Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Pontos de destaque dos times da NBA, parte I - O pessimista

O verdadeiro MVP dessa coluna


Para quem não sabe, alguns anos atrás eu sofri um sério acidente envolvendo um DeLorean, um cavaleiro medieval, uma cruz de maçaranduba (o relatório da polícia diz mogno, mas eu discordo) e uma jacuzzi. O trauma me deixou com sérios problemas psicológicos, e entre eles está o surgimento de duas novas personalidades alternativas: Jean, a otimista; e Javert, a pessimista. 

Normalmente as duas ficam controladas, mas como quinta feira foi o Thanksgiving americano e não tivemos nenhum jogo de NBA sequer, meu sistema nervoso central decidiu se desligar por algumas horas e deixar os dois tomarem conta. Então eu fiz um pedido para cada um dos dois: para que escrevessem uma coluna cada um destacando algum ponto específico de cada um dos 30 times da NBA nesse começo de ano. Então Javert escreveu uma coluna destacando um ponto negativo ou de preocupação para cada time; enquanto Jean escreveu uma coluna destacando um ponto positivo de cada um.

Publico hoje a coluna pessimista com os pontos negativos de cada time escrita pelo Javert; e semana que vem publico a coluna otimista, com os pontos positivos, escrita pelo Jean.



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Ah, o começo de temporada regular! Aquele momento mágico de otimismo que serve principalmente para criar expectativas irrealistas. Tudo que está indo bem é uma "nova norma". Tudo que está indo mal "vai melhorar/regredir com o tempo". Se seu time é ruim, você sonha com o próximo Ben Simmons te esperando no topo do Draft. Se seu time é mediano, você se apega à evolução de algum jogador e à temporada fora da realidade de alguns times acima para achar que seu time vai aos playoffs. E se seu time é bom, talvez esse seja enfim o ano que ele vai disputar uma vaga nas Finais! 

Nós tentamos tanto discernir o que é real do que é fumaça, mas a verdade é que apesar dos nossos melhores esforços, só quem tem essas respostas é o Tempo. E o Tempo em geral gosta de nos decepcionar e de dar um soco no estômago. Então vamos passar por cada um dos 30 times da NBA e destacar, nesse começo de ano, o que está dando de errado e pode ser um ponto de preocupação para o futuro desses times, nesse ano e além.


Atlanta Hawks

O Hawks entrou nessa temporada para perder, e até agora eles tem sido muito bons nisso - nenhum time na NBA tem uma campanha pior. Então tecnicamente para o Hawks, ser ruim é bom.

Mas eu vou dizer o seguinte: Dwayne Dedmon liderando um time em rebotes é tenso. Espera, ele ta chutando 50% de três pontos? E liderando o time em tocos?

Bom, isso explica muita coisa, eu acho.

Já que pro Hawks ser o pior possível é o melhor, porque eles querem uma escolha alta de Draft, eu vou apenas apontar que eles ainda tem 75% de chance de não ter a escolha #1 do Draft mesmo se tiverem a pior campanha, e que um dos melhores jogadores da próxima classe (Michael Porter Jr) acabou de anunciar que vai perder a temporada com uma cirurgia nas costas. Então tem isso.


Boston Celtics

Apesar de ter a melhor defesa (e a melhor campanha) da NBA, Boston tem um problema do outro lado da quadra. Depois de 19 jogos, o Celtics tem apenas o 20th melhor ataque da NBA, que deveria ser sua grande força esse ano. Com toda a confiança que o time tem no esquema do genial Brad Stevens para mover a bola e ganhar o jogo com passes, Boston é apenas 15th na NBA em passes por jogo, e 20th em aproveitamento nas bolas de 3 pontos. Em consequência, durante sua sequência de 16 vitórias seguidas o time se viu diversas vezes precisando virar diferenças de 12, 15, 18 pontos devido ao ataque passar longos períodos apagado. Dessa vez foi possível, mas se colocar repetidamente nessa situação é uma receita para o desastre.

E sim, parte disso vem de perder Gordon Hayward tão cedo e ter que incorporar novas peças no time e num esquema ajustado. Mas ainda assim, é hoje um fator limitante para o Celtics e que tem colocado o time em situações adversas, e se permanecer durante o ano pode limitar muito o que esse time pode fazer nos playoffs.


Brooklyn Nets

Brooklyn
ainda não tem escolhas de Draft, o que por si só já é o maior problema. Mas é um time que está pensando em primeiro arrumar uma fundação e implementar o esquema de jogo, para depois encontrar as peças a serem encaixadas.

O problema é que as duas peças mais importantes para isso estão machucadas: Jeremy Lin está fora do ano todo por lesão, e D'Angelo Russell parece que vai perder um tempo considerável. E essa segunda é particularmente problemática para o Nets: sem escolhas de Draft, o Nets precisa achar jogadores com potencial onde puder, e Russell foi o que caiu no colo deles no momento. Eles precisam ao máximo desenvolver Russell, ver como ele se encaixa no sistema, ver o que tem ou não nas mãos para poder fazer seus planos para o futuro. Com D'Angelo machucado, eles não conseguirão fazer nenhuma dessas coisas no momento, o que torna essa temporada ainda menos produtiva para o futuro da equipe.

Se é que é possível atrasar ainda mais uma reconstrução que não parece ter fim no horizonte, essa lesão fez exatamente isso. Pelo menos tempo não falta pro Nets...


Charlotte Hornets

Sabe quem é muito bom? Kemba Walker.

Sabe quem é muito, muito, muito ruim? O time do Hornets quando Kemba Walker não está jogando.

Nos 599 minutos que Kemba Walker ficou em quadra pelo Hornets, o time tem um Net Rating (saldo de pontos a cada 100 posses de bola) de +9.8, o que estaria LOGO atrás do Rockets como a terceira melhor marca de toda a NBA. Mas com Kemba Walker no banco, o Hornets está -20.0 de Net Rating (!!!!!), o que é basicamente tão ruim quanto o pior time da NBA (Kings) e o terceiro pior (Bulls) SOMADOS.

Parte disso é Kemba Walker sendo incrível e impossível de substituir nesse esquema tático do Hornets. E parte disso é o banco de reserva do time que me deixou até sem palavras. O seu reserva deveria ser Michael Carter-Williams, mas MCW passou boa parte do tempo machucado (e é ruim mesmo quando saudável); Batum, que muitas vezes fazia as funções de armar o jogo com Kemba no banco, voltou agora de lesão e está longe de 100%... o Hornets chegou a usar JULYAN STONE de PG reserva até este se machucar, e Malik Monk passou boa parte do ano improvisado na posição 1 para tentar impedir a hemorragia que é quando Kemba senta. Prefiro assistir o ataque do Bulls do que o ataque do Hornets quando Kemba não joga, o que diz tudo.

Falar no diabo...


Chicago Bulls

O Bulls quer ser ruim, e eles são. Mas meu Deus, o ataque precisava ser TANTO? Toda vez que o patrão começa a assistir o ataque deles, os olhos começam a sangrar e ele perde o controle por alguns minutos. O Bulls tem o pior ataque da NBA com um Offensive Rating (pontos marcados por 100 posses de bola) de 94.4 - desde a fusão entre NBA e ABA, apenas QUATRO times na minha base de dados anotaram menos pontos por posse de bola, e ironicamente 2 deles são Bulls: 1999 Bulls (ano depois de Jordan aposentar e Pippen sair); 2000 Bulls (a sequência); 1977 Nets; e 2003 Nuggets (um dos piores times da história da NBA). Considerando a explosão ofensiva da NBA de hoje, esse ataque ajustado do Bulls pode muito bem ser o pior da história da NBA.

Talvez um pouco disso melhore com Zach LaVine (e talvez não), mas realmente é difícil assistir esse time jogar no momento. Apenas dois jogadores que jogaram 10+ jogos estão arremessando acima de 43% (Lopez e Felicio), os armadores são um desastre (embora Kris Dunn esteja mostrando alguns flashes, mas mais nada), e Markannen é o único raio de luz nesse mar de tijolos.

E de alguma forma, alguém vai achar uma maneira de colocar a culpa no Fred Hoiberg, eu acho até que foi pra isso que ele foi contratado.


Cleveland Cavaliers

Existe quatro etapas que são inevitáveis no inferno astral que é a conferência Leste dos anos 2010:

a) Se animar com o começo do ano e achar que o Leste está ficando mais forte;
b) Se animar com o quão bom o Raptors parece depois de algumas mudanças;
c) Se preocupar com Cleveland não parecer tão bem;
d) Ter todas as nossas esperanças sobre os pontos a, b e c destruídas.

Então sim, não vamos nos empolgar com o c de novo.

Dito isso, eu preciso falar do elefante na sala, que é a defesa de Cleveland - atualmente a PIOR de toda a NBA, pior que Suns, Mavs, Kings... pode escolher. Mesmo nas suas vitórias, a defesa do Cavs ainda é uma peneira que não consegue segurar ninguém. Claro, isso aconteceu também no final do ano passado (e cobrou seu preço nas Finais), então as pessoas insistem que não tem motivo pra se preocupar - nós já vimos isso antes. Quando chegar nos jogos importantes o Cavs vai aumentar o nível de esforço, se importar com defesa, e vai ficar bem

Mas não é verdade: nós não vimos ESSE time fazer essa "virada de chave" defensiva antes. Não vimos esse Cavs que depende de minutos de Derrick Rose, Dwyane Wade, Jeff Green, Isaiah Thomas (eventualmente) e Korver (todos defensores horrorosos a essa altura da carreira) e ainda está um ano mais velho em relação a 2017. Esse time é bem diferente dos times dos últimos anos, e foi uma mudança pra jogadores piores defensivamente e mais velhos. Esforço sem dúvida ajuda, mas nenhum esforço vai transformar esses jogadores todos em bons defensores da noite para o dia.

Além disso, mesmo ano passado - quando a defesa do Cavs despencou pós-ASG - Cleveland pelo menos mostrou uma defesa na média da NBA nos três primeiros meses da temporada. Depois ficou péssima, mas eles TINHAM mostrado em algum momento "Olha, nós conseguimos defender nesse nível aqui", uma referência para você se basear. Esse novo time do Cavs não fez isso em nenhum momento. É uma situação BEM diferente da dos últimos anos.

Isso faz diferença? No Leste, provavelmente não com Hayward machucado. Nenhum time deve ter força para bater de frente com Lebron. Mas o objetivo do Cavs não é ganhar o Leste - de novo - é ganhar uma Final de NBA, e para sonhar em vencer GSW vai precisar mostrar uma defesa bem mais forte do que isso - uma que é inteiramente válido questionar se o time conseguirá com tantos defensores ruins ganhando minutos importantes.


Dallas Mavericks

O que diabos aconteceu com Nerlens Noel? O jovem pivô do Sixers foi adquirido por troca ano passado em um negócio bastante elogiado para Dallas - Noel deveria ser o jogador de garrafão que faltava ao time, capaz de ancorar a defesa e alguém para rolar até o aro com força nos pick and rolls e finalizar pontes aéreas. Noel era talentoso e cheio de potencial, parecia um ótimo encaixe.

Menos de um ano depois (com o Mavs oferecendo um contrato de 72M a Noel nesse meio tempo, recusado), Noel tem 12 minutos por jogo de média, com 4 pontos e 4 rebotes por jogo, e está atrás na rotação de Maxi Kleber, Dwight Powell e recentemente até Salah Mejri. Em um time horroroso do Mavs, Noel é DE LONGE com quem o Mavs tem pior desempenho: com Noel em quadra, o Mavs tem Net Rating de -22.7 (EU DISSE, MENOS VINTE E DOIS PONTO SETE!), contra -3,8 com ele no banco.

Não sei se foi o carnaval do seu contrato na offseason que fez ele cair na não tão boas graças em Dallas, se sua personalidade imprevisível e irregular causou atritos com o espartano técnico Rick Carlisle, ou se seu estilo de jogo na hora de entrar em quadra simplesmente não casou com o resto da equipe, mas é bizarro ver um jogador talentos como Noel sofrer para ganhar minutos em um dos piores times da liga.

Lembra quando Noel recusou aquele contrato de 72 milhões de dólares de Dallas? Tenho certeza que ele não vai esquecer tão cedo.


Denver Nuggets

Olhando de longe, o Nuggets teve vários acertos pequenos na forma de ir montando seu elenco ao redor de Jokic. Mas chegando mais de perto, você começa a perceber que a montagem não faz tanto sentido assim, com excesso de algumas peças e falta de outras: Faried é bom demais para jogar só 11 minutos por jogo, e Juancho Hernangomez certamente também merecia mais que 11, mas ambos jogam na posição mais cheia do time; Wilson Chandler rende mais como PF que com SF, mas não tem outras opções para jogar na 3 e opções demais para a 4, então Chandler está jogando não tão bem como SF titular; e por ai vai.

E em nenhum lugar isso é mais claro que na posição de armador. Depois de trocar Jameer Nelson, o time ficou com dois armadores nos jovens Jamal Murray e Emmanuel Mudiay. Mudiay com o arremsso que tem mostrado é um jogador de rotação, e Murray sem dúvida mostrou vários flashes do que pode vir a ser ao longo do ano. Individualmente, são jogadores decentes, mas colocando em quadra, eles começam a virar um problema. Murray não é armador de origem, tem dificuldades criando o jogo e iniciando o ataque, e Mudiay nunca realmente evoluiu no tipo de playmaker que times procuram na posição 1. Em teoria, isso não tinha problema: Jokic seria o armador de fato do time e é por ele que começariam os ataques, então você podia se contentar em ter um jogador bom na posição 1 mesmo que não fosse um armador de origem.

Na prática, não funcionou assim. Times vieram para 2017/18 muito mais preparados para Jokic, e os espaços para seus passes deixaram de existir em tamanha abundância (Millsap jogando no garrafão também ajudou a apertar os espaços). A facilidade com que o time rodava seu ataque em 2017 não existia mais, e quando a jogada estagnava e as linhas de passe não abriam para Jokic, o time sentia falta demais de um armador que iniciasse um novo ataque, quebrasse a primeira linha de defesa, e colocasse uma jogada em movimento. Nem Murray nem Mudiay são (hoje) esse tipo de jogador, e foi ai que a falta de Jameer Nelson (dispensado para abrir espaço para Richard Jefferson) começou a complicar a vida de Denver. Nelson não é um craque, mas é um armador inteligente que conhece o playbook, e é capaz de jogar como armador de ofício e comandar um ataque - isso era importante para o Nuggets quando o ataque não conseguia se iniciar organicamente, e seria ainda mais nesse ano de dificuldades. Sem Millsap - machucado e fora indefinidamente - isso pode pesar ainda mais.


Detroit Pistons

Uma das poucas coisas negativas do que tem sido um ótimo começo de temporada para Detroit: já está chegando a hora de desistir de Stanley Johnson?

Escolha #8 do Draft de 2015, a verdade é que já estamos no Ano 3 de Stanley Johnson e o ala ainda não mostrou absolutamente nada para nos convencer de que ele terá um futuro na NBA. Depois de passar praticamente seus dois primeiros anos inteiros vindo do banco com um jogador "em desenvolvimento", esse ano Johnson ganhou a vaga de titular em um time que surpreendentemente está brigando forte pelos playoffs no Leste, mas não está mostrando qualquer evolução ou ajudando seu time a ganhar jogos.

No seu terceiro ano de NBA, Johnson não parece ter nenhuma habilidade definida em nível de NBA. Não é um bom pontuador, não consegue arremessar de fora (37% FG, 30% 3PT na carreira), sua defesa nunca evoluiu com esperado, não é bom passador, não é um bom reboteiro... e para piora, o Pistons é HORRÍVEL quando Stanley está em quadra: -6.2 de Net Rating (saldo de pontos por 100 posses de bola), que seria próximo à quarta pior marca de toda a NBA (Suns) e é de longe a pior marca do time. Um problema grave quando ele é seu quarto jogador mais utilizado. Se a falta de evolução continuar, é difícil imaginar Johnson continuando em Detroit por muito tempo.


Golden State Warriors

Yeah, eu não vou cair nessa. Eles podem ter a preguiça que quiserem (e estão com muita) que ainda lideram a NBA em Net Rating, RPI, tem o melhor ataque e a sétima melhor defesa da NBA, e fizeram tudo isso enfrentando o calendário mais difícil de toda a liga. Nope, estou fora. Não vou cair nessa cilada.


Houston Rockets

Chris Paul
enfim voltou de lesão e voltou jogando bem, com médias de 14 pontos e 9 assistências em 26 minutos por jogo, depois de uma lesão que o deixou de fora da NBA durante quase um mês. Mas apesar das boas performances, a dúvida fica: o quanto o Rockets pode contar com a saúde de Chris Paul?

O ataque do Rockets vai demolir times na temporada regular com James Harden, em especial times que tentem e não consigam igualar Houston no volume de ataque. Já vimos isso ano passado, e nesse ano sem Paul. Mas o Spurs expôs as limitações disso nos playoffs ao longo da série, relevando o quanto Harden não é suficiente sozinho para fazer o ataque funcionar e segurando o barba a duas das piores performances da história dos playoffs SEM Kawhi Leonard. Se Houston quer sonhar com o título, eles precisam de Chris Paul saudável e funcionando como uma segunda opção para iniciar o ataque, para evitar que as defesas voltem a sufocar Harden sem se preocupar com outras criações. O que é uma dúvida razoável: Chris Paul terá 33 anos nos playoffs, com múltiplas lesões e cirurgias no currículo, e só uma temporada completa desde 2012. O quanto Houston vai conseguir contar com o armador em Maio?


Indiana Pacers

Em Myles Turner, o Pacers tinha sua estrela do futuro depois de trocar Paul George. E em Domatas Sabonis, que começou o ano muito bem, o Pacers tinha mais um jovem talento em quem apostava para ser um pilar da sua pseudo-reconstrução. Com Sabonis e Oladipo jogando bem, a troca de Paul George parece bem melhor, embora a preocupação continue: Indiana parece ser um time sólido mas sem grandes ativos para o futuro, bom o bastante para brigar no fundão do Leste e mais nada. Estão apostando no desenvolvimento interno, ou em achar novamente ouro no meio do Draft, se querem sair dessa posição.

Mas o mais preocupante a médio prazo é se Turner e Sabonis, duas peças chave para seu futuro, podem ou não jogar juntos. Os melhores momentos de Sabonis vieram jogando como pivô, dentro do garrafão, quando Turner se machucou e perdeu alguns jogos. Desde a volta de Turner, Sabonis tem vindo principalmente do banco e viu seus números caírem em um papel menor, e os dois não são um encaixe tão bom jogando juntos: ambos tem habilidade para sair do garrafão, mas Sabonis em particular rende muito mais dentro dele ofensivamente, e os dois jogando juntos fecham demais as linhas de infiltração para Oladipo e Darren Collison. Defensivamente, ambos jogam melhor no garrafão - Sabonis controlando rebotes, Turner protegendo o aro - mas um deles precisa ficar no perímetro perseguindo jogadores mais velozes quando jogam juntos. Por isso os minutos dos dois juntos tem sido um desastre épico para o Pacers: quando SAbonis e Turner dividem a quadra, o Pacers tem Net Rating de -7.6, que seria uma das 5 piores marcas da NBA.

Os dois ainda são jovens e Indiana vai experimentar ao máximo usar os dois juntos. Considerando que são duas das poucas peças de médio/longo prazo que o Pacers tem, e dada a aposta que o time fez no desenvolvimento interno, é crucial para o futuro que Sabonis e Turner possam jogar juntos em quadra. Hoje, no entanto, os primeiros sinais não são encorajadores, e até aqui Indiana tem preferido separar os dois, focando mais no resultado do que no desenvolvimento.


Los Angeles Clippers

Esse time poderia ser bom. Realmente poderia, naquele "no cenário onde as coisas dão certo". Mas isso também era predicado na saúde de Pat Beverly, Blake Griffin e Danilo Gallinari, três jogadores que perdem em média 20 jogos por ano - cada. Com Milos Teodosic indefinidamente fora com problemas no pé, as lesões de Beverly e Gallinari acabaram com qualquer rotação do time, que usou como titulares Sindarius Thornwell e Wes Johnson. Não foi o "pior cenário possível" pro Clippers porque Griffin pelo menos está inteiro, mas 9 derrotas seguidas depois, o Clippers está despedaçado e bem para trás na briga do Oeste.

Com Beverly fora da temporada, se isso persistir, é bem capaz do Clippers trocar DeAndre Jordan (que deve virar free agent ao final do ano) e tentar pensar no seu futuro - especialmente se Griffin também acabar machucando. É uma pena, um time com potencial mas que dependia da saúde, e a saúde não esteve lá. Se bem que é o Clippers, a gente deveria ter imaginado.


Los Angeles Lakers

Vamos tirar isso logo da frente: Lonzo Ball tem sido bem ruim como jogador de NBA. Não quer dizer que ele vá continuar sendo, não quer dizer que é um bust, não quer dizer que não tenha futuro. Mas ele tem sido ruim, independente do que o stat-pading do Lakers possa tentar maquiar.

As pessoas gostam de focar os problemas no arremesso de Lonzo (25% de 3pts), mas os problemas vão muito além - Lonzo também está chutando 43% nos lances livres e 36% em bolas de dois pontos. É muito mais fácil na NBA para os times transformarem Lonzo mais em pontuador que passador, e Lonzo não tem o drible para abrir espaços, ou a explosão passar pelos marcadores e finalizar perto do aro. Ele depende quase que única e exclusivamente de seu arremesso torto de três, que até caiu na NCAA mas sempre foi uma enorme incógnita na NBA.

E até as assistências de Lonzo - o calouro tem média de 7 por jogo - parecem um pouco vazias quando se para e assiste os jogos. Algumas delas são lindas, em passes criativos e difíceis que abrem o jogo para todo mundo, e ninguém duvida que Lonzo é um grande passador. Mas muitas ainda são passes laterais ou "fáceis" que a defesa está cedendo por opção, em um ataque que já estagnou ou então para uma opção secundária - não é a toa que o ataque do Lakers é uma atrocidade da natureza. Não tem jeito prático de "medir" o quão vazios algumas dessas assistências parecem ser, mas vale dizer que Los Angeles tem o quarto pior ataque da NBA inteira (enfrentando o quinto calendário mais fácil da liga). Lonzo Ball, aliás, tem o segudo pior Offensive Win Shares da NBA INTEIRA no momento.

E embora seja fácil apontar o dedo para o falastrão LaVar Ball, quem merece mais críticas é o Lakers. Não só o Lakers contribuiu absurdamente para aumentar a expectativa em torno de Lonzo, como também construiu seu plano inteiro em torno de Lonzo sendo uma estrela logo de cara para "validar" o discurso e o time para o resto da NBA, o que é estúpido e insano. Lonzo precisava jogar bem, ser uma estrela, ser o foco das atenções, etc, e isso significava que ele não podia falhar. Colocaram o calouro no fogo, não deixando ele passar pelo processo normal de alguém da sua idade que chega à NBA com sérias falhas no seu jogo. Não é a toa que o Lakers está deixando Lonzo jogando em garbage time para tentar melhorar seus números.

Se a vida fosse um video-game, eu adoraria dar reset e deixar Lonzo recomeçar sua temporada sem a pressão e o foco que o Lakers colocou na sua cabeça, e pudesse ser um calouro em paz. Mas ela não é, então vamos torcer para que seja apenas um inicio ruim para o calouro, e que seu futuro pareça melhor do que seu arremesso.


Memphis Grizzlies

Mike Conley e Marc Gasol
eram como Dirk e Carlisle - enquanto estiverem juntos, o time vai ser competitivo e brigar por playoffs ancorando um bando de jogadores desconhecidos ou "recuperados" por Memphis. E parecia que seria o caso de novo: O time começou o ano 7-4 com vitórias sobre Warriors e Rockets (x2), Marc Gasol parecia rejuvenescido dos dois lados da quadra, Chandler Parsons e Tyreke Evans (chutando de três!!) pareciam bem vindos do banco, e Memphis parecia que ia de novo superar as expectativas.

Então Mike Conley machucou, e tudo foi por água abaixo: a magia negra de Memphis não é suficiente para sobreviver sem um dos seus dois pilares. São cinco derrotas consecutivas sem Conley (e 6 no total), e de repente Memphis aparenta a idade e o time está jogando com Mario Chalmers ou Andrew Harrison no lugar de Mike Conley. Memphis sempre escapou com caras como Jarrell Martin ou James Ennis de titular, mas isso com Conley e Gasol. Sem uma de suas estrelas, parece que acabou o fôlego desse time. E se acabou, olha, foi uma sequência e tanto.


Miami Heat

A cada dia, 2017 Dion Waiters parece mais uma ilusão. Waiters teve o melhor ano da carreira em Miami ano passado impulsionado por um aumento brutal no seu arremesso de três pontos, acertando 39.5% das suas bolas longas (de longe a melhor marca da carreira). Essa temporada - e seu papel na ótima segunda metade do ano do Heat - lhe renderam um contrato de 4 anos, 52 milhões.

E agora Waiters está voltando a ser uma abóbora. Waiters continua anotando 15.9 pontos por jogo de média, mas dessa vez com mais minutos, maior usagem, e muito menor eficiência. Seu aproveitamento nas bolas de três voltou para 32.6% (próximo de onde estava antes de 2017) e Waiters está tentando compensar isso com mais infiltrações e arremessos ruins, o que não está dando certo. Seus turnovers subiram, seu eFG% voltou para fraquíssimos 46.2%, e seu PER é o segundo pior da carreira.

Sem Waiters jogando em alto nível de novo, vai ser difícil para Miami atingir suas ambições na temporada em um Leste surpreendente, e pode ser que o time tenha continuado sua tendência recente de entupir sua folha salarial com contratos que não levam o time a lugar nenhum.


Milwaukee Bucks

A gente tem certeza de que Jason Kidd é um bom técnico? Ele certamente fez um bom trabalho desenvolvendo a molecada (em especial Giannis), mas o time parece ter se estagnado como coletivo em um momento que a evolução tem que vir de dentro, com a folha salarial lotada.

Entre Giannis, Brogdon, Middleton, Bledsoe, Henson e Snell, o time tem seis jogadores que defensivamente ficam entre "ótimo" e "sólido". Não falta talento defensivo em Milwaukee, e coletivamente não existe time no planeta que chegue perto do coletivo de envergadura e alcance que esse time tenha. É inadmissível que esse time seja 21st em defesa apenas na temporada, mas Kidd insiste em implementar uma defesa pressão ultra-agressiva que deu resultados no seu primeiro ano (2nd na NBA) mas foi 22nd, 19th e 21st (esse ano) desde então. Apenas dois times cedem mais FTs para os adversários, e nenhum cede melhor aproveitamento nas bolas de 3.

Ofensivamente, Giannis evoluiu num Demogorgon capaz de carregar o time nas costas, mas as jogadas ofensivas do time são muito pobres, com pouca movimentação, pouca variação, e que frequentemente cai na famosa jogada "Toca pro Giannis e espera ele fazer mágica". É muito pouco para um time com tanto talento e que precisa começar a mostrar logo alguma evolução para sua superestrela. Talvez Kidd seja o Mark Jackson desse Bucks: o técnico que coloca ordem na casa e desenvolve a molecada, mas que precisa ir embora se o time quiser atingir um novo patamar.


Minnesota Timberwolves

Em que ponto nós começamos a realmente nos preocupar com a capacidade do Wolves em defender? Thibodeau chegou em Minnesota como grande mestre defensivo, e a péssima performance defensiva de Minny em 2017 foi atribuida a uma falta de familiaridade dos jogadores com o sistema, e ainda o desenvolvimento por vir. Mas no ano 2, esses problemas continuam e não parecem que vão melhorar, apesar da chegada de Jimmy Butler e Taj Gibson, dois ótimos defensores.

A defesa de Minny ainda é a oitava pior da NBA, e quem está atrás é exatamente quem você esperaria: os 7 piores times da NBA inteira, mais o Cavs. Wiggins e Towns continuam sendo péssimos defensores, tanto em interesse em defender como em capacidade, apesar de toda sua capacidade atlética. Ainda são jovens, e é só o segundo ano, mas o relógio já começou a contar para esse time (e Towns/Wiggins), e se esse time sonha em realmente brigar por algo na NBA, vai precisar fazer melhor que isso desse lado da quadra.

Também vale notar que, apesar da campanha de 11-7, seu Net Rating é um pouquíssimo convincente +0.3, bom para 17th melhor apenas da NBA. Esse time não é tão bom quanto parece.


New Orleans Pelicans

O Pelicans contratou Josh Smith.

Não, sério, ELES CONTRATARAM JOSH SMITH!!!

Smith jogou 12 minutos, fez 2 pontos, teve Net Rating em quadra de -26.2, e foi dispensado. E o Pelicans ficou um pouco mais apertado salarialmente por causa disso.

Mesmo quando o Pelicans está bem, eles não conseguem não ser uma piada.


New York Knicks

O que diabos aconteceu com Willy Hernangomez? Como calouro em 2017, Hernangomez teve média de 18 minutos por jogo e mostrou alguma promessa, terminando o ano com uma ótima sequência de 12 pontos e 9 rebotes por jogo em 24 minutos para terminar o ano. Claro que não era um Franchise Player como seu amigo Porzingis, mas parecia uma possibilidade de se desenvolver em um role player útil para o futuro.

Agora estamos 17 jogos dentro da temporada 2018, e Hernagomez jogou em apenas 9 partidas, colecionou vários DNP - Coach decision, e tem média de apenas 8 minutos por jogo quando realmente chega a entrar em quadra. Ele está afundado atrás da rotação atrás de Kanter, O'Quinn e até Porzingis jogando de C - e isso com Joakim Noah ainda fora do time. É verdade que o Knicks está surpreendentemente bem na temporada, e caras como Kanter e O'Quinn ajudam mais o time a vencer jogos no curto prazo (o que, diga-se de passagem, não se aplica a Noah mais), mas a médio prazo Hernangomez pode ter mais valor para o Knicks, nem que seja como moeda de troca. E não vai ser afundado no banco que Hernangomez vai chegar lá.


Oklahoma City Thunder

Antes da boa vitória de quarta contra um sonolento Warriors, Oklahoma City estava péssimos 7-9 na temporada apesar de enfrentar o terceiro calendário mais FÁCIL da NBA inteira. E embora a vitória sobre GSW seja impressionante, ela não pode nos distrair dos enormes problemas em volta de OKC nesse momento.

Em particular, o ataque é pífio, o décimo pior da NBA inteira. Westbrook está arremessando 40% de quadra, e o encaixe entre suas três estrelas está previsvelmente sendo bem difícil. O Thunder é capaz de algumas jogadas desenhadas bem bonitas, que usam o talento das suas três estrelas, mas no momento que a defesa consegue quebrar a ação inicial, o time não tem muita capacidade de adaptar e vira um show (de horrores) de isolações. Suas três estrelas são jogadores bem individualistas (Nota. Se você é daqueles que acham que dar várias assistências significa não ser individualista, você possivelmente não entende de basquete) que estão acostumados a decidir tudo sozinhos, e nenhuma delas tem um QI de basquete particularmente grande para se adaptar a situações. O time tem sido péssimo nos finais de jogos, e essa estagnação ofensiva (e excesso de chutes de meia distância) é grande parte do motivo.

Talento leva um time longe, e OKC deve melhorar ao longo do ano com mais entrosamento e rodagem, mas hoje o fato do time ser 21st em BPI diz muito sobre a dificuldade que esse time está encontrando para encaixar as peças, e começam a surgir dúvidas se esse time vai realmente conseguir alcançar todo seu potencial.


Orlando Magic

Uma das tradições mais antigas da Conferência Leste, que data de um pouco antes do Natal, é Elfrid Payton em Abril. Todo ano parece que Payton tem uma temporada fraca e/ou decepcionante, mas chega na reta final da temporada e Elfrid Payton começa a jogar bem, ter um impacto real, números melhoram, a expectativa cresce para o ano seguinte... e o ano seguinte repete a mesma fórmula.

Ano passado não foi diferente. Payton terminou o ano com boas atuações, tendo média de 14 pontos, 7 rebotes e 9 assistências nos seus últimos 21 jogos e chutando 52% de quadra. É sempre difícil dizer nessa época do ano o que realmente é uma melhora do jogador e o quanto é por enfrentar adversários menos motivados, usando mais reservas e tal, mas no caso de Payton rolou alguma animação para 2017/18.

Mas o armador perdeu o começo do ano com lesões enquanto seu reserva DJ Augustin comandava Orlando em um começo de ano surpreendente, e desde que Payton voltou ele tem sido... não muito bom. 8 pontos, 7 assistências, 3 rebotes e 3 turnovers por jogo e sua defesa despencou de um penhasco. Os turnovers aumentaram consideravelmente, o arremesso e a finalização voltou a sumir, e a eficiência afundou. Desde que Payton voltou ao Magic da sua última lesão, Orlando está 0-5, e no ano estão 3-6 com Payton no alinhamento. Parte disso pode ser a lesão ainda afetando, parte é amostra pequena, e parte não é culpa de Payton (ele simplesmente não é o estilo de jogador que esse time precisa), mas já está na hora do camisa 2 mostrar algo mais do que só bons números contra times em ritmo de férias.


Philadelphia 76ers

Não quero chutar cavalo morto, mas o que fazer de Markelle Fultz a essa altura? A situação bizarra do calouro expôs novamente não só a incrível incompetência da gestão Colangelo lidando com lesões, como nos deixa em dúvidas sobre se o Sixers fez um erro monumental ao trocar por um calouro que talvez não vá render em quadra tão cedo.

Primeiro foi o lance livre bizarro de Fultz na pré-temporada, que fez o Sixers falar que aquilo era uma coisa fora da curva, pontual, e para não se preocupar. Então começaram os jogos pra valer e Fultz não só continuou batendo lances livres bizarros, como se recusando a arremessar de fora do garrafão. Eventualmente, Fultz e seu agente culparam os problemas em uma lesão no ombro, que o GM do Sixers veio a público desmentir e falar que o problema era psicológico. Funhé.

MAS ESPERA, tem mais! Depois dessa briga bizarra e pública, o Sixers anunciou que Fultz perderia 3 jogos por conta dessa lesão no ombro, o que é bizarríssimo depois de tudo. Esses 3 dias viraram logo 3 semanas conforme a "misteriosa" lesão no ombro ia se agravando ou confirmando, o que só fez o amadorismo do Sixers ficar mais evidente. Foi então que vídeos de Fultz arremessando com a mão esquerda apareceram na internet, o que só tornou a situação ainda pior.

Fultz é talentoso demais pra ficar eternamente mal, mas todo esse processo deve gerar muito mais desconforto que o normal em um torcedor do Sixers. Com Ben Simmons se estabelecendo de vez como PG de fato do time, a bizarra situação de Fultz e Jayson Tatum (escolhido com a escolha #3 original* de Philly) sendo um monstro em Boston, é impossível não pensar se Philadelphia não cometeu um erro grosseiro ao pegar o jogador errado - e ainda trocar uma valiosa escolha futura de Draft para isso.

*via Kings


Phoenix Suns

É difícil para o Suns ficar pior do que os seus primeiros três jogos (três derrotas por combinados 90 pontos, incluindo a maior derrota do opening day da história da NBA em casa) seguidos da demissão do seu técnico (sério, três jogos? Por que ele durou até a temporada então?). O time do Suns do Earl Watson (esses 3 jogos) esse ano foi uma das piores e mais vergonhosas coisas que eu já vi na NBA, um time sem vontade nenhuma que não rodava marcações e não se esforçava NADA em qualquer situação.

As coisas parecem melhores desde então sob Jay Triano, mas a falta de evolução dos jovens de garrafão do time ainda preocupa. Dragan Bender enfim começou a mostrar flashes (especialmente na defesa) depois da forma criminosa como foi usado por Watson, mas ainda não está sendo usado da melhor forma possível e sendo excessivamente deslocado de função para acomodar Alex Len, Tyson Chandler e agora Greg Monroe; e eu ainda não estou convencido de que Marquese Chriss saiba jogar basquete de verdade apesar de toda a capacidade atlética. Ainda são muito jovens, mas o Suns parece que ainda não entrou no nível de all-in que precisa para dar o espaço na função/posição certa para Chriss e Bender... e não seria nada mal se Josh Jackson mostrasse mais até agora, embora também esteja jogando um pouco fora de posição para acomodar o bom mas limitado TJ Warren. A rotação é uma bagunça, e isso tem cobrado seu preço do desenvolvimento dos jogadores.


Portland Trail Blazers

Lembra quando Nurkic chegou em Portland ano passado e Nurkic foi o catalizador de uma corrida as playoffs com médias de 15 pontos, 10.4 rebotes, 3 assistências, 2 tocos e 8 bundas chutadas por jogo? Esses eram bons dias. Até aqui, a pergunta que ficava ('Nurkic é capaz de manter essa produção no médio prazo?") está sendo respondida com não: Nurkic ainda tem seus 14 pontos por jogo de média, mas todos os seus outros números caíram, e seu nivel de energia e vontade (uma interrogação em Denver e um ponto positivo ano passado em Portland) caiu consideravelmente. Dos 8 jogadores do Blazers com 240 ou mais minutos jogados no ano, Nurkic tem o segundo pior Net Rating.

Isso não quer dizer que Nurkic tenha sido totalmente ruim esse ano - seus números ainda são decentes, e é parte de uma surpreendentemente boa defesa de Portland (embora, verdade seja dita, também é parte de um igualmente surpreendente ataque ruim). Mas para os torcedores do Blazers que esperavam que Nurkic pudesse repetir sua forma excelente de 2017, 2018 Nurkic está parecendo um pouco demais o do Nuggets para o meu gosto, e essa versão de 2018 - ainda que decente - não parece ser um foundational player como foi o caso ano passado - e isso no momento que o Blazers vai ter que decidir se vai abrir o cofre (e aumentar sua já cheia folha salarial) ou não para manter o bósnio.


Sacramento Kings

Nenhum time tem  Net Rating pior que o Kings nessa temporada. Nenhum. E é óbvio que o Kings (finalmente!!) está pensando no amanhã, e o começo de De'Aaron Fox (seu principal ativo) está sendo bastante encorajador. Mas fora isso, é difícil achar outra coisa que esteja dando muito certo pensando no começo do ano.

Verdade que as contratações de Zach Randolph, George Hill e Vince Carter é menos sobre sua produção em quadra e mais sobre liderança e cultura, e isso não é fácil de medir ou avaliar no dia a dia. Mas de modo geral, está difícil realmente achar que alguma das contratações está fazendo muito por esse time: George Hill em geral parede o jogador mais desinteressado da NBA não chamado Eric Bledsoe (e jogando muito mal), Zach Randolph está liderando o time inteiro em arremessos apesar de ser apenas o sexto jogador com mais minutos, e os dois tem o pior Net Rating em todo o time. As derrotas e o péssimo basquete continuam, e os veteranos não estão ajudando.

E o pior é que mesmo os jovens não parecem estar se desenvolvendo tão bem assim. Buddy Hield (que já vai fazer 24 anos) regrediu depois do bom começo em Sacramento ano passado e tem média de apenas 11 pontos em 23 minutos por jogo; Malachi Richardson ainda não está pronto para jogar na NBA; Willie-Cauley Stein tem o terceiro pior Net Rating do time (embora esteja mostrando alguns flashes); e o aparentemente promissor Skal Labissiere não consegue mais de 18 minutos por jogo e parece ter involuído em quase todos os quesitos em relação ao seu bom final de ano. Sacramento ainda tem tempo, mas Stein e Hield já tem 24 anos, e Richardson 22 - já está na hora de vermos mais deles do que somente flashes, e a performance dos veteranos não tem ajudado.


San Antonio Spurs

Outro elefante na sala: o que acontece com Kawhi Leonard? Primeiro, era uma lesão de pré-temporada, e ele deveria estar pronto para começar o ano. Depois era uma semana. Depois, vazou um vídeo de Kawhi mal conseguindo subir uma escada para entrar no elevador. Agora, Pop diz que a lesão do Kawhi é algo que ele "nunca viu na sua carreira". Esqueça saber quanto tempo Kawhi ficará fora - a gente nem sabe qual é a lesão.

Eu pessoalmente duvido que Poppovich viria a público dizer algo assim se a lesão realmente fosse tão séria, mas é uma preocupação real. San Antonio conseguiu equilibrar bem seu começo de ano com uma campanha 11-7, mas tem apenas o oitavo melhor Net Rating da NBA e isso contra o sétimo calendário mais fácil - por mais magia negra que o Spurs faça, eles precisam de Kawhi para continuar com a cabeça fora da água no Oeste, e absolutamente precisam dele se querem ter alguma pretensão maior na temporada.


Toronto Raptors

Não tem absolutamente nada errado com Toronto parecendo ótimo e que deu um passo novo durante a temporada regular. Nada vai dar errado ou estagnar nos playoffs, podem confiar!!

Muito se falou sobre o Raptors mudar um pouco seu estilo de jogar baseado mais em isolações, poucas bolas longas e poucos passes. E algumas coisas, de fato, mudaram - depois de serem o quarto time com menos passes por jogo em 2017 e o PIOR da NBA em AST%, Toronto subiu para 18th e 15th na Liga nos dois quesitos, respectivamente.

Mas a derrota para Boston expôs o quão frágil isso ainda é: Toronto jogou o jogo inteiro trocando passes, rodando a bola e parecendo o Novo Raptors, mas chegou no final da partida e o time voltou aos seus velhos hábitos: isolações, arremessos de meia distância errados, ataque estagnado. Parecia um jogo de playoffs. Toronto tem o terceiro melhor ataque da NBA e é um impressionante 15th em AST% (percentual das cestas que vem de uma assistência), mas quando chega o final dos jogos (5 minutos finais, 5 pontos ou menos de diferença) e o time despenca para o 18th melhor ataque e 27th em AST%. Não coincidentemente, o time tem ido mal em crunch time esse ano. É um pouco do Velho Raptors espiando por fora e nos lembrando de que precisamos de cuidado ao empolgar com esse time quando o assunto é pós-temporada.


Utah Jazz

Eu ia falar do sétimo pior ataque da NBA e como um time que tentou fazer de Ricky Rubio seu principal pontuador não pode estar no caminho certo, mas... Rudy Gobert, cara. Essa lesão acaba com o Jazz. Se o time ficar muito para trás antes da volta do francês, pode valer mais a pena para Utah deixar sua estrela no banco, desenvolver a molecada (em especial o promissor Donovan Mitchell) e tentar beliscar mais uma boa escolha no Draft 2018.


Washington Wizards

O problema do Wizards em 2018 parece ser o mesmo de 2017: o banco. Apenas 22nd em Net Rating na NBA, o banco do Wizards tem apenas um jogador confiável (Kelly Oubre), que é muito mais uma peça importante de rotação e menos um jogador para carregar o time durante alguns minutos. Em particular, o Wizards sofre com faltas de opção para a criação de jogadas: Beal até tem mostrado nova aptidão conduzindo o ataque quando Wall está fora, mas tirando isso, as únicas opções na armação vindas do banco são Santoransky (que vai caindo no esquecimento) e Tim Frazier (3 pontos por jogo em 36 FG% apesar de 16 mpg), o que não está ajudando

A verdade é que o time despenca quando Wall ou Beal (ou ambos) estão fora de quadra. Com Beal no banco, o Net Rating do Wizards é de -9.6; com Wall fora, é de -4.1, ambas marcas muito ruins para um time que se enxerga como contender. A lineup mais usada do banco - Frazier, Meeks, Oubre, Mike Scott e Mahinmi - tem um Net Rating de -11.6. A segunda lineup mais usada sem John Wall - o time titular com Frazier no lugar do camisa 2 - tem Net Rating de -7.9. Acho que vocês entenderam a história.

Uma opção seria confiar mais em Beal - que mostrou melhoras como playmaker - para conduzir o ataque com unidades vindas do banco. Beal tem apenas 60 minutos sem Wall em quadra (tirando os jogos que Wall perdeu) e seria interessante ver o Wizards separando mais suas duas estrelas nesse sentido. Mas foi um fator que limitou e custou caro ao Wizards nos playoffs do ano passado, e já começa a se mostrar problemático em 2017/18.

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