Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Relatório dos calouros da NBA

LaVine mostrando o quão alto pode ir o potencial desses dois jovens da foto.


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Para ler os meus pensamentos sobre essa classe de calouros antes do Draft, clique aqui

Eu não lembro de uma classe de calouros que tenha sido tão hypeada quanto a de 2014 (talvez por não lembrar muito do pré-Draft de 2003). Três jovens jogadores (Wiggins, Parker e Julius Randle) foram celebrados como "futuros franchise players" antes de terem jogado um minuto sequer de basquete universitário; um misterioso grande talento australiano (Dante Exum) foi ganhando mais e mais atenção conforme o Draft foi se aproximando; e de repente tínhamos um pivô camaronês com potencial absurdo e pés problemáticos evoluindo a um nível inacreditável (e fazendo Dream Shakes no processo) antes de se tornar o prospecto mais polarizador do ano. Times passaram o ano todo tentando tankar mais que os outros por Wiggins (Riggin' for Wiggins!) ou Embiid (Low Seed for Embiid era o melhor nome, pena que nunca pegou). Especialistas em basquete universitário passaram a maior parte da pré-temporada falando sobre o quão boa era essa classe de calouros, para depois passarem a maior parte da temporada propriamente dita desconstruindo esses mesmos jogadores (em especial Wiggins, que sofreu críticas por "não se impor" ou "ser passivo demais"), para depois voltarem a hypear os jogadores quando o Draft foi se aproximando. Se você acompanhava basquete - e não só o universitário, mas também a NBA - você certamente ouviu muito sobre os jogadores que estariam disponíveis no Draft de 2014, e como eles iriam impactar o futuro da liga. 

No entanto, alguns meses mais tarde, o impacto imediato dessa classe de calouros não foi exatamente o esperado. Múltiplos jogadores perderam tempo significativo com lesões, enquanto outros tiveram dificuldade para corresponder às expectativas ou conseguir tempo de jogo. Dos quatro melhores calouros da temporada 2014/15 da NBA, um era do Draft de 2013 (Nerlens Noel), e outro era um europeu selecionado em 2011 (Mirotic). Isso levou a muitos observadores e fãs a rotularem essa classe como sendo "decepcionante", "fraca", ou algo assim. Mas na verdade, qual foi o problema aqui: a expectativa exagerada em cima de garotos de 18 anos? Má sorte em uma amostra pequena (apenas uma temporada)? Ou uma classe de calouros que, pra começar, não era tão boa assim?

Nós não sabemos, e não saberemos até termos mais informações sobre esses jogadores. Nas últimas décadas, a NBA tem visto um influxo de jogadores mais jovens sem precedente, e os calouros de hoje em dia são, na média, mais jovens e menos desenvolvidos do que os de 10, 15 anos atrás. Não acredita em mim? Então olhe isso aqui...




E isso antes de lembrar que a NBA proibiu jogadores colegiais de entrar direto no Draft a partir de 2006. Olha na coluna dos "Freshmen" (calouros universitários) de novo. Expandindo esse ponto, e incluindo agora freshmen E jogadores colegiais...




E isso sem incluir Dante Exum (#5) e Bruno Caboclo (#20), dois jogadores que são ainda mais jovens do que um calouro universitário normal, e que iriam expandir os totais desse Draft para 7/11. E antes de levar em consideração o menor número de Juniors (terceiro ano) ou Seniors (quarto ano) selecionados alto no Draft (no Top10, só Elfrid Payton era Junior ou acima, e mesmo ele era jovem para um veterano).

A verdade é que é essencialmente injusto culpar os calouros de hoje em dia pelo seu menor impacto imediato na NBA. A grande maioria dos calouros escolhidos no topo do Draft hoje em dia são garotos de 19 anos, que ainda não são maduros (física ou mentalmente) suficientes para competir por 82 jogos em alto nível contra atletas do calibre que encontram na NBA. Eles simplesmente não chegam na liga em uma idade ou ponto em seu desenvolvimento para entrar e dominar desde o começo. É injusto julgá-los - ou ao seu futuro profissional - com base em uma amostra tão pequena quanto uma temporada, especialmente em uma idade tão nova e com tanto desenvolvimento ainda pela frente (um exemplo: lembra quando todo mundo estava decepcionado com a temporada de calouro do Anthony Davis?). Então ainda que o impacto dessa classe não tenha correspondido às expectativas em 2014/15, isso não quer dizer que a classe seja ruim, ou que não seja tão boa quanto antecipado. 

Então vamos dar uma olhada mais a fundo nos principais calouros dessa classe, como foram nessa temporada, o que nos mostraram (de bom e de ruim), e o que esperamos para o futuro. Vamos falar dos 14 jogadores selecionados na loteria, e mais alguns que me deram vontade. Começando, é claro, com a escolha #1...  


Andrew Wiggins
A enorme atenção midiática em torno de Wiggins foi um dos subplots mais engraçados (e eu digo isso no mau sentido) do Draft de 2014. O superatlético Wiggins foi chamado de "próximo LeBron/Durant/McGrady" antes de ter jogado um minuto sequer de basquete universitário, e elevado a status de "salvador" antes de completar 18 anos. Isso levou a muitas críticas durante seu tempo em Kansas, com pessoas reclamando que ele era muito passivo, muito cru, e por ai vai. Ainda assim, apesar de tudo isso, Wiggins entrou na NBA como um prospect de elite, em meio a imensas expectativas.

E, na maior parte, correspondeu a elas. Claro, Wiggins ainda é cru -  seu arremesso de fora ainda precisa melhorar (31% de 3PT, 32% de meia distância), e ainda está aprendendo a ler e a reagir a defesas de nível NBA. O canadense ainda não enxerga bem as linhas de passe para aproveitar ao máximo suas infiltrações, e seu domínio de bola ainda é fraco, limitando suas opções na hora de criar um arremesso. No entanto, isso é esperado de um calouro de 19 anos, especialmente de um que chegou na liga tão cru quanto Wiggins.

Mas o calouro também mostrou que, apesar de todo aquele papo furado sobre não se impor o suficiente, ele era capaz de entrar e assumir a responsabilidade como "o cara" para um time (ainda que um muito ruim). Apesar de jogar para um time ruim, com nenhum espaçamento ou (durante a maior parte do ano) um bom armador que pudesse ajudá-lo a conseguir arremessos melhores (mais sobre isso daqui a pouco), Wiggins se tornou apenas o quinto jogador de 19 anos a ter média de 16 pontos por jogo na NBA (junto de LeBron, Melo, Durant e Irving). Depois dos dois veteranos que mais seguram a bola no time saírem do time com lesões (Kevin Martin e Petkovic), Wiggins aproveitou a oportunidade para se tornar o centro ofensivo da equipe, tendo média de 20 pontos por jogo com 45.5% de aproveitamento nos últimos 56 jogos da temporada. O canadense não teve medo de atacar a partir do drible, e até começou a abusar de defensores menores de costas para a cesta (com um jogo de garrafão surpreendentemente bom)  depois que Flip Saunders começou a usá-lo mais como SG (teve média de 0.85 pontos por posse de bola no post, ótimo número para um calouro de perímetro). Wiggins ainda é muito mais eficiente em transição (onde está no 62.5th percentil de jogadores da NBA) ou em cortes para a cesta (77th percentil), onde seu domínio de bola limitado não atrapalha e pode aproveitar melhor sua enorme capacidade atlética (para efeitos de comparação, Wiggins tem média de 0.65 pontos por posse de bola no pick and roll, um número péssimo), mas ainda foi melhor do que o antecipado driblando pelo meio da quadra e finalizando perto do aro, e sua explosão, primeiro passo e capacidade atlética em geral dão a Wiggins enorme potencial do lado ofensivo da bola - especialmente se Minnesota conseguir cercá-lo com melhor espaçamento e, bem, um Ricky Rubio saudável (O Wolves, um time com saldo de -9.8 por 100 posses de bola, foi um time com -2.2 pontos por 100 posses quando Wiggins e Rubio estavam juntos em quadra, um número muito melhor).

A defesa de Wiggins também boa como se esperava, e apesar de alguns erros de calouro (atraso nas rotações, bolas nas costas, algumas faltas de concentração), ele também teve algumas sequências extremamente dominantes que mostram o quanto já pode contribuir desse lado da bola com seus braços longos, agilidade e atleticismo. Quer dizer, eu sei que é só uma posse de bola, mas dê uma olhada nesse lance. Essa defesa é quase obscena. Eu não vou nem tentar descrever para essa coluna não passar a ser 13+. 

No fim das contas, foi uma temporada muito boa, e muito consistente que acabou com Wiggins - merecidamente - ganhando o prêmio de Calouro do Ano de 2015. Ainda tem muito espaço para evoluir - especialmente melhorar a seleção de arremessos, pois muitas de suas posses de bola ainda acabam em arremessos ruins de meia distância (em geral step backs); seu arremesso de fora (sua forma de arremesso é boa); e seu domínio de bola, de forma a permitir que crie arremessos melhores - mas o ala já mostrou o suficiente para nos deixar genuinamente animados, e se estabelecer como um legítimo franchise player e um dos melhores jovens jogadores da liga. O céu é o limite. 


Jabari Parker
Mesmo sem o imenso potencial e capacidade atlética de Wiggins, Parker também tinha altas expectativas para sua temporada de calouro por causa de seu jogo, mais desenvolvido e pronto para a NBA. Infelizmente, uma lesão no joelho acabou a temporada de Parker depois de apenas 25 jogos, tirando-o de quadra antes daquela parte da temporada onde os calouros começam a dar saltos de produtividade. NA época da lesão (15 de Dezembro), Parker era #2 entre calouros em pontos por jogo (12.3, meio ponto atrás de Wiggins) enquanto chutava 49%, e #3 em rebotes (5.5, Noel liderando com 6.5). Então ainda que tenha sido um sólido começo de temporada, ainda é difícil analisar o jogo de Parker quando passou tão pouco tempo em quadra, e antes de poder realmente se adaptar a esse novo nível de basquete. 

Entretanto, a área onde Parker mais mostrou (de novo, em uma amostra pequena) em 2015 foi aquela que era considerada sua maior força: versatilidade no ataque. Parker não foi muito usado (normal para calouros no começo da temporada), mas foi bem eficiente pontuando de diferentes formas. O ala se movimentou bem longe da bola, foi muito inteligente cortando para a cesta, foi para o post up contra defensores menores, e até conduziu alguns pick and rolls laterais com bons resultados. E ele foi devastador em transição, com média de 1.31 pontos por posse de bola e tendo alguns contra ataques lindos junto de Giannis. Mesmo em uma amostra pequena, esse é um repertório ofensivo muito bom, e alguém capaz de pontuar eficientemente de tantas formas diferentes tem enorme potencial desse lado da bola. E ainda que o arremesso de Parker tenha sido bem ruim nesses 25 jogos (foi um ponto forte no universitário, então não tem motivos para se preocupar ainda), ele mostrou se excelente próximo ao aro, convertendo 70% das suas oportunidades na área restrita. 

Tudo é obviamente uma amostra pequena, e os números não são muito confiáveis. Precisamos ver muito mais de Jabari Parker antes de poder fazer uma análise séria e sustentável. Mas a principal característica de Parker saindo de Duke era seu ataque, e ele mostrou flashes promissores o suficiente para nos dar ainda mais expectativas quanto ao que ele fará com experiência suficiente - e uma temporada inteira, saudável, jogando com um dos melhores jovens times da NBA.


Joel Embiid
Embiid foi talvez o jogador que mais rápido subiu de valor (em termos de Draft) que eu já vi na vida. O camaronês era considerado um prospecto de interesse antes da temporada, cru mas com muito potencial... e só levou alguns meses até que pessoas começassem a chamá-lo de "O novo Hakeem". Deixando as hipérboles de lado, seu valor no Draft subiu tão rápido porque o jogo de Embiid evoluiu em uma velocidade surreal. No começo o pivô era só um bom e atlético protetor de aro, mas logo começou a acertar arremessos de fora, fazer ótimos passes de dentro e fora do garrafão, destruindo adversários de costas para a cesta, e até mesmo fez um Dream Shake contra New Mexico! Eu sei que é um clichê, mas no caso de Embiid, é totalmente verdade: ele simplesmente melhorava a cada vez que jogava. Todo jogo que eu assistia dele, o pivô mostrava uma grande evolução em alguma habilidade, alguma habilidade nova, ou algum novo macete no seu jogo, ao ponto que - glup! - as comparações com Hakeem (não necessariamente o talento, mas no estilo de jogo) começaram a fazer sentido!

Não demorou muito para que Embiid se tornasse o melhor jogador em um bom time de Kansas (que incluía a futura #1 pick, Andrew Wiggins) e uma estrela nacional... até que lesões começaram a atrapalhar, tirando-o da parte final da temporada (e do torneio da NCAA). Um Embiid saudável teria muito provavelmente sido a primeira escolha do Draft, mas preocupações médicas quanto aos seus pés e suas costas fizeram com que caísse para o Sixers no #3. E o Sixers selecionou o pivô sabendo que tinha grande chances de que ele perdesse a temporada toda - o que aconteceu de fato - então não tem muito que eu possa falar aqui. Claro, todo tipo de rumor sobre sua recuperação apareceu durante a temporada - que ele estava muito gordo, que estava arremessando de três, que tinha faltado a uma seção médica, que na verdade ele era o Godzilla - mas nenhum digno de ser discutido aqui.

Ainda assim, o 2014/15 de Embiid provavelmente será lembrado por uma coisa: sua fantástica conta no twitter. Ele é o nosso Calouro do Ano das Redes Sociais de 2015.


Aaron Gordon
Outro calouro que teve sua temporada atrapalhada por conta de lesões, que o limitaram a apenas 47 jogos e 797 minutos no total. E talvez seja por não ter ficado muito saudável (as vezes jogando com lesões menores) e ter perdido uma boa parte da temporada (o que torna mais difícil a adaptação ao basquete NBA), mas fato é que Aaron Gordon não teve um papel muito grande na sua primeira passagem pelo basquete profissional. O ala teve apenas 17 minutos por jogo de tempo de quadra dando menos de 5 arremessos, e teve um papel bastante secundário no ataque.

E a verdade é que, apesar de seus problemas com lesões (que certamente contribuíram), o maior problema é que Gordon é um calouro extremamente cru jogando para um time ruim cercado de jogadores que não se encaixam. Gordon é extremamente atlético - as comparações com Blake Griffin não eram a toa - e consegue causar algum estrago finalizando pontes aéreas ou dando enterradas (seus números finalizando em transição foram bons, por exemplo), mas sofre bastante quando precisa criar seu próprio arremesso. 57.3% de seus arremessos vieram sem nenhum drible antes, e sua shot chart (via NBA.com/stats) ajuda a mostrar o problema:



A amostra é pequena, mas a maior parte dos seus arremessos (49%) vieram próximos ao aro - um número alto para um ala - e, mais importante, Gordon não consegue acertar muita coisa longe dele (próximo ao aro arremessou 61.8%, bem próximo da média da NBA apesar de toda sua habilidade atlética). Ainda assim, você tem que dar algum desconto ao garoto-  Gordon jogou para um time péssimo ofensivamente, com pouco espaçamento, armadores que ficam muito com a bola nas mãos, e nada que lembrasse um esquema ofensivo coerente. Refinar esse arremesso de fora é uma prioridade, e apesar de um controle de bola decente (especialmente em transição), Gordon provavelmente nunca vai ser um cara que crie muito seus próprios arremessos. O ala vai continuar fazendo a maior parte do seu estrago fora da bola - ele é particularmente perigoso cortando em direção a cesta - mas isso pode ser difícil em um time que tem tanta dificuldade para criar no ataque, ainda mais se defensores continuarem marcando Gordon a distância. Fazer uma análise completa sobre Gordon precisaríamos de uma amostra maior e mais tempo de jogo, mas é seguro dizer que o novo técnico do Magic vai ter trabalho para incorporá-lo no ataque. 

Defensivamente, Gordon foi muito bem em defesa homem-a-homem, onde fez um excelente trabalho contra adversários maiores no garrafão ou fechando o caminho de ballhandlers até a cesta. Isso era esperado dele, e mostrou bastante promessa nesse sentido. O problema foi quando Gordon precisou defender fora do lance de bola - ficou frequentemente perdido no meio de lugar nenhum quando times o envolviam em muitos pick and rolls, e perdia seu marcador quando precisava atravessar muitas screens. Mas esse é o tipo de coisa com que muitos calouros tem problemas, e não é nada inesperado. Gordon já é um bom defensor individual, e provavelmente vai ser um defensor completo a seu tempo. Seu ataque já é uma questão mais delicada, especialmente em um time sem bons arremessadores (e portanto sem espaçamento), e vai apresentar o maior obstáculo ao seu desenvolvimento.


Dante Exum
Tudo que sabíamos sobre Exum antes do Draft é que ele era extremamente cru, nunca tendo jogado em uma universidade ou uma boa liga profissional, mas a verdade é que o garoto impressionou em seus primeiros jogos na NBA. Não pelo que ele FEZ, já que ele ainda tinha um papel pequeno em minutos limitados, mas por ter mostrado um entendimento bastante avançado do jogo para alguém tão cru. Exum sabia quando hesitar por um segundo a mais esperando abrir um espaçø que ele queria, ao invés de abaixar a cabeça e tentar forçar passagem, ou quando desacelerar uma transição que não era tão promissora assim enquanto esperava um companheiro chegar depois em velocidade... coisas pequenas, mas não tão comum em jogadores tão jovens. O australiano parecia mais maduro do que deveria ser em quadra, e combinado com seu físico impressionante e capacidade atlética, deixou todo mundo bastante animado para o que viria a seguir. Nós não podíamos esperar pelo resto do seu desenvolvimento e o papel maior que iria assumir em Utah.

No entanto, conforme a temporada foi passando, Exum nunca realmente mostrou uma evolução ofensiva. Ele ainda não consegue arremessar direito, teve dificuldade conseguindo bons arremessos no ataque (Exum foi particularmente ruim conduzindo pick and rolls), e pareceu perdido como o jogador de 19 anos que ele é. Seu alcance e habilidade permitem que o armador finalize muito bem próximo ao aro (67.2% na área restrita, excelente para um armador calouro), mas sofreu para aproveitar os espaços que tinha e chegar até o aro eficientemente, e muitas de suas infiltrações acabavam em um arremesso ou floater difícil por cima de um defensor (para ser justo, Utah costuma ter um garrafão um pouco atulhado demais). E talvez isso tudo fosse esperado de um jogador tão jovem e cru, mas a falta de evolução ao longo do ano foi o que mais preocupou.

Mas Exum compensou com uma boa atuação do outro lado da quadra. O australiano ainda tem seus lapsos de atenção e concentração onde é pego focado demais na bola ou atrasado suas rotações, mas Exum foi impressionante na defesa. O calouro é alto e forte para a posição, com braços longos, e não tem medo de usar essa combinação. Ele vai te pressionar, atacar a bola, e atrapalhar qualquer passe que você tente fazer. Exum é atlético o suficiente para arriscar um roubo de bola e recuperar sua posição a tempo, e seu longo alcance faz com que seja fácil para ele atrapalhar a movimentação de bola do ataque. Depois que Exum entrou como titular e Enes Kanter foi mandado para OKC, lineups com Exum e o mastodôntico pivô Rudy Gobert jogando juntos segurou os adversários a 94.6 pontos por 100 posses de bola - uma marca que teria liderado a liga em defesa por quase 4 pontos - e teve um diferencial de pontos em relação aos adversários de +7.9 por 100 posses de bola (para efeitos de comparação, o Clippers teve o segundo melhor saldo por 100 posses da temporada a 6.9). Então Exum ainda tem muito a oferecer, e Utah ainda vê o australiano como seu armador do futuro. Mas seu ataque terá que evoluir se o Jazz quiser dar o próximo passo. 


Marcus Smart
É possível argumentar que Marcus Smart foi vítima de uma situação desfavorável. Não só por causa das lesões no começo da temporada que tornaram sua adaptação ao time e a liga mais difícil, mas também porque Smart foi para um time com vários jogadores que jogam com a bola nas mãos (primeiro Rondo, depois Isaiah Thomas, Avery Bradley, Phil Pressey, Evan Turner) - o que significou que Smart teve menos oportunidades para jogar com a bola nas mãos e teve que se adaptar para jogar longe dela - e também para um time que estava realmente interessado em vencer jogos no curto prazo, e portanto o ex-jogador de Oklahoma State teve que se adaptar aos veteranos do time e não teve a oportunidade de errar e aprender por experiência a partir de seus próprios erros. Smart teve que assumir um papel específico para se adaptar a equipe, e nunca teve a maior margem de erro que tantos outros calouros tem. Isso tudo realmente limitou seu ataque e seu desenvolvimento desse lado da bola. Tirando seu arremesso de três, que ainda precisa melhorar mas já foi MUITO melhor do que o antecipado, nada sobre seu ataque realmente funcionou em 2015.

Onde Smart realmente brilhou foi na defesa, onde foi basicamente um monstro. Ele atacou ballhandlers que traziam a bola quadra acima, usou seu jogo físico para tirar pontuadores da sua zona de conforto, e foi simplesmente impossível de bloquear com uma screen mesmo usando uma parede de tijolos. Ball handlers finalizando a partir do pick and roll tiveram média de 0.64 pontos por posse de bola contra Marcus Smart - a quarta melhor marca em toda a NBA entre jogadores que defenderam pelo menos 150 posses - e não era uma coincidência que Boston foi 4 pontos por 100 posses melhor na defesa com ele em quadra. Vale citar também que ele liderou todos os calouros da NBA esse ano em Win Shares, com 2.9. Smart já é um grande defensor, e deve estar entre os melhores defensores de perímetro da NBA em pouco tempo. O Celtics provavelmente esperava - e ainda espera - mais dele ofensivamente, mas sua defesa foi ainda melhor que o esperado.


Julius Randle
Randle quebrou a perna em seu primeiro jogo de NBA, o que encerrou sua temporada. Então se você está acompanhando, esse é o terceiro calouro até aqui a perder sua temporada por conta de uma lesão, e o quinto (incluindo Smart e Gordon) a perder tempo considerável com uma. Simplesmente horrível.


Nik Stauskas
Stauskas ser escolhido tão alto foi um choque na época, e embora você tenha que dar alguma folga para o garoto porque afinal ele joga no Kings, bem, ele foi muito mal como calouro. Sua principal característica saindo do college era seu arremesso de fora, mas o calouro arremessou apenas 32.2% de três, incluindo 33.9% em catch and shoots e 25% em pull ups. Stauskas foi mal em situações de spot up - 0.9 pontos por posse, uma marca abaixo da média, especialmente para alguém que deveria ser excelente arremessando - e também criando a partir do pick and roll, onde teve 0.72 pontos por posse e eFG% de 37.5%. Muito ruim. 

De novo, você tem que lembrar que Stauskas joga no Kings - uma franquia disfuncional que teve três técnicos diferentes essa temporada, uma diretoria fora da realidade que realmente acha que o time deve mirar nos playoffs no curto prazo, e pouco talento ou um bom esquema ofensivo (pelo menos na maior parte do ano). É um time bagunçado, e as vezes você não consegue mostrar seu talento em um ambiente tão nocivo. Mas o Kings escolheu Stauskas alto por um motivo, e até agora ele fez muito pouco para mostrar que estavam certos. Muito vai ter que melhorar para o ano que vem. 


Noah Vonleh
Eu ainda estou tentando entender o que diabos aconteceu com Noah Vonleh. Minha principal hipótese é que ele foi abduzido por aliens e o Hornets não quis causar pânico. Quer dizer, ok, ele se machucou e perdeu as Summer Leagues e o começo da temporada, um período crítico para os calouros se adaptarem à NBA, aprenderem o playbook do time, e acharem seu espaço na equipe. Vonleh era MUITO cru quando saiu da faculdade, e perder esse tempo tão importante com o time certamente atrapalhou. Eu sei disso. Mas ainda assim, como é possível que um calouro tão talentoso e promissor tenha jogado apenas 25 partidas e 259 minutos no total para uma franquia mediocre que desesperadamente precisava de talentos (e pior, precisava MUITO de um reboteiro/protetor de aro atlético como Vonleh) sem uma lesão séria? E não é como se o calouro tivesse passado muito tempo se desenvolvendo na D-League - jogou apenas dois jogos para o Fort Wayne Mad Ants (a falta de uma afiliada na D-League provavelmente atrapalhou o Hornets nessa). A não ser que Vonleh tenha dado em cima da mulher do Steve Clifford ou coisa assim, eu não vejo um bom motivo aqui.

Ok, brincadeiras a parte, o motivo provavelmente foi que Charlotte queria ir aos playoffs, e nessa mentalidade de curto prazo, Clifford não quis dar muitos minutos a um calouro tão cru, especialmente depois de dificuldades no começo do ano. E eu entendo isso. Ainda assim, só 25 jogos? Com Jason Maxiel e Marvin Williams como suas outras opções vindas do banco na posição de PF? Isso é um pouco demais. Eu sei que Vonleh foi uma escolha para o futuro e que o Hornets está tentando ganhar agora, mas você ainda poderia dar ao calouro minutos para ajudar no seu desenvolvimento - especialmente considerando o quão medíocre Charlotte era em primeiro lugar. Então o pobre Vonleh passou a maior parte do seu ano sentado no banco assistindo o Hornets jogar. Não é uma experiência feliz.

O pouco que eu posso te dizer sobre a produção de Vonleh dentro de quadra é que mostrou, em uma amostra muito pequena, boa atuação nos rebotes. Sua capacidade nos rebotes era considerada sua maior força vindo do College, e o fato de que pegou 12 rebotes por 36 minutos (para um time que gosta de jogar lento, ainda por cima - Vonleh pegou 18.3% dos rebotes disponíveis quando em quadra, marca melhor do que Nikola Vucevic, famoso como reboteiro) é encorajador. Claro, amostra pequena com quase nenhum valor analítico, mas foi bom ver qualquer coisa boa quando Clifford finalmente tirou Vonleh da sua prisão (ele também protegeu bem o aro, mas de novo, amostra pequena). Eu espero ver um aumento considerável de minutos para Vonleh no ano que vem, depois de finalmente passar por uma pré-temporada completa. 


Elfrid Payton
Tirando o Calouro do Ano de 2015, Andrew Wiggins, Payton foi o melhor calouro da classe de 2014 (ou seja, sem considerar Noel/Mirotic) nessa temporada. Payton chegou na liga como um armador passador e de mentalidade defensiva, e de modo geral, foi exatamente o que ele foi.

A maior força de Payton é seu passe. Ele se move muito bem pela quadra, e sempre parece saber aonde os companheiros estão todo o tempo. O armador liderou todos os calouros em assistências com 6.5 por jogo, e depois de voltar ao time titular no final de Dezembro contra o Sixers, teve média de 7.3 assistências e 2.6 turnovers por jogo nos seus últimos 53 jogos - para colocar em contexto, os únicos calouros nos últimos 8 anos a ter média de 7+ assistências por jogo em uma temporada completa foram Ricky Rubio (em apenas 43 jogos) e John Wall (6.5 em uma temporada completa de calouro foram apenas Rubio, Wall e Damian Lillard). Sua capacidade atlética, controle de bola e habilidade no passe fazem de Payton um monstro na transição, ele lê bem a quadra no pick and roll/pop, e é o tipo de passador criativo que consegue colocar a bola em espaços mínimos quando ninguém espera. E isso jogando para um time com zero espaçamento ou um técnico competente. Sua capacidade de conduzir o time é incrível.

Sua defesa, por outro lado, não foi tão boa quanto antecipado. Não é que ele tenha ido mal na defesa, é que também não mostrou nada espetacular. O Magic foi muito ruim defensivamente tanto com Payton em quadra (105.5 por 100 posses) como com ele no banco (105 por 100 posses), então a defesa coletiva (em especial a falta de um protetor de aro) certamente não ajudou. Eu não vi nada fundamentalmente errado com a defesa de Payton, e ele mostrou boa agilidade lateral e reações rápidas, então ele vai ficar bem desse lado, mesmo que tenha decepcionado um pouco nesse primeiro ano. 

O elefante na sala para Payton é seu arremesso. É horrível. Muito ruim mesmo. O armador arremessou 26% de três, 42% de quadra, e 55% (argh!!) nos lances livres. Seu arremesso de longa distância é simplesmente quebrado, e não consegue finalizar perto do aro também (49% na área restrita). Payton sabe das suas limitações, então foca em arremessos de maior aproveitamento (50% de seus arremessos vieram na área restrita) para que seu FG% não caia tanto, e ele até adicionou um floater passável para seu jogo... mas ainda assim, é muito pouco para um PG titular da NBA. Payton conduz bem o pick and roll e tem boa visão de jogo, mas com defesas desafiando-o a arremessar e fechando linhas de passe, os resultados podem ser horríveis. Entre os 85 jogadores que finalizaram (seja através de um arremesso, de um turnover, ou sofrendo uma falta) pelo menos 150 pick and rolls na temporada, Payton teve a sétima PIOR eficiência da NBA, anotando apenas 0.66 pontos por posse de bola e cometendo turnovers 23% das vezes (geralmente por tentar forçar um passe sem espaço ao invés de arremessar).

É muito difícil ser um bom armador na NBA sem um arremesso pelo menos decente - times vão ir por trás de screens no pick and roll, marcar a distância, lotar o garrafão e fechar linhas de passe - e isso é duplamente mais problemático se você não consegue apostar corrida e finalizar bem perto do aro. No momento que o seu armador não é uma ameaça a pontuar, fica muito mais difícil manipular defesas a abrir as linhas de passe que você precisa, e isso fica ainda pior considerando que Orlando tem problemas de espaçamento em primeiro lugar.

Payton é muito habilidoso, e deve ser um bom armador na NBA por anos a fio. Mas essa interrogação quanto aos arremessos abaixa consideravelmente o seu teto como jogador de basquete, e é um obstáculo considerável para Payton poder levar seu jogo - e seu time - ao próximo nível.


Doug McDermott
Um veterano de baixo potencial, McDermott foi escolhido no #11 por ter sido um fantástico arremessador e pontuador no basquete universitário. A expectativa era que ele pudesse entrar e contribuir logo de cara, especialmente nas bolas longas, mas todo mundo sabia que seu jogo tinha limitações.

E o grande problema para McDermott foi que que não acertou essas bolas longas (14 de 41 na temporada), e o resto do seu jogo pouco fez para lhe garantir tempo de quadra em Chicago - jogou apenas 9 minutos por jogo, em 36 jogos. Se não estiver espaçando a quadra e acertando as bolas de longe, McDermott não é muito útil como jogador de NBA.

É claro, ele também jogou para Tom Thibodeau em Chicago, um cara que não é exatamente famoso por saber usar bem seus calouros. Esse foi o mesmo cara que afundou Nikola Mirotic nos playoffs apesar das muitas evidências de que o time jogava melhor com ele (mais sobre isso mais tarde), e realmente usou Kirk Hinrich sobre Tony Snell (segundanista, mas você entende o ponto) na rotação dos playoffs. Eu ainda acho que existe um lugar para McDermott no time e na liga, e caras no Top10 de pontuação da história da NCAA não desaprendem a arremessar da noite pro dia. Talvez um novo técnico e esquema ofensivo sejam o que ele precisa para dar a volta por cima em 2016.


Dario Saric
Como todo mundo já sabia antes do Draft - principalmente Sam Hinkie - Saric não virá para a NBA até pelo menos 2016. Então não tem muito do que falar aqui. Ao invés disso, deixo vocês com esse mix sensacional do Saric para aumentar as expectativas:





Zach LaVine
Essa talvez seja minha estatística "HOLY SHIT!" favorita dos calouros da temporada 2015 da NBA, mas você sabia que nos últimos 18 jogos da temporada, Zach LaVine teve média de 19 pontos, 5 rebotes e 5 assistências por jogo enquanto arremessava 39% de três pontos?! Fiquei um pouco chocado quando descobri.

Agora, eu sei o que você vai dizer. É um ponto inicial arbitrário e uma amostra muito pequena; seus números estão inflados por jogar em um time ruim, com a bola nas mãos o tempo todo e muita liberdade para tentar e errar sem repercussões; esse é um ponto da temporada onde vários times começam a desacelerar, descansar titulares, ou aumentar o tanking (portanto enfrentou adversários piores nessa sequência); e teve média de 4 turnovers nesse mesmo período.

E são todos bons pontos. Aliás, são todos verdade. Eu não estou tentando dizer que LaVine é bom nesse nível, que seja o novo James Harden ou algo assim. É só que, para um jogador que chegou na NBA tão absurdamente cru e com análises semi-sérias como "tem muito talento, só precisa aprender a jogar basquete", foi realmente uma experiência muito divertida ver LaVine jogando com confiança, acumulando bons números e aprendendo com seus erros. Quando chegou na NBA, as pessoas achavam que ele só era um cara ultra atlético que dava enterradas fenomenais. E a verdade é que ele É um cara ultra atlético que da enterradas fenomenais. Quer dizer, olha só pra isso...




E isso...




Oh Deus, tem esse aqui também...




... do que eu estava falando, mesmo?

Ah sim, LaVine. Apesar da capacidade atlética e enterradas sensacionais, LaVine jogou pouco por UCLA, nunca mostrou um conjunto de habilidades bem definido, e na maior parte do tempo nem sabia o que estava fazendo na quadra. Muitas pessoas pensavam que, apesar do seu enorme potencial, ainda demoraria um ou dois anos até que o armador estivesse pronto para jogar em uma partida de NBA. E pode acreditar, ele REALMENTE mostrou todo esse seu lado cru e inexperiente na sua temporada de calouro. O calouro frequentemente errava rotações ou movimentações e sair do lugar onde deveria estar no ataque ou na defesa, teve dificuldades para ler o jogo e tomar boas decisões, e sua seleção de arremessos foi horrível. LaVine cometeu turnovers em um nível alarmante (20% das suas posses), e as vezes parecia perdido em quadra. Mas, de novo, isso tudo já era esperado dele, especialmente pelo Timberwolves. O time permitiu que ele jogasse mesmo com todos esses problemas e dificuldades de adaptação, e ajudou o jogador a crescer. E, em retrospecto, LaVine realmente pareceu muito melhor em sua primeira passagem pelo basquete profissional do que todo mundo antecipava.

E LaVine também mostrou muitas coisas boas. Seu aproveitamento de 34% em bolas de três parece ruim a primeira vista, mas isso é em grande parte um subproduto de uma seleção ruim de arremessos - o calouro foi muito eficiente arremessando em situações de spot up, arremessando 40% de 3PT em situações de catch and shoot, e até evoluiu nos pull ups ao longo do ano, tendo 39% de aproveitamento nas bolas longas depois do All Star Game. Sua mobilidade ao redor da quadra lhe deu algumas cestas fáceis perto do aro, e todos sabemos o quão atlético ele é. O principal problema foi quando LaVine teve a bola nas mãos para criar alguma coisa, quando cometeu muitos turnovers. LaVine teve eFG% de 65.4 finalizando posses nas quais não deu nenhum drible, e cerca de 41% eFG% finalizando depois de pelo menos um. É claro, o Wolves deu a ele liberdade para fazer as coisas do seu jeito, mas ainda é uma diferença considerável. 

Seu desenvolvimento vai exigir muitos sacrifícios e más atuações, e eu não tenho certeza se vejo LAVine como um point guard, como alguns na organização do Wolves dizem. Para mim, ele é mais um combo guard para vir do banco, mudar o ritmo do jogo, correr em transição e espaçar a quadra - e talvez carregar seu ataque enquanto os titulares descansam. Ainda tem muito chão até atingir seu enorme potencial. Mas honestamente, apesar do fato de que no primeiro ano de LaVine na NBA ele não foi exatamente bom em basquete, ele ainda foi muito melhor do que todo mundo esperava, e mostrou muitas coisas boas para um time que, francamente, estava mais do que contente em deixá-lo errar e aprender pela experiência (um dos motivos que seus números de eficiência são tão ruins a primeira vista). Eu acredito em Zach LaVine, e acho que vai ser muito bom em alguns anos.


TJ Warren
É difícil saber o que fazer com TJ Warren, considerando quão pouco ele jogou em 2014/15 na NBA. O ala chegou a jogar na D-League, onde dominou pelo Baskerfield Jam nos 9 jogos onde atuou (27-7, 54 FG%), mas passou a maior parte do ano sentando no banco do Suns, com dificuldade para conseguir minutos em um time decente brigando por uma vaga difícil nos playoffs. Warren jogou principalmente em garbage time ao longo do ano, finalmente ganhando minutos nas últimas semanas da temporada depois que o destino de Phoenix já estava selado na temporada, e terminou esses 21 jogos com médias de 8 pontos e 3 rebotes em 20 minutos. Não é muito para se basear. 

O problema com Warren é que ele é um pontuador que não consegue arremessar de fora nem é abençoado com uma grande capacidade atlética. O ala sobrevive principalmente com um jogo de meia distância baseado em hesitações, dribles curtos, post ups, cortes para a cesta, floaters e arremessos de meia distância - não exatamente o repertório de uma estrela na NBA, e o tipo de jogo que a liga parece estar marginalizando cada vez mais nos últimos anos. Mesmo com grande QI de basquete e performances fenomenais na NCAA e na D-League (e, segundo algumas fontes, nos treinos pré-Draft) que fazem de Warren um daqueles jogadores "da conta do recado na hora do vamos ver", você tem que ser muuuuuito bom nesse conjunto de habilidades pouco sexy para ser um bom jogador na NBA. E talvez isso seja isso que Warren é. Em um volume e amostra muito pequenos, ele foi muito eficiente nos seus minutos de NBA, arremessando 68% na área restrita (e 50% na parte não-restrita do garrafão), pontuando eficientemente no pick and roll (como ball handler), em transição, ou cortando para a cesta (onde teve média de 1.44 pontos por posse de bola, 88th percentil de jogadores da NBA). A amostra é pequena demais para significar qualquer coisa, mas era o que se esperava de Warren, e é o tipo de eficiência que o ala terá que mostrar no futuro se quiser corresponder às expectativas. Mas, por enquanto, ainda não podemos concluir nada de Warren.


Jusuf Nurkic
Nurkic é o mais próximo que um dia chegaremos de respoder à pergunta "Como seria se um urso jogasse de pivô na NBA?". Ele é tão grande, forte e intimidador a esse ponto.

Nurkic era uma grande incógnita vindo para a NBA, um talento bastante cru que teve ótimos números por-minuto na Europa, mas vindo do banco e em uma liga menor. O pivô ainda tem dificuldade com leituras de jogo, especialmente no ataque, e as vezes parece um pouco (ou muito) fora de controle em quadra. Isso, seu jogo ainda cru, e o fato de que o Nuggets foi um time triste e disfuncional em 2014/15 ajudam a explicar seu pouco tempo de quadra (17 minutos por jogo). Mas nada de inesperado para um calouro, especialmente um sem tanta experiência de alto nível na Europa.

E Nurkic também mostrou MUITAS coisas boas para deixar os torcedores de Denver empolgados. Seu jogo ofensivo ainda é cru, e os números não foram muito bons, mas uma grande parte disso foi energia em excesso. O bósnio frequentemente tentava finalizar posses de bola muito rapidamente, forçar um arremesso assim que pegasse na bola, e apressar as coisas mais do que deveria. Era comum ver Nurkic com uma boa oportunidade, em boa posição, mas tentava fazer tudo muito rápido, ao invés de se preparar e ler rapidamente a quadra antes de reagir. De novo, o pivô tende a jogar um pouco fora de controle as vezes. Mas também teve sequências fantásticas, cortando com força para a cesta em um pick and roll, estabelecendo boa posição no garrafão, e usando sua força bruta e enorme físico para pontuar na área pintada. Nurkic ainda é bem cru desse lado da bola, mas tem as ferramentas para ser muito bom.

Mas onde Nurkic realmente impressionou foi na defesa. O pivô usa muito bem seu tamanho para ocupar espaços e fechar os caminhos dos jogadores até a cesta, e se deu muito bem protegendo o aro, segurando adversários a 48.5 FG% na área restrita (para efeito de comparação, arremessaram 48.6% contra Anthony Davis). Nurkic também foi um monstro defendendo jogadas de post up, já que os adversários descobriram que é muito difícil mover esse mastodonte de costas para a cesta: adversários anotaram apenas 0.72 pontos por posse de bola no post up contra ele, a sétima melhor marca da NBA entre jogadores que defenderam pelo menos 100 posses. Claro, Nurkic ainda está aprendendo a fazer as rotações certas para o basquete da NBA e vai ter seus erros (especialmente defendendo o pick and roll), e ainda tivemos aquelas posses de bola onde o bósnio é agressivo demais e acaba permitindo uma cesta fácil nas costas, mas de modo geral foi muito bem desse lado da bola, e não é uma coincidência que o Nuggets teve uma defesa acima da média com ele em quadra, e uma das piores da NBA com ele no banco. E Nurkic também se mostrou um excelente reboteiro (12.5 rebotes por 36 minutos), recolhendo 18.7% dos rebotes disponíveis quando em quadra - 8th melhor marca da NBA inteira entre jogadores com pelo menos 1000 minutos.

Eu sei que parece estranho dizer isso, mas Nurkic me lembra um pouco de Marc Gasol. Sabe, pivôzão, enorme, maciço, assustador que parece uma parede de tijolos mas também se move com incrível agilidade? Claro, Gasol é um dos jogadores mais técnicos e cerebrais da liga, enquanto a palavra para descrever Nurkic ainda seria "maluco". Mas é um maluco bom. Eu gostei muito do que vi do pivô nessa primeira temporada, e acho que tem tudo para ser um dos melhores pivôs da NBA dos dois lados da bola a seu tempo. Uma situação melhor em termos de técnico também não faria mal.


Rodney Hood
Hood não foi exatamente um calouro dominante, terminando o ano com médias de 9-2-2 em 21 minutos por jogo (50 jogos) com 41 FG% e 36 3PT%. Mas o que faz dele tão interessante é o que fez de Utah tão interessante em 2015: a ascenção na segunda metade da temporada. Depois de trocar Enes Kanter, Utah terminou o ano com record de 19-10, tendo a melhor defesa da liga (por um quilômetro) e o quarto melhor Net Rating. Foi uma sequência fantástica de basquete que nos mostra o futuro brilhante dessa equipe.

E Hood foi uma peça importante dessa ascenção. O ala jogou esporadicamente no começo do ano, e não voltou ao time até o primeiro jogo depois do All Star Game... e desse ponto até o fim da temporada, teve média de 12 pontos, 2 rebotes e 2 assistências enquanto arremessava 42% de 3PT por esse time dominante de Utah. Eventualmente, Hood acabou ganhando a vaga no time titular do Jazz para os últimos 20 jogos da temporada, e nesses jogos (perdeu 3 deles com lesão) teve média de 14 pontos por jogo e 40% de três pontos. Bem impressionante. Com Hood em quadra durante esse período, o Jazz anotou 104.6 pontos por 100 posses de bola e superou os adversários por 8.8 pontos por 100 posses; em contrapartida, Utah anotou apenas 100.9/100 e superou os adversários por 2.2/100 com ele no banco. Sua shot chart pós-All Star Game é uma coisa linda:



A lineup titular que terminou a temporada e recebeu mais minutos do que todas as outras após a troca de Kanter - Exum, Hood, Hayward, Favors e Gobert, uma lineup que inclui dois calouros e um segundanista - superou os adversários por 11.8 pontos por 100 posses de bola, e não é difícil ver a importância de Hood nisso. Essa é uma lineup que usa dois jogadores de garrafão que gostam de jogar próximos ao aro, e um armador que não arremessa. O espaçamento fica bem apertado, e o time precisa abrir espaços como puder. E se você adiciona a isso um ala arremessando 40% de três pontos e com criatividade a partir do drible, de repente você tem um ingrediente para fazer o ataque desse time funcionar sem tirar nada de sua fantástica defesa (Hood não é um grande defensor, mas é bom o suficiente, consegue marcar tanto SGs como SFs, tem braços longos para atrapalhar linhas de passe, e trabalha bem dentro do esquema defensivo da equipe). E Hood se saiu muito bem atacando closeouts, criando bons arremessos e aceitando o que a defesa oferece a cada jogada. Foi uma injeção extremamente necessária de arremesso de fora e criatividade ofensiva a um monstro defensivo em construção, e uma peça importante do quebra-cabeça.

Talvez Hood nunca seja mais do que um role player, como muitos disseram durante o Draft. Mas um role player capaz de arremessar 40% de três, segurar as pontas defensivamente, atacar closeouts ou missmatches quando aparecer a chance, e até funcionar como um ball handler secundário (Hood foi incrivelmente bom usando pick and rolls, com média de 0.94 pontos por posse em mais de 100 pick and rolls ano passado) as vezes... é um role player muito bom! E ele tem potencial para ser ainda melhor em meio a esse tão promissor time de Utah.


Jordan Clarkson
Minha história com Clarkson: algumas semanas antes do Draft, meu amigo Ricardo Stabolito me pediu para rankear os 10 melhores PGs do Draft para uma coluna. Ele precisava de uma resposta rápida para soltar logo a coluna, então fiz minha lista na hora mesmo sem ter estudado alguns dos PGs do Draft tanto quanto eu gostaria. No dia seguinte a coluna foi publicada e eu, insatisfeito com o resultado da minha lista, decidi me focar nos armadores, em especial em estudar aqueles que tinha considerado sem ter estudado tão a fundo. Dois dias depois, mandei uma mensagem pro Ricardo: "Como diabos você me deixou colocar o Clarkson tão baixo?! Eu achei que você era meu amigo!". Eu tinha me tornado um fã de Jordan Clarkson. Tinha Clarkson como uma escolha de primeira rodada, coloquei o armador na minha lista de sleepers do Draft (os outros: KJ McDaniels, Spencer Dinwiddie e Nick Johnson), e lembro especificamente de ficar bravo quando vi que ele caiu até o #46.

Então como você pode imaginar, fiquei muito feliz quando Clarkson estourou na segunda metade da temporada, depois que o Lakers fez dele titular (últimos 39 jogos da temporada): 16 pontos, 5 assistências e 4 rebotes por jogo arremessando 45.6% de quadra. Apesar de não ter uma grande habilidade como a defesa de Smart ou os passes de Payton, Clarkson tem um jogo bem completo, fazendo um pouco de tudo em uma quadra de basquete. O armador é um defensor capaz quando envolvido na jogada, e mostrou várias coisas diferentes no ataque, criando arremessos para os companheiros ou pontuando de diferentes formas.

Clarkson pode ser bastante agressivo com a bola nas mãos, atacando o aro e criando bons arremessos. O armador consegue chegar bem até a cesta e finalizar ao seu redor em um bom nível. Muitas das suas posses de bola ainda terminam em floaters ou arremessos de meia distância, arremessos de pouca eficiência, mas Clarkson acerta essas bolas com bom aproveitamento, e toma conta da bola, com turnovers em apenas 12.9% dos seus pick and rolls. Seus números arremessando não foram tão bons - especialmente de três pontos, 31.4% - mas parte disso vem de tentar muitos arremessos difíceis a partir do drible que o Lakers estava mais do que satisfeito em deixá-lo tentar. Clarkson acertou seus arremessos de meia distância a um bom nível, e seus 0.83 pontos por posse de bola no pick and rolls o colocam no 74th percentil de jogadores da NBA.

Embora Clarkson seja capaz de criar para os companheiros e seja um passador capaz, ele ainda é um armador que pensa primeiro em pontuar. Clarkson sabe utilizar os espaços gerados por suas infiltrações para achar seus companheiros, mas não é sua prioridade. Ele não é o tipo de armador que vê as movimentações dois passos adiantadas e manipula a defesa até abrir as linhas de passe e os arremessos mais eficientes, e provavelmente nunca será - o ataque do Lakers as vezes ficava estagnado (mais que de costume, quero dizer) quando Clarkson que estava conduzindo o jogo, já que muitas vezes demorava pra tomar decisões ou segurava a bola tentando criar seu arremesso antes de soltar para um companheiro. Mas, de novo,  o Lakers deu a ele bastante espaço para tentar, errar e aprender na marra na segunda metade da temporada, então isso tem que ser levado em conta.

Eu lembro de comparar Clarkson a Reggie Jackson antes do Draft - não necessariamente pelo conjunto de habilidades, mas por conta dessa flexibilidade que pode trazer a um time a partir do banco, carregando o ataque em períodos curtos quando os titulares descansam, atacando a cesta e envolvendo os companheiros, mas também assumindo um papel secundário ou complementar quando necessário. Ainda é incerto se Clarkson será um PG titular de longa data na NBA - eu particularmente vejo o armador como alguém versátil para vir do banco, mudar o ritmo do jogo e pontuar um pouco - mas ainda foi uma ótima temporada de calouro para um jogador que inexplicavelmente caiu até a segunda metade da segunda rodada do Draft.


Nerlens Noel
Sim, sim, eu sei  - essa coluna era para ser sobre os calouros da classe do Draft 2014. E foi... na maior parte do tempo. Mas eu me empolguei aqui, e queria aproveitar para falar um pouco de dois calouros de outros Drafts que brilharam em 2014/15. Minha coluna, minhas regras. Então vamos começar com Noel, que era considerado o prospecto #1 da classe de 2013 antes de uma lesão no joelho encerrasse sua temporada 2013 (em Kentucky) e colocasse em dúvida seu status para a temporada 2013/14, motivo pelo qual o pivô eventualmente caiu até o Pelicans no #6 (que trocaram essa escolha, mais sua escolha de primeira rodada de 2014 - eventualmente Elfrid Payton, que foi trocado por Dario Saric e uma 1st rounder futura - por Jrue Holiday). E como Noel perdeu de fato a temporada 2013/14, o pivô só foi estrear como um calouro em 2014/15.

A primeira coisa que sabíamos sobre Noel saindo da universidade é que ele era um bom defensor. E a verdade é que, na sua temporada como calouro, Noel não foi um bom defensor - ele foi um ótimo defensor. O pivô usou sua capacidade atlética, alcance e incrível agilidade para dominar a área perto do aro na defesa, dando tocos e alterando muitos outros arremessos. Noel liderou todos os calouros com 1.9 tocos por jogo, e adversários arremessaram apenas 45% perto do aro contra ele - a sétima melhor marca de toda a NBA. Noel também usou sua velocidade e alcance para fechar linhas de passe e impedir passes para o garrafão, terminando o ano com média de 1.8 roubos por jogo, tornando-se assim o oitavo jogador da história da NBA com médias de 1.9 tocos e 1.8 roubos por jogo em uma temporada, e o único jogador com menos de 22 anos a atingir essa marca (Noel tem 20). Eu sei que roubos e tocos não são um grande parâmetro para boa defesa, mas te dão um bom exemplo da sua capacidade de causar estragos no lado defensivo do jogo. Noel foi um monstro no garrafão defensivo o ano todo, e o grande motivo pelo qual o fraco Sixers ficou no Top10 de defesa durante boa parte da temporada. Eventualmente (e especialmente depois que Michael Carter-Williams e seus longos braços foram trocados) times começaram a atrair Noel para mais longe do aro envolvendo-o em mais pick and rolls, e o pivô sofreu para defender mais próximo ao perímetro, onde frequentemente se encontrava fora de posição e lento para entender aonde ir e o que fazer, enquanto também minimizava sua maior força (defesa no garrafão). Mas esse tipo de dificuldade é normal para jovens pivôs, demora um pouco para entender as movimentações no nível NBA, e Noel foi tão impressionante no garrafão o ano todo que não tem motivo para se preocupar com ele desse lado da bola.

A outra coisa que sabíamos sobre Noel é que ele era incapaz de pontuar. E isso também se mostrou muito verdade na sua temporada de calouro. O pivô do Sixers não tem nenhum jogo ofensivo fora da área restrita, terminando o ano como o terceiro pior arremessador de meia distância da NBA (entre jogadores com 100+ arremessos) a 30.8%, e também foi o PIOR jogador de post up da liga (mínimo de 120 posses), com 0.64 pontos por posse e 32 FG% nesses arremessos. Noel sobreviveu basicamente em enterradas e rebotes ofensivos, e não era capaz de fazer nada bom quando tinha a bola nas mãos (Noel chutou 51% em arremessos que vieram sem nenhum drible antes, e menos de 40% quando deu pelo menos um). Jogadores com esse tipo de capacidade atlética e limitação ofensiva geralmente fazem seu estrago cortando para a cesta em pick and rolls, atraindo defensores e pulando para completar passes altos, mas Noel também esteve entre os piores finalizadores de pick and roll da liga.

É verdade que Noel não jogou com um bom armador que lhe ajudasse a conseguir arremessos melhores, e o Sixers era um péssimo time ofensivo com zero de bons passes ou espaçamento de quadra, então ainda não da pra saber com certeza se Noel pode ou não sobreviver naquela função Tyson Chandler-esca de pick and roll/corte para a cesta, mas os primeiros sinais não foram muito encorajadores desse lado da bola. Por enquanto, Noel talvez seja o jogador mais extremo da NBA, um monstro dominante protegendo o garrafão na defesa, e um dos piores jogadores da liga (pelo menos entre os de alto uso) no ataque. Ele também foi um dos quatro melhores calouros de 2015 e uma certeza para o 1st Team All Rookie. Então tem isso.


Nikola Mirotic
Mirotic não tem números individuais impressionantes além de um ótimo Março (mais em um instante), já que teve médias de 10 pontos e 5 rebotes, arremessando 40% de quadra e 31% de três pontos enquanto tinha dificuldades para conseguir minutos consistentes no Bulls. Mas essa é a estatística verdadeiramente impressionante da temporada de calouro de Nikola Mirotic:




Essas são as diferenças em Rating Ofensivo (pontos anotados por 100 posses) e Net Rating (saldo de pontos por 100 posses) do Bulls com e sem Mirotic na temporada regular, playoffs, e na série contra Cleveland.

Foi surreal o quão melhor Mirotic fez Chicago toda vez que pisava em quadra. O calouro de 24 anos é um ala de força com alcance até a linha dos 3 pontos, e o que por si só já é uma valiosa arma na NBA. Mesmo que Mirotic não exatamente acertasse esses arremessos de fora (31% em 3PTs), já era suficiente para fazer defesas pensarem duas vezes antes de deixá-lo livre para dobrar uma marcação, então só isso já oferecia um valioso espaçamento para o Bulls. Mas Mirotic não é só um cara grande que arremessa de longe - ele também é um bom ball handler e excelente passador para um cara de garrafão, duas habilidades que dão ao ataque de Chicago uma dinâmica totalmente diferente com o montenegrino em quadra. Seus arremessos tiram um big man do garrafão e abrem espaço para as infiltrações de Rose ou Butler e os post ups de Pau Gasol, e Mirotic também tem um bom jogo de costas para a cesta para punir defensores menores, mas também é muito bom atacando espaços e closeouts - seu bom domínio de bola, visão de jogo, passes e criatividade fazendo do PF um jogador perigoso criando a partir do seu drible, e permitem que o ataque de Chicago continue fluindo depois da ação inicial (o grande problema de Chicago as vezes é o quão estagnado o ataque fica). Essa dimensão não pode ser oferecida por nenhum outro dos jogadores de garrafão do Bulls, e foi um dos motivos pelos quais Chicago foi tão melhor com o montenegrino em quadra. Mirotic também é um bom defensor em espaço (apesar de ser incapaz de proteger o aro), com pés surpreendentemente ágeis que lhe permitem defender jogadores longe do garrafão ou até fazer a troca em alguns pick and rolls. Essa versatilidade faz dele um jogador muito valioso: não importa qual fosse o parceiro de garrafão de Mirotic, o time se saía bem - lineups com Mirotic e Gasol superavam os adversários por 4.4 pontos por 100 posses, e lineups com Mirotic e Gibson ou Mirotic e Noah superavam por 4.8 pontos por 100 posses.

Os grandes problemas aqui foram o excesso de jogadores de garrafão do Bulls, e Tom Thibodeau, que não é realmente um grande fã de usar rookies e não conseguiu achar os minutos adequados para Mirotic na sua temporada de calouro. Com Noah (o líder da equipe e seu melhor defensor quando saudável), Gibson (reserva de qualidade) e Gasol (aquisição cara da free agency) já exigindo muitos minutos, Mirotic foi apenas a quarta opção de garrafão para o Bulls essa temporada, apesar de ser o  mais valioso deles. Thibodeau tentou até usar Mirotic de Small Forward as vezes para mantê-lo em quadra, mas apesar de bons resultados não era o ideal, já que ela minimizava as principais forças de Mirotic (passes e arremessos que trás para a posição de PF) e deixava o montenegrino exposto na defesa contra jogadores mais rápidos. A situação ficou genuinamente bizarra nos playoffs, quando o ataque do Bulls estava estagnado e com espaçamento péssimo, mas Thibodeau continuava se negando a dar os minutos que Mirotic merecia. Ainda assim, seu mês de Março - quando múltiplos jogadores de Chicago perderam tempo com lesões e Thibs foi forçado a usar Mirotic 30 minutos por jogo - é um testamento ao quão bom o ala-pivô pode ser quando bem utilizado: 21-7 com +6.7 Net Rating em quadra (24-9-2 com 1.4 tocos por 36 minutos).

Mirotic não é perfeito, é claro: sua eficiência deixou muito a desejar na temporada, seu aproveitamento nas bolas de fora precisa melhorar se quiser continuar atraindo tanta atenção das defesas, e sua proteção de aro foi péssima (Chicago inteligentemente mantinha-o defendendo mais perto do perímetro, onde ele é bom). Mas ainda liderou todos os calouros do ano em PER (17.9), e parece ser o complemento perfeito para a NBA moderna, jogador de garrafão bastante móvel capaz de espaçar a quadra, defender em espaço, manter o ataque fluindo, fazer os passes certos, e basicamente preencher diversas funções diferentes no ataque. Talvez um novo técnico seja o que Mirotic realmente precisa para explodir em 2015/16.
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No final das contas, eu não vejo motivos para se preocupar com essa classe de calouros. Wiggins parece uma superestrela em ascenção, e na maior parte do tempo, o problema com a classe do Draft 2014 (ou pelo menos seus principais talentos) foi ou lesões, ou extrema juventude. Dos nove primeiros jogadores escolhidos (e dos oito mais bem cotados antes do Draft), três perderam a temporada com lesões (Embiid, Parker e Randle), e outros três jovens de alto potencial tiveram dificuldade para ganhar minutos e/ou toques por causa de lesões menores, ainda serem muito crus, ou ambos (Exum, Gordon e Vonleh). Esses são seis dos oito melhores jogadores dessa classe (ou pelo menos antes do Draft)! E o fim da loteria/meio da primeira rodada também nos deu alguns bons talentos, como LaVine, Nurkic e Payton. O fim da primeira rodada ainda não fez muito até aqui, mas Clint Capela está jogando muito bem por Houston nos playoffs e Hood foi excelente para Utah, então não é como se não tivesse nada de bom pra mostrar.

Então em geral, foi uma combinação de dois fatores: alguns dos principais jogadores do Draft perderam o ano por conta de lesões; e o fato de que, com jogadores cada vez mais jovens entrando na NBA, fica cada vez mais difícil avaliar esses jogadores em seus primeiros anos, quando ainda não são desenvolvidos o suficiente para ganhar muitos minutos ou um papel central em bons times. Em uns dois anos, eles terão um futuro muito mais bem definido... e as vezes nem ASSIM a gente vai saber exatamente o que vem pela frente (ver: Whiteside, Hassan). Então por enquanto, vamos deixar de lado essa besteira sobre uma classe de calouros "decepcionante" e nos concentrar no que temos no momento - e, como vocês viram acima, tem muita coisa para nos deixar excitados para o futuro.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

NBA Rookie Report

LaVine illustrating how high is the potential
of the two young players in this picture



I don't remember a rookie class being talked about as much as the 2014 class was (maybe because I don't remember the hype leading to the 2003 Draft, but still). Three young players (Wiggins, Parker and Julius Randle) were raised to "future franchise players" status before playing a single minute of College basketball; the buzz surrounding a mysterious Australian uber-prospect (Dante Exum) grew louder as the Draft got closer; and suddenly we had a raw Cameroonian center with ridiculous upside and suspicious feet improving at an impossible rate (and doing Dream Shakes) before becoming the most polarizing prospect in the Draft. Teams spent most of the year trying to outtank each other for Wiggins (Riggin' for Wiggins!) or Embiid (still bitter that "Low Seed for Embiid" never caught on). College specialists spent most of the pre-season hyping up the incoming rookie class, then most of the college season trying to find flaws and diminish it's top players (specially Wiggins, who took heat for being "too nice" and "not assertive enough"), then to hyping some of them again after the season was over and the Draft order was set. If you followed basketball - and not only college hoops, but NBA basketball - you certainly heard a lot about the players that would be available in the 2014 NBA Draft, and how they would impact the NBA landscape in the near future.

However, a few months later, the immediate impact of this rookie class was not exactly what was expected. Multiple players missed significant time with injuries, and others struggled to live up to the hype or find significant playing time. Of the four best rookies of 2014/15, one of them was a redshirt from 2013 (Nerlens Noel) and the other was an euro prospect drafted in 2011 (Nikola Mirotic).This led many observers and fans to call this rookie class "underwhelming" or "disappointing". But really, what was the problem here: the excessive hype over 18-year old kids? Bad luck over a small sample (a single season)? Or maybe a draft class that wasn't that good to begin with?

We don't know, and we won't know until we have more information on those players. Over the last couple decades, the NBA has seen a bigger influx of younger players than ever before, and rookies today are (in average) younger, less developed than the rookies of, say, 15 years ago. Don't you believe me? Well, then how about this...




And that's before remembering that the NBA forbid high school players from entering the NBA Draft since 2006. Look at the "Freshmen" column again. Expanding this point, and now including High School players...



And that's not including Dante Exum (#5) and Bruno Caboclo (#20), who were even younger than a regular NCAA freshmen - two players that would push 2014's totals to 7/11. And without considering the lower number of seniors and juniors selected in the higher part of the Draft (in the Top10, only Elfrid Payton was a junior or above, and even he was younger than most juniors).

So the thing is, blaming today's rookies for not making that much of an instant impact is essentially unfair. The majority of the top rookies nowadays are 19-year olds, who still are not mature enough (physically and mentally) to compete for 82 games with NBA-caliber athletes at a high level. They simply don't enter the NBA at an age and point in their development where they are ready to come and dominate from the start. It's unfair to judge them as players, or their futures in the league, based on a small data as a single season, specially if we are talking about such a young age and early stage in their developments (an example: remember when everyone was disappointed with Anthony Davis rookie season? That turned out ok). So while the impact of this much-hyped rookie class in 2014/15 wasn't nearly what was expected, this doesn't mean it was a bad rookie class, or even that it wasn't as good as advertised.

So let's take a deeper look at the rookies of this class, how their 2014/15 played out, what they showed us (good and bad), and what is expected of their futures. We'll talk about all 14 lottery rookies, and any other ones I feel like. Starting, of course, with our #1 pick...


Andrew Wiggins
The media attention surrounding Wiggins was one of the funniest (in a bad way) subplots of the 2014 Draft. The uber-athletic Wiggins was already called "the next McGrady/Durant/LeBron" before playing a single minute of College ball, and raised to "savior" status before turning 18. This led to a lot of scrutiny during his time at Kansas, as people criticized him for being too passive, too raw, and so on. Still, despite all criticism, Wiggins entered the NBA as a top prospect, surrounded by a lot of expectations. 

And, for the most part, he lived up to them. Sure, he's still raw - his jump shot is still a work in progress (31% from deep, 32% from mid range), and he's still learning how to read and react to NBA defenses. Wiggins doesn't yet see passing lanes to take full advantage of his drives, and his ball handling is still shaky, limiting his options when trying to create his shot. However, that's expected from a 19-year old facing big league competition for the first time, specially one that entered the league raw as Wiggins did.

But the rookie also showed that, despite all the talk about him not being assertive enough, he was able to step up and be "the guy" for a (admittedly very bad) team. Despite playing for a bad team, with poor spacing and (at least for most of the year) without a good point guard who could help him get better looks (more on that in a second), Wiggins became only the fifth 19-year old in NBA history to average at least 16 points per game (Melo, Durant, LeBron and Kyrie being the others). After the two high-usage veterans on the team (Pekovic and Kevin Martin) went down with injuries, Wiggins seized the opportunity to become the centrepiece of the team's offense, averaging 20 points with 45.5% shooting over his last 56 games. He wasn't shy about attacking guys off the dribble, and even started posting up smaller dudes (with a surprisingly good post game) after Flip Saunders shifted him to Shooting Guard (averaging 0.85 PPP in the post, solid number for a rookie wing). He's still much more effective finishing in transition (62.5th percentile of NBA players) or off cuts (77th percentile), where his limited ball handling is not an issue and he can use his phenomenal athleticism to it's full potential (for comparison's sake, Wiggins is averaging 0.68 points per possession when finishing off the pick and roll, a pretty bad number), but he was still better than expected dribbling to the middle of the floor and finishing around the rim, and his explosiveness, first step and all-around athleticism give him enormous potential on the offensive side of the ball - specially if Minnesota can surround him with better spacing and, well, a healthy Ricky Rubio (the Wolves, a  team with a -9.8 Net Rating this season, was actually a -2.2 team Wiggins and Rubio sharing the floor, a much better mark).

His defense was also as good as advertised, and despite some rookie mistakes (some late rotations, backdoor cuts, eventual lack of concentration), he had some very dominant stretches that show how much he can contribute on that side of the ball with his long arms, quickness and athletic ability. I mean, I know it's just one possession, but take a look at this clip. That defense is almost obscene. I won't even describe it so this column doesn't get a PG rating. 

All in all, it was a very good, very consistent rookie season that had Wiggins - deservedly - named the 2015 NBA Rookie of the Year. He still has a lot of room to improve - specially improving his shot selection, as too many of his possessions still ended in bad mid-range jumpers (usually step backs); his outside shooting (his form is good, though); and his ball handling, to enable him to create better looks - but he showed enough to get us genuinely excited, and to establish himself as a true franchise centrepiece for years to come and one of the best young players in the game. The sky is the limit for this kid. 


Jabari Parker
Even without Wiggins' sky-high potential and athleticism, Parker also had high expectations for his rookie season because his game was already more developed and NBA-ready. Unfortunately, a knee injury ended Parker's season after only 25 games, taking him out for good before that part of the season where most rookies start having their leaps. At the time of his injury (December 15th), Parker was second among rookies in scoring (12.3, half a point behind Wiggins) while shooting 49% and third in rebounds (5.5, with Nerlens Noel leading with 6.5). So while it was a solid start to the season, it's very difficult to analyze Parker's play when he played so little, and before he could really adapt to a new level of basketball. 

However, one area where Parker had a good show (again, in a small sample) was one that was considered his biggest strength: offensive versatility. Parker didn't have a high usage (normal for the first games of a rookie's season), but he was pretty efficient scoring in a variety of ways. He played well off the ball, was very smart cutting to the basket, posted up when against a smaller defender, and could even run some weak side pick and rolls with good results. And he was devastating in transition, averaging 1.31 points per possession and running some gorgeous fast breaks alongside Giannis. Even in a small sample, that's a pretty good offensive repertoire, and a guy who can score in so many ways has some solid potential on that side of the ball. And even if his jump shot was awful in those 25 games (it was a strength in college, so nothing to worry about yet), he showed fantastic touch near the basket, converting 70% of his chances near the rim.

It's obviously all a small sample, and the numbers can't be fully trusted. We'll need to see a lot more of him before we can do some serious, sustainable analysis. But Parker's strength coming out of Duke was his offense, and he showed enough promising flashes on that side of the ball to create enough expectations of what he could do with enough seasoning - and a full, healthy season playing for one of the best young teams in basketball.


Joel Embiid
Embiid was arguably the fastest riser in terms of draft stock I've ever seen. He was considered an intriguing prospect before the season began, a raw talent with enormous potential... and all it took were a couple months before some people started calling him "The Next Hakeem". Hyperboles aside, his stock rose so fast because Embiid's game evolved at a record pace. He was a very athletic shot blocker at first, but soon started hitting jumpers, passing out of the high post, demolishing guys in the low post, and he even did a freaking Dream Shake against New Mexico! I know this is a cliche, but it's true in Embiid's case: he simply got better every single time he played. Every time I watched him - and I frequently went out of my way just to watch HIM play- he was doing something better, or added some new wrink to his game, to the point that - glup! - the Hakeem comp (in style of play, not necessarily talent) actually started to look good!

It wasn't long until he became the best player in a loaded Kansas squad (that included Wiggins), a national star... and then the injuries started to derail him, removing him from the latter part of the season (including the NCAA Tournament). A healthy Embiid would probably have been the #1 pick in the Draft, but many injury concerns regarding his back and feet dropped him to #3. And the Sixers picked him there knowing he would probably miss the entire season - which he did - so there's really not much to talk about him here. Of course, many rumours popped up during the season - that he was overweight, that he was shooting 3s, that he skipped medical sessions, that he was actually Godzilla - but none worth discussing here.

Still, Embiid's 2014/15 will probably be remember for one thing: his fantastic twitter account. He's our 2015 Social Media Rookie of the Year.


Aaron Gordon
Another rookie that had his season derailed by injuries, limiting him to only 47 games and 797 minutes in all. And maybe that's because he had a tough time staying healthy (sometimes playing through minor injuries) and missed a significant part of the season (so he had a tougher time adapting to the league), but the thing is, Aaron Gordon didn't have a big role in his first professional season. He played only 17 minutes per game, attempting less than five shots, and mostly was a secondary player on offense.

And the truth is, despite all his injury problems (which certainly contributed), the problem was that Gordon was an extremely raw rookie playing for a bad team filled with players that don't really fit together. Gordon is extremely athletic - the Blake Griffin comparisons came from something - and he can do some damage finishing alley oops or soaring for dunks (he did well finishing in transition, for example) but he struggles when he has to basically create his own shot. 57.3% of his shots came without any dribble, and his shot chart (by NBA.com/stats) helps show the issue:



The sample is small, but most of his offense (49% of his shots) came around the rim - a high number for a small forward - and, more important, he can't really hit anything away from it (near the rim he shot a league-average 61.8% despite all his athleticism). Still, you have to cut him some slack - he played for an awful offensive team, with poor spacing, ball dominant guards and nothing resembling an efficient offensive scheme. Refining that jumper is obviously a priority, and despite some decent ball handling (specially on the open court), Gordon will probably never be a big shot creator. He will keep doing most of his work off the ball - he is very dangerous cutting to the basket - but that could be difficult in an team that struggles so bad to create offense, and against opponents who can sag off of him. To make a really solid analysis on Gordon would demand more playing time and a full season, but we can say the new Magic coach will have his hands full trying to integrate Gordon to his offense.

Defensively, Gordon was very destructive in man defense, doing a very good job against bigger opponents on the post and closing ball handler's paths to the rim. That was expected of him, and he showed a lot of promise in that area. The problem was whenever he need to play away from the ball - he got lost in middle ground when teams put him on pick and rolls, and he often lost his man when navigating through screens. That's the kind of stuff most rookies struggles with, and nothing unexpected. He's already a solid on-ball defender, and will probably be a very good defender in due time. His offense is a more complicated issue, specially in a team devoid of good shooters (and, therefore, spacing), and will present a bigger obstacle in his development.


Dante Exum
We all knew Exum was extremely raw, having never played in college or a good pro league, but he actually impressed in his first games in the big leagues. Not because of what he DID, as he still had a very small role in small minutes, but because he had some very advanced understanding of the game for someone that raw. He knew when to hesitate for a second longer waiting for an opening to appear, he would slow down the occasional fast break if he felt the situation wasn't as good while waiting for a trailing teammate... small stuff, but not common for such a young player. He just seemed more mature than he should, and combined with his incredible frame and athletic gifts, it got everyone really excited about him. We couldn't wait for him to develop and start taking a bigger role on Utah.

However, as the season went along, Exum never seemed to improve offensively. He still couldn't shoot, struggled to get better looks or to run the offense (Exum was particularly bad running pick and rolls), and seemed lost as the 19-year old raw prospect that he was. His length and touch allowed him to finish at an excellent rate near the rim (67.2%, very good for a rookie guard), but he struggled to use the space he had to attack the basket and get there effectively, as many of his drives ended with him trying a tough floater or jumper over a defender (to be fair, Utah's paint is usually pretty crowded). And maybe that was to be expected of such a young, raw player, but the lack of improvements as the year went along was the most worrisome part.

But Exum still had a strong showing on the other end of the floor. He will still have that occasional lapse where he will get caught ball-watching, and will be a little slow on his rotations, but Exum was a difference maker on defense. The Australian rookie has a huge frame with long arms, and is not afraid to use them. He will pester you, go after the ball, and contest every pass you try to make. Exum is athletic enough to gamble and recover well, and his long reach allow him to disturb the flow of offenses. After Exum was moved to the starting lineup and Kanter shipped to Oklahoma City, Utah lineups with both Exum and behemoth center Rudy Gobert held opponents to 94.6 points per 100 possessions - a mark that would lead the league in defense by almost 4 full points - and outscored opponents by 7.9 points per 100 possessions (the Clippers had the second best rating in the league this season with 6.9). So there is some promise for Exum, and Utah still sees the kid as the future at the PG position. But his offense will need to improve for the Jazz to take the next step.


Marcus Smart
You could argue that Smart was the victim of a bad situation. Not only because of early injuries that made it tougher for him to adapt, but he went to a team with a lot of ball-dominant guards (first Rondo, then Isaiah Thomas, Avery Bradley, Phil Pressey, Evan Turner) - meaning he didn't had many chances to play with the ball and his hands and was forced to adapt to playing more off the ball - and a team that was actually trying to win games in the short term, so he had to adapt to veterans and didn't really have many chances to just go ahead and learn from experience and his own mistakes. He had to take a specific role for his team, and never had the longer leash like most rookies selected in the top part of the lottery. This really limited his offense and his development on that side of the ball as a point guard. Other than his 3 point shot, who still has a lot of room for improvement but was FAR better than everyone expected before the season, nothing about his offense really clicked in 2014/15.

Where Smart really shone was on defense, where he was a beast. He would bother ball handlers dribbling up court, attack the ball relentlessly (quick thought: does it look fun to bring the ball up against a Bradley-Smart combo? I don't think it does), use his physicality to take scorers out of their comfort zone, and was simply impossible to screen even using a brick wall. Ball handlers averaged only 0.64 points per possession in the pick and roll against Smart - the 4th best mark in the league (among players who defended at least 150 possessions) - and it's not a coincidence that Boston was almost 4 points per 100 possessions better with Smart on the floor than on the bench. It's also worth mentioning that he led all rookies in Win Shares, with 2.9. He's already a great defender and should be to be among the league's very bests perimeter defenders in no time. The Celtics probably wanted - and will still want - more from him offensively, but his work on defense was even better than expected.


Julius Randle
Randle broke his leg in his first NBA game, ending his season. So if you're scoring at home, that's the third rookie so far that missed his rookie season (or at least the majority of it) because of an injury, and the fifth (including Gordon and Smart) to miss significant time with one. Just awful.


Nik Stauskas
Stauskas getting drafted this high was a minor shocker, and although you have to cut him some slack because he plays for the Kings, well, he was awful in his rookie season. His biggest strength coming out of Michigan was his jump shot, but the rookie only shot 32.2% from deep, including 33.9% on catch and shoots and 25% on pullups. He was bad on spot up situations - 0.9 points per possession, a below-average mark, specially for someone who was supposed to be a marksman - and also creating out of the pick and roll, 0.72 per possession on 37.5 eFG%. Very bad showing.

Again, you have to remember he plays for the Kings - a dysfunctional franchise that had three different head coaches this season, a front office delusional enough to think they should be aiming for the playoffs in 2014/15, not a lot of talent or a good offensive scheme (for most of the year, anyway). It's a team in turmoil, and sometimes you can't show your talent in such a poisonous environment. But the Kings drafted Stauskas for a reason, and he did very little to show they were right. A lot will have to improve in Year 2.


Noah Vonleh
I'm still trying to understand what the hell happened to Noah Vonleh. My #1 hypothesis is that he was kidnapped by aliens and the Hornets didn't want panic to spread. I mean, yes, he got injured and missed Summer Leagues and most of the preseason, a critical period for rookies to adapt, learn the playbook, and find themselves a role in the team. He was VERY raw coming out of college, and missing this crucial time with the team certainly hurt him. I know this. But still, how in the world did such a talented and promising rookie ended up playing only 25 games and 259 minutes in all for a mediocre franchise that desperately needs talented players (and worst, REALLY need an athletic rebounder and shot blocker like Vonleh) without a major injury (as far as I know, that was not the case)? And it's not like he spent a lot of time developing in the D-League, either - he only played two games for the Mad Ants (not having an affiliated probably hurt the Hornets here). Other than Vonleh hitting on Steve Clifford's wife or something, I can't think of a valid reason.

Jokes aside, the reason probably was that Charlotte wanted to go to the playoffs, and in such a win-now mentality, they didn't want to give such a raw rookie major minutes, specially after early struggles. And I get that. But still, only 25 games?! With Jason Maxiel and Marvin Williams as your other backup options at PF? That's a little too much. I understand that Vonleh is a pick for the future and Charlotte was trying to win now, but you still could give him minutes on that context to help his development - specially considering how mediocre Charlotte was in the first place. So poor Vonleh spend most of his rookie year sitting on the bench, watching the Hornets play. Not a happy experience.

What little I can tell you about Noah Vonleh's on-court production is that he showed, in a very small sample, a strong rebounding. It was considered his major strength coming out of college, and the fact that he grabbed 12 rebounds per 36 minutes (for a slow-paced team, no less - he actually rebounded 18.3% of the available rebounds, more than famed rebounder Nikola Vucevic did) was encouraging. Sure, small sample and with little to no analytic value, but it was nice to see him show something when Clifford took him out of his jail (he also protected the rim well, but again, too small of a sample). I expect him to see an increase in playing time next season after finally going through a full preseason.


Elfrid Payton
Except for Rookie of the Year Award winner Andrew Wiggins, Payton was arguably the best rookie of the 2014/15 class (in other words, not counting Noel or Mirotic) this season. He came into the league as a pass-first, defensive minded point guard, and for the most part, he was exactly that.

Payton's biggest strength is his passing. He moves very well, and always seems to know where his teammates are at all times. He led all rookies in assists with 6.5, and since he returned to the starting lineup in late December against the 76ers, he averaged 7.3 assists against 2.6 turnovers over his last 53 games - to put this in context, the only rookies in the last eight years to average 7 assists a game over a full season were Ricky Rubio (who played only 43 games) and John Wall (6.5 over a full season? Rubio, Wall and Lillard were the only ones to do it). His athleticism, handle and passing makes him a beast in transition, he can read the floor well on the pick and roll/pop, and he's the kind of creative passer who can squeeze the ball into tight spaces for unexpected passes. And that's playing for a bad team with zero spacing or good coaching. His playmaking is special.

His defense, on the other hand, wasn't as good as advertised. He wasn't exactly bad on defense - he was ok - its just that he didn't show anything special, either. The Magic were very bad on that end of the floor whether Payton was on the floor (105.5 per 100 possessions) or not (105.0), so team defense (and the lack of a rim protector) certainly didn't help him. I did not see anything fundamentally broken with his defense, and he does have good lateral agility and a good awareness on that side of the ball, so I think he will be ok, even if he didn't exactly lived up to expectations on that end of the floor so far.

The big elephant in the room for Payton is his shooting. It's awful. Really, really awful. He shot 26% from three point range, 42% from the floor, and 55% (argh!) from the charity stripe. His outside shot is simply broken, and he can't finish anything at the rim, either (49% around the rim). Payton is aware of his limitations, so he usually focus on trying high percentage shots near the rim (50% of his shots came in the restricted area) so his FG% won't drop too low, and he even added a decent floater to his game... but then again, that's very little for a starting PG in the league. Payton is good running the pick and roll and sees the floor well when doing it, but with defense forcing him to take a shot and closing up passing lanes, the results can be horrible. Among 85 players this season that finished (either via a shot, a turnover, or a drawn foul) at least 150 possessions as the ball handler of a pick and roll this season, Payton was the seventh WORST in efficiency, scoring only 0.66 points per possession and coughing up the ball 23% of the time.

It's very hard to be a good PG in the NBA without at least a passable jumper - teams will just go under screens, sag off of you, clog the paint and close your passing lanes - and that's twice as problematic if you can't at least win footraces to the rim and finish there. The moment your PG is not a scoring threat, it gets a lot tougher to manipulate the defense to open the passing lanes you need, and that's even worse when you consider that Orlando has very little shooting to open spaces in the first place.

Payton is very skilled, and should be a good point guard in the NBA for years to come. But this shooting question is lowering considerably his ceiling as a basketball player, and a big obstacle for him to overcome if he wants to take his game - and his team - to the next level.


Doug McDermott
As a low-ceiling veteran, McDermott was drafted #11 overall because he was a ridiculous sharpshooter in College. He was expected to come in and contribute right away, specially on the deep balls, but everyone knew his game was somewhat limited. 

And the big problem for McDermott was, he actually didn't hit his shots from deep (14 of 41), and the rest of his game didn't do much to earn him playing time in Chicago - he only played 9 minutes a game, for 36 games. If he's not spacing the floor and killing it from deep, then McDermott is not really a very useful NBA player. 

Of course, he also played for Tom Thibodeau in Chicago, a guy who's not exactly known for using rookies very well. That's the same guy who burried Nikola Mirotic in the playoffs despite all evidence pointing to Chicago playing better with him on the floor (more on that later), and actually played Kirk Hinrich over Tony Snell (a sophomore, but you get the point) in his postseason rotation. I still think there is a spot for him on this team and this league, and guys in the Top10 in scoring in NCAA history don't simply forget how to shoot overnight. Maybe a new coach and a new offensive scheme can get him going next season. 


Dario Saric
As everyone already knew before the Draft - yes, specially Sam Hinkie - Saric is not coming to the NBA until 2016 at the earliest. So there is really not much to talk about here. Instead, I'll just leave you with this awesome Dario Saric mix to get you excited for 2016:





Zach LaVine
This might be my favorite "HOLY HELL!" stat from the 2014/15 Draft class, but did you know that, over the last 18 games of the season, Zach LaVine averaged 19 points, 5 assists, 5 rebounds and shot 39% from 3PT range?! It was a minor shocked when I found out.

Now, I know what you're thinking. That's an arbitrary starting point and a small sample; his numbers are inflated because he played for a bad team, had the ball in his hands a lot and had a very long leash because of the low expectations; that's a point in the season were many teams are slowing down, resting starters, and playing end-of-roster players (so the competition is easier); he also averaged 4 turnovers.

And those are fair points. Actually, they are all true. I'm not arguing that LaVine is that good, or that he is the new James Harden or something. It's just that, for a player that came to the NBA so incredibly raw and with half-serious scouting reports like "he has a lot of talent, just needs to learn how to play basketball", it was really fun to see LaVine playing with such confidence and putting up nice numbers. When he came to the the NBA, people thought he was basically an incredibly athletic dunker. And really, he IS an incredibly athletic dunker. I mean, look at this...




And this...




Oh God, there's this one, too...




... what was I talking about again?

Oh yeah, LaVine. Despite his athleticism and unbelievable dunks, he played very little at UCLA, never showed a clearly defined skill set, and most of the time did not seem to know what he was doing on court. Many people thought, despite his enormous potential, it would take a couple years before he was ready to play in in an NBA game. And trust me, he DID show all that inexperience and rawness in the NBA. He would frequently miss rotations or move out of his spot on offense, struggled reading the floor and making good decisions, and had abysmal shot selection. LaVine coughed up the ball at an alarming rate (20% of his possessions), and sometimes seemed lost on court. But again, that was already expected of him, specially by the Timberwolves. The team let him play through all those problems and growing pains, and it helped him grow. And, looking back, he certainly looked better in his first taste of the big leagues than most people expected one year ago. 

And LaVine also showed a lot of good things. His 34% percentage from deep looks bad, but that's mostly the product of poor shot selection - he was very effective in spot up situations, and shot 40% from deep in catch and shoot situations, and even improved as a pull up shooter as the season went along, averaging 39% from deep after the All Star Game. His speed moving around court gave him some good looks near the rim, and we all know how athletic he is. The main problem was whenever he had the ball in his hands to create something, as he committed way to many turnovers. LaVine had a 65.4 eFG% finishing possessions without taking any dribble (including alley oops, spot up shots, etc), and around 41 eFG% when finishing after at least one. Of course, he had a long leash to do things his way and learn with his mistakes, but still a big gap.

There will be a lot of growing pains, and I'm not sure I see LaVine as a point guard, as some in the Wolves organization claim he is. To me, he's more of a combo guard off the bench, someone to change the pace, run in transition and space the floor - maybe even carrying some of your offense when your starters rest. He still has a long way to go before scratching his enormous ceiling. But honestly, despite the fact that in his first year in the league LaVine wasn't probably exactly good at basketball, he was a lot better than most expected him to be, and he showed a lot of good things for a team that, frankly, was quite happy in letting him miss and learn by experience (one of the reasons why his efficiency numbers are so bad at first sight). I'm a believer, and I think LaVine will be really good in a couple of years.


TJ Warren
It's tough to know what to make of TJ Warren, considering how little he played in 2014/15. He spent some time in the D-League, where he dominated with the Bakersfield Jam in the 9 games he played there (27-7, 54.4 FG%), but most of the year he spent on the Suns' bench, with a hard time getting playing time in a decent team trying to make the playoffs. He played mostly on garbage time and blowouts throughout the year, finally earning more minutes in the last weeks of the seasons after Phoenix's lottery fate was already sealed, and finished those 21 games averaging an unspectacular 8 points and 3 rebounds in 20 minutes. Not a lot of material here.

The problem with Warren is that he is a wing scorer that can't shoot from deep nor is blessed with great athleticism. He survives mostly with an in-between game based on hesitations, misdirection,  post ups, cuts, floaters and mid-range shots - not exactly the repertoire of a NBA star, and the kind of game the NBA seems to be marginalizing in the last couple years. Even with a great basketball IQ and phenomenal performances in both the D-League and the NCAA (and, some sources say, in pre-draft workouts as well) that makes him one of those "does it when it count" players, you have to be reeeeeally good in that unsexy skill set to be a solid player in the NBA. And maybe that's what Warren is. In a VERY small sample and volume, he was pretty efficient in those limited NBA minutes, shooting 68% in the restricted area (and 50% in the non-restricted area of the paint), scoring efficiently in the pick and roll (as the ball handler), in transition, and cutting to the basket (where he actually averaged 1.44 per possession, 88th percentile of NBA players). The sample is too small to mean anything, but that's what was expected of him, and that's the kind of efficiency he will have to show going forward if he's to live up to expectations. But, so far, the jury is still out on Warren.


Jusuf Nurkic
Nurkic is the closest we'll ever come to answering the question "What would be like if a grizzly bear played center in the NBA?". He's that big, strong, tough, menacing kind of a player.

Nurkic was an unknown commodity coming to the NBA, a raw talent who posted HUGE per minute numbers in Europe, but coming off the bench and in limited minutes for a smaller team. He still struggles with NBA-level reads at times, specially on offense, and looked a little (or a lot) out of control at times. That, his rawness, and the fact that the Nuggets was a sad, dysfunctional team in 2014/15 helps explain his lack of playing time (only 17 minutes a game). But nothing you wouldn't expect from rookies, specially one without a lot of high-level experience in Europe. 

And Nurkic showed a LOT of good things to make Nuggets fans really excited. His offensive game was still raw, and his numbers weren't good, but a big part of that was excessive energy. He would often try to finish a possession very quickly, take a shot as soon as he touched the ball, and rush things a lot more than he should. He often got good looks but tried to do too much too fast, instead of gathering himself and reading the defense before reacting. Again, he tends to play a little out of control at times. But he also had possessions where he was fantastic, cutting hard to the rim after setting a pick, establishing good position down low, and using his huge frame and brute strength to score inside. He's still raw on that end, but he has the tools to be very good.

But where Nurkic really impressed was on the defensive end of the ball. He uses his frame very well to clog up spaces and deny opponents an easy path to the basket, and he did very well defending the rim, holding opponents to a solid 48.5% near the basket (Anthony Davis held opponents to 48.6%, for example). He was also a beast defending the post, as most opponents had a really tough time moving this behemoth down low: he allowed only 0.72 points per possession defending post ups, the 7th best mark in the league for players with at least 100 such possessions. Sure, Nurkic is still learning NBA-level rotations and will have his fair share of mistakes (specially defending the pick and roll), and there were possessions were he was too aggressive and allowed an easy bucket, but for the most part he was very good on that side of the ball, and it's not a coincidence that the Nuggets had an above-average defense with him on the floor and one of the NBA's worst defenses with him on the bench. He was also a very dominant rebounder (12.5 per 36 minutes), grabbing 18.7% of available rebounds while on the floor -the 8th best mark in the NBA among players with at least 1000 minutes. 

I know this sounds nuts, but he kind of reminds me a little of Marc Gasol. You know, very big, solid, scary-looking center who is built like a brick wall who also moves incredibly quick? Of course, Gasol is one of NBA's most cerebral players, while the word to describe Nurkic is probably "crazy". But it's mostly good crazy. I love what I saw from him in his first season, and think he has what it takes to be one of the best two-way center in the NBA for years to come. A better coaching situation would help, too.


Rodney Hood
Hood wasn't exactly a dominant rookie, averaging 9-2-2 in 21 minutes a game (50 games) with 41 FG% and 36 3PT%. But what makes him interesting is what made Utah's 2014/15 season interesting: the second half of the season surge. After trading Enes Kanter, Utah went 19-10 the rest of the season, with the league's best defense (by a mile) and it's fourth best Net Rating. It was a phenomenal stretch of basketball that shows us a glimpse of this team's bright future.

And Hood was a big part of that surge. He played sporadically in the start of the season, and didn't rejoin the team until the first game after the All-Star Weekend... and from that point to the end of the season, he averaged 12 points, 2 assists, 2 rebounds and shot 42% from deep for that dominant Utah team. Eventually, Hood found his way into the starting lineup for the last 20 games of the season (he missed three of them), and in those games he averaged 14 points a game and shot 40% from deep. With him on the floor during that stretch, Utah scored 104.6 points per 100 possessions and outscored opponents by 8.8 per 100 possessions, while scoring 100.9/100 and outscoring opponents by 2.2/100 with him on the bench. His shot chart post ASG was a thing of beauty:



The starting lineup that finished the season and got the most minutes after the Kanter trade - Exum, Hood, Hayward, Favors and Gobert, a lineup that includes two rookies and a sophomore - outscored opponents by 11.8, and it's not hard to see why Hood was a big part of it. This is a lineup with two bigs who like to play in the paint, and a PG who can't shoot. Spacing is really tight, and they need to open up the lane by any means possible. And if you add a swingman shooting 40% from deep to this mix, then suddenly you have something to make this team work offensively without taking anything from it's ungodly defense (Hood is not a great defender, but he's good enough, can hold his own against SGs and SFs, has long arms to disrupt offense, and works well within the team defensive scheme). And he's actually done very well attacking close ups, finding good looks and taking what the defense gives him. He was a much-needed injection of shooting and offensive creativity to a building defensive juggernaut, and an important piece to the puzzle.

Maybe Hood will never be more than a role player, as people said during the Draft. But a role player capable of shooting 40% from deep (even if he's not THAT good, 38% or so would already be very good), hold his own defensively, attack closeout or mismatches when needed, and even act as a secondary ball handler (Hood was incredibly good running the pick and roll in a smaller sample, averaging 0.94 points per possession in over 100 pick and rolls last season) at times... is a pretty darn good role player. And he has the potential to be even better with this suddenly very promising Jazz team.


Jordan Clarkson
My Jordan Clarkson story: a couple weeks before the Draft, my friend Ricardo Stabolito asked me to rank the best 10 PGs in the Draft class for a column. He needed a quick answer to meet his deadline, so I made my Top10 point guard list even though I had not finished studying all of them as much as I'd like. The next day the column was published and, unsatisfied with the result, I decided to focus on the PGs I hadn't studied as much yet. One of them was Clarkson. Two days later, I texted him "How did you let me put Clarkson that low?! I thought you were my friend!". I had become a Clarkson believer. I had him as a 1st round pick, named him one of my sleepers in the Draft (the other ones: KJ McDaniels, Spencer Dinwiddie and Nick Johnson), and distinctively remember being pissed he fell all the way to #46.

So I was very happy to see him break out in the second half of the 2014/15 season, after the Lakers finally made him a starter (last 39 games of the season): 16 points, 5 assists and 4 rebounds a game while shooting 45.6%. Despite not having one great skill like Smart's defense or Payton's passing, Clarkson has a nice well-rounded game and can do a little bit of everything on a basketball court. He is a capable defender when involved, and can do a lot of different things on offense, from creating shot for his teammates to creating for himself and scoring in a variety of ways.

Clarkson can be very aggressive with the ball on his hands, attacking the rim to create good shots. He can get to the basket, and finish there at a decent clip. He still finishes too many of his possessions on that in-between area, with mid-range jumpers or floaters, but he nails them at a decent rate, and he takes good care of the ball doing it, turning it over only 12.9% of the time on his pick and rolls. His jump shooting numbers weren't very good - specially from deep - but part of it is trying too many tough, off-the-bounce shots that the Lakers were happy to let him take. Clarkson hit his mid-range shots at a good rate, and his 0.83 points per possessions off the pick and roll put him in the 74th percentile of all NBA players.

Although Clarkson can create to teammates and is a willing passer, he is still an attack-first PG. He is smart about using openings and passing lanes his drives create to find open teammates, but that's not his priority. He is not the kind of guard who sees the floor in advance and manipulate defenses into opening certain spaces or shots, and probably never will be - the Lakers offense would get stagnant (more than usual, I mean) at times with him running the point, as he would take too long trying to create a shot before moving it to a teammate. But, again, the Lakers gave him a long leash later in the season so he could try what he wanted and learn from the experience, so you have to take that into account.

I remember comparing him to Reggie Jackson before the Draft - not the skill set as much as that flexibility he can bring to a team off the bench, carrying the offense for some stretches in bench-heavy units, attacking the basket and involving his teammates a little, but also assuming a complimentary role when needed. It's still unclear if Clarkson will be a longtime starting PG in the NBA - I still see him more as a versatile, change-of-pace scoring guard off the bench - but it was still a very good rookie season for a player that was inexplicably picked in the second half of the second round of the Draft.


Nerlens Noel
Yes, yes, I know - this was supposed to be a column about the 2014/15 Draft Class. And it was... for the most part. But I'm on a row here, and wanted to waste a few words on two rookies from other draft classes that shone in the 2015 season. My blog, my rules. So let's start with Noel, the 2013 Draft #1 prospect before a knee injury ended his freshman season prematurely and put in doubt his status for the whole 2013/14 season, the main reason he fell to the Pelicans at #6 (who traded that pick plus their 2014 1st rounder - eventually Elfrid Payton, who was traded again for Dario Saric and a future 1st - for Jrue Holiday). And because Noel DID miss the 2013/14 season, he debuted one year later as a 2015 rookie.

The first thing we knew about Noel when he was drafted was that he was a good defender. And, truth be told, in his rookie season he wasn't a good defender - he was a great one. He used his length, athleticism and quickness to dominate the area around the rim on defense, blocking shots and altering many others. Noel lead all rookies with 1.9 blocks per game, and opponents shot 45% around the rim against him - the 7th best mark in the entire league. He also used this quickness and length to disrupt passing lanes and deny entry passes with ease, averaging 1.8 steals per game as well, becoming only the 8th player in NBA history to average 1.9 blocks and 1.8 steals per game, and the first player younger than 22 to do it (Noel is 20). I know steals and blocks numbers are not the same as good defense, but it gives you an example of how disruptive he can be on that end of the floor. He was a beast near the rim all year, and was a big reason why the bad Sixers had a Top10 defense for most of the season. Eventually (and specially after long-armed point guard Michael Carter-Williams left town) teams started to draw Noel away from the rim by involving him on more pick and rolls, and he struggled to defend closer to the perimeter, where he was frequently out of position and a little too slow to recognize where to go and what to do, while also robing him of his biggest strength (rim protection). But this kind of struggle is normal for NBA rookie bigs, takes time to understand the motions of a NBA-level offense, and Noel was such a monster in the paint that there is no reason to worry about him on that side of the ball.

The other thing we knew about Noel is that he had a very hard time scoring the basketball. And that was also very much true in his rookie season. The Sixers big has no offensive game outside the restricted area, as he was the third worst mid-range shooter in the entire league (among players with 100+ attempts) with a 30.8 shooting percentage, and also the WORST post-up player in the league (min. 120 possessions), with 0.64 points per possession and 32 FG% on such shots. He survived mostly on dunks and putbacks, but had nothing good to do once the ball was in his hands (he had a 51 FG% on shots he took zero dribbles before, and had a sub 40% average on shots with at least one). Players with that kind of athleticism and limited offensive repertoire usually do their damage cutting hard on pick and rolls, sucking defenders in and soaring above the rim for lob passes, but he was also among the league's worst pick and roll finishers.

It's true that Noel didn't play with a good point guard to help him with those shots, and the Sixers were an atrocious offensive team with bad spacing and passing, so the jury is still out on whether Noel can survive on offense on a Tyson Chandler-esque pick-and-roll/cutter role, but the first signs weren't exactly encouraging on that side of the ball. For now, Noel might be the most extreme player in the NBA, a dominant beast protecting the paint on defense, and one of NBA's most helpless players (at least among higher-usage ones) on offense. He was also one of the best rookies of the 2014/15 season and a no-brainer for 1st Team All Rookie. So there is that.


Nikola Mirotic
Mirotic doesn't have impressive individual numbers other than a very good March (more on this later), as he averaged 10 points and 5 rebounds a game while shooting 40% from the field and 31% from deep while struggling to find consistent minutes for the Bulls. But here is the truly impressive stat of Mirotic's rookie season (with offensive rating being points scored per 100 possessions):




It was surreal how much better Mirotic made Chicago whenever he stepped on court. The 24-year old rookie is a power forward with three point range, what is already a valuable NBA commodity on itself. Even though Mirotic wasn't hitting those outside shots at a good rate(31% from deep only), it was enough to make defenses think twice about helping off of him, and so providing valuable floor-spacing for Chicago's offense. But Mirotic is not just a jump-shooting big - he is also a crafty ball handler and a great passer for a big men, two things that add a new dimension to Chicago's offense whenever he stepped on court. His shooting would keep an opposing big near him and open the paint for Rose's or Butler's drives or Gasol's post ups, and he has a solid low post game to punish mismatches or smaller opponents, but he is also very good attacking gaps and driving on closeouts - his passing, court vision and creativity makes him a dangerous threat off the bounce, and also allows Chicago's offense to keep flowing after an initial action (the Bulls biggest problem on offense at times). This new dimension can't be provided by any other Chicago big, and was the biggest reason why the Bulls were a much better team with him on the floor. Mirotic is also a good defender in space (despite the fact that he can't protect the rim), with surprising quick feet when defending bigs away form the paint and even sliding on smaller players on some pick and roll actions. This versatility is what makes him so valuable: no matter the other big he was paired with, Chicago excelled - lineups with Gasol and Mirotic had a +4.4 Net Rating, and both lineups with Mirotic and Gibson or Mirotic and Noah had a +4.8 Net Rating.

The big problems here were the surplus of big men in Chicago, and Tom Thibodeau, who is not really a fan of playing rookies and struggled to find minutes for Mirotic in his rookie season. With Noah (the team's leader and best defender when  healthy), Gibson (quality two-way backup) and Gasol (high-paid free agent acquisition) already demanding big minutes, Mirotic was only the fourth option on the paint for Chicago this season, despite being it's most valuable big. Thibodeau would sometimes play Mirotic at SF to keep him on court,  but it wasn't the best solution as it negated Mirotic's biggest strengths (the passing and spacing he brings to the power forward spot), and exposed him on defense against more athletic players. The situation got really bizarre in the playoffs, as the Bulls offense was stagnating with awful spacing, and Thibs still refused to give Mirotic the minutes he deserved. Still, his March - when multiple Chicago bigs missed time with injuries and Thibodeau was forced to play Mirotic 30 minutes a game - remains a testament to how good he could be in the right situation: 21-7 with a +6.7 Net Rating on court (24-9-2 with 1.4 blocks per 36 minutes).

Mirotic is not perfect, of course: his efficiency wasn't very good throughout the season, his 3pt percentages need to improve if he is going to keep demanding so much attention from defenses, and his rim protection was awful (Chicago would smartly keep him defending closer to the perimeter). But he still led all rookies in PER (17.9), and looks to be the perfect complimentary piece for the modern NBA, a mobile big who can stretch the floor, defend in space, keep the offense flowing, throw smart passes, and basically fill many different functions on offense. Maybe a new coach is what Mirotic needs to really break out in 2015/16.

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All things considered, I don't think there is any reason to worry about this rookie class. Wiggins is a superstar in the making, and most of the time, the problem with the 2015 rookie class (or at least it's top talents) was either injuries or extreme youth. Of the nine highest drafted players (and eight highest rated prospects), three were lost for the season with season-long injuries (Embiid, Parker and Randle), and three other were high potential youngsters who struggled to get minutes and touches because of the rawness of their games, minor injuries, or both (Exum, Gordon and Vonleh). That's six of the best eight players in the class! And the late lottery/mid-first round also game us some good talents, like Payton, Nurkic and LaVine. The late first round is lacking so far, but Clint Capela is playing very well in the playoffs for the Rockets and Hood was great for Utah, so it's not like there is nothing to show.

So mostly, it was the combination of two factors: some of the draft's biggest talents had a lost season because of injuries; and the fact that, with players coming to the NBA younger than even, it's getting tougher and tougher to evaluate those players in their first year, when they still aren't developed enough to earn major minutes or a major role for good teams. In a couple years, they will have a more defined future in the league... and sometimes even THEN we don't have a clue of what's to come (see: Hassan Whiteside). So for now, let's put aside the talk about this "disappointing" rookie class and focus on what we have right now - and, as you've seen above, there is a lot to be excited about.