Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Depois do furacão...

"Essa não vai entrar e... O QUEEE??"


Eu tenho apenas uma regra na vida: Toda vez que Danny Green e Gary Neal são os melhores jogadores numa partida de Final de NBA que envolve pelo menos seis Hall of Famers, eu tenho que fazer um texto a respeito. Já que esse formato de tópicos funcionou (pra mim, pelo menos) muito bem depois do Jogo 1 das Finais da NBA, vamos reaproveitá-lo pra explicar o que mudou deste então pros Jogos 2 e 3.

Btw, um esclarecimento por precaução: NÃO, eu não odeio Miami nem torço pra San Antonio! Eu só não postei depois do Jogo 2 porque só fui ver o jogo depois e porque não tive tempo, não porque Miami ganhou. Então sem paranoia, ok?

Ok, vamos a isto...


Ajustes técnicos: Miami

Como eu disse antes, o Jogo 1 foi tão equilibrado e decidido nos detalhes que dificilmente ia exigir grandes ajustes de ambos os técnicos. Eu esperava alguns pequenos truques sendo adicionados e algumas jogadas novas pra confundir a defesa e/ou aproveitar melhor algum jogador, mas nada drástico ou radical enquanto não fosse necessário.

Até aqui, tem sido o caso. Achei o Jogo 2 um bom reflexo do Jogo 1 até certo ponto - Spurs sendo um pouco mais eficiente mas muito equilibrado - até que Miami encaixou uma sequência, San Antonio não conseguiu acompanhar a intensidade e o jogo abriu demais pra San Antonio recuperar. Achei que foi mais um caso de execução do que de ajustes.

O que não quer dizer que pequenos ajustes não tenham sido feitos. Em particular, dois chamaram minha atenção, duas jogadas de xadrez após o Jogo 1. Em primeiro lugar, Spolestra reconheceu bem a tática de San Antonio de "ignorar" alguns jogadores no perímetro pra congestionar o garrafão e colocar corpos no caminho entre Lebron James e a cesta, sobre a qual eu escrevi sexta. Eu frisei que Spolestra tinha que manejar melhor isso, usando lineups melhores pra espaçar a quadra ou então com movimentaçōes que melhor aproveitassem os jogadores que eventualmente fossem os alvos mais faceis pra defesa do Spurs. E achei que Spolestra fez um bom trabalho: Jogadores menos eficientes de longe começaram a ocupar mais a zona morta, deixando os mais mortais Ray Allen e Mike Miller ocupando as regioes menos eficientes de bolas longas. Muitas vezes, tambem, jogadores como Norris Cole começavam a se movimentar assim que a defesa afrouxava ao invés de esperar um passe, tornando a defesa mais desconfortável e muitas vezes forçando uma nova movimentação defensiva que tirava o Spurs do seu conforto original. 

A segunda que chamou minha atenção foi como ele tentou maximizar Dwyane Wade em quadra. Ao invés de deixar Wade andando perto do perímetro oferecendo um alvo fácil pra uma dobra, Wade começou a se movimentar mais perto da cesta quando estava sem a bola pra recebê-la em melhores condiçōes de finalizar imediatamente, evitando assim que o Spurs pudesse abandoná-lo defensivamente. Ainda que isso comprometesse um pouco o espaçamento que o Heat mais gosta, SPolestra sabia que tirar Wade não era uma opção e portanto tinha que fazer algo pra envolvê-lo melhor nas açōes do jogo, e foi o que ele fez. Wade é muito bom cortando sem a bola e funciona muito bem como um alvo móvel pra Lebron - o que funcionou bem no primeiro quarto de ontem, inclusive. Resta ver se ele vai ter energia pra fazer isso o jogo inteiro - não tem conseguido manter no segundo tempo.

Mas de novo, não acho que forma os ajustes de Spolestra que decidiram o Jogo 2. Eles ajudaram, tornaram o Heat mais eficiente ofensivamente (como se espera que aconteça), claro, mas pra mim o Jogo 2 foi decidido - assim como o Jogo 1 - em execução. O Heat começou a executar melhor suas jogadas, as bolas começaram a cair, San Antonio não conseguiu responder e as bolas pararam de cair (e eles tiveram bons arremessos pra estancar o sangramento que simplesmente não cairam) e Miami aproveitou pra sacramentar a vitória. Isso acontece no basquete e especialmente com um time como Miami, que vive muito dessas 9-0 runs.


Ajustes técnicos: San Antonio

Mas acho que isso foi suficiente pra Popovich decidir que podia ser arriscado continuar jogando de forma conservadora contra Miami. E também teve algo mais: Como eu escrevi também, o ataque do Spurs entrou na série respeitando a defesa de Miami e fez alguns ajustes pra evitar os grandes passes e as jogadas em alta velocidade com medo de que o atleticismo de Miami causasse turnovers e pontos fáceis em contra ataque. Mas o que Popovich percebeu foi que Miami estava muito mais problemas defensivos contra o ataque complicado de San Antonio do que ele esperava, e que ele podia explorar isso.

O que acontece é o seguinte: O ataque do Spurs é muito mais complexo do que um ataque comum de NBA, não pela complexidade das jogadas em si, mas porque ele inclui um sem-número de pequenas variaçōes, twists e improvisaçōes que fazem com que uma defesa tenha muito trabalho. Preste atenção nas screens que os big men de San Antonio fazem: As vezes elas são simples e diretas, outras elas envolvem duas screen seguidas em lados diferentes, outras são apenas falsas pra induzir a movimentação do armador, outras parecem ser falsas mas mudam de lugar no ultimo segundo... É uma infinidade de opçōes, nenhum ataque é melhor usando esses tweeks pra confundir os adversarios, e enquanto isso acontece com o ball handler, tem outras dezenas de screens acontecendo atrás deles pra mudar marcaçōes, abrir espaço e simplesmente causar confusão na defesa. É muito dificil defender isso eficientemente e precisa de uma defesa que esteja muito entrosada.

E o que aconteceu foi que o Miami começou a cair muito nessas movimentaçōes. Erros de comunicação, jogadores ficando perdidos no meio de tantas screens, ajudas vindo dos lugares errados nas horas erradas (e tambem simplesmente boa execução do Spurs) e basicamente Popovich percebeu que, quando o Spurs usava mais agressivamente esse tipo de jogada, a defesa de Miami estava quebrando com muita facilidade e não oferecendo o risco que ele esperava antes da série, gerando jogadores livres - em parte porque Miami esta tendo que mudar muito suas lineups de costume, em parte porque Mike Miller (que jogou muito pouco o ano) só agora começou a ganhar mais minutos junto dessas lineups e ele esta muito mais perdido do que se esperava defensivamente (especialmente em comparação a Battier), em parte por outro motivo que vou comentar mais tarde. Mas o Spurs, dessa vez, decidiu voltar ao seu estilo original de movimentação agressiva, passes rapidos e alta velocidade no ataque, e o resultado foi espetacular: San Antonio achou jogadores livres a noite toda, impos seu estilo de jogo, conseguiu bolas livres nos jogadores certos e basicamente fez Miami parecer o Bobcats defensivamente correndo atrás de jogadores que estavam sempre um passo à frente. Depois de conseguir apenas 16 assistencias em cada um dos dois primeiros jogos das Finais, San Antonio conseguiu 29 só no Jogo 3, e fez isso como se sente confortável: Rodando a bola, jogando em velocidade e arremessando de três. San Antonio perebeu a fragilidade defensiva que Miami estava mostrando, decidiu voltar a ser agressivo, e o resultado foi um massacre.

E pra mim essa foi a primeira vez, em toda a série, que eu achei que um time se mostrou superior ao outro: O ataque de San Antonio simplesmente deixou a defesa de Miami perdida, impôs seu estilo de jogo e abusou dos erros da equipe visitante. Pro Jogo 4, San Antonio provavelmente vai continuar explorando isso se a saúde de Tony Parker permitir, e Miami vai ter que melhorar defensivamente se quiser virar essa série.


Liçōes de Junho

Esse é um ponto importante que todo mundo lembra em Junho e esquece entre Agosto e Maio só pra ser lembrado em Junho de novo: Role Players IMPORTAM. Você não ganha as Finais com três jogadores: Você precisa de pelo menos oito, e precisa de jogos aleatórios de caras como Gary Neal pra continuar ganhando. Miami esqueceu isso em 2011 e perdeu pra um time de Dallas que teve contribuiçōes pontuais de jogadores como DeShawn Stevenson, Brian Cardinal e Ian Manhimi. Lembram do Jogo 6? Quando Miami embalou uma sequencia e tirou a diferença do placar, foi Brian Cardinal que fez uma excelente jogada pra criar um 3pt de Dirk Nowitzki, e foi Cardinal que na jogada seguinte cavou uma falta ofensiva importante em Wade. No final do terceiro quarto, foi Ian Manhimi quem pegou um importante rebote ofensivo e acertou um turnaround jumper at the buzzer. Você precisa de 9 jogadores pra ganhar um título, é simples assim.

Todas Finais parece que somos lembrados disso. Em 2011, Miami ignorou isso e perdeu as Finais porque Dallas teve ajuda de caras como Cardinal e Stevenson. Em 2012, Miami lembrou disso e foi campeão porque Shane Battier e Mike Miller tiveram grandes momentos nos playoffs e nas Finais. Em 2013, em três jogos já tivemos Mario Chalmers decidindo o Jogo 2 e Gary Neal e Miller duelando em bolas de longe no Jogo 3. É sempre assim: Quando a atenção começa a concentrar nas estrelas, você precisa que esses caras apareçam. É sempre assim, e sempre esquecemos isso assim que as Finais passam.


Danny Green

Eu não inclui Green ali porque acho que Green é melhor que isso. Na verdade, eu sou muito fã do Danny Green, acho ele não só um excelente role player, como também acho ele o jogador perfeito pra NBA moderna.

Na NBA atual, as três maiores comodidades que um time pode ter são as seguintes, em ordem: 

a) Um superstar (Lebron, Paul, Melo, Durant, etc)
b) Um big man capaz de causar impacto dos dois lados da quadra (Pense Marc Gasol ou Roy Hibbert)
c) Um jogador de perímetro que chute de três, defenda bem e ganhe pouco, o chamado DTA (Defense, threes, athleticism). Pense Green, Jimmy Butler ou Chandler Parsons.

Numa NBA com salary cap cada vez mais pressionando e onde o slash-and-kick ta virando cada vez mais a norma, um ala como Green (4M por ano de salario) capaz de acertar bolas de três, defender em alto nivel (ano passado nos playoffs ele marcou/engoliu Chris Paul, e tem marcado brilhantemente Wade e ate mesmo Lebron nas Finais), tomar boas decisōes e simplesmente executar multiplas funçōes em quadra é uma comodidade importantíssima pra qualquer time ter. E pra variar, foi o Spurs quem conseguiu achar o cara: Ele foi dispensado pelos Cavs, depois pelo próprio Spurs antes de receber uma segunda chance. 12 meses depois ele estava destruindo Chris Paul nos playoffs, 24 meses depois sendo o melhor jogador num jogo com Tim Duncan, Lebron James, Dwyane Wade e Tony Parker. Sensacional.


Tim Duncan

Sabe uma das minhas coisas favoritas sobre Tim Duncan? Eu assisto ele jogar a 10 anos. E mesmo que sua cara nunca mude, eu já atingi com ele aquele nivel de familiaridade que eu sei dizer exatamente que tipo de jogo ele está tendo, como ele está focado, que tipo de jogo ele quer ter. Não me pergunte como eu sei, são as pequenas coisas que você só adquire depois de passar anos e anos assistindo a um jogador como Duncan. Essa familiaridade é uma das minhas coisas favoritas sobre basquete.

E ontem ele estava em modo "De jeito nenhum nós vamos perder hoje!". Deu pra perceber isso com cinco minutos de jogo: Ele estava pulando em toda loose ball, estava batalhando em todos os rebotes, estava correndo pra cima e pra baixo, indo em todas as divididas no aro e assumindo a responsabilidade toda vez que o ataque estagnava. Eu sempre disse isso, mas Tim Duncan é um dos jogadores mais inteligentes da história da NBA, e ele sempre soube perfeitamente ler uma situação e saber exatamente o que ele tem que fazer. As vezes ele sabe que o time precisa que ele domine os rebotes; as vezes sabe que precisa que ele marque 35 pontos; e as vezes ele sabe que o time só precisa que ele proteja o aro, rode a bola, pegue rebotes, faça screens e deixe o resto pros seus companheiros. Ontem, Duncan entrou pra controlar o jogo, e ele o fez: Ele destruiu Miami perto do aro, atacou Chris Bosh e principalmente missmatches com velocidade, dominou os rebotes ofensivos, foi brilhante defensivamente e se esforçou mais que qualquer outro jogador. Ele estava mandando no jogo quando o Spurs começou a acertar bola de três atrás de bola de três e o resto foi história.

E aqui é onde Duncan acaba sendo injustiçado. Pessoas vão olhar pros seus numeros (12-14 em 29 minutos) e assumir que Duncan foi pouco importante pra vitória de San Antonio, que veio às custas dos seus arremessadores. E estarão errados: Duncan foi muito importante. Claro, Green e Neal foram os jogadores que definiram a partida a favor do Spurs, não estou discutindo isso. Mas tou discutindo o impacto que Duncan teve e não aparece nos números: Ele começou o jogo jantando Miami no garrafão, punindo trocas, jogando de costas pra cesta e atacando o aro com bastante fúria, o que fez Miami começar a prestar mais atenção no garrafão e aproximar sua defesa pra fechar em Duncan.. O que acabou abrindo espaço no perímetro pra Gary Neal e que deu ao Spurs mais espaço pra movimentar a bola. Quando Duncan percebeu que a movimentação de bola e os arremessadores estavam funcionando, Duncan mudou seu foco em quadra: Ao invés de pontuar e controlar o jogo, esse bom momento da equipe o liberou pra fazer outras coisas: Proteger o aro como ninguém, dominar os rebotes (especialmente ofensivos), achar companheiros livres, rodar a bola pro lugar certo na hora certa, fazer screens e em geral assumir o papel que melhor servia pro jogo do time no momento. Mas sempre com aquela singular intensidade pertencente a ele e só ele, aquele "Não vou deixar a gente perder de jeito nenhum!" silencioso, se manifestando menos em gritos e caras e sim em linguagem corporal e na forma como ele se jogava em toda bola, ganhava todo box out e 50-50 ball. Ele faz o jogo ser mais facil pra seus companheiros, e embora isso não apareça no box score, faz toda a diferença. Vou sentir falta de ver Tim Duncan jogar.

Oh yeah, ele também fez isso aqui. Todo mundo esquece de mencionar isso quando fala de Timmy, mas depois de Wes Unseld, Bill Russell e Bill Walton, ele é provavelmente o melhor outlet passer da história da NBA.




O que acontece com Lebron James?

Por mais que eu não queira exagerar nesse ponto - um ponto exagerado por si só já que Lebron é um monstro e tal - um fato fica: Lebron não tem sido o mesmo nessas Finais. Pros seus padrōes absurdamente altos, é claro, mas Lebron não tem jogado particularmente bem nessas finais tirando por uns 10 minutos do Jogo 2: Ele não está atacando o aro com a frequencia de costume, não está cavando faltas (apenas 6 FTs em tres jogos, inclusive nenhum no Jogo 3), e tem arremessado muito mais do que atacado a cesta. Ainda que seus passes continuem bons como sempre, ele simplesmente não tem sido tão eficiente e dominante como estamos acostumados, vindo da sua melhor temporada regular e de uma impressionante série contra o Pacers. E não me baseio em box scores: Estou me baseando em números e no que estou vendo, sua linguagem corporal e dificuldade pra atacar a cesta. Então sem querer exagerar nesse ponto, mas o que tem de errado com Lebron James?

Antes de eu dar minha opinião sobre o que está acontecendo, eu queria fazer um pequeno retrocesso sobre Lebron, desde 2011 até hoje. A questão é que, com Lebron falhando ao dominar as Finais desse ano (até aqui, claro), muitas comparaçōes com o patético Lebron das Finais de 2011 estão surgindo, algumas delas sérias. E eu acho essa comparação injusta, simplesmente porque a) Esse Lebron está muito melhor do que aquele; b) os motivos são totalmente diferentes. Mas pra deixar esse ponto em claro, vamos voltar a 2011 pra explicar o que mudou em relação a Lebron, e porque eu acho que são duas situaçōes totalmente diferentes.

Volte comigo para 2011. Miami acabou de massacrar Chicago, com grandes atuaçōes de Lebron contra o MVP Derrick Rose, e chegava nas Finais com status de franco favorito contra um time de Dallas que contava com apenas um All-Star (Dirk). Parecia uma questão de tempo até o Big Three de Miami conquistar seu primeiro título. E ai... Não aconteceu. Wade elevou seu nível, Lebron não fez o mesmo, e Dallas aproveitou isso pra roubar um Jogo 2 crucial (com Dirk sendo o melhor jogador em quadra de longe) e depois levar três seguidas (4, 5 e 6 os jogos) pra seu primeiro título. Enquanto isso acontecia, a história que chamou a atenção de muita gente era o 2-time MVP e suposto melhor jogador da NBA desaparecendo completamente de ação e deixando Wade jogando sozinho. Não foi apenas que Lebron estava jogando como sempre e apenas errando mais: Lebron não parecia o mesmo. Ele parou de atacar o aro, começou a arremessar muito mais de fora (onde não era confiável), se recusava a atacar marcadores como Stevenson e JJ Barea e as vezes, quando a bola caia nas suas mãos, ele sequer ameaçava uma jogada, fazendo um passe rapido pra quem estivesse perto como se estivesse jogando batata quente. Ele parecia uma criança procurando um metodo de se esconder em quadra. Dallas foi campeão, Dirk MVP, e Lebron recebeu (merecidamente) boa parte da culpa pela derrota.

O que aconteceu com Lebron? Bom, primeiro temos que dar crédito ao Dallas: Shawn Marion fez uma brilhante marcação e a defesa de Dallas (em especial Tyson Chandler) certamente teve a ver com isso, fizeram um bom trabalho. Mas não justifica o nível de passividade de Lebron e sua incapacidade de fazer estrago na série com todo seu talento. Pra mim, o que aconteceu foi simples: Psicologicamente, Lebron simplesmente quebrou. Ele simplesmente não estava pronto pra todo aquele nível de ódio e perseguição - maior do que qualquer jogador da NBA já sofreu na era da internet - e toda a pressão pra ganhar aquele título foi demais pra ele. Ele acabou assumindo um papel de vilão - que a mídia e a internet forçaram pra cima dele - que não era o dele e ficou realmente desconfortável, jogando pra mostrar algo pros outros ao invés de jogar pra si mesmo e pro time. Miami jogou a temporada inteira com mais atenção da mídia e mais pressão do que qualquer time. E eu acredito que essa pressão, nervosismo e constante exposição quebraram Lebron chegando nas Finais: Isso tudo acabou sendo maior do que Lebron - um garoto-prodígio que sempre teve tudo muito fácil desde pequeno - estava preparado para aguentar.

Vamos agora para 2012. Depois de abandonar sua identidade de "Vilão" e voltar a jogar basquete como gostava e não como queriam que ele jogasse (escrevi um post inteiro sobre isso apos as Finais de 2012), Lebron assumiu o comando do Heat e liderou a equipe aos playoffs. Mas depois de alguns desencontros, Miami se encontrou novamente e uma situação de extremo desconforto: Perdendo de 3-2 a série contra Boston, Miami tinha que ganhar o Jogo 6 contra um excelente time fora de casa depois de ter sido inferior em boa parte dos outros jogos. Vocês conseguem entender o que estava em jogo aqui pra Lebron? Se Miami perde aquele jogo, eis o que acontece: Lebron ia ser ainda mais questionado como um jogador incapaz de ganhar nada; a era Big Three em Miami seria oficialmente um dos maiores fiascos da história da NBA; pelo menos um dos três de Miami seria trocado (possivelmente uma troca Lebron-por-Dwight que prenderia James num fraco Orlando por tres anos); e o legado de Lebron seria pra sempre questionado. Eu não consigo lembrar, de cabeça, de um jogador do nível de Lebron que tenha enfrentado um só jogo com tanta coisa em jogo e tanta pressão. 

Vocês sabem o que vem depois: Lebron entrou em quadra com uma mistura de "Não vou deixar a gente perder!" e "Se for pra cairmos fora, vou cair fora do meu jeito, fazendo tudo que eu posso!", acertou arremesso atrás de arremesso, terminou o primeiro tempo com 30 pontos e fez praticamente tudo que era humanamente possível fazer pra ganhar um jogo. Foi uma das melhores performances da história dos playoffs num momento crucial da carreira de James. Olha, eu sou torcedor do Celtics e lembro de assistir aquele jogo tentando me enforcar com uma gravata, mas chegou um ponto onde eu simplesmente senti uma estranha aceitação, um conformismo perante um poder maior contra o qual não há o que fazer. Lembro de ter pensado "Holy crap, Lebron finalmente entendeu o quão bom ele pode ser, estamos todos ferrados!"... E eu estava certo. Duas semanas depois Lebron conquistou seu primeiro título em Oklahoma City terminando uma das melhores séries que eu vi um jogador jogar na minha vida.

Por isso eu não aceito e acho injustos os paralelos entre as Finais de Lebron 2011 e Lebron 2013. Lebron 11' quebrou psicologicamente diante da pressão, mas em 2012 Lebron teve um dos melhores jogos da historia da NBA justamente no momento de maior pressão da sua carreira! Sendo assim, e já tendo um primeiro título pra tirar a pressão, eu não creio que Lebron esteja cedendo psicologicamente mais uma vez ou que a pressão esteja sendo demais pra ele. Creio que o motivo é outro.

Claro que não estou falando que não exista pressão pra cima de Lebron e que esse nervosismo não esteja tendo nenhum efeito. Só que não acho que seja da mesma forma que 2011. O que eu acho que acontece em 2012 era o seguinte: Miami se reinventou em 2013 como um ataque devastador, baseado em muita movimentação, passes rapidos, espaçamento de quadra e bolas de três pontos. Era um ataque que abria espaços, transformava defesas em cobertores curtos e aproveitava o talento astronômico de Lebron James pra destruir quem estivesse pela frente. Eu via Lebron pontuando e parecia fácil: Ele se aproveitava de espaços, missmatches e bons passes pra pontuar como queria. Mesmo nas duas primeiras rodadas dos playoffs parecia ser o caso. Até que chegou a série contra o Pacers e tudo mudou: Bosh torceu o tornozelo e perdeu muita de sua eficiência, e Wade parecia incapaz de ser a força que mantinha defesas honestas. Battier saiu e Miami começou a ter que reinventar todo seu ataque e suas formaçōes no meio de uma série extremamente dificil contra Indiana. E a solução do Miami foi voltar seu ataque ao básico: Ao invés de uma serie de movimentos e passes calculados e inteligentes pra  abrir espaço, o Heat começou a contar com Lebron iniciando todas as jogadas e criando espaço pro ataque poder funcionar. Antes uma maquina que facilitava a vida dos jogadores, agora o ataque dependia totalmente de Lebron partir pra dentro, atacar a defesa, trombar no garrafão e fazer os passes certos pra seus companheiros. Nao era mais uma opção, era algo que começou a ser a unica alternativa do Heat em muitos momentos, e posse após posse, jogo após jogo, lá ia Lebron atacar Paul George ou Lance Stephenson, absorver contato de David West e Hibbert pra poder fazer o ataque funcionar.

E eu me pergunto se, depois de sete jogos extremamente físicos contra uma excelente defesa do Pacers tendo que criar e começar todo o ataque da equipe e ainda defender George do outro lado, se Lebron está fisicamente cansado. Eu vejo Lebron, nas Finais, um pouco mais lento que de costume: Não está sendo tão agressivo atacando a cesta e absorvendo contato; não está fazendo sua jogada patenteada de pegar um rebote na defesa, ligar o turbo e atravessar a quadra pra uma cesta; está arremessando mais e de forma mais relutante. A impressão que me passa, realmente, é que ele está cansado fisicamente depois da série contra o Pacers, sem ajuda de Wade e Bosh e de ter que levar o time nas costas por tanto tempo. O Jogo 3 foi um exemplo disso: Lebron começou agressivo, atacando, posting up e usando sua boa visão de jogo do post pra conseguir cestas fáceis. Conforme o jogo foi passando, Lebron parou de atacar tanto a cesta, e o Spurs percebeu, marcando ele a distância e desafiando ele a chutar. E ele obedeceu, errando arremesso atrás de arremesso. Mas o problema não são os arremessos, e sim a dificuldade dele de ir pra cima e achar espaço no garrafão. Ele arremessou como quem sabe que não é a melhor jogada, mas como alguém que não consegue fazer algo diferente. E ele sabe que, mesmo acertando arremessos livres, eles não são nem de longe tão eficientes quanto um ataque a cesta: Lebron acertou excelentes 46% de mid-range jumpers ao longo da temporada, mas pra alguém que acertava quase 70% dos seus arremessos perto do aro, é uma vantagem pra defesa se ele se resignar a esses jumpers. Além disso, tem outro fator: Jumpers de Lebron - especialmente enquanto o Spurs tiver convidando ele a arremessar e controlando os rebotes - não cria chances pros seus companheiros e não movimenta a defesa de San Antonio, não gera assistências nem cansa o Spurs. Enquanto Lebron continuar arremessando apenas, o Spurs sai vencedor dessa disputa. E não foi apenas no ataque: Defensivamente, o Spurs aproveitou pra atacar James com muitas screens e movimentos fora de bola, repetidamente pegando Lebron fora de posição ou atrasado numa rotação, o que forçava missmatches ou cestas fáceis. 

De novo, essa é apenas minha opinião depois de treês jogos - Lebron pode chegar amanha, meter um 43-9-9 e estar totalmente bem e tudo isso ter sido a toa. Mas soó estou registrando as impressōes que Lebron está me passando até agora, um jogador que está tentando fazer seu time vencer mas que esta sendo limitado pela sua exaustão física. Com certeza a excelente defesa de Kawhi Leonard tem a ver com isso, com certeza a brilhante defesa de Popovich e do Spurs (tanto a parte que eu falei sexta como a que eu escrevi hoje) está tornando a vida dele mais difícil (especialmente com Wade ainda com dificuldades), mas você espera que ele consiga passar por cima disso de alguma forma. Ele só me parece fisicamente limitado (de novo, pros padrōes dele) depois de uma responsabilidade anormal em sete jogos extremamente físicos.


O que isso significa?

Na prática, nada: San Antonio abriu 2-1 na série e ainda precisa ganhar dois jogos pra ser campeão. Como o Jogo 2 nos mostrou, uma goleada pode nada significar pro jogo seguinte, e quem acha que o Miami jogou a toalha está muito enganado. Tem muita água pra rolar ainda nessa série e duvido muito que Miami aceite essa surra passivamente, e com certeza Spolestra vai ter seus ajustes pra tentar melhorar sua defesa.

That said, eu tenho alguns comentários a fazer. A primeira coisa que me ocorreu quando vi o placar do Jogo 2 e a grande diferença no placar foi "Ai que a experiência e maturidade de San Antonio vai fazer a diferença, eles vão saber lidar com isso, evitar o nervosismo e entender que esse jogo não influencia em nada no próximo". No final, eu estava certo a esse respeito: San Antonio manteve a cabeça no lugar e entrou no Jogo 3 com a mesma calma de sempre e jogou seu jogo sem se deixar influenciar. Agora que a situação se inverteu, estou curioso pra ver como o Heat vai lidar com a pressão da goleada. O Heat não é tão cascudo e experiente como o Spurs, e está num momento muito mais delicado e dificil. Além disso, como o meu amigo Mugen lembrou, o Spurs teve a "vantagem" de jogar em casa depois da goleada de Miami no Jogo 2, um luxo que Miami não vai ter pro Jogo 3. Também existe a questão da situação dos times: San Antonio sabia que tinha cumprido sua missão em Miami e que estava em vantagem na série indo pra casa, enquanto que Miami está em desvantagem e precisa da vitória pra não se colocar num buraco. Não estou falando que o Heat vai ser perder de nervosismo e tomar um 120-50 na cabeça, claro. Só vai ser interessante ver como o Heat lida com isso num momento de adversidade.

Outra coisa que eu acho um pouco mais preocupante pra Miami: Pela primeira vez na série, eu achei que um time se mostrou claramente superior ao outro. Nos dois primeiros jogos, eu achei que ambos foram equilibrados decididos nos detalhes, em uma boa sequência de execução, alguma sorte ou azar em bons arremessos ou bolas espirradas, e simplesmente momentos que um time soube aproveitar melhor. Mas nos dois jogos eu achei que nenhum time se impôs sobre o outro, ambos os times souberam fazer o outro desconfortável e o jogo foi decidido em outras coisas. No Jogo 3 foi diferente: O Spurs impôs seu jogo sobre o Miami. Tanto ofensiva como defensivamente, Miami jogou o jogo do Spurs e foi vencido nele. Eu não digo isso apenas pelo placar, e sim porque se você pegar os lances importantes do jogo, o Spurs parecia estar sempre no controle dos dois lados da quadra. E mesmo que o Spurs tenha aberto essa vantagem graças aos absurdos de Green e Neal, Miami só se manteve no jogo porque Mike Miller chutou 5-5 de 3PT no primeiro tempo. Então se nos primeiros jogos foi uma questão de execução e bons momentos, o Jogo 3 foi um time impondo seu jogo sobre o outro e dominando dos dois lados. E o Heat vai ter que quebrar isso se quiser vencer o Jogo 4. Não estou dizendo que eeles não consigam ou que esse padrão do  Jogo 3 vai continuar sempre, mas é um wake-up call pra Miami: Mais um jogo assim e tudo pode ir pelo ralo.

Um ultimo pensamento: Eu sempre acreditei em basquete que grandes times conseguem sentir cheiro de sangue. Grandes times percebem quando um adversário está vulnerável e elevam seu nível de jogo pra fazer um statement, pra provar um ponto, pra arruinar a confiança do adversário pros proximos jogos ou próximos anos. Meu exemplo favorito: Celtics 86' contra Atlanta, Jogo 5, terceiro quarto: 36-6 no quarto, pontuado por uma 24-0 que até hoje é a maior dominação que eu vi (em video, mas whatever) na história dos playoffs. Mas voltando: Pra mim, ontem, o Spurs sentiu cheiro de sangue. Eu não acho que isso vá ter impacto mais pra frente além do que eu jaá disse ali em cima sobre como o Heat vai lidar com isso, mas eu sempre gosto de ver acontecendo. Se o Heat provou um ponto no Jogo 2, o Spurs devolveu com juros e correção.

E que venha o Jogo 4!!

5 comentários:

  1. Cara, são tantas coisas pra dizer que estou aturdido. Não vi o terceiro jogo ao vivo, assisti depois. Talvez saber o resultado antecipadamente influencia minha percepção, mas não a análise.
    Eu comentei agora há pouco no Bala na Cesta que o LeBron é tão bom que as pessoas já queimaram a língua no passado criticando ele, e depois da última temporada todo mundo tem medo de criticar de novo. Mas é um fato incontestável que ele tá jogando muito menos do que pode. Não é preciso ser analista pra saber isso, até os fan boys ou os haters tapados conseguem ver. E na verdade ele tem sido ainda pior do que os números dele representam porque boa parte desses (modestos pros seus padrões) números ele conseguiu jogando contra os reservas nos dois jogos que foram resolvidos no terceiro período, ou seja inflacionou estatísticas em garbage time.
    Mas poucos estão dando o crédito à defesa do Spurs por isso. Preferem ver o James indo mal do que o San Antonio indo bem por cercar o ala e diminuir suas possibilidades. Ainda bem que nem todos cometem esse erro.
    Defendo desde o começo da série que a discrição do James não é medo ou pipoca dele, e sim uma tática muito bem realizada pelo Pop que está surtindo efeito. Aliás, era isso que eu ia comentar no post passado. o LeBron está evitando atacar o Kawhi Leonard de frente, mas mesmo quando decide encarar a marcação o resultado não é bom, porque surge uma dobra, uma cobertura, um engarrafamento na frente da cesta e nas linhas de passe mais privilegiadas. Isso tá tirou ele da zona de conforto e está fazendo ele vacilar.

    Outra coisa que eu comentei logo depois em vários veículos e choveram respostas exaltadas depois do jogo 2 foi que o resultado final não representou bem o jogo e o placar elástico passou uma impressão errada sobre uma suposta dominância do Heat. Era um jogo igual e totalmente aberto até 4m faltando no terceiro, quando o Heat fez um 9-0 até o final do período e depois emendou mais uma boa sequencia no começo do último. Dali pra frente foi um garbage time em que os titulares do heat jogaram quase 5min com os reservas do Spurs e alteraram o que seria uma boa vitória pra uma surra no placar.
    Mas o jogo de ontem foi diferente. O Spurs foi melhor do começo ao fim e os poucos bons momentos do Heat foram rapidamente sufocados e respondidos pelo SAS.

    Agora, o velho clichê de que está tudo aberto ainda e o outro clichê de que se o Spurs ganharem amanhã é mão na taça.

    Pra terminar, uma boa pergunta Victor:
    Se o Spurs ganhar o título, quem deve ser o MVP? Parker detonou até aqui nos playoffs, mas o físico e a marcação forte do Heat fez ele ser discreto nos dois últimos jogos. Duncan foi bem nos jogos 1 e 3, mas o foco do jogo mais no perímetro do que no garrafão e sua contribuição silenciosa afasta ele um pouco dos holofotes. Manu tem sido apenas regular. Green vem jogando demais dos dois lados da quadra. E por fim Kawhi Leonard tem ficado com a mais ingrata tarefa de defender james e tem sido brilhante. Além disso está indo muito bem nos rebotes e contribuído decentemente no ataque, exceto por ter errado umas bolas de 3 livre no jogo 1. Será que a Liga teria coragem de dar o MVP pra um jogador que não seja Duncan ou Parker?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu tomo cuidado ao criticar o Lebron pra critica nao ser confundida com a mania que as pessoas tem de achar coisa pra criticar em tudo que ele faz, sempre quero deixar claro que estou comparando com os altissimos padrōes do proprio Lebron. E concordo quanto ao jogo 2, o resultado não correspondeu ao jogo. Nao tou falando que o Heat ganhou só por sorte ou que nao merecesse vencer, mas achei que o placar enganou pra quem não viu o jogo.

      Sobre sua pergunta, eu QUASE fiz um tópico aqui no post com essa pergunta, deixei pra depois porque o post ficou meio longo já e porque achei precipitado. Eu até brinquei no twitter que o MVP das Finais, se o Spurs ganhasse, devia ser o Popovich ou que deviam dividir o premio entre todos os jogadores do San Antonio, porque realmente a força desse time vem do seu jogo coletivo. Acho possível que o DAnny Green roube o MVP dependendo de como forem as eventuais duas ultimas vitorias do Spurs, ele ta jogando demais, mas eu ainda votaria no Duncan por tudo que ele representa pro Spurs nas pequenas coisas e na defesa. Mas se o Spurs for campeão, dependendo de como forem as coisas, eu consigo ver Green ou até Leonard recebendo o MVP.E na verdade, isso é, no fundo, um elogio ao Spurs.

      Excluir
    2. Haha, dar o MVP ao Pop seria épico!

      Outra coisa: eu acho o James um jogador sensacional que se decidir largar o basquete logo depois das Finais já terá escrito seu nome (positivamente) na história. Mas de fato, apesar de ele ser bastante técnico, inteligente e esforçado, ele se sobressai é no descomunal poder físico mesmo. Quando o físico falha ele se torna um pouco mais comum. Será que ele conseguirá reinventar seu jogo depois que o físico abrir o bico, como o Duncan?

      Nuss cara, agora que eu vi que seu nome é Vitor e não Victor *facepalm*.

      Excluir
  2. Concordo com tudo no texto ... Por coencidência hoje no trabalho estava comentando com o pessoal que:

    - Lebron não está amarelando, parece que ele está sentindo a defesa que desde o chicago e pacers vem cansando ele (cada um de seu jeito), lembrando que ano passado ele já sofreu de caimbras nas finais(provando que ele é humano)

    - Os jogos estão "equilibrados " mas o San Antonio é que está ditando como vai ser jogado até agora (Esse é o que eu considero o maior trunfo nas finais).

    - Ontem o San Antonio simplesmente deu a linha de 3 pro Lebron arremessar, o Kawhi Leonard chegou a dar um passo pra trás pro Lebron ter espaço , e ele pareceu entrar num loop (eu arremesso e entro na estratégia do Pop ? ou não arremesso e passo mas também faço o que Pop quer que eu faça? )

    - Essas finais estão muito melhores que a do ano passado em que o Thunder claramente não tinha chances contra o Heat, já esse ano tanto o Heat como o Spurs podem levar a taça e os jogos estão muito mais divertidos de se assistir..





    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Só discordo de o Thunder claramente não ter chances. O único jogo fácil foi o jogo 5, e nem foi realmente fácil assim.
      Todos os outros foram complicados, e o Thunder poderia ter aberto 2-0 se o Durant não erra uma bola de curta distância que normalmente ele acerta de costas com uma mão amarrada (e teve falta não marcada do LeBron sobre ele no lance). Os jogos 3 e 4 foram apertados e cheio de alternâncias de liderança.

      De resto, penso igual.

      Excluir