coisa é o que foi dito na parte sobre MIP: Gobert melhorou muito seu jogo em outras áreas além da defesa, se tornando especialmente um sólido jogador ofensivo. Isso pode parecer que não influencia no prêmio de melhor defensor, mas indiretamente, existe um efeito: como Gobert faz mais coisas e não tem mais alguns problemas, o técnico pode usá-lo mais tempo em quadra e especialmente em situações de fim de jogo, o que significa mais minutos, mais responsabilidades, e mais oportunidades para Gobert colocar sua defesa em uso - e por sua vez, mais impacto defensivo total (recomendo fortemente esse vídeo do ótimo <b>Mike Prada</b> para quem quer <a href="https://www.youtube.com/watch?v=LSrt-To_yws&" target="_blank">um exemplo visual do que eu falei sobre Gobert</a>).</div>
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<br />
Mas na reta final da temporada, nos últimos 20 jogos, o jogador que estava logo atrás de Gobert durante todo o ano na minha lista de defensores assumiu o primeiro lugar. E não é que <b>Draymond Green </b>não estivesse jogando excepcional defesa durante todo o ano - afinal, ele ERA o #2 da lista - mas depois da lesão de <b>Durant</b>, Green teve a chance de mostrar os limites da sua capacidade defensiva, e o que ele fez no período foi realmente fantástico.<br />
<br />
O <b>Warriors</b>, apesar das críticas que sofreu ao longo do ano, tem a segunda melhor defesa da NBA na temporada, atrás apenas do eterno <b>Spurs</b>. E o que é mais impressionante dessa defesa, e foi um ponto interessante ao longo de todo o ano, foi sua capacidade de proteger o aro mesmo jogando com um pivô em<b> Zaza Pachulia</b> que não é bom nessa função e foi uma grande piora no quesito em relação a <b>Andrew Bogut</b>. Durante boa parte do ano, Golden State superou esse problema graças a seus dois melhores defensores: <b>Green </b>e <b>Kevin Durant</b>, que combinaram para uma proteção de aro fora do padrão, mas igualmente eficiente. Mas quando Durant se machucou, com a sua ausência e a falta de um substituto à altura dos seus braços gigantes, todo mundo esperava que a defesa de Golden State, mais do que o ataque, fosse a grande prejudicada por essa lesão.<br />
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Mas isso não aconteceu, e o principal motivo disso foi que Draymond Green aumentou sua defesa ainda mais um nível e compensou a ausência de KD. E isso acontece por um motivo simples: você não pode finalizar perto do aro, se você não chegar até o aro. E não existe hoje um jogador melhor fazendo essa contenção do que Draymond: se <b>Kawhi Leonard</b> é o defensor mano-a-mano mais dominante da NBA, Green é o mais versátil, capaz de marcar o maior número diferentes de jogadores e cumprir mais funções defensivas... e mais importante, Dray é capaz de mudar de forma absolutamente perfeita de função e marcador durante cada jogada, sabendo a hora de trocar, sabendo a hora de ir para a ajuda na defesa só para dar um toco ou para assumir um novo marcador. Durante uma mesma posse de bola, Draymond Green vai defender um pivô no garrafão, trocar em um armador durante um pick and roll, mudar para um ala para aliviar o <i>missmatch</i>, defender o ataque deste à cesta, e acabar a posse com um roubo de bola. É impressionante.<br />
<br />
Essa versatilidade e capacidade de fazer tudo em altíssimo nível do lado defensivo é a base da ótima defesa de Golden State, uma máquina de trocar a marcação de altíssimo QI de basquete que é possível graças a essa versatilidade, intensidade, e dominação de Green. E quando Durant foi para a lista dos machucados, Green fez de sua missão pessoal manter a defesa no mesmo nível, e foi o que ele fez, destruindo no processo alguns dos maiores candidatos a MVP do ano como <b>Westbrook</b>, <b>Kawhi </b>e <b>Harden </b>(2x). Esse nível superior, para mim, foi o que definiu meu voto a favor do ala do Warriors.<br />
<br />
E embora seja estranho ver Kawhi entrando em terceiro em um prêmio que ele ganhou dois anos seguidos, a impressão que eu tive é que Leonard teve uma ligeira queda desse lado da quadra esse ano - em parte pelo aumento de responsabilidades ofensivas, em parte porque times estão mais espertos em como diminuir seu impacto defensivo - mas ainda é um monstro e não deve nada a ninguém defensivamente. Ele ainda é um dos melhores defensores da liga, se não da história da NBA.<br />
<br />
Já <b>Andre Robertson</b> é mais um dos muito subestimados jogadores de <b>Oklahoma City</b>, mas que teve uma ótima atuação e é um pilar central em uma defesa que tem discretamente jogado muito bem. E por fim, <b>Giannis </b>é um caso engraçado: o grego ainda tem seus problemas defensivos e não é tão dominante no mano a mano como outros jogadores, mas sua enorme versatilidade, capacidade de proteger o aro em altíssimo nível E marcar 5 posições faz dele um dos defensores de maior <i>impacto </i>da liga. Então Giannis talvez não seja um dos 5 melhores <i>defensores</i> da NBA, mas é difícil encontrar 5 jogadores que tiveram maior impacto defensivo na temporada. Faz sentido?<br />
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<b>Ballot final: 1. Draymond Green; 2. Rudy Gobert; 3. Kawhi Leonard; 4. Andre Roberson; 5. Giannis Antetokounmpo.</b></div>
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<b><br /></b>
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<b><span style="font-size: large;">Most Valuable Player</span></b><br />
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<a href="http://abovetherim.com.au/nba/wp-content/uploads/2016/04/hi-res-a931881c4fdb6d3d38d21e4629084824_crop_exact-.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://abovetherim.com.au/nba/wp-content/uploads/2016/04/hi-res-a931881c4fdb6d3d38d21e4629084824_crop_exact-.jpg" height="320" width="320" /></a></div>
<b><br /></b>
É isso ai. Chegamos no grande momento. <b>MVP </b>- o jogador mais valioso da temporada.<br />
<br />
Na história da NBA, já tivemos discussões de MVP extremamente acirradas (87' e 93' vem à mente), mas desde que comecei a assistir basquete eu não lembro de ter visto nada igual a esse ano, tanto no nível dos competidores pelo prêmio, no nível de paridade entre as principais escolhas, e no nível de polarização que o debate assumiu. Todo mundo parece ter seu candidato, e passa um enorme volume de tempo discutindo por que esse jogador merece ser o MVP - ou, muito pior, discutindo porque os outros NÃO podem ser o MVP.<br />
<br />
E acho que a coisa MAIS importante sobre a disputa pelo MVP de 2016/17 que você pode saber, e que eu me sinto na obrigação de escrever, é essa (vou até colocar em negrito e itálico para ajudar):<br />
<br />
<i><b>NÃO EXISTE SÓ UM JOGADOR MERECEDOR DO PRÊMIO ESSE ANO!</b></i><br />
<br />
Recentemente, especialmente nas redes sociais, eu vejo uma quantidade ENORME de pessoas falando que "<i>Não existe outra escolha válida pro MVP a não ser X</i>", ou "<i>Se qualquer um além do jogador Y ganhar vai ser um absurdo</i>"... e isso é ridículo. Essa temporada tem não um, não dois, mas <b>QUATRO</b> jogadores tendo temporadas históricas, cada um no seu próprio mérito, e existe um argumento muito forte a ser feito para cada um deles ganhar o prêmio: <b>Russell Westbrook, James Harden, LeBron James e Kawhi Leonard</b>. Se qualquer um deles ganhar terá feito por merecer e será muito válido, e embora podemos sempre escolher por um deles (eu fiz minha escolha para essa coluna), a pior coisa que podemos fazer é falar ou deixar alguém nos convencer de que só existe uma escolha possível para o prêmio.<br />
<br />
Isto posto, vamos ao que interessa: quem é minha escolha para o MVP de 2017?<br />
<br />
Nos círculos de debate, os grandes favoritos são <b>Westbrook </b>e <b>Harden</b>, com o armador de <b>Oklahoma City</b> parecendo levar uma certa vantagem. O que, aliás, levou àquele que ao meu ver é o pior argumento dessa corrida: o de que Westbrook merece ganhar o prêmio porque tem média de <i>triple double</i>. Hmm... e dai? A marca de Westbrook é muito divertida, sem dúvida, como qualquer recorde, mas triplos duplos não significam absolutamente nada de concreto - é uma marca arbitrária criada pelo departamento de marketing do Lakers nos anos 80 para exaltar algo que <b>Magic Johnson </b>fazia com frequência no começo de sua carreira. Por mais que seja divertido acompanhar TDs e torcer pela média de West, não existe nada de real que diga que uma média de TD seja mais valiosa do que qualquer outra. E se o argumento for "<i>Westbrook fez algo que ninguém fazia desde os anos 60"</i>, pois bem, nenhum outro jogador na história da NBA teve os números que <b>Harden </b>teve esse ano. Ou <b>LeBron</b>. Ou <b>Giannis</b>. Por que devemos valorizar mais os números de Westbrook só por eles atingirem um parâmetro arbitrário mais famoso? Não podemos confundir isso com uma análise real.<br />
<br />
E isso é uma pena, porque existe um EXCELENTE caso a ser feito para Russ sem precisar usar esse ponto arbitrário. Deixando de lado o fato dos seus números formarem um triplo duplo ou não, Russel É o líder da NBA com quase 32 pontos por jogo, é terceiro em assistências com 10.4 por jogo, E décimo em rebotes com 10.7 por jogo. <b>Westbrook </b>está tendo que segurar uma carga de trabalho imensa (West tem a maior <i><b>USG</b></i>%, que mede quantas posses de bola do time o jogador finaliza através de arremesso, turnover ou falta cavada, da história da NBA) e não desacelerou um minuto sequer, jogando todos os jogos em quinta marcha e ainda sobrando gasolina no tanque para os jogos apertados, um dos feitos atléticos mais impressionantes que eu já vi na minha vida. Russ também foi o jogador mais devastador da liga essa temporada nos finais de jogos, mesmo que fazendo isso principalmente contra times mais fracos, e não foram poucos os jogos que ele decidiu no final por conta própria. E talvez mais importante de tudo, Westbrook manteve o <b>Thunder </b>relevante e nos <i>playoffs </i>mesmo depois da equipe ter perdido um dos 3 melhores jogadores da liga essa offseason.<br />
<br />
Do outro lado, James Harden não tem o apelo do triplo duplo de Westbrook, mas seu caso estatístico não é muito mais fraco. Harden está com médias de 29.1 pontos, 11.2 assistências e 8.1 rebotes enquanto manteve sua impressionante eficiência. Sabe quando foi que um jogador da história da NBA teve 29 pontos, 11 assistências e mais de 50% de eFG%? Nunca. Harden é o primeiro. E faz isso do jeito de sempre: cavando uma tonelada de faltas (lidera a NBA em lances livres), moldando seu jogo em um estilo de arremessos muito eficiente (focando seus arremessos perto do aro e na linha de três), manipulando defesas e encontrando passes que apenas outros três ou quatro jogadores no mundo seriam capazes de enxergar e executar.<br />
<br />
Além disso, Harden tem uma vantagem quando se trata da performance coletiva. Se a temporada histórica de Westbrook rendeu a <b>Oklahoma City </b>a décima melhor campanha e o 17th melhor ataque da NBA, Harden levou o <b>Rockets </b>à terceira melhor campanha e segundo melhor ataque da liga (e um dos melhores da história da NBA), o que é significativo considerando que antes da temporada muita gente tinha dado o time por morto, e as projeções tinham Houston vencendo apenas 41 jogos esse ano - e isso tudo tendo a terceira maior USG% da temporada.<br />
<br />
Então é inegável que as temporadas de Harden e Westbrook renderam o maior foco, e merecidamente. Mas esse foco parece ter desviado a atenção de outras temporadas, igualmente históricas, e que não encontram espaço suficiente nas discussões para serem devidamente valorizadas.<br />
<br />
Tomemos <b>LeBron James</b>, por exemplo, alguém que é amplamente considerado o melhor jogador da NBA. Tudo que LeBron fez esse ano foi ter médias de 26.4 pontos, 8.7 assistências e 8.6 rebotes enquanto foi o foco de tudo que o Cavs fez nos dois lados da quadra, um mestre em manipular a quadra e cobrir as fraquezas de todos seus companheiros, enquanto maximiza suas forças. E se isso não parece tão impressionante quanto a produção de West e Harden, vale citar que LeBron é um jogador muito mais eficiente: o King James está arremessando 54% de quadra, 36.3% de 3 pontos e tem eFG% de 59.3, enquanto que Russ tem 42.6 FG%, 34.4 3PT% e 47.7 eFG% e Harden tem 43.8 FG%, 34.5 3PT% e 52.3 eFG%. E para tudo que se fala sobre LeBron ter os melhores companheiros, a verdade é que o time do Cavs despenca sem ele em quadra: +7.7 de <b>Net Rating</b> com ele em quadra, e -8.6 com ele fora (um dado que precisa ser levado com um grão de sal, mas ainda é impressionante). É um absurdo que LeBron esteja tendo uma temporada dessas e esteja atraindo zero respeito como possível MVP.<br />
<br />
E é claro, existe um outro ponto a ser considerado e que sempre acaba ficando esquecido quando avaliamos jogadores. No basquete, existe DUAS funções: anotar pontos, e impedir que o outro time faça o mesmo. Ainda assim, nós quase nunca trazemos a defesa à tona quando discutimos o prêmio de MVP ou quem é o melhor jogador, em parte por defesa ser muito mais difícil de se medir ou avaliar.<br />
<br />
E se você não me ouviu falar de defesa antes nessa seção do texto, é por um motivo simples: nenhum desses três jogadores citados realmente trouxe algo para a mesa desse lado da bola na temporada. A defesa deles vai desde "irregular" (LeBron) a "consideravelmente abaixo da média" (Westbrook), e suas contribuições se dão - ou se deram, porque sabemos que LeBron é capaz de defender em alto nível quando engajado - no lado ofensivo da quadra. Mas defesa ainda é metade do jogo, e é ai que entra o caso de <b>Kawhi Leonard</b>.<br />
<br />
Nenhum dos candidatos a MVP desse ano consegue chegar remotamente perto do impacto defensivo que Leonard tem. O atual bicampeão do prêmio de defensor da temporada é, simplesmente, um dos melhores defensores de perímetro da história da NBA, um pesadelo ambulante capaz de destruir até mesmo os melhores jogadores ofensivos da liga, e é um dos 3 melhores defensores da temporada. Para toda a dominação ofensiva de LeBron, West e Harden, Leonard entrega o mesmo tipo de produção do outro lado.<br />
<br />
E não é como se Leonard fosse um jogador defensivo sem jogo no ataque: Leonard tem média de 25.7 pontos por jogo, o sétimo maior USG% da NBA, e é um jogador hipereficiente em todos os tipos diferentes de jogada no ataque, seja conduzindo a bola, seja no pick and roll, seja cortando para a cesta, seja pegando e arremessando... você decide. A linha de Leonard é um excelente 48.6-38-88 com 54.3 eFG%, e essa capacidade de arremessar de forma eficiente em qualquer tipo de jogada é o fato em torno do qual é montado todo o ataque do Spurs, atualmente #7 da NBA. Leonard é um excelente jogador ofensivo.<br />
<br />
E na verdade, se fosse escolher quem foi o <i>MELHOR </i>jogador da temporada 2017 da NBA, esse foi provavelmente <b>Kawhi Leonard</b>. Kawhi não tem a produção ofensiva dos demais por não ser tanto um iniciador de jogadas que cria para os companheiros (3.8 assistências por jogo apenas), mas também não está tão distante assim com sua combinação de volume, eficiência, pontuação e versatilidade ofensiva, a ponto de ser um dos 8, 10 melhores jogadores de ataque da temporada... e sua defesa não tem nem comparação com nenhum dos outros três jogadores, estando em um nível completamente superior. E quando juntamos sua contribuição ofensiva (Top10) com sua contribuição defensiva (Top3), nenhum outro jogador da NBA conseguiu ser tão dominante em termos totais: nem Westbrook, nem LeBron, nem James Harden. E Leonard merece crédito de sobra por ser o pilar em torno do qual está montado o ataque E a defesa do segundo melhor time da NBA, que ostenta o sétimo melhor ataque E a melhor defesa da competição.<br />
<br />
Mas quanto mais eu esmiuçava, estudava e pensava para tentar decidir qual seria meu voto, mais eu voltava para duas palavras: <i>Mais valioso</i>. É algo totalmente subjetivo, e a NBA propositalmente não vai nunca esclarecer o que significa para incentivar mais debates e discussões... mas ainda assim, não é o prêmio do melhor jogador. É o prêmio do jogador <i>mais valioso,</i> e foi para esse critério que eu acabava voltando. É, como eu disse, uma questão de <b>CRITÉRIO</b> acima de tudo, mas foi para essa direção que eu acabei seguindo na hora de tomar a minha decisão.<br />
<br />
Então por mais que <b>Cleveland </b>e <b>San Antonio</b> sejam totalmente montados em torno de <b>LeBron </b>e <b>Kawhi</b>, respectivamente, nenhum deles é tão profundamente dependente de sua estrela quanto <b>Thunder </b>e <b>Rockets</b>. Leonard e LeBron são ambos o pilar em torno do qual seu time é montado, com sua excelência, versatilidade e consistência, mas esses times podem por vezes se manter com "apenas" boas performances complementares desses jogadores, fazendo o time funcionar sem precisar assumir o protagonismo... enquanto que Rockets e Thunder dependiam mais profundamente não só do jogo de <b>Harden </b>e <b>Westbrook</b>, mas da <i>dominação</i> desses jogadores para fazer seus times funcionar. Então na minha busca pelo MVP da temporada, eu acabei restringindo a discussão aos mesmos dois jogadores que começaram a conversa: Westbrook e Harden.<br />
<br />
E boa sorte tentando decidir entre os dois! É extremamente difícil separar esses dois grandes craques em duas temporadas tão históricas. Ambos tiveram papeis absurdamente importantes para seus times, e tiveram temporadas estatisticamente históricas. Westbrook teve a maior produção entre os dois, por pouco; Harden teve sua produção de maneira consideravelmente mais eficiente, mas também teve uma USG% menor. Westbrook foi melhor nos momentos finais das partidas, mas também viu seu time precisar de mais jogos apertados. Westbrook foi mais explosivo e teve jogos mais espetaculares; Harden foi mais consistente e raramente tirava seu time dos jogos com uma má atuação.<br />
<br />
No final, se resumiu ao seguinte para mim: eu achei que Harden, isoladamente, teve uma temporada um pouco melhor do que Westbrook. Westbrook teve uma produção maior, mas Harden foi o mais eficiente dos dois por uma boa margem, e ele fez mais com o talento que tinha nas mãos: se considerarmos que ambos foram defensores abaixo da média esse ano (Harden foi um pouco melhor) e que suas contribuições se deram principalmente ofensivamente, a diferença é ainda mais impressionante do que a diferença de campanha entre os dois times, com o ataque liderado por Harden sendo o segundo melhor da NBA e o por Westbrook o décimo sétimo.<br />
<br />
Parte disso se da, inclusive, pela diferença de estilo entre os dois jogadores: as assistências de Harden são mais (na falta de um termo melhor) mais "<i>valiosas</i>" do que as de Westbrook porque levam a mais arremessos de três pontos, enquanto as de Westbrook levam a mais arremessos de dois. Além disso, o estilo de passe de Harden é mais baseado em ler a defesa, manipulá-la, e criar espaços - espaços estes que não levam apenas a assistências, mas a novas chances que seus companheiros podem criar com esses espaços, como evidenciado por Harden ser 3rd na NBA inteira em "assistências secundárias", a assistência para a assistência. Westbrook não tem esse lado tão cerebral e de manipular as defesas para sua vantagem - o que ele faz é simplesmente bater quem quer que esteja na sua frente, forçar uma mudança na defesa, e dai usar essa mudança para achar um companheiro livre. Isso é extremamente valioso por conta própria - afinal, Westbrook gera uma penca de cestas fáceis com isso - mas ele também leva a uma estagnação caso a assistência não se concretize, não abrindo tantos espaços para continuar a jogada, e por isso Westbrook é apenas 28th na NBA nessas assistências secundárias, um número muito baixo para alguém que da tantas assistências e joga tanto com a bola nas mãos.<br />
<br />
O problema, claro, é que isso se tomados isoladamente. Mas em contexto, Harden tem uma vantagem sobre Westbrook pela situação em que se encontra. Embora eu não engula - e você também não deveria - essa história de que Westbrook tem um péssimo elenco de apoio e muito inferior ao de Harden, o que simplesmente não é verdade, o que acontece é que as peças ao redor de Harden encaixam de forma melhor ao redor de Harden no sistema implementado pelo técnico <b>Mike D'Anthony</b>, enquanto que embora Westbrook tenha companheiros de time tão bons quanto, eles não possuem um encaixe tão natural uns com os outros (e com Russ), o que torna mais difícil jogar de forma a extrair o máximo de todos eles. Então embora eu ache que Harden foi melhor do que Westbrook, ele também joga em um sistema e um coletivo que favorece seu jogo mais do que o ex-colega. Como avaliar isso?<br />
<br />
E foi enquanto eu sofria com essa questão e com esse dilema que eu achei minha resposta. E quem me ajudou a chegar nela foi um jogador que atende pelo nome de <b>Nikola Jokic.</b><br />
<br />
Jokic é um excelente jogador e uma das mais jovens estrelas da NBA, um pivô passador de excelente qualidade ao ponto de que <b>Denver </b>abandonou toda sua forma de jogo durante a temporada para se reconstruir ao redor das suas habilidades únicas de passe. Desse momento em diante, Jokic teve médias de 20 pontos, 11 rebotes e 6 assistências por jogo com 58 FG%, e Denver teve <b><i>o melhor ataque da NBA inteira</i></b>, na frente até mesmo da imbatível máquina da morte de Golden State, marcando 113.2 pontos por 100 posses de bola.<br />
<br />
O que eu percebi então foi o seguinte: se você tirasse Jokic desse sistema construído especificamente em torno dele e de suas habilidades de passe, com 100% de certeza o sérvio não teria o mesmo desempenho e não acumularia esses números absurdos... mas ao mesmo tempo, é impossível que Denver jogasse de forma a extrair o máximo desse elenco se não fosse POR CAUSA desse sistema, que por sua vez só é possível por causa das habilidades únicas e excepcionais de Jokic. Ele é beneficiado individualmente pelo sistema, mas o sistema também depende dele para ser possível... e se esse sistema torna o time como um todo melhor e mais dominante, então Jokic deve receber créditos por tornar isso possível, e não o contrário.<br />
<br />
E foi por isso que eu tomei minha decisão de que James Harden é o meu MVP da temporada 2017 da NBA. Sim, é verdade que o sistema do time maximiza as habilidades de James Harden e aumenta seu impacto, mas também são as habilidades de Harden que maximizam e tornam possível o funcionamento do sistema ofensivo do Rockets, e essa combinação que elevou o time inteiro do Rockets a um novo patamar... e quando você pensa a respeito, é a forma mais importante que se pode afetar um time de basquete. O elenco inteiro do Rockets só encaixa tão bem entre si, e com o sistema de D'Anthony, por causa de James Harden, e se isso faz o Rockets ser o ataque #2 e time #3 da NBA... então sim, Harden merece os créditos por fazer isso acontecer.<br />
<br />
E embora Westbrook também tenha um sistema desenhado ao seu redor para tirar o máximo de suas habilidades (e sim, ajudá-lo a ter média de triple double), o encaixe desse time é mais difícil em parte porque o encaixe com <i>Westbrook</i> é mais difícil. Você precisa tirar jogadores da sua zona de conforto, adaptar mais suas habilidades para sair do caminho de Westbrook (o melhor exemplo sendo o calouro Domatas Sabonis), e isso acaba limitando mais o teto do time... que, sem a menor dúvida, só é alto como é devido ao próprio Westbrook. Boa parte disso não é culpa de Russ, é questão de montagem de elenco... mas também não é justo ignorar a importância de Harden para fazer o tão falado "sistema" funcionar em um nível tão alto.<br />
<br />
Por isso que, no fim do dia, faz sentido que o Rockets seja um time melhor do que o Thunder. Talvez Harden estivesse em uma situação mais favorável para brilhar em um nível mais alto, mas ele FEZ acontecer e levou seu time com ele, e isso é que realmente diferenciou os dois para mim.<br />
<br />
Então James <b>Harden</b> é meu MVP. Se você tem uma opinião diferente, ótimo: não existe só um critério, e muito menos só uma linha de raciocínio para se chegar em uma conclusão. Caso se de ao trabalho de procurar, vai encontrar MUITOS artigos bons e inteligentes defendendo escolhas de MVP que serão diferentes da minha (e outros que defendem a mesma). Não existe uma verdade sobre quem deva ganhar o prêmio. A única verdade que eu defendo é que não podemos limitar essa fantástica disputa a uma opinião absoluta que aponte um único jogador como merecedor.<br />
<br />
O resto é história.<br />
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
</div>
<br />
<div style="color: black; font-family: times; font-size: medium; letter-spacing: normal; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<div>
<div style="margin: 0px;">
<b>Ballot final: 1. James Harden; 2. Russell Westbrook; 3. Kawhi Leonard; 4. LeBron James; 5. Stephen Curry; 6. Giannis Antetokounmpo; 7. John Wall; 8. Isaiah Thomas; 9. Anthony Davis; 10. Rudy Gobert.</b><br />
<br />
<i>Fontes: Synergy Sports; NBA.com/stats; Basketball-Reference; NBA Stats & Info; e uma tonelada de horas no NBA League Pass.</i></div>
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Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-4682631780364442222017-04-07T19:47:00.002-03:002017-04-07T19:47:36.556-03:008 motivos para se animar com a temporada 2017 da MLB<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://www.sportsusa.com.br/wp-content/uploads/2016/05/TROUT.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="277" src="https://www.sportsusa.com.br/wp-content/uploads/2016/05/TROUT.jpg" width="400" /></a></div>
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<br />
Como você talvez tenha ouvido recentemente, <b><a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2017/03/o-tm-warning-esta-de-volta.html" target="_blank">o TM Warning está de volta</a>!</b><br />
<br />
E para meu primeiro post de retorno, eu estava em dúvida se iria fazer um de <b>MLB </b>ou de <b>NBA</b>. Acabei decidindo por MLB por um simples motivo: eu já tenho TRÊS colunas gigantes de NBA prontas para as próximas semanas, e como a MLB começou no último domingo, me parece justo falar um pouco de baseball antes de entrarmos nos <i>playoffs</i> da NBA - época que o basquete vai dominar por aqui.<br />
<br />
Então com a temporada ainda cedo demais para tirar conclusões ou fazer qualquer tipo de análise, vamos fazer o contrário: passar rapidamente por alguns pontos de interesse da temporada, e que você pode usar para acompanhar a MLB ao longo do ano. São 162 jogos de temporada, e histórias é o que não vai faltar.<br />
<br />
E se você é um leitor antigo que está com saudade dos textos enormes e analíticos, e está decepcionado e/ou preocupado que esse texto foge um pouco desse padrão, não se preocupe: minha ideia nesse começo de retorno é experimentar com formatos e periodicidades diferentes, e para ter semanas com textos gigantes talvez tenhamos que ter semanas com formatos mais curtos e rápidos. Ainda vamos ver. Mas só digo o seguinte: textos gigantes estão vindo por ai.<br />
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Então sem mais delongas...<br />
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<h3>
8 Motivos para se animar com a temporada 2017 da MLB</h3>
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<b>1. A melhor cobertura da MLB</b><br />
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O <b>baseball</b> tem crescido cada vez mais no Brasil, e cada ano parece que a cobertura da <b>Major League Baseball</b> por aqui atinge um novo nível. O que não é de se surpreender: cada vez mais interessados surgem, e é natural que o nível de cobertura vá aumentando conforme mais pessoas e empresas buscam alcançar esse ritmo de crescimento. Nos últimos anos tivemos cada vez mais transmissões televisivas, livros publicados (inclusive o meu favorito, <b>Moneyball</b>), mais blogs e sites especializados, e uma qualidade cada vez maior por parte do público.<br />
<br />
Esse ano não é exceção. Para começar, tem algo inédito aqui no Brasil, um trabalho único e extremamente extensivo: estou falando, claro, do <b><a href="http://two-minutewarning.blogspot.com/2017/03/guia-da-temporada-mlb-2017.html" target="_blank">Guia da Temporada 2017 da MLB</a></b>, projeto em formato de e-book que eu lancei junto do <b>Vinicius Veiga</b>, do <b><a href="https://twitter.com/casadobeisebol" target="_blank">Casa do Beisebol</a>, </b>e do <b><a href="https://twitter.com/oldballgamebr" target="_blank">Erlan Valverde</a>, do <a href="https://www.blogger.com/goog_27331223">Segunda Base</a></b><a href="http://./">.</a> É um guia de mais de 200 páginas que tem tudo que você pode querer saber sobre a temporada 2017, e mais: <b>tem um preview de cada um dos 30 times da MLB, resumo da temporada 2016, textos contando a história do esporte, e muito mais</b>. O livro é um excelente companheiro para se ter ao longo dessa temporada, <a href="https://www.amazon.com.br/dp/B06XKTQDFV/ref=kinw_clar_choose1?_encoding=UTF8&*Version*=1&*entries*=0" target="_blank">disponível na Amazon em formato e-book por 19,99.</a><br />
<br />
Além disso, temos hoje muitos blogs de alta qualidade. Eu já citei dois hoje, que são os meus favoritos: o <b>ótimo <a href="https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwj3oIORtZPTAhXEQ5AKHSXyCUwQFggaMAA&url=http%3A%2F%2Fwww.segundabase.com.br%2F&usg=AFQjCNEYpd80CRkCBJfI0Nu7GJyW2wYZTw&sig2=lcP1zuVKrwlqv0ai1qGZeQ&bvm=bv.152174688,d.Y2I" target="_blank">Segunda Base</a></b>, tradicional já no mercado, e o novo (mas com experiência de sobra)<b><a href="https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=11&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiE6LKStZPTAhXME5AKHcewD7EQFghDMAo&url=http%3A%2F%2Fcasadobeisebol.com.br%2F&usg=AFQjCNFS4j4QEYTW9ugVIB8_o5e2G0pZVw&sig2=goR1psjuDvBdawFg8yx7NQ" target="_blank"> Casa do Beisebol,</a></b> ambos com muita qualidade e um acompanhamento excelente para a temporada. Mas não são os únicos: tem vários outros sites e blogs bons, e muitos outros perfis nas redes sociais dedicados a seguir uma liga, um time e até mesmo um bom jogador. Não importa qual seja seu estilo ou sua preferência, seu time ou seu gosto, você vai achar alguma cobertura que se encaixe com o que procura.<br />
<br />
E se você está chegando agora e quer conhecer mais, e saber como acompanhar o esporte, não tem problema. Deixo aqui dois textos que vão te ajudar não só a entender as regras e o funcionamento de uma partida, mas também a entender as estatísticas usadas no esporte, e vai te dar uma introdução a esse mundo extremamente interessante das estatísticas avançadas:<br />
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<a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2011/06/as-regras-do-baseball.html" target="_blank"><b>Entendendo o jogo de baseball</b></a> - Um detalhamento para quem está chegando agora e quer entender não só as regras, mas como é o funcionamento de um jogo de baseball;<br />
<b><br /></b>
<a href="http://two-minutewarning.blogspot.com.br/2012/08/baseball-e-as-estatisticas.html" target="_blank"><b>Baseball e as estatísticas</b></a> - Um passo a passo explicando a origem e o funcionamento das principais estatísticas avançadas que você encontra disponíveis no baseball hoje<br />
<i><br /></i>
<i>Aproveitem, porque é um momento muito bom para ser fã desse esporte no Brasil.</i><br />
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<b>2. A explosão ofensiva</b><br />
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Se você gosta de bons ataques, jogos com placares altos e muitos <b><i>Home Runs</i></b>, ninguém vai te julgar. É muito normal - a própria <b>MLB</b> sabe desde sempre que nada atrai mais fãs e mais audiência do que placares altos e jogos movimentados.<br />
<br />
E se for o caso, eu tenho boas notícias para você.<br />
<br />
A verdade é que os ataques da MLB foram minguando aos poucos desde que tiveram seu auge histórico na famosa <b>Era dos Esteroides</b>, no final dos anos 90/começo dos anos 2000, época um tanto quanto controversa na qual a MLB deu seus jeitinhos para facilitar o uso de PEDs pelos seus jogadores, o que resultou em uma geração de jogadores extremamente musculosos e longevos que rebatiam 50 HRs por ano. Com o passar do tempo, o antidoping da MLB foi ficando mais sério, o jogo começou a dar um ênfase maior em defesa e arremessos, e aos poucos as pontuações dos jogos foram caindo cada vez mais, enfim atingindo seu ponto mais baixo em 2014, a 8.13 corridas por jogo.<br />
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Até que algo interessante aconteceu. Veja o gráfico abaixo, que mostra a evolução de corridas por jogo nos últimos 11 anos...<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaZYr8usrH7wP9Vb-gMnB5pgG8WpFrkLiB84G0zEZ7B21VAr1x3BkEokx1uMv-kCwQxXh2temG1ttKtlGC-7dIqi_109-U3SFejmHztnNKJ15v9qCfSaHSBaFlVcwdiLLdPUPiYUHdMHc/s1600/RPG.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="195" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaZYr8usrH7wP9Vb-gMnB5pgG8WpFrkLiB84G0zEZ7B21VAr1x3BkEokx1uMv-kCwQxXh2temG1ttKtlGC-7dIqi_109-U3SFejmHztnNKJ15v9qCfSaHSBaFlVcwdiLLdPUPiYUHdMHc/s400/RPG.png" width="400" /></a></div>
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Começando em 2015 e dando um salto ainda maior em 2016, os ataques começaram a voltar. E quer saber o principal motivo por trás dessa reviravolta?<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNWx_-9IJP4G-fcRznVp2C1ELjUElJV5jOMQQzI75WSZ1GF5YukP_mwxAWv2tLkrKcyfXuKSFSvEHiHX5X_YbEiH7aL6O6REcX9J1qqBoPyGSAG86io3Q5u7LchjhAPPUTFVRzcY87UpM/s1600/HR%2525.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="195" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNWx_-9IJP4G-fcRznVp2C1ELjUElJV5jOMQQzI75WSZ1GF5YukP_mwxAWv2tLkrKcyfXuKSFSvEHiHX5X_YbEiH7aL6O6REcX9J1qqBoPyGSAG86io3Q5u7LchjhAPPUTFVRzcY87UpM/s400/HR%2525.png" width="400" /></a></div>
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É isso mesmo que você viu: não só os HRs da MLB voltaram a aumentar, mas eles atingiram em 2016 um nível ainda superior a 2000, o auge absoluto da Era dos Esteróides. Em 2016 foram rebatidos mais Home Runs do que em qualquer outro momento da história do esporte, eles ajudaram a impulsionar essa retomada dos ataques explosivos na MLB.<br />
<br />
Tem alguns motivos para isso ter acontecido, e eu espero com o tempo começar a mostrar a vocês quais são eles. Mas por enquanto, basta dizer o seguinte: os ataques estão voltando com muita força, e vai ser muito interessante ver se essa tendência continua em 2017.<br />
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<b>3. Uma nova geração</b><br />
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Ao final da temporada 2016, uma tendência engraçada, que já vinha se desenhando nos últimos anos, parecia se consolidar de uma vez por todas. O <b>AL MVP</b> foi <b>Mike Trout </b>(mais daqui a pouco), de apenas 25 anos, e o <b>NL MVP foi Kris Bryant,</b> de 24. Entre os finalistas de ambos os prêmios, também tivemos <b>Mookie Betts</b>, de 23 anos, terminando em segundo na AL, e <b>Corey Seager</b>, de 22, terminando em terceiro na NL. <b>Manny Machado</b>, de 24 anos, e <b>Nolan Arenado</b>, de 25, foram os quintos colocados.<br />
<br />
Entre os arremessadores, dois dos três melhores da NL em 2016 (e os dois líderes em fWAR) foram jovens de 24 anos, <b>Noah Syndergaard</b> e o falecido <b>Jose Fernandez</b>. O líder da AL em ERA foi <b>Aaron Sanchez</b>, também com 24 anos. <br />
<br />
A verdade é que a MLB está vendo um movimento sem precedentes na sua história na direção de grandes talentos e estrelas cada vez mais jovens. Os jogadores parecem estar chegando cada vez mais preparados e avançados das ligas menores e até do <i>Draft</i>, e os times estão parecendo perceber isso cada vez mais. Veja o gráfico abaixo:<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQjne_rg2fgACR3YnFF9Q2YcnkA1M-BvlHLV2g13z90yR0WpvGdNHB-YoseIX21lDip4WJpSndlr5sIwl-cNXU267z6G5pEw920ipQ282dBC8T53Db1tpyayJAz3fDxXRZaVO3GqsrdVg/s1600/Idade.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="193" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQjne_rg2fgACR3YnFF9Q2YcnkA1M-BvlHLV2g13z90yR0WpvGdNHB-YoseIX21lDip4WJpSndlr5sIwl-cNXU267z6G5pEw920ipQ282dBC8T53Db1tpyayJAz3fDxXRZaVO3GqsrdVg/s400/Idade.png" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
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O motivo é difícil de precisar exatamente: a redução contínua do uso de PEDs reduziu o número de jogadores mais velhos sobrevivendo de doping; o avanço das estatísticas avançadas tornou mais fácil identificar (e de forma mais confiável) jovens talentos no Draft e nas categorias de base; um melhor aproveitamento desses talentos (até em termos físicos) com métodos cada vez mais modernos de condicionamento, desenvolvimento físico e medicina esportiva; o influxo cada vez maior de jogadores estrangeiros; e por que não, talvez até mesmo uma geração excepcionalmente talentosa de novos jogadores.<br />
<br />
E esse influxo também tem efeitos muitos positivos sobre a competitividade da liga: não só temos mais bons jogadores, como isso significa que é mais fácil e mais rápido para um time se reconstruir, e isso também tem aumentado a variância das performances dos times ao longo da temporada, tornando a liga ainda mais competitiva. Entre isso, um aumento no nível de jogo, e a chegada de cada vez mais estrelas carismáticas, o efeito é dos mais positivos para quem acompanha o esporte.<br />
<br />
<br />
<b>4. Mike Trout</b><br />
<br />
Qualquer esporte, em qualquer época, vai ter seus grandes talentos - jogadores que entrarão para a história do esporte. Recordistas, <b>Hall of Famers,</b> ou simplesmente jogadores extremamente memoráveis. O baseball não é exceção, e sempre é importante valorizar aquilo que temos enquanto podemos.<br />
<b><br /></b>
<b>Mike Trout,</b> no entanto, vai um passo além. Em parte por não ser um jogador midiático, e em parte por jogar em um time horrível, mas Trout não recebe o valor que merece. Esqueça ser o melhor jogador do baseball na atualidade, o que Trout é desde sua primeira temporada completa nas grandes ligas em 2012: o CF do Angels talvez seja o melhor jogador de todos os tempos.<br />
<br />
Não acredita em mim? Mas a verdade é que nenhum jogador com a idade de Trout nunca foi tão bom quanto ele na história do esporte. Em 5 temporadas, esses são os números de Mike Trout na carreira: 168 wRC+, e 47.7 fWAR. O único outro jogador em 120 anos de história do baseball que conseguiu atingir essas marcas aos 24 anos foi... ninguém! Nunca aconteceu! O que ele está fazendo é sem precedentes na história do esporte.<br />
<br />
Um outro exemplo, cortesia de um dos meus autores favoritos, o grande <b><a href="http://www.twitter.com/jonahkeri" target="_blank">Jonah Keri</a>,</b> em sua fantástica coluna anual sobre os <a href="https://www.si.com/mlb/2017/03/22/trade-value-player-rankings" target="_blank">50 jogadores mais valiosos da MLB</a>:<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjel_ZnPYngPcL_Ug3RLSFr4PX0U3LZT5qFivLnmugCvKAC_6uKcK_cnDpcSuSoEi6MlwxXbG_Xq-JNIUgwGS8hVoPDt7kM2mWk22HuDEMRBTDLXGfaXNVm1bavfYnCSSkpSNpSLfv2hns/s1600/Mays.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="209" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjel_ZnPYngPcL_Ug3RLSFr4PX0U3LZT5qFivLnmugCvKAC_6uKcK_cnDpcSuSoEi6MlwxXbG_Xq-JNIUgwGS8hVoPDt7kM2mWk22HuDEMRBTDLXGfaXNVm1bavfYnCSSkpSNpSLfv2hns/s640/Mays.JPG" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoenQ82BO-EqXQMh05QJ2nlK1Il96qN3TPbdhCAPFA6tCqpuTi0kTCvnqtjJYMETSDfon7vssgZToYuwoLJPq12aT0NquMPM1faP-I_Wh5K9RFIFr3jLsEqJvxIm7kQKP52i-eXTCHTR4/s1600/Trout.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoenQ82BO-EqXQMh05QJ2nlK1Il96qN3TPbdhCAPFA6tCqpuTi0kTCvnqtjJYMETSDfon7vssgZToYuwoLJPq12aT0NquMPM1faP-I_Wh5K9RFIFr3jLsEqJvxIm7kQKP52i-eXTCHTR4/s640/Trout.JPG" width="640" /></a></div>
<br />
Essa é uma comparação entre os primeiros anos completos da carreira de <b>Mike Trout com</b> os cinco primeiros anos da carreira do lendário <b>Willie Mays.</b> Em outras palavras, nos seus cinco primeiros anos, Mike Trout tem sido praticamente igual a Mays, que é amplamente considerado um dos 3 melhores rebatedores da história do esporte... e Trout é TRÊS ANOS mais novo do que Mays era, jogando em uma época muito mais competitiva.<br />
<br />
Então você pode discordar da minha afirmação sobre Trout ser talvez o melhor jogador da história da MLB, mas não deixe isso fechar seus olhos para o que ele está fazendo, e para a história sendo escrita diante dos seus olhos. Aproveite enquanto pode esse jogador que, na sua curta história na MLB, não está devendo nada para as maiores lendas desse esporte. Não é sempre que temos a chance de ver algo assim. E considerando que jogadores da MLB normalmente tem seu auge em torno dos 27 anos, é muito provável que ainda não vimos o melhor de Mike Trout.<br />
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<br />
<b>5. O possível surgimento de uma nova dinastia</b><br />
<br />
O Jogo 7 da <b>World Series </b>de 2016 não foi só um dos maiores jogos da história desse esporte, e o final perfeito para uma das suas melhores World Series. Foi também a coroação de uma temporada fantástica do <b>Chicago Cubs</b>, que já tinha dado mostras de se tornar uma potência em 2015, mas deu um salto ainda maior em 2016. Foram 103 vitórias, disparado a maior marca da temporada, e com uma mistura impressionante: segundo melhor ataque da liga, a quarta melhor rotação, e uma defesa que não só foi a melhor da MLB como foi uma das melhores da história do esporte. Embora isso nem sempre aconteça - na verdade, é mais exceção do que regra - a verdade é que a World Series de 2016 coroou aquele que realmente era o melhor time.<br />
<br />
E o que é realmente assustador é que esse time do Cubs, além de excelente e dominante, ainda é extremamente jovem. Seu MVP, <b>Kris Bryant</b>, tem 24 anos. <b>Anthony Rizzo</b>, sua segunda estrela, tem 27. Seu campo interno é complementado pelos muito promissores <b>Javier Baez,</b> de 24 anos, e <b>Addison Russell,</b> de 23. <b>Kyle Schwarber, </b>que perdeu o ano de 2016 quase inteiro mas é um excelente rebatedor, e <b>Willson Contreras</b>, possível <i>catcher</i> do futuro, tem 24. O time até mesmo conta com uma ótima categoria de base apesar de todas as promoções, liderado por <b>Ian Happ</b>. É um excesso gigante de jogadores jovens, ao ponto de que o Cubs está até tendo problemas para colocar todos esses jovens talentos em campo ao mesmo tempo.<br />
<br />
Em outras palavras, não é só que o Cubs tenha conseguido ser bom durante um ano, mas eles também fizeram isso com um elenco jovem e que ainda jogará junto por um bom tempo. Muitos times são campeões e depois se desmancham com saídas, ou veem seus principais nomes decaírem com a idade, mas Chicago ainda possui a grande maioria desses jovens jogadores sob contrato por mais bons anos, e dada a pouca idade desse núcleo o mais provável é que eles ainda MELHOREM com a idade antes de decair. E se Chicago conseguir usar esse excesso (positivo) de jovens talentos para cobrir as áreas que não são tão jovens do seu time (rotação, principalmente), com a manutenção e evolução esperada desse núcleo, podemos não estar apenas olhando para um campeão em uma temporada histórica, mas por uma nova dinastia na MLB.<br />
<br />
<b><br /></b>
<b>6. O ótimo estado das franquias do esporte</b><br />
<br />
Se você acompanha a <b>NBA</b>, você sabe que a liga tem muitas franquias que estão em uma situação muito ruim. Times que não tem bons talentos para o presente, mas também não tem muita perspectiva de melhora com jovens talentos, complementados por uma diretoria de competência questionável - times como <b>Orlando</b>, <b>Nets</b> ou <b>Kings</b>, por exemplo. Na <b>NFL</b> também temos essas franquias que são quase uma piada, como o <b>49ers</b> ou o <b>Jets</b>. Não são apenas times ruins, mas franquias que parecem presas à estaca zero.<br />
<br />
Mas, interessantemente, na <b>MLB</b> isso parece estar em um bom momento. Você sempre, em qualquer liga, vai ter times bons e times ruins, mas os times ruins da MLB não parecem estar tão presos e sem perspectiva como os da NBA ou NFL. Os piores times da liga - como <b>Philadelphia</b>, <b>San Diego, Atlanta, Brewers e White Sox </b>- são aqueles que possuem alguns dos melhores sistemas de base da MLB, e portanto estão no começo de uma reconstrução mas já com boas perspectivas de sucesso - não são times presos e sem futuro.<br />
<br />
Os piores times nesse sentido são aqueles que estão presos na mediocridade, como <b>Los Angeles Angels ou Arizona Diamondbacks</b>, times que estão presos no meio da tabela sem perspectiva de melhora, mas mesmo esses não são times horríveis: são times com superestrelas e bons jogadores que com um pouco de sorte podem sonhar com uma vaga nos <i>playoffs</i>. Não é que TODOS os times da liga estejam bem ou em uma boa trajetória, mas nenhum parece ser um modelo de estagnação no fundo do poço, uma piada recorrente para quem acompanha o esporte.<br />
<br />
Existe mais de um motivo para isso: o maior sucesso de jogadores jovens (ponto 3) ajuda muito times em reconstrução, pois torna mais seguro e mais valioso os jovens prospectos; uma nova leva de executivos mais analíticos e menos presos às tradições levou a uma melhora no nível coletivo das diretorias ao redor da liga; e talvez pela estrutura financeira nova da MLB times estão com menos medo de aceitar engolir derrotas por alguns anos enquanto acumula prospectos e prepara uma reconstrução. Qualquer que seja o motivo, é um bom sinal para a Major League Baseball e para suas perspectivas de médio prazo.<br />
<br />
<br />
<b>7. Um esporte com cada vez mais emoção</b><br />
<br />
<b>Baseball</b> é um esporte que tem uma das tradições mais estúpidas da história dos esportes: a ideia de que mostrar algum tipo de emoção dentro de campo é um insulto ao esporte e à sua história. Eu acho que a ideia de que você não pode se divertir jogando o esporte que gosta é uma das coisas mais contraditórias possíveis, já que esporte é para ser divertido, mas é como o baseball viveu por muitos anos. Se algum jogador parasse tempo demais para admirar um Home Run, ou comemorasse de maneira "imprópria" uma jogada, os adversários logo começavam uma briga ou o arremessador adversário jogaria uma bola nele.<br />
<br />
Esse tipo de tradição foi perpetuada em parte porque o baseball sempre foi e se orgulhou de ser (muitas vezes, em detrimento próprio) um esporte "separado" dos fãs, onde as pessoas "de dentro" conheciam como o jogo era e se viam como responsáveis por mantê-lo puro - quem leu ou assistiu <b>Moneyball</b> sabe do que estou falando. Como ele era feito é a forma que DEVIA ser feito, ou pelo menos era como seguia o raciocínio.<br />
<br />
Felizmente já faz algum tempo que isso começou a mudar. Embora o esporte ainda esteja apenas começando a dar seus passos para eliminar esse tipo de coisa, já é notável a evolução, e até mesmo a própria MLB parece estar empenhada em deixar o jogo mais relaxado e divertido nesse sentido, ficando cada vez mais estrita e sem medo de dar punições a jogadores que começam brigas ou desentendimentos. Isso também foi bastante ajudado por uma nova geração que chegou no baseball, tanto de jogadores (cada vez mais jovens, como já foi dito) como de dirigentes, que não carregam em si esse "compromisso" de manter o jogo "puro" - especialmente se puro significar "sem diversão".<br />
<br />
E talvez o principal fator que começou a mudar o esporte foi o influxo cada vez maior de jogadores latinos. A tradição de não permitir emoções ou manifestações pessoais dentro de campo sempre foi uma tradição norte-americana (muitas vezes dos jogadores mais... como dizer isso de forma delicada? Brancos), mas os jogadores recém-chegados da América Latina não tiveram esse tipo de formação. Para eles, o esporte é uma diversão, e é assim que se comportam - fazendo jogadas imprevisíveis e criativas, mostrando suas emoções, gritando e comemorando, e em geral se tornando jogadores muito mais relacionáveis para os torcedores comuns.<br />
<br />
O jogador que melhor simbolizava isso, infelizmente, era <b>José Fernandez</b>, o arremessador do <b>Miami Marlins</b> morto ano passado, e um dos meus heróis no esporte. Um refugiado cubano que chegou a estar preso e teve que mergulhar em alto mar para salvar a vida da própria mãe, Fernandez foi até hoje o jogador que mais pareceu se divertir em um campo de baseball que eu já vi na vida, alguém que tinha uma animação e um entusiasmos tão genuínos e sinceros por estar livre e podendo jogar baseball que era impossível não ficar contagiado.<br />
<br />
Fernandez comemorava suas boas jogadas, r<a href="http://i.imgur.com/ph4TKDK.gif" target="_blank">ia dos seus lances mais incríveis</a>, ria e vibrava quando seus ADVERSÁRIOS faziam uma jogada empolgante, e <a href="http://drawntomlb.com/post/55393241505/marlins-giancarlo-stanton-ties-it-with-a-homer" target="_blank">comemorava Home Runs como se tivesse acabado de ganhar uma World Series</a>, e não ligava para o que os outros pensassem. Fernandez era uma bola de alegria e empolgação que fazia o esporte valer muito mais a pena, e tão genuíno que isso contagiava colegas e adversários igualmente - inclusive muitos que, em outros momentos da carreira, teriam sido os que iriam tirar satisfação com alguém que mostrasse tanta emoção em campo. Fernandez pode ter partido de forma trágica e prematura, mas mais do que o talento fantástico, mais do que os arremessos impossíveis, essa alegria sempre será seu legado para o esporte, para fãs, colegas, técnicos e cartolas.<br />
<br />
E isso só faz bem para o esporte. Embora sempre tenha aquela parcela conservadora da torcida que ache isso um absurdo e uma quebra do "decoro" do esporte, existe uma parte muito maior que sabe o quão isso é bom para injetar nova vida em um esporte que parecia "morto" em muitos momentos dos últimos 20 anos. Hoje jogadores estão começando a poder se expressar e se divertir muito mais em quadra, e os torcedores e fãs podem se identificar muito mais com esses seres humanos do que com as máquinas de rebater que o baseball queria vender. A transformação e "libertação" ainda não está completa, claro, e ainda terá seus percalços. Mas ela está fazendo o baseball caminhar em uma direção muito melhor do que antes.<br />
<br />
<b><br /></b>
<b>8. Baseball é um esporte muito divertido</b><br />
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Sim, sim, eu sei - o baseball ainda enfrenta bastante preconceito por pessoas que o consideram um esporte "chato", E eu entendo alguns dos motivos: é um esporte lento, onde cada confronto demora vários arremessos, tem muitas pausas nas trocas de entrada ou arremessador, e costuma demorar mais de duas horas. As principais reclamações vem da falta de dinamismo nas partidas, com um jogo que evolui lentamente, e os lances mais empolgantes são muito mais pontuais.<br />
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Mas esse ritmo lento, esse jogo que vai parando mesmo durante um confronto, é parte do que torna o baseball tão legal: como ele é um jogo que se desdobra lentamente, isso significa também que é o jogo mais fácil para quem assiste acompanhar o que está acontecendo. E não digo isso no sentido de "tem mais tempo para ir no banheiro", mas sim que essa cadência nos permite acompanhar melhor o que cada jogador está pensando, como está se ajustando, a cada momento. Baseball as vezes funciona como um jogo de probabilidades: com a contagem 0-2, o arremessador é mais provável de lançar uma bola fora da zona de strike para induzir o rebatedor (que por sua vez precisa proteger a zona de strike e não sofrer o strikeout) a ir para uma rebatida ruim... mas o rebatedor também sabe disso. Qual a melhor forma de atacar? Como o rebatedor pode se defender?<br />
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O jogo de baseball é composto de milhares de pequenos fatores que mudam essas probabilidades em uma direção ou outra, e ver isso se desdobrando ao longo do jogo é um dos fatores mais legais do esporte: para um arremessador, é importante não cair em um padrão (e se tornar previsível), então ele precisa . E o ritmo lento e candenciado do esporte nos permite acompanhar essas mudanças, acompanhar os desenvolvimentos em tempo real, e nos imergir realmente não só no que está acontecendo, mas no que está por trás do que está acontecendo.. E não é como se o esporte tivesse falta de jogadas atléticas ou impressionantes - é só procurar qualquer vídeo de highlights do <b>Andrelton Simmons, Mike Trout ou Kevin Kiermeyer </b>no YouTube - e essa mistura entre os dois momentos do esporte, o lento e cadenciado com o explosivo e dinâmico, é o que torna o esporte tão atraente.<br />
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Além disso, a natureza individual e repetitiva do esporte tem uma outra vantagem: produz as melhores estatísticas. A natureza extremamente individual do baseblal - o confronto entre arremessador e rebatedor, cada jogada sendo isolada em si mesma, etc - é perfeita para isolar cada fator do jogo e consolidar isso em números e análises, e não só a amostra é gigantesca (162 jogos) como pela natureza de repetição do baseball você vê cada situação específica um alto número de vezes, o que te da uma amostra grande o suficiente para tornar as estatísticas significativas, como também consegue quebrá-las em níveis muito pequenos, cada vez menores, para entender o que está acontecendo em quadra. Existe um motivo para a revolução analítica pela qual vários esportes passam ter se originado no baseball.<br />
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Então sim, pode ser que baseball realmente não seja o esporte para você, que tenha tentado e desistido. Não tem problema. Mas se não for o caso, você realmente deveria dar uma chance. Existe um número altíssimo de fatores contribuindo para um esporte cada vez mais divertido, cada vez mais empolgante, e as vezes as pessoas não se aproximam disso por um preconceito ou ideia preconcebida.Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-89224394432390799912017-03-31T18:58:00.000-03:002017-03-31T18:58:33.672-03:00O TM Warning está de volta<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhc7MarfC8anuA-zcg5ChgILx3szHJEgfBO2o_NRkLjm6OwIz6l_Zs6t6xrOuXdOPfOSLXct6yV0u6u08G8ck8AvswoOT1dX1pEPJL_ZFynBR7-v2UUv9uFgkE0NIjJOJVSTDJPU0mUQX8/s1600/Teste.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="152" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhc7MarfC8anuA-zcg5ChgILx3szHJEgfBO2o_NRkLjm6OwIz6l_Zs6t6xrOuXdOPfOSLXct6yV0u6u08G8ck8AvswoOT1dX1pEPJL_ZFynBR7-v2UUv9uFgkE0NIjJOJVSTDJPU0mUQX8/s320/Teste.JPG" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i>"I'm back!"</i></div>
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É isso ai mesmo que você leu: <b><u>O Two-Minute Warning está oficialmente de volta</u></b> depois de um longo, longo hiato. E por "de volta", leia-se que voltaremos a ter aqui uma atividade regular, como nos velhos tempos.<br />
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O que acontece é que infelizmente, com a idade e com as mudanças da vida, ficou cada vez mais difícil dedicar ao blog o tempo e atenção que ele merecia. Não é novidade para os leitores antigos que eu sempre gostei de fazer textos grandes e analíticos, e esses textos eram demorados e desgastantes. O tempo começou a diminuir, e também a motivação para continuar fazendo essa atividade dessa maneira. E embora a atividade do blog continue firme e forte nas redes sociais - em especial no Twitter - o TM Warning acabou ficando em segundo, terceiro, quarto plano, e acabou basicamente morrendo.<br />
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Ao mesmo tempo, com o tempo, a falta do blog começou a pesar mais. Tanto como fonte de diversão, como uma forma de esvaziar a cabeça do mundo real. Afinal, eu amo basquete, baseball, futebol americano, e falar e escrever de tudo isso. E conforme isso foi pesando mais e mais, foi aumentando a vontade de retomar o blog e esse desafio.<br />
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E é por isso que eu decidi que vou retomar. Mas queria fazer isso direito: com alguma regularidade, com padrão, e com um formato definido. O desafio, claro, é encontrar um formato que funcione, que de a motivação necessária, que seja compatível com meu tempo livre, e que seja interessante suficiente para engajar vocês, leitores.<br />
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Por isso, ainda não posso dizer que a volta é definitiva. Podemos chamar um período de experiência: pelos próximos dois ou três meses, vou experimentar com diferentes periodicidades, formatos, tipos de coluna, etc. Ao longo deles, espero entender melhor o que funciona ou não para mim, e claro, para vocês também. Saber como o público vai reagir a isso, e se estaria disposto também a acompanhar o que eu escrevo. E só ao final dessa experiência poderei dar meu veredito de como será daqui para frente.<br />
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Por isso também peço a colaboração de todos vocês. Feedbacks serão muito bem vindos: sobre periodicidade, formato, colunas, temas, etc. Quero suas sugestões, suas críticas, suas recomendações, etc. Não vale a pena fazer todo esse trabalho se ninguém for ler e ninguém gostar, então quero saber exatamente o que vocês estão pensando de tudo isso para poder melhorar cada vez mais essa experiência e talvez achar o formato que eu procuro.<br />
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É isso. Semana que vem começamos, e a primeira coluna do RETORNO deve vir próxima do final da semana, a princípio.<br />
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Valeu!Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-54066359647752389052017-03-15T19:58:00.000-03:002017-03-15T20:41:52.857-03:00Guia da temporada MLB — 2017<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4fLxAKZUic0Zp-BCX25nfkoN_d8n1UD_Im-Lk2-TiG6ZwVSpDIXySbjOYO9lrJLZyrcPicYKrvmrx1scHlwIBsGhYh-11RUluqlOJ9H03PEPgzXgwmYconlUNbL1o_uMEnvKHkL2rIWU/s1600/Guia+da+temporada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="274" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4fLxAKZUic0Zp-BCX25nfkoN_d8n1UD_Im-Lk2-TiG6ZwVSpDIXySbjOYO9lrJLZyrcPicYKrvmrx1scHlwIBsGhYh-11RUluqlOJ9H03PEPgzXgwmYconlUNbL1o_uMEnvKHkL2rIWU/s640/Guia+da+temporada.jpg" width="640" /></a></div>
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Depois de muito trabalho, muito espera e muitas horas no Fangraphs, é com enorme prazer que anunciamos a grande novidade do Segunda Base, em parceria com o TM Warning, para 2017: O Guia da Temporada 2017 da MLB!!<br />
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Um projeto inédito no Brasil, o Guia MLB 2017 foi um esforço conjunto para trazer até você, o leitor, a cobertura completa não só de tudo que você precisa saber sobre a MLB para a temporada que se aproxima, mas também contém um giro por toda a história do esporte, desde os primórdios do beisebol até se tornar o esporte que conhecemos hoje.<br />
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O guia é composto principalmente de três partes. A maior, e mais importante, é a prévia de temporada 2017 da MLB. Começando com um resumo da fantástica temporada 2016, o Guia trás, para cada um dos 30 times da MLB, uma análise muito completa e aprofundada sobre tudo que você precisa saber: além de uma ficha completa de cada time, ele trás análises de fatores como a situação atual da franquia no cenário do beisebol norte-americano, seu elenco com suas forças e fraquezas, como está projetada sua situação de arremessadores, e como o estado das suas categorias de "base" posiciona o time para o futuro. Além disso, trouxemos previsões oficiais de sites especializados para o total de vitórias de todas as franquias para 2017, para saber como as estatísticas estão enxergando esses times no momento atual.<br />
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Mas o Guia não se limita a falar do futuro. Ele também trás um forte conteúdo histórico, com textos especiais que contam - através de assuntos específicos - a história de toda a Major League Baseball, e os fatores que contribuíram para seu desenvolvimento e suas mudanças ao longo dos anos: A Dead Ball Era, Babe Ruth, a relação do esporte com as Guerras Mundiais, a entrada de jogadores negros e latinos, e muito mais. Não existe esporte que seja mais conectado com seu passado que o beisebol, e entender os passos que foram tomados para chegar até aqui é fundamental para entender a própria MLB.<br />
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Por fim, em um caráter mais pessoal, nós trouxemos histórias pessoais dos autores sobre nossa própria relação com o esporte, contando cada um uma história sobre como entramos em contato com o beisebol, e também o que fez com que nos apaixonássemos pelo esporte.<br />
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E além disso, o Guia também tem um conteúdo mais do que especial voltado para quem gosta de apostar no esporte, seja um veterano ou um novato. Com um manual do apostador e várias dicas, esse é um ótimo ativo para qualquer um que goste das apostas, tanto para quem já conhece o mercado como para quem está começando agora.<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="550" src="https://ler.amazon.com.br/kp/card?asin=B06XKTQDFV&preview=inline&linkCode=kpe&ref_=cm_sw_r_kb_dp_1-CYybZZGPN0G" style="max-width: 100%;" type="text/html" width="336"></iframe>
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É realmente um trabalho único, completo, e totalmente imperdível!!<br />
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Para adquirir o Guia MLB 2017, é muito simples. Basta clicar no link abaixo e comprar na Amazon a versão e-book por R$ 19,99.<br />
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<a href="https://www.amazon.com.br/dp/B06XKTQDFV/ref=kinw_clar_choose1?_encoding=UTF8&*Version*=1&*entries*=0" target="_blank"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG1bG6i9yvMtEJcw2hHiYZ2AOE1UQcRyQpfS2TqnO-4e5DIExOsuGwXDpKZJdwiDRYKGH9mdhr0ILHJ2NJrzuQHcUu3w07b_FzO_h2qxby8_Lj3UsCqyqYCL7NzNTT8y6FfXNA-pVnBhw/s1600/botao-Baixar-eBook.png" /></a></div>
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O que está esperando? Garanta já o seu Guia MLB 2017, o maior e mais completo Guia sobre a MLB de lingua portuguesa já feito, e fique por dentro de tudo que você precisa saber sobre a temporada que se aproxima!!<br />
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*Um agradecimento mais do que especial ao grande Marcelo Mazzini, designer do Segunda Base. Mais um projeto em que ele nos ajudou. Somos muito grato a ele.Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-47361852313453124292016-09-22T16:24:00.004-03:002016-09-22T16:24:57.599-03:00Palpites da Semana - Rodada 3<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7g4erT8EWXWU7PpRrb_MAd7bwIFoJXQylxiuB6wR5cd8T4jsyEn8XJKeuvRjMgtUopjSRXmhu2rFaRCrDr5vEcRBarHxqPG1iM2TbfECXn4APLhQGPFsmu0h4GCqfDNOKWT7CZzjIeQ0/s1600/nfl_week2_08.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7g4erT8EWXWU7PpRrb_MAd7bwIFoJXQylxiuB6wR5cd8T4jsyEn8XJKeuvRjMgtUopjSRXmhu2rFaRCrDr5vEcRBarHxqPG1iM2TbfECXn4APLhQGPFsmu0h4GCqfDNOKWT7CZzjIeQ0/s400/nfl_week2_08.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<div class="graf graf--p graf-after--figure" id="1e8c" name="1e8c" style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.8); letter-spacing: -0.003em; line-height: 1.58; margin-top: 38px;">
<span style="font-family: inherit;">As duas primeiras semanas da temporada regular da <span class="markup--strong markup--p-strong" style="font-weight: 700;">NFL </span>são bastante cruéis e enganadoras. Sim, as campanhas delas são importantes para disputar quem vai para os <em class="markup--em markup--p-em" style="font-feature-settings: 'liga' 1, 'salt' 1;">playoffs </em>e tudo mais, mas a principal função delas é criar ilusões em nossas mentes para depois destruí-las.</span></div>
<div class="graf graf--p graf-after--p" id="8909" name="8909" style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.8); letter-spacing: -0.003em; line-height: 1.58; margin-top: 29px;">
<span style="font-family: inherit;">E em geral elas trabalham em conjunto: a primeira é uma semana onde, com muito pouca base anterior, nós adoramos tirar conclusões, criar cenários para o resto do ano, e basicamente tomar nossas primeiras impressões — baseadas em uma amostra minúscula e insignificante — como verdades. E, munidos dessas primeiras impressões, nós vamos para a semana 2… onde essas primeiras impressões se repetem (e, nesse caso, achamos que elas se confirmaram!) ou são destruídas (e nesse caso achamos que elas eram completas fraudes). Ou a Semana 2 já nos destrói as ilusões, ou reforça-as para que possivelmente sejam destruídas depois. Um trabalho lindo.</span></div>
<div class="graf graf--p graf-after--p" id="89f4" name="89f4" style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.8); letter-spacing: -0.003em; line-height: 1.58; margin-top: 29px;">
<span style="font-family: inherit;">Por isso é sempre importante lembrar que NADA está definido ou confirmado em duas semanas. Muitas das primeiras impressões “destruídas” na Semana 2 estavam corretas, e muitas “confirmadas” estão longe de ser verdade. O maior erro que pode ser cometido nesse momento é ler demais em duas semanas e ignorar todo o resto de informação que temos à nossa disposição. Analogamente, o ideal é ter criticidade na hora de separar as informações: nós tínhamos uma opinião formada de cada time, e agora estamos lentamente ganhando novas informações a respeito de cada um deles para tornar o cenário mais completo. Não podemos jogar fora nossas ideias iniciais, mas não podemos ignorar também o que tem acontecido — o certo é colocar essas primeiras impressões em contexto, tentar separar o que é verdade e o que não é, e usar isso para <span class="markup--strong markup--p-strong" style="font-weight: 700;"><em class="markup--em markup--p-em" style="font-feature-settings: 'liga' 1, 'salt' 1;">ajustar </em></span>nossas impressões originais. E assim vamos construindo uma imagem cada vez mais completa de cada time.</span></div>
<h3 style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.8); letter-spacing: -0.003em; line-height: 1.58; margin-top: 29px;">
<span class="markup--strong markup--p-strong"><em class="markup--em markup--p-em" style="font-feature-settings: 'liga' 1, 'salt' 1;"><span style="font-family: inherit;"><b>E então é isso que vamos fazer essa semana: ver quais foram as primeiras impressões de cada time na semana 1, como elas foram confirmadas ou não na semana 2, e o que esperar delas daqui para frente.</b></span></em></span></h3>
<h3 style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.8); letter-spacing: -0.003em; line-height: 1.58; margin-top: 29px;">
<span class="markup--strong markup--p-strong"><em class="markup--em markup--p-em" style="font-feature-settings: 'liga' 1, 'salt' 1;"><span style="font-family: inherit;"><b><br /></b></span></em></span><b><a href="http://bit.ly/Palpites-Semana3"><span style="font-family: inherit;">PARA LER O RESTO DA COLUNA, ACESSE O MEDIUM DO CANAL ZONA FA CLICANDO AQUI.</span></a></b></h3>
Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-32894185532593066352016-09-10T14:55:00.000-03:002016-09-10T14:55:18.990-03:00TM Warning na Fox Sports!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuIw_ACmPLOJH4Qz0JyV25OgdNfYUnlCH7E-u_9OPqfJJ96zp0KHFYeuNrXUYsjl-SZxJnR1WQC-x5syIt7tjUorzWyR0urH3Cey1LSeWD2Ktm_k1on1TPlJH0HBfnH7TGQ9cDh20Mwgk/s1600/14303753_1096148617140885_1340518549_o.png.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuIw_ACmPLOJH4Qz0JyV25OgdNfYUnlCH7E-u_9OPqfJJ96zp0KHFYeuNrXUYsjl-SZxJnR1WQC-x5syIt7tjUorzWyR0urH3Cey1LSeWD2Ktm_k1on1TPlJH0HBfnH7TGQ9cDh20Mwgk/s320/14303753_1096148617140885_1340518549_o.png.jpeg" width="320" /></a></div>
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Pessoal, é com grande alegria que informo que hoje, sábado dia 10/09, farei minha primeira aparição com comentarista de TV.<br />
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Mais especificamente, a convite da emissora, estarei ao vivo hoje na Fox Sports, ao lado do Thiago Alves, para comentar o jogo entre Yankees e Rays, às 17h.<br />
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Espero que vocês possam assistir e nos deem uma força na transmissão! Quando possível, estarei interagindo e respondendo a dúvidas e perguntas sobre baseball através do twitter, que para quem não sabe é <a href="http://www.twitter.com/tmwarning">www.twitter.com/tmwarning</a>.<br />
<br />
Obrigado ao apoio de todos, à Fox Sports pelo convite, e ao grande Almir Junior pela ajuda em fazer isso acontecer!!Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-91290650772764155252016-09-07T12:23:00.001-03:002016-09-07T12:23:41.605-03:00Palpites da rodada - Semana 1<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEZWI4wpR05vh0S45T1K7q62WcTUqJzOirC3yS6hvie75VGJhyphenhyphenQcoPTWZH7yaFoZDJcO4kluFvJXfsPD095cd1po1rCvkTmxGtWhoaOcaDAouqlGAJbhBTgw-JzCVVCpO24tmIZKv_Kl8/s1600/nfl_week_one_01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEZWI4wpR05vh0S45T1K7q62WcTUqJzOirC3yS6hvie75VGJhyphenhyphenQcoPTWZH7yaFoZDJcO4kluFvJXfsPD095cd1po1rCvkTmxGtWhoaOcaDAouqlGAJbhBTgw-JzCVVCpO24tmIZKv_Kl8/s400/nfl_week_one_01.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i>A temporada chegou de fininho, mas chegou!</i></div>
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Caso você tenha morado em uma caverna nos últimos três meses — e caso por algum motivo tenha, eu recomendo fortemente <a class="markup--anchor markup--p-anchor" data-href="https://medium.com/canalzonafa/tagged/podcast" href="https://medium.com/canalzonafa/tagged/podcast" target="_blank">ouvir os nossos podcasts</a> pra saber o que esperar da temporada — você talvez não saiba, mas essa quinta feira (dia 08/09) temos o retorno de algo imensamente importante para manter o equilíbrio do mundo: a <strong class="markup--strong markup--p-strong">National Football League</strong>.</div>
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<div class="graf--p" name="db86">
E para comemorar estou retomando uma das tradições mais antigas do <a class="markup--anchor markup--p-anchor" data-href="http://www.two-minutewarning.blogspot.com" href="http://www.two-minutewarning.blogspot.com/" target="_blank"><strong class="markup--strong markup--p-strong">Two-Minute Warning</strong></a>, meu blog de longa data: os palpites da rodada.</div>
<div class="graf--p" name="db86">
<br /></div>
<div class="graf--p" name="3d2b">
Embora eu não seja um grande fã de palpites — que em geral não passam de um chute bem educado — eu descobri que esse é um bom formato para falar rapidamente de tudo um pouco, e um pouco de tudo, sobre os 32 times da <strong class="markup--strong markup--p-strong">NFL</strong>. O formato é bem simples: eu coloco um jogo, digo quem eu acho que ganha, e em geral digo o porquê desse palpite. Ai eu aproveito para falar de algum tema interessante ou relevante sobre aqueles times, algo que não merece uma coluna ou assunto num podcast, mas que vale a pena falar. Ai eu passo para outro jogo. É a melhor forma de fazer uma rápida ronda pelo que está acontecendo na NFL, e em geral é uma coluna bem popular que agora vai passar a ser aqui no <a class="markup--anchor markup--p-anchor" data-href="https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjOktu_vf3OAhVClpAKHed2DwYQFggcMAA&url=https%3A%2F%2Fmedium.com%2Fcanalzonafa&usg=AFQjCNHYs263bM1ygaFJ_vpZ8ZnbzOAXxg&bvm=bv.131783435,d.Y2I" href="https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjOktu_vf3OAhVClpAKHed2DwYQFggcMAA&url=https%3A%2F%2Fmedium.com%2Fcanalzonafa&usg=AFQjCNHYs263bM1ygaFJ_vpZ8ZnbzOAXxg&bvm=bv.131783435,d.Y2I" target="_blank"><strong class="markup--strong markup--p-strong">ZONA FA</strong>.</a></div>
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<b>PARA LER O RESTO DESSA COLUNA, <a href="https://medium.com/canalzonafa/palpites-da-rodada-semana-1-90eea8563dae#.3kdtf4cdi">ENTRE NO MEDIUM DO ZONA F.A. CLICANDO AQUI.</a></b></div>
Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-32549901383195741282016-07-29T12:30:00.001-03:002016-07-29T12:30:51.556-03:00Hack a Cast #20 - Especial Kobe Bryant, com Denis Botana<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrVMsqlQ0E-4pe3jauNgC9qw0sEzG6qSXYXyy8XBictq0RXrWNe5uF9aAP4P6ON6iV5k_tz-IFK5Z_9Mxdm2VUNyKPiVOcATEWfBwa9QLwAPIHpDvhnMgseJhi0rW0A-FnJ7vTXYdxYCs/s1600/hack+imagem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="285" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrVMsqlQ0E-4pe3jauNgC9qw0sEzG6qSXYXyy8XBictq0RXrWNe5uF9aAP4P6ON6iV5k_tz-IFK5Z_9Mxdm2VUNyKPiVOcATEWfBwa9QLwAPIHpDvhnMgseJhi0rW0A-FnJ7vTXYdxYCs/s400/hack+imagem.jpg" width="400" /></a></div>
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Tem Hack a Cast novo no ar!!<br />
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Com a aposentadoria de <b>Kobe Bryant </b>sendo um dos assuntos mais discutidos da temporada 2016 da <b>NBA</b>, nada mais justo do que dedicar um episódio inteiro do nosso podcast a essa lenda do basquete.<br />
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Para isso recebemos outro de meus ídolos e para mim o melhor escritor de basquete no Brasil: <b>Denis Botana</b>, do fantástico site <a href="http://www.bolapresa.com.br/">Bola Presa</a>.<br />
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Durante uma hora e meia, <a href="http://www.twitter.com/tmwarning">eu</a>, Denis e meu parceiro de sempre <a href="http://www.twitter.com/spinballnet">Vinicius Veiga</a> discutimos sobre a <b>carreira e aposentadoria de Kobe Bryant</b>, suas <b>diferentes "fases" e mudanças ao longo da carreira</b>, suas <b>semelhantes com seu ídolo Michael Jordan</b>, seu <b>declínio e lesões nos últimos anos</b>, sua <b>importância para o esporte</b>, e relembramos algumas das <b>nossas histórias e experiências favoritas com Kobe.</b><br />
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Nossa homenagem cheia de memórias a um dos jogadores mais memoráveis, polarizadores e brilhantes da história do basquete. Confiram!!<br />
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Lembrando também que o <b>Hack a Cast está no <a href="https://soundcloud.com/hack-a-cast">Soundcloud</a>, no iTunes e no seu aplicativo favorito de podcasts</b>. Assine nosso canal, e se possível por favor nos avaliem e deixem seu comentário, para nos ajudar a continuar trazendo esse conteúdo especial de NBA para vocês!<br />
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(E não esqueçam de ler meu <a href="http://two-minutewarning.blogspot.com/2016/07/uma-coluna-sobre-mim-e-kevin-durant.html">texto sobre mim, Kevin Durant, e preferências pessoais quando falamos de esportes</a>!)<br />
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<iframe frameborder="no" height="450" scrolling="no" src="https://w.soundcloud.com/player/?url=https%3A//api.soundcloud.com/tracks/275851406&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false&visual=true" width="100%"></iframe>
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Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-64020787262804376422016-07-25T20:31:00.000-03:002016-07-25T20:31:41.559-03:00Uma coluna sobre mim, e Kevin Durant<div style="text-align: justify;">
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<a href="https://nbcprobasketballtalk.files.wordpress.com/2016/05/535939988-e1464666646792.jpg?w=610&h=343&crop=1" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="223" src="https://nbcprobasketballtalk.files.wordpress.com/2016/05/535939988-e1464666646792.jpg?w=610&h=343&crop=1" width="400" /></a></div>
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Quando <b>Kevin Durant</b> anunciou sua decisão de ir para o <b>Golden State Warriors </b>formar um dos times mais talentosos da história da NBA, o que não faltou foi ver as famosas "<i>hot takes</i>" - opiniões fortes, polêmicas e muitas vezes idiotas - pipocando na internet. Muita gente ofendendo Durant e dizendo que ele era um covarde, ou um perdedor, ou coisa do tipo por ter tomado a decisão DELE, que fazia sentido para ELE, e que afeta a vida DELE. </div>
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E é normal pessoas <i>não gostarem</i> da decisão do Durant. Ela afeta vários fatores que diversas pessoas consideram importantes: muitas valorizam a competição dentro da NBA, por exemplo, e a ida de Durant não só adicionou um jogador Top3 da NBA a um time que venceu 73 jogos ano passado e esteve a 5 minutos de dois títulos seguidos, como ainda derrubou da disputa o único time no Oeste que realmente assustava o Warriors. Outros podem valorizar o jogador que passa a carreira inteira no mesmo time e tem um peso enorme que vai muito além do basquete, virando um símbolo da franquia e da cidade (<b>Duncan, Dirk, Kobe</b> alguns exemplos recentes que vem à mente), e Durant - o símbolo do basquete de <b>OKC </b>- deixando a cidade nos privou de ver mais uma história dessas com um dos melhores atletas da nossa geração. A preferência dessas pessoas foi afetada negativamente pelo cenário que se formou na NBA após essa decisão.</div>
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Ou seja, é comum que pessoas se sintam, em um nível pessoal, incomodadas com a decisão de Durant. Cada um de nós tem um conjunto de preferências e vontades, coisas que valorizam e que buscam, e a decisão de Durant pode ter contrariado muitas dessas. Então a nossa reação natural é de decepção, afinal a realidade não seguiu as nossas expectativas, e por isso desgostamos dessa realidade. Gostaríamos que fosse diferente, ressentimos de como aconteceu, e lamentamos. É a natureza humana, e isso não tem nenhum problema.</div>
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O problema é não reconhecer que existe mais do que um tipo de preferência e de ponto de vista no mundo, e que não necessariamente todos tem que seguir o mesmo. Ao mesmo tempo que a decisão de Durant afetou negativamente muitas pessoas por ir de encontro às suas preferências, certamente existe muitas outras pessoas cujo conjunto de preferências foi afetado positivamente pela ida de KD a Golden State, e que agora estão felizes e elogiando a decisão.<br />
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E também, claro, tem o lado da pessoa mais importante nessa história toda: Kevin Durant. Todo mundo quis atribuir motivos à sua decisão - ele quer vencer do jeito mais fácil, ele não quer a pressão de ser uma estrela, etc - mas a verdade é que ninguém faz ideia do que levou ele a tomar a decisão. E se ele simplesmente não estivesse feliz jogando em OKC? E se ele não gostasse de jogar com <b>Westbrook</b>, ou no esquema ofensivo estagnado do Thunder? E se ele quisesse um novo começo, morar em San Francisco, ou jogar em um time com um estilo diferente? A gente não sabe, e nunca vai saber. Os motivos são dele. E por isso é besteira tentar atribuir motivos para o que o jogador fez ou deixou de fazer, especialmente aqueles que convenientemente servem à narrativa que queremos criar por causa das nossas próprias preferências.</div>
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Em outras palavras, o que nós discutimos não é se a decisão de Durant foi certa ou errada. Nós discutimos como ela afetou as NOSSAS preferências, e qual a nossa reação pessoal a elas. Mas ninguém admite isso. E um dos motivos é porque queremos excluir ao máximo o "eu" quando discutimos de esporte - se você começa a falar das suas visões e preferências, de repente sua opinião vai ser considerada mais subjetiva do que objetiva, e talvez ser menos considerada. E por isso tanta gente tenta omitir o "eu" da conversa e falar como se existissem fatos sobre o que é certo ou errado, sobre o que Durant deveria ou não ter feito, e começa a criar rótulos e narrativas imbecis para tentar explicar porque Kevin Durant - um ser humano tão complexo quanto todos nós, com gostos, preferências, ideias e objetivas totalmente próprios que não dizem respeito a nenhum de nós - tomou uma decisão que vai de contro à nossa configuração pessoal enquanto indivíduos.<br />
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Em resumo, é perfeitamente normal para um fã ou torcedor se sentir traído pela decisão de Kevin Durant (o lado irracional, passional do torcedor), mas não achar que isso faz de Kevin Durant um traidor (o racional, baseado em fatos)... mas é isso que as pessoas tentam fazer, racionalizar sua irracionalidade para torná-la mais "aceitável" e transformar aquilo em um fato... e isso que é o mais absurdo.</div>
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<i>Kevin Durant tomou a decisão de ir para o Warriors, o que diminui a competitividade da NBA e forma um time claramente superior (no papel) aos demais. Mas eu gosto de competitividade e rivalidades, e não gosto de times favoritos. Então a decisão de Durant foi contra o meu gosto. Então, ao invés de reconhecer que ele funciona diferente de mim e teve razões diferentes das minhas para tomar uma decisão que não me dizia respeito, e assumir que eu simplesmente não gostei da decisão, eu vou ficar falando que o Durant é medroso, que é covarde, que é desleal, etc e tal para tentar justificar como EU me sinto em relação a ele.</i></div>
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Desnecessário dizer o quão idiota é isso. Mas é o mundo esportivo como vivemos hoje, infelizmente. Ninguém quer admitir que sua reação a um fator as vezes é totalmente pessoal e baseada nas suas individualidades. E claro, ninguém quer admitir que possa existir outras pessoas que veem o mundo diferente que você - todo mundo só quer estar certo (e isso se estende MUITO além dos esportes, btw).</div>
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Então claro que, quando eu declarei no Twitter que a decisão de Durant era interessante e que eu estava ansioso por ver como seria esse time do Warriors - ao invés de criticar seu caráter e sua decisão - nem todo mundo entendeu meu ponto de vista. Para colocar de forma leve.<br />
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E um seguidor, particularmente revoltado, declarou que meu problema era preferir ver um grande time do que ver a liga sendo equilibrada e competitiva. Quando eu neguei que fosse o caso, ele questionou então: "Então o que você quer ver da NBA?".<br />
<br />
Embora a pergunta tenha sido feita em tom de crítica, ela me fez pensar. Assim como todo mundo tem suas preferências, eu tenho as minhas, mas nunca tinha parado para pensar a fundo na questão. Eu acompanho esportes desde que me lembro, e embora torça pelos meus times, eu sempre dei uma importância maior para os esportes em si do que só assistir pelos meus times. Eu, como qualquer um, também quero ver certas coisas acontecendo, e fico feliz ou triste, animado ou decepcionado, quando algum acontecimento ou fato vai de acordo ou contra meus gostos pessoais.<br />
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Mas, no final, eu voltava para a mesma pergunta.<br />
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O que eu quero quando se trata de esportes?<br />
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<a href="https://cdn1.vox-cdn.com/thumbor/2B9folDPtkvKIa3ZZEZFGORlMfY=/0x2:950x635/1310x873/cdn0.vox-cdn.com/uploads/chorus_image/image/8926347/gyi0064441890.0.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://cdn1.vox-cdn.com/thumbor/2B9folDPtkvKIa3ZZEZFGORlMfY=/0x2:950x635/1310x873/cdn0.vox-cdn.com/uploads/chorus_image/image/8926347/gyi0064441890.0.jpg" width="400" /></a></div>
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Para responder a essa pergunta, eu preciso fazer um paralelo com uma das minhas obras favoritas.<br />
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<b>Hunter x Hunter</b> é um mangá de <b>Yoshihiro Togashi</b>, mais conhecido no Brasil por sua outra obra famosa, <b>YuYu Hakusho</b> (sim, aquele da Manchete). A obra conta a história de "<b>hunters</b>", ou "caçadores": são pessoas que passam a vida "caçando", "procurando" ou "buscando" alguma coisa (dependendo da tradução que você quiser usar). E o que um Hunter procura pode ser qualquer coisa que o atraia: alguns passam a vida procurando criminosos, outros procuram novas espécies de animais. Alguns procuram jóias raras, e outros procuram achados arqueológicos. Não importa o que, mas todos tem que procurar alguma coisa, em geral motivados pelo desejo de aventura e sede de conhecer o desconhecido. É uma das melhores obras que já li, tanto para o gênero de ação como pela genialidade da mensagem de algumas das suas sagas, e recomendo para os fãs do gênero.<br />
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E em Hunter x Hunter existe um personagem chamado <b>Ging Freecs</b>. Ging é um Hunter bastante famoso, considerado um dos personagens mais habilidosos e poderosos da saga e, por muitos, o melhor Hunter do mundo. No entanto, Ging também é considerado um grande mistério: alguém que desaparece com frequência, faz as coisas do seu jeito sem pensar em mais nada, que está constantemente mudando de ideia e de objetivos, e que é praticamente impossível de se encontrar já que nunca fica parado no mesmo lugar. Embora ele seja um Hunter de arqueologia, ninguém sabe exatamente o que ele quer ou o que está buscando na vida. Ele vai aparecer onde e quando quiser, e desaparecer para cuidar dos seus assuntos na maior parte do tempo.<br />
<br />
Em dado momento, um outro personagem pergunta a Ging exatamente o que ele procura. Qual é seu objetivo final, o que ele almeja encontrar.<br />
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A resposta? "<i>O que eu procuro... é alguma coisa que não consigo enxergar diante de mim</i>".<br />
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Eu sempre achei isso genial. Ging não tem um objetivo fixo: ele sempre está à procura de algo novo, de algum novo desafio, algo que ele ainda não tem e terá prazer em ir atrás. O que é essa coisa, na verdade, não importa. O que ele quer é o desafio e a emoção da jornada, o que importa para ele é o caminho, e não onde esse caminho leva. Quando atingir seu objetivo, ele parou de ser interessante e é hora de procurar algo novo. <i>Algo que ele não tem diante dele</i>.<br />
<br />
É exatamente assim que eu me sinto quando fã de esportes, e foi a conclusão que eu cheguei quando penso sobre o que eu quero como alguém que ama e acompanha esportes. O que eu quero ver acontecendo <i>é algo que eu ainda não tenho</i>.<br />
<br />
Em outras palavras, respondendo à pergunta do internauta, eu não sei exatamente o que é que eu quero. E isso não é um problema, porque o que eu quero pode ser atingido independente de qual a forma. O que eu quero é algo novo, algo diferente e que nunca tenha visto antes. Eu quero a experiência de ver algo que me eleve a um patamar maior como fã de esporte. O que isso é, não importa de verdade. Pode vir sobre diferentes formas: uma virada espetacular, uma temporada que quebra recordes, um jogador diferente e único. Eu quero ver <a href="http://www.fangraphs.com/statss.aspx?playerid=10155&position=OF">dois dos melhores jogadores</a> da<a href="http://www.fangraphs.com/statss.aspx?playerid=2036&position=P"> história da <b>MLB</b></a><b> </b>tendo seus auges juntos. Eu quero ver uma rivalidade perfeita entre dois dos 5 maiores <i>quarterbacks</i> da história da NFL. Eu quero ver <a href="https://www.youtube.com/watch?v=DCdchNMESb0">a maior virada da história dos esportes americanos</a>. Eu quero ver <a href="https://www.facebook.com/tmwarning/posts/570118529829876">um jogador aleatório vivendo uma história improvável e mágica</a> com final feliz. Eu quero ver um jogador que <a href="https://www.youtube.com/watch?v=PxgNj4bD8QU">muda a forma como eu (e a própria <b>NBA</b>) penso um esporte</a>. Mesmo que, até essas coisas se concretizarem, eu não fazia ideia de que eu queria tanto elas.<br />
<br />
Quando em 2010 <b>LeBron </b>anunciou sua decisão de deixar o <b>Cavaliers </b>para se juntar a <b>Wade e Bosh </b>em <b>Miami</b>, minha primeira reação foi negativa. Ao invés de vencer as dificuldades em Cleveland, LeBron parecia estar pegando o "caminho mais fácil" ao se juntar a duas outras superestrelas, e assim ele nunca se realizaria como completo superstar da NBA. Eu queria ver LeBron atingindo seu auge e superando as barreiras na própria força, não na força de Wade e Bosh.<br />
<br />
Depois, eu percebi o quanto isso era idiotice. Eu ainda estava muito apegado ao estereótipo <b>Jordan </b>da superestrela que centraliza o jogo, arremessa todas as bolas e domina as atenções. O que eu percebi depois - e, felizmente, a tempo - é que LeBron era um jogador diferente, mais voltado para o jogo coletivo, e que ter grandes companheiros ao seu redor era uma condição importante para que James conseguisse tirar o máximo do seu jogo, e enfim atingisse todo seu imenso potencial como jogador de basquete. Isso nunca teria acontecido naqueles times horríveis de Cleveland. Então a decisão de LeBron, no final, acabou me proporcionando duas coisas que eu nunca poderia ter tido como fã de esportes se ele tivesse ficado em Cleveland: a possibilidade de ver o jogador mais talentoso que já assisti realizando seu potencial e atingindo seu auge como jogador de basquete, e ver um time tão bom, tão único e que jogava um basquete tão maravilhoso de se assistir como aquele Heat 2012-2013.<br />
<br />
<i>(Tangente rápida: uma grande pena que o Heat de LeBron nunca tenha conseguido uma temporada completa, do início ao fim, em plenos poderes. Em 2012, o time só atingiu seu auge nos playoffs, quando Bosh machucou, LeBron mudou para PF e o time descobriu seu small ball. E em 2013, o time chegou nos playoffs desgastado demais, cansado demais, e nunca jogou seu melhor basquete. Eles nunca tiveram aquela temporada completa chutando bundas a torto e a direito que mereciam. Nossa perda.)</i><br />
<i><br /></i>
Meu jogo favorito que assisti ao vivo? G4 da série entre <b>Mavs </b>e <b>Blazers </b>em 2011, na primeira rodada dos playoffs. Foi o jogo que <b>Brandon Roy</b>, praticamente fora da NBA a essa altura por causa dos problemas físicos que destruíram o que vinha sendo uma fantástica carreira, saiu do banco e milagrosamente voltou o relógio alguns anos, anotando 18 pontos - inclusive os oito finais do Blazers na partida - e dando quatro assistências no quarto período apenas, enquanto Portland tirou uma vantagem de 18 pontos de Dallas no período final para igualar a série em 2-2. Cinco anos depois, eu ainda lembro daquele jogo como se fosse hoje.<br />
<br />
Esse jogo importou no grande esquema das coisas? Provavelmente não. Dallas ainda venceu a série em 6, e algumas semanas depois venceu o Miami Heat para conquistar seu primeiro título de NBA. Brandon Roy aposentou naquela offseason, voltou em 2012 e aposentou de vez algumas semanas depois.<br />
<br />
Mas aquele ainda é, e sempre será, o jogo que eu lembro quando penso nos playoffs de 2011. Foi simplesmente perfeito: um dos meus jogadores favoritos e figura trágica da NBA, alguém que eu já tinha aceitado a decadência e sabia (ou achava que sabia) que nunca mais veria jogando no alto nível do passado, de repente se rejuvenescendo por 12 minutos e jogando talvez o basquete mais inspirado da sua vida, conduzindo uma das maiores viradas da história dos playoffs da NBA com uma das mais memoráveis performances da história da NBA em quartos períodos. Foi imprevisível, e foi emocionante de se contemplar. Ele me deu algo que eu nunca tinha visto, que eu nunca pensei que veria, e no final das coisas, uma memória para sempre.<br />
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Como Bill Simmons escreveu uma vez, nós fãs assistimos a 1000 jogos em busca de algo especial, algo único e fantástico, e 999 vezes ela não acontece. Mas quando tem a 1000th vez, ela acontece, e é algo que nunca mais vamos esquecer, e que fazem valer todo o esforço. A atuação de Brandon Roy foi a milionésima vez. Eu nunca esquecerei de assistir esse jogo enquanto viver.<br />
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<a href="https://cbsboston.files.wordpress.com/2015/11/celtics-rockets.jpg?w=628" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="223" src="https://cbsboston.files.wordpress.com/2015/11/celtics-rockets.jpg?w=628" width="400" /></a></div>
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Então voltando ao ponto inicial: o que isso significa em relação a<b> Kevin Durant?</b><br />
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Kevin Durant deixando o <b>Thunder </b>nos privou de muitas coisas boas. Ver aquele time jovem do Thunder que surgiu para o mundo em 2010 tentar subir a montanha, enfrentando seus próprios demônios e dificuldades para tentar chegar no topo da liga, era uma histórias mais interessantes de se acompanhar na NBA nesses últimos 7 anos. Ver aquele time enfim atingindo o topo, superando os poderosos <b>Warriors </b>e <b>Cavs</b>, sua crescente rivalidade com Golden State, a eterna dúvida se Durant e <b>Westbrook </b>algum dia achariam a forma ótima para conviver... são todas coisas que eram muito divertidas.<br />
<br />
Eu queria muito ver a história do Thunder do começo ao fim, até por ser uma das histórias mais fáceis de se acompanhar: o time jovem e promissor de 2008/2009, o time dando um salto em 2010, a evolução nítida de 2011, finalmente chegando nas Finais em 2012, a troca de <b>Harden </b>e as lesões de Durant e Westbrook, a quase redenção em 2016... era uma história que muitos (inclusive eu) queriam ver tendo um final, e de preferência um final feliz. Era algo que eu queria ver, e agora (ou pelo menos por enquanto) não verei mais por causa da decisão de Durant.<br />
<br />
Mas ao mesmo tempo, eu já vi antes times subindo a montanha e atingindo o título. Eu já vi times ultra-talentosos, mas de encaixe difícil, encontrando uma forma de coexistir e tirar o melhor de si mesmo rumo a um título. Eu já vi dois dos 5 melhores jogadores da NBA jogando juntos no seu auge. Não que seja uma história que não seja ótima de se rever várias vezes com diferentes protagonistas, mas não é exatamente algo novo para mim.<br />
<br />
Mas eu nunca na vida vi um time de basquete tão talentoso - pelo menos no papel - quanto Golden State é agora com Kevin Durant. Eles tem a chance de fazer algo que eu nunca vi antes, de quebrar recordes e atingir um nível de basquete que eu nunca vi. Eu sempre me ressenti de nunca ter a chance de ver o <b>Celtics </b>de 86 ou o <b>Bulls </b>de 96 ao vivo - na minha opinião os dois melhores times de basquete da história da NBA - e agora tenho a chance de acompanhar um time que pode ser tão bom quanto, ou até melhor, do que esses dois times lendários. É uma oportunidade nova que essa decisão de Durant também trouxe.<br />
<br />
E também tem o seguinte: é possível que, assim como LeBron, existe um jogador melhor dentro de Durant esperando para sair na situação certa, e com os companheiros certos. <b>Larry Bird</b> não teve seu auge como jogador de basquete em 1986 apenas porque, individualmente, ele estava no seu auge físico e técnico - um dos principais motivos é que o talento no <b>Celtics </b>ao seu redor teve um notório auge naquela temporada, e isso permitiu que Larry Legend explorasse mais partes do seu jogo que antes ele não tinha como: sua maestria nos passes, sua versatilidade para executar múltiplas funções, e até mesmo sua criatividade para tentar coisas novas quando os jogos estavam entediantes. Bird teve seu auge em parte porque o coletivo ao seu redor era melhor, e muito mais preparado para que ele tirasse o máximo de seu jogo.<br />
<br />
Talvez o mesmo aconteça com Kevin Durant: em um time mais coletivo, com mais opções, com QI coletivo fora de série e tantos jogadores completos, talvez Durant agora pode focar em mostrar e elevar partes do seu jogo que não apareciam antes para nós tão bem. Com menor responsabilidade para pontuar, e com mais espaço do que nunca, pode ser que vejamos mais de Durant como passador e criador, ou que ele decida focar mais na sua defesa, que tem chance de ser excepcional. Talvez ele tenha mais assistências e mais roubos de bola do que nunca, e arremesse algo como 55-43-90 na temporada. Com seus companheiros melhores e jogando um estilo de basquete mais favorável, pode ser que o próprio Durant leve seu jogo a um nível que não tínhamos visto antes.<br />
<br />
Isso tudo é melhor do que a chance de ver o Thunder ser campeão com Durant e Westbrook? Para mim agora é, e por um motivo simples: eu tenho a chance de ver tudo isso acontecendo agora, enquanto que ver o Thunder campeão com West e KD não. Qual é a graça de buscar algo que não existe mais? Por que se apegar a algo que deixou de existir, se eu posso ir atrás de novas possibilidades e novos objetivos, coisas que eu nunca tive antes e que podem cumprir seu papel para mim, de me levar a um patamar mais alto como fã do esporte? A decisão de Durant fechou algumas portas e nos privou de algo muito legal, mas ao mesmo tempo abriu outras portas e outras possibilidades. A grandeza que podemos ver hoje é diferente da de ontem, mas não necessariamente é pior.<br />
<br />
Essa foi a lição que eu aprendi ao longo da vida esportiva. Ao invés de me apegar a algo que não existe mais, eu simplesmente começo a buscar algo novo toda vez que a situação mudar, e com isso eu - de novo, <i>EU </i>- posso aproveitar plenamente o que os esportes que eu tanto amo me oferecem. Durant nos tirou algumas coisas boas, mas nos oferece outras em troca: eu posso lamentar pela perda das primeiras, mas isso nunca pode me impedir de aproveitar e almejar as coisas novas que eu não poderia ter antes, e agora posso. As coisas mudam rápido demais nos esportes. Se não soubermos nos adaptar igualmente rápido, podemos perder chances únicas. Não importa <i>o que</i> eu quero. O que importa é que eu sempre quero algo novo, algo diferente, algo que vai me elevar a um patamar maior como fã de esportes. E quando isso acontecer, eu posso ficar satisfeito sabendo que, naquele momento, eu serei mais rico em experiências esportivas do que era antes. E, minutos depois, me preparar para buscar o próximo objetivo.<br />
<br />
Ou pelo menos isso é o que eu sinto. Você é livre para sentir ou pensar algo totalmente diferente, com base nas suas próprias preferências e opiniões. Isso é perfeitamente normal.<br />
<br />
Só é uma grande idiotice achar que o que você sente é a verdade do mundo, e que um jogador de basquete profissional que precisa pensar na sua própria vida e carreira e pensa diferente de você é um traidor. Ou um covarde. Ou qualquer outro adjetivo imbecil que tenha surgido desde o dia 4 de julho.<br />
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Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-37196946174608486382016-07-08T20:14:00.001-03:002016-07-08T20:14:27.401-03:00Hack a Cast #18 e #19 - Kevin Durant e a Free Agency<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZJ2ER_vCgj040F1mdimoLwewIDfsJERwsPIKfDSsTfUCEzXX0bWg_bGg55huIor4f7jiVTki79Tk7Fgytui1fSbHWjh2-6tnAGy2ZGCv9QGafkOUSlZhBS1Y-C79yIG81lEtsod8mW3g/s1600/hack_cast.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="285" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZJ2ER_vCgj040F1mdimoLwewIDfsJERwsPIKfDSsTfUCEzXX0bWg_bGg55huIor4f7jiVTki79Tk7Fgytui1fSbHWjh2-6tnAGy2ZGCv9QGafkOUSlZhBS1Y-C79yIG81lEtsod8mW3g/s400/hack_cast.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<b><br /></b>
<b>Tem Hack a Cast novo... e em dose dupla!!</b><br />
<br />
Com a Free Agency em pleno vapor, eu e o <a href="http://www.twitter.com/spinballnet">Vinicius Veiga</a> tivemos que fazer um podcast de emergência (com ajuda do <b>Renato Gonçalves</b>, do perfil <b><a href="https://twitter.com/NBAnoBrasil">NBA no Brasil</a></b>) para discutir a polêmica decisão de <b>Kevin Durant de se juntar ao Warriors: o que isso significa, como o Warriors deve ser daqui para frente, e quais as alternativas do Thunder nesse momento.</b><br />
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Depois, com mais calma, chamamos novamente o <b>Renato</b> para discutir o resto da Free Agency: <b>Al Horford no Celtics, Dwight Howard no Hawks, os valores astronômicos da offseason, os grandes contratos da temporada, alguns times que fizeram barulho, e os nossos contratos preferidos.</b><br />
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Então aproveite nossa cobertura especial da offseason: duas horas e meia de podcast, só falando de NBA!!<br />
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<i><b>Em tempo: Estamos agora no iTunes! </b>Vocês podem nos achar procurando por Hack a Cast no iTunes ou em qualquer aplicativo de podcasts.<b> Peço a todos os ouvintes que se possível nos avaliem e façam um comentário sobre o podcast: é pouca coisa, não custa mais do que cinco minutos, mas é importante para aumentar a projeção do nosso Hack a Cast e nos ajudar a continuar trazendo esse conteúdo para vocês.</b></i><br />
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Aproveitem!!<br />
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<b>Hack a Cast #18 - Kevin Durant nos Warriors</b><br />
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<b>Hack a Cast #19 - Free Agency da NBA</b><br />
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<br />Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-1219896558619659232016-06-28T21:04:00.002-03:002016-06-28T21:05:28.157-03:00Hack a Cast #17 - NBA Draft<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0k7fbrVSXwcg55AIcik2HSsAf_HwcxLcYQRpRqbaA50mhB-MfO7Ds01aZtBmorRwstzuJCM6q1hxbbFSIpMIDG59f3mA01khF21NgTMtcMMq7EkVljyI6XQO3cS6N2wIfVQqDaxeaNzo/s1600/hack_cast.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0k7fbrVSXwcg55AIcik2HSsAf_HwcxLcYQRpRqbaA50mhB-MfO7Ds01aZtBmorRwstzuJCM6q1hxbbFSIpMIDG59f3mA01khF21NgTMtcMMq7EkVljyI6XQO3cS6N2wIfVQqDaxeaNzo/s320/hack_cast.jpg" width="320" /></a></div>
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Tem podcast novo no ar!!<br />
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Nessa edição, eu e o <a href="http://www.twitter.com/spinballnet">Vinicius Veiga</a> recebemos um convidado muito especial, <a href="https://twitter.com/GabrielAndPaula">Gabriel Andrade</a> do <a href="http://t.co/jmHIkGWdyG">TimeOut Brasil</a>, para falar muito do Draft da NBA!!<br />
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Falamos de prospectos internacionais, melhores e piores escolhas, trocas malucas, e analisamos as principais escolhas da noite!!!<br />
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Assine o Hack a Cast!!
<iframe frameborder="no" height="450" scrolling="no" src="https://w.soundcloud.com/player/?url=https%3A//api.soundcloud.com/tracks/271317532&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false&visual=true" width="100%"></iframe>Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-75806013076603101032016-06-22T09:08:00.003-03:002016-06-23T19:54:29.083-03:00Novidade: Draft no Lance!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://static.vibe.com/files/2015/06/nba-draft-2015.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://static.vibe.com/files/2015/06/nba-draft-2015.jpg" height="213" width="320" /></a></div>
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É com grande orgulho e alegria que, pelo secundo ano consecutivo, o portal Lancenet - um dos maiores portais esportivos do Brasil - vai fazer uma cobertura ao vivo do Draft da NBA!<br />
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Mais uma vez, o time será composto por mim, pelo<a href="http://www.twitter.com/bolapresa"> <b>Denis </b>e o <b>Danilo </b></a>do <a href="http://www.bolapresa.com.br/">Bola Presa</a>, o <a href="https://twitter.com/luis_araujo_">Luis Araújo</a> do <a href="http://t.co/6Pqw1BK21j">Triple Double</a>, e claro, nosso anfitrião <a href="https://twitter.com/lucas_pastore">Lucas Pastore</a>, do <a href="http://www.lance.com.br/">Lance!</a> e do <a href="https://spursbrasil.wordpress.com/">Spurs Brasil</a>.</div>
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<b>Faremos comentários ao vivo durante o recrutamento através da ferramenta online do Lance!!</b></div>
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Você pode encontrar mais detalhes aqui: <a href="http://blogs.lance.com.br/basquete/draft-tera-cobertura-ao-vivo-do-lance/.%C2%A0">http://blogs.lance.com.br/basquete/draft-tera-cobertura-ao-vivo-do-lance/. </a></div>
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Mais perto divulgaremos os links para o companhamento, por isso nos siga no twitter e fique atento.</div>
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Prestigiem essa excelente iniciativa do Lance! e nossa cobertura mais que especial do Draft!<br />
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<b>UPDATE: O link para acompanhar nossos comentários é https://t.co/iKLcnOcB1y</b></div>
Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8533343676847376544.post-16291225892919636182016-06-12T13:45:00.001-03:002016-06-12T13:45:08.850-03:00Hack-a-Cast #15 - Finais da NBA, com Renato GonçalvesVitor Camargo recebe Renato Gonçalves para falar das Finais da NBA, se já podemos dar parabéns para o Warriors, se o Cavs é melhor sem Kevin Love, as atuações de Steph Curry, o performance de Kyrie Irving no G4, e muito mais!<br />
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<span class="mce-preview-object mce-object-iframe" data-mce-object="iframe" data-mce-p-frameborder="no" data-mce-p-scrolling="no" data-mce-p-src="https://w.soundcloud.com/player/?url=https%3A//api.soundcloud.com/tracks/268680484&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false&visual=true" style="border: 1px solid gray; cursor: default; display: inline-block; line-height: 0; margin: 0px 2px; position: relative;"><iframe frameborder="0" height="450" src="https://w.soundcloud.com/player/?url=https%3A//api.soundcloud.com/tracks/268680484&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false&visual=true" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, "Times New Roman", "Bitstream Charter", Times, serif; font-size: 16px;" width="100%"></iframe></span><br />
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Vitorhttp://www.blogger.com/profile/17462794631931948151noreply@blogger.com0