Antes de anunciar um novo parceiro para o TW Warning, vamos correr pra recuperar o que ficou pra trás no assunto playoffs da NBA, e passar de uma vez por todas pras Finais de Conferencia, quando a coisa começa a ficar realmente interessante. Portanto, depois de falar das mamatas da primeira rodada dos playoffs, falaremos das pedreiras... E, infelizmente, das lesōes.
Infelizmente, essa imagem vai marcar os playoffs de 2012 pra sempre
Lakers vs Nuggets (4-3)
Odeio me gabar quando eu acerto alguma coisa (mentira, eu adoro), mas eu avisei que essa série tinha tudo pra ser muito emocionante e decidida em sete jogos. Veja só como meus poderes proféticos andam afiados:
Pois é, foi exatamente isso que deu o tom da série, em especial o primeiro item. Depois de usar sua força e seu garrafão pra abrir logo uma vantagem de 2 a 0 na série, o Lakers passou a ter muito trabalho pra segurar o Ty Lawson. O armador deu um baile no Ramon Sessions e no Steve Blake, costurou a defesa do Lakers e achou seus companheiros. O Lakers tem problemas com armadores velozes desde... O que, a década de 80 (Sleepy Floyd, alguém?)? Bom, o Lawson não foi exceção, ele pintou o diabo com o Lakers quando o Nuggets encostou na série.
Isso também teve uma ajuda do garrafão do Nuggets, que com energia e atleticismo conseguiu se impor pra cima do garrafão forte de Los Angeles. O que, Kenneth Faried? Um pouco, mas nem tanto. Quem realmente fez a diferença no garrafão do Nuggets (Além da depth e versatilidade geral dos big man de Denver) foi o JaValle McGee. Durmam com essa, o mesmo McGee que não sabe qual é o lado que ataca e defende. Mas a verdade é que a energia e atleticismo do McGee e do Faried serviu muito bem pra incomodar os pivôs de LA, evitar que eles controlassem o jogo na área pintada e forçar o Lakers a rodar mais a bola e confiar nos chutes de três. O que foi importantíssimo pra Denver, porque as bolas de três do Lakers não estavam caindo e isso impediu que o Lakers conseguisse desacelerar em muito o ritmo do jogo. Isso favoreceu o Lawson e o ataque mais rápido do Denver, tirou o Lakers da sua zona de conforto e colocou o time de LA contra a parede com um jogo 7.
No entanto, no Jogo 7 aconteceram duas coisas muito importantes pro Lakers, que não tinham acontecido até ali. Primeiro, as bolas de três de Metta World Peace e Steve Blake começaram a cair, o que abriu demais o jogo para o Lakers, deu espaço para Andrew Bynum e Pau Gasol trabalharem no garrafão (especialmente nos rebotes) e, principalmente, serviu para desacelerar o jogo. O jogo mais lento era tudo que o Lakers queria pra evitar que o Nuggets saisse correndo e pontuando na transição, como fez a série toda, mas isso só foi possível porque as bolas de três caíram e o garrafão se aproveitou disso pra funcionar. Além disso, no segundo tempo do jogo 7, Kobe pediu pessoalmente pra marcar o Ty Lawson. Lawson não fez mais nada, foi engolido pelo camisa 24 e isso tirou demais o poder de fogo de Denver, que não conseguiu acompanhar o Lakers. Ainda assim, uma boa performance do Nuggets com seu elenco ainda muito jovem (e sem Wilson Chandler).
Clippers vs Grizzlies (4-3)
Ok, essa é complicada. Juro que não sei realmente explicar o que aconteceu nessa série. Mas eu tenho CERTEZA que fomos eu e o Zeca que zicamos o Grizzlies no nosso podcast (Pros preguiçosos, a gente apontou o Grizzlies como nosso candidato ao tiítulo. Eu sou um homem de honra, também lembro meus erros grosseiros). Aos torcedores do Grizzlies, sentimos muito. Se eu soubesse que era tão fácil assim tinha aproveitado pra secar também o Heat e o Lakers.
Ok, vamos ver o que a gente tem... Primeiro, o Grizzlies tava dominando o jogo, abriu 27 pontos de vantagem, e entregou tudo no segundo tempo. Claro que o Clippers tem mérito, mas o Grizzlies simplesmente dormiu na partida: Parou de correr pra defender contra ataques, nao rodou a marcação direito, ficou preguiçoso no ataque... Em resumo, achou que o jogo tava ganho, naão se esforçou pra manter o placar, e ai quando o Clippers veio pra cima o time não teve capacidade de se recuperar e reagir. O Clippers abriu o placar da série e tirou todo e qualquer momento que o Grizzlies tivesse.
O problema do Grizzlies foi a dificuldade que o time teve em envolver no jogo seus dois jogadores de garrafão, Marc Gasol e Zach Randolph. Ao invés disso, o time insistiu com o Rudy Gay no perímetro, que teve médias muito ruins de 19 pontos e 42%, o que não seria tããão ruim se, sabe, ele não estivesse sendo marcado pelo Caron Butler, que tava com uma fucking mão quebrada! Quando o Grizzlies finalmente usou seu garrafão do jeito certo, Marc Gasol engoliu o Clippers com farinha e finalmente explorou o garrafão fraco e vulnerável do seu adversário, ganhando os jogos 5 e 6 (Esse ultimo em Los Angeles). Mas ai chegamos ao jogo 7, que fo bizarro: Gasol foi muito bem, mas Zach Randolph acertou apenas 3 de 12 arremessos, ningueém além de Gasol e Gay (que desapareceu no quarto periodo, com um turnover e nenhum Field Goal) anotou mais de 10 pontos, e o Chris Paul fez o seu papel para o Clippers fechar a série num jogo marcado por muito nervosismos e ataques muito ruins: 82 a 72 pro Clippers, que chutou 38% no jogo. O Grizzlies? 32%. Ta explicado?
Celtics vs Hawks (4-2)
Uma série bizarra, e eu nem sei por onde começar. Primeiro, no jogo 1, Joe Johnson e Josh Smith jogam muito bem, Rajon Rondo tromba de proposito em um juiz e é expulso (e suspenso), e o Hawks não só ganha o jogo 1 como sabia que ia jogar o jogo 2 contra um Celtics sem seu melhor jogador. No jogo 2, no entanto, o Celtics venceu mesmo sem Rondo, graças a um jogo histórico do Paul Pierce (jogando com uma perna só): 36-14-4 e todas as cestas importantes do time no segundo tempo pra tirar a diferença de 12 pontos, naqueles jogos onde ele parece imparável e acerta todo tipo de arremesso. Isso também com a pequena ajuda do Josh Smith ter se machucado perto do final do jogo (embora duvido que isso fosse mudar o jogo com o Pierce nesse estado).
O jogo 3, sem Smith, foi mais difícil do que todo mundo esperava, mas o Celtics ganhou com um triple double do Rondo. O jogo 4, mesmo com as voltas de Smith e Al Horford, foi uma lavada do Celtics que parecia que ia empolgar nos playoffs, que tava achando seu melhor jogo, com Rondo voando, Pierce e Ray Allen afiados de longe, e Kevin Garnett voltando uns anos no tempo. Parecia então que o Celtics ia jogar essa série pras mamatas.
Mas não, no jogo 5 o Hawks assumiu o controle e chegou a abrir vantagem de dois dígitos no final do terceiro período, só pra ver o Celtics anotar 10 seguidos antes do fim do terceiro quarto. Ai o Al Horford esqueceu que tinha ficado quatro meses parado, tomou conta do jogo e abriu 4 pontos de vantagem... Pra ver o Pierce acertar uma bola ninja de três e o Rondo roubar o inbound pass faltando 10 segundos. Ai o Rondo, famoso por passar bolas ate quando tem caminho livre pra cesta, esqueceu de passar a bola, quis resolver sozinho, errou o drible e nem arremessou antes do tempo acabar. E claro que no jogo 6 o Hawks jogou melhor, abriu boa vantagem, viu o Garnett meter um 28-14 e o Celtics virar o jogo nos segundos finais, dai o Horford errar um lance livre decisivo (depois de ter dominado o periodo todo) e o Celtics sair com uma vitória bizarra. Ufa.
Ou seja, foi muito esquisito, e o pior: Eu assisti a todos os jogos dessa série, e não consigo explicar quase nada do que aconteceu. Foi aleatorio demais, os jogadores foram de lua demais e foi justamente isso que determinou cada jogo. Ou seja, imprevisível. O melhor time venceu, mas suou demais e não convenceu. E o saldo de baixas do Celtics acabou sendo o mais importante dessa rodada: Pierce sem uma perna indo pra Philadelphia, Avery Bradley sem um braço (O que claramente ta limitando o garoto e fazendo ele perder importantes jogos) e o Ray Allen incapaz de correr normalmente. Esse Celtics provavelmente é, quando consideramos as lesōes do Chris Wilcox e do Jeff Green, o time do Celtics mais zicado de lesōes desde 1987 (quando tinha Robert Parish e Danny Ainge com lesōes sérias na perna - especialmente Parish - e seu segundo melhor jogador, Kevin McHale, jogando com um fucking pé quebrado... E mesmo assim levou a série contra o Lakers a seis jogos. E sim, o McHale daria o toco no baby hook do Magic Johnson no jogo 4 se estivesse saudável. Vamos em frente antes que eu jogue o notebook pela janela). Uma pena, porque era o time mais embalado do Leste antes do fim da temporada e das lesōes. Espero que consiga se reencontrar caso passe pelo Sixers a tempo de enfrentar Heat ou Pacers. E por falar em lesōes...
Sixers vs Bulls (4-2)
Sinto muito, não tem o que falar dessa série a não ser a lesão que tirou o Derrick Rose dos playoffs, das olimpíadas e, talvez, até mesmo da temporada do ano que vem. Se era necessário ou não manter o Rose naquele momento de um jogo já ganho de playoffs, não é a questão: Ao mesmo tempo que o Rose voltava de uma lesão séria e seria melhor poupá-lo com o jogo já ganho, também era fato de que o armador estava sem ritmo de jogo e precisava jogar para poder voltar a estar entrosado com a equipe e o jogo em si. Nao vou entrar nessa questão.
A questão que importa é que isso tirou de cena o melhor time do Leste ao longo de toda a temporada regular, com uma defesa forte, um superstar pra controlar o jogo e, mais importante, uma identidade. O Bulls tinha falhas, podia não dar em nada, mas o fato é que tirar dos playoffs o time de melhor campanha de uma conferência sempre vai causar um desequilibrio importante, o que o Bill Simmons chamou de "Título com uma nota de rodapé", um título legítimo mas influenciado por algo que sempre vai fazer as pessoas falarem "Ah, mas naquele ano teve...", como por exemplo o título do Lakers de 87 (Veja acima), do Rockets de 94 (Aposentadoria de Michael Jordan no auge dos seus poderes), do Spurs de 1999 (Lockout que fez mais de metade da liga chegar totalmente despreparada na temporada, o que levou o Knicks a chegar às Finais graças a uma jogada duvidosa e sem seu melhor jogador no Patrick Ewing, machucado, que definitivamente teve importancia quando seu time foi massacrado por Tim Duncan - David Robinson), Hawks em 1958 (perna quebrada do Bill Russell), Lakers em 1988 (Isiah Thomas machucando seriamente o pé no jogo 6 das Finais com Detroit liderando 3-2 e indo fechar a série)... E por ai vai. Voces entendem a idéia, uma nota de rodapé indicando que o tiítulo foi legiítimo, mas teve ajuda de um fator de sorte que não pode ser deixado de lado. Diferente de um asterisco, que indicaria algo claramente falso e ilegítimo, como os Home Runs do Barry Bonds (socado até o pescoço de esteroides), o final da carreira do Roger Clemens (idem), e por ai vai.
A lesão do Rose faz do título de 2012 um título assim? Sim, com certeza. Nao significa que o Bulls ia ganhar e deixou de ganhar por causa disso, mas indica que, quem quer que tenha ganho o título, teve caminho facilitado por uma lesão que tirou da briga um dos times mais fortes do ano. Ninguém garante que o Spurs não ia ser campeão em 2005, mas ele teve caminho muito facilitado pelas lesōes de Joe Johnson (Suns), Dwyane Wade (Heat) e a confusão do Ron Artest (Pacers) no Palace of Auburn Hills terem tirado do páreo três dos cinco melhores times do ano. O mesmo vai acontecer esse ano. Seja Heat, Celtics (Amem!), Spurs ou Thunder a ganhar o título, todo mundo vai lembrar que o Bulls não disputou o título porque o Rose machucou. É cruel, mas é assim que funcionam os esportes, todo mundo pensa demais no "E se...". E afinal de contas, o Rose PODIA levar o Bulls ao título. A gente não sabe. E nunca vai saber. Só sabemos que os playoffs perderam um dos seus jogadores mais interessantes, um dos melhores times e a chance de sete jogos de Heat e Bulls se matando depois de tanta animosidade na temporada regular. O Bulls jogou a temporada regular muito bem sem Rose porque jogou confiante, sabendo que quando importasse, o camisa 1 estaria la dentro com eles. Nos playoffs, quando a lesão do Rose deixou claro que ele NAO ia voltar mais e que o Bulls estava sozinho até o final, o time desanimou (especialmente quando o Joakim Noah também machucou). O time foi capaz de jogar com intensidade quando Rose estava fora quando sabiam que ele voltaria, mas sem a esperança de uma volta, o Bulls simplesmente não teve forças pra continuar, e o Sixers passou por cima. Uma pena imensa...
Rose pode ser o MVP mais jovem, mas não é tão bom assim, para marcar uma pós-temporada PARA SEMPRE.
ResponderExcluirMesmo com o Bulls completo, não os acharia favoritos, e não é como se vários times estivessem consumidos por lesões.
Para mim, são play-offs normais, todo ano algum time é descartado por lesões, por azar. Que vença o melhor.