Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Especial NBA - Larry Bird e Kareem Abdul-Jabaar



Para quem não sabe que Especial é esse e pra que ele serve, leiam esse post antes. 
Posts anteriores:
 - Bill Russell e Wilt Chamberlain
 - Jerry West e Oscar Robertson
 - Julius Erving

Larry Bird (Boston Celtics, 1986)
Kareem Abdul-Jabaar (Los Angeles Lakers, 1987)


Senhoras e senhores, seus vencedores para "Melhor sequência de dois anos da história da NBA". E já aviso a vocês todos, eu não consigo ser totalmente imparcial quando falo dos anos 80 na NBA, em especial desse período de dois anos entre 1986 e 1987. Porquê? Bom, nesse biênio vimos dois dos melhores times de todos os tempos, duas das três maiores temporadas Keyser Soze da história da NBA (com o Bulls de 96 sendo a outra), o auge de dois dos cinco maiores jogadores de todos os tempos, a maior rivalidade entre dois times da história da NBA e a maior - e mais interessante - rivalidade individual da história da NBA entre Magic Johnson e Larry Bird. Foi o período que a NBA definitivamente deixou de ser uma Liga secundária e passou a ser mainstream, que a NBA entrou no modo de TV a cabo e finalmente teve suas maiores estrelas repercutindo fora das quadras (como vocês devem lembrar, isso começou com Julius Erving alguns anos antes). Então sim, foi um período extremamente interessante e muito importante. Ninguém pode me culpar por babar toda vez que tocam nesse assunto

Mas muito embora a década de 80 tenha sido dominada e marcada por dois dos melhores e mais importantes jogadores da NBA (Bird e Magic), e serem os dois envolvidos na grande rivalidade da história da Liga, o 2K12 nos deu um outro jogador pro time do Lakers de 87, outro dos grandes de todos os tempos, Kareem Abdul-Jabbar. E embora eu entenda porque Magic ficou com o Lakers de 91 (falaremos disso mais tarde), pra mim devia ser Magic e Bird com esses dois times. Mas como ficou com Kareem, vamos falar rapidamente de Lew Alcindor antes de seguirmos em frente.

Eu já falei muito de Kareem - em especial quando ele ainda era Lew Alcindor e jogava pelo Bucks - nos posts de Oscar Robertson e Julius Erving, então para maiores detalhes recomendo que leiam esses posts. Mas pra falar rapidamente da carreira dele, precisamos começar por quando ele foi draftado. Saindo do College, Alcindor era considerado o próximo grande pivô e superestrela da NBA. Ágil e rápido demais pra ser marcado por jogadores mais altos e fortes, alto e habilidoso demais pra ser marcado por jogadores mais baixos e atléticos, e ainda possuindo o único arremesso da história da NBA que era impossível de evitar - o seu famoso Sky Hook - Kareem dominou a NCAA ao ponto de que criaram uma regra proibindo enterradas por causa dele (que David Thompson adorava desafiar e enterrar mesmo tomando uma técnica depois). Por isso, quando finalmente chegou a hora de mudar para os profissionais, aliciar Kareem virou uma questão importantíssima no contexto da competição entre a NBA e a ABA: A NBA queria mostrar que não estava com problemas e que ainda era capaz de trazer as grandes estrelas da NCAA, e a ABA queria mostrar sua força e atrair uma das grandes estrelas do basquete, que eventualmente forçaria um contrato de televisão e apressaria a fusão entre as duas (para mais detalhes, leiam o post de Erving).

O resultado todo mundo sabe, Kareem acabou indo para o Bucks, jogar na NBA. Mas o curioso é, Kareem queria mesmo era ir pra ABA, uma Liga com mais jogadores negros onde ele poderia morar em New York (e jogar pelo Nets), uma cidade muito mais interessante do que Milwaukee. No entanto, como a ABA ainda era uma Liga recém-formada e ele não queria flertar muito com ela em público, decidiu que iria escutar apenas uma oferta de cada Liga antes de decidir... E quando o comissário da ABA, George Mikan, foi fazer a proposta para Kareem, ele simplesmente esqueceu - não, sério, ele esqueceu - de entregar a ele um cheque de um milhão que fazia parte da proposta para ele jogar no Nets. Ofendido pela proposta da ABA, Kareem decidiu jogar pela NBA.

A carreira de Kareem na NBA teve um começo interessante. Com muito sucesso logo na sua primeira temporada (29-15-4, Rookie of the Year), o Bucks decidiu ir atrás de ajuda imediata para conseguir um título para sua superestrela, trocando por Oscar Robertson. Não vamos entrar em detalhes porque isso já foi contado no Especial sobre Oscar, mas o Bucks acabou ganhando seu título aquele ano com Kareem (32-16) liderando o time. O Bucks se manteve relevante por mais alguns anos enquanto Kareem e Oscar continuaram jogando, mas quando Oscar se aposentou depois da temporada 1974, o Bucks de repente ficou sem armador e sem um elenco de apoio decente para Kareem (o time era tão ruim que em 75 o próprio Kareem liderou o time em assistencias... Com 4.1 por jogo). Depois de amargar uma temporada de 1975 muito ruim, com um péssimo time e preso em uma cidade chata e sem nenhuma população muçulmana, Kareem se tornou o primeiro Superstar a forçar uma troca de um time de mercado pequeno para um de mercado grande ao forçar uma troca para o Los Angeles Lakers. Pois é, se Doctor J foi o superstar responsável por tornar as estrelas do basquete ícones foras das quadras, Kareem foi o responsável inicial pela tendência de Superstars forçarem trocas para times de mercado grande. Adivinhe qual deles é lembrado com mais saudade.

Bom, Kareem foi trocado pro Lakers, mas não foram exatamente bons anos para ele. O Lakers teve que mandar boa parte do seu time na troca e Kareem acabou ficando em Los Angeles com um elenco de apoio medíocre, cada vez mais introspectivo e incapaz de carregar aquele elenco fraco longe. No entanto, pra sorte de Kareem - e da NBA - o Draft da 1980 acabou trazendo a salvação.

Com o tempo, acabou se criando um certo mito de que a chegada de Magic e Bird na Liga salvou a NBA. Que a NBA estava em baixa com audiência e popularidade, vindo de algumas temporadas fracas e com Finais pouco importantes que sequer foram transmitidas ao vivo, e em resumo, com dificuldades de conectar com o povo e colher os benefícios disso. E a chegada de Magic e Bird teria reacendido a Liga, salvado sua popularidade e lançado a NBA de vez no mundo do sucesso.

Bem, na verdade esse mito não é muito verídico. É verdade que a NBA estava com dificuldades financeiras e em termos de público, especialmente depois da temporada de 1977. Apesar da fusão entre as duas Ligas ter juntado o melhor do talento do basquete em uma Liga só, os times ainda passavam por uma fase de adaptação. O choque entre os estilos da Liga foi bem grande, muitos times tiveram muitas dificuldades pra estabelecerem uma identidade com jogadores acostumados a estilos muito diferentes, e pra piorar o melhor e mais popular time da NBA da época (Blazers, campeão em 77 e 50-10 na temporada 78) acabou implodindo depois da lesão que tirou Bill Walton (Por sinal, a maior estrela da Liga junto com J) das quadras. O aumento dos salários pré-Merger acabou tirando um certo poder dos times e fez com que os torcedores parassem de se identificar com os jogadores (aquela velha história do "Todo mundo ganha demais e se importa de menos", justa ou não). As temporadas de 78 e 79 foram temporadas muito fracas, sem times fortes carregados por estrelas carismáticas e com a televisão nem se importando em passar os jogos ao vivo. A NBA precisava de uma vida nova, alguma coisa que atingisse mais fãs e que aumentasse o interesse na Liga, e portanto as receitas. Então sim, essa parte da história é verdade, embora tenha sido um pouco exagerada ao longo dos anos.

E é verdade também que isso começou a mudar em 1980, o ano que Magic e Bird (Draftado em 79, mas só foi pra NBA um ano depois) chegaram na Liga. Mas a questão é que o principal motivo dessa mudança não foi exatamente a chegada de Bird e Magic. Não entendam errado, a chegada dos dois para as duas principais franquias da Liga, já trazendo uma rivalidade vindo da NCAA depois de uma espetacular temporada que acabou com o Michigan State de Magic vencendo o Indiana State de Bird na final, foi muito importante. Bird e Magic eram as estrelas que a Liga precisava, ancoraram os dois grandes times dos anos 80, conectaram com fãs (algo que a Liga precisava urgentemente) e mostraram pro mundo que basquete era realmente divertido. A entrada dos dois na Liga definitivamente levou a NBA para um patamar muito melhor. Mas isso demorou algum tempo pra se firmar, enquanto que a temporada de 1980 sozinha já deu sinais de recuperação antes mesmo dos dois estourarem. E isso aconteceu principalmente por causa de outra coisa: TV a cabo. E isso foi a melhor coisa que aconteceu pra NBA, porque deu à nova geração de talentos da NBA muito mais exposição. Ao inves de depender da CBS, passar poucos jogos na televisão, seus principais jogos mudados de data pra acomodar a programação da emissora ou simplesmente ver os playoffs passando em tape delay, a NBA agora tinha canais pra passar sua programação num periodo muito maior, passar seus jogos importantes ao vivo e aumentar em muito o tempo de exposição da Liga na televisão. Essa mudança permitiu à NBA alcançar uma base de fãs muito maior e aumentou em muito o material disponivel em vídeo. Então sim, a entrada de Bird e Magic foi importantíssima pra NBA, mas quem permitiu que eles atingissem essa importância foi a chegada da televisão a cabo.

A rivalidade de Magic e Bird quando chegaram à NBA já era mais do que esperada, depois da temporada de 79 na NCAA quando os dois foram as grandes estrelas e duelaram nas Finais. Mas além disso, os dois eram jogadores que se importavam demais com basquete, jogavam para seu time, eram extremamente divertidos de assistir, dois dos melhores passadores de todos os tempos, e, no caso de Magic, ele ainda fez o que apenas Doc tinha feito antes: transcendeu a barreira da cor. Ninguém pensava em Magic como sendo branco ou negro, e sabendo o que sabemos sobre jogadores como Elgin Baylor e Oscar, isso significava bastante coisa. Mas assim como J, ninguém ligava pra isso com Magic: Ele era divertido, altruísta, jogava pro time e tinha um sorriso contagiante em quadra. A melhor comparação pra Magic que eu já vi, feita pelo Denis do Bola Presa, foi a do Ronaldinho Gaucho nos tempos de Barcelona, quando ele jogava com um sorriso enorme no rosto e genuinamente se divertia com o que fazia. Em outras palavras, Magic e Bird não eram só extremamente bons, eles eram - especialmente Magic - extremamente carismáticos. E a Liga precisava de jogadores assim. E se eles vivessem pra chutar o traseiro um do outro (apesar de serem ótimos amigos fora de quadra), melhor ainda!

E lógico, a dupla deu muito certo logo de cara. Logo no primeiro ano dos dois, 1980, Bird ganhou Rookie of the Year (21-11-5, com quase 2 roubos e 40%3PT) e levou um bom time do Celtics aos playoffs, e Magic - depois de ressuscitar a carreira de Kareem - foi MVP das Finais naquele ano em cima do Sixers de J por causa especialmente do seu jogo 6: 42 pontos, 15 rebotes, 7 assistências jogando o jogo todo de pivô no lugar de Kareem, que ficou em Los Angeles machucado se preparando para o eventual jogo 7, no que Bob Ryan chamou de "A melhor performance individual que eu já vi na vida" (precisa ser citado, Kareem foi o principal jogador do Lakers nos cinco primeiros jogos e anotou 40 pra ganhar o jogo 5 mesmo jogando em uma perna só). No ano seguinte, com Magic batalhando lesōes e problemas de entrosamento com o time (em especial, insatisfeito por dividir a armação com Norm Nixon), Bird assumiu o controle do Celtics após a  aposentadoria de Dave Cowens e levou um bom time com Robert Parish, Tiny Archibald e Cedric Maxwell, e ainda Kevin McHale vindo do banco, para o título da NBA em cima do Rockets de Moses Malone. Em 1982, o Lakers novamente chegou no topo da Liga vencendo o Sixers, com Magic e Kareem (ainda o Alpha Dog do time) liderando um grupo muito bom que ainda tinha Bob McAdoo, Jamaal Wilkes e Nixon (Magic teve um espetacular 18.6 pontos, 9.6 rebotes e 9.5 assistências na temporada regular, o mais perto que alguém já chegou do triple double de Oscar).

(Nota importante demais: Parish e McHale - 3rd pick no Draft - vieram pra Boston do Warriors em troca da 1st pick daquele Draft, que era do Celtics, e futuramente virou Joe Barry Carroll. Sempre que você pode trocar um cara cujo apelido era Joe Barely Cares por Parish e McHale, você tem que fazer a troca. Red Auerbach nem precisou pensar muito nessa)

Ou seja, embora Magic e Bird ainda não tivessem se enfrentado diretamente na NBA, os dois e sua rivalidade já tomavam conta da NBA. Bird tinha sido campeão liderando o Celtics de 81, e Magic bicampeão em 80 e 82, mas ainda como o second banana de Kareem (que, para sermos justos, nunca teria voltado a jogar nesse nível não fosse Magic). Essa dominância e rivalidade dos dois foi a bandeira que a NBA começou a carregar pra atrair cada vez mais torcedores, e funcionou. Mas a Liga queria muito que os dois se enfrentassem diretamente nas Finais pra dar o boom definitivo de audiência. E pra sorte de David Stern, recém-apontado comissário, isso aconteceu não só uma, mas duas vezes, em 1984 e 1985.

Em 1984, depois de um ano conturbado em 83 quando o Celtics desistiu do seu técnico na metade da temporada, e cansado de apanhar do Andrew Toney todo ano, contrataram KC Jones pra técnico e trocaram por Dennis Johnson, o melhor guard defensivo da sua geração. Apesar do Sixers ter feito o favor de perder pro Nets antes de enfrentar o Celtics, Boston viu sua nova aquisição valer a pena quando o time foi pra Final, onde o Lakers esperava na sua terceira final consecutiva para o primeiro Bird vs Magic no profissional. Pra ambos os jogadores e ambos os times, bem como pra NBA e pra televisão, a final não desapontou. Na verdade, considerando que o salary cap entrou em vigor ao final de 1983 e que hoje em dia é impossível para times se manterem tão lotados de talento como aqueles times dos anos 80, e que hoje os jogadores na Liga se gostam demais pra ter rivalidades como aquelas, provavelmente nunca mais veremos uma série com tanta rivalidade, tantos jogadores bons em quadra ao mesmo tempo, tão física e tão disputada. Muita gente até hoje considera as Finais de 1984 como as melhores de todos os tempos: Sete jogos, a falta mais famosa de todos os tempos, muitas faltas duras, muitas prorrogaçōes, um dos maiores jogos de todos os tempos (Jogo 4, com a falta de McHale em Kurt Rambis, Magic errando o game-winner no tempo normal, depois sumindo nos momentos decisivos da prorrogação, Larry acertando o arremesso decisivo em cima de Magic em OT, e o Celtics finalmente ganhando por quatro) alguns game-winners e momentos marcantes... E um time superior do Lakers perdendo um jogo 7 principalmente porque Magic e James Worthy falharam em momentos decisivos dos jogos 4 e 7 pra um time do Celtics que simplesmente queria mais a vitória, nas Finais que finalmente explodiram de audiência e elevaram a NBA ao status "cool".

O Lakers se vingou em 85, quando roubou as Finais de um time do Celtics superior que implodiu por problemas de entrosamento (especialmente um insatisfeito Maxwell) e por causa de Bird ter machucado sua mão em uma briga de bar e ter tido muitos problemas nas Finais. Até hoje, McHale e Danny Ainge ainda reclamam que o Celtics perdeu uma ótima chance de repetir o título de 84, e por melhor que aqueles Lakers fossem, o Celtics ainda provavelmente ainda era melhor. Mas tudo bem, por dois motivos: Primeiro, o Lakers era melhor em 84 e entregou as Finais, o Celtics devolveu o favor em 85. E também, porque sem essa derrota, não teríamos o meu time favorito da história da NBA: O Celtics de 86.

Eu sempre digo que pra um time atingir seu àpice, um dos ingredientes mais importantes que existe é a motivação. Todo time tem alguma coisa que funciona como um motivador, e quanto mais forte, mais o time vai extrair de si mesmo, mais vai atingir aquele nível Keyser Soze, aquela temporada onde o time não quer só ganhar, ele quer massacrar e provar um pouco. E não tem motivador melhor do que o grande time que foi derrubado e quer voltar ao topo, mas não só voltar ao topo, mas também não quer deixar a menor dúvida de quem é o melhor. E pro Celtics de 1986, ele nunca teria atingido esse nível de motivação se não tivesse perdido em 85 para um Lakers inferior.

Antes da temporada começar, o Celtics trocou o infeliz Cedric Maxwell pelo eternamente machucado Bill Walton e liberou, pra mim, a definitiva temporada Keyser Soze de todos os tempos. Com um Bird puto da vida (27-10-6, 2 Steals, 42 3PT%) liderando o caminho, McHale no seu auge e um quinteto ridiculo de DJ, Ainge, Bird, McHale e Parish (com Walton e Scott Wedman vindo do banco) se encaixando perfeitamente em torno da hierarquia da equipe, o Celtics tinha tudo que você poderia querer de um time: Entrosamento e chemestry perfeitos (Todo mundo sabia seu lugar na equipe), um superstar no auge de suas forças, um garrafão espetacular, ótima rotação, uma excelente defesa (DJ e McHale eram dois dos melhores defensores da sua geração, Parish era muito sólido, Ainge era bom, e Bird roubava um bilhão de bolas por jogo), podia arremessar de três (Bird, Ainge e Wedman), dominava os rebotes, todos os jogadores só se preocupavam com a vitória e não com seus números, tinha flexibilidade pra se adaptar a qualquer estilo e qualquer adversário... E, mais importante, era um dos grandes times passadores de todos os tempos. Com Bird e Walton (dois dos maiores da história no quesito) fazendo os passes de costume, seus passes, visão de jogo e altruísmo em quadra contagiavam todos seus companheiros, e logo todos viam os mesmos ângulos e jogavam com a mesma disposição de achar companheiros livres pra cestas, fazendo com que o jogo parecesse mais um show do Globethrotters do que outra coisa pela quantidade de passes espetaculares e enterradas fáceis. Com seus companheiros no auge, Bird começou a explorar mais do que nunca seus passes e sua capacidade de fazer a bola rodar e abrir a defesa, e todo o time seguiu a deixa. Tente assistir um jogo daquele time... É praticamente impossível enxergar os ângulos dos passes daquele time.

Como se fosse pouco, o Celtics tinha o maior inside-outside combo da história da NBA. Com Bird (excelente arremessador, um dos maiores passadores da história do mundo) e McHale (ninguém tinha mais post moves do que McHale, que chutava 60% de quadra e precisava de double teams o jogo todo) combinando pra 51 PPG, 18 RPG, 11 APG e 54FG% e exigindo marcação tripla ou quádrupla, o Celtics vivia achando jogadores livres pra arremessos ou bandejas o tempo todo só com a atenção dada a esses dois (caso a marcação não viesse, eles pontuavam a vontade). Some a isso Parish e Walton combinando pra 25-15-4 e 4 tocos por jogo, e o Celtics simplesmente era invencível no garrafão: Ninguem podia vencê-los nos rebotes ou pontuando perto do aro, e no ataque o Celtics simplesmente ficava rodando o garrafão, pegando rebotes ofensivos e achando arremessadores livres o jogo todo. Como você parava esse time? Era impossível. Além disso, o time podia ir baixo (DJ-Ainge-Wedman-Bird-McHale) ou alto (Ainge/DJ - Bird - McHale - Parish - Walton), o que o tornava um matchup impossível para qualquer time e qualquer estilo.

Números sozinhos não fazem jus à temporada 86 do Celtics, mas eles ajudam: 67-15 na temporada regular, durante o período mais competitivo da história da NBA e indo 18-2 contra times com 49 vitórias ou mais (O problema do time: frequentemente se entediavam contra times fracos, senão teriam passado de 70); um absurdo 40-1 em casa, que sobe pra um recorde da NBA 50-1 se contarmos playoffs, então acreditem quando eu digo que NINGUÉM encostava nesse time em casa; sequências de 14 e 13 vitórias consecutivas ao longo da temporada regular; uma sequência de 11-0 que incluiu vitórias contra Lakers, Sixers, Bucks, Hawks e Rockets (sabe, cinco dos melhores times da NBA); líder em assistências, rebotes, FG%, FT% e 3PT% e com a melhor defesa da Liga; tudo isso na temporada regular. Nos playoffs, o Celtics emendou um 15-3 (10-0 em casa) com o quarto melhor ataque e a melhor defesa, um point-diferential de 10.6; varreu os fortes Bucks e o Bulls de Michael Jordan e meteu um 4-1 no Hawks antes de vencer um fortíssimo Rockets em 6. Além disso, o Celtics jogou o melhor quarto de basquete da história da humanidade conhecida: O terceiro quarto do jogo 5 contra o Hawks, um massacre de 36-6 que terminou com uma sequencia de 24-0. Vendo aquele vídeo 26 anos depois, ainda é surreal: A defesa é espetacular, a intensidade é impar, os passes e os contra-ataques são inacreditáveis, e a alegria dos jogadores do Celtics enquanto acontece é contagiante (em um ponto, depois de uma bandeja, DJ começa a pular e comemorar no meio do jogo, tentando extravasar a alegria). Grandes times sabem reconhecer quando tem algo grande acontecendo, e respondem de acordo... E essa foi a resposta mais definitiva que eu já vi na vida. O único defeito dessa temporada foi não ter acabado com uma vitória sobre os rivais Lakers (algo que emputeceu profundamente um Celtics com sede de vingança), que perdeu para o Rockets numa história que será contada em outro post.

Se a temporada do Celtics de 86 foi tão fantástica, teve um time tão icônico e histórico e a definitiva temporada Keyser Soze de todos os tempos, porque ninguém fala mais dela? Porque a memoria das pessoas é uma droga, eu vivo dizendo! Você tinha cinco dos 100 maiores jogadores de todos os tempos (DJ, Bird, McHale, Parish e Walton) jogando juntos na temporada mais invencível da história da NBA, Bird e McHale no seu auge, um time que era praticamente perfeito em qualquer departamento (defesa, rebotes, pode escolher) e que massacrou toda a competição pelo caminho verdadeiramente gritando "Nós somos os melhores e vamos provar!" na orelha de quem encontrasse... E mesmo assim, de alguma forma, ninguém lembra desse time como deveria. Esse Celtics foi o grande motivo de eu querer fazer alguma coisa pra não deixar isso morrer. Os números são fantásticos e vão continuar chamando a atenção pra toda a eternidade, mas como quase tudo em basquete, números não servem pra capturar exatamente o impacto do que acontece numa quadra de basquete. Nenhum número é capaz de mostrar exatamente o nível de impossibilidade de defender Bird e McHale, a intensidade do garrafão do time, sua flexibilidade, a forma como o time jogava coletivamente, seus espetaculares sempre achando um companheiro livre. .. Nem o sentimento geral de "Holy hell, ninguém ia ganhar desses caras esse ano!" que o time passava, ou a forma como subiam um nível quando sentiam cheiro de sangue. Essas coisas só duram por vídeos e relatos escritos, e é o que eu estou fazendo aqui.

(Tangente rápida: Após essa temporada espetacular, o Celtics ainda tinha a 2nd pick do Draft daquele ano, onde pegou Lenny Bias. Bias era exatamente o que o Celtics precisava: Um ala atlético, que atacava a cesta como ninguém e que teria deixado Bird e McHale descansarem por mais tempo ao longo da temporada. Pense nisso de novo: O Celtics, saido de uma das maiores temporadas de todos os tempos, estava ADICIONANDO Lenny Bias!! Mas claro, Bias morreu de overdose dois dias depois, McHale quebrou o pé por causa do excesso de minutos e falta de um ala reserva, as costas de Bird cederam dois anos depois pelo excesso de minutos sem Bias na reserva, e o Celtics nunca mais foi o mesmo)

E aliás, isso também serve pra um outro time: O Lakers de 87. Depois de uma derrota doloridíssima pro Rockets em 86, e com Kareem cada vez mais velho e incapaz de ser o Alpha Dog do time, Magic percebeu o que tinha que fazer e assumiu a liderança de vez da equipe. Pegou a tocha de Kareem, se reinventou como um pontuador letal e um assassino no final dos jogos, e reergueu o Lakers em torno do trio Magic-Kareem-Worthy e uma identidade mais veloz e mais baixa. Com Mychael Thompson (um defensor de garrafão de elite) vindo de presente de San Antonio (que decidiu jogar a temporada fora por David Robinson), e Magic dando o salto definitivo da sua carreira (24-6-12, 52 FG%), o Lakers se fechou no seu modo Keyser Soze e jogou com a mesma intensidade do Celtics do ano anterior em busca de sangue.

Algum tempo depois, Magic viria a declarar que esse foi seu melhor time... E eu concordo. Nenhum time tinha um ataque tão letal e tão bem montado como o desse Lakers. Seja na transição com Magic comandando o show (nenhum jogador era mais imparável na transição que Magic, ponto) ou seja na meia quadra com Kareem (no garrafão) e Worthy (criando seu arremesso) ajudando Magic, o fato era que nenhum ataque combinou tão bem ataque de meia quadra e transição. Ainda que o Lakers não tivesse o garrafão forte do Celtics, Magic também era um passador tão bom, inteligente e altruísta que isso contagiou todo o time do Lakers, e assim como o Celtics de 86, logo todo mundo estava rodando a bola e achando o jogador livre. Ainda que o Lakers tivesse duas fraquezas (era um time apenas razoável defensivamente, e o pior de toda a NBA em rebotes), eles continuavam ganhando e emendando sequências impressionantes simplesmente porque tinham um ataque imparável, porque tinham Magic e Worthy no seu auge (poucos jogadores na história foram melhores em basquete do que Magic em 87), Kareem ainda capaz de usar seu skyhook, e porque eles tinham uma profundidade incrível.

No final, o Lakers liberou sua melhor temporada: 65-15 (15-3 nos playoffs), 12-6 contra times acima de 50 vitórias, melhor ataque da temporada regular e dos playoffs, point diferential de 11.4 nos playoffs, 28 APG pro time, varreu Denver e Seattle e teria varrido Golden State se não fosse pelo Sleepy Floyd Game (Quando Sleepy anotou 30 pontos no quarto período sozinho pra ganhar o jogo), antes de ganhar do Celtics em 6 nas Finais. Parece bem sólido, mas não transcendental, certo? Fica melhor quando você pega qualquer vídeo desse time num jogo apertado, ligando a quinta marcha e pontuando a vontade, com os adversários com aquela cara de "O que podemos fazer pra parar esses caras??". Imagine o Suns de 07, melhore eles defensivamente (mas não nos rebotes), e agora de a ele um elenco cinco vezes mais profundo e dois jogadores de elite além do Steve Nash capazes de criar seu próprio arremesso (Worthy e Kareem)... E dê ao time PEDs. Aquele Suns foi o melhor basquete ofensivo que eu vi em toda a minha vida, e o Lakers de 87 era uma versão MELHORADA daquele Suns. Quando a defesa e os rebotes começavam a falhar, eles simplesmente ligavam o "Ok, vamos ter simplesmente que fazer mais pontos que vocês"... E não tinham como pará-los. Era simplesmente injusto. Era velocidade no contra ataque, passes maravilhosos em transição e na meia quadra, três ótimas opçōes ofensivas (Magic, Worthy ou Kareem) e mais uma penca de Role Players prontos pra  fazer o que fosse necessário (e um excelente técnico no Pat Rilley). E isso pode ser apenas parcialmente capturado em números ofensivos, que não refletem a capacidade do time de elevar seu nível ofensivo quando sentiam cheiro de sangue, ou a impossibilidade de defender Magic, Big Game James e Kareem ao mesmo tempo, ou seus passes transcendentais.

Enquanto isso, os atuais campeōes Celtics lidavam com uma série de problemas. Com Bill Walton machucando logo no começo da temporada e perdendo o resto do ano, e sem Lenny Bias pra dar a proteção pros alas, a rotação de garrafão do Celtics ficou muito mais magra do que antes e forçou Bird, McHale e Parish a jogarem muito mais minutos do que o ideal. Isso resultou em uma série de lesōes ao longo do ano, culminando na mais grave, McHale quebrando seu pé. Chegando perto dos playoffs, um McHale apressou sua volta porque o time não tinha mais como jogar sem profundidade no garrafão, quebrou o mesmo pé de novo... E decidiu que continuaria jogando com pé quebrado e tudo! Por que? Porque você só tem um certo número de chances de brigar pelo título, e se não aproveitá-las, elas podem não voltar mais. McHale sabia disso, e nunca quis assistir seus companheiros brigando sozinhos pelo título. Então pé quebrado e tudo, continuou jogando pelos playoffs, acabando com o resto da sua carreira e gerando problemas que duram até hoje. E quer saber? Ele mesmo disse que faria de novo e que não se arrepende. Diga o que você quiser de Kevin McHale, mas ele se importava. Ninguém pode questionar a vontade desse cara. E assim o Celtics chegou extremamente baleado nos playoffs: Walton estava fora, Parish, Ainge e Wedman estavam com lesōes o que os teria tirado de quadra se fosse a temporada regular, e McHale estava jogando com a droga de um pé quebrado! E pra piorar, eles enfrentaram o time mais físico, que jogava mais duro e mais sujo da Liga inteira, o fortíssimo Pistons. Foi uma carnificina de sete jogos, com Rick Mahorn repetidamente pisando de propósito no pé de McHale pra piorar a fratura, muitas faltas duras que pioraram lesōes, geraram novas e, em geral, um jogo muito mais físico e contra um adversário muito mais duro do que qualquer outro do Oeste. Embora o Celtics tenha ganho a série com um sabor especial, vencendo o jogo 5 com o famoso roubo de bola de Larry Legend pra cima do Isiah Thomas e vencendo um jogo 7 de forma definitiva, o time chegou nas Finais com vários jogadores machucados, McHale totalmente no sacrifício, e Larry Legend levando o time nas costas. Mesmo com Bird vs Magic III nas Finais, ambos no seu auge, todo mundo sabia que o Lakers era o grande favorito, e confirmou isso fechando a série em 6 em outra final com grande audiência.

Então sim, o Lakers de 87 pegou uma boa série de golpes de sorte: O Rockets, que os derrotou em 86 e era um time feito sob medida pra derrotar o Lakers (e que vai ganhar mais espaço quando falarmos de Hakeem Olajuwon), acabou implodindo sozinho por diversos motivos que não tiveram nada a ver com o Lakers; e mais importante, o Celtics de 87 era um time muito piorado em relação a 86, sem Walton e com vários jogadores machucados (até hoje não entendo como o Lakers demorou seis jogos pra fechar a série, e teriam sido sete se o 3PT desesperado de Bird cai no final do jogo 4, depois do lendário Baby Hook de Magic. Veja o vídeo até o fim, vale a pena). Se o Celtics tivesse saudável, teria ganho do Lakers? Impossível dizer, o Celtics teve seu auge em 86 e o Lakers em 87. Porque ai que está: Esse time do Lakers era simplesmente bom demais!! Mesmo que não tivessem uma grande defesa e pudessem ser acuados por times que dominassem os rebotes, mesmo que tenham tido alguns golpes de sorte, eles tinham uma capacidade de subir de nível e falar "Ok, agora vamos mostrar o que somos capazes, vamos pontuar de todas as formas diferentes que você possa imaginar, transformar cada erro seu em um contra ataque mortal, e dominar você de tantas formas até que vocês abandonem seu jogo e seu autodestruam" que poucos times na história do jogo tiveram. No quesito "invencibilidade", eles provavelmente só perdem pro Bulls de 96 e pro Celtics de 86, e nenhum time era mais completo ofensivamente. Eles tinham um dos cinco maiores jogadores da história no seu absoluto auge. Se isso não faz um time ser excepcional, eu não sei o que mais faz. E os Lakers de 87 eram excepcionais em qualquer sentido.

Por isso tudo, não da pra falar da década de 80 sem falar de Magic e Bird. Eles foram o foco e a bandeira que a Liga carregou durante nove sólidos anos (até o corpo de Bird traí-lo). Com ajuda da TV a cabo, a rivalidade entre os dois acabou levando a Liga a um novo nível de popularidade e achou uma nova forma de conectar com os fãs e lançar a Liga nos grandes mercados. E isso aconteceu porque eram dois jogadores extremamente habilidosos, muito carismáticos, com uma rivalidade intensa e amigável ao mesmo tempo, dois jogadores que eram muito dedicados ao basquete, e dois dos maiores passadores de todos os tempos. Dois jogadores que eram tão bons passadores e tão altruístas dentro de quadra que isso contagiava seus companheiros de time e levava todos a um lugar mais alto, e no fundo, esse é o tipo de coisa que não se captura com estatísticas mas que é uma das formas mais importantes que se pode afetar um time de basquete, e que faz de jogadores como Bird, Magic, Walton, Nash e Jason Kidd (pra citar alguns) tão bons e tão difíceis de medir com números apenas. Entre 1980 e 1989, a NBA não viu NENHUMA final sem Bird ou Magic, e apenas em 83 e 89 (já chegaremos lá) um dos dois não conquistou o título. E por mais importante que Kareem tenha sido, por mais que sua longevidade e sua capacidade de manter um alto nível por tanto tempo sejam inigualáveis na história da Liga (MVP das Finais com 15 anos de distancia?? Sério?), por mais que ele tenha sido o Alpha Dog do Lakers nos três primeiros títulos, e por mais que o Lakers nunca iria ganhar esses cinco títulos sem ele (tirando, talvez, 88)... Os anos 80 pertenceram a Magic e a Bird. E a NBA agradece por isso.

Pra terminar, eu queria falar um pouco mais de Larry Bird, e do que ele era dentro da quadra e do que ele representou (Magic vai ganhar mais espaço no próximo). Eu podia falar de como ele foi a primeira estrela da NBA a adotar a linha de três pontos e de como até hoje é considerado um dos grandes arremessadores de todos os tempos (Bird treinava chutes de três com os olhos fechados no final da carreira). Eu podia falar de como ele foi o maior ala passador que a humanidade já conheceu e de como isso era contagiante para seus times, e os elevou a outro patamar. Eu podia falar do período entre 84 e 88, os cinco melhores anos da história da posição de ala, e de seus três MVPs consecutivos. Eu podia falar de como era impossível capturar o jogo de Bird apenas com estatísticas, mas que ninguém colocava números no boxscore como ele. Eu podia falar que Bird é o único jogador da história da NBA cujas médias da carreira nos três principais quesitos (24.3 PPG, 10.0 RPG, 6.3 APG) está entre as 50 melhores marcas em cada um deles (ninguém mais tem as três dentro do Top125). Mas eu prefiro deixar duas pessoas que entendem muito mais do que eu falarem sobre Bird. Então pra terminar, vou deixar aqui duas frases sobre Larry Legend. A primeira, muito conhecida, é do seu maior rival, Magic Johnson, quando Larry se aposentou. A segunda foi dita por Kevin McHale, alguns anos antes, depois do famoso duelo entre Bird e Dominique Wilkins em 86.

Magic: "Larry, você só me contou uma mentira. Você disse que haveria outro Larry Bird. Larry,  nunca, nunca existirá outro Larry Bird"

McHale: "As vezes, quando Larry tem um jogo assim, isso me faz pensar no futuro... Eu vou estar aposentado em Minnesota e Larry vai estar aposentado em Indiana, e nós provavelmente não vamos ver muito um ao outro. Mas em muitas noites eu simplesmente vou ficar deitado na cama, e vou lembrar de jogos assim, e de como era jogar junto com ele."

Alguém ligue o aquecimento, porque essa deu calafrios!

6 comentários:

  1. SENSACIONAL.
    Sou fã incondicional dos dois (mais do Bird), e uma pena que o jogo não escolheu o Magic em 87 pro post ser inteiro sobre eles.
    O nível dos posts anteriores está excelente, mas esse tem um fundo emocional maior (talvez por eu ter assistido ambos jogar).

    No aguardo do post falando do Maior de Todos, MJ.

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  2. Valeu a pena esperar uma semana a mais.
    Sensacional esse post e essa série. Esperando o post sobre o eterno ídolo do meu Rockets, Hakeem!

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  3. hoje em dia é dificil achar alguem que fale do Bird assim! Acompanho a NBA a pouco tempo e é muito legal conhecer mais sobre essa lendas.

    apesar de não ter visto o Bird jogar, sou fã dele e torcedor do Celtics.

    Agora me diga, você acha que realmente o Lebron vai pegar o lugar do Bird no melhor time de todos os tempos como alguns dizem por ai?

    Depois desse post acho impossivel!

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  4. Dificil dizer, Lebron ainda está começando seu auge, e Bird já encerrou sua carreira. Diria que no melhor cenário pra carreira do Lebron ele superaria Bird na minha listinha particular... Mas diria que acho esse cenário bem difícil. Pelo menos pelo meu criterio pessoal. Mas sou suspeito pra falar, sou muito fã de Bird/Magic

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  5. E tem que ver se o Lebron vai ter algum problema de lesão na carreira.
    Quem vê hoje friamente os números do Bird não tem idéia do quanto ele poderia ter rendido mais nos seus últimos anos se não fosse a lesão que teve.

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  6. Isso em particular eu deixei pra falar no proximo (Magic e Isiah), mas é verdade, a carreira do Bird foi encurtada por lesōes serias nas costas. Uma pena...

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