Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Os gigantes da baía

Nenhuma foto retrata melhor a temporada do San Francisco Giants como essa (Jogo 7, NLDS)


Reproduzo abaixo uma parte do texto que eu publiquei na coluna do dia 02/11/2010, um dia depois do San Francisco Giants vencer sua primeira World Series em 56 anos.



Noite de 26 de dezembro de 2009, um Toyota alugado atravessa a Bay Bridge pra entrar em San Francisco. Dentro do carro, dois torcedores do San Francisco 49ers fanáticos chegavam com a familia à cidade onde, dia seguinte, realizariam o sonho de ver seu time jogar ao vivo. Passando perto da baía pra ver melhor a cidade no escuro, uma construção aberta que emitia forte iluminação chamou a atenção do carro. Era um estádio onde se podia ler num letreiro luminoso "AT&T Park". Chegando ao hotel e acessando o Wi-Fi de la, descobriram que era o estádio era do San Francisco Giants, um time fraco da MLB que ha anos nao obtinha sucesso.

No dia seguinte, indo pro Candlestick Park pra ver Niners vs Lions, os dois passaram em frente a uma interessante e bonita construção de tijolos, com duas estátuas (Que depois descobriram ser cinco no total) na frente, estilo antigo. O motorista do carro informou que era o AT&T Park, e avisou que o time era um fracasso desde que se mudou de New York e que nao ganhava um titulo desde 1954. Um deles, o mais velho, virou para o outro e brincou falando que agora que tinhamos passado por ali, seria a hora do Giants se reerguer e ser campeão, e que quando começasse a temporada da MLB os dois iriam acompanhar aquele time. San Francisco é a cidade americada favorita dos dois, os dois sao fanáticos por outro time da cidade (49ers) e o estádio era extremamente simpatico, e os dois prometeram que acompanhariam a temporada do Giants.

Um desses torcedores era meu pai. O outro, eu. Naquele dia, de volta do jogo (Niners venceram 20 a 6), fiz questão de passar pelo AT&T Park denovo. Vi a parte que estava aberta, a estátua do Willie Mays, a homenagem ao Jackie Robinson, e comprei um boné do time. Aprendi mais sobre a franquia e decidi que, se os Red Sox nao fossem ser campeões, eu iria torcer pro Giants. Eu prometi que em caso de titulo do Giants eu iria contar um pouco da minha historia com o time, e ai está ela. Pode parecer idiota, gostar do time só porque simpatizei com o estádio, mas nao é só isso. Ja estive em estadios ou ginásios de cinco esportes diferentes em sete países e nao achei nenhum que eu gostasse tanto quanto esse alem do Morumbi. San Francisco sempre foi minha cidade favorita dos EUA e eu senti muito bem, na viagem, o clima que a cidade tinha com o baseball, e caso algum dia voces forem pra la e sentirem o baseball na alma da cidade, é dificil nao se apaixonar. E agora estou aqui, vendo MNF e escrevendo sobre o título do Giants que meu pai falou ha dez meses de brincadeira enquanto passavamos na frente do estádio que hoje estará lotado pra receber os campeões.


Yeah, a história é velha, e pode parecer engraçado, mas foi daí que meu pai começou a torcer pro Giants, e dai que eu comecei a acompanhar a franquia mais de perto que qualquer outra, tirando claro meu Red Sox. E bem, foi emocionante ver o time ganhar um título, ficar fora dos playoffs, e dar a volta por cima e ganhar um segundo título com um time totalmente diferente do primeiro. Não sei exatamente porque aquela passada pelo AT&T Park me marcou tanto, mas eu não ligo. Porque esportes não precisam seguir uma lógica ou serem racionais, certo? 

----------------------------------------------------------------------


Veja de novo a foto que começa o post, Marco Scutaro aproveitando a chuva que caiu nas ultimas duas entradas do Jogo 7 da NLDS, com o Giants terminando sua impressionante recuperação sobre o Cardinals, liderando por 8 a 0 um jogo já ganho, virando uma série que parecia perdida em 1-3... Só para ganhar três jogos seguidos e fechar a série em casa. Essa talvez seja minha foto favorita em tantos anos de baseball, porque ela reflete tudo que tem pra se dizer e se saber sobre o espetacular título do San Francisco Giants. Não é a toa que essa foto lembra tanto a famosa cena da chuva do Andy Dufresne em Shawnshank Redemption, porque de certa forma as duas tratam da mesma coisa: A vitória do Giants foi sobre redenção, foi sobre dar a volta por cima, sobre acreditar em si mesmo, acreditar que um milagre ia acontecer... E saber que, no fundo, esse milagre só acontece porque voce fez ele acontecer. 

Acreditem, eu acompanho esportes de modo geral desde que eu tinha dois anos. E em todo esse tempo, muitos jogos, muitas séries, muitos sucessos e muitas decepçōes, eu aprendi muitas coisas sobre os esportes em geral. E uma delas, uma das mais importantes coisas que eu aprendi sobre esportes, é a seguinte: Milagres não simplesmente acontecem. Eles dependem de uma sequência de pequenos milagres ao longo do caminho, cada pequeno evento tem que fazer sua parte.

Quando em 2004 o Red Sox se tornou o primeiro time da história da MLB a virar uma desvantagem de 3-0 numa série melhor de sete pra cima dos seus grandes rivais Yankees, apagando 86 anos de fracassos e decepçōes, muita gente falou que tinha sido um milagre, e talvez tivesse sido... Mas o Sox não ganhou quatro jogos de uma vez em uma partida só, ou com um golpe de sorte. Foram precisos quatro jogos cheio de pequenos milagres: Dave Roberts roubando a segunda base na nona entrada do Jogo 4, com dois eliminados, por uma fração de segundos; o Home Run de David Ortiz na prorrogação; Mariano Rivera, o maior closer da história, perdendo dois saves em jogos consecutivos; as três passed balls na prorrogação do Jogo 5 do Jason Varitek de alguma forma não rendendo nenhuma corrida; Joe Torre decidindo que era melhor arremessar pra um Ortiz pegando fogo com dois em base na parte de baixo da 14th entrada, com dois eliminados, ao invés de dar o walk intencional; Curt Schilling arremessando sete excelentes entradas no Jogo 6 com o tendão rompido; a chuva no Jogo 4 que permitiu ao Schilling jogar o Jogo 6; os juizes eliminando A-Fraud (foi mal, nao resisti) por interferência depois de inicialmente dá-lo como salvo quando ele claramente acertou o braço do jogador do Sox; o double de  Belhorn virando (corretamente) um HR depois da discussão dos juizes; e Johnny Damon rebatendo dois HRs (inclusive um Grand Slam) no Jogo 7 depois de não acertar nada a série inteira. Então não aconteceu um milagre e o Red Sox simplesmente virou a série: Foram acontecendo vários pequenos milagres ao longo de quatro jogos que levaram o Red Sox a conseguir a virada, e eles só aconteceram porque o time se recusou a desistir, continuou acreditando e se colocou em posição pra fazer esses milagres acontecerem. E eles recompensaram o esforço do time que simplesmente queria mais a vitória.

Com o Giants foi a mesma coisa. Sim, eles se tornaram o primeiro time da história da NL a reverter uma vantagem de 2-0 numa melhor de cinco, e o primeiro time de toda a história da MLB a reverter essa vantagem fora de casa. Eles se tornaram apenas o segundo time da história (junto com o Royals de 1985) a ganhar seis jogos eliminatórios seguidos, voltando pra ganhar do Cardinals depois de estar perdendo de 3-1. Mas nada disso veio fácil e nada disso aconteceu... bem, do nada. Esse final histórico simplesmente foi a parte final de uma história que começou logo na primeira semana da temporada regular.

Voltando um pouco pro começo da temporada regular, vale lembrar que o time do Giants em muito pouco lembrava esse. O time tinha Aubrey Huff na primeira base no lugar de Brandon Belt, Freddy Sanchez na segunda base, Hector Sanchez de Catcher no lugar do voltando-de-lesão Buster Posey, Pat Burrell e Nate Schierholtz disputando um lugar no OF, e Melky Cabrera (recém-chegado em uma ótima troca pelo fraco Jonathan Sanchez) no LF no lugar de Gregor Blanco. Tim Lincecum ainda era o principal pitcher do time, e Brian Wilson o closer. E francamente, vindo de uma campanha decepcionante em 2011 depois de perder seu melhor jogador em Buster Posey, ainda era um time sem identidade que buscava se reencontrar.

O primeiro golpe veio logo na primeira semana, quando o excelente closer Brian Wilson machucou o cotovelo e teve que fazer cirurgia, tirando Wilson da temporada. O Giants promoveu Santiago Casilla pro papel de closer, mas ele jogou muito mal nessa função antes de acabar voltando a ser um reliever normal. Além disso, desde o primeiro dia, ficou claro que o físico de Tim Lincecum finalmente estava dando mostras de desacelerar, e o duas vezes Cy Young teve um começo de temporada péssimo, ficando acima dos 6.00 de ERA. E com um lineup muito confuso, cheio de velhos pouco produtivos, o Giants logo ficou pra trás na divisão atrás de um quente time do Dodgers

Aos poucos, as coisas começaram a entrar em foco. O trio de arremessadores de Ryan Vogelsong, Madison Bumgarner e Matt Cain começou muito bem o ano, e o ataque encontrou nova vida nas costas de Melky Cabrera, que melhorou ainda mais sua forte campanha de 2011 pra rebater 37,5% nos primeiros meses de temporada, e de Pablo Sandoval. Com o tempo, o time reforçou sua defesa com a entrada do excelente Brandon Crawford de Shortstop e Brandon Belt na primeira base, muito mais produtivo do que o velho Huff. Ainda que o time não tivesse encontrado sua identidade (especialmente depois que o Panda machucou e com Posey ainda devagar por causa da lesão), o time conseguiu o suficiente nas costas do seu trio de arremessadores (apesar do péssimo desempenho de Lincecum e Barry Zito) e de Melky pra se manter na caça ao Dodgers pela divisão.

Passado o All-Star Game (onde Cain foi o vencedor, Melky o MVP e Sandoval rebateu um 3-run triple), o Giants recebeu um novo golpe: Melky Cabrera, mais forte candidato a MVP da Liga e lider em aproveitamento com 34,5%, foi pego no antidoping pelo uso de testosterona sintética e foi suspenso por 50 jogos, tirando do Giants o seu melhor jogador ofensivo. Já sem Wilson, e com Lincecum em péssima temporada, parecia que seria o fim do Giants. Pra piorar, o Dodgers, que estava brigando pau a pau com o Giants pelo tiítulo da NL West, decidiu que estava disposto a gastar na Trade Deadline e trouxe CINCO ex-All Stars em contratos milionarios: Hanley Ramirez, Shane Victorino, Josh Beckett, Adrian Gonzales e Carl Crawford. Parecia que ia ser a hora do Dodgers disparar e do Giants implodir com tantos jogadores chave caindo fora.

O Giants fez apenas dois movimentos pouco divulgados na trade deadline: Trouxe Marco Scutaro do Rockies pra jogar no lugar de Ryan Theriot na 2B, e trouxe Hunter Pence do Phillies pela necessidade de um rebatedor destro de força no meio do lineup (Posey ainda estava num ritmo baixo). Fora isso, o Giants não quis repetir o erro do ano passado (quando trocou o bom prospect Zach Wheeler por Carlos Beltran, que deu o fora no final da temporada) de trocar muitos ativos pro futuro, e ficou por isso mesmo, contando numa evolução dos seus rebatedores, que Zito e Vogelsong voltassem à boa forma.

E foi ai que, improvavelmente, tudo começou a se encaixar pro Giants. Com a saída de Melky, o time parou de gravitar em torno dele e cada jogador assumiu um papel maior na equipe, que aproveitou para se focar mais em torno da sua excelente defesa. Sem o melhor jogador ofensivo do time, Posey acordou e assumiu o papel de responsabilidade no ataque do time, rebatendo 41% (!!!!) depois do All-Star Game até o final da temporada, terminando como o melhor jogador ofensivo E o melhor jogador da NL, jogando praticamente apenas metade da temporada ou menos a força total. Além disso, no lugar de Cabrera no LF entrou Gregor Blanco, que estava jogando na Venezuela a essa altura do ano passado em busca de um contrato. Blanco, que tava rebatendo .224 na temporada, rebateu .286 até o final da temporada e foi o melhor LF defensivo da MLB nesse período final da temporada. Marco Scutaro, rebatendo .262 no Rockies, rebateu .364 (!!!!) ate o final da temporada com o Giants e foi um dos melhores jogadores da equipe rebatendo em segundo. Mesmo nos arremessadores, Vogelson e Zito de repente encaixaram, com Vogelsong colocando um ERA de 2.10 nos seus últimos jogos na temporada regular, e com o Giants ganhando os ultimos seis jogos que Zito começou. No Bullpen, Sergio Romo levou seu slider a um novo nível e assumiu com tranquilidade o papel de closer da equipe, com um ERA de 1.79 na temporada inteira. Isso liberou Bruce Bochy pra usar Jeremy Afeldt e Casilla de acordo com os matchups em cada jogo, sem se preocupar com a nona entrada. Com o Dodgers ainda mostrando grande inconsistência, o Giants ligou o turbo, Posey jogou como MVP, a defesa do time se tornou a segunda melhor da Liga (depois do Braves) nesse final de temporada, os arremessadores elevaram seu jogo, e o Giants ganhou facilmente a divisão antes de enfrentar o Reds nos playoffs.

Claro, estava apenas começando. Depois de perder seu Closer e o melhor jogador dos primeiros 110 jogos do time, o Giants chegou nos playoffs com um grupo unido e momento, mas esbarrou talvez no melhor time da MLB, Cincinatti Reds. Nos dois jogos iniciais em San Francisco, o time teve problemas e perdeu os dois jogos. Assim, foi pra Cincinatti jogar os ultimos três possiveis jogos da série jogando também contra a história: Nenhum time da história da NL conseguiu reverter uma desvantagem de 2-0 numa melhor de cinco, e os três unicos times da AL a consegui-lo o fizeram com os tres jogos finais em casa. E pra piorar, o Reds não tinha perdido três jogos seguidos em casa em toda a temporada.

Mas o Giants não estava disposto a voltar mais cedo. Pence, um dos jogadores mais intensos da MLB, se não fez estrago com o bastão logo foi aceito como um lider vocal no vestiário, alguem que todos ouviam e respeitavam, se levantou antes do jogo 3 e fez um discurso inflamado antes da partida, que contagiou a equipe. Horas mais tarde, Vogelsong arremessou um grande jogo, o Bullpen do Giants segurou o resto, e conseguiram levar o jogo pra entradas extras. Lá, o Giants anotou sua segunda e decisiva corrida do jogo graças a um erro do bom e velho Scott Rolen, que permitiu ao Buster Posey anotar corrida com dois eliminados antes de Romo fechar o jogo. No Jogo 4, Bochy optou por Barry Zito sobre Lincecum, mas Zito durou menos de três entradas... E claro que Lincecum entrou como middle reliever, cedeu uma corrida em 4.1 entradas, e viu o Giants rebater três HRs pra ganhar a partida. E no Jogo 5, com um Matt Cain pouco eficiente (3 ER em 5.2 IP), Buster Posey se recuperou de uma série fraca com um Grand Slam pra dar a vitória ao Giants. Fazendo história pela primeira vez, o Giants avançou pra enfrentar os atuais campeōes Cardinals.

Mas a série começou mal pro Giants. Madison Bumgarner continuou sua sequência de jogos ruins com uma péssima partida que permitiu ao Cardinals anotar seis corridas em menos de quatro entradas. Bumgarner acabou saindo da rotação titular pra Lincecum jogar o jogo 4 e Zito jogar o jogo 5, mas com Lincecum ainda incapaz de produzir começando de titular, o Giants logo se viu num buraco de 3-1.

E ai veio o turning point da pós-temporada do Giants. Eles tiveram as costas contra a parede no Jogo 3 contra o Reds, mas pelo menos eles tinham seu titular mais consistente nos ultimos jogos (Vogelsong) indo pro montinho. Contra o Cardinals? Era Barry Zito, o veterano que assinou um contrato de 120M em 2004, mas nunca jogou nem perto disso pelo Giants. Barry Zito, que não tinha durado três entradas na sua ultima partida de pós-temporada (Jogo 4 da NLDS). Barry Zito, o veterano de 34 anos cuja bola rápida não passa de 88 MPH. Ou seja, se o Giants pudesse escolher um titular pra NÃO jogar nesse jogo, seria o Zito. E aí Zito entrou com sua calma e pose de sempre, e jogou possivelmente o jogo de sua vida, o que não é pouco pra um ex-Cy Young: 7.2 IP, nenhuma corrida cedida, e manteve o controle do jogo durante o tempo todo até entregar o jogo e a vantagem pro Bullpen. Foi talvez a atuação mais improvável desses Playoffs, Zito voltando a sua forma de 10 anos atrás pra arremessar um brilhante jogo de pós-temporada, fora de casa, em um jogo de eliminação. Foi realmente inspirador ver um jogador muito amado no vestiário, mas muito criticado pela torcida e pela mídia em virtude do seu contrato, aparecendo quando sue time mais precisou e entregando uma vitória na bandeja pra continuar vivo na série. Com Scutaro rebatendo tudo que passava perto dele (.500 na série), um erro crucial do pitcher Lance Lynn num arremesso pra segunda base, e até mesmo Zito conseguindo uma rebatida e um RBI, o Giants se inspirou na performance do seu pitcher, e não olhou mais pra trás.

Ainda tinha mais dois jogos pro Giants ganhar, e o Giants ainda precisava contar com toda ajuda que pudesse. Mas atrás de mais um excelente jogo de Ryan Vogelson, que até rebateu um RBI além de seus 9 Ks, e de Marco Scutaro, que continuou fazendo sua melhor interpretação de Roy Hobbs, o Giants levou a série pro jogo 7 decisivo. E aí que o destino, a sorte, um milagre ou como quiser chamar apareceu de novo: Com bases lotadas e nenhum eliminado, Hunter Pence - que inspirou o time na NLDS antes do jogo 3, mas que tava com muitos problemas no bastão - foi para uma rebatida contra Kyle Lohse: A rebatida foi tão forte que quebrou o bastão, mas isso fez a bola bater três vezes no bastão quebrado antes de ser colocada em jogo, pegando um efeito ridiculo que enganou o Shortstop Pete Kozma e transformou o que devia ser uma queimada dupla num double que limpou as bases. Não, é sério, veja o vídeo. Foi o equivalente a colocar uma faca nas costas do Cardinals, o golpe que acabou de vez com o time. E o Giants não pode fazer nada senão continuar aproveitando o momento: Matt Cain arremessou um grande jogo e ainda adicionou outro RBI - o terceiro jogo consecutivo que um pitcher do Giants conseguiu um RBI single - e o Giants logo abriu 8-0. Foi quando começou a chover, e os juizes optaram por continuar o jogo (senão teriam que adiar as entradas que faltavam para outro dia, e francamente, o jogo já estava decidido). Foi ai que Scutaro não resistiu e aconteceu a foto que ilustra o post. Com a chuva caindo, ele não resistiu e abriu os braços, deixando a chuva cair. Ele sabia que o jogo estava decidido e que eles tinham feito o que parecia impossível.

Ele estava simplesmente aproveitando o momento, saboreando tudo que o time tinha feito, todos os milagres que cairam no lugar certo pra levar o Giants até ali. Eles fizeram o que parecia impossível, ganhar três seguidas fora de casa do Reds, depois ganhar mais três jogos de eliminação contra os atuais campeōes. Foi a cena mais sincera desses playoffs, um jogador extremamente intenso que viveu dias muito ruins em termos de baseball com o Red Sox ano passado e com o Rockies esse ano, um veterano de 37 anos em busca de uma última chance de ganhar um título simplesmente reconhecendo tudo que o time estava lavando junto com aquela chuva e aquela virada, quase como se agradecesse a uma ajuda superior por tudo que estava indo da melhor forma possível pro Giants. E isso continuou na World Series, mesmo com uma certa facilidade pro Giants na varrida: No Jogo 1 entre Zito e Justin Verlander, no papel um dos duelos menos equilibrados da história da World Series, Zito arremessou mais um excelente jogo (5.2 IP, 1 ER) e viu Verlander saiu na terceira entrada após ceder quatro corridas e dois HRs. Além disso, Pablo Sandoval ainda rebateu um terceiro HR e o time viu Gregor Blanco fazer duas lindas defesas no OF com jogadores em base. No Jogo 2, Madison Bumgarner voltou depois de 10 dias fora, relegado ao Bullpen para arrumar seu arremesso após péssimos playoffs, sem controle nem velcidade... E claro, Bumgarner continuou de onde parou na sua última World Series (8 IP, 3H, 0 ER contra o Rangers) para arremessar mais um jogo sensacional (7IP, 2H, 0 ER), mas não sem antes o Giants conseguir mais uma espetacular jogada defensiva, quando Blanco, Scutaro e Posey fizeram uma jogada perfeita pra eliminar Prince Fielder no home plate depois de um double de Delmon Young que poderia ter mudado o rumo da série se anotasse a corrida, e mais um milagre ofensivo (um bunt do Blanco parar a milimetros da linha de foul). No Jogo 3, mais uma performance espetacular de Vogelsong e mais um grande jogo de Blanco (RBI triple, anotou corrida depois), com Pablo Sandoval fazendo espetacular defesa num liner do Cabrera que teria sido um double. E no Jogo 4, com Matt Cain em um jogo bom, mas não ótimo, Posey recuperou sua forma da temporada com um 2-run HR, e Scutaro acertou a rebatida da vitória (impulsionando Ryan Theriot, jogador de quem Scutaro roubou a vaga no time!) na décima entrada, o final perfeito pra um playoff perfeito.

Então sim, o Giants deu sorte em diversas jogadas, e escapou do buraco graças a pequenas coisas que foram acontecendo na hora certa e no lugar certo. Mas é assim que funciona: Nenhum milagre vai fazer um time ganhar três jogos de uma vez. Você precisa de vários pequenos milagres ao longo do caminho, e mais importante, você precisa continuar se colocando numa posição favorável a isso. E o Giants fez isso se recusando a perder, continuando lutando, jogando como um time e nunca desistindo. O time pegou fogo quando precisou e mais uma vez se superou quando precisou.

Sabe aquela cena de MIB3 quando um personagen fala sobre como ele gosta do tiítulo de 1967 do Miracle Mets por causa de todas as pequenas coisas que precisaram acontecer pra esse título acontecer? "Está vendo o LF? Ele só virou jogador de baseball porque seu pai não tinha dinheiro pra lhe comprar uma bola de futebol americano, e ao invés disso lhe deu uma luva de baseball quando ele tinha quatro anos...". Foi mais ou menos isso que aconteceu nessa temporada do Giants. O time perdeu seu closer logo na primeira temporada e ficou quase 100 jogos com dificuldades pra estabilizar o Bullpen, mas que achou um novo closer de elite em Sergio Romo, um jogador que entrou nas minor Leagues com 24 anos depois de terminar a faculdade pra seguir o sonho do seu pai; o time perdeu seu melhor rebatedor pra um caso de dopping na reta final da temporada... E claro, foi o que faltava pro time se encaixar e se unir, cada jogador cumprir seu papel e o time assumir sua identidade como um time de excelente defesa e excelente baserunning atrás do poder de Posey e Panda no bastão; Pence e Scutaro chegaram na reta final da Liga, mas logo deram a um time um pouco frio demais dois jogadores intensos que contagiaram todos os outros e assumiram o papel de líderes (com Scutaro rebatendo .364); teve Posey se recuperando de uma assustadora lesão pra ter o melhor final da temporada dos ultimos anos na MLB e provavelmente um NL MVP. E tudo isso antes do final da temporada regular.

Nos playoffs continuou: Com as costas contra a parede enfrentando o Reds em OT, o Giants anotou a corrida da vitória graças a um erro do Scott Rolen; O Giants viu seu duas vezes Cy Young, incapaz de continuar eficiente como titular, aceitando com naturalidade um novo papel no bullpen, e se reinventando como o melhor homem de relief da MLB; viu Ryan Vogelson, que chegou ao time ano passado com 35 anos depois de passar toda sua carreira nas Ligas menores e no Japão como um arremessador mediano, ter duas temporadas de All-Star e se tornar o primeiro pitcher desde 1966 a ter quatro jogos nos playoffs e um ERA abaixo de 1.00 (0.73), sem falar em ganhar três jogos cruciais; viu Barry Zito, o jogador mais criticado de San Francisco, ressuscitar em Outubro, arremessar o maior jogo do Giants na temporada (Jogo 5, NLCS) e repetir a dose contra Justin Verlander e o Tigers no Jogo 1 da WS; viu Madison Bumgarner, retirado da rotação titular pra passar 10 dias consertando seu arremesso, voltar na World Series e arremessar sete shutout innings brilhantes; viu o Cardinals cometer uma série de erros importantes nos jogos decisivos, em especial Kozma; viu Marco Scutaro surtar na NLDS e rebater .500, especialmente nos jogos decisivos; viu a bola milagrosa do Hunter Pence no Jogo 7 que tinha 99% de chance de virar uma queimada dupla virar tres corridas; viu Pablo Sandoval, rebater tres HRs num jogo de WS, algo que só Babe Ruth, Reggie JAckson e Albert Pujols tinham feito na historia; viu no Jogo 1 da WS uma eliminação de rotina na 3B que virou uma rebatida dupla porque a bola do Angel Pagan acertou a base e mudou de direção (e começou uma rally de 3 corridas); viu Gregor Blanco, um jogador que a essa época do ano passado estava jogando na Venezuela ainda em busca de um contrato na MLB, jogar a melhor defesa no LF de toda a MLB, rebater uma bola de sacrifício que ia sair de campo e parou MILIMETROS antes, lotando as bases para o RBI que venceu o jogo do Brandon Crawford (e depois uma rebatida tripla no Jogo 3 pra anotar a corrida da vitória); e por fim, viu um time que superou todos os problemas que poderia ter tido durante grande parte da temporada prevalecer contra um time muito mais favorito do Detroit, com Miggy Cabrera, Fielder e Verlander ficando em segundo plano contra Posey, Sandoval, Zito, Lincecum e todo o resto do time do Giants. Então sim, foi um título extremamente improvável, um time que superou todo o tipo de adversidades e situaçōes pra chegar aonde esteve. E, assim como o Miracle Mets, foi um time que dependeu de diversas pequenas situaçōes improváveis sem as quais esse time não teria chegado até aqui. Diversos golpes de sorte, erros dos adversários, bolas que acabaram caindo no lugar certo no momento certo. Vendo o resultado, parece um milagre. Mas um milagre que aconteceu porque o Giants continuou se colocando na posição pra esses milagres acontecerem, se recusou a desistir, e continuou brigando até o final.

Um último ingrediente que não pode ser deixado de lado nesse título do Giants, though. Eu sempre insisto nisso, que esportes envolvem mais do que está no papel, que existe mais do que juntar um monte de jogadores talentosos... Basicamente, que existe um conceito de "time" que não pode ser copiado. O que Isiah Thomas chamou de "O Segredo" do basquete, e que pode ser aplicado de diferentes formas a qualquer esporte no mundo. Sinceramente, em tantos anos de baseball, eu nunca vi um grupo que represente tão fortemente essa noção de time e que pratique tanto o "Segredo". Eles simplesmente adoram jogar juntos! Adoram dar risada, comemorar e dar apelidos entre si, adoram viver como um grupo. E mais importante, e talvez consequência, os jogadores não demonstram ego algum e só se medem pelo sucesso do grupo, não o individual. Ninguém liga pros próprios numeros, ninguém reclama de ir pro banco e cada um deles e todos conhecem exatamente seu papel na equipe. Quando o Giants ganhou cada um dos três jogos contra o Reds, todo mundo na equipe que dava entrevistas só sabia falar do Hunter Pence, que teve uma série muito fraca, e como ele inflamou todo mundo no vestiário, como sua energia e competitividade tinha contagiado todo mundo e inspirado todos eles a correrem até o ultimo segundo. Quando Alex Rodriguez foi pro banco no Yankees, ele só se preocupou em ficar parado no canto olhando tudo de longe e xavecando modelos na torcida, mas quando Lincecum foi pro banco incapaz de continuar de titular, ele continuou buscando ajudar o time da melhor forma como pode, torcendo feito louco pelos companheiros, e se reinventou como o melhor relief pitcher da MLB com numeros Mariano Riverescos (14 IP, 1 ER, 3H, 17 K... Are you fucking kidding me?!). Veja de novo os jogos 5 (NLDS) e 2 (WS), quando Lincecum ficou no banco em favor de Zito e Bumgarner enquanto os dois demoliam os adversários: Ninguem estava mais feliz e vibrante por eles e pelo time do que Timmy! Quando Ryan Theriot foi impulsionado no Jogo 4 pelo jogador que tirou seu lugar no time, ele só queria saber de gritar e comemorar com seus companheiros. Esse foi o principal motivo do Giants não querer reintegrar Melky nos playoffs, porque ninguem no time queria ele por lá, ele era um outsider que não fazia parte daquele grupo que se formou de vez quando ele saiu da equipe. Eles podiam usar seu bastão jogando de DH na World Series ou pinch-hitting, mas Bochy optou por perder talento pra ganhar em chemestry. E isso fez toda a diferença!

Todo esporte precisa de talento, mas também precisa que os jogadores aceitem o seu papel num time. Você precisa de uma hierarquia determinada e que todos os jogadores se combinem de alguma fora. Esse foi o grande papel, por acaso ou não, das trocas que o Giants fez na trade deadline: O Giants tinha jogadores demais como Posey, Cain e Zito, jogadores extremamente coletivos e focados, mas muito frios e concentrados. Ou então jogadores como Panda e Blanco, jogadores carismáticos e amigos de todos, mas que não assumem um papel de liderança. Faltava ao time um líder um pouco mais intenso, alguem com aquele fogo que contagiasse os companheiros, aquele jogador que grita quando o time faz uma boa jogada (pense Kevin Garnett quando chegou ao Celtics). Por isso a chegada de Scutaro e Pence foi tão fundamental, ela trouxe dois líderes vocais e extremamente intensos, dois caras que falam fora de campo e se matam dentro dele, torcem feito loucos pelos companheiros e sempre estão motivando os companheiros. Os dois, em especial Pence, logo se integraram ao time e ao vestiário, msa também - e talvez mais importante - adicionaram um ingrediente a mais à mistura de personalidades ao time. Quando o Giants precisava de uma cabeça fria e calma, eles tinham Posey e Cain liderando. Quando precisavam de energia e de forças extras, Pence e Scutaro faziam as jogadas de energia e agitavam todos os companheiros. E logo, todo o time seguia a deixa. A quantidade de infield singles do Giants nesses playoffs diz muito sobre essa mentalidade do time, que nunca deixava de correr uma base nem que as chances de chegar fossem mínimas, estavam sempre mergulhando pelo campo atrás de bolas e não desistiam de nenhuma jogada. Por isso, contra Reds e Cardinals, quando o time precisou de motivação e intensidade, foram Pence e depois Scutaro que deram a deixa, e o time seguiu. Quando o time abriu vantagem contra o Tigers, foi o jogo tranquilo e eficiente de Posey, Pagan, Vogelsong e Cain que fez o time manter o foco. Quando o time precisava que um jogador fosse pro banco ou exercesse um papel diferente pelo time, ele fazia, e todo o grupo o apoiava. Quando um jogador errava, o time todo tinha suas costas. E num time com vários jogadores que cresceram juntos dentro da organização, tantas histórias inspiradoras de superação (Zito, Vogelsong, Blanco, Posey), e tantos jogadores que estavam dispostos a se matar pela vitória, isso fez um bom time se elevar a um novo nível quando precisou. Eu não lembro de outro time (tirando o Sox de 2004) que tivesse isso em tão alto nível, gostasse tanto de jogar junto e onde os jogadores elevassem uns aos outros a um novo nível. Entre todos os times que vi na minha vida, talvez esse fosse meu favorito tirando aquele Sox.

Por isso eu gosto tanto daquela foto do Scutaro. No fundo, ela reflete tudo isso, um jogador genuinamente feliz de estar ali e de ter feito o que o Giants fez, um jogador que superou muita coisa pra finalmente realizar seu sonho de jogar uma World Series, alguém que estava se divertindo e aproveitando cada momento daquele massacre pra cima dos eventuais campeōes... E que não esperava estar ali, quase agradecendo a um poder superior por todas as pequenas coisas que caíram no lugar certo na hora certa para que esse time pudesse ter superado todos os obstáculos até aquele ponto. Seja Zito renascendo quando o time mais precisou, seja a rebatida dupla mais esquisita da história do baseball de Pence, ou simplesmente por todos eles puderem estar ali, juntos, fazendo história e ganhando seu direito de disputar o título. E assim como Andy Dufresne, posso garantir - e ele também - que Scutaro nunca vai esquecer o momento daquela foto, sob a chuva gelada outubro em San Francisco, ou da temporada 2012 do San Francisco Giants.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Palpites para a semana 8 da NFL




Saindo da minha toca  (pros que não lembram, estou em fase final do meu TCC e sem tempo pra postar mais do que uma vez por semana no blog - a nao ser que o Giants seja campeão da MLB) pra rapidamente fazer os palpites e comentarios dessa rodada da NFL, começando com o jogo de hoje a noite. Time da casa em caixa alta.


Vikings ganha do BUCS

Nao tou muuuito confiante nesse palpite: Apesar do record 2-4 (e de ter quebrado minha previsão de que o Bucs ia estourar esse ano), o Bucs é um time secretamente bom: A Pythagorean Theorem deles diz que o time deveria ter ganho 3.4 jogos ate agora, e eles perderam quatro jogos que poderiam ter ganho (ou levado para OT) no quarto periodo, sem falar que lideraram em todos. O Bucs tem uma defesa aérea muito fraca sem Aqib Talib, mas tem uma defesa terrestre surpreendentemente boa. E JAAAAAASH Freeman está voltando a sua boa forma.

Enquanto isso, o Viks joga fora de casa, com um QB que tem três jogos multi-interceptaçōes consecutivos e seu RB, o craque do time, vindo de uma cirurgia de joelho e jogando com apenas tres dias de descanso (O Barry Zito teve mais que isso). Então esse jogo parece um pouco enganoso... Mas eu ainda acho o Viks um bom time de futebol americano, e eles sabem que tem uma tabela muito difícil pela frente e precisam garantir essa vitoria pra sonhar com os playoffs. E se o jogo for o que promete ser - um jogo lento, duro, feio e físico - eu vou apostar no time que tem a melhor defesa e os melhores Special Teams... Em outras palavras, o time que tem mais chance de ganhar a batalha das posicoes de campo, especialmente jogando em casa, em um estádio fechado.


BEARS ganha do Panthers

Bears é outro daqueles times que ganha, tem bons placaras, mas não convence quando você assiste eles jogando. Os principais motivos do Bears ser um time tão dominante até aqui são uma tabela fácil (btw, continua fácil até o fim do ano) e uma defesa muito forte que tem aproveitado muitos turnovers. A questão é que a defesa do Bears muito dificilmente vai continuar forçando turnovers nesse ritmo até o final da temporada (os níveis são historicamente insustentáveis), ainda que seja um grupo de elite e jogadores como Charles Tillman e Lance Briggs tenham tido temporadas memoráveis. Por isso ainda não estou convencido que o Bears é tão bom como parece. Ainda assim, é um bom time, com bons playmakers e uma excelente defesa enfrentando um ataque pavoroso que gosta de cometer erros... Então sim, Bears continua sua sequência de vitórias. E Cam Newton sua sequencia de entrevistas que fazem todo mundo comparar ele ao Vince Young. E o pior, merecidamente, embora eu ache o Newton bem melhor.


Chargers ganha do BROWNS

Acreditem quando eu digo que não estou muito satisfeito com essa pick também... O Browns é um time melhor do que parece, e Brandon Weeden vem jogando muito bem nas últimas semanas, enquanto o Chargers é uma bomba que pode explodir a qualquer minuto, que nem no ultimo MNF que perderam para o Broncos depois de uma combustão no segundo tempo. Ainda assim, o Browns vai ter um Trent Richardson limitado e tem deficiências em termos de talento entre os recebedores e a defesa, especialmente a defesa terrestre. E se o Chargers não é um grande time, é um time decente que sabe que tem que aproveitar a parte fácil da tabela se quiser sonhar em segurar o Broncos (que tem a tabela mais fácil da Liga daqui pra frente).


LIONS ganha do Seahawks

Essa semana está muito chata em termos de picks... Muitas que podem cair dos dois lados. Vou de Lions aqui por dois motivos: Porque o time de Seattle tem jogado muito pior fora de casa (especialmente Russell Willson), e porque agora eles vão ter que jogar em um estádio fechado contra um time com um certo Eff-You depois de perder um jogo que poderia ter ganho em plena rede nacional. Ainda assim, eu odeio apostar no problemático ataque do Lions contra a física, forte e um pouco suja (a dupla de CBs do Seahawks foi a que mais teve flags em 2011 e a que menos tem flags em 2012. Eu vi cinco jogos do Seattle e posso afirmar que os juizes não estão marcando metade das faltas que deveriam) defesa do Seahawks, uma defesa que vai maltratar o Megatron o jogo inteiro, atacar Matthew Stafford (péssimo ano, btw) e forçar erros. Ainda assim, eu não confio no Seahawks fora de casa, e o Lions sabe que é sua última chance de sobreviver na temporada, e o Megatron é bom demais pra passar duas rodadas em branco. Se o Lions conseguir evitar turnovers e segurar um jogo de placar baixo, deve se dar bem.


PACKERS ganha do Jaguars

As mais novas baixas do Packers: Charles Woodson para seis semanas, Greg Jennings idem, e Jordy Nelson pode não jogar essa semana. A boa noticia é que Aaron Rodgers voltou a ser Aaron Rodgers, e isso basta pra tornar o Packers assustadores. A noticia média é que 30 a 20 contra o Rams não vai realmente convencer muita gente.


JETS ganha do Dolphins

O Dolphins tem sido um clássico "bom time ruim" na temporada... E o Jets continua dando trabalho, e provavelmente teria ganho do Patriots se não fosse um drop ridículo do Stephen Hill, Mark Sanchez (alternando bons momentos com outros patéticos) e uma falta não marcada no sack que encerrou o jogo na prorrogação (a Brady Rule diz que um defensor caido no chão não pode segurar o QB abaixo do joelho, 15 jardas e 1st down automático). Eu não sei muito o que esperar de nenhum desses dois times... São tão irregulares e imprevisíveis que não da pra confiar em nenhum deles. Vou no time da casa aqui... Mas com ressalvas.

(Se bem que se o Dolphins é realmente o "bom time ruim" da temporada, esse seria um jogo pra eles vencerem... Droga, vamos em frente)


EAGLES ganha do Falcons

Sei que não tem nada a ver com esse jogo, mas precisa ser dito: O Eagles tem uma das seis melhores (ajustadas) da NFL, mas seu ataque é só o trigésimo melhor da Liga e o que mais comete turnovers... E aí o fraco Andy Reid decide arrumar as coisas... Demitindo o coordenador defensivo! So there!

Bom, acho que já está na hora do Falcons perder um jogo. Eles já escaparam por um triz e com muita sorte (e incompetência dos adversários) de Panthers, Redskins e Raiders (Yeekes!), eles não conseguem defender contra a corrida, e o Eagles tem tido uma defesa muito eficiente. Contra o Eagles, o Falcons provavelmente vai ter boas chances de conseguir turnovers proveitosos, mas vai ter mais dificuldades pra reagir  no final contra essa boa defesa. Se o Andy Reid conseguir somar 2+2 ( no caso, "O Falcons não consegue defender a corrida"+"Eu tenho um dos melhores RBs da Liga!"), o que talvez seja demais pra ele, e finalmente dar 30-35 toques pro LeSean McCoy na partida, então o Eagles vai poder controlar o relógio, evitar jogadas de risco e vencer o Falcons em casa. Sim, eu aposto nisso, o Falcons não é tão bom pra ficar 7-0...


Patriots ganha do RAMS

A vitória extremamente apertada e suada do Patriots contra o Rams diz tudo: O Patriots é um time que tem suas forças e num dia bom pode dar trabalho, mas que tem muito mais falhas do que queremos acreditar. Eles absolutamente não conseguem parar o passe, não tem pass rush, e cada vez mais parece que Tom Brady está escorregando um pouco - ainda sendo ótimo, mas claramente deixando cada vez mais algo em cima da mesa. O corpo de recebedores não se acertou com a chegada de Brandon Lloyd, a linha ofensiva ainda é fraca, e mesmo o jogo terrestre do Patriots tem tido problemas contra boas defesas (antes que voce diga "Ei, normal ter problemas contra boas defesas terrestres", veja o que o Niners fez contra o Seahawks no segundo tempo. Aquilo é ilegal em 45 estados americanos). Como o Rams não tem uma boa defesa terrestre, acredito que o problema vai ser menor aqui porque o Patriots va conseguir correr com a bola e proteger Brady o suficiente pra sair com uma vitória apertada, mas não duvidem do Sam Bradford tendo um bom jogo e mantendo o Rams na partida.

Se bem que se a secundária do Rams (muito fraca nas últimas semanas) recuperar a força do começo da temporada... E o Patriots está 0-2 contra a NFC West... Vamos em frente antes que eu mude de ideia e minha namorada me mate.


STEELERS ganha do Redskins

Eu não gosto do Steelers, e eu adoro RG3, mas em Pittsburgh vou adotar o caminho covarde e apostar no time da casa. Os dois são times que tem se mostrado melhores do que realmente são (o Steelers perdeu para o Titans e teve trabalho pra ganhar do Bengals, o que mostra sua fragilidade), e não seria difícil apostar aqui no Griffin tocando o terror na defesa do Steelers num jogo ofensivo.

Porque então não apostar no Redskins? Pelo que o TD do Victor Cruz semana passada nos lembrou: A defesa do Redskins, especialmente pelo ar, ainda é bem fraca... E o Steelers tem Jonathan Dwyer saindo de boa semana e Big Ben em boa temporada, com um bom jogo aéreo. Entre duas defesas suspeitas (no caso do Steelers, toda machucada) e dois bons ataques, fico com o time que joga em casa. Nao consigo dar uma vantagem para qualquer um dos dois no confronto. E o Skins não consegue chegar no QB, btw.


Colts ganha do TITANS

Não estou engolindo o Titans ainda, apesar das duas vitórias recentes. E também desconfio bastante do Colts fora de casa... E vale lembrar, o Colts teve trabalho semana passada contra um secretamente não-tão-ruim time do Browns e tem seus desfalques na defesa. Mas o Titans também enfrentou uma das piores defesas da NFL (que até fez o Chris Johnson parecer bom de novo), o que causou sua explosão ofensiva, e cedeu pontos demais pra um ataque inconsistente do Bills, e se não fosse o técnico de Buffalo e Ryan Fitzpatrick entregando o jogo, o Titans teria perdido a partida. Então entre os dois times ruins, estou pegando o que tem o melhor Quarterback contra um time que não tem secundária.


Raiders ganha do CHIEFS

Carson Palmer contra Brady Quinn. Eu queria estar brincando. Não assista a esse jogo.


COWBOYS ganha do Giants

Como sempre, o Giants está com gente demais acreditando neles, e mal sobreviveram o Redskins semana passada, num jogo que a defesa do Giants mostrou que ainda não está tudo isso. E o Cowboys, mesmo sem Sean Lee, vai vir pro jogo babando e com seu Eff-You Mode ativado... E eu nunca confio no Giants quando tem gente demais apostando neles (vide 2008). Na semana 1, fora de casa, Tony Romo ganhou praticamente sozinho do Giants, e em casa agora a torcida vai jogar do lado do Dallas. E num jogo onde os dois times estarão sem seus RBs titulares, talvez valha a pena apostar no time com a melhor secundária, que é o Cowboys.

... Espera, não é exatamente esse o tipo de jogo que o Giants gosta? Motivaçōes pessoais, vindo de um jogo fraco, fora de casa, matchup ruim?? Good god, eu odeio o Giants na hora de fazer meus palpites, você nunca sabe se usa a lógica, o instinto, lógica reversa... 75% de chance de Eli Manning voltar pra me assombrar.

(Comentário rápido: Se você ainda não acha Eli elite, eu não sei mais o que te dizer. Seu computador deve estar quebrado, e sua TV também)


BRONCOS ganha do Saints

Hey, uma batalha pelo ar no estádio mais convidativo ao passe de toda a NFL!! Como perder esse jogo!?

E bom, aqui está: Peyton Manning está jogando bem. Muito bem. Sua força no braço claramente não é a mesma e ele enfrenta alguns problemas no seu corpo, mas sua inteligência e precisão nos passes médios tem feito um grande impacto nas partidas até aqui. Mais importante, Manning reconheceu suas limitaçōes e está sabendo jogar apesar delas. Sabendo que o Broncos tem a tabela mais fácil da Liga até o final da temporada, vocês podem acabar vendo o Broncos sendo favorito até o final da temporada. E depois do Chargers implodir no seu último MNF (não se enganem, aquilo foi 60% o Chargers se enterrando e dando azar), o Broncos parece ter um caminho livre até o título da AFC West, mesmo com uma defesa fraca, e mesmo com um jogo terrestre errático. Sentimos sua falta, Manning.


Niners ganha do CARDINALS

Vai ser um jogo tão feio e físico quanto o jogo de semana passada (contra Seattle), e o time que vem de 10 dias de descanso tem vantagem. Alex Smith ainda não deve ter se recuperado da lesão no dedo (mais disso em um instante) e o Cardinals vai jogar com John Skelton, que tem um recorde ativo da NFL com 10 jogos consecutivos com interceptaçōes. E aqui está: Você não vai vencer o 49ers sem um bom QB E sem um jogo terrestre. A defesa terrestre do Niners tem escorregado um pouco e a secundária anda bastante vulnerável, mas não é fácil explorar isso por muito tempo porque é um grupo que sabe fazer ajustes com um ataque que sabe controlar a bola. Junte a isso que a OL do Niners é a melhor da NFL jogando pelo chão, que o Cardinals não tem condiçōes de competir com o Niners correndo (e tem a pior OL da NFL)... E se o Cardinals quiser ganhar, vai ter que ganhar a batalha dos turnovers (difícil), a batalha das posiçōes de campo (possível porque o ST do Niners fede um pouco) e jogar um futebol muito eficiente. Eles são capazes, mas muita coisa está contra eles.

Tangente rápida: O quão boa foi essa tabela pro Niners? O Niners emendou dois dos melhores jogos da NFL em 2012 contra Jets e Bills, esse segundo um show de Alex Smith. Só que no quarto periodo, Smith luxou o dedo e teve que sair. Nos dois jogos seguintes, Smith não teve nenhum controle nos passes, lançou quatro interceptaçōes e errou praticamente todas as bolas difíceis que tentou. Ninguém comentou sobre o assunto, mas... Será que não tem uma influência aií desse dedo luxado do QB do Niners? Lembrando que ele liderava a NFL em QBR e Rating antes do jogo contra o Giants. E eis porque o Niners deu sorte com a tabela: Depois de um jogo muito físico em casa na quinta feira, o Niners teve 10 dias de descanso para Smith e Frank Gore (saiu machucado com dor na costela) e, depois de enfrentar o Cardinals, tem uma semana de folga pra colocar seu plano de jogo nos eixos e arrumar as lesōes que faltam. O timing foi excelente, falta fazer a lição de casa contra o Cardinals...


Week 7: 12-1
12' Season: 64-40-WTF

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Palpites para a semana 7 da NFL

Para os que não sabem, eu estou no momento no último semestre da faculdade. E portanto, estou prestes a entregar o meu TCC e, se tudo der certo, me formar. Acontece que alguém na faculdade pensou que era uma boa ideia antecipar em 40 dias a data de entrega do TCC, e avisar todo mundo faltando um mês. Ou seja, estou totalmente sem tempo até depois do feriado do dia 15 porque vou ter que correr demais com esse projeto. 

Por isso, até acabar o TCC, o blog só vai ter um post por semanas, justamente os palpites pra NFL quinta ou sexta. Foi mal, mas eu tenho que me formar, então o blog vai ficar nesse estado nas próximas semanas.

E btw, eu sei que não postei os palpites aqui semana passada, mas meu record (8-6) da semana passada veio do Pick'em do site da NFL (que sao iguais aos que eu coloco aqui sempre). Vamos a isto, time da casa em caixa alta...




NINERS ganha do Seahawks

Eu geralmente sou um pouco... Hmm... Extremista quando lido com meu Niners, então leiam isso tudo com um grão de sal. Mas será que o Niners não está sendo um pouco overrated essa temporada? Será que não tomamos as vitórias contra Packers e Lions como maiores do que foram de verdade por conta das boas temporadas dos dois no passado, e acabaram sendo um pouco enganosas? Ou será que o Niners só teve um jogo onde tudo deu errado (e deu) contra um grande time? Não me perguntem, eu não sei e talvez não queira saber. Mas a forma como o Niners foi fisicamente dominado contra o Giants surpreendeu e preocupou, ainda mais com outro time físico como o Seahawks chegando na cidade. O Pass rush do Niners está mais fraco, a secundária está cedendo muitos passes, e pela segunda vez o Niners não pareceu o time de 2011 que deu tão certo. Eu estou pessimista pro resto da temporada.

Mas também jogamos em casa com um "Eff-You" edge, e em quatro jogos de temporada regular depois da uma derrota sob Jim Harbaugh, o Niners cedeu apenas 11 pontos... Totais. Então acho que sobrevivemos a esse jogo. Por pouco.


BILLS ganha do Titans

Sim, eu não confio no Titans nem um pouco. Não, eu não confio no Bills apesar deles, do Jets, do Patriots e do Dophins estarem empatados com 3-3 na liderança da divisão. Then again, depois que o Bengals mostrou mais uma vez que estão bem mais fracos que ano passado e o posto de "Bom time ruim" ficou oficialmente vago, pra mim os três da AFC East (Jets, Bills e Dolphins) estão na briga por esse título duvidoso. Meu dinheiro ultimamente está no Dolphins, especialmente depois da semana passada, mas o Bills tem feito um bom trabalho contra times ruins... E o Titans é um time ruim.

(Dito isso, tem adversário melhor que o Bills pro Chris Johnson jogar bem? Jets, talvez? Escale ele no seu time de fantasy... Tipo, agora!)


Cowboys ganha do PANTHERS

Lembra quando o Ryan Kahil, C do Panthers, disse na offseason que o time ia ao Super Bowl? Bom, o time fede e o Kahil está no IR com uma lesão no pé. A única dúvida aqui é porque o Kahil não foi parar no IR quando disse essa besteira com uma lesão no cérebro, mas enfim.

Eu não sou fã desse time do Dallas, acho que eles ainda se autodestroem um pouco demais pro meu gosto, o Jason Garrett é um técnico bem meia boca (com um tempo pra pedir e na linha de 34 jardas - um FG de 51 - porque não tentar uma jogada rapida pra tornar a tarefa mais fácil pro seu Kicker??) mas eles tem talento dos dois lados da bola e o Panthers tem mostrado enorme imaturidade nessa temporada (a começar pelo Cam Newton, grande decepção até aqui). Mesmo com o Demarco Murray com uma lesão no pé, acho que o Dallas consegue atropelar o Panthers fora de casa. Se o Tony Romo ajudar...


TEXANS ganha do Ravens

O Texans ganha a vantagem nesse duelo de favoritos por três simples motivos. Primeiro, eles são muito mais consistentes que o Ravens, que contou com a sorte e a incompetência do Cowboys pra vencer essa semana um jogo que tentaram repetidamente jogar fora. Segundo, o Ravens não consegue parar o ataque terrestre e o ataque do Texans começa pelo chão com Arian Foster. E terceiro, o Ravens está sem Lardarius Webb e Ray Lewis pra temporada, tem Terrell Suggs ainda voltando de lesão (dizem que pode voltar já essa semana, mas não consigo imaginar ele voltando 100% ou perto disso), e Haloti Ngata e Ed Reed baleados por lesōes menores recentes. Acho que ter seus cinco melhores defensores fora ou limitados por lesōes no lado do Ravens vai pesar mais que o Texans sem Brian Cushing. Some isso ao fator casa, e aposto no Texans. Por pouco.

Btw, será que o Ravens vai sentir tanta falta do Ray Lewis dentro de campo como falam? Tirando a parte de liderança, o Lewis não vinha bem no ano: Depois de um 2011 onde sofreu cobrindo passes, Lewis passou a offseason perdendo peso e ficando mais leve pra conseguir voltar a realizar esse papel. Mas acontece que ele tem 37 anos, e mesmo mais magro ele ainda está penando pra acompanhar o jogo aéreo... Só que agora ele também, com menos massa, está tendo problemas pra passar por cima de bloqueios e não está sendo tão eficiente no jogo terrestre. Alguns até reportam uma certa insatisfação por parte de alguns jogadores de defesa do Ravens com a insistência do Ray Lewis em jogar terceiras descidas de passe mesmo o veterano sendo uma fraqueza nessas situaçōes. Nunca queremos ver grandes jogadores, especialmente quando são a cara de uma franquia como Lewis, acabando a carreira assim com uma lesão grave, mas talvez seja a hora de Lewis parar... E talvez, dentro de quadra, o Ravens não perca tanto assim quanto dizem. 

Com Webb?? Ai é outra história...


COLTS ganha do Browns

Depois de uma vitória emocionante de virada sobre o Packers, dedicada para seu técnico diagnosticado com leucemia, eu tava apostando pesado no Colts pra ser o time que ia aproveitar uma tabela fácil e arrancar uma vaga nos playoffs aproveitando-se da fraqueza na AFC (já disse, 9 vitórias possivelmente da playoffs). Bom, eles perderam muito feio do Jets, e meu entusiasmo esfriou consideravelmente. E o Browns não é TÃO ruim como parece, eles agora tem Joe Haden de volta pra reforçar a secundária, vem de uma boa vitória e deram trabalho recentemente contra os fortes times do Ravens e do Giants. Dito isso, eu ainda acho que o Colts ganha porque joga em casa, mas não me surpreenderia absolutamente ver o Joe Haden trancando o Reggie Wayne e o Colts tendo problemas porque o resto do ataque é uma droga, e com o Brandon Weeden melhorando a cada semana, a secundária do Colts dificilmente vai ser capaz de segurar as pontas por muito tempo. Pressão pro ataque do Colts produzir... Contra uma boa defesa aérea... Vamos em frente antes que eu mude de ideia.


VIKINGS ganha do Cardinals

O colapso do Viks semana passada foi tão previsível que eu nem precisei pensar antes de apostar no Redskins. Mas não se enganem, o Viks ainda é um bom time com uma defesa sólida, um dos melhores pass rushers da Liga no Jared Allen, e um ataque conservador mas eficiente... E por falar nisso, o Cardinals talvez tenha a pior linha ofensiva da NFL, nenhum jogo terrestre e com Kevin Kolb fora, se preparem pra altas doses de John Skelton no Metrodome. Depois de começar 4-0, o Cards vai voltando ao mundo real.


GIANTS ganha do Redskins

O Giants jogou o melhor jogo de qualquer time da Liga na temporada 2012, vem de uma boa sequência, joga em casa contra um time com uma defesa fraca, está com muita confiança e muito hype... Então exatamente por tudo isso eu estou muito - MUITO - descrente quanto a esse jogo.

Todo mundo sabe como o Giants funciona. Quando ninguém acredita neles, todos os desprezam, eles aparecem como zebra... Aí podem fechar o Giants pra um tremendo jogo "Eff-You" e uma vitória convincente. Quando eles são favoritos e tem tudo a seu favor? Hmm... Eu não confio. Simples assim. Então pra variar, estamos na encruzilhada que eu odeio: Ir pela lógica e pegar Giants (um time melhor, jogando em casa, contra uma secundária esburacada e uma defesa que teve vida nova semana passada) ou ir pelo feeling e pela história do Giants e apostar no Redskins?

Eu fui de Giants. E estou quase mudando de ideia. Droga, eu odeio essa pick. Pode pular palpite?

(Ou será que esse cenário de repente faz todo mundo desconfiar do Giants, e por isso eles vão mandar uma performance excelente em casa antes de perder na proxima rodada? Damn, eu odeio o Giants nessas colunas, eles confundem minha cabeça)


Packers ganha do RAMS

Como um time cuja linha ofensiva foi massacrada semana após semana para um inicio de 2-3 (desculpe, 2-2-WTF), e de repente esse time consegue segurar eficientemente JJ Watt e a agressiva defesa do Texans rumo a uma convincente vitória fora de casa? Eu ainda preciso ver mais dessa linha ofensiva antes de acreditar que o Packers sejam pra valer, mas eles ganharam o benefício da dúvida. Mesmo contra uma boa defesa do Rams, eu não confio o suficiente no ataque do Rams pra marcar mais de 14 pontos, e contra Aaron Rodgers apostar num time de placar baixo não é uma boa ideia.


Saints ganha do BUCS

Aos que leram meus palpites do começo do ano, uma nova regra: Não apostar mais no Bucs contra um time decente (especialmente vindo de um bom jogo), especialmente fora de casa. Eu ainda odeio o Saints com seu técnico interino ao quadrado, mas mesmo com a boa vitória sobre Kansas City, eu ainda não consigo me livrar da desconfiança depois de ver o Bucs ferrando dois ou três palpites meus feitos neles. E eles tem a segunda pior defesa aérea da Liga enfrentando Drew Brees. So there.


PATRIOTS ganha do Jets

O Patriots perdeu três jogos por um ou dois pontos de diferença, então me permitam alguma incredulidade quanto ao record de 3-3 do Pats - deveria ser melhor. Dito isso, o time TEM mostrado alguma fraqueza contra adversários medianos (Cards e Hawks, embora Seattle tenha jogado muito bem) no jogo aéreo quando o jogo terrestre não engrena, e eu confio muito pouco na O-Line do Patriots seja pra correr ou proteger o QB. E o Jets tem surpreendido com seu record 3-3 e a liderança da divisão (não, sério, estão 2-0 dentro da divisão!), então eles tem algum momento. Mas a defesa tem melhorado  contra o jogo terrestre, embora contra o jogo aéreo continue bem fraca, e o Jets é um time que fica perigoso quando consegue correr com a bola e libera o Mark Sanchez pra lançamentos em conversōes curtas e play actions. E btw, o Jets tem uma das piores defesas terrestres da NFL. Então o Pats tem a vantagem do confronto e joga em casa. E ainda tem Tom Brady.

Comentario rapido sobre o Jets: Sou só eu, ou eles estão perdidos com Tim Tebow? Cada vez que vejo ele jogando de WR, RB ou ST, eu não consigo deixar de pensar que o Jets está simplesmente fazendo jeitos escrotos pra colocar ele em campo. Não preciso dizer o quanto eles estão usando mal o Tebow, mas isso me irrita: Não quer colocar ele de titular, ótimo... Mas então deixa ele no banco e pronto, no máximo usando em alguns wildcats. Precisa dessa brincadeira idiota de usar ele de qualquer forma possível só pra colocar ele em campo?


RAIDERS ganha do Jaguars

Esse jogo vai ser péssimo. Aconteça o que acontecer, fujam dele. Não vou gastar mais do que algumas palavras aqui: Fedem. Corridas. Defesas ruins. Fator casa.


Steelers ganha do BENGALS

O jogo secretamente ruim da semana: O Steelers nem de longe é o bom time que já foi, estando 2-3 e vindo de derrotas pra Raiders e Titans. Ao mesmo tempo, o Bengals teve um 3-3 motivado por jogos muito favoráveis, mas foram expostos em sua fragilidade pelo Dolphins (que por ora herda o título de "Bom time ruim" da NFL) e pelo Browns. Mas acreditem quando eu falo que eu acho que esse jogo vai ser bem fraquinho e feio. Acho que o Steelers ganha porque tem uma defesa um pouco melhor (a do Bengals é uma peneira) e porque eles devem vir motivados pra partida.


BEARS ganha do Lions

Talvez o Lions seja UM POUCO melhor do que a gente tenha falado recentemente depois de começar o ano 1-3, o que não faz deles um time bom. Enquanto isso, o Bears tem tido muita sorte na defesa com todos esses turnovers, recuperaçōes de fumble e touchdowns, e está fadado a regredir cedo ou tarde, mas ainda tem uma defesa forte e muito agressiva que está sempre buscando a bola... E digamos que o Lions tem ajudado um pouco as defesas adversárias a fazerem isso recentemente. O Bears teve, em cinco jogos, uma vitória muito feia (Rams), uma derrota mais feia ainda (PAckers), e três vitórias massacrantes sobre adversários mais fracos graças principalmente a sua defesa. Então eu ainda não me sinto seguro pra cravar qual é o verdadeiro Bears que vamos ver daqui pra frente, se eles são mesmo um favorito ao título com forte defesa e ataque sólido ou se sua inconsistência vai ser a marca registrada da temporada. Por enquanto, eles ganham o benefício da dúvida, e sinceramente pode cair pra qualquer lado. 


Week 6: 8-6
12' Season: 52-39-WTF

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Pseudo - Mailbag: O que faz um MVP

"Erguei as mãos e dai a glória a Deus!"

Pra quem acompanha o blog já faz algum tempo, eu já tentei fazer algumas vezes Mailbags, quando vocês mandam email pro tmwarning@hotmail.com e eu respondia aqui no blog pra dar opiniōes ou tirar dúvidas. O primeiro até deu certo, mas depois não pegou e toda vez que eu sugeria um mailbag, tinha email de menos pra fazer um inteiro. Então eu acabei desistindo e me acostumei a responder os emails que nos enviavam pelo próprio email e pronto.

Até que eu recebi um email recentemente do leitor Luciano Diaz perguntando o seguinte:

"Comecei a assistir baseball ano passado, e fiquei impressionado com a temporada que o Mike Trout teve esse ano. Mas toda vez que eu vejo algum comentário sobre o MVP da temporada, todo mundo fala que o Trout não pode ganhar o prêmio pois seu time não foi aos Playoffs. Isso não é injusto com o jogador que joga em um time ruim?"

Perfeito, era exatamente a desculpa que eu precisava pra fazer um post de 5000 palavras sobre quem foi o MVP da MLB essa temporada. E sim, vamos falar da AL como foco, mas não nasci com o dom da síntese, então tambem vou dar rapidos comentarios pro MVP da NL. 

Mas sobre a excelente pergunta do Luciano, eu achei interessante porque é um tema de intenso debate nas discussōes sobre MVP não só na MLB, como em todas as outras. Colocando a pergunta em outras palavras, "Até que ponto a performance do time deve afetar um prêmio individual?".

Eu não sei porque, mas eu sempre gostei do prêmio de MVP. Não acho tão legal na NFL, onde você tem uma posição que claramente é mais importante que as outras (Quarterback) e isso sozinho já cria um viés para toda a votação... E pra mim, a NBA é de longe a mais legal e mais interessante por parte do prêmio de MVP: Cinco jogadores em quadra, todos jogam contra todos ao mesmo tempo, todos jogam ataque e defesa, todos afetam o jogo de diversas formas, e em geral é fácil identificar o jogador mais valioso. E como o basquete é um jogo tão subjetivo, muitas vezes o jogador mais valioso não é o melhor, e essa diferença eu acho muito interessante. Em 2011, por exemplo, eu votei (e ainda voto) no Derrick Rose pra MVP por causa do seu impacto no time que ia muito além de estatiísticas ou jogo individual. O melhor jogador da NBA provavelmente foi Lebron James de novo, mas ele não era mais importante subjetivamente, em liderança e tudo mais, pro Heat do que Wade - tire Lebron do Heat 2011, coloque um ala mediano (Caron Butler?) no lugar e o time não perderia o ritmo. Troque Derrick Rose por Raymond Felton e o Bulls não passaria de 40 vitórias.

Pra MLB, o prêmio de MVP pode ser muito interessante ou muito chato. Afinal, o esporte todo pode ser medido e capturado em estatísticas fáceis de entender que nos dão muito aproximadamente o valor de cada jogador em cada aspecto do jogo (e sim, no geral também), o que ao mesmo tempo pode acabar com qualquer conversa ou começar uma nova. E a que fica, dessa vez (e ano passado também) é a do Luciano: Até que ponto a performance coletiva da equipe deve afetar um prêmio individual no esporte coletivo mais individual do mundo?

Pra conhecer melhor as estatísticas que usamos nesse post, recomendo ler esse aqui antes


Major League Baseball 2012 MVPs

Antes de nos perguntarmos "Até que ponto o desempenho do time deve afetar o julgamento da performance individual de um jogador num prêmio de MVP", a primeira pergunta que vem é... O desempenho do time DEVERIA afetar o valor individual de um candidato a MVP?

A minha resposta particular e curta: Sim. Porque o prêmio não se chama "Melhor jogador", e sim "Jogador mais valioso". Propositalmente, a interpretação de "Mais valioso" é deixada para quem vota, de forma a estimular discussōes na mídia e afins por parte dos votantes, e não existe nenhuma determinação "oficial" de como deve ser conduzida a votação. Mas pra mim, existe uma diferença entre aquele que é o melhor jogador, o que mais se destacou e produziu individualmente, e aquele que foi o mais valioso para o seu time.

Claro, esse tipo de diferença é mais fácil de notar em um jogo como basquete, que depende muito mais da influência que cada jogador tem nos seus companheiros. Por exemplo, Wilt Chamberlain tinha uma produção individual acima de qualquer jogador da Liga, mas Bill Russell tinha um efeito um milhão de vezes maior nos seus companheiros e nos seus times, e por isso ganhava o MVP todo ano (e sim, o título também). No baseball, um esporte individual disfarçado como esporte coletivo, esse efeito nos companheiros é muito menor e, quando existe (raro), difícil de observar.

E aí que entra minha interpretação pessoal de mais valioso. Porque o problema são essas duas palavras... "mais valioso". Não melhor, mas mais valioso... Pro seu time, acredito. Pra mim, o mais valioso é aquele que mais adiciona valor a alguma coisa que TENHA um valor próprio relevante. Por exemplo, vamos pegar a temporada passada da MLB como exemplo. Os dois melhores jogadores da temporada individualmente foram Jacoby Ellsbury e Jose Bautista, mas tanto Red Sox como Blue Jays perderam os playoffs (O Red Sox depois de um colapso nos jogos finais da temporada regular, o Jays ficou nos 50% a temporada toda). Enquanto isso, você tinha Justin Verlander tendo uma temporada ligeiramente inferior a esses dois, mas sendo o melhor e mais importante jogador de um time do Tigers que arrancou uma vaga na AL Central e chegou nos playoffs com status de candidato ao título. Então individualmente, Bautista e Ellsb foram melhores que Verlander. Mas se tirassemos Ellsb e Bautista dos seus times antes da temporada (ou na metade), o destino de Sox e Jays não teria mudado (e o Red Sox provavelmente não teria sido tão bom a temporada inteira pra ter um colapso histórico pra sofrer em Setembro) e ambos os times continuariam de fora dos playoffs. Mas sem Verlander, o Tigers estaria condenado ao quarto lugar na AL Central e total esquecimento. Por causa de Verlander, o Tigers ganhou a divisão, chamou a atenção da Liga inteira e virou o time que ninguém queria enfrentar em uma série. Pra mim, isso significa que ele foi mais valioso pro Tigers do que Ellsb e Bautista pra Sox e Jays - A presença dele teve um efeito muito maior no destino do seu time na temporada.

Por esse motivo, eu votei em Verlander pra MVP em primeiro, Ellsbury em segundo, e Evan Longoria em terceiro (perdeu boa parte da temporada, mas quando voltou foi o maior responsável por levar o Rays aos playoffs). O que não significa que as temporadas de Ellsbury e Bautista não foram valiosas ou não tiveram valor, é claro. As duas tiveram um grande valor, com certeza, mas a presença de Bautista fazendo o Jays ser 81-81 ao invés de 72-90 fez uma diferença muito menor do que Verlander levando o Tigers de 81-81 a 92-70, ganhando a divisão e transformando o Tigers em uma força na AL. Por mais que dois jogadores valham, digamos, 9 vitórias a mais pros seus respectivos times, essas 9 vitórias fazem uma diferença muito maior em um time que vai de 85 vitórias pra 94 e um que vai de 71 pra 80 vitórias. Por isso pra mim a diferença entre "melhor" e "mais valioso". É injusto "penalizar" um jogador pela performance do seu time, mas essa é minha interpretação, e afinal o que vale no final é aonde o time chegou: Ellsbury foi o "Melhor Jogador da MLB" em 2011... Mas Verlander foi o Jogador Mais Valioso da MLB em 2011.

Nesse contexto, e ainda de acordo com minha opinião, o MVP pode ir para um jogador de um time que não foi aos playoffs (afinal, sua temporada também teve seu valor) ou um time inferior de acordo com duas situaçōes: a) caso esse jogador tenha sido claramente muito superior  a todo o resto; e b) caso não haja um claro candidato num time que foi aos playoffs e que possa reclamar o prêmio. O peso de cada um desses pontos depende, claro, da situação em questão e é subjetivo a cada pessoa.

O que nos leva a Mike Trout. Trout, CF calouro do Los Angeles Angels (89-73, 4 jogos atrás do Wild Card de Rangers e Orioles), foi o melhor jogador dessa temporada por qualquer critério, na AL ou na MLB inteira. Na AL, ele foi o segundo em aproveitamento (.326) e terceiro em OBP (.399) e slugging (.564). Ele também liderou a MLB inteira em roubos de base (49) e foi o jogador que mais criou corridas com suas pernas (12.1, contra 8.0 do segundo colocado) na Liga, e foi um dos 20 melhores defensores de toda a MLB em UZR (10.6) mesmo jogando menos de 140 jogos (Trout também foi o líder em Home Runs roubados na MLB, com quatro, empatado com Coco Crisp). Ele se tornou o primeiro jogador na história da Liga a rebater 30 HRs, roubar 45 bases e anotar 125 corridas na mesma temporada... E ele fez tudo isso como calouro aos 21 anos. Mesmo jogando o começo do ano na Triple-A e jogando 139 jogos no total, Mike Trout terminou com o maior WAR de toda a MLB, 10.0, muito acima do segundo melhor (Buster Posey, na NL, com 8.0) e do segundo melhor da AL (7.8 - segure essa mais um pouco).

Historicamente, a temporada de Trout foi tão dominante que o último jogador a conseguir um WAR tão alto como o de Trout foi... Wait for it... O rei dos esteróides, Barry Bonds, que conseguiu 11.9 em 2004 (Btw, não tem como não achar algo errado aqui. Bonds rebateu .365/.609/.812 com 45 Home Runs... Aos 40 anos. Parece legítimo!). Descontando as temporadas obviamente dopadas de Bonds e Sammy Sosa, o único jogador desde 2000 a conseguir um WAR acima do de Trout foi Albert Pujols em 2003 com 10.1 (a melhor temporada da carreira de um jogador que muitos dizem que estará entre os melhores de todos os tempos quando se aposentar). Se você está contando, nessa temporada Trout foi a) O melhor jogador ofensivo da MLB (já chego lá); b) O jogador que mais diferença fez com as pernas; c) Um dos melhores defensores da sua posição na Liga; e d) Teve o maior WAR de toda a MLB por muito... E teve a temporada individual mais dominante da década (sem esteróides) depois de Pujols em 2003 (que jogou mais jogos, se normalizar por jogos Trout passa aquela marca). Pra mim qualifica como "Uma temporada claramente muito superior a todos os outros".

Agora vamos olhar pro jogador que muitos colocam como o MVP da temporada no lugar de Trout, Miguel Cabrera. Miggy virou a história do final da temporada, quando seus números permitiram que ele brigasse pra conquistar a Triple Crown, ou Tríplice Coroa (quando um rebatedor consegue a melhor marca da AL/NL nas três categorias estatísticas tradicionais, aproveitamento, Home Runs e RBIs), algo que não acontecia desde o lendário Carl Yastrzemski, AKA Yaz, do Red Sox, em 1967 (também conhecido como os Red Sox do Impossible Dream, ou Sonho Impossível). Muitos dizem não só que o Miggy merece o MVP pelos seus números ofensivos (.330/.393/.606, 44 HRs, 139 RBIs) e por jogar em um time de playoffs, mas alguns até chegam ao limite herético de dizer que ele foi melhor que o Mike Trout! Seu WAR? 7.1... Terceiro na AL depois de Trout e... Wait for it... Robinson Cano, com 7.8!

Eu já passei um post inteiro falando de estatísticas no baseball, e acho que não preciso repetir aqui porque a Triple Crown se baseia em estatísticas muito primitivas, e como HR e aproveitamento são duas medidas extremamente limitadas para medir o impacto de um jogador no bastão (OBP e SLG são muito melhores), e especialmente em como RBI é a estatística mais estúpida do Baseball e que não serve pra absolutamente nada por ser muito mais determinada pelo time que pelo jogador. Então por mais que simbolicamente a Triple Crown seja impressionante e um feito que não era alcançado em 45 anos, ela não pode ser usada pra justificar Miggy como MVP ou como melhor rebatedor da AL. Pra isso, vamos recorrer às estatísticas corretas pra verificar se Miggy foi mesmo, como se clama, o melhor rebatedor da Liga.

Na AL, Miggy foi o primeiro em aproveitamento (.330, logo acima dos .326 do Trout), quarto em OBP (.393, logo atrás dos .399 do Trout) e primeiro em Slugging (.606, dois acima do Trout, com .564). Comparativamente com Trout, sua stat line indica que ele teve uma temporada rebatendo, estatísticamente, UM POUCO superior, .330/.393/.606 contra .326/.399/.564. Como a mais importante das três é OBP, essa distância entre os dois é bem próxima nos números brutos, mas Cabrera seria um rebatedor um pouco melhor, certo?

Até que lembramos que, por mais que Cabrera jogue metade dos seus jogos num estádio mais favorável a arremessadores, ele ainda é consideravelmente mais favorável aos rebatedores do que o estádio do Angels, onde Trout jogou metade dos seus jogos. E como sabemos, o estádio influencia bastante, seja por clima, dimensōes, aberto ou fechado, etc. Enquanto o Comerica Park do Tigres é um estádio ligeramente abaixo da média para rebatedores, o Angels Stadium é o quarto pior estádio para rebatedores. E se você não pensa que isso influenciou os números brutos de Cabrera e Trout... bem, pense de novo. Usando duas estatísticas avançadas que levam em conta o estádio (OPS+, que eu já expliquei no outro post; e wRC+, Weighted Runs Created Plus, uma estatística que mede produtividade ajustada por estádio que é pouco intuitiva e por isso ficou de fora do post sobre estatísticas), o resultado é interessante: Trout lidera a Liga em OPS+ com 169, logo na frente do segundo colocado Cabrera, com 167. Em wRC+, Trout é o primeiro da Liga com 166, e Cabrera o segundo com 165. Até em wOBA (Weighted On Base Average) temos Trout em primeiro (.421) contra Cabrera (.417) em segundo. Então quando consideramos todos os fatores, incluindo estádio, temos que Trout foi o melhor rebatedor de toda a MLB, melhor que Cabrera ou qualquer outro. Por pouco... Mas melhor. Junte a isso o fato de que Trout é o sexto melhor defensor da AL (enquanto Miggy, com -10.0, é o pior 3B defensivo de toda a MLB) e o fato de que Trout foi o melhor jogador em bases da MLB (12.0) enquanto Miggy foi bem abaixo da média (-2,8)... E não tem a menor dúvida de quem foi o melhor jogador, por muito. Trout foi o melhor rebatedor por pouco, e aniquila Miggy com suas pernas e sua luva. Não tem - ou não deveria ter - conversa sobre quem foi o melhor.

E aí entra o fator time. Trout foi de longe o melhor jogador da MLB nessa temporada, mas o Angels caiu antes dos playoffs, enquanto o Tigers ganhou a divisão e foi aos playoffs (curiosamente, ganhando um jogo a menos que o Angels, 88 a 89). Isso é suficiente pra tirar o MVP de Trout e dar pra Cabrera?

E eis porque eu não aceito dar o MVP pro Cabrera: A meu ver, Cabrera não foi nem o principal jogador do seu próprio time. Pra ser um MVP (especialmente sobre um ano excepcional como o de Trout sob o argumento de que ele jogou num time de playoffs), você tem que fazer uma absoluta diferença no seu time acima de todos os outros na equipe, você tem que ser o jogador mais indispensável do time... Mas não foi o caso com Miggy. O jogador mais indispensável da equipe era Verlander, e é difícil falar que Miggy foi tão mais importante do que seus companheiros quando Prince Fielder (lider da MLB em OBP) e Austin Jackson (5.5 WAR, .377 OBP) também tiveram temporadas memoráveis. Não tão boas como Miggy, mas suficientemente boas pra justificar quando eu digo que Cabrera teve muita ajuda do seu time.

Inclusive, a temporada ofensiva do Miggy não foi tão boa quanto ela pareceu a primeira vista: Na verdade, foi a pior das suas últimas três temporadas (seu wRC+ de 165 foi menor que o 171 de 2010 e o 177 de 2011), ele teve o seu pior OBP em três anos (.420 e .448 em 2010 e 2011), seu aproveitamento caiu de 2011 (.344) e seu SLG caiu de 2010 (.622). Então a sua Triple Crown não veio  às custas de um salto de produtividade no bastão, pelo contrário, seu desempenho foi ligeiramente inferior ao dos dois ultimos anos (quando não entrou no top3 na votação pra MVP), com sua TC vindo mais do desempenho dos demais jogadores. E Cabrera não levou exatamente nas costas um time inferior, ele teve muita ajuda dos seus companheiros e não foi nem o jogador mais importante do seu próprio time. Ainda que indiscutivelmente Cabrera tenha tido uma ótima temporada, não consigo dizer que ele foi o MVP nessas circunstâncias. Mesmo raciocinio para o Cano, segundo melhor WAR da AL... Ele foi o melhor jogador do melhor time da AL, mas o Yankees é um time tão cheio de grandes jogadores e todos eles contribuem de forma tão importante e variada pra equipe que é difícil apontar um jogador só como sendo o mais valioso ou mais indispensável pro time. O Yankees poderia sobreviver a uma lesão de um mês do Cano? Hmm... Yeah, na verdade sim, porque tem muitos outros jogadores pra compensar sua ausência. Ele era o melhor, mas não indispensável.

Por isso tudo, pela absoluta dominância e números históricos do Trout, e pela falta de outro candidato claro nos demais times de playoffs da AL, eu tenho que ignorar aqui os times que foram aos playoffs e quais não foram e dar o prêmio pro jogador que foi de longe o melhor da MLB em 2012: Mike Trout, você é meu 2012' AL MVP.

Rapidamente, pra terminar, na NL não tem nem discussão pro MVP a meu ver. Entre os cinco candidatos (Buster Posey, Ryan Braun, David Wright, Chase Headley e Andrew McClutchen), apenas Posey jogou em um time que foi aos playoffs. Posey lidera a NL em aproveitamento, OBP e é o terceiro em SLG. Ele lidera a NL em wRC+ junto com Braun (162) e tem o maior wOBA. Ele também lidera a NL em WAR (8.0, contra 7.9 de Braun). Ou seja, Posey é o melhor jogador ofensivo da NL junto com Braun, e o melhor catcher defensivo da Liga não chamado Yadier Molina. Além disso, ele é o único candidato aos playoffs da NL que levou o time aos playoffs, pegando fogo quando o Giants mais precisou: Quando o time perdeu Melky Cabrera pra suspensão, Posey assumiu a liderança do time, rebateu mais de .400 AVG. e .450 OBP no final do ano (pós-All Star Game) e levou o ataque da equipe nas costas pra um título de divisão. Então Posey foi o melhor jogador da NL, melhor jogador ofensivo, excelente jogador defensivo, jogou num time de playoffs e ainda pegou fogo quando seu time mais precisou... E ainda joga no time do meu pai! Tem alguma discussão aqui? Buster Posey, 2012' NL MVP.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Palpites para a Semana 5 da NFL

Para quem não esteve ligado, o TM Warning viveu alguns dias agitados. Ontem mesmo tivemos um novo capítulo do Especial NBA - Isiah Thomas e Magic Johnson. E hoje cedo, colocamos no ar um podcast sobre os playoffs da MLB, com um pequeno preview das primeiras rodadas e palpites pro resto dos playoffs.

Bom, mas hoje também é sexta, o que significa que vamos ter três posts em dois dias, porque ta na hora dos palpites da rodada.

Como o tempo ta um pouco curto e eu já trabalhei muito no blog nesses últimos dias, não vou gastar mais do que o necessário em cada jogo, até pra ficar uma leitura mais ágil e dinâmica. Semana que vem a gente retoma o formato absurdamente longo habitual.

Entao vamos aos palpites, time da casa em caixa alta...


RAMS ganha do Cardinals

Esse palpite foi feito quinta feira antes do jogo via twitter (se não acreditam, só olhar meu pick'em no site da NFL), e escolhi Rams por uma série de pequenos motivos: Jogava em casa; a defesa do Cardinals estava desfalcada; a defesa aérea do Cards vinha de ceder mais de 400 jardas pro Ryan Tanehill; o Rams vinha de um bom jogo; e o Rams tem uma boa secundária, somado ao fato de que Kevin Kolb ainda não tinha sido Kevin Kolb na temporada, achei que era o jogo ideal pro Kolb ser ruim e o Rams ganhar por conta dos turnovers.

Bom, Kolb não lançou um monte de interceptaçōes como eu achei que iria, mas jogou mal, a linha ofensiva do Cardinals foi patética, o time de Arizona chamou uma péssima jogada numa 4th down crucial, e basicamente jogou muito mal o jogo todo. Nao que o Rams tenha jogado muito bem, mas uma bomba do Sam Bradford (que tambem nao foi bem) e a boa atuação da defesa selaram o jogo. Acho que todo mundo viu que o Cards é ok, mas não é tudo isso, né? E pensar que teve gente na NFL.com que disse que o Cardinals ia pro Super Bowl.

Btw, nenhum ataque passou das 280 jardas TOTAIS na partida, e o melhor jogador do ataque do Rams (Danny Amendoala) quebrou a clavícula. Numa nota relacionada, o jogo foi péssimo. Quem diria?


BENGALS ganha do Dolphins

O Dolphins é melhor do que muita gente esperava antes da temporada começar, mas ta longe de ser um bom time, Ryan Tanehill provavelmente vai exagerar na confiança e fazer um monte de besteiras, e o Bengals depende pouco do seu jogo terrestre (o que significa que a forte defesa terrestre de Miami naão vai ter tanta utilidade). Ao mesmo tempo, o Bengals é o "bom time ruim" da temporada 2012 da NFL: Aquele time que não é um grande time, mas que é consistente e consegue uma boa temporada vencendo todos os times inferiores do calendário. A defesa do Bengals sentiu demais a perda do seu Coordenador defensivo do ano passado e anda muito problemática, e o ataque terrestre não mostrou muita força, mas com um bom ataque aéreo e alguma consistência, eles tem aproveitado um calendário fraco pra começar bem a temporada. Enquanto o calendário continuar favorável, espero que o Bengals continue ganhando.


Packers ganha do COLTS

O Packers deu mostra de ser o velho ataque sobrenatural contra o Saints, mas infelizmente, era contra o Saints, então ainda é pouco pra ter alguma confiança na volta desse ataque. Numa nota relacionada, o Packers ainda tem Aaron Rodgers, então Green Bay não vai entrar em desespero tão cedo. Espero o Packers bom o suficiente pra vencer um fraco time do Colts, embora seja o tipo de jogo que eu odiaria apostar contra um Spread de, digamos, 7 pontos a favor de Green Bay, acho que o Lucas Oil Stadium e  Andrew Luck contra uma defesa suspeita podem manter esse jogo mais apertado do que deveria. 


Ravens ganha do CHIEFS

Então... O Chiefs meio que fede. E o Ravens, apesar das dificuldades contra o Browns semana passada e de uma defesa aérea que tem jogado muito mal, ainda é um excelente time com um bom ataque e uma boa defesa terrestre... E o Ravens não vai perder seu sono por causa dos passes do Matt Cassell tão cedo por mais que tenham visto Mick Vick e Brandon Weeden ter grandes jogos pelo ar contra suas defesas. Hmm, pensando bem, isso é um mau sinal. Mas não o suficiente pra me fazer mudar de ideia, ainda acho o Ravens o segundo melhor time da AFC atrás do Texans até o momento. E o Chiefs um dos três piores.


GIANTS ganha do Browns

Outra chance interessante pro Brandon Weeden causar estrago, dessa vez contra uma secundária muito desfalcada do Giants, especialmente se a decepcionante-até-aqui linha de frente do Giants (que no papel devia ser uma das melhores da NFL) continuar sem se achar dentro de campo. Ainda assim, o jogo é no MetLife Stadium e o Giants tem muito mais talento que o pobre Browns, que ainda estará sem o ótimo Joe Haden, suspenso. Não acho que o Giants vai ter dificuldades aqui.


STEELERS ganha do Eagles

Ainda não gosto muito do Steelers, ainda acho que a idade e as lesōes vão atrasar muito esse time, e acho que o ataque vai ser bem atrapalhado pela falta de uma linha ofensiva ou jogo terrestre (ou seja, mais um ano deitado na grama para o Big Ben). E eu sei que o Eagles está 3-1, mas não tem mostrado futebol americano pra isso, pelo contrário, tem perdido a bola muito ultimamente. Contra o Giants, uma vitória apertada às custas da incompetência do Tou Coughlin e de um erro de field goal no ultimo segundo, eles conseguiram passar o jogo todo sem cometer turnovers e isso ajudou em muito o Eagles a sair com a vitória, mas ainda parece a exceção e não a regra. 

Mas mais importante, o Eagles precisa dar um jeito (AKA um cérebro pro Andy Reid) de dar mais toques na bola pro LeSean McCoy. Nos três primeiros jogos do time, ele encostou menos de 20 vezes na bola, o que é ridiculamente pouco pra um dos melhores RBs da Liga. Contra o Giants, ele foi o principal jogador do time no segundo tempo passando de 100 jardas (só no segundo tempo) e fazendo várias jogadas explosivas. Além disso, a bola nas mãos de McCoy tira a pressão do Vick e pode ajudar o time a controlar os turnovers. Será que a vitória sobre o Giants ensinou a lição ao time?

*pensando*

Naah, eu duvido. O Andy Reid é teimoso demais. Por isso e pelo fato do Steelers jogar em casa, e pelo fato de que o Eagles é bem mais frágil do que seu 3-1 indica, eu vou com os metaleiros.


REDSKINS ganha do Falcons

Bom, meu amigo Bells palpitou essa semana que os três invictos iam cair. Eu não sou tão ousado, especialmente porque não vejo o Jets ganhando do Texans, mas acertei com Rams e acho que o Redskins tem uma chance.

O Falcons não pegou grande dificuldade até aqui, mas pegou times decentes com vitórias sobre o Chargers e talvez o Broncos. Mas eles mostraram fragilidade contra QBs atléticos (especialmente pela falta de pass rush) semana passada e só ganharam porque o Ron Rivera tomou uma péssima decisão de dar um punt numa 4th and 1 no final da partida passada. Acho que o Falcons é melhor do que aquilo, mas contra outro time com um QB atlético, fora de casa, e depois de Robert Griffin me impressionar mais uma vez... Acho que é hora da invencibilidade do Falcons cair nas mãos de Bob Griffin. Ei, eu fui 11-4 semana passada, tenho algum moral para arriscar, certo?? Pelo menos até eu terminar a semana 5-9 e voltar à realidade. Oh well...


PANTHERS ganha do Seahawks

O Hawks tem uma boa defesa, mas eles tem um problema: Nao conseguem fazer pontos. Ainda que ele seja carismático, inteligente e um grande lider de vestiário, o Russell Wilson não tem conseguido muito sucesso na NFL passando a bola. O Hawks disse que ia começar devagar no ataque para Russell conseguir assimilar melhor as coisas e crescer com mais calma, mas o time precisa pontuar mais e se Russell não está pronto pra dar o próximo passo no ataque, esse time não vai a lugar nenhum por mais que eu goste da defesa. Como Matt Flynn está supostamente machucado (embora não tenha sido limitado em nenhum treino, é o que diz o técnico Pete Carroll) e não deve entrar ainda, o Hawks vai continuar tendo problemas pra pontuar... Especialmente fora de casa, e contra um ataque dinâmico como o do Panthers, vai ser difícil ganhar se Russell não conseguir colocar pontos no placar.


Bears ganha do JAGUARS

Sim, Jay Cutler e o Bears são bipolares a ponto de dar raiva, um dia não conseguem produzir nada ofensivamente, e no outro estão dominando o Dallas em rede nacional. Btw, acho que eu não preciso falar de como o Bears deu sorte no meio da semana, e eu ainda estou desconfiado demais desse time no longo prazo... Mas contra o Jaguars e com a boa (e oportunista) defesa que tem mostrado até agora, esse é daqueles jogos que o Bears não vai precisar de um bom jogo de Cutler pra ganhar. Pense em Bears e Rams, que o Cutler nao passou das 200 jardas e teve só uma INT contra nenhum TD e mesmo assim o BEars ganhou com alguma tranquilidade. 


VIKINGS ganha do Titans

Os surpreendentes Vikings não são um time de elite, mas também não são um acaso: É um bom time, inteligente e bem montado que conhece suas forças e suas limitaçōes, e tem sabido usá-las com inteligência. Contra o Lions semana passada, o time não jogou bem e Christian Ponder pareceu mais o calouro confuso do ano passado do que o Quarterback eficiente das primeiras semanas, e ganhou principalmente por causa do PÉSSIMO time de especialistas do Lions. Sabia que o ST do Lions é o primeiro da historia da NFL a ceder um retorno pra TD de punt E kickoff em duas partidas consecutivas? Numa nota relacionada, eles perderam os dois jogos. Vai entender.

Mesmo assim, o Vikings jogou muito bem defensivamente e fez o que me faz ter confiança neles: O básico. Não tentou fazer o que estava fora do seu alcance e priorizou eficiência. O Vikings não vai perder para si mesmo, ponto. E contra um Titans sem Jake Locker e Kenny Britt... Em casa... Voces entenderam.

(Tava discutindo a teoria do "Bom time ruim" com um amigo meu essa semana, e ele acha que o BTR desse ano é o Viks. Eu acho o Viks melhor do que isso, mas está em jogo. Aguardemos...)


PATRIOTS ganha do Broncos

Não, eu ainda não confio em Peyton Manning: Seus passes não tem rotação, força nem parecem atingir o ponto que o QB quer. Seu braço está bem mais fraco do que antes e parece que seus passes flutuam muito mais do que deveriam. Então eu ainda estou descrente que Manning consiga realmente levar o Broncos a um novo nível e a ser um candidato real ao título (embora numa divisão bem fraca e numa AFC horrível onde 9-7 tem boas chances de te classificar pros playoffs, o Broncos tenha uma boa chance).

Agora você está pensando: "Se é assim,  como Manning passou pra 338 jardas e 3 TDs semana passada? Ta louco!? ". Bom, eu te digo como: O Raiders é um dos piores times com uma das piores defesas da NFL, e que em nenhum momento acharam uma boa ideia tirar os passes curtos de Manning e obrigá-lo a jogar com força. Assista os highlights, e Manning ganhou o jogo com passes de 8 jardas, e o Raiders nunca percebeu isso e ajustou. Em Denver, o braço fraco de Manning importa menos pelo ar rarefeito, mas... E em New England? Com essa defesa contra um time do Patriots que está vindo de uma linda "Eff-You!" performance semana passada? Não vejo Manning ganhando um shootout fora de Denver num time que provavelmente será inteligente pra obrigar Manning a lançar pro fundo. At all.


NINERS ganha do Bills

Lembra quando Mario Williams foi a primeira escolha do Draft na frente do Reggie Bush e todo mundo disse que o Texans estava louco, e que Williams nunca valeria essa pick? Foi a melhor coisa que aconteceu a ele: Ele se matou de treinar pra provar pra todo mundo que estavam errados e virou uma força na NFL. Mas pelo visto o contrato bilionário que o Bills ofereceu a ele ano passado teve o efeito contrário: Bem pago e firmado na Liga, parece que ele não tem mais interesse em jogar, e passou desapercebido em três dos quatro jogos do Bills na temporada até aqui. 

Aliás, sou só eu, ou tem algo errado com a linha defensiva do Bills? Eles tinham o DT All Pro Kyle Williams, draftaram ano passado o bom DT Marcell Dareus, e agora investiram pesado na offseason em dois DEs pra completar sua linha... E até aqui tem uma das piores linhas da NFL, que nao para a corrida nem coloca pressão no QB. Alguém percebeu que eles acabaram de tomar mais de 200 jardas terrestres do PATRIOTS?? Numa nota relacionada, o Niners acabou de vir de um jogo de 245 jardas terrestres contra o Jets fora de casa. So there!


SAINTS ganha do Chargers

Não acho esse time do Chargers horrível, mas tambem não acho confiável. Com uma boa defesa e numa divisão horrível, diria até que o Chargers tem boas chances de levar a divisão. Mas uma hora o Saints vai conseguir uma vitória nem que seja nas costas de Drew Brees... E em casa, com Sean Payton na torcida e Drew Brees prestes a quebrar o recorde de Johnny Unitas de mais jogos consecutivos com um TD (48, mais uma prova de que as estatísticas de passe estão fora de controle com as novas regras), acho que o Saints vai ter inspiração suficiente pra forçar o Chargers a um shootout, capitalizar nos erros do Phillip Rivers, e ganhar a partida. E tava na hora, 0-4 é osso.


Texans ganha do JETS

Nao vou perder o meu tempo nem o seu tentando justificar essa pick. Mas tem algo que me incomoda: Qual era mesmo o argumento contra o Tim Tebow como um QB titular na NFL, mesmo? Se não me engano, era que seus passes eram tortos e sem precisão, e que ele tinha dificuldade em ler a defesa na secundária, o que resultava num aproveitamento ruim e posses e bola desperdiçadas pela dificuldade de completar passes. E ele compensaria isso com improviso, suas pernas, tricky plays, liderança e tomando conta da bola, certo?

Bom, mas aqui está o meu problema: Sabia que o Mark Sanchez tem o pior aproveitando de toda a NFL e ta completando menos de 50% dos seus passes? Eu sei que não é só culpa dele, que o time acabou de perder seu único bom WR pro resto da temporada e que o time não tem jogo terrestre... Mas 49% fica difícil, especialmente juntando sua dificuldade de concluir jogadas e o numero de turnovers. Não da pra usar mais a justificativa do "Tebow tem um aproveitamento ruim nos passes!" pra deixar ele no banco, certo? Então porque não tentar? O Jets ta ferrado mesmo, perdeu seus dois melhores jogadores pra lesōes, o time não tem jogo terrestre, a defesa terrestre do time é péssima e não tem perspectiva de melhora. Tebow não vai salvar o Jets e levar o time ao Super Bowl (Será que... hmm... Naaaah), mas QB com aproveitamento ruim por QB com aproveitamento ruim, não vale a pena assumir o risco com o QB que pelo menos trás outras coisas pra mesa (mobilidade, improviso, liderança, protege bem a bola, e que ressuscitou o jogo terrestre do Broncos ano passado) e ver no que da? Pra mim Sanchez não dura mais duas semanas, especialmente com esse maldoso Monday Night à espreita. E btw, a tabela do Jets é muito fraca até o final da temporada, e como eu já disse, 9-7 pode dar um WC na AFC esse ano. Então... Porque não tentar? 


Week 3: 11-5
12' Season: 34-29-WTF