Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

sábado, 30 de julho de 2011

Análise do Draft da NFL - AFC North

Nossa planilha de Free Agents (http://two-minutewarning.blogspot.com/2009/07/movimentacao-de-free-agents.html) continua sendo atualizada a todo vapor, mas ainda não vamos comentar as principais movimentações da Free Agency. Vamos primeiro terminar a análise do Draft e depois comentamos sobre a ida do Nnamdi Asomugha e do Cullen Jenkins pro Eagles e tudo mais. Hoje, vamos com a AFC North.


Baltimore Ravens
Nota: B
Escolhas:
1st round, 27th pick: Jimmy Smith, CB, Colorado
2nd round, 58th pick: Torrey Smith, WR, Maryland
3rd round, 85th pick: Jah Reid, OT, Central Florida
4th round, 123rd pick, Tandon Doss, WR, Indiana
5th round, 164th pick, Chykie Brown, CB, Texas
5th round, 165th pick, Pernell McPhee, DE, Mississippi State
6th round, 180th pick, Tyrod Taylor, QB, Virginia Tech
7th round, 225h pick, Anthony Allen, RB, Georgia Tech

Análise: O Ravens é o típico time que é bom demais pra conseguir escolhas muito altas no Draft. Times assim tem duas opções: Ou tentam se reforçar com o que tem, uma abordagem segura mas com recompensas as vezes mais limitadas, ou arriscam trocas para subir no Draft ou conseguir bons jogadores, como foi o caso por exemplo do Falcons. O Ravens optou por manter suas escolhas, não tentar nada mirabolante e ver o que conseguiam. E conseguiram coisa pra burro, dadas as escolhas que tinham.

O Ravens tinha dois maiores problemas pra essa temporada, sua secundária (Chris Carr era Free Agent e os cornerbacks do time não estavam confiaveis) e seu corpo de Wide Receivers, que não foi o esperado em 2010. Com a 26th pick (Que virou 27th porque o Ravens ia trocar ela com o Bears mas o Bears esqueceu de avisar o Roger Goodell a tempo e o relógio estourou) o time podia ir com qualquer uma das duas, e optou por pegar o Jimmy Smith, ótimo cornerback de cobertura e que se encaixa perfeitamente no esquema agressivo do time. Provavelmente vai entrar e ser titular de cara com o Carr (que renovou), o que já torna o Ravens um time mais  perigoso.
Mas como se não fosse o bastante, o time ainda teve a sorte de ver o Torrey Smith (que eu achava que eles iam pegar com a 27th pick) caindo até o final da segunda rodada no colo de Baltimore. Outro que é talentoso pra burro e é perfeito pro time, o Anquan Boldin rendia muito mais em Arizona quando tinha o Larry Fitzgerald pra correr as rotas longas, e agora o Ravens achou um cara rápido pro diabo que pode fazer o papel de deep threat pra liberar o Boldin pra jogar como gosta mais (O time ainda pegou outro WR na quarta rodada pra aumentar o poder de fogo do ataque). E ainda saiu com um bom reserva no Jah Reid, já que o Jared Gaither não deve renovar e o Michael Oher sofreu com lesões em 2010. Pra um time que só tinha escolhas no final das rodadas, saiu com dois talentos que devem ajudar de cara. Não arriscou e ainda saiu com bons jogadores pro time.


Cincinnati Bengals
Nota: B-
Escolhas:
1st round, 4th pick:  A.J. Green, WR, Georgia
2nd round, 35th pick: Andy Dalton, QB, TCU
3rd round, 66th pick: Dontay Moch, OLB, Nevada
4th round, 101st pick: Clint Boling, OG, Georgia
5th round, 134th pick, Robert Sands, S, West Virginia
6th round, 167th pick, Ryan Whalen, WR, Stanford
7th round, 207th pick, Korey Lindsey, CB, Southern Illinois
7th round, 246th pick, Jay Finley, RB, Baylor

Análise: Eu tenho sérias dúvidas sobre o que eu acho desse Draft. É sério. O Carson Palmer, QB do time nos últimos anos, já disse que se não for trocado vai se aposentar, então o time tem um problema de QB. Difícil acreditar que o time que foi pros playoffs jogando tão bem em 2009 foi um dos piores de 2010, mas o fato é que nada funcionou: O Palmer jogou mal, o Cedric Benson nem de longe repetiu sua performance de 2009, e a defesa não conseguiu colocar pressão no QB adversário como no ano anterior. Foi uma desgraça, e agora o time perdeu seu QB, seus dois WRs, seu RB ainda é uma incógnita (Free Agent) e o time ainda perdeu seu melhor jogador de defesa no CB Johnathan Joseph, que foi pro Texans. O time começou a se desmontar todo e parece que agora vai ter que aceitar o fato de que vai passar por uma reformulação.
Dito isso, você imaginaria que o Bengals começaria com um QB, ainda mais com o Blaine Gabbert disponível (Não pegaria o Gabbert nem o Cam Newton com a primeira escolha, mas na quarta...), mas o time preferiu pegar um WR, o AJ Green. Ninguem questiona o talento do Green, ele é um dos melhores (se não o melhor) jogador desse Draft, o tipo de jogador pra entrar, jogar e ser um dos melhores da posição pro futuro. Por um lado, acho que o Bengals deveria ter pego seu QB aqui e se preocupado com um WR depois, não adianta você ter um grande WR se não tiver quem passar pra ele.
Mas por outro lado, o time conseguiu pegar o Andy Dalton na segunda rodada (É um líder dentro e fora de quadra, muito inteligente e com raciocinio rápido. Alguns dizem que seu braço é fraco demais, mas isso não quer dizer nada, Chad Pennington ganhou uma cacetada de jogos com um braço "fraco" e o Joe Montana foi o melhor de todos os tempos sem ser nenhum gunslinger) e acho que ele pode ser um bom QB em algum tempo. O problema é que forçar ele a entrar e jogar pode prejudicar a carreira dele, ele precisaria jogar atrás de um veterano por uma temporada pelo menos, mas parece que o Palmer fala sério, e portanto o Bengals precisa pegar um veterano no mercado com um cenário pouco atraente.
Mas quando eu paro e penso, o Bengals até que fez a coisa certa num certo nível(No Draft. Deixar o Joseph ir embora foi imperdoavel). Pegou o melhor jogador disponivel pro ataque e depois pensou no QB. O Lions fez isso com o Calvin Johnson e deu certo, até porque o time tem uma boa chance de ficar com a primeira escolha do Draft ano que vem, um Draft com bons QBs. Andrew Luck e AJ Green podem evoluir numa das melhores combinações que a NFL viu em muitos anos, caso a primeira escolha fique mesmo por lá...

Cleveland Browns
Nota: B
Escolhas:
1st round, 21st pick: Phil Taylor, DT, Baylor
2nd round, 37th pick: Jabaal Sheard, DE, Pittsburgh
2nd round, 59th pick: Greg Little, WR, North Carolina
4th round, 102nd pick: Jordan Cameron, TE, USC
4th round, 124th pick, Owen Marecic, FB, Stanford
5th round, 137th pick, Buster Skrine, CB, Tennessee-Chattanooga
5th round, 150th pick, Jason Pinkston, OT, Pittsburgh
7th round, 248th pick, Eric Hagg, S, Nebraska

Análise: O Browns tinha a sexta escolha do Draft e o Julio Jones nas mãos, mas preferiu trocar sua escolha com o Falcons por duas escolhas de primeira rodada (2011 e 2012), uma de segunda rodada (2011) e duas de quarta rodada (2011 e 2012). A ideia era simples, deixar de adicionar um talento de primeira nesse Draft pra adicionar mais gente nesse ano e no próximo, de certa forma trocando qualidade por quantidade. Pra um time tão esburacado quanto o Browns, faz sentido, o time precisa do máximo possível de bons jogadores pra sair do buraco.

Com essa troca, o time trouxe uma nova âncora pra linha defensiva no Phil Taylor, grande pra burro e que é um monstro contra o jogo corrido, é fundamental na defesa 3-4 do time. E aproveitou sua escolha extra de segunda rodada para trazer dois jogadores, o DE Jabaal Sheard que vai ser o pass rusher pra combinar com o Taylor (Se bem que se era pra arriscar, traz logo o Da'Quan Bowers, que é arriscado mas muito melhor) e um WR para ser finalmente um alvo decente pro Colt McCoy, o Greg Little, que é um bom possession receiver. E com suas escolhas de quarta rodada, pegou uma proteção de FB pro Peyton Hillis e e outro alvo pro McCoy. Ou seja, o time adicionou cinco jogadores onde só teria adicionado três (E tem mais dois vindo ano que vem), realmente o time ficou bem menos esburacado do que antes e adicionou mais talentos que vão render a médio prazo.

O outro lado da moeda é justamente o Colt McCoy. Se o Browns estiver realmente convencido de que ele é o QB do futuro do time, então a troca pode ter sido problemática. O McCoy é um bom QB, um competidor e vencedor desde a NCAA e que entrou no fogo mas se saiu muito bem em 2010. O problema é que pra ele continuar a evoluir ele precisa urgentemente de um alvo realmente confiável. O Little é bom mas não vai solucionar o problema do time, pra isso o Julio Jones seria uma combinação muito melhor. Ao passar o Julio Jones, o time adicionou mais jogadores talentosos num elenco que realmente precisa, mas o custo disso foi atrasar a evolução do McCoy. O Browns claramente manda o recado de que não tem pressa, de que aceita ser ruim mais um ano pra melhorar seu elenco no médio prazo. Parece um bom plano pra mim, só espero que eles não se arrependam pelo McCoy depois.


Pittsburgh Steelers
Nota: B-
Escolhas:
1st round, 31st pick: Cameron Heyward, DL, Ohio State
2nd round, 63rd pick: Marcus Gilbert, OT, Florida
3rd round, 95th pick: Curtis Brown, CB, Texas
4th round, 128th pick: Cortez Allen, CB, Citadel
5th round, 162nd pick, Chris Carter, OLB, Fresno State
6th round, 196th pick, Keith Williams, OG, Nebraska
7th round, 232nd pick, Baron Batch, RB, Texas Tech
 
Análise: E finalmente pra fechar uma divisão morna em questões de Draft, o Steelers, um time que teve a mesma abordagem que o Ravens pra esse Draft - não arriscar em grandes trocas e conseguir o melhor possível com o que tem - mas que não teve tanto sucesso quanto seu rival nisso. Não que o Steelers tenha tido um Draft ruim, pelo contrário, conseguiu jogadores interessantes pro seu esquema. Mas não conseguiu acertar na mosca como o Ravens, que conseguiu os dois jogadores que queriam, com as caracteristicas que queriam, sem precisar trocar nenhuma escolha.
 
O Steelers saiu com jogadores interessantes desse Draft, eu adoro o Cameron Heyward e o Curtis Brown é um jogador bem completo, mas o Steelers não - por assim dizer - brilhou. Nenhum desses jogadores deve ser um titular importante desde o começo, nenhum deles vai ser uma melhoria imediata em alguma posição carente do time. O time titular do Steelers vai ser basicamente o mesmo.
 
Mas o Steelers, por outro lado, adicionou ao seu time algo muito importante, que vai além dos jogadores em si, que é profundidade. As posições de OT, CB, DL e etc foram posições que sofreram com lesões na última temporada, e o Steelers sabia que não ia conseguir grandes blockbusters no final da primeira rodada e afins, então se preocupou em pegar jogadores que vão dar profundidade a essas posições. Não vão tirar ninguém da titularidade, mas vão participar da rotação, vão tapar buracos em casos de lesões e vão permitir ao Steelers variar mais suas formações sabendo que tem bons reservas. O Steelers não vai alterar seu time titular drasticamente (Claro que todo Draft tem uma dúzia de surpresas, tou falando com base no que da pra gente imaginar nesse instante), não vai ter um upgrade grotesco, mas vai adicionar algo que pra um time pronto pra ganhar é extremamente importante.
 

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Lista de movimentação da Free Agency

Galera, criei uma lista com os Free Agents que renovaram com os seus times, aqueles Free Agents que chegaram a acordos com outros times (Lembrando que até sexta a noite eles não podem assinar contratos se não for renovação) e até as trocas (Idem). Pra não congestionar demais a página, eu coloquei a lista no final dos posts, mas vocês podem acessá-la clicando aqui, e através do link direto http://two-minutewarning.blogspot.com/2009/07/movimentacao-de-free-agents.html que vocês podem encontrar na apresentação do blog, do lado direito. É só acessar por lá sempre qu quiserem, que a gente atualiza sempre que der.

Amanhã retomamos a análise do Draft! Um abraço!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O fim do lockout!!

Não, você não leu errado, o lockout da NFL realmente acabou!! Depois de malditos 136 dias, muita conversa, muitos processos e pouca definição, a água bateu na bunda da galera e ambas as partes aceleraram o processo, e finalmente conseguimos o que queriamos: A volta da NFL!

Eu falei quando voltei de viagem que esse lockout era uma simples questão de ganância, sobre como dividir a enorme quantidade de dinheiro que a Liga faz todo ano entre jogadores e times, que a relação entre ambos os lados não era de todo ruim e que quando a temporada ameaçasse ter problemas, ambos os times iam se apressar pra colocar as coisas a limpo. Dito e feito, conforme fomos nos aproximando da pré-temporada ambos os lados voltaram a negociar, esqueceram os problemas na Justiça, abriram mão de algumas coisas e montaram um CBA que agradou a ambos os lados. Tivemos uma ameaça de problema quinta feira, quando os jogadores decidiram avaliar com mais calma alguns detalhes que eles consideraram que foram apressados pela Liga, mas no final chegaram todos a um acordo e hoje tivemos a votação do novo CBA, que foi aprovado por unanimidade. Tanto o DeMaurice Smith como o Roger Goodell já declararam que o novo CBA é pra valer e que o lockout oficialmente acabou. O novo CBA terá duração de 10 anos e nenhum dos lados poderá quebrar o acordo unilateralmente.

Minha ideia hoje é deixar um pouco as análises do Draft em hold - paramos na NFC South - pra explicar o que acontece daqui pra frente. Um texto mais curto e light, e amanha a gente retoma o Draft e se prepara para a porralouquice que vai ser essa Offseason, ainda que curta.

No momento, o CBA foi votado e aprovado por ambas as partes, e as duas chegaram amigavelmente a um acordo, de forma que é extremamente improvável que tenhamos algum tipo de reviravolta. A NFLPA já entrou com o processo para ser refeita como sindicato (Lembram de quando ela se desfez?) e o novo CBA já deve ser oficializado. Mas como o lockout foi oficialmente levantado e ela está se refazendo, isso quer dizer que a partir de amanhã os jogadores já vão poder interagir com os times e comparecer às dependências dos seus times.

Ainda amanhã, os times já vão poder assinar seus calouros e reassinar os seus jogadores que vão virar Free Agents, e ainda pior, dispensar os seus jogadores que não quiserem. Pelo novo CBA, o teto salarial vai sofrer uma redução substancial, e alguns times vão ter que cortar jogadores para se manterem abaixo dele, então eles podem começar a ser dispensados a partir de amanhã. Também amanhã os times já vão poder discutir trocas entre si e conversar com Free Agents de outros times e calouros que não foram draftados, ainda que não possam assinar com nenhum deles e nem oficializar as trocas. Atualização: Foi confirmado agora a noite que os times já estão autorizados a assinarem com jogadores não draftados, e a maior parte dos times já está indo atrás e fazendo negócios. O resto das restrições - trocas e Free Agents de outros times - continua.

Provavelmente também serão os dias em que os times vão aproveitar para realizar testes físicos com seus jogadores e ver qual deles precisam de um treinamento especializado, caso por exemplo do Peyton Manning, que se recupera de um problema no pescoço. Na quarta feira começaram os training camps, 10 times já marcaram os primeiros treinos para quarta feira, outros 10 para quinta, 10 para sexta e os 2 restantes para o final de semana.

Na quinta feira, começa o período de Waivers (quando os jogadores dispensados passam 24 horas na Waiver e qualquer time pode chamá-lo de lá, e aí entre os que chamaram o time com o pior record tem preferência. Também é quinta feira que começa o período de dispensas, e isso vai ser muito importante porque o novo teto salarial está abaixo do antigo e com os contratos feitos pelo antigo CBA vigentes, muitos times vão ser obrigados a realizarem dispensas para ficarem abaixo do novo teto ou terem espaço suficiente pra assinarem calouros ou Free Agents.

E sexta feira, enfim, a Free Agency vai ser liberada de forma definitiva. A partir das 7h da noite de sexta, os times vão poder assinar Free Agents, realizar trocas e coisas do tipo. Vai ser quando a loucura vai começar de vez, porque os times vão ter apenas uma semana pra assinarem e trocarem todo mundo antes que começe a pré-temporada (Supondo que ela comece dia 7 mesmo), então o volume de movimentações de jogadores nessa semana vai ser ridiculo, e eu vou ter que me desdobrar pra conseguir cobrir tudo isso. Mas enfim, a gente consegue. O que realmente importa é que, de uma vez por todas, a NFL está de volta. Nosso segundo semestre está salvo.

domingo, 24 de julho de 2011

Análise do Draft da NFL - AFC South

A reação de Jake Locker ao ser escolhido pelo Titans


Foi mal galera, sumi de novo, eu sei. Fiquei sem computador alguns dias, mas já estamos de volta.

Antes de mais nada, queria explicar a situação da NFL no momento, já que a semana passada acabou sem um novo CBA. Mas não precisam se preocupar porque não aconteceu nada demais.

O que aconteceu foi que ambos os lados já estavam muito próximos de um acordo, a maior parte dos detalhes já tinha sido discutida e os donos colocaram tudo numa proposta para oferecer aos jogadores para votação. A expectativa era de que os jogadores revisassem tudo na quarta feira e realizassem uma votação na quinta para que o novo CBA fosse colocado em vigor. No entanto, os jogadores recuaram um pouco, falaram que alguns dos detalhes finais foram apressados pela Liga e que queriam um pouco mais de tempo para acertar esses últimos detalhes que segundo eles foram 'apressados'. Esses detalhes foram discutidos sexta feira, devemos ter uma nova reunião segunda para revisão dos detalhes do acordo e a expectativa é que quarta feira enfim saia o novo CBA, com a Free Agency sendo iniciada no máximo na outra semana.

Se for o caso, ainda é incerto se a temporada começará a tempo. Seria muito pouco tempo de offseason e talvez a temporada seja adiada em uma ou duas semanas, mas isso ainda não foi discutido e só atualizaremos quando tivermos alguma informação, ficar especulando não vai levar a nada.

Agora, vamos continuar com nossa turnê pelo Draft.

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Indianapolis Colts
Nota: B
Escolhas:
1st round, 22nd pick: Anthony Castonzo, OL, Boston College
2nd round, 49th pick: Ben Ijalana, OL, Villanova
3rd round, 87h pick: Drake Nevis, DL, LSU
4th round, 119th pick: Delone Carter, RB, Syracuse
6th round, 188th pick, Chris Rucker, DB, Michigan. State

Análise: Quando seu time tem um dos dois melhores QBs do mundo na atualidade, é normal que você tenha uma boa colocação ao final da temporada e com isso ganhe de brinde uma escolha alta. Nessas situações, tudo que você puder fazer para melhorar seu time é lucro, já que você terá a chance de escolher um bom jogador mas nem sempre um jogador capaz de fazer um time que já é bom melhor.

Mas o Colts se saiu muito bem nessa situação quando o Anthony Castonzo caiu no colo deles até a 22ª escolha. Não só ele é um dos três melhores Offensive Tackles como também, dos três, é o que tem as características que mais ajuda ao Colts. Todo mundo sabe que o Colts vai até onde o Peyton Manning puder levar, então proteger o Manning é a lei por lá. O time cede poucos sacks porque o Manning pensa e age com uma rapidez sobrenatural, mas isso muitas vezes leva a decisões precipitadas e passes incompletos, e portanto adicionar mais um OT para dar segurança ao Manning era necessário, e o Castonzo não só é o OT mais pronto pra entrar e jogar desse grupo como também é um jogador muito técnico, que protege muito bem o Quarterback, melhor do que abre espaço pras corridas. O Colts sentiu a falta de um jogo terrestre ano passado, mas nunca ligou muito pro assunto e não parece que vai ser agora que vai pensar nisso. 

Adicionar um jogador sólido pra entrar e jogar protegendo seu jogador mais valioso sempre é uma vitória num Draft, mas eu não entendi a escolha do Ben Ijalana na segunda rodada. Ele é talentoso, mas ainda é muito cru e vai precisar de uns anos até que seja capaz de jogar em alto nível, e de que adianta isso se seu QB titular tem 35 anos e seu QB reserva é o Curtis Painter? Se era pra pensar no longo prazo, era melhor ter Draftado um QB como o Ryan Mallett pra assumir quando o Manning aposentasse.



Houston Texans
Nota: B+
Escolhas:
1st round, 11th pick: JJ Watt, DE, Wisconsin
2nd round, 42nd pick: Brooks Reed, DE, Arizona
2nd round, 60th pick: Brandon Harris, DB, Miami
4th round, 127th pick: Rashad Carmichael, DB, Virginia Tech
5th round, 144th pick, Shiloh Keo, DB, Idaho
5th round, 152nd pick, Taylor Yates, QB, North Carolina
7th round, 214h pick, Derek Newton , OL, Arkansas State
7th round, 254th pick, Cheta Ozougwu, DL, Rice

Análise: O Texans foi um time que entrou no Draft com um plano muito claro, e seguiu ele tão à risca que chega a ser quase uma trollagem quando você olha pra essa tabela acima e vê que as CINCO primeiras escolhas do time no Draft foram de Defensive Ends ou Defensive Backs. O que faz todo o sentido do mundo (tirando um pequeno detalhe). O Texans tem um ataque extremamente eficiente: Um ótimo Quarterback, um dos melhores WRs da Liga e o melhor RB da Liga no ano passado. O trio de Matt Schaub, Andre Johnson e Arian Foster é jovem e talentoso e vai ficar por muito tempo na ativa dando alegrias pro time. O problema do time ano passado foi a defesa, e nesse caso nada deu certo: O Brian Cushing não funcionou sem os esteroides, o pass rush foi insuficiente e a secundária foi uma peneira sem o Dunta Robinson. Ou seja, se o ataque é forte e a defesa não acompanha, nada mais natural do que reforçar a defesa.

Ela já foi reforçada com a chegada do Wade Phillips, que teve seus problemas de Head Coach em Dallas mas é um ótimo coordenador defensivo. O time foi pesado investir na linha defensiva e pegou o JJ Watt, que é um DE mais forçudo que não só adiciona ao pass rush como também é ótimo segurando as corridas e pode jogar mais pelo meio da linha, e o Brooks Reed é mais um híbrido de OLB com DE que prefere jogar pelas laterais para ir atrás do QB, vai combinar direitinho com o Mario Williams. Achei que os dois foram ótimas peças que tem as características que o time precisava. Se o Brian Cushing conseguir recuperar a forma de 2009 e voltar a ser uma força nos tackles pelo meio da defesa, esses dois tem tudo pra dar certo.

Depois disso, ainda foram atrás de uma cacetada de DBs pra reforçar a secundária. Ainda precisam de um titular mais confiável, mas o Brandon Harris pode jogar de nickel logo de cara e os outros podem contribuir para a rotação da equipe, se o Harris conseguir uma vaga de titular já vai ser uma ótima melhoria pro time.

Só não entendi porque um time que sofreu por não ter outros alvos além do Johnson não tentou um WR veloz ou um TE. Ainda tinham alguns bons disponíveis e eles preferiram confiar nos que já tem, ou então buscar algum outro na Free Agency. Talvez funcione, o ataque já é bom o suficiente e a defesa era uma peneira, no geral um Draft muito sólido.

Aliás, uma curiosidade é que o Cheta Ozougwu foi o Mr Irrelevant desse Draft. O Mr Irrelevant é uma tradição antiga na NFL e é a designação para o último escolhido em cada Draft, e que ganha um certo destaque na mídia na Irrelevant Week, uma semana cheia de atividades relacionadas a ele. Nenhum Mr Irrelevant até hoje foi um grande jogador, o melhor talvez seja o kicker do Chiefs, mas eu gosto de tradições e a NFL também, então torçam pelo Ozougwu.



Jacksonville Jaguars
Nota: A-
Escolhas:
1st round, 10th pick: Blaine Gabbert, QB, Missouri
3rd round, 76th pick: Williams Rackey, OL, Lehigh
4th round, 114th pick: Cecil Shorts, WR, Mount Union
4th round, 121st pick: Chris Prosinski , DB, Wyoming
5th round, 147th pick, Rod Isaac, DB, Middle Tennessee State

Análise: Eu gosto quando os times assumem riscos calculados em relação às situações de cada time em particular. E acho que a decisão do Jaguars de subir da 16ª posição pra 10ª posição em troca da escolha de segunda rodada para pegar o Blaine Gabbert foi um risco calculado e muito inteligente. O Jaguars de 2007 era um time veterano, com o David Garrard na melhor fase da carreira e que possivelmente teria ido ao Super Bowl se não tivesse topado com aquele Patriots 18-1. Mas aquele time perdeu, vários jogadores saíram e o Garrard não é mais o QB que um dia foi. O Jaguars, desde então, montou um núcleo muito jovem e talentoso, que pra mim tem tudo pra ir pros playoffs em breve. E embora o Garrard ainda tenha bons momentos, ele está velho e pra mim não adianta ter um elenco jovem, promissor e que precise de jogo se quando esse elenco estiver pronto o QB titular aposentar. A saída, portanto, era arrumar algum QB jovem pra acompanhar o elenco, e eles conseguiram isso no Blaine Gabbert.

Eu não acho que o Gabbert vai ser um gênio, mas ele tem potencial pra ser um jogador muito sólido. E apesar de pronto pra entrar e jogar, todos os jogadores vão ser afetados pelo lockout prolongado e a dificuldade de se adaptar ao jogo dos profissionais vai ser ainda mais evidente. Por isso é importante ter o Garrard pra mentorar o Gabbert por enquanto, ele vai poder se desenvolver sem a pressão de ser o titular calouro de um time que disputa para ir aos playoffs. Foi uma ótima jogada, e uma escolha de segunda rodada não foi um preço alto a pagar pelo Gabbert, acho que ele tem tudo pra se desenvolver ainda mais jogando sem pressão e com um mentor experiente e ser o líder desse jovem elenco por anos a fio.

Pra melhorar, eu amei as escolhas de terceira e quarta rodadas do time. O Williams Rackey chega pra jogar de Guard e eu acho que ele vai ser muito bom, ele tem o físico e a habilidade pra jogar por dentro da linha e vai ser importante para continuar mantendo o Maurice Jones-Drew em boas condições pra ganhar jardas. O sucesso do Gabbert vai passar pelo do MJD e um bom Guard vai ser importante para os dois. E o Cecil Shorts foi outra aposta calculada, ele é talentoso pra burro e o potencial desse cara é pra ser um ótimo jogador, ele é muito inteligente nas suas rotas e consegue muitas jardas depois das recepções. Se conseguir desenvolver seu jogo no nível da NFL, vai ser o parceiro do Gabbert por muitos anos ainda.

A nota alta do Jaguars foi porque eu adorei a aposta no Gabbert, achei que foi calculada e importante para um time que está evoluindo e não pode estagnar agora, se aproveitando da situação. Mas obviamente o sucesso ou fracasso do time no Draft vai depender do sucesso ou fracasso do Gabbert, e por isso é uma nota dificil de dar. Eu acredito que foi a escolha certa.



Tennessee Titans
Nota: C+
Escolhas:
1st round, 8th pick: Jake Locker, QB, Washington
2nd round, 39th pick: Akeem Ayers, LB, UCLA
3rd round, 77th pick: Jurrell Casey, DL, USC
4th round, 109th pick: Colin McCarthy, LB, Miami
4th round, 130th pick, Jamie Harper, RB, Clemson
5th round, 142nd pick, Karl Klug, DL, Iowa
6th round, 175th pick, Byron Stingily , OT, Louisville
7th round, 212nd pick, Zach Clayton, DT, Auburn
7th round, 251st pick, Tommie Campbell, DB, California
 
Análise: Difícil pra burro dar uma nota aqui. O Titans foi um time que de certa forma usou as várias escolhas que tinha de forma sábia, pelo menos no que diz respeito às posições, e pegou jogadores para todas as posições carentes da equipe: Quarterback, Defensive Line, Linebacker e Offensive Tackle.
 
O Titans era um time fortíssimo uns anos atrás, chegou a ter a melhor campanha da Liga em 2008 antes de perder para o Ravens nos playoffs e parecia que tinha anos de sucesso à frente. Mas o Kerry Collins nunca conseguiu repetir seu ano de 2008, o Vince Young foi mais problema do que solução e jogadores chave na defesa, como Albert Haynesworth, foram encher as cuecas de dinheiro em outros times. Agora o time está se desfazendo, trocou até de técnico e quer vida nova na cidade, e isso significa um novo Quarterback. O time tinha o Blaine Gabbert na mão, mas preferiu passar por ele e pegar o Jake Locker.
 
É de novo aquela questão dos riscos calculados. Eu adoro o Jake Locker, acho que com um ou dois anos de treino intenso na reserva de um bom QB ele tem tudo pra desabrochar num grande jogador, mas o risco do Titans talvez tenha sido um pouco exagerado aqui. O Kerry Collins não deve voltar em 2011 e o Locker vai ter que entrar e jogar de cara, e ele não está pronto para isso, e colocar o Locker de titular de cara é um risco muito grande, não só de perder jogos como de atrapalhar o seu desenvolvimento. O Gabbert era muito mais pronto pra entrar e jogar, e era uma escolha mil vezes mais segura. Até entendo que gostem do Locker, ele é um vencedor e seus intangíveis tornam ele um jogador importante pra liderar uma franquia em reconstrução, mas eles pegaram o cara muito acima do que ele deveria. Poderiam ter trocado essa escolha com algum outro time e selecionado o mesmo Locker mais embaixo no Draft enquanto ganhavam outros jogadores ou escolhas de Draft. Mais uma vez, essa escolha vai ser um sucesso ou fracasso dependendo da atuação do QB, mas se for pra dar nota pelo risco assumido pelo time, eu não gostei. Ainda pode dar muito certo e me fazer calar a boca, eu ainda acho o Locker um bom jogador, mas a situação do time não é nem um pouco favorável ao moleque. Parece o cara certo no lugar errado e na escolha errada.
 
O que salva o time é que o resto do Draft foi muito bom. Tanto o Akeem Ayers e o Jurrell Casey tem condições de entrar e contribuir de imediato em áreas deficientes, a linha defensiva pode se desmontar após perder seu coordenador e o Stephen Tullock pode seguir o Keith Bullock pra fora do time, o que vai deixar a defesa toda esburacada. Casey e Ayers vão entrar logo de cara pra jogarem nessas posições carentes e o time agora deve voltar seu foco para o Draft nas temporadas futuras.
 
Também não podemos descartar o seguinte cenário: O novo técnico Mike Munchak força uma torção no tornozelo do Locker, convence o departamento médico a colocá-lo no IR e escala o Rusty Smith de titular. O time perde 14 jogos, escapando por pouco com uma vitória contra o Bengals e uma contra o Panthers, e fica com a primeira escolha no Draft. O time consegue seu QB do futuro no Andrew Luck e ainda trocam o Jake Locker por uma escolha futura de primeira rodada. Todos saem ganhando!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Análise do Draft da NFL - NFC East

Prince Amukamara confundiu a bola com um squeeze


Continuando nossa análise do Draft da NFL, temos hoje a NFC East.


Dallas Cowboys
Nota: B
Escolhas:
1st round, 9th pick: Tyron Smith, OT, USC
2nd round, 40th pick: Bruce Carter, LB, North Carolina
3rd round, 71st pick: DeMarco Murray , RB, Oklahoma
4th round, 110th pick: David Arkin, OL, Missouri State
5th round, 143rd pick, Josh Thomas, DB, Buffalo
6th round, 176th pick, Dwayne Harris, WR, East Carolina
7th round, 220h pick, Shaun Chapas, RB, Georgia
7th round, 252nd pick, Bill Nagy, C, Wisconsin
Análise: O Dallas sabe que é um time montado para disputar coisas grandes. O problema do time é muito mais a forma como o time era organizado do que o elenco em si, então o Dallas está naquela cômoda situação onde o que vier é lucro. Apesar disso, o time tinha duas fraquezas: A linha ofensiva, que não foi a mesma depois da saida do Flozell Adams, e a secundária um pouco esburacada. Com a nona escolha do Draft, eles poderiam ter ido atrás de qualquer uma das duas, selecionando o OT Tyron Smith ou o CB Prince Amukamara. Poderiam também trocar e descer um pouco no Draft para pegar o Mike Pouncey. No final, optaram pelo Smith, que é um jogador que tem um físico absurdo e coloca um pouco mais de atleticismo numa unidade que as vezes sente falta disso. O Dallas tem três ótimos RBs e um jogador com o físico e o potencial do Smith fizeram dele, a meu ver, a melhor escolha pra situação.
O problema é que esse Draft era muito pobre em jogadores de secundária, então o Cowboys saiu dele só apostando no Josh Thomas de cornerback, o que é pouco. Sem grandes alternativas pra esse problema, o time pegou um cara que eu gosto muito, o Bruce Carter, que joga de MLB do lado fraco e também é um jogador muito atlético, deve fazer estrago no time de especialistas. Só não gostei da escolha do DeMarco Murray, parece o caso do jogador errado no time errado. O Murray é um RB explosivo que joga bem recebendo a bola, poderia ter espaço num time que precisasse de um 3rd down RB, o que não é o caso do Cowboys. Talvez valesse ter usado essa escolha pra pegar um Guard ou um Safety.
No geral, o time saiu com o que queria, um jogador com potencial pra ser um Pro Bowler mas que pode contribuir logo de cara. Adicionar um pouco de atleticismo num time que as vezes peca por ser meio refinado também é uma boa, dará novas opções ao técnico Jason Garrett. Se o Josh Thomas conseguir quebrar um galho jogando de nickel, o Dallas vai dar pulinhos de alegria, mas não sei se será o caso.
New York Giants
Nota: A-
Escolhas:
1st round, 19th pick: Prince Amukamara, CB, Nebraska
2nd round, 52nd pick: Marvin Austin, DT, North Carolina
3rd round, 83rd pick: Jerrel Jernigan , WR, Troy
4th round, 117th pick, James Brewer, OL, Indiana
6th round, 185th pick, Greg Jones, LB, Michigan State
6th round, 198h pick, Tyler Sash, SS, Iowa
6th round, 202nd pick, Jacquian Williams , LB, South Florida
7th round, 221th pick, Da'Rel Scott , RB, Maryland
Análise: Sabe quando tem um jogador que é bom, você sabe que é bom mas que de repente começa a cair no Draft, todo mundo passa ele por qualquer motivo que seja a de repente algum time finalmente drafta o fulano e todo mundo pensa "Deu sorte!"? Aconteceu com o Giants. Duas vezes!
É verdade que nenhuma das duas vezes aconteceu com um jogador das principais posições carentes do time, o que também deu ao Giants um leque interessante de opções. O Giants precisa reforçar a linha ofensiva, de um novo xerife de MLB e, se calhasse, um RB bom. Com a 19th pick, eles tinham o Mark Ingram dando sopa pra RB e ainda tinha o Anthony Castonzo disponível pra OT, mas eles pegaram o melhor jogador disponível, o CB Prince Amukamara, que caiu umas 8 posições nesse Draft. Ele é o segundo melhor cornerback do Draft, ótimo na cobertura e atlético pra burro. Talvez não seja titular de cara, mas vai ser uma peça importante na rotação do time e acredito que vá acabar ficando com uma vaga pelo seu talento.
A segunda vez foi com o DT Marvin Austin, que eu não achei que fosse passar das primeiras escolhas da segunda rodada. Ele é muito forte e ele provavelmente vai ter sucesso logo de cara, especialmente porque o Giants tem um ótimo corpo de DEs com Jason Pierre-Paul, Mathis Kiwanuka e o Justin Tuck mas o miolo da linha não está muito congestionado, provavelmente vai entrar e contribuir pro time desde o começo ou então ser uma boa opção para dar profundidade e rotatividade ao grupo. Eu vejo ele com potencial pra reforçar pra burro essa linha de frente num prazo um pouco mais médio, especialmente porque o time não tem um grande MLB pra dar tackles pelo meio então o tamanho do Austin pelo menos vai manter os bloqueadores ocupados, tapando um pouco essa carência. E eles ainda pegaram um retornador com sua escolha de terceira rodada no Jerrel Jernigan, que provavelmente não vai ter espaço no ataque mas será útil como especialista.
Eu gosto da abordagem do melhor jogador que o Giants seguiu, e eles saíram com dois talentos que podem causar estrago na Liga. Cada jogador é um ativo, e o Giants saiu com dois valiosos. Agora o Giants vai ter que atacar a Free Agent pra conseguir suprir as carências, e se conseguir o time vai vir muito forte, especialmente na defesa.
Philadelphia Eagles
Nota: B+
Escolhas:
1st round, 23rd pick: Danny Watkins, OL, Baylor
2nd round, 54th pick: Jaiquawn Jarrett , DB, Temple
3rd round, 90th pick: Curtis Marsh, DB, Utah State
4th round, 116th pick: Casey Matthews, LB, Oregon
4th round, 120th pick, Alex Henery, K, Nebraska
5th round, 149th pick, Dion Lewis, RB, Pittsburgh
5th round, 161st pick, Julian Valverde, OL, Iowa
6th round, 191st pick, Jason Kelce, OL, Cincinnati
6th round, 193rd pick, Brian Rolle, LB, Ohio State
7th round, 237h pick, Greg Lloyd, LB, Connecticut
7th round, 240th pick, Stanley Havili , RB, USC
Análise: Um time que primava pela quantidade e não pela qualidade das escolhas, e que não conseguiu realizar grandes trocas. Saiu com vários jogadores, nenhum de elite, mas ainda são vários jogadores interessantes.
A linha ofensiva do Eagles foi um problema temporada passada para o Michael Vick, que o tempo todo foi obrigado a resolver as coisas sozinho por falta de tempo. Adicionar o segundo melhor Guard desse Draft no Danny Watkins vai ajudar por dois motivos: Primeiro porque ele adiciona proteção ao Vick, o que é ótimo. Segundo porque o maior problema não é quando o Vick sai do pocket, e sim quando a pressão força ele a ficar dentro do pocket. O Watkins, nesse caso, pode ajudar criando um espaço para o Vick escapar pelo meio se a defesa deixar essa zona desguardada. Se ele conseguir fazer o papel de bloqueador que ele fez no College, ele vai adicionar uma dimensão muito importante pro time, as corridas pelo meio tanto do Vick como do LeSean McCoy.
Além disso, o time pegou dois DBs curiosos na dupla Jaiquawn Jarrett e Curtis Marsh. O Jarrett é um safety que gosta de dar trombadas, tem boa velocidade e instintos pra chegar em quem está com a bola, mas vacila um pouco demais nas coberturas. Isso as vezes é um problema do jogador, que não consegue reconhecer as jogadas ou então não sabe se posicionar pra tirar proveito do esquema tático, mas também pode ser apenas falta de experiência, o que um bom técnico como Andy Reid seria capaz de resolver. Se ele conseguir melhorar essa área do jogo, vai acabar sendo uma dupla interessante pro Brian Dawkins ou entrando em jogadas de três safetys. O Marsh é um cornerback de pressão, gosta de forçar os jogadores a mudarem suas rotas e tem bons instintos para cobertura. Não deve ganhar a vaga de titular, mas pode entrar em nickels ou dimes conforme o ano for passado.
Como se eu já não tivesse gostado do Draft ter usado a quantidade pra pegar reforços pra secundária e pra linha ofensiva (Foram mais dois OLs no resto do Draft), eles ainda saíram com um dos jogadores mais interessantes do Draft, o Casey Matthews. Pra quem não sabe, ele é irmão do Clay Matthews, OLB do Packers e um dos melhores da Liga. Se o sangue falar alto, ele vai ser um tremendo steal, eu confesso que não sei como ele caiu até aqui no Draft. Ele joga mais pelo meio que o irmão, mas tem boa velocidade e instintos pra jogar de OLB, pode dar a opção para o Reid. Tem uma ótima leitura de jogada e aproximação, tem tudo pra ser um bom jogador. De qualquer forma, na quarta rodada definitivamente vale a aposta. Bom Draft!
Washington Redskins
Nota: C+
Escolhas:
1st round, 16th pick: Ryan Kerrigan, DE, Purdue
2nd round, 41st pick: Jarvis Jenkins , DL, Clemson
3rd round, 79th pick: Leonard Hankerson , WR, Miami
4th round, 105th pick: Roy Helu, RB, Nebraska
5th round, 146th pick, Dejon Gomes , DB, Nebraska
5th round, 155th pick, Niles Paul , WR, Nebraska
6th round, 177th pick, Evan Royster , RB, Penn State
6th round, 178th pick, Aldrick Robinson , WR, SMU
7th round, 213rd pick, Brandyn Thompson , DB, Boise State
7th round, 217th pick, Maurice Hurt, OL, Florida
7th round, 224th pick, Markus White , DE, Florida State
7th round, 253rd pick, Chris Neild, NT, West Virginia
Análise: Antes de mais nada, queria esclarecer que os boatos que diziam que o Redskins estava querendo Draftar o time todo de Nebraska eram falsos.
Agora, vamos análisar esse Draft de duas formas diferentes.  Primeiro o Redskins, que não tinha escolha de segunda rodada, conseguiu a do Jaguars ao descer da 10th pick pra 16th pick numa troca. Eles pegaram então dois jogadores de posições importantes, o Ryan Kerrigan pra jogar de DE do seu esquema 3-4 com o Jarvis Jenkins tentando ser a âncora no meio que o Albert Haynesworth nunca foi porque nunca quis ser. O Kerrigan tem tudo pra ser um ótimo jogador e o time já tem o Brian Orakpo pra botar pressão jogando de OLB, se o Jenkins conseguir atrair dobras na marcação o Redskins vai ganhar uma tremenda adição pra uma defesa que já foi reforçada com o Safety OJ Atogwe e que já era boa antes.
Depois o time buscou peças para o ataque, trazendo três Wide Receivers (Algum deles tem que ser bom, certo? O Leonard Hankerson é um bom possession receiver com caracteristicas de número 1, mas vai precisar de um blazer pra tirar a pressão de cima dele) e dois Running Backs. O Santana Moss, melhor WR do time, é Free Agent e o time não tem outros alvos decentes além dos TEs. Ou seja, usou a quantidade enorme de escolhas pra pegar vários jogadores pra reforçar o ataque, tem chances decentes de algum dar certo. WRs são mais urgentes, já que o Ryan Torain teve uma boa temporada de RB em 2010.
Pareceu um Draft de sucesso, não é? Cheio de boas escolha, então porque um C+?
Porque o time teve nas mãos na décima escolha o Blaine Gabbert, que pra mim nunca vai ser um QB de elite mas é talvez o QB mais garantido dessa classe, e trocou a escolha pro Jaguars. Tudo bem, eles ganharam uma escolha importante com isso na segunda rodada, mas quando paramos pra analisar os resultados práticos, olhamos o seguinte. O que eles ganharam? Dois jogadores de linha defensiva que podem deixar essa defesa muito boa. O que eles perderam? Vão ficar com o Rex Grossman de QB a temporada toda, já que eles querem trocar o Donovan McNabb. Rex Grossman, leiam esse nome mais uma vez. Ele é horrível e o ataque não vai a lugar nenhum com ele, mas o Redskins acha que ele é bom e preferiram continuar com ele do que pegar um sólido QB, nem que fosse na segunda rodada. Só por isso eles ficam com C+, a esperança deles agora é que ele machuque e o McNabb resgate a velha forma. Ou ofereçam as calças pelo Kevin Kolb e torçam pro Eagles esquecer que esse é o mesmo Redskins que acabou de receber o McNabb do próprio Eagles.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Análise do Draft da NFL - AFC East


Fala "Não" pro Marcell Dareus pra você ver o que acontece

Finalmente!! Sim, não é uma ilusão, estamos realmente falando do Draft da NFL!! Para quem não lembra, o Draft da NFL aconteceu num momento importante da NBA e com o lockout ainda pronto pra durar mais algum tempo, então deixamos o coitado um pouco de lado para falar da NBA - playoffs!! - e adiamos pra quando estivessemos mais perto do fim do lockout. Eu até queria fazer isso junto com a Free Agency, mas se a gente não começar agora isso não fica pronto nunca. Então, sem mais delongas, começamos a análisar, time por time, o Draft de 2011 da NFL, começando pelos times da AFC East.



New England Patriots
Nota: A-
Escolhas:
1st round, 17th pick: Nate Soldier, OL, Colorado
2nd round, 33rd pick: Ras-I Dowling, CB, Virginia
2nd round, 56th pick: Shane Vereen, RB, California
3rd round, 73rd pick: Stevan Ridley, RB, LSU
3rd round, 74th pick: Ryan Mallett, QB, Arkansas
5th round, 138th pick, Marcus Cannon, OL, TCU
5th round, 159th pick, Lee Smith, TE, Marshall
6th round, 194th pick, Markell Carter, LB, Central Arkansas
7th round, 219th pick, Malcolm Williams, DB, TCU

Análise: Existe um motivo pro Patriots ser o time que melhor Drafta da NFL, e ele se chama Bill Belichick. Todo mundo sabe que eu adoro o Belichick e acho ele um ótimo técnico e um dos melhores da Liga, mas quando o assunto é conseguir bons jogadores e manipular as escolhas do Draft com trocas pequenas, ele é disparado o melhor. O Patriots não só conseguiu Draftar bons jogadores, como também conseguiu uma escolha de primeira rodada em 2012 vinda do Saints com sua mania de trocar sempre por escolhas de primeiras rodadas futuras, que quando chegam a hora de serem usadas são novamente trocadas (Boatos de que o objetivo oculto do Patriots é ter toda a primeira rodada do Draft 2018).

Mas além de conseguir mais escolhas futuras rumo ao seu objetivo megalômano, o time também conseguiu fortificar sua linha ofensiva draftando o Nate Soldier. Soldier é daqueles tackles que tem um jogo bom o suficiente pra ser um titular quando chega mas tem o potencial de ser um Pro Bowler, e mesmo se não chegar a isso e ficar no meio termo entre os dois já está ótimo. A grande pedra no sapato do Patriots é o New York Jets, e o Jets venceu o Patriots nos últimos playoffs porque conseguiu usar seus esquemas de blitz pra colocar pressão contínua no Tom Brady. Não só isso, o Brady tem problemas sérios no joelho, então quanto menos sacks ele levar melhor. Por falar em Brady, a escolha do Ryan Mallett pra mim foi uma das melhores desse Draft, o caso do jogador certo no lugar certo. O Brady ainda joga uns cinco anos em alto nível se não tiver nenhuma lesão séria, mas o Mallett está pronto pra assumir o lugar dele. Era um talento de primeira rodada com problemas de atitude e um jogo um tanto cru para jogar com os profissionais. Agora ele terá muitos anos para aprender com o melhor QB da Liga na atualidade (Desculpe Peyton Manning, a tocha foi passada) e sob a batuda do Bill Belichick, que tem um histórico de desenvolver jovens talentos e não vai deixar sua cabeça problemática atrapalhar seu jogo. Quando o Brady pendurar as chuteiras, o Patriots já pode ter outro grande QB pronto pra assumir.

E se tratando de defesa, o Ras-I Dowling é minha aposta pra ser o novo Devin McCourty. Pra quem não acompanhou, o McCourty foi um CB draftado pelo Patriots na segunda rodada e foi possivelmente o segundo melhor calouro defensivo de 2010 (O primeiro começa com S e joga no Lions), superando todas as espectativas e solidificando uma defesa antes frágil. O Ras, além de ter o nome mais estranho desse Draft, é um CB que tinha tudo pra ser um dos melhores do Draft se não fossem muitas lesões ao longo do seu último ano no College. O Patriots pode se dar ao luxo de apostar na saúde do moleque, porque se ele ficar saudável ele é um dos três melhores CBs desse Draft.

 O que eu não gostei e impediu a nota A+ do time, no entanto, também tem a ver com defesa. Apesar dos problemas na secundária, a grande fraqueza na defesa do Pats foi o pass rush. A enorme dificuldade de chegar até os QBs adversários causou ainda mais problemas para uma secundária inexperiente, e todo mundo esperava um DE ou OLB chegando via Draft. Mas nenhum chegou, e o Pats agora vai ter que se virar com o que tem e com a Free Agency. Eles podiam ter apostado no Da'Quan Bowers, que apesar das lesões pode ser um dos melhores jogadores desse Draft, e que caiu até o meio da segunda rodada. Mas do jeito que ficou está bom, porque o time do Patriots já está jovem, montado e agora só precisa de algumas peças para encaixar. Faltam duas (Um bom WR principal e um pass rusher), mas o time parece ainda melhor do que ano passado e é meu favorito pro título.


Buffallo Bills
Nota: B-
Escolhas:
1st round, 3rd pick: Marcell Dareus, DT, Alabama
2nd round, 34th pick: Aaron Williams, CB, Texas
3rd round, 68th pick: Kelvin Sheppard, LB, LSU
4th round, 100th pick: Da'Norris Searcy, S, North Carolina
4th round, 122nd pick, Chris Hairston, OL, Clemson
5th round, 133rd pick, Johnny White, RB, North Carolina
6th round, 169th pick, Chris White, LB, Miss. State
7th round, 206h pick, Justin Rogers, CB, Richmond
7th round, 245th pick, Michael Jasper, DT, Bethen (TN)

Análise: Difícil criticar um time que sai com talvez a escolha mais segura de todo o Draft, o DT Marcell Dareus, que eu teria escolhido em primeiro se fosse o Panthers. Ele é um cara pronto pra entrar e jogar, tem um ótimo físico e locomoção e se eu desse apelidos para os jogadores o dele com certeza seria "âncora", ele é perfeito pra ser um DT nos profissionais.

Mas tirando ele, o draft foi apenas mediano. Eu gosto bastante do Aaron Williams e do Kelvin Sheppard, dois jogadores que tem condições de entrar e jogarem desde o começo, estão prontos pra NFL e são sólidos, mas nenhum dos dois parece que vai evoluir em nada além disso. São escolhas um tanto seguras demais pra um time que precisa sair do buraco. Talvez valesse a pena ter apostado em um QB ou em jogadores mais completos, que teriam condições de evoluirem em algo mais. Parece que pegaram dois jogadores que se dariam melhor em times já montados que precisassem de uma ou outra adição, o que definitivamente não é a situação do Bills. O time precisa montar uma base, talvez fosse a hora de ter pego jogadores que poderiam virar algo mais, como o Colin Kepaernick ou o Bowers, ainda que a um risco maior. Mas serviu pra melhorar o time - ainda é o pior da divisão - e conseguiram um Franchise DT no Dareus, então não foi de todo ruim.



Miami Dolphins
Nota: B
Escolhas:
1st round, 15th pick: Mike Pouncey, OG, Florida
2nd round, 62nd pick: Daniel Thomas, RB, Kansas State
4th round, 111th pick, Edmond Gates, WR, Abilene Christian
6th round, 174th pick, Charles Clay , TE, Tulsa
7th round, 231st pick, Frank Kearse , DT, Alabama A&M
7th round, 235th pick, Jimmy Wilson, DB, Montana

Análise: Eu amo times que entram no Draft com um plano específico e cumprem ele até o final. A defesa do Miami Dolphins não era perfeita, mas o diagnóstico do Tony Sparano - a meu ver, muito correto - era de que o time não precisava melhorar a defesa para vencer, e sim melhorar o ataque. A defesa tem o Cameron Wake, tem o Vontae Davis e consegue segurar a onda, ainda que não vá ganhar muitos jogos sozinha como a do Steelers ou a do Jets. Mas o ataque foi o calcanhar de Aquiles, e o time tinha como prioridade reforçar o jogo terrestre, a força do time nos anos anteriores e que foi uma desgraça em 2010. Tanto o Ronnie Brown como o Ricky Williams, dois corredores ágeis e velozes, vão ser Free Agents e o time só deve manter um deles. Para reforçar então o jogo terrestre, pegaram um Guard, o Mike Pouncey, irmão gêmeo do Maurkice Pouncey, do Steelers. O Maurkice foi um tremendo jogador pro Steelers, protegeu o QB muito bem e ainda abriu muitos espaços pras corridas, foi um achado espetacular. O irmão é gêmeo e também parece muito bom, se ele conseguir fazer no Dolphins o que o irmão fez no Steelers já ta ótimo pro RB que renovar. Além disso, pegaram o Daniel Thomas, um RB mais de força pra complementar tanto Brown como Williams, quem ficar.

Arrumado esse problema, foram pro outro: alvos. O time tem o Brandon Marshall, que quando quer é excelente, mas sentiu demais a falta de outros alvos. O TE Anthony Fasano quebra um galho e o Davone Bess tem seus bons momentos, mas muitas vezes só tinha o Marshall pra receber. O Edmond Gates pode ser um sólido playmaker devido à sua velocidade e explosão, o que vai abrir espaço para o Fasano e o Charles Clay de TE, o Bess e suas rotas saindo do slot, mais curtas, e pro astro do ataque que é o Marshall.

Engraçado que o time reforçou as áreas deficiantes do seu ataque, mas não procurou reforçar seu QB. O Chad Henne foi muito contestado ano passado e não jogou bem, mas pelo visto a aposta do time é que com um jogo terrestre consistente e mais alvos ele consiga ser mais eficiente. Ou então eles vão buscar o Kevin Kolb assim que abrir pra trocas, também pode ser. No geral, usou bem as poucas escolhas que tinha e reforçou seu ataque como tinha planejado, resta ver se o diagnóstico foi correto ou não.


New York Jets
Nota: B-
Escolhas:
1st round, 30th pick: Muhammad Wilkerson , DT, Temple
3rd round, 94th pick: Kenrick Ellis, DL, Hampton
4th round, 126th pick, Bilal Powell , RB, Louisville
5th round, 153rd pick, Jeremy Kerley, WR, TCU
7th round, 208th pick, Greg McElroy , QB, Alabama
7th round, 227th pick, Scotty McKnight , WR, Colorado

Análise: O Jets tem um time sólido e bem montado, e usou relativamente bem as poucas e baixas escolhas que tinha. Gastou as duas primeiras em dois bons jogadores pra linha defensiva, talvez nenhum deles vá ser titular (eu aposto que o Muhammad Wilkerson vá ser até que bastante utilizado) mas os dois adicionam alguma profundidade à posição, um tanto carente quando o Kris Jenkins se machucou ano passado. Mas como o Jenkins vai voltar, acho meio exagero gastar duas escolhas com a posição. Até entendo, mas eu pegaria um OLB ou um DE pra melhorar o pass rush. O Jets ganha seus jogos colocando pressão nos QBs, graças aos esquemas insanos do Rex Ryan. Quanto mais gente, melhor pros esquemas, e portanto acho um OLB mais importante do que outro DL. Não que o Ryan não possa usar um DL enorme como o Kendrick Ellis, mas eu acho que um OLB era mais urgente.

Além disso, o time buscou dois WRs porque Braylon Edwards e Santonio Holmes são Free Agents e dificilmente os dois vão renovar, provavelmente só um deles ou até nenhum dos dois. Nenhum dos dois parece que vai conseguir ser grande coisa sem um QB de elite, o que o Mark Sanchez não é, mas os dois podem jogar como retornadores e o Jeremy Kerley parece uma opção interessante pro slot caso o Jericho Cotchery tenha que jogar mais longe da linha de scrimmage.

No geral, foi conservador com suas escolhas e procurou corrigir falhas no time. O Jets já tem sua base montada, então o que vier é praticamente lucro. Não são jogadores que vão causar grande impacto, mas podem ter sua utilidade.

Atualização: Segundo o twitter do Adam Shefter, um dos mais importantes ligados à NFL, o Kris Jenkins está pra anunciar a aposentadoria. Se for confirmado, aí a ideia do Jets de draftar dois defensive tackles faz mais sentido. Ainda falta um outro jogador pra dar mais opções de blitz, que poderia ter vindo por exemplo no lugar do Bilal (vamos poupar vocês dos trocadilhos) Powell, mas aí a nota do Jets sobe para B, já que cobrir o miolo da linha vira a prioridade do time.

domingo, 17 de julho de 2011

Os dois lockouts

David Stern sabe que adoraria estar na pele do Roger Goodell


Antes de mais nada, o TM Warning está de volta. Peço mil desculpas pela ausência, sei que 18 dias fora é bastante, não queria deixar o blog às moscas mas foi necessário. Agradeço a todos que não desistiram e voltaram a acompanhar o blog, prometo correr pra acompanhar a NFL que já já deve estar de volta.

Eu até tinha pedido pra um amigo meu postar de vez em quando aqui, mas... Eu realmente não dou sorte com as pessoas que me prometem ajuda, né? O Celo postou nove vezes no total no blog e o Pedro nenhuma. Acontece, acontece. Estou de volta com força total agora, então vamos a isto.

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Como todo mundo sabe - não se comenta de outra coisa no mundo dos esportes americanos, tirando a derrota dos EUA pro Japão na final do Mundial de futebol feminino - tanto a NBA como a NFL estão passando por lockouts. Em ambos os casos, o CBA (Acordo entre a Liga e os jogadores que regulamenta a interação entre ambos, especialmente no que diz respeito aos contratos dos jogadores) vigente nas últimas temporadas expirou e esse lockout - a Liga 'trancando' os jogadores, impedindo que eles tenham contato com os times - agora está no lugar enquanto ambos os lados, Liga e associação dos jogadores, negociam um novo acordo para que as Ligas possam retomar sua atividade em 2011/2012. Tanto a NFL como a NBA passam por esse período extremamente difícil: Os jogadores estão sem poder realizar atividades junto dos clubes, times não podem trocar jogadores, renovar contratos ou assinar Free Agents e os calouros recém-draftados em ambas as Ligas não podem treinar com seus novos companheiros.

No entanto, a situação de ambas as Ligas é extremamente diferente, porque a natureza do novo CBA de cada uma delas é totalmente diferente em sua essencia. Eu venho aqui hoje pra tentar explicar a natureza dessa diferença entre os dois CBAs que estão sendo discutidos, e mostrar porque a situação da NBA é mil vezes pior que a da NFL. Como alguém disse na ESPN.com, a questão trabalhista da NFL nem merece ser chamada de 'lockout' quando comparada com a situação da NBA, de tão mais simples que ela é. Claro que nenhuma é simples, mas a questão da NFL já está praticamente resolvida, enquanto a da NBA nem começou a ser discutida e existe uma chance muito real de que a temporada da NBA seja cancelada, ou pelo menos encurtada.

A NFL é, em termos econômicos, uma Liga extremamente lucrativa. Estima-se que na última temporada, a NFL tenha tido um lucro de 9 BILHÕES de patacas, o que é dinheiro pra cacete. Cerca de 59,5% desse total era repassado aos jogadores (O Salary Cap de cada time era calculado em torno desses 59,5%, dividido pelos 32 times) no que era previsto pelo último CBA. Na prática é menos, porque ninguém usa o Salary Cap na sua totalidade, mas de qualquer forma os salários e os contratos são calculados com base nesses 59,5% da renda projetada pela NFL para o ano. Mas isso era no último CBA, que foi assinado num  período de prosperidade e onde todos andavam felizes com o momento econômico do US and A. Atualmente, em meio a uma crise econômica séria nos US and A, a Liga prega que é hora de ser mais conservativo e cortar um pouco os gastos de cada time, como forma de continuar sendo tão funcional como é, e obviamente os jogadores não querem ter seus salários reduzidos.

Em outras palavras, a questão por trás do lockout e das negociações para um novo CBA - que você pode entender melhor através desse post - é simples: A Liga gera dinheiro pra cacete, o problema é quem fica com quanto. A NFL acha que deve reduzir os 59,5% de forma a preservar os times, e os jogadores acham que assim ta bom. Existem muitas variáveis, como o salário dos aposentados, dos calouros e etc, mas em essência, toda essa discussão é motivada pura e simplesmente por você ter muito dinheiro e ter que dividir entre dois grupos que querem uma fatia maior. Complicado, mas nada que não se resolva com um pouco de boa vontade e, claro, com a temporada regular chegando. Os dois lados sabem que vão perder demais caso a temporada sofra consequências e portanto a boa vontade de ambos aumenta conforme nos aproximamos do dia 7 de Agosto, pra quando está marcado o primeiro jogo da pré-temporada. A NFL conseguiu duas vitórias na Justiça recentemente e parece estar no controle das negociações. A palavra que chega é que os dois lados já acertaram a parte financeira, apenas alguns detalhes ainda estão em cima da mesa e que dia 21 o novo CBA deve ser assinado. Amém!

Agora chegamos à parte difícil da questão, que é o lockout da NBA. Sim, ele acabou de começar, o da NFL teve muito mais tempo pra ser resolvido, mas não vamos alimentar falsas esperanças. A chance da solução desse lockout ser tão simples como o da NFL é a mesma de eu ser o QB titular do Cardinals em 2012 e... Espera, essa chance é boa... Ok, a chance de eu ser o QB titular do Packers em 2012. Zero.

Ao contrário da NFL, a NBA não é mais uma Liga lucrativa. Os times estão tendo prejuízo, a Liga está perdendo dinheiro e a NBA não é mais uma atividade atraente para a maioria dos donos de time. A temporada de 2011 foi uma das melhores da história da Liga, com altíssimos índices de audiência, um supertime que atraiu a atenção (e o ódio) do mundo todo, o Heat, muitos jogadores que atraíram a atenção de gente que não via NBA há muito tempo (estou olhando pra você, Blake Griffin!) e a NBA realmente entrou com tudo na era da internet. E mesmo assim os times disseram que o prejuizo combinado deles foi de 340 milhões de patacas!!

Tudo bem, primeiro de tudo, esse número é falso. A conta pra chegar nesse número foi feita pelos times e quem analisou os dados disse que foram contabilizados critérios absurdos. A idéia de inflar esse número era pra pressionar os jogadores de uma foram bem idiota, mas não podemos deixar isso esconder uma simples verdade: 22 de 30 times tiveram prejuízo em 2011, uma das melhores temporadas da Liga, com altos índices de audiência e grande envolvimento via net.

Vocês conseguem perceber a diferença? Na NFL, temos um enorme monte de dinheiro e uma discussão gananciosa sobre quem vai ficar com que parte. O sistema funciona perfeitamente, não existem franquias pequenas ou pobres na Liga, todas elas tem condições de pagar pelos seus jogadores e agora eles estão disputando as maiores fatias do bolo com os jogadores. Na NBA, é o oposto: O sistema não funciona mais. Os times perdem dinheiro, existem times miseráveis em mercados pequenos que não tem mais condições de manter um time da NBA sem ajuda, e as vezes nem assim. Ninguém quer entrar nesse mercado e o novo CBA não é simplesmente uma divisão de dinheiro, e sim uma profunda questão sobre o que fazer pra corrigir um modelo que está dando errado.

O problema é que ninguém realmente sabe como fazer isso. Os donos querem remendar coisas que façam sentido para eles mas que não vai consertar modelo nenhum, e os jogadores querem que tudo continue como está, mesmo que o jeito que está agora seja totalmente errado e não faça um puto de um sentido. Os problemas na NBA estão na própria Liga, que eu repito pela milésima vez, deixou de ser lucrativa. Na NFL, as cotas de transmissão de televisão são distribuidas equitativamente para todos os times, os incentivos da Liga começam de baixo para cima, o Salary Cap é fixo e não existem ressalvas. Isso tudo faz com que não existam times pobres. Existem times ricos, mas não existem times pobres. Um time de uma cidade com 100 mil habitantes acabou de ser campeão do Super Bowl. Os times dos grandes mercados (New York, Boston, etc) não polarizam os jogadores, existem grandes times em mercados como San Diego, Green Bay, Minnesota. A Liga faz sentido, os times tem dinheiro, e tudo funciona perfeitamente. Ter uma Franquia na NFL é lucrativo, as pessoas querem investiro no mercado.

A NBA por outro lado tem times como Kings e Hornets, que não conseguem mais se sustentar em mercados pequenos. Os ginásios não são suficientes, as cotas de transmissão são baixíssimas e eles não tem condições de sobreviver ou competir com times de mercado como Los Angeles e New York. Temos atrocidades como por exemplo ver times entupidos na sua folha salarial pagando mais de 15 milhões pra Baron Davis, Rashard Lewis, Elton Brand ou Gilbert Arenas. Você se assusta que times estejam perdendo dinheiro? O Hawks acabou de assinar um contrato de 120 milhões de patacas por seis anos com o Joe Johnson, um jogador que tem 30 anos e não é nem um dos 20 melhores da Liga. E no centro de tudo isso, o CBA, que regula esses contratos. É de se estranhar que estejam querendo abaixar o teto salarial e encurtando os tempos de duração dos contratos? E também da pra acreditar que tudo vai se resolver com salários menores pros jogadores? Não foram Lewis, Davis e cia que se ofereceram esses contratos, times ofereceram pra eles porque achavam que valiam a pena. O problema da NBA é muito mais profundo do que simplesmente discutir quem ganha quanto, são necessárias mudanças profundas na regulamentação desses contratos, a questão não é o quanto os jogadores ganham, e sim o quanto PODEM oferecer a eles.

Além disso, existe o relacionamento. Se vocês acham que o relacionamento dos jogadores da NFL com a Liga é ruim, é porque não viram o dos da NBA. Desde a última greve, eles genuinamente se odeiam. O relacionamento deles não poderia ser pior, os dois lados parecem mais preocupados em participar de um joguinho idiota de crianças em colocar um a culpa no outro pela falta de avanço nas negociações do que em realmente arrumar alguma coisa. Desde o começo do lockout, ninguém fez nenhum esforço pra começar a negociar e ambos os lados parecem pessimistas sequer pro COMEÇO das conversas.

Ou seja, o lockout da NFL é brincadeira de duas crianças mimadas que querem ter mais que a outra. Uma Liga que funciona, muito dinheiro e dois lados gananciosos. Isso vai ser resolvido essa semana no máximo, a Free Agency deve abrir até a outra semana, e podemos retomar nossa rotina assistindo o esporte que amamos. Na NBA, além de dois lados que se odeiam tendo que negociar, temos um modelo que não funciona, perda de dinheiro e nenhuma solução, apenas dois lados que tem uma visão muito distorcida das coisas. Os donos de times (Ou seja, a Liga) coloca a culpa nos salários enormes dos jogadores e ignora todo o resto, e os jogadores acham que tudo tem que continuar como está sem se preocupar com o fato de que a NBA não funciona mais tão bem como antes. Mudanças profundas são necessárias, o Bill Simmons fez um post brilhante sobre o assunto que eu talvez traduza se vocês quiserem (Mandem emails para tmwarning@hotmai.com ou deixem os comentários aí embaixo mesmo) e que oferece um novo modelo para regulamentar os salários, mas o fato é que são necessárias muito mais mudanças e mudanças muito mais profundas do que os donos querem admitir e isso passa por uma redução do tempo e do valor dos contratos. Ambos os lados vão ter que abrir mão de algumas coisas, e não existe nenhuma solução fácil pro problema. Um novo CBA feito nas coxas pode até sair, mas só vai adiar o problema, porque o David Stern não é um idiota e sabe que a Liga está precisando dessas mudanças. A proximidade da temporada regular não vai mudar isso, e por isso que não é improvável que tenhamos uma perda de jogos da temporada regular, talvez até uma temporada inteira!

Por fim, precisamos comentar do Deron Williams, que chamou a atenção de todo mundo assinando um contrato com o Besiktas, da Turquia. O contrato é de um ano e tem uma cláusula que ele termina automaticamente com o fim do lockout, permitindo que o Deron volte pra NBA. A idéia dele é simples, fazer dinheiro e continuar jogando mesmo com a NBA parada. De certa forma, isso reforça a posição dos jogadores nas negociações, que mostra que eles não estão desesperados pela volta da NBA, que tem outra forma de ganhar a vida enquanto isso. A expectativa é de que muitos jogadores estrangeiros façam o mesmo, mas poucos americanos sigam esse exemplo, de forma que seria mais uma atitude isolada. Vamos ficar no aguardo pra ver o desenrolar, mas os fãs de NBA podem ficar preocupados. E muito preocupados.

sábado, 2 de julho de 2011

Férias

Galera, infelizmente, estou saindo de férias. Digo infelizmente porque, pela falta de um parceiro confiável, eu provavelmente vou ter que ficar sem postar no blog esse tempo, até minha volta, dia 18. Eu não sei se terei acesso à internet e provavelmente não terei tempo, vuo aparecer pra postar apenas caso algo muito importante apareça.

No meio tempo, pedi ao meu amigo Pedro para que postasse de vez em quando pra não deixar o blog às moscas, mas como eu nao me dou bem com parceiros, não espero muita coisa.

Garanto a voces que essas ferias do blog só dura até meu retorno a Sampa, dia 18. Foi um prazer enorme escrever para todos voces e espero que, quando eu voltar a postar, vocês tambem voltem a ler com o mesmo interesse de antes.

Um grande abraço e até dia 18

Vitor

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Verdades e mitos sobre a "offseason" da NFL

Com a greve ainda rolando solta e sem uma Free Agency, nenhum Free Agent pode assinar, nenhuma troca pode ser feita, e nenhum time pode entrar em contato com seus jogadores. Por isso a gente fica no suspense sobre muitas coisas que estariam acontecendo e acaba ouvindo bilhões de versões diferentes sobre os assuntos, sobre que troca vai acontecer, sobre que jogador vai para onde, sobre quem será o QB titular do time X... E muitas outras. Então, vim aqui dessa vez pra comentar alguns dos... na falta de palavra melhor, boatos... que tão rolando por aí. Nem são bem boatos, são as histórias mais comentadas e que acabam gerando milhões de interpretações diferentes, então vamos trabalhar agora pra que a gente só olhe pro que realmente está acontecendo.

Para quem não acompanha NFL, eu adianto que estamos preparando um especial sobre a Liga pra introduzir a ela quem ainda não a conhece, explicar a história, o seu funcionamento, o jogo, etc, para fazer as pessoas entenderem melhor esse esporte tão pouco divulgado no país. Por enquanto, vocês podem tentar ler alguns posts antigos pra tentar se situar ou, então, ler os nossos posts relativos ao lockout, que é uma coisa bem semelhante ao que está acontecendo na NBA, e muitos até dizem que essa greve pode ser o "exemplo" pro que vai acontecer na NBA, se tiver um final feliz ou não, se a negociação envolver a redução salarial, etc. Mas por fim, vamos aos 'mitos'.


Não teremos/teremos a temporada da NFL normalmente esse ano

Ouch, começamos com uma que dói. A existência ou não da temporada da NFL esse ano é um dos tópicos mais discutidos de longe. Com a greve no lugar e o começo da pré-temporada perto (Começo de Agosto), algumas pessoas começam a se desesperar e outras a buscar alternativas a um possivel adiamento ou cancelamento da NFL. O lockout não foi levantado, a Free Agency nem sequer começou, e as pessoas começam a ficar preocupadas com o tempo.  Fato é que já tivemos tempo demais pra resolver essa questão, porque agora ela ficaria mais perto de uma solução?

Na verdade, a resposta é simples: exatamente porque estamos perto da temporada. Os dois times já foram à Justiça, os jogadores ganharam em primeira instância, os donos na segunda, e ainda temos recursos correndo pelo país que ainda vão demorar pra serem resolvidos. Mas com a temporada tão perto - e um cancelamento da temporada ia ser péssimo pra todo mundo - eles resolveram acelerar as negociações. As reuniões acontecem diariamente, o DeMaurice Smith (Chefe da NFLPA, a associação dos jogadores) e o Roger Goodell (Chefão da NFL) andaram viajando juntos pra encontrar os calouros recém-draftados, e as negociações parecem que vem avançando. Eu acredito em um acordo pra segunda metade de Julho, e é o que muitos outros acreditam. Ainda vamos precisar de mais um pouco pra chegar num acordo, mas cada vez que a temporada chega mais perto a urgência aumenta.

O problema é que se chegar perto demais da temporada e da pré-temporada, podemos ter que recorrer a um adiamento da temporada, talvez por cerca de um mês. É um cenário possível, a meu ver seria o melhor porque daria tempo dos Free Agents serem assinados e dos calouros de se integrarem ao time, mas que pode trazer problemas futuros por causa de TV, contratos e do calendário. Como alguém me lembrou no nosso twitter, adiar em uma semana a temporada levaria ao Super Bowl de se embolar com o All Star Game da NBA, e... Ah, droga, a NBA também está em greve e com a temporada em risco. Vamos pro próximo tópico.


O Nnamdi Asomugha pode ir para o time X

Os Free Agents dessa temporada não são ruins na NFL, mas de longe o melhor jogador na Free Agency é o Nnamdi Asomugha, Cornerback do Oakland Raiders até esse ano. O Asomugha disputa com o Darrelle Revis do Jets e o Charles Woodson do Packers o posto de melhor cornerback da Liga, é um tremendo jogador e ainda tem só 29 anos em uma posição que costuma ser longeva, então o time que o assinar vai ganhar um dos melhores defensores da Liga. Não é a toa que estando no mercado ele está atraindo muita atenção e boatos: O Asomugha está indo pro Denver Broncos, pro Philadelphia Eagles, pro Saint Louis Rams, pra casa, etc. E todos esses boatos são verdade por um simples fato: O Asomugha pode ir para 31 times diferentes! Não existe isso de "Ele pode estar indo pra tal" ou "Talvez queira ir para lá", porque até a Free Agency abrir de fato, existem 31 potenciais destinos para o Asomugha! Eu acho que ele vai acabar indo pra NFC East, mas isso é só um palpite, ele pode ir para qualquer time que lhe interessar por qualquer motivo (Um time que pague o máximo permitido, um time jovem com futuro como Bucs ou Lions, um time para ganhar um título agora como Packers ou Patriots, um time perto de onde ele cresceu como o 49ers, etc).

A unica excessão é seu ex-time, o Raiders. Ele e o Raiders não conseguiram chegar a um acordo antes do lockout e o Nnamdi cansou de negociar e disse que ia para a Free Agent, o que ele não faria se fosse pra ficar em Oakland ganhando um salário ANTES do lockout do que voltar ganhando um salário menor pós-lockout. Se ele fizer, ele é doido, mas a gente sabe que os atletas nem sempre usam o cérebro, olha só o Nene, que desistiu de ganhar 9 milhões em Denver no último ano de seu contrato pra virar Free Agent e ganhar bem menos em algum outro lugar no novo CBA e... Ah, droga, vamos pro próximo.


Tiki Barber e Plaxico Burress tem/não tem lugar na Liga

Quem começou a acompanhar NFL mais recentemente talvez não lembre do Tiki Barber. Ele era o RB do Giants, era um dos melhores da Liga, mas se aposentou porque, como ele mesmo disse numa frase famosa à qual eu sempre gosto de recorrer, "Eu não aguento mais jogar no domingo, passar três dias me recuperando no centro médico, depois três treinando, pra jogar de novo no domingo". Ou seja, ele tava de saco cheio da rotina espartana que esses caras levam durante a temporada, tinha bastante grana, alguns até dizem que ele estava com depressão, e acabou se aposentando mesmo ainda tendo lenha pra queimar (correu 1400 jardas no ano em que se aposentou), e viu o time logo depois ser campeão do Super Bowl. Agora o Barber, gêmeo do cornerback Ronde Barber do Bucs, disse que quer voltar para a Liga porque sente falta do jogo, quer se divertir e tudo mais. Ele, por contrato, está vinculado ao Giants (o contrato que ele tinha antes de aposentar, se não me engano, tinha mais 2 anos), mas é um contrato para muito dinheiro para um RB velho que ficou aposentado por tanto tempo e provavelmente o Giants vai usar o direito que tem de dispensá-lo de graça. O Barber é um jogador que sempre foi um líder, um cara muito esforçado, com uma ética de trabalho absurda, e por isso eu ainda acho que ele tenha espaço na Liga. Não como RB titular talvez, mas ele é o tipo de veterano que pode fazer maravilhas por um elenco jovem que poderia usar uma presença experiente e um exemplo no vestiário. Por isso torço muito para ele se juntar ao irmão no Bucs, ele pode ser o reserva atrás do ótimo LeGarrett Blount, aparecer em algumas situações de terceira descida ou goal line e ser o líder do time junto com o irmão, seria ótimo pra todos. Mercado limitado para o Barber, mas ele existe sim.

Já o Plaxico Burress vai ser lembrando por qualquer um que tenha visto as temporadas 2007 e 2008 da NFL, especialmente eu, porque meu pai era fã de carteirinha do Burress e não parava de falar sobre ele, com ele era muito bom, como ele iria pegar o passe que daria o título do Super Bowl ao Giants, etc e tal. E para quem não lembra, ELE REALMENTE PEGOU O PASSE QUE DEU O TÍTULO DO SUPER BOWL AO GIANTS EM 2007, e eu tive que aguentar o velho me lembrando disso por mais um ano. Em 2008 o Burress estava levando o Giants a um ano absurdo, o time estava 6-2 se não me engano e era o melhor time da Liga quando o Burress, acidentalmente, disparou uma arma na própria perna e foi preso por posse ilegal de armas. Para quem não lembra, o Giants perde seis jogos seguidos naquele ano e ficou fora dos playoffs depois disso. Agora que ele saiu da cadeia, também quer voltar a Liga, e eu acho que ele tem mais mercado que o Barber. Ele sempre foi um ótimo Wide Receiver, alto, rápido e atlético pra jogar tanto em rotas curtas como longas, e apesar de mais velho ele manteve um bom físico na cadeia e se diz mais maduro pela experiencia (Olha o que aconteceu com o Michael Vick depois de ser preso, eu defendo que metade da Liga poderia fazer bom uso de um ano por lá), e não duvido que vá receber muitas atenções de vários times. Ele é Free Agent mesmo, ao contrário do Barber não tem contrato com o Giants, e o Eli Manning já manifestou interesse em jogar com ele novamente (O que eu acho difícil). Outro que, se o corpo aguentar - e deve aguentar - tem bastante mercado na Liga, o Bears deveria oferecer até o Soldier Field pra ele pelo menos.


Até que ponto um jogador pode destruir sua carreira fora de quadra?

Uma das melhores declarações pós-lockout foi do Ray Lewis, que disse que acreditava que a criminalidade nos EUA ia subir muito com os jogadores desocupados por conta da greve. E bom, ele acertou na mosca, a quantidade de atletas que já teve problemas com a polícia desde então é assustadora. E jogadores bons, como Johnny Jolly (Que já tinha sido suspenso por um ano por ter sido flagrado com codeína, agora foi pego com ela de novo, deve encarar mais uma suspensão e sua carreira provavelmente já era), Mario Henderson (Posse ilegal de arma), Mike Vrabel e Kenny Britt, que até chegou a anunciar sua aposentadoria no Facebook mas depois voltou atrás dizendo que tinha sido outra pessoa (Claro, sempre é).

Mas o pior caso foi do Aqib Talib, Cornerback do Bucs. Ele é um dos melhores Cornerbacks da Liga, é bem jovem e joga num time extremamente promissor, tinha um futuro brilhante pela frente, mas é mais um caso de um jogador cujo maior obstáculo é sua cabeça. Ele já tinha se envolvido em muitos problemas extra-campo no passado que deixaram o Bucs meio preocupado com seu futuro, mas dessa vez ele se superou e foi preso por dar um tiro (Porque todo jogador da NFL tem uma arma??) no namorado de sua irmã. Ta bom que ele errou, mas foi preso e vai ser julgado em Março, o que - surpresa - não agradou em nada à diretoria do Bucs, e se ele não for preso ele pode acabar sendo dispensado assim que começar a temporada. E se vocês não acham que um time vai dispensar um jogador tão bom por causa desses problemas extra campos, lembrem que o Steelers mandou embora o cara que fez isso aqui para o Jets em troca de migalhas só pra se livrar do cara!


O mercado de QBs está superaquecido
Alex Smith, Matt Hasselback e Marc Bulger, entre outros, são Free Agents. O Draft teve um momento de loucura coletiva onde todos os times de repente começaram a pegar QBs atrás de QBs na primeira rodada (Cam Newton, Christian Ponder, Jake Locker e Blaine Gabbert só no top15). E jogadores como Donovan McNabb, David Garrard, Vince Young, Jake Delhomme (um minuto de silêncio) e Kevin Kolb provavelmente estarão disponíveis para trocas uma vez que o lockout for levantado. Então é verdade que, de certa forma, existem QBs a torto e a direito no mercado para serem adquiridos, até o Jamarcus Russell recebeu convites para treinos. Parece que a Liga realmente está abundante em QBs e que todos os times podem se mover pelo seu, e é o boato que se espalha.

Mas pra mim isso é mais parte do fato de que a NFL cada vez mais é uma Liga onde se ganha com bons QBs e portanto a procura por eles está maior. Não é o excesso de oferta e sim de demanda. Dos que eu citei acima, tirando os calouros por enquanto que não vale a pena falar deles antes deles jogarem, só o Kevin Kolb é realmente um cara que pode mudar uma Franquia porque é jovem e ainda pode se desenvolver. Smith deve voltar para o 49ers, Hasselback já foi um dos melhores da Liga mas foi destruído por lesões, Bulger também já teve seus anos de glória mas hoje é só uma solução a curto prazo. Entre os que devem ser trocados, o Young é jovem e talentoso mas já mostrou que sua cabeça é um problema, e Garrard, McNabb e Delhomme já estão ficando ultrapassados, o melhor deles atualmente (Garrard) talvez nem saia do time pra mentorar o Gabbert por algum tempo. Esse 'superaquecimento' é principalmente porque os times querem achar uma solução qualquer, mas se você pensar, a maior parte dos jogadores envolvidas nos boatos e na Free Agency são veteranos em decadência ou jogadores que nunca provaram nada. Dificilmente algum deles vai mudar um time, e eu acho que eles só devem ser vistos como o que são: soluções de curto prazo com pouca chance de grande sucesso.