A tranquilidade no olhar de quem ganhou um prêmio no TM Warning
Se você está chegando agora: sim, o Two-Minute Warning está de volta!!
E é hora de fechar de vez nossa cobertura da temporada regular 2017 da NBA antes de mergulhar de vez nos playoffs - que aliás estão ótimos. Tirando as duas varridas (e uma delas, de Cleveland, bem mais difícil do que parece pelo placar final) e mais OKC-Houston, todas as séries dessa primeira rodada estiveram empatadas em 2-2 em algum momento. Então não falta assunto. Mas, antes de entrarmos de cabeça nisso, primeiro vamos terminar a cobertura prometida dos Prêmios de Fim de Ano da NBA.
Para quem perdeu, nós começamos essa cobertura falando dos prêmios individuais da temporada da NBA. Ou seja, foi uma coluna inteira discutindo os seis prêmios individuais do basquete: Defensive Player of the Year, Rookie of the Year, Coach of the Year, 6th Man of the Year, e Most Improved Player... e claro, a tão discutida e debatida disputa pelo prêmio de MVP. Simplesmente não me foi possível não dar meus palpites e minha visão em uma questão tão debatida, e foram 8.000 palavras explicando meu ponto de vista.
Depois, semana passada, falamos dos Times Ideias da Temporada - ou seja, os três First Teams All-NBA, os dois All-Defense Teams, e os dois All-Rookie Teams, uma visão geral sobre a temporada no formato desses prêmios.
Então nossa cobertura acaba hoje, com a terceira parte desse Especial: hora de falar dos prêmios "alternativos" da temporada.
Ou seja, esses são prêmios que realmente não existem. Mas isso não me parece um motivo bom o suficiente para não falarmos a respeito deles. Qual o problema de criar mais uns prêmios e gerar mais uns debates instrutivos e/ou divertidos? Não é exatamente uma grande novidade. Meu site favorito, o Bola Presa, tem seus próprios prêmios alternativos de temporada, e outro dos meus escritores favoritos, Bill Simmons, também já deu suas próprias sugestões de prêmios "novos" para a NBA.
Então é hora de criar os meus próprios. Vamos ver quem vence cada um deles - e aliás, estou totalmente aberto a sugestões para novos prêmios alternativos. É só deixar nos comentários.
Parte I: Prêmios individuais da temporada
Parte II: Times ideais da temporada
Parte III: Prêmios alternativos
Let's rock.
Drazen Petrovic Award - Melhor Jogador Estrangeiro
Um dos prêmios criados pelo Bill Simmons, o Drazen Petrovic Award foi concebido pelo Simmons como um prêmio para homenagear o melhor jogador europeu da temporada e, ao mesmo tempo, honrar a memória de um dos pioneiros no influxo de jogadores estrangeiros, o genial Drazen Petrovic, jogador de Blazers e Nets que faleceu cedo demais em um acidente de carro (para quem tiver interesse, recomendo o documentário Once Brothers, da série 30-for-30 na ESPN).
O Drazen Petrovic Award que eu
E sim, eu sei que isso abre margem a todo tipo de polêmica e interpretação: Kyrie Irving nasceu na Austrália, mas joga pela seleção dos Estados Unidos. Ele é qualificado para o prêmio? Então eu criei um critério muito simples: é elegível para o prêmio quem eu achar que é. O prêmio é meu, o site também, então eu que mando. Me processem.
E o legal desse prêmio é que, com a globalização da NBA, nós hoje temos um volume maior do que nunca de bons jogadores estrangeiros, incluindo algumas verdadeiras estrelas para assumir a tocha deixada por caras como Steve Nash e Dirk Nowitzki (dadas as devidas proporções, claro). Dois jogadores entraram no meu 2nd Team All-NBA (Giannis e Gobert), e um terceiro (Marc Gasol) entrou no 3rd Team. Goran Dragic poderia facilmente ter entrado em um ano menos competitivo. Karl Anthony Towns e Jokic são duas das mais jovens e promissoras estrelas da liga. Andrew Wiggins ainda é um jovem de enorme talento, e Embiid vai dominar a NBA se um dia conseguir ficar saudável. E isso sem falar nos jogadores que podem não ser estrelas, mas são jogadores titulares de bom nível, como Tristan Thompson, Ricky Rubio, Danilo Gallinari, Steven Adams, Al Horford; ou mesmo jovens talentos promissores, como Buddy Hield, Jamal Murray e Dario Saric. O futuro do Drazen Petrovic Award promete.
E se Nash e Nowitzki dominaram o Petrovic pela década passada, e a década de 2010 já viu mais competitividade (com vitórias de caras como Tony Parker, Marc Gasol e Joakim Noah), parece que estamos vendo o surgimento de outro cara para dominar esse prêmio por anos em Giannis Antetokounmpo. Eu já falei demais sobre o grego nas colunas passadas, então não vou me prolongar demais no assunto, mas sua emergência como uma estrela foi um dos assuntos mais interessantes do ano, e embora o Drazen Petrovic seja um prêmio de temporada regular, Giannis está tendo também um grande destaque na pós temporada. É possível que essa ascensão meteórica de Antetokounmpo acabe tornando esse prêmio redundante para os próximos anos, mas por enquanto o grego aparece como a melhor opção em um ano absurdamente forte para esse prêmio.
Ballot final: 1. Giannis Antetokounmpo; 2. Rudy Gobert; 3. Marc Gasol; 4. Karl-Anthony Towns; 5. Nikola Jokic.
Steve Nash Award - Jogador Mais Divertido
Outro dos prêmios alternativos criados pelo Bill Simmons foi o Doc J Award para o jogador mais empolgante da temporada, homenagem ao lendário Julius Erving, famoso por suas enterradas e por ser de longe o jogador que as pessoas mais queriam assistir na NBA (e na ABA também).No entanto, depois de pensar a respeito, eu decidi mudar esse prêmio de "Jogador Mais Empolgante" (ou exciting, no original) para "Jogador Mais Divertido". Nessa época de internet, redes sociais, Twitter, GIFs e Vines (RIP), tudo que é "Excitante" ou "Empolgante" vai parar muito rápido na nossa frente e é repetido dezenas de vezes. Qualquer enterrada, game-winner, jogada de efeito ou algo assim já fica muito exposta, então não tem muito sentido realmente dar um prêmio e escrever uma coluna a respeito.
Então eu mudei um pouco e coloquei o prêmio para o jogador mais divertido, por um motivo parecido: se ficou fácil demais para nós vermos as jogadas mais empolgantes no dia a dia, esse excesso de exposição, a facilidade de ver todos os jogos ao mesmo tempo e o fácil acesso a dados e estatísticas, acabou ficando menos significativo a totalidade do jogo de um jogador. E isso inclui a experiência de assistir aquele jogador: Steve Nash dava passes fabulosos que iam parar em qualquer vídeo de highlights, sem dúvida, mas não é só por isso que ele é meu jogador favorito. Seu jogo envolvia todo tipo de inteligência em quadra, visão de jogo, velocidade, movimentação de bola, e um monte de coisas que faziam de assistir cada minuto dele em quadra uma experiência divertida. Então eu preferi adaptar esse prêmio - e elogiar meu jogador favorito no processo.
Esse ano, Russell Westbrook é um bom exemplo do que diferencia o Doc J Award do Steve Nash Award. Se o prêmio fosse o Doc J, Westbrook seria o único candidato possível. Ninguém nessa temporada consegue igualá-lo no quesito "jogador mais empolgante": sua enterradas fantásticas, jogadas impossíveis, números impossíveis, suas sequências de total dominação, os jogos absurdos nos quartos períodos para virar partidas quase sozinho, tudo isso fez de Westbrook o jogador mais polarizador da temporada e aquele que mais nos fez mudar de canal para assistir algum momento empolgante. Ninguém esse ano evocou mais esse sentimento de "Meu deus eu preciso ver isso!" do que ele.
Mas ao mesmo tempo, eu não realmente achava divertido assistir Westbrook jogar. Em meio a todos os momentos absurdos, jogadas fantásticas, enterradas impossíveis e demonstrações sobre-humanas da sua capacidade atlética, tinha um número absurdamente grande de jogadas estagnadas, arremessos forçados, muitos lances de um único jogador driblando sem propósito, e por ai vai. E assistindo aos jogos, esses lances são a maioria, de forma que a experiência de assistir aos melhores momentos de Westbrook era fantástica, mas assisti-lo jogar consistentemente não era nem de longe tão divertido. Essa é a vantagem dos highlights: eles tiram a parte ruim e nos deixam apenas com a parte boa, que é o que a grande maioria dos fãs de esportes quer ver. Mas a minha ideia nesse prêmio não é essa: é premiar o pacote completo.
Esse prêmio então vai para o novo queridinho da NBA, Nikola Jokic. Jokic é um dos melhores passadores da NBA, e sem dúvida é a parte do seu jogo que mais chama atenção e aparece em todos os highlights. Sério, olha esse vídeo...
E esse...
Ai ai...
Onde estávamos? Ah sim, Nikola Jokic. Embora seus passes realmente sejam a cereja do bolo e ponto alto dos jogos de Denver, assistir Jokic é uma experiência muito boa do começo ao fim porque existe muito mais acontecendo do que só isso. Suas habilidades de passe abrem um novo mundo de possibilidade para Jokic e para o resto do time - de repente todo mundo está correndo em transição, fazendo o passe extra, jogando fora da bola SABENDO que caso se desmarque o passe virá (o exato oposto do que via com OKC as vezes, por exemplo). Parte do jogo de um jogador é como ele afeta seus companheiros, e Jokic se tornou o maestro de uma fantástica sinfonia que foi o melhor ataque da NBA depois que o sérvio virou titular.
E a verdade é que tem algo em Jokic que eu adorava em Manu Ginobili em outros tempos: tudo no seu jogo parece um pouco diferente do resto. Até a jogada mais simples - uma bandeja, um corte para a cesta - parece acontecer de forma diferente, em um ritmo diferente dos demais. Suas mudanças de decisões em frações de segundo NO MEIO DA JOGADA, suas bandejas e passes, seu hábito de pegar a bola e fazer a jogada toda com uma mão só que já ganhou comparações a um jogador de Polo Aquático. As vezes parece até que o cérebro de Jokic funciona mais rápido que seu corpo, e acaba causando alguma descoordenação... até que você percebe que isso também abriu um ângulo que ninguém mais enxergava para uma bandeja com uma mão só. Eu adoro assistir esses jogadores - eu vejo basquete faz mais de 13 anos, e adoro quando aparece alguém que me faz perceber que ainda existem coisas novas para se descobrir na quadra de basquete. Para mim, não houve jogador mais divertido de assistir em 2016/17 que Nikola Jokic.
Ballot final: 1. Golden State Warriors; 2. Washington Wizards; 3. Denver Nuggets; 4. Houston Rockets; 5. Miami Heat
(Menção honrosa para Dwight Howard, que jogou bem pelo Hawks esse ano e por isso não é elegível para o prêmio, mas parece sempre afundar seus times por onde passa nos últimos anos. Será coincidência que o Rockets voltou a ser um dos melhores da NBA quando ele saiu?)
Pior tank da temporada: Los Angeles Lakers
E a verdade é que tem algo em Jokic que eu adorava em Manu Ginobili em outros tempos: tudo no seu jogo parece um pouco diferente do resto. Até a jogada mais simples - uma bandeja, um corte para a cesta - parece acontecer de forma diferente, em um ritmo diferente dos demais. Suas mudanças de decisões em frações de segundo NO MEIO DA JOGADA, suas bandejas e passes, seu hábito de pegar a bola e fazer a jogada toda com uma mão só que já ganhou comparações a um jogador de Polo Aquático. As vezes parece até que o cérebro de Jokic funciona mais rápido que seu corpo, e acaba causando alguma descoordenação... até que você percebe que isso também abriu um ângulo que ninguém mais enxergava para uma bandeja com uma mão só. Eu adoro assistir esses jogadores - eu vejo basquete faz mais de 13 anos, e adoro quando aparece alguém que me faz perceber que ainda existem coisas novas para se descobrir na quadra de basquete. Para mim, não houve jogador mais divertido de assistir em 2016/17 que Nikola Jokic.
Ballot final: 1. Nikola Jokic; 2. Giannis Antetokounmpo; 3. Isaiah Thomas; 4. John Wall; 5. Ricky Rubio.
League Pass Award - Time mais divertido
Se temos um prêmio para o jogador divertido, nada mais justo que para o time mais divertido também tenha. Qual é o time que mais da gosto assistir? Qual é aquele time que é garantia no seu League Pass todas as vezes que ta em quadra?
Infelizmente, no entanto, aqui não vamos ter novidade: o atual bicampeão do prêmio, o Golden State Warriors, leva esse ano de novo.
Se Golden State levar o título esse ano, eu prometo escrever uma coluna muito mais detalhada e indo muito mais a fundo a esse respeito, mas assistir a Golden State esse ano foi uma experiência fantástica por dois motivos diferentes. Um, claro, é nível de jogo. Eles são simplesmente bons demais. Objetivamente, o time é tão bom quanto, senão melhor, que o que ganhou 73 jogos ano passado (o saldo de pontos foi melhor, inclusive). Eles perderam profundidade, mas adicionaram um dos 3 melhores jogadores da NBA e ficaram mais versáteis. E além da excelência, que sempre é divertida, Golden State joga em um estilo particularmente divertido, muito veloz, inteligente, cheio de passes, jogadas de efeito, trocas de posição e simplesmente um excesso de grandes jogadores.
Mas esse é um aspecto, curiosamente, que Golden State foi inferior ao que foi nas últimas duas temporadas. Seu estilo esse ano foi, embora ainda criativo e brilhante, um pouco mais pragmático e eficiente - algo bom do ponto de vista prático, mas perdendo em entretenimento. Entretanto, Golden State também passou esse ano por difíceis adaptações e mudanças para lidar com sua nova superestrela, e ISSO foi uma parte muito divertida da sua temporada. Tanto na parte de adaptação, como depois de adaptado ver Golden State mudando facilmente entre esses diferentes estilos, isso propiciou uma diversão única essa temporada, e ver esse tipo de coisa sendo feita por jogadores do nível de Klay, Curry, KD, Draymond, Iguodala e cia foi um prazer especial para um nerd de basquete que nem eu.
Foi mal para o resto da NBA, mas não existe nada tão divertido quanto GSW nos seus melhores dias.
(Ps. Miami Heat foi #2 do meu ballot e acabou caindo por causa da primeira metade da temporada, que foi muito ruim. Mas contando apenas a segunda? #2 fácil).
LVP - O Jogador Menos Valioso
O engraçado desse prêmio é que quando eu falo no Jogador Menos Valioso, as pessoas confundem com "pior jogador da NBA" e começam a falar jogadores do fundo do banco que raramente entram em quadra. Mas você não pode ser o jogador menos valioso se não está entrando em quadra e efetivamente atrapalhando seu time: muita gente gosta de falar mal do Kyle Singler, por exemplo, e realmente ele não é muito bom. Mas Singler só jogou em 32 jogos e 385 minutos, sendo a maioria deles garbage time - quanto ele realmente prejudicou OKC nesse tempo? Bem pouco. Então eu não quero um jogador ruim, eu quero um jogador que tenha genuinamente prejudicado seu time na temporada por existir, seja por jogar mal, seja por forçar alguma mudança coletiva da sua equipe que foi custosa.
E o vencedor desse prêmio, para mim, não pode ser outro senão Andre Drummond.
Isso pode parecer estranho para um jogador que teve média de 13.2 pontos e 13.6 rebotes por jogo, com 1.1 toco e 1.5 roubos de bola, e 53 FG%. Mas assistir a Drummond era o exato oposto do que os números superficiais indicam. Em seu quinto ano de NBA, o pivô parece ter involuido de forma impressionante. Drummond ainda vai pegar um monte de rebotes e ter seus jogos de 20 pontos, 20 rebotes, mas seu jogo simplesmente estagnou e começou a contagiar todo seu time. Sua defesa é simplesmente um desastre: apesar de todo seu tamanho, força e capacidade atlética, Drummond é um dos piores defensores da NBA inteira, inclusive sendo 54th entre 59 defensores qualificados em proteção de aro. É um festival de posicionamento errado, más decisões, leituras ruins que fazem de Drummond ser uma âncora defensiva em um significado muito mais literal do que Detroit gostaria.
Ofensivamente, sua falta de jogo ofensivo também começa a cobrar seu preço conforme times ficam cada vez mais conhecedores de como defendê-lo. Drummond não consegue fazer nada além de pegar a rebotes ofensivos e dar enterradas: não tem jogo de costas para a cesta, não é um bom passador, não ataca o aro batendo bola, não arremessa, e mesmo quando pega a bola mais longe do aro tem dificuldade de botar a bola no chão e tomar uma decisão. E mesmo quando está perto do aro, sua falta de lance livre (38.6%) faz com que seja uma opção muito fácil descer a mão em Drummond e enviá-lo para a linha do lance livre.
Parte disso é culpa do elenco ao seu redor, mas do jeito que está hoje, Drummond não contribui em nenhum dos lados da quadra em bom nível, e o time ao seu redor sente isso. Sua falta de contribuição defensiva faz Detroit ter uma hemorragia de pontos quando está em quadra (108.4 Defensive Rating), e ofensivamente o time também fica estagnado, esperando o pick and roll entre dois jogadores limitados (Drummond e Reggie Jackson) render alguma coisa, e congestionando o garrafão para o resto da equipe quando o ataque não passa por ele. Não é a toa que Detroit foi um horroroso -6.3 por 100 posses de bola com seu pivô em quadra, e um ótimo +4.6 sem ele. Drummond ainda é jovem e pode evoluir, mas esse ano não sei se teve algum jogador que mais prejudicou seu time na NBA.
Ofensivamente, sua falta de jogo ofensivo também começa a cobrar seu preço conforme times ficam cada vez mais conhecedores de como defendê-lo. Drummond não consegue fazer nada além de pegar a rebotes ofensivos e dar enterradas: não tem jogo de costas para a cesta, não é um bom passador, não ataca o aro batendo bola, não arremessa, e mesmo quando pega a bola mais longe do aro tem dificuldade de botar a bola no chão e tomar uma decisão. E mesmo quando está perto do aro, sua falta de lance livre (38.6%) faz com que seja uma opção muito fácil descer a mão em Drummond e enviá-lo para a linha do lance livre.
Parte disso é culpa do elenco ao seu redor, mas do jeito que está hoje, Drummond não contribui em nenhum dos lados da quadra em bom nível, e o time ao seu redor sente isso. Sua falta de contribuição defensiva faz Detroit ter uma hemorragia de pontos quando está em quadra (108.4 Defensive Rating), e ofensivamente o time também fica estagnado, esperando o pick and roll entre dois jogadores limitados (Drummond e Reggie Jackson) render alguma coisa, e congestionando o garrafão para o resto da equipe quando o ataque não passa por ele. Não é a toa que Detroit foi um horroroso -6.3 por 100 posses de bola com seu pivô em quadra, e um ótimo +4.6 sem ele. Drummond ainda é jovem e pode evoluir, mas esse ano não sei se teve algum jogador que mais prejudicou seu time na NBA.
(Menção honrosa para Dwight Howard, que jogou bem pelo Hawks esse ano e por isso não é elegível para o prêmio, mas parece sempre afundar seus times por onde passa nos últimos anos. Será coincidência que o Rockets voltou a ser um dos melhores da NBA quando ele saiu?)
Ballot final: 1. Andre Drummond; 2. Joakim Noah; 3. Jeff Green 4. Emmanuel Mudiay; 5. Brandon Knight.
Prêmios Relâmpago
Aqueles prêmios que não são suficientes para serem regulares de todas as temporadas, mas fazem sentido para a temporada 2017 da NBA. Se fizerem sentido e/ou sucesso, podem acabar virando prêmios regulares - essa ainda é uma lista em desenvolvimento. Aceito sugestões!
Los Angeles começou o ano até que bem, com uma campanha de 10-10 nos primeiros 20 jogos com um núcleo jovem, um estilo de jogar que imitava o Warriors, um banco muito divertido, e Lou Williams fazendo coisas de Lou Williams. Até que tudo caiu por terra: lesões atrapalharam toda a rotação de Luke Walton, os times começaram a aprender a forma de enfrentar o time, e a boa e velha regressão para a média atingiu com força. Los Angeles imediatamente perdeu 14 dos próximos 17 jogos e se tornou o pior time da NBA (terminaram o ano com o pior Net Rating da liga).
Mas isso não era uma coisa ruim: o Lakers não ia para os playoffs mesmo, e sua escolha de Draft esse ano é apenas protegida Top3. Ou seja, se o Lakers não tiver uma das 3 primeiras escolhas do Draft, essa escolha vai para Philadelphia. E para piorar, se essa escolha for para Phily, o Lakers TAMBÉM perde sua escolha de primeira rodada de 2019 para o Magic, por conta da troca do Dwight Howard em 2012. Então era fundamental para o futuro do Lakers ser ruim e ficar com uma campanha que permitisse ao time ter uma das maiores chances de manter essa escolha na hora do sorteio.
E parecia estar tudo dando certo: Los Angeles chegou na reta final da temporada com a segunda pior campanha da NBA (obrigado, Nets!), e uma chance de 55% de manter sua escolha de Draft... até que o time venceu 5 dos seus últimos 6 jogos da temporada naquele momento do ano onde ninguém está mais realmente jogando a sério, passou o Suns na classificação, e viu suas chances de manter as escolhas despencar para 46%. E foi hilário, porque o Lakers tentou de tudo para continuar perdendo: colocou os veteranos de férias mais cedo, colocou os principais garotos no banco, criou lesões, usou os jogadores mais obscuros, contratou jogadores sem time... e não adiantou, o fundo do banco do Lakers continuou ganhando jogos enquanto os torcedores se descabelavam. Se Los Angeles perder suas escolhas, esses seis jogos podem assombrar os fãs do Lakers por muitos anos.
Time que mais decepcionou na temporada: Minnesota Timberwolves
Em retrospecto, a culpa pode ter sido mais nossa por termos colocado expectativas erradas em cima desse time. Era um time jovem demais, com um técnico novo cujo estilo (e eu falei isso na época) não era um encaixe muito fácil, profundidade questionável e jogadores ainda um tanto quanto unidimensionais.
Ainda assim, Towns dominou como calouro, Kris Dunn era um calouro muito bem cotado, Wiggins uma ótima segunda estrela, e Thibodeau um técnico renomado. Muita gente tinha Minnesota chegando nos playoffs, e até mesmo ganhando 50 jogos. E logo ficou bem claro que não seria o caso, porque absolutamente nada deu certo nesse time. A defesa foi uma peneira, Towns não conseguiu realmente canalizar seus talentos para o time, e o elenco logo mostrou suas limitações. Minnesota acabou ganhando 31 jogos na temporada, e vai para mais uma loteria.
Ainda que seja exagerado cobrar demais de um time tão jovem (e Minnesota TEVE uma grande sequência na temporada onde mostrou um pouco do seu potencial, logo depois do ASG), e mais uma peça da melhor loteria dos últimos 10 anos seja algo bom, a verdade é que a essa altura todo mundo esperava ver algo a mais desse núcleo. A falta de evolução não preocupa, mas incomoda. Mesmo que nossas expectativas tenham sido um problema, elas vinham de algum lugar, e Minnesota mais uma vez falhou em cumpri-las.
Maior desastre da temporada: New York Knicks e Sacramento Kings
Nosso primeiro prêmio dividido. Eu preciso explicar essa?
Melhor história da temporada: Milwaukee Bucks
Eu pensei em dar esse prêmio para o Westbrook e o Thunder, por terem se mantido vivos mesmo perdendo Durant e possivelmente faturando um prêmio de MVP no processo. Mas o Bucks também merece crédito: depois de perder seu segundo melhor jogador, Khris Middleton, antes da temporada começar, todo mundo deu Milwaukee por morto e declarou que seria um ano perdido para a franquia.
Mas Giannis deu um salto de produção, algumas novas adições pareceram encaixar, John Henson começou bem o ano, Malcolm Brogdon se mostrou uma ótima escolha... e mais importante, Jabari Parker começou a parecer a estrela que todos esperavam quando foi escolhido no Draft, e logo emergiu como o segundo melhor jogador do time. Milwaukee começou o ano muito bem, e parecia que afinal das contas o time teria algo a fazer esse ano, garantindo seu lugar no meião do Leste.
Então Jabari Parker machucou o joelho e ficaria de fora o resto da temporada, no que parecia a segunda sentença de morte para o Bucks na mesma temporada... só que dai Middleton voltou jogando em altíssimo nível, Giannis deu um salto de "grande jogador" para "futura superestrela", Greg Monroe se reinventou como um sólido defensor e ótimo jogador de banco, o promissor mas cru Thon Maker teve bastante sucesso entrando como titular, e o Buck fez uma corrida final improvável para saltar da nona posição no Leste até fechar o ano em sexto e garantir uma vaga nos playoffs.
Milwaukee acabou perdendo em 6 para Toronto e se despediu dos playoffs, mas acho que nenhum time sai desse ano com mais otimismo que o Bucks: a temporada e os playoffs oficializaram Giannis como a próxima grande superestrela da NBA, e com um Jabari Parker saudável e a volta de Middleton, mas a evolução de jovens talentos como Thon Maker, e uma diretoria cada vez mais competente na hora de tomar suas decisões, o futuro desse time é extremamente brilhante.