Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Palpites para a semana 4 da NFL

"Parece um caso sério de falta de capacidade..."


Mais uma rodada de palpites da semana para fazermos. A terceira rodada, para a quarta da NFL. Por como sempre, eu esqueci de fazê-los na primeira semana.

Em uma idéia para tornar essas colunas semanais mais interessantes, eu tive a seguinte idéia: além de simplesmente indicar meus palpites e falar poucas palavras sobre cada time, vou pegar uma ou duas seções para expandir e tratar de forma mais profunda de algum tema relevante. Eu fiz isso semana passada, quando falei sobre as falsas percepções sobre Kirk Cousins e Eli Manning, e acho que da para continuar fazendo isso. A idéia é falar de diferentes times ao longo das semanas, claro, sempre com algum tópico legal em mente. Não vai ser hoje por falta de tempo, mas para breve. Por enquanto, fiquem com meus palpites para a semana apenas.

Só um comentário sobre o que significam esses +7, -3, etc. Esse é o chamado "spread", uma modalidade de aposta esportiva. Você aposta no time que ganha, mas cada time recebe uma certa "margem" de pontos baseada em quem é favorito. Em outras palavras, se o Pats vai enfrentar o Jets, ele será o favorito, e portanto terá um spread negativo - o que significa que ele precisará vencer por uma margem de pontos maior do que essa para você ganhar a aposta. Da mesma forma, o Jets vai ter um spread positivo - ele pode até perder por esse número de pontos. Então se o Patriots for -7 para um jogo, ele precisa ganhar por mais de 7 pontos para ganhar a aposta. E se o Jets for +7, quem apostou no Jets ganha desde que o Jets não perca por mais de 7 pontos de diferença. Casas de apostas costumam fazer frequentemente esse tipo de aposta, então coloquei aqui para se divertir um pouco.

Então vamos aos nossos mundialmente famosos (ok, nem tanto) palpites. Time da casa em caixa alta, e lembrando que a linha que eu uso para o spread é o consenso de Vegas no momento que eu comecei a coluna. Essas linhas podem mudar dependendo da quantidade de apostas.

E não esqueçam de ler minha coluna sobre quais mudanças eu faria para tornar o jogo e a NFL melhores e mais divertidos se tivesse poder para tal.

E mais recentemente, caso tenha perdido, tem também minha coluna sobre os prêmios de final de ano da MLB, incluindo alguns comentários sobre o impacto real de pitchers, porque é mais fácil arremessar em 2013, pitch framing, Mike Trout e Derek Jeter.


Palpites para a semana 4 da NFL

Week 3: 12-4
Contra o spread: 11-5 (Isso realmente aconteceu!)


REDSKINS over Giants
Contra o spread: REDSKINS (-3) over Giants
Yeah, eu errei esse. Achei que valia a pena apostar no time da casa - que venceram os três primeiros Thursday Nights da temporada por mais de 20 pontos cada - em um jogo que eu via como parelho. Deu errado.

O lado bom? Isso aconteceu apenas seis dias após eu ter escrito na minha coluna de sexta passada que Kirk Cousins não era tão bom quanto recebia crédito por ser, e que Eli Manning não era o problema do Giants. Então ontem ver Cousins com 5 turnovers e Eli com 5 touchdowns teve seu lado bom, e serviu para validar tudo que eu escrevi semana passada. Então... vitória moral!


Dolphins over RAIDERS
Contra o spread: Dolphins (-3.5) over RAIDERS
Vale lembrar, esse jogo é em Londres, então as vantagens normais de jogar em casa não se aplicam aqui. E o Raiders, time da costa Oeste, vai ter que jogar com o fuso errado por três horas a mais do que o Dolphins, ainda que tenha jogado na costa Leste semana passada. Isso já seria um bom motivo para escolher o Dolphins.

O outro? O Raiders é um time ruim! Eu até gosto de Derek Carr, mas Oakland ainda passa por um processo de desintoxicação e vai demorar ainda até ter um time de verdade. O Dolphins não é exatamente um time bom, mas eles são um pouco melhores (apesar de todas as tentativas da equipe de sabotar a si mesma -essa semana foi Joe Philbin falando que Ryan Tanehill pode não ser mais o titular da equipe) e, ao contrário do seu adversário, tem aspirações de playoffs para o ano e sabem que precisam ganhar agora para continuar sonhando. A urgência é um fator importante.

Btw, torcedores do Raiders, podem começar a comemorar - estou 0-3 apostando em jogos do Dolphins esse ano.


BEARS over Packers
Contra o spread: BEARS (+2) over Packers
Fico surpreso que o Bears seja zebra jogando em casa contra Green Bay. Sei que é clássico, mas Chicago fez muito mais para nos convencer até agora de que é um time bom do que o Packers: eles venceram dois jogos com boas atuações ofensivas e perderam um jogo apertado para um time 2-1, enquanto Green Bay foi péssimo em duas derrotas (embora para bons times) e não foi muito melhor em uma vitória apertadíssima sobre um time fraco do Jets que precisou de uma virada de 20 pontos E um TD anulado por um timeout que não deveria ter existido. No papel, faz sentido o Packers ser favorito, mas na prática, quem se mostrou melhor até agora foi Chicago.


TEXANS over Bills
Contra o spread: TEXANS (-3) over Bills
Apostar contra o Bills tem sido um tanto quanto perigoso essa temporada, mas considerando a importância de jogar em casa para essa equipe e o quanto eles pioram jogando longe de sua fanática torcida, pelo menos o jogo é em Houston. O Texans ainda é um time mediano, que depende muito de um jogo terrestre que pode estar sem Arian Foster e de um QB que é Ryan Fitzpatrick. É uma escolha difícil, e na dúvida, fico com o time da casa.


COLTS over Titans
Contra o spread: COLTS (-7.5) over Titans
O Titans não é um bom time de futebol americano, e o Colts... bem, a gente ainda não sabe exatamente o que esperar do Colts. Eles perderam apertado contra um bom time do Broncos, massacraram um fraquíssimo time do Jaguars (o que não prova nada, prova só que o Coringa é um filho da p...), e tiveram um jogo decidido na última posse de bola (e graças a uma decisão ridícula do técnico/coordenador ofensivo de Indy) contra o Eagles. Eles definitivamente não são ruins, mas não sabemos se são exatamente bons. O que já é mais do que podemos falar sobre o Titans.

E ainda que esse spread de -7.5 assuste, eu tenho uma regra nessa vida: "Nunca aposte contra Andrew Luck jogando em casa se a opção for apostar em um QB reserva de um QB titular ruim. Especialmente se ele for Charlie Whitehurst". 


RAVENS over Panthers
Contra o spread: RAVENS (-2) over Panthers
Na dúvida, aposte no time da casa e em um Steve Smith puto da vida que vai ganhar esse jogo, anotar 3 TDs, ou cometer o primeiro assassinato dentro de campo da história da NFL. 


Lions over JETS
Contra o spread: Lions (-2) over JETS
O engraçado dessa aposta é que na verdade esse jogo abriu -1 para o Jets, e já moveu 3 pontos desde então. O que faz muito mais sentido. Esse é um jogo entre dois times de forte defesa terrestre e linha de frente, e considerando a fraqueza do jogo terrestre de ambos, isso vai praticamente transformar o jogo em um ataque aéreo. E nisso, o Lions tem uma pequena vantagem pressionando o QB, e uma grande vantagem por contar com Matt Stafford e Calvin Johnson sobre Geno Smith e quem quer que esteja recebendo seus passes. Ainda acho que o Lions é um time de playoffs esse ano.


STEELERS over Bucs
Contra o spread: Bucs (+7.5) over STEELERS
O Bucs tem sido horroroso nesse começo de temporada, e o Steelers, apesar de tudo, tem um ataque bem sólido. Jogando em casa, deve ser suficiente para garantir a vitória.

Mas tenha em mente o seguinte: o Bucs finalmente fez a coisa certa com seus QBs, com Mike Glennon começando o jogo de titular; Doug Martin está de volta, o que é um bom sinal; e o Steelers está extremamente desfalcado na defesa, sem três linebackers diferentes e já tem uma fragilidade natural contra bons jogos terrestres. Imagino que o Bucs vá correr até dizer chega e explorar o braço forte de Glennon no play action, e como o Steelers tem problema com a frente da defesa, isso pode manter o controle do relógio nas mãos do time de Tampa. E isso pode garantir um jogo apertado. Acho que um TD em garbage time cobre esse spread.


CHARGERS over Jaguars
Contra o spread: CHARGERS (-13) over Jaguars
Eu cometi o erro de apostar que o Jaguars ia cobrir o spread na semana 2 contra o Redskins. Eles não cobriram contra Kirk Cousins. Eles certamente não chegaram perto de cobrir semana passada contra Luck. Porque então eu apostaria a favor deles cobrindo o spread contra Phillip Rivers e um time do Chargers que tem parecido realmente bom nesse começo de ano? Mesmo com Bortles, um QB que deve ser melhor que Chad Henne, não vai fazer muita diferença contra uma boa secundária e sem uma boa linha ofensiva.


Eagles over 49ERS
Contra o spread: Eagles (+5.5) over 49ERS
Nos segundo tempo de jogos, o 49ers está "perdendo" de seus adversários, tendo anotado 3 pontos e tomado 52 após o intervalo. Enquanto isso, o Eagles está vencendo seus adversários por 74-24 em segundos tempos. Então todo mundo já sabe como esse jogo vai acabar: com SF abrindo uma boa vantagem no intervalo, e entregando tudo no segundo tempo porque é incapaz de correr com a bola.

Eu até acho que SF é um time melhor do que tem mostrado nesse começo de ano, e tem um histórico de se recuperar bem da adversidade sob Jim Harbaugh. Mas entre a falta de pass rush e o plano ofensivo que parece não saber o que fazer 90% do tempo, acho que vai ser insuficiente para vencer um bom time do Eagles.


Falcons over VIKINGS
Contra o spread: Falcons (-3) over VIKINGS
Eu adoro Teddy Bridgewater, e acho que o Vikings finalmente vai começar a andar na direção certa com ele. Mas acho que o problema, pelo menos no começo, vai ser outro: Norv Turner. 

Para mim, Teddy foi desde o começo o melhor QB dessa classe, e acho que vai ser um ótimo QB titular nessa liga. Ele precisa do máximo de repetições e experiência para poder render logo. Mas eu duvido, e muito, que Turner vá deixá-lo jogar livre. Nesses primeiros jogos, imagino que a idéia seja usar um plano de jogo conservador, com muitas corridas, para não deixar seu QB exposto no pocket... o que seria um plano bom se o RB fosse Adrian Peterson, não Matt Asiata. Então vai demorar um pouco para Bridgewater ter carta branca nesse ataque, e para o ataque do Vikings funcionar como pode.


Saints over COWBOYS
Contra o spread: Saints (-3) over COWBOYS
Eu odeio esse palpite. Realmente odeio. O Saints, desde o ano passado, tem sido um time bastante medíocre jogando fora de casa, fora de seu estádio barulhento, e seu dome confortável e propício para o jogo aéreo. Não da para confiar no Saints fora de casa. 

Por outro lado, da para confiar no Cowboys? Eles não acabaram de sofrer para ganhar de Austin Davis e do fraco Rams? Brees pode não ser o mesmo em estádios abertos, mas ele ainda vai estar enfrentando uma muito fraca secundária do Cowboys. Isso não deveria ser suficiente? Hmm... sim, é suficiente. O Saints não vai continuar perdendo fora de casa para sempre.


Patriots over CHIEFS
Contra o spread: Patriots (-3) over CHIEFS
Patriots tem ganhado feio, com defesa, jogo terrestre, controlando o relógio e com um ataque pouco eficiente. Seu principal problema é a linha ofensiva, e o Chiefs é um bom time atacando o QB. Espero mais do mesmo aqui, um ataque pouco produtivo e uma defesa que consegue deixar o jogo apertado o suficiente.


2014' Season: 20-12
Contra o spread: 16-16

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Distribuindo prêmios da temporada 2014 da MLB

E o prêmio de pior roubada de base da temporada vai para...


Com a temporada regular da MLB finalmente acabando, me parece uma boa hora para olhar para  essa ótima temporada regular e distribuir alguns prêmios. Eu particularmente adoro esses prêmios, especialmente no baseball, porque eles são ao mesmo tempo simples e complexos: temos estatísticas e métricas extremamente avançadas a nossa disposição, mas tem muita gente que insiste em olhar para os números errados e superficiais sem olhar para os que realmente nos trazem a verdadeira performance. Ao mesmo tempo, podemos ter duas pessoas que usam os mesmos métodos de análise, mas valorizam coisas diferentes de forma diferente. São múltiplas possibilidades.

Então vamos dar uma passada pelos três prêmios principais da MLB e ver quem deveria (e quem provavelmente vai) levar cada um deles: MVP, Cy Young e Rookie of the Year. Deixo de fora Manager of the Year porque é o prêmio mais subjetivo de todos os tempos, depende demais de termos que não podemos observar e normalmente vai para o time que deu a melhor mudança de record de um ano para outro.

Ao final da minha explicação e análise, eu acrescentei duas categorias: "Também mereceriam o prêmio", para jogadores que, embora não sejam as minhas escolhas, também seriam escolhas válidas para o prêmio, e "menções honrosas", jogadores que não seriam escolhas válidas por estarem abaixo dos demais, mas que também merecem ser lembrados pelas boas temporadas que fizeram.

Antes de começarmos, aviso que vamos falar bastante de estatísticas por aqui. Então se não as conhece e quer conhecê-las, recomendo uma passada por esse post antes, onde eu explico praticamente todas as sabermetrics mais usadas (e que usaremos aqui hoje) de forma bastante longa e didática. Então vamos começar, por...


AL MVP : Mike Trout

Parece que foi ontem - mas na verdade foi em 2012 - que um calouro chamado Mike Trout tomou a liga de assalto e se tornou, da noite para o dia, uma das maiores estrelas dos esportes americanos. O recém-chegado de 20 anos não precisou de muito tempo para se estabelecer como o melhor jogador do mundo, e terminou o ano com números históricos: ele rebateu .326/.399/.564 para um wRC+ de 167 - a melhor marca da MLB na temporada - roubando 49 bases (melhor marca da MLB), sendo um dos melhores defensores do ano e, se você gosta dessas coisas, ainda rebateu 30 HRs e anotou 123 corridas. A temporada do garoto foi tão histórica que se tornou o primeiro jogador em toda a história do baseball a ter uma temporada com WAR de 10.0 ou acima com menos de 21 anos (e ele tinha 20), também de longe a melhor marca da temporada. Sem dúvida foi o melhor jogador de 2012, e teve a melhor temporada de um jogador de 20 anos da história do baseball, mas ainda assim Trout não ganhou o MVP - ganhou Miguel Cabrera, um excelente rebatedor que ganhou a Tríplice Coroa naquele ano... e que terminou com números ofensivos quase idênticos a Trout (167 a 166 em wRC+), mas o CF do Angels estava em outra estratosfera como corredor e defensor (duas áreas onde Trout foi um dos melhores e Cabrera um dos piores do ano) e portanto foi um jogador muito melhor. A justificativa de muitos era que Cabrera levou o Tigers aos playoffs enquanto o Angels não chegou na pós-temporada, mas até essa justificativa foi patética: o Angels na verdade ganhou mais jogos naquela temporada que Detroit (89 a 88), e o time de Michigan só foi aos playoffs porque jogava em uma divisão fraquíssima. Então se você está acompanhando, o principal motivo para Trout não ter vencido o troféu que mereceu em 2012 foi "o time dele joga em uma divisão mais difícil que o time de Miguel Cabrera". E é um péssimo motivo. Trout foi roubado.

Em 2013, tivemos mais do mesmo: de novo Trout foi o melhor jogador do baseball por quilômetros, rebatendo .323/.432/.557 (177 de wRC+, segunda melhor marca da MLB), roubando 33 bases, jogando sua boa defesa de costume, e novamente terminando o ano com o melhor WAR do baseball (10.5, mais de 2 acima do segundo melhor). Novamente, a temporada fez história: foi apenas a segunda vez na história do baseball que um jogador de 21 anos ou menos teve 10+ de WAR em uma temporada (o primeiro, claro, foi ele mesmo em 2012), e apenas a quarta vez desde Ted Williams que um jogador teve 10+ de WAR em dois anos consecutivos (os outros três? Mantle, Mays e Bonds). De novo, Trout era o melhor jogador do baseball, e o melhor jogador de 21 anos da história... e de novo ele perdeu o MVP para Miguel Cabrera. Ainda que Trout novamente merecesse o prêmio, dessa vez a vitória de Cabrera foi mais justificável: ele teve uma temporada histórica em seu próprio direito,  com uma das melhores performances ofensivas da história do baseball (.348/.442/.636, 192 wRC+, 44 HRs), e o Tigers dessa vez realmente foi um time muito superior ao Angels. Trout merecia ter ganho, de novo, mas não foi um absurdo tão grande como foi em 2012.

Mas agora, em 2014, não tem nada que tire o prêmio das mãos do fenômeno do Angels. Ele novamente lidera a MLB com seu bastão, rebatendo .291/.382/.567 com wRC+ de 170 e 35 HRs. Sua defesa e velocidade nas bases pioraram nesse ano quando Trout deu mais ênfase em seu jogo aos home runs, mas ele ainda gera valor suficiente com eles para liderar a MLB em WAR confortavelmente (8.1 - nenhum outro jogador passa de 6.6). Em outras palavras, ele ainda é o melhor jogador do baseball com folga, como foi nos últimos dois anos. Mas dessa vez, não tem nenhum argumento que justifique dar o prêmio a outra pessoa: o seu Angels é o melhor time da MLB com 96 vitórias, e Trout seu melhor jogador, então não tem a desculpa dos playoffs. Também não tem nenhum outro jogador como Cabrera em 2013 colocando uma temporada histórica, ou mesmo colocando ótimos números superficiais como em 2012. E se você não gosta de estatísticas avançadas e inteligentes, mesmo assim Trout tem um caso para ser o MVP: ele lidera a MLB em corridas  anotadas (113) e é segundo (primeiro na AL) em corridas impulsionadas (110), sem falar que é o quarto em Home Runs e o melhor jogador do melhor time do baseball. Tudo aponta para Trout como o melhor jogador do baseball, e esse é finalmente o ano que ele receberá o troféu que deveria ter sido seu por direito em 2012 e 2013.

Também mereceriam o prêmio: Ninguém, de verdade.
Menções honrosas: Corey Kluber (espere um pouco); Michael Brantley (temporada espetacular quando menos se esperava); Alex Gordon (talvez o jogador mais completo de 2014); Jose Bautista (lidera MLB em OBP); Jose Abreu (segundo melhor bastão da MLB).


NL MVP: Clayton Kershaw

Para falar do MVP da National League, primeiro temos que responder a duas perguntas que são feitas desde que o prêmio de MVP existe. A primeira é: pitchers podem ser MVPs? E a segunda é: a performance de um time deveria afetar a escolha do MVP? Vamos por partes, então, como diria Simon Blackquill.

Vamos começar pela primeira: pitchers podem ser MVPs? Essa é uma discussão muito antiga, que ganhou muita força em 1999 e 2000, quando Pedro Martinez submeteu o melhor biênio de um arremessador da história do universo conhecido... mas não ganhou o MVP, porque alguns votantes (curiosamente, de New York, sendo que Pedro jogava em Boston. Hmm....) estupidamente declararam que arremessadores não poderiam ganhar o prêmio, e o deixaram totalmente de fora de seus ballots.

O argumento dessas pessoas é simples: um arremessador joga apenas uma vez a cada cinco dias, enquanto um rebatedor joga todo dia, então um arremessador não tem tanto impacto quanto um jogador de "linha" ao longo de uma temporada. Mas esse argumento não é bem verdade. Um arremessador pode jogar apenas um quinto dos jogos de um rebatedor normal, mas ele impacta esses jogos muito mais. Por exemplo, David Price enfrentou 947 rebatedores nessa temporada, maior marca da MLB. Mas o jogador que mais foi ao bastão esse ano, Ian Kinsler, o fez apenas 700 vezes. Se voce considerar que metade de um at bat é o arremessador e metade o rebatedor, então na verdade um arremessador vai afetar a temporada bem mais do que alguém que vai ao bastão rebater. É claro, um jogador "de linha" afeta o jogo em outras maneiras além de ir ao bastão - o que ele faz correndo nas bases, e principalmente, jogando na defesa. Ian Kinsler, por exemplo, jogou 1362 entradas como defensor, participando de 350 jogadas e vendo 412 bolas sendo rebatidas para sua região do campo. Então é verdade que, no total - entre suas 350 jogadas como defensor, 700 idas ao bastão, mais 190 vezes em base (onde afetaria com sua velocidade) - Ian Kinsler teve uma influência total maior do que David Price enfrentando 947 rebatedores, mas a diferença não é tão grande assim a ponto de você automaticamente excluir um arremessador da comparação com um rebatedor. Se um pitcher é superior aos rebatedores ao ponto de tirar essa diferença que existe entre a posição de ambos, então é totalmente natural que ele ganhe o prêmio de MVP. Então um pitcher PODE ser MVP, e deve ser considerado nessa conversa se foi bom o bastante.

O segundo ponto é mais controverso, e depende apenas da opinião de cada um: a performance coletiva (em particular, se ele vai ou não aos playoffs) de um time deveria influenciar a votação de MVP? Minha resposta pessoal, e o critério que eu adoto: sim, deve influenciar. Mas não sendo, como muitos usam, um fator limitante, ou maior do que os outros - ou seja, o fato de um jogador não estar indo aos playoffs não deveria automaticamente excluí-lo de concorrer ao prêmio. Eu vejo a performance coletiva como um dos muitos fatores que influenciam a escolha do MVP, sem ser mais importante do que os outros. Isso pode, de certa forma parecer injusto com um jogador, já que baseball é um esporte onde um único jogador influencia muito menos do que na NFL ou NBA, por exemplo. Mas eu encaro desse modo: um jogador que adicionou 7 vitórias ao total do seu time foi melhor, claro, que um que adicionou 6.5. Ele é o melhor jogador. Mas um cara que, ao adicionar 6.5, fez seu time passar de 82 vitórias para 88.5 e uma vaga de wild card teve um peso maior no resultado final do que um jogador que, digamos, fez seu time passar de 72 para 79. Esse jogador foi mais valioso, por assim dizer. Claro, não existe nenhuma forma de precisar exatamente quanto isso deveria pesar, mas ai que entra o bom senso e o fator humano da questão. Então sim, o record final do seu time importa, embora não seja um fator determinante.

Tendo respondido essas duas perguntas, para sabermos quem é o MVP da NL, precisamos começar com quem foi o melhor jogador lá esse ano. Para mim, o melhor jogador foi Jonathan Lucroy. O catcher do Brewers não tem os números ofensivos espetaculares que seus concorrentes Giancarlo Stanton e Andrew McCutchen tem (e que compõem seu principal argumento pelo prêmio), mas ainda assim tem números excelentes no bastão, rebatendo .303/.372/.472 com wRC+ de 134 que ainda é o sexto maior da NL inteira entre jogadores com pelo menos 600 idas ao bastão (ele também é o primeiro catcher da história da MLB com 50+ rebatidas duplas). Mas Lucroy tem uma coisa ao seu favor que Cutch e Stanton não podem dizer: ele é um fantástico jogador do outro lado da bola, um dos melhores Cs defensivos de todo o baseball, enquanto que Cutch e Stanton, enquanto não são defensores ruins, não estão tendo boas temporadas com suas luvas. Além disso, Lucroy é um catcher - não existe posição mais difícil de se jogar no baseball do que essa, e portanto ter um exímio defensor E rebatedor na posição é muito mais importante do que tê-lo em um OF ou 1B. 

Quando consideramos seu impacto enorme dos dois lados da bola mais sua posição, onde rebatedores como ele são raros e a prêmio (e os que são raramente são tão bons defensivamente), eu considero Lucroy o melhor jogador da NL em 2014. E embora seu WAR (6.2) está abaixo de Kershaw (6.8) e Cutch (6.4), tem um motivo para isso: WAR ainda não inclui uma "descoberta" recente das sabermetrics, que é o pitch framing. Pitch framing é a capacidade de um catcher de, quando está recebendo bolas atrás do home plate, transformar balls em strikes, e evitar que o contrário aconteça. É uma habilidade extremamente importante, e Lucroy é o melhor no quesito: depois de liderar todos os catchers em 2013, StatCorner (pioneiro no desenvolvimento dessa estatística) coloca Lucroy em segundo em corridas "salvas" com framing na temporada 2014, "salvando" 21.3 corridas em relação a um jogador médio na posição. WAR não inclui framing pela dificuldade em quantificar isso que ainda temos (como eu disse, é um campo de pesquisa muito recente), mas se pelo menos 10 dessas 21.3 corridas fossem computadas como "Above Replacement" em WAR, isso já seria suficiente para colocar o WAR de Lucroy acima dos 7 e como o melhor da MLB. Ainda que não vá entrar em detalhes numéricos porque, afinal, hoje em dia ainda não sabemos como, para mim isso tudo é suficiente para colocar Lucroy como o melhor jogador da NL em 2014, um pouco a frente de Kershaw que, apesar de estar tendo uma temporada inacreditável em um nível "por jogo", perdeu bastante tempo machucado e tem apenas 190 IP e 718 rebatedores enfrentados, muito abaixo dos principais arremessadores da temporada.

Mas ai entra a questão: o Brewers não vai para os playoffs apesar da temporada fantástica de Lucroy, enquanto o Dodgers está ganhando a divisão apertado nas costas de Kershaw. Se a diferença entre os dois fosse considerável - digamos, se Lucroy fosse um jogador nível Mike Trout - eu estaria argumentando a favor de Lucroy como o MVP apesar da performance de seu time. Mas para mim, a diferença na temporada entre os dois é bem pequena - na verdade, é principalmente pelo tempo que Kershaw perdeu machucado, pois o arremessador do Dodgers é superior como jogador - então eu prefiro dar o prêmio para Kershaw (sem ele, o Dodgers estaria lutando desesperadamente pela segunda vaga do Wild Card) do que para Lucroy (sem ele, o Brewers não teria sido uma surpresa na temporada, mas no final acabaria fora dos playoffs da mesma maneira). É um pouco injusto, talvez, mas não é uma disputa fácil. Lucroy ou Kershaw, para mim os dois estão tão próximos que qualquer um deles poderia tranquilamente vencer o prêmio. Mas fico com Clayton Kershaw.

Também mereceriam o prêmio: Jonathan Lucroy; Andrew McCutchen; Buster Posey (demorou para pegar fogo); Giancarlo Stanton (se não machucasse...)
Menções honrosas: Anthony Rendon (vai ser uma estrela); Carlos Gomes (o Alex Gordon da NL); Johnny Peralta (PEDs!); Jason Heyward (se pelo menos a força no bastão voltasse...).


AL Cy Young: Corey Kluber

Eu sei que Felix Hernandez muito provavelmente vai ganhar esse prêmio. Mas ele não devia, porque o melhor arremessador de 2014 da AL está sendo Corey Kluber, o fenômeno do Indians que surgiu de onde ninguém esperava. O caso a favor de Kluber é simples: ele e Felix lançaram quase o mesmo número de entradas na temporada (Kluber tem até 1.2 a mais, mas enfim), então essa disputa depende apenas de qual dos dois foi melhor, mais individualmente dominante, em um nível "por jogo", ou "por entrada".

A primeira vista, pode parecer que esse foi Felix, porque ele possui o melhor ERA, 2.07 contra 2.53. Mas isso é besteira. Já faz muito tempo que se descobriu que ERA não é a melhor estatística para medir o quão bem um arremessador tem arremessado. ERA mede o resultado final apenas das jogadas, e é altamente influenciado por fatores que não tem nada a ver como a habilidade e atuação do arremessador em questão, como a atuação da sua defesa, o estádio onde jogam, ou mesmo sorte. Sendo assim, não é a toa que o ERA de Kluber é pior, já que ele joga em frente a pior defesa de todo o baseball: "Defensive Rating" do Fangraphs coloca o Indians como a segunda pior defesa da MLB, enquanto tanto UZR como DRS (duas estatísticas diferentes para defesa) colocam a do Indians como a pior do baseball por uma distância enorme. Para efeito de comparação, DRS diz que a defesa do Mariners (onde Felix joga) "custou" ao seu time 12 corridas ao longo do ano... enquanto a do Indians custou 78 corridas (!!). UZR diz que a do Mariners, por outro lado, "salvou" 9 corridas acima da média... enquanto que a do Indians "custou" 70 corridas abaixo da média. Supondo que a falta de ajuda da defesa tenha custado igualmente para cada arremessador (ou seja, dividindo por cinco), a incompetência da defesa sozinha explicaria a diferença de ERA entre os arremessadores. Então não podemos culpar Kluber pela defesa horrível que joga atrás dele.

Ao invés disso, podemos e devemos olhar para as coisas que um arremessador de fato controla: walks, strikeouts, HR e FIP. (FIP, em particular, é uma estatística interessante que pega apenas esses fatores e projeta quanto seria o ERA do jogador considerando apenas o que um arremessador de fato controla, desconsiderando defesa, sorte, e parte dos efeitos de estádio. Desnecessário dizer, ele é muito melhor do que ERA em termos de correlação com resultados futuros). Kluber da um show em todas essas: ele é o terceiro melhor arremessador da MLB em K%, eliminando 28% dos rebatedores que enfrenta, e 22nd melhor evitando walks (apenas 4 lugares atrás de Felix). Seu FIP é o melhor entre os arremessadores da AL, com 2.39, superior aos 2.54 de Felix, e isso antes de considerar que Felix joga em um estádio mais favorável a arremessadores que Kluber. E embora eu não seja tão fã de WAR com pitchers, ele lidera todos os arremessadores no quesito com 7.0. Não a AL. Toda a MLB, acima até de Kershaw e seus 6.8 (Felix tem 6.1).

Então Felix é o favorito a ganhar o prêmio, está tendo uma temporada incrível em seu próprio mérito, e tem mais nome. Mas Kluber tem sido um arremessador melhor do que ele nessa temporada, mais dominante, e deveria ganhar o Cy Young por direito.

(Na noite que eu termino essa coluna, Felix cede 8 ER em 4.2 IP para elevar seu ERA para 2.34 e dar ainda mais legitimidade ao argumento "Kluber para Cy Young"? Claro que sim. Perdão, torcedores do Mariners.)

Também mereceriam o prêmio: Felix Hernandez
Menções honrosas: Jon Lester (ponto alto de duas temporadas conturbadas); Chris Sale (machucou e não jogou entradas suficientes); Garrett Richards (idem); Phil Hughes (melhor K/BB ratio da história do baseball, mais um vitimado por uma defesa horrível).


NL Cy Young: Clayton Kershaw

Quer dizer... eu preciso mesmo explicar essa? Nem vou perder meu tempo. Mas vou aproveitar para falar de outro ponto.

Enquanto a temporada histórica de Kershaw dispensa explicações, um ponto rápido para ajudar a colocar a temporada de Kershaw (e de todos os outros muitos arremessadores que estão tendo o melhor ano da carreira em 2014) em perspectiva, para ajudar a entender porque de repente todos os arremessadores estão dando saltos enormes.

O fato é que, desde os anos 60, a MLB nunca esteve tão favorável a arremessadores como é hoje em dia. Os números de rebatedores vem regredindo continuamente, e esse ano atingiu seu ponto mais baixo - desde 1973, quando foi criado o Designated Hitter, a MLB não apresentava números tão ruins em AVG, OBP, e mesmo o slugging, mais alto hoje do que nos anos 70, está em seu patamar mais baixo desde 1992. Os rebatedores estão andando menos (7.6%) E sofrendo strikeouts mais frequentemente (20.3%) do que em qualquer outro ponto desde 73. Hoje, ser arremessador é muito mais fácil do que o era a 10, 20, mesmo 30 anos, e esse é um forte motivo pelo qual tantos arremessadores (incluindo Kershaw) de repente viram um salto nos seus números.

Entre os motivos temos alguns mais simples (maior difusão e proficiência de arremessos difíceis como splitter, slider e cutter; estatísticas avançadas que permitem ao arremessador maior estudo sobre os adversários; maior uso de shifts e estratégias defensivas mais avançadas; zona de strike muito maior) e alguns não tanto (estatísticas defensivas muito mais avançadas fazem com que seja mais fácil para times acharem grandes defensores ou eliminarem os péssimos; menor uso de esteróides; maior compreensão sobre BABIP por parte dos times; muito mais pitch framing).

Para colocar em perspectiva, que tal isso: hoje, a slash line média dos rebatedores da MLB é de .251/.314/.387. Em 2000, quando Pedro Martinez teve sua lendária temporada de 1.67 ERA, a slash line média era de .270/.345/.437. Quando teve 1.39 de FIP em 1999, recorde da MLB, a slash line média era de ..271/.345/.434. Em 2014, essa é quase a slash line de Kyle Seager (.273/.340/.467), 11th da MLB em WAR, e melhor que a slash line do candidato a MVP da AL Alex Gordon (.264/.345/.430), 9th em WAR. E isso era um rebatedor MÉDIO da MLB na época (hoje seria algo como Dionner Navarro piorado um rebatedor médio). É um simples fato, mas hoje tem muito mais agindo em favor dos arremessadores do que em qualquer outro ponto dos últimos 40 anos, o que explica os números anormais que estamos vendo em 2014.

Sabendo disso tudo, ainda está impressionado pela temporada histórica de Clayton Kershaw? Sem dúvida. Mas faz muito mais sentido agora, certo?

Também mereceriam o prêmio: Ninguém chega perto
Menções honrosas: Jordan Zimmerman (tão underrated); Adam Wainwright (a consistência em pessoa); Johnny Cueto (um pouco overrated por ERA); Stephen Strasburg (melhor changeup da MLB); Madison Bumgarner (mais novo que Matt Harvey, 2 anéis, 15 IP e 0 ER em World Series)


AL Rookie of the Year: Jose Abreu

Se Masahiro Tanaka estivesse ficado saudável, talvez teríamos alguma disputa ou alguma discussão por aqui. Talvez. Mas sem ele, não existe ninguém para sequer desafiar Jose Abreu, que rebateu 35 HRs (#4 da MLB) com  .318/.384/.587 de slash line que é a segunda melhor da MLB (166 wRC+) depois de Trout. Ele não foi só o melhor rookie como um dos melhores jogadores de todo o baseball em 2014. Ponto.

Mas e se não incluíssemos no ROY jogadores que tiveram carreira profissional fora da MLB (ou seja, Tanaka e Abreu), quem seria o favorito ao prêmio? Os arremessadores Colin McHugh (mais consistente) e Marcus Stroman (mais dominante), ou até mesmo Yordano Ventura, teriam bons argumentos para levar o prêmio para casa. Mas meu voto iria para Kevin Kiermaier, OF do Rays, que em 103 jogos foi absolutamente dominante por um decepcionante time de Tampa Bay. Ele rebateu sólidos .262/.314/.445 em um estádio desfavorável, e dobrou como um dos melhores defensores de campo externo do baseball em 2014, e tem o maior WAR entre calouros não-Abreus com 3.7. Ele teria meu voto em um ano decepcionante para rebatedores calouros.

Também mereceriam o prêmio: Nope, nenhum outro
Menções honrosas: Kevin Kiermaier (ver acima); Masahiro Tanaka (maldito cotovelo!); Dellin Betances (uma das performances de bullpen mais dominantes dos últimos anos); Colin McHugh (ótima temporada perdida em um time ruim); Brock Holt (defensor mais versátil do baseball); Yordano Ventura (segunda fastball mais rápida de 2014).


NL Rookie of the Year: Jacob deGrom

O prêmio de MVP, a meu ver, tem uma preposição simples: você tem que escolher o jogador que, ao longo do ano, mais agregou valor ao seu time. Em outras palavras, tempo de jogo importa - é melhor você afetar um time por 160 jogos do que por 120, ainda que o que o fez por 120 tenha sido um pouco melhor em um nível "por jogo". É a natureza do prêmio.

Para calouro do ano? Não existe uma direção clara. Apenas diz para votar no melhor calouro da temporada, mas o que isso significa exatamente isso? Votar no jogador que, ao longo do ano, foi o melhor no somatório da sua temporada, naquele que gerou mais valor total para sua equipe? Ou votar em um jogador que foi mais individualmente dominante no tempo que jogou, ainda que não tenha jogado tanto (como acontece frequentemente com calouros) e agregado tanto valor total como outros? É uma decisão pessoal, sem uma diretriz clara.

Digo isso porque, na disputa pelo ROY da NL, temos dois jogadores que se enquadram nos dois casos, e qualquer um pode muito bem ser o calouro do ano: Billy Hamilton, o velocista do Reds que foi titular desde o primeiro dia, jogou 150 jogos e foi um dos melhores corredores (56 bases roubadas) E defensores da liga inteira (ainda que não consiga rebater ou chegar em base), agregando mais valor total do que qualquer outro calouro da NL; ou Jacob deGrom, o arremessador do Mets que jogou apenas 22 jogos e arremessou 140 entradas, mas que foi absolutamente dominante nesse tempo  limitado?

Eu particularmente sou um grande fã do Corolário de Bill Walton - eu prefiro um jogador que atingiu um nível muito alto por menos tempo a um jogador que foi consistentemente bom por um período de tempo maior mas sem nunca ter atingido aquele nível especial. Então eu fico com deGrom, porque no tempo que jogou, ele foi realmente especial: se qualificasse com entradas o suficiente, deGrom seria 6th na NL em ERA, quarto em FIP, e até 13th em WAR apesar de ser um dos dois únicos jogadores do Top30 (Jake Arrieta o outro) a lançar menos de 150 entradas). Só Kershaw, Strasburg e Arrieta conseguiram melhor aproveitamento nos strikeouts que deGrom (25.5%), e isso antes de entrar no mérito de que deGrom não era esperado que fosse nada demais na MLB depois de passagens sem destaque pelas ligas menores durante quatro anos. Ele ganhou esse prêmio pelas suas atuações, mas digamos que não atrapalha ter uma história tão improvável de sucesso.

Então Hamilton foi o jogador melhor na totalidade do ano, e se fosse um prêmio de MVP, ele teria meu voto. Mas ele nunca foi tão bom quanto deGrom foi em nenhum momento, e como o ROY nos permite escolher qual dos dois preferimos, meu voto fica com deGrom, o melhor arremessador calouro do Mets desde Doc Gooden. Nada má essa companhia.

Também mereceriam o prêmio: Billy Hamilton
Menções honrosas: Chris Owing (começou bem o ano, depois caiu); Travis D'Arnaud (irregular, mas rebatendo .266/.314/.469 desde que voltou da AAA); Kolten Wong (foi um ano bem fraco para calouros da NL...).


Prêmio de honra por conjunto da obra: Derek Jeter

Esse não é um prêmio pelo que Derek Jeter fez em 2014, quando aliás está tendo uma temporada ruim. Mas assim como o Oscar tem um prêmio de honra por contribuições totais ao longo da carreira, a MLB também deveria ter um prêmio anual para premiar jogadores (se aposentando ou já aposentados) de forma a honrar jogadores que fizeram muito pelo jogo, e carreiras importantes. Eu deveria ter pensado nisso em 2013, quando dava tempo de honrar Mariano Rivera ou Todd Helton com esse prêmio, mas 2014 é a hora perfeita para criar esse prêmio e dá-lo para Derek Jeter.

Acho que todo mundo conhece as credenciais de Derek Jeter como jogador - ele é o sexto jogador com mais rebatidas válidas da história do baseball, um dos cinco melhores shortstops da história do baseball, um dos melhores jogadores da sua geração. Ele foi o capitão de uma das maiores dinastias do baseball (os Yankees do final dos anos 90) e tem anéis de campeão suficientes para encher uma mão, sem falar em uma enorme coleção de rebatidas e momentos (até defensivos!) decisivos e importantes ao longo de sua carreira de playoffs. Ele se aposenta como um líder e um grande vencedor, alguém que mostrou incrível consistência e longevidade ao longo da sua carreira. Vou contar para meus netos que vi Derek Jeter jogar.

Mas mais do que o jogador que Jeter era dentro de campo, o que vamos mais sentir falta é de quem ele era fora de campo. Jeter era o perfeito profissional, o perfeito jogador: muita classe dentro e fora de campo, entrevistas interessantes, muito carisma, alguém que nunca desceu ao nível dos Barry Bonds e Alex Rodriguez em termos de esteróides e que sempre se conduziu com imensa compostura e classe ao longo da carreira. O tipo de jogador que imediatamente virou a cara do baseball, o símbolo do jogo em um nível cultural, um verdadeiro embaixador - e mais, o embaixador respeitável, de cara limpa, que o jogo precisava urgentemente durante uma era turbulenta marcada por rebatedores de 130kg de músculo e duas testas rebatendo 60 home runs. Eu digo isso como um torcedor fanático do Red Sox que odeia o Yankees quase religiosamente: poucos jogadores eram mais fáceis de gostar, de respeitar e de admirar do que Derek Jeter. Eu sentirei falta de vê-lo rebatendo line drives e correndo as bases, mas eu REALMENTE sentirei falta de saber que você pode contar com ele para falar a coisa certa na hora certa, elogiar um adversário que merece, e nos lembrar do lado bom do baseball, longe dos Bud Seligs, longe dos A-Rods que atrapalham o esporte.

Minhas memórias favoritas de Derek Jeter são duas (sim, duas) que os torcedores do Yankees certamente gostarão de esquecer, pois ambas são da lendária ALCS de 2004, quando NYY abriu 3-0 na série, e estava ganhando por 4-3 com 2 eliminados e Mariano Rivera no pontinho no G4, e o Red Sox de alguma forma (não me pergunte, até hoje eu não sei) conseguiu reverter a situação, se tornou o primeiro time a virar uma série 0-3 na história do baseball, enfim derrotou seus amargos inimigos e venceu sua primeira World Series em 86 anos algumas semanas depois. E sim, minhas memórias favoritas de Jeter são da mais amarga derrota da história da franquia, porque embora Jeter se aposente como um dos maiores vencedores da história do esporte, é na adversidade e na derrota que você conhece os jogadores pelo que realmente são.

Voltem comigo então para o G6 daquela fatídica ALCS. O Red Sox reagiu contra Rivera em dois jogos seguidos, e Ortiz duas vezes deu a vitória ao Red Sox na prorrogação. A maré é toda a favor de Boston, e o time tem a vantagem (3-1) no G6 graças a um esforço sobre-humano de Curt Schilling, e o Yankees está começando a encarar a real perspectiva da maior humilhação da história da franquia. Foi ai que A-Rod, com Jeter na primeira base, mostra sua verdadeira face, tentando trapacear para chegar em base - no caso, dando um golpe de karate na mão de Bronson Arroyo para evitar o tag e a eliminação. A bola sai voando com seu golpe, A-Fraud chega na segunda base e Jeter anota a corrida... até que os juízes voltam atrás, eliminam Fraud e obrigam Jeter a voltar para a primeira base, custando uma corrida ao time da casa. Depois de algum debate e chuva de copos dos torcedores, o telão do estádio enfim mostra a jogada e a trapaça de A-Rod, e nesse momento a TV filma o rosto de Jeter. Ele estava fixamente olhando para seu companheiro, e a expressão no seu rosto dizia apenas uma coisa, muito clara: "O que diabos você pensa que está fazendo?! O que você acha que acabou de fazer?!" Ele está mais incrédulo do que qualquer outro, absolutamente revoltado que um jogador do seu time tenha tentado fazer algo tão sujo. A decisão dos juízes pode ter custado a derrota histórica ao seu time, e ele não desgruda o olhar do camisa 13 que ousou profanar o jogo daquela maneira. Ele continha com aquele olhar de horror e nojo, e quando Fraud senta no dugout, Jeter fica de pé do outro lado, o mais longe possível. Podemos fazer piada com o histórico de jogadores dopados do Yankees (e eu faço), mas eles tinham em Babe Ruth um jogador que era sinônimo supremo de espirito esportivo e jogo limpo, e era exatamente esse espirito de Ruth que Jeter mostrou com aquela cara de incredulidade total em relação ao seu companheiro. Ele não ligava se era um Yankee ou não, ele só ligava para aquela demonstração suprema de falta de espirito esportivo.

O Red Sox venceu o jogo, e no G7, já era óbvio o que iria acontecer. Não tinha como segurar o Red Sox naquele ponto, e de fato eles abriram 8-1 logo no começo da partida com dois Home Runs de Johnny Damon. Mesmo com quatro entradas por jogar, o jogo parece que acabou. Os jogadores do Red Sox estão felizes e relaxados, e os jogadores do Yankees no dugout estão cabisbaixos e entregues. A exceção? Jeter. Ele foi o único jogador que continuou de pé, aplaudindo os companheiros, incentivando seu time, gritando, berrando e torcendo até o final. Talvez ele fosse o único que percebesse a importância dessa derrota para sua franquia, ou talvez ele fosse o único que se importasse. Eu não sei. Mas hoje, 10 anos depois, eu ainda consigo ver a cena: Jeter de pé, debruçado na grade, tentante chamar seus companheiros para um ultimo rally, uma tentativa inútil de salvar a série. Ele não salvou, e o Red Sox venceu a World Series oito dias depois. Ninguém parecia mais devastado que ele.

Para mim, essas sempre serão as imagens definitivas de Derek Jeter. A gente sabe como é bom ganhar, e as vezes como é fácil ganhar, mas como era Jeter perdendo, Jeter na adversidade? Sempre acreditando, sempre tentando, o jogador que se importava mais que todos os outros com a camisa que vestia. O mesmo jogador que já tinha quatro anéis de World Series era quem mais queria a vitória, quem mais se importava com o resultado final, que acreditava até o último out, e ao mesmo tempo, alguém que respeitava demais o jogo para perdoar um companheiro que tentou trapacear flagrantemente para conseguir a vitória. Derek Jeter foi um grande jogador, mais mais do que isso, foi uma grande figura e um grande profissional na Major League Baseball. Alguém que viverá por muitos anos mesmo depois que nós dois tenhamos partido. Eu agradeço por ter visto esse cara jogar e acompanhado sua carreira, e se um jogador símbolo do Yankees inspirou esses últimos 7 parágrafos de um torcedor fanático do Red Sox, você sabe que ele conseguiu algo realmente especial na sua vida. Como disse Bryce Harper, Derek Jeter é o capitão de todo o baseball. Sentiremos sua falta, Capitão.



Antes de terminar, alguns outros prêmios que me deu vontade de criar:

AL Surprise Performance of the Year: Michael Brantley
NL Surprise Performance of the Year: Josh Harrison

AL Mariano Rivera (Best Reliever): Wade Davis
NL Mariano Rivera: Aroldis Chapman

AL Defensive Player of the Year: Alex Gordon
NL Defensive Player of the Year: Juan Lagares

AL Breakout Player of the Year: Jose Altuve
NL Breakout Player of the Year: Anthony Rizzo

AL Non-Qualified Player of the Year: Steve Pearce
NL Non-Qualified Player of the Year: Russell Martin

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Palpites para a semana 3 da NFL

Uma imagem vale mais do que mil palavras


Segunda semana dos palpites da NFL, que na verdade é a terceira rodada de jogos. Porque, para variar, eu esqueci de fazê-los antes da primeira semana. Faz parte. Mas vamos tirar o atraso, porque agora é hora dos palpites para a semana 3 da NFL.

Aliás, a semana 2 não foi uma semana feliz para mim. 8-8 nos palpites apenas, em parte porque o Colts achou que, faltando 2 minutos no quarto período de um jogo empatado, era melhor colocar a bola nas mãos de Trent Richardson do que Andrew Luck. Desnecessário dizer, eles perderam e se eu fosse a NFL intimava Chuck Pagano a devolver seu troféu de "Técnico do Ano".

Só um comentário sobre o que significam esses +7, -3, etc. Esse é o chamado "spread", uma modalidade de aposta esportiva. Você aposta no time que ganha, mas cada time recebe uma certa "margem" de pontos baseada em quem é favorito. Em outras palavras, se o Pats vai enfrentar o Jets, ele será o favorito, e portanto terá um spread negativo - o que significa que ele precisará vencer por uma margem de pontos maior do que essa para você ganhar a aposta. Da mesma forma, o Jets vai ter um spread positivo - ele pode até perder por esse número de pontos. Então se o Patriots for -7 para um jogo, ele precisa ganhar por mais de 7 pontos para ganhar a aposta. E se o Jets for +7, quem apostou no Jets ganha desde que o Jets não perca por mais de 7 pontos de diferença. Casas de apostas costumam fazer frequentemente esse tipo de aposta, então coloquei aqui para se divertir um pouco.

Então vamos aos nossos mundialmente famosos (ok, nem tanto) palpites. Time da casa em caixa alta, e lembrando que a linha que eu uso para o spread é o consenso de Vegas no momento que eu comecei a coluna. Essas linhas podem mudar dependendo da quantidade de apostas.

E não esqueçam de ler minha coluna sobre quais mudanças eu faria para tornar o jogo e a NFL melhores e mais divertidos se tivesse poder para tal.


Palpites para a semana 3 da NFL

Week 2: 8-8
Contra o spread: 5-11 (Irc!)


FALCONS over Bucs
Contra o spread: FALCONS (-6.5) over Bucs
Um minuto de silêncio para todos aqueles que pensaram que Josh McCown poderia ser a solução de QB de uma franquia.

...

Pronto! Eu sinceramente fico irritado porque achei que o Bucs ia ser um time competitivo em 2014. A defesa tinha muito talento em 2013 (Lavonte David, Gerald McCoy...) e trouxe ainda mais jogadores de impacto (Alterraun Verner, Michael Johnson) na free agency, sem falar em um técnico que tem fama de ser um monstro montando defesas (Lovie Smith). Ainda que eu visse a questão do quarterback como uma limitação desde o começo, eu achei que era um time que viria com uma defesa forte e um ataque conservador, que corresse muito, evitasse erros e jogasse o jogo da posição de campo. Bom, depois de três semanas, eu não poderia estar mais errado (exceto na parte do QB. Essa eu acertei)

(Feito pelo twitter)


Chargers over BILLS
Contra o spread: Chargers (+2.5) over BILLS
Difícil saber o que achar do Bills essa temporada. No papel, eles não deveriam ser tão bons: foram um time medíocre em 2013, perderam talvez seus dois melhores defensores para 2014 (Kiko Alonso e Jairus Byrd), e a única adição considerável (em nome) foi a chegada do calouro Sammy Watkins. Então no papel, Buffalo deveria continuar sendo um time medíocre. Mas na prática, a equipe começa o ano 2-0 com boas vitórias sobre Chicago (fora de casa) e Dolphins - ainda que duas incógnitas relativas para a temporada, não são dois times desprezíveis. É difícil saber como classificar o Bills.

Mais eis algo que eu SEI: o Chargers é um ótimo time. Eles acabaram de vencer com propriedade os atuais campeões, e se não fosse por um snap errado, o time estaria 2-0 e entrando nesse jogo como favoritos. Eu não acho que um snap mude a situação do Chargers, então eu espero mais um bom jogo e uma vitória contra o time surpreendente dessas primeiras rodadas. Me provem equivocado, Bills.


Cowboys over RAMS
Contra o spread: Cowboys (EVEN) over RAMS
Dois times opostos. O Cowboys tem um bom ataque, explosivo, e uma defesa muito fraca. Saint Louis tem uma boa defesa, mas um ataque muito irregular e não confiável. Quem é melhor?

O Cowboys. Eles perderam para um bom time (Niners), e venceram um mediano (Titans). Rams perdeu para um mediano (Vikings) e venceu um fraco (Bucs). Não que o Cowboys vá ser o candidato surpresa ao título, mas enquanto DeMarco Murray continuar saudável e jogando tão bem, acho que Dallas é mais do que capaz de vencer um time que está usando o reserva de Shaun Hill como QB titular.


EAGLES over Redskins
Contra o spread: EAGLES (-6.5) over Redskins
Uma pergunta: por que as pessoas ainda acham que Kirk Cousins é um bom quarterback? Porque ele certamente nunca fez nada para provar isso. Na sua carreira (9 jogos, 4 como titular), ele tem tantos touchdowns quanto interceptações (10), completou apenas 57% de seus passes, e tem apenas 6.7 jardas por passe - e isso contando o jogo de domingo no qual ele inflou esses dados contra uma péssima defesa aérea do Jaguars. Bill Barnwell oferece ainda essa curiosidade: 47 QBs da NFL lançaram pelo menos 200 passes entre 2012 e 2013. Entre esses 47, Cousins é o 43th em aproveitamento, 44th em rating, e 46th em taxa de interceptações. Certamente bem ruim. Então, de novo, por que achamos que Cousins é um bom QB? Por que ele teve bons jogos contra defesas ruins (Jags sendo o último exemplo)? Kevin Kolb também teve. A verdade é que Cousins nunca mostrou consistentemente a habilidade para ser um bom QB na NFL, e então não tem porque as pessoas tratarem-no como tal.

Como alguém muito bem disse esses dias: nas últimas semanas da temporada 2013, o Redskins colocou Cousins de QB titular na tentativa de inflar seu valor e conseguir uma troca. E ele continua em Washington.


Texans over GIANTS
Contra o spread: Texans (-2.5) over GIANTS
Se eu falei de um QB que tem recebido muito crédito e atenção sem merecer ou fazer algo para justificar, é hora de falar o oposto: um QB que tem recebido muito mais críticas do que merece. Estou falando, é claro, de Eli Manning.

Eli Manning não tem jogado bem desde o começo de 2013, isso é um fato. Interceptações, más decisões e dificuldade para produzir em alto nível tem atrapalhado demais a equipe de NY. Mas é errado colocar toda a culpa em Eli quando o time inteiro do Giants, simplesmente, fede. Manning fez sua carreira em NY como o QB de um ataque dinâmico, que corria muito com a bola e que baseava seu ataque aéreo em um esquema de passes profundos que se beneficiava de play actions. Claro, para esse tipo de ataque aéreo funcionar você precisa de duas coisas: um bom jogo terrestre, e uma linha ofensiva que consiga manter o QB de pé até os WRs se colocarem em posição. NY não tem nenhum deles. O jogo terrestre inexiste desde que foi campeão em 2011, e a linha ofensiva atualmente é um desastre. Isso foi um fator decisivo ano passado, quando Eli não tinha como jogar porque não conseguia ficar no pocket o tempo necessário para fazer o jogo de profundidade, era o tempo todo precisando correr, sofrer sacks ou fazer passes apressados. Esse ano, o Giants tentou mudar e adotar um estilo de passes mais curtos e rápidos para evitar esses problemas, mas de novo, não tem funcionado - os WRs não tem jogado bem, e a linha ofensiva continua não fazendo seu papel para deixar Eli confortável. 

Então é verdade que o QB não tem jogado bem, tem tomado decisões equivocadas e não produzido como era de se esperar. Mas ele esteve em uma conjuntura bem desfavorável, em um time que carece de talento em diversas posições e praticamente sem nenhuma conjuntura ao seu redor para ter sucesso. Ele não deve ser colocado como o único culpado pela má fase, nem o principal.

(Não, eu não acho o Texans um grande time. Mas leia o que eu escrevi sobre o Giants. Não é suficiente? Tipo... JJ Watt contra isso?)


SAINTS over Vikings
Contra o spread: SAINTS (-10) over Vikings
Matt Cassell não é a solução para o Vikings, como a gente já sabia desde o começo. Ao mesmo tempo, estão certos ao ter paciência com Teddy Bridgewater, sem querer colocá-lo logo no fogo. Mas veja a tabela do Vikings pelas próximas semanas: Saints fora, Falcons, Packers fora, Detroit, Bills fora. Essa é uma seqüência bem complicada para a equipe e seu QB titular. Então porque apressar a entrada de Teddy até o fim dessa seqüência toda? Espera passar o pior do calendário, e se Cassell continuar jogando mal, você faz a troca sem pressa. Então se querem saber porque ele continuará de titular, esse provavelmente é o motivo.

Enquanto isso, do outro lado, temos o Saints puto da vida, jogando em casa, precisando desesperadamente de uma vitória. Todo mundo sabe que New Orleans é um time totalmente diferente jogando nos seus domínios, e acho que todo mundo viu pelo menos os highlights do que Cassell fez domingo passado contra o Pats. Acho que vai ser vitória de NO, e vai ser de goleada. 


BENGALS over Titans
Contra o spread: Titans (+7) over BENGALS
Bengals é um dos times de melhor home field advantage da NFL, então é um time para nunca apostar contra jogando em casa, salvo contra adversários de elite. O Titans não é um adversário de elite. So there.

A segunda parte, contra o spread, é uma aposta de que o AJ Green não joga, e que o Bengals vai ser um pouco mais conservador, correndo muito para matar o tempo. O ataque do Bengals não é tão explosivo, e o Titans tem uma defesa melhor que a do Falcons, capaz de pressionar o QB. Acho que conseguem manter o jogo apertado.


Ravens over BROWNS
Contra o spread: Ravens (-1.5) over BROWNS
Eu acho que o Browns não é um time ruim, e sempre achei. A vitória contra o Saints ano passado - sem Jordan Cameron - foi uma boa mostra de um time em evolução. Agora é uma vitória por um ponto, e uma derrota por três para Cleveland.

Mas eu ainda não estou pronto para dar meu voto de confiança para eles em um jogo tão parelho como esse. O Ravens tem uma boa defesa, bem sólida, e o ataque pode ser irregular as vezes... mais ou menos como o Browns. Fica o voto de confiança para um time do Ravens que é simplesmente mais experiente que o Browns. Mas esse é o jogo que, caso Cleveland vença, é para solidificar a  sua percepção como time perigoso.


LIONS over Packers
Contra o spread: LIONS (-2.5) over Packers
Detroit decepcionou rodada passada ao perder para um desfalcado time do Panthers, não mostrando nenhuma das forças que parecia ter na primeira rodada. O jogo terrestre foi inexistente, o jogo aéreo não funcionou, e foi uma derrota um pouco humilhante, ainda que para um bom time.

Then again... eu ainda não estou convencido com Green Bay. A linha ofensiva fraca vai ter muito trabalho contra uma excelente linha de frente de Detroit, e o Packers tem mostrado algumas fraquezas - em especial na defesa - que preocupam um pouco. Normalmente em um jogo tão parelho eu iria apostar no melhor QB, que seria Rodgers, mas ele tem se mostrado um pouco irregular demais esse começo de temporada. Como nenhum desses times ainda mostrou algo para me convencer da sua real força, fico com o time da casa.


Colts over JAGUARS
Contra o spread: Colts (-7) over JAGUARS
Semana passada, eu escolhi o Jaguars para cobrir um spread contra o Redskins e Kirk Cousins. Eles falharam miseravelmente. Não tente me convencer de que eles conseguem cobrir dessa vez contra Andrew freaking Luck. Não, obrigado.


PATRIOTS over Raiders
Contra o spread: Raiders (+14) over PATRIOTS
Não consigo ver Oakland vencendo o New England Patriots em Foxborough. O time simplesmente é ruim. E o Patriots, embora ainda não tenha convencido, é um time bom mesmo assim. É simples uma diferença muito grande de nível.

Então porque pegar o spread a favor do RAiders? Porque 14 é um pouco demais para o meu gosto... porque eu gosto de Derek Carr e a possibilidade de um garbage-time TD me assusta... e francamente, porque o ataque de New England não está exatamente pegando fogo nesse começo de temporada. Me parece que uma liderança modesta será suficiente. 14 pontos é muita coisa mesmo contra um time ruim do Raiders.


Niners over CARDINALS
Contra o spread: CARDINALS (+3) over Niners
Me sinto muito desconfortável apostando em um time 2-0 que é zebra mesmo jogando em casa contra um time que fez de tudo para perder o último Sunday Night, inclusive 16 faltas e 4 turnovers. Por isso a aposta contra o spread no Cardinals.

O Niners é um time com sérias falhas, que foram expostas domingo: não tem qualquer pass rush, a linha ofensiva anda um buraco só, e o time ainda não achou uma identidade ofensiva. Contra um sólido time do Cardinals com uma boa defesa, me parece preocupante apostar nesse ataque, que pode ir de genial a pífio em questão de minutos. Nada pior para arruinar suas apostas do que um time bipolar.

Mas então por que apostar no Niners? Duas palavras: Drew Stanton. Se Carson Palmer fosse o titular, a aposta seria nos donos da casa. Mas é difícil também apostar em um QB que está apenas fazendo seu segundo jogo como titular desde 2010 e que sofreu contra a defesa do Giants. Jogo difícil, provavelmente de placar baixo, e feio. O tipo de jogo que costuma ganhar quem tomar melhor conta da bola e evitar turnovers. Oh, saco, estou começando a mudar de idéia. Rápido, vamos para o próximo.


SEAHAWKS over Broncos
Contra o spread: SEAHAWKS (-5) over Broncos
Eu tenho poucas regras para essa coluna, mas uma delas - a mais importante - é: nunca aposte contra o Seahawks jogando em casa. Não vou citar o Super Bowl aqui porque aquilo foi uma aberração, mas ainda aposto na ótima defesa de Seattle contra um time de Denver que ainda não convenceu em 2014 (duas vitórias por uma posse na qual o adversário chegou a ter a bola no final do jogo para empatar e não conseguiu).

Tangente rápida: o quanto o novo acordo antidoping da NFL vai afetar a defesa do Seahawks? Seattle lidera a NFL com 8 testes falhados antidoping desde 2011, inclusive de jogadores importantes como Richard Sherman e Bobby Wagner (sem falar na fama de ter defensores maiores e mais fortes do que todos os outros). Agora que a NFL está implementando novos testes antidoping (inclusive testes por sangue), será que isso pode marcar o fim da dominação absoluta da defesa mais física da NFL? Fica a pergunta.


DOLPHINS over Chiefs
Contra o spread: DOLPHINS (-4) over Chiefs
Na dúvida, escolha o time da casa.

No papel, o Chiefs deveria ser pior - eles perderam muitas peças importantes tanto do ataque como da defesa, e ficaram muito limitados nessa temporada. Mas eles fizeram papel muito respeitável contra o Broncos semana passada, enquanto o Dolphins pareceu de novo o de 2013 em uma surra para o Bills. Então não da para confiar em nenhum dos dois por enquanto. Fico com o time que joga em casa e parece um pouco melhor, pelo menos no papel.


PANTHERS over Steelers
Contra o spread: PANTHERS (-3) over Steelers
Confesso que o Panthers me impressionou nesse começo de ano. Eu esperava um ano mediano deles - defesa "perdeu" Greg Hardy e boa parte da secundária, ataque perdeu todos os WRs, o LT titular, e já jogou um jogo sem seu QB e outro sem seu RB - mas o time continua achando formas de vencer. Eles não estão jogando BEM, claro, mas estão jogando seu jogo físico, truncado e achando formas de vencer. Cam Newton ainda faz coisas de Cam Newton, a defesa ainda assusta, e de novo a secundária se montou bem mesmo usando praticamente só jogadores medianos e sem nome. Jogando em casa contra um time mediano do Steelers que é particularmente vulnerável ao jogo terrestre e a pressão defensiva... me parece um matchup dos céus para o Panthers. Esse é um time que ganhou meu respeito em 2014.


Bears over JETS
Contra o spread: Bears (+3) over JETS
AGORA VAI!! ESSE É O ANO!!!


2014' Season: 8-8
Contra o spread: 5-11

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Palpites para a semana 2 da NFL

Cherilus apontando o coleguinha, Andrew Luck preparando o golpe da garça do Sr. Miyagi, e o resto do Colts olha em total descrença para a burrice do RT do Colts. Melhor foto da primeira rodada!


Uma outra coluna tradicional aqui do Two-Minute Warning é a de sexta feira, na qual eu coloco os meus palpites para os jogos da semana. Não apenas quem vai vencer a partida, mas também como eu apostaria se fosse apostar contra o spread em Vegas para adicionar alguma emoção. A idéia por trás disso é em parte se divertir com palpites e spread, e em parte porque eu acabei descobrindo que é um excelente formato para falar um pouco sobre cada time, sem exagerar ou ficar longo demais, mas tocando em assuntos relevantes a cada jogo. O pessoal gostou do formato, eu gosto de escrever, então virou algo comum nesse espaço sexta feira. Espero que o pessoal novo se divirta também.

Só um comentário sobre o que significam esses +7, -3, etc. Esse é o chamado "spread", uma modalidade de aposta esportiva. Você aposta no time que ganha, mas cada time recebe uma certa "margem" de pontos baseada em quem é favorito. Em outras palavras, se o Pats vai enfrentar o Jets, ele será o favorito, e portanto terá um spread negativo - o que significa que ele precisará vencer por uma margem de pontos maior do que essa para você ganhar a aposta. Da mesma forma, o Jets vai ter um spread positivo - ele pode até perder por esse número de pontos. Então se o Patriots for -7 para um jogo, ele precisa ganhar por mais de 7 pontos para ganhar a aposta. E se o Jets for +7, quem apostou no Jets ganha desde que o Jets não perca por mais de 7 pontos de diferença. Casas de apostas costumam fazer frequentemente esse tipo de aposta, então coloquei aqui para se divertir um pouco.

Então vamos aos nossos mundialmente famosos (ok, nem tanto) palpites. Time da casa em caixa alta, e lembrando que a linha que eu uso para o spread é o consenso de Vegas no momento que eu comecei a coluna. Essas linhas podem mudar dependendo da quantidade de apostas.

E não esqueçam de ler minha coluna de terça feira, sobre quais mudanças eu faria para tornar o jogo e a NFL melhores e mais divertidos se tivesse poder para tal.


Palpites para a semana 2 da NFL


RAVENS over Steelers
Contra o spread: RAVENS (-2.5) over Steelers

Eu fiz esse palpite pelo twitter, na verdade, mas foi um bom começo. Enquanto que o Ravens não jogou bem na primeira semana contra Cincy, a defesa do Steeles foi muito mal contra o Browns em casa, e achei que esse problema defensivo iria se manifestar rapidamente em um jogo físico e feio de Thursday Night (sério, esses jogos precisam acabar), especialmente jogando fora de casa. Dito e feito, o Ravens foi o time mais físico e mais forte ontem a noite, e passou por cima de seus rivais. Bom começo para nossos palpites de 2014.

Tangente rápida: Roger Goodell tem recebido muitas críticas (todas merecidas) pelo seu papel em lidar com o fiasco do Ray Rice, mas por que o Ravens saiu razoavelmente "limpo" dessa situação mesmo tendo um papel tão ruim e tão feio quanto o chefão da NFL? Eles sustentaram o tempo todo que Ray Rice era uma boa pessoa que foi mal interpretada; fez de tudo para pintar o incidente como sendo de responsabilidade da sua noiva; fizeram uma conferência para Rice se desculpar com todo mundo, incluindo patrocinadores e torcedores do time, MENOS sua noiva que ele agrediu; e ainda teve a coragem de colocar no twitter oficial da equipe que a vítima de Rice estava se desculpando pelo seu "papel no incidente", um tweet que o Ravens já covardemente deletou depois da repercussão negativa... e tudo isso sendo que eles sabiam o tempo todo o conteúdo do vídeo. O Ravens foi tão errado quanto Goodell na recepção do caso, e foi tão covarde quanto em só tomar uma ação quando o vídeo vazou e a opinião pública explodiu. Por que então o Ravens saiu "impune" de toda a situação? Fica o pensamento.


Lions over PANTHERS
Contra o spread: Lions (+2.5) over PANTHERS

Eu confesso que ainda não estou acreditando muito no Panthers essa semana. Sim, eles venceram um time interessante (mas ainda incógnita) do Bucs fora de casa com Derek Anderson de QB, mas acho que isso é mais algo negativo para o Bucs do que outra coisa. A defesa ainda é forte, a secundária ainda é suspeita, e ninguém sabe exatamente o que esperar do ataque. Então vocês podem entender que eu ainda preciso ver mais antes de me convencer que o Panthers é um bom time de futebol americano.

E mesmo jogando fora de casa, eu prefiro apostar em um time do Lions que impressionou na primeira semana e parece ser um matchup um pouco complicado para o Panthers: eles tem uma das melhores linhas de frente da NFL para explorar a linha ofensiva do Panthers (o segredo da vitória contra o Bucs é que o pass rush de Tampa foi inexistente, o que não vai acontecer aqui) e segurar seu jogo terrestre, enquanto tem o melhor WR da NFL e um bom grupo de recebedores em geral para explorar a secundária de Carolina. E se isso virar um duelo de pontos, eu acho que o Lions tem melhores chances de sair daqui com sucesso. Não sei se, como diria um amigo meu, ESSE É O ANO para o Lions, mas acho que conseguem uma vitória importante aqui.


Dolphins over BILLS
Contra o spread: Dolphins (EVEN) over BILLS

Dois times que eram grandes zebras para a primeira semana e que conseguiram vitórias muito importantes, o Miami vencendo o rival Patriots em casa, e o Bills levando um jogo do Bears em Chicago na prorrogação. Acho que por esse motivo que nenhuma casa de apostas sabe o que fazer com esse jogo - a linha abriu em -1 para Buffalo, mas logo chegou a números iguais em cinco das seis principais casas de apostas de Vegas. Em outras palavras, esse jogo é o mais equilibrado que você vai encontrar na rodada.

Eu dou uma certa vantagem para o Dolphins. Desde o começo do ano eu achava o Dolphins um time em ascensão que poderia chegar aos playoffs com alguma sorte (no sentido amplo da palavra), e a vitória contra o Patriots só serviu para confirmar esse tipo de coisa. A linha ofensiva ainda vai sofrer, especialmente contra times com bom pass rush (como Buffalo, por exemplo), mas sua defesa é uma unidade sólida que vai dar trabalho a um time do Bills que ainda não tenho certeza se já se achou na temporada. Em uma nota relacionada, Mike Wallace é meu titular no fantasy, e otimismo faz bem.


TIME DE WASHINGTON over Jaguars
Contra o spread: Jaguars (+6) over TIME DE WASHINGTON
O jogo é em Washington e o Jaguars ainda não é um bom time de futebol americano. Eles evoluíram, sem dúvida, mas não são exatamente bons. Enquanto isso, o time de futebol profissional de Washington também não é particularmente bom, ou pelo menos enquanto RG3 não voltar a jogar mais como o Griffin de 2012 do que o de 2013. Mas joga em casa, tem Alfred Morris e um bom corpo de WRs, e deve fazer o suficiente para vencer a partida.

Ainda assim, essa vantagem de 6 pontos me parece exagerada. Washington foi surrado por um time que acabou 2-14 ano passado e tem Ryan Fitzpatrick de QB semana passada. A gente tem certeza de que o time que começa com R realmente é tão melhor assim que o Jaguars? Um spread de 7 pontos (a linha inicial de Vegas) significa que o Jaguars só teria 28% de chance de vencer o jogo, mas isso me parece muito pouco. Mesmo 6 pontos significa que Vegas só da a Jacksonville 31% de chance de sair com a vitória. Me parece muito pouco considerando o que Washington NÃO fez nos últimos 17 jogos para nos convencer que é um bom time de futebol americano. Washington leva, mas mais apertado do que isso.


TITANS over Cowboys
Contra o spread: TITANS (-3.5) over Cowboys

Eu realmente não acho que Dallas seja tão ruim quanto o Niners - e eles próprios - fizeram parecer na primeira semana. Para começar, o jogo de Romo foi um ponto fora da curva para ele (pode negar a vontade, mas ele não lançou 3 interceptações em nenhum jogo de 2013), e a verdade é que a partida acabou antes do intervalo. A defesa continua e continuará muito ruim, mas o ataque tem condições de ser bom se Romo voltar a jogar como pode, e não como o que começou a temporada em Dallas.

Essa escolha é mais uma resistência a dar um voto de confiança ao Cowboys fora de casa. Eu não acho o Titans um grande time, acho apenas um time médio, mas é capaz de jogar bem na defesa e não atirar no próprio pé. É o tipo de time que não vai perder para si próprio e vai aproveitar se você der uma brecha... e infelizmente o Cowboys gosta de dar esse tipo de brecha. Não acho Dallas a reencarnação do mal no futebol americano, mas preciso ver uma boa atuação antes de confiar na equipe, especialmente fora de casa.


Cardinals over GIANTS
Contra o spread: Cardinals (-2.5) over GIANTS

Eli Manning foi a história da derrota do Giants na primeira semana, mas isso obscurece um simples fato: o Giants simplesmente não tem talento o suficiente ao longo do seu elenco para que Eli ou qualquer outro tenham sucesso. Sim, Eli não jogou bem, e alguns lances (especialmente a segunda interceptação) foram totalmente culpa do QB, mas ele foi incomodado o jogo todo por uma linha ofensiva fraca que cedia muita pressão, e teve que lançar para recebedores que não conseguiam criar separação. O ataque da equipe é muito fraco mesmo além de Eli, e a defesa não vai conseguir segurar jogos. Por mais que o Cardinals de 2014 não seja nem de longe tão bom quanto o de 2013, a defesa dos redbirds deve ser suficiente para segurar as pontas (e forçar alguns turnovers) contra um time medíocre.


Patriots over VIKINGS
Contra o spread: Patriots (-3) over VIKINGS

O Patriots mostrou bastante fraqueza contra Miami, especialmente nas linhas. Logan Mankins foi trocado estranhamente para o Bucs, e o grande Dante Scarnecchia (lendário técnico de linha ofensiva do Patriots) aposentou, e talvez como consequência disso a linha ofensiva foi uma peneira enfrentando um bom (mas não espetacular) pass rush de Miami. Além disso, o Dolphins conseguiu correr o dia todo contra a linha defensiva de New England, e o Vikings tem Adrian Peterson. Não vai ser de forma alguma um jogo fácil. (Nota: eu escrevi isso ANTES de AP ser indiciado e provavelmente perder o jogo de domingo).

Mas eu ainda vou no Patriots, simplesmente porque não consigo imaginar New England perdendo dois jogos seguidos. O time tem um "hábito" de se recuperar bem de derrotas, então só posso imaginar o quanto o time vai entrar mordido depois daquela humilhação da semana 1 contra um rival de divisão. Além disso, a defesa do Patriots passou por muitas mudanças e está com vários jogadores diferentes, então é de se esperar que demore um tempo até todos se adaptarem e estarem na mesma página. Não é uma boa hora de overreact a primeira semana.


Saints over BROWNS
Contra o spread: BROWNS (+6.5) over Saints

Não consigo imaginar o Saints caindo 0-2 no começo do ano com tanto talento e tendo investido tanto nessa offseason para melhorar sua defesa. Mas tem algumas coisas que me incomodam, como por exemplo a defesa do Browns que tem bastante talento, e o fato de que o Saints (e em especial Drew Brees) tem tido alguma dificuldade fora de seus domínios e de seu estádio fechado, que valoriza o jogo aéreo explosivo da equipe. Aliás, embora não sejam realmente um bom time, também não acho que o Browns seja exatamente um time ruim - se Brian Hoyer jogar bem, eles tem boas condições de manter esse jogo apertado se a tendência recente do Saints de piorar ofensivamente fora de casa se mantiver. Não acho que New Orleans perde esse jogo, mas acho que o Browns vai deixá-lo mais apertado do que o antecipado.


BENGALS over Falcons
Contra o spread: Falcons (+5.5) over BENGALS

O Bengals joga bem em casa, com uma das melhores home-field advantages da NFL e tendo acabado 2013 8-0 jogando em seus domínios. Isso é impressionante, e embora não tenham convencido na vitória sobre o Ravens na primeira semana, o fato de que conseguiram controlar um jogo feio e apertado ainda é um ponto a seu favor. Andy Dalton não é um grande QB, mas ele consegue controlar o jogo e jogar bem se não tiver pressão chegando nele, e o Falcons não é um time que se destaca por pressionar o QB. Com seu bom jogo terrestre e a vantagem de jogar em casa, acho que o Bengals é o favorito a ganhar o jogo.

No entanto, eu acho que o Falcons está sendo um pouco underrated nesse começo de ano. Sim, o time foi péssimo em 2013, mas é um time que venceu 13, 10 e 13 jogos nos três anos anteriores, e que viu 2013 se tornar um "pior cenário possível". É um time que está sujeito a todo tipo de regressão positiva, e Matt Ryan é um dos cinco, sete melhores QBs da NFL e que fez mágica contra o Saints na estréia. Enquanto Ryan estiver lá, eu acho que o Falcons vai estar no jogo, e por isso acho que 5.5 é demais para eu ficar confortável apostando contra Ryan e Julio Jones.


BUCCANEERS over Rams
Contra o spread: BUCCANEERS (-6) over Rams

Todos nós vimos o que o Vikings fez com o Rams semana passada, e isso foi em casa. O Rams agora está reduzido ao seu terceiro QB depois que Bradford e Shaun Hill estão no departamento médico, o jogo terrestre ainda é uma zona, Chris Long está fora do jogo... quer dizer, o que o Rams tem para nos convencer de que as coisas serão diferentes?! É verdade que o Bucs não foi bem semana passada, mas não consigo apostar no Rams no momento contra quem quer que seja. Especialmente fora de casa.


Seahawks ver CHARGERS
Contra o spread: Seahawks (-6) over CHARGERS

Eu estava bastante animado com o Chargers no começo do ano. O time foi muito bem em 2013 e quase venceu o Broncos em Denver nos playoffs, reforçaram a secundária muito bem, e vários jogadores que perderam a temporada passada com lesões estavam saudáveis. Parecia que seria o ano do Chargers chegar aos playoffs com um pouco mais de propriedade e confiança. Ou pelo menos era o que eu achava até o Chargers perder sua estréia para o Cardinals da forma mais Chargers possível: com um snap errado que tirou o time do alcance de field goal nos minutos finais. Ainda que algumas coisas boas tenham aparecido - a secundária jogou bem, de modo geral, por exemplo - é difícil realmente confiar em um time que continua atirando no próprio pé dessa maneira.

Um jogo é pouco para desanimar de vez do Chargers? Sem dúvida. Eles ainda tem 15 jogos para se reerguer, e podem ter sido simplesmente muito azarados na primeira rodada (e de certa forma foram). Mas foi o suficiente para levantar algumas questões, e definitivamente não vai ser prestes a enfrentar os atuais campeões que vão recuperar meu voto de confiança. Ainda que o jogo não seja no poço do inferno que é o Century Link Field, os atuais campeões ainda impões respeito demais para eu apostar no Chargers depois de uma semana 1 tão decepcionante.


Texans over RAIDERS
Contra o spread: Texans (-3) over RAIDERS

Não estou convencido que o Texans está de volta aos níveis pré-fiasco de 2013. Muita coisa mudou, e eles ainda não resolveram sua situação de quarterback. Eu certamente acho que o Texans é um time melhor do que mostrou em 2013, mas não acho que voltou a ser aquele juggernault de 10, 12 vitórias de 2011 ou 2012. Eles estão passando por uma transição e reformulação, e é perfeitamente natural alguns altos e baixos. Mas ainda não estou pronto para acreditar neles como uma das potências da AFC, especialmente com Fitzpatrick de QB. Mas eu também acredito que o Raiders é um time muito fraco, que está no caminho certo mas que ainda tem uma estrada enorme a percorrer só para conseguir se livrar dos erros recentes. É menos uma aposta no quanto o Texans é bom, e mais uma aposta no quão ruim o Raiders ainda é.


PACKERS over Jets
Contra o spread: PACKERS (-8.5) over Jets

Green Bay e Aaron Rodgers, saindo de uma derrota humilhante, recebem em casa no frio de Wisconsin o Jets com sangue nos olhos. Não tem nenhuma chance de eu apostar no Jets até eu ver a Gang Green jogando bem contra um time de respeito.

Na verdade eu até achava que o Jets poderia ser um time decente esse ano, desde que Michael Vick fosse o titular e ficasse razoavelmente saudável. Mas Geno Smith ainda é o titular, e ele foi ATROZ em 2013 jogando fora de casa, ainda mais em um ambiente tão hostil quanto Green Bay. E mesmo que Green Bay tenha sido exposto pelo melhor time da NFL semana passada - linha ofensiva continua ruim, defesa terrestre idem - e talvez não seja tão bom quanto a gente imagina, pelo menos eles ainda tem Rodgers, e precisam desesperadamente dessa vitória, certo? Não acho que o Packers comece o ano 0-2.


BRONCOS over Chiefs
Contra o spread: BRONCOS (-12.5) over Chiefs

Me deixe colocar da seguinte maneira: o Chiefs já era um grande candidato a regredir em 2013 mesmo sem nenhum outro fator externo afetando a equipe. Além disso, eles perderam três dos seus principais jogadores de linha ofensiva, seu melhor WR foi suspenso por um jogo, sua linha defensiva perdeu dois jogadores, um dos seus melhores CBs está machucado, e para piorar, você perde seu Pro Bowl MLB (Derrick Johnson) E seu titular de linha defensiva (DeVito) para lesões na primeira semana da temporada. Então o que já era para ser naturalmente pior agora tem todo tipo de contribuição para piorar ainda mais, e como se já não fosse ruim o bastante ser destruído por um mediano time do Titans em casa na primeira rodada, mas agora eles precisam enfrentar o segundo melhor time da NFL fora de casa?! Lamento, mas não tem spread alto o suficiente para esse jogo abaixo dos 20.


49ERS over Bears
Contra o spread: 49ERS (-6.5) over Bears

Como sou viesado quando o assunto é 49ers, minha defesa em cinco partes:

i) San Fran é simplesmente melhor do que Chicago e joga em casa
ii) É a estréia do Levi's Stadium em jogos oficiais de NFL, e por acaso ele ainda acontece de ser um Sunday Night Football. Se você não acha que o Niners fará um big deal por causa disso e vai acabar com uma das torcidas mais alucinadas da rodada, você está louco
iii) Tanto Brandon Marshall como Alshon Jeffery, os dois melhores WRs da equipe de Chicago e os principais motivos pelos quais o Bears poderia ser um problema para o Niners, estão ambos lidando com lesões e podem não jogar
iv) O Niners provavelmente pareceu melhor na semana 1 do que deveria por estar enfrentando o fraco Cowboys, mas não é como se a defesa de Chicago fosse muito melhor, e o ataque de San Fran parece legitimamente bom.
v) Chicago está 7-9 desde que Jay Cutler assumiu a titularidade em jogos noturnos fora de casa.

Sim, o 49ers provavelmente não é tão bom quanto pareceu contra Dallas. Mas ainda é um time bom, e Chicago perdeu em casa para Buffalo semana passada jogando particularmente mal. O spread é alto e a possibilidade de um TD em garbage time preocupa, mas considerando a chance de Jeffery ou Marshall não jogarem, ainda é o suficiente para me fazer acreditar que o 49ers fará uma boa apresentação para inaugurar seu estádio.


COLTS over Eagles
Contra o spread: COLTS (-3) over Eagles

Na sua curta carreira na NFL, Andrew Luck está 13-3 como titular jogando em casa (9-8 jogando fora) com 24 TDs contra apenas 11 interceptações. Ele é outra pessoa jogando em seus domínios, e a defesa do Eagles é particularmente vulnerável pelo ar (só ver o que Chad Henne fez semana passada).

Claro, não é tão simples assim. A defesa do Colts é fraca, especialmente sem Robert Mathis, que não volta mais esse ano depois de uma lesão no tríceps. Se Nick Foles voltar a jogar bem depois de uma primeira semana muito decepcionante, a defesa de Indianapolis vai ter muito problema para pará-los. Mas eu simplesmente não consigo apostar contra Andrew Luck e o Colts jogando em casa, que tiveram uma primeira semana sólida em um jogo muito difícil contra Peyton Manning e o Broncos fora de casa. Se não fosse a falta mais ridícula da primeira semana da NFL (que inclusive ilustra esse post), o Colts teria boas chances de levar o jogo para a prorrogação, e isso já sem Robert Mathis contra um time bem superior ao Eagles. Então acho que o Colts faz o suficiente para vencer o Eagles essa semana jogando onde se sente mais confortável, especialmente sentindo alguma urgência caso  os rivais de divisão Texans ou Titans vençam suas partidas e comecem o ano 2-0.