"Eu fui trocado pra QUEM?!?!?!"
Com o Miami Heat em sua quarta final de NBA consecutiva, e talvez a alguns jogos de se tornar o primeiro time da NBA a conseguir três títulos seguidos nos últimos 12 anos, ganha cada vez mais força a narrativa de que, para vencer um título na NBA, você precisa de uma superestrela, um dos 10 ou 15 melhores jogadores da Liga, capaz de vencer jogos sozinhos e desequilibrar uma série. É uma teoria que sempre foi repetida nos círculos da NBA, e que ganhou ainda mais força dada a dominação do Miami Heat nos últimos anos e a ascensão de times como Thunder e Clippers.
E certamente existe muito que sustenta essa teoria ao longo da história da NBA, tanto mais antiga como recente. É DIFICÍLIMO vencer um título na NBA sem uma grande estrela, quase impossível. Desde que Magic e Bird entraram na NBA em 1980, com apenas UMA exceção, os times campeões contavam sempre com uma grande estrela: Kareem, Bird, Moses Malone, Magic, Isiah Thomas, Jordan, Hakeem, Duncan, Shaq, Wade, Garnett, Kobe, Nowitzki e LeBron James - todos jogadores que estariam alto em uma lista dos maiores de todos os tempos. A exceção é o Pistons de 2004, um time sem estrelas que é praticamente a exceção para tudo na história da NBA, uma equipe que se aproveitou de uma época onde as regras ficaram excessivamente a favor de times ultra-defensivos e de um Leste bastante fraco. Ainda assim, fato é que a história nos mostra diversas vezes que sim, você realmente precisa de um jogador Top10 ou Top15 para ter chance de vencer um título.
O problema é que cada vez mais parece que só uma estrela não basta, e que você também precisa de uma segunda estrela - ou talvez até uma terceira - se quiser ser campeão. Não é essencial como sua primeira estrela, mas sem dúvida aumenta muito suas chances. LeBron só foi vencer um título em Miami cercado por Wade e Bosh; Kevin Garnett aceitou ir para o Celtics porque lá tinha Ray Allen e Paul Pierce, que tirariam a responsabilidade da pontuação das suas mãos; Kobe foi as Finais como coadjuvante de Shaquille O'Neal, e só voltou lá cinco anos depois quando lhe deram Pau Gasol embrulhado em papel de presente; Duncan teve primeiro David Robinson, depois Parker e Manu, e sempre teve talvez a mais importante delas fora de quadra, Popovich. Mesmo Kareem precisou de Magic Johnson, e Jordan de Scottie Pippen. E mesmo entre os não-campeões da atualidade, OKC tem Durant, Westbrook e Ibaka, e o Clippers tem Chris Paul e Blake Griffin - junto de Spurs e Heat, esses são os quatro melhores times da NBA (o quinto, pelo menos em eficiência total? O Rockets de Harden e Dwight Howard).
Você provavelmente já entendeu o ponto: a NBA é uma Liga de estrelas, onde as estrelas são as maiores comodidades que você pode ter na sua equipe. Se você não tem, você está em um patamar muito abaixo dos times que as possuem, e quanto mais você tiver, melhor. O óbvio problema aqui é que existe um número limitados de jogadores assim na NBA. Então, é claro, não é nada fácil ter a sua estrela, e todos os times que não tem estão desesperadamente a procura de uma, seja por Draft, seja pela Free Agency, seja por trocas.
Portanto, não é de se surpreender o enorme interesse que é gerado toda vez que uma estrela fica disponível para mudar de time. É a chance de vários times que não tem estrelas adquirirem uma, ou então de times que já tem uma base adicionarem o talento excepcional em busca do próximo passo (ver: Rockets, Houston). E por esse motivo, parece que dois jogadores - duas estrelas - dominarão a mídia na NBA quando as Finais acabarem: Kevin Love, e Carmelo Anthony, duas estrelas que podem mudar de time nessa offseason.
A situação dos dois, claro, é diferente. Carmelo Anthony é um Free Agent, cujo contrato com o Knicks vai expirar e que está livre para ir aonde bem entender. Kevin Love, por outro lado, ainda tem mais um ano no seu contrato (e uma opção para 2015/16 se quiser), mas joga para um time de mercado pequeno com o qual ele está bastante insatisfeito, e podendo sair depois de 2015, e criou uma situação na qual o Wolves se arrisca a perder o jogador por nada caso não se antecipe e troque seu craque. Então Carmelo e Love tem isso em comum: ambos são estrelas, e ambos estão disponíveis a ir para o seu time nessa offseason. Isso é, se você puder pagar.
Com a offseason se aproximando, previsivelmente, as histórias e os boatos em torno de Melo e Love já começaram a aparecer. Então eu estou aqui para analisar exatamente a situação de cada um, quais são os potenciais interessados (e destinos factíveis), quais as opções dos jogadores, e o que os seus times atuais podem fazer para manter suas estrelas. Lembrando que estou analisando principalmente as possibilidades e probabilidades de cada evento acontecer, não levando em conta os rumores e boatos que surgem por ai.
Hoje começamos com Kevin Love, e terça feira falamos de Carmelo Anthony.
Hoje começamos com Kevin Love, e terça feira falamos de Carmelo Anthony.
Kevin Love
A situação de Kevin Love é um pouco complicada. Já faz algum tempo que Love é considerado um dos melhores PFs da NBA, uma máquina de rebotes que parece melhorar seu jogo a cada ano que passa. Ele explodiu em 2011 como reboteiro e arremessador de três, mas logo começou a arremessar (muito bem) a partir do drible, desenvolveu um sólido jogo no garrafão e de costas para a cesta, e é um jogador muito completo, tendo ótimos números em 2012 (26-13) e 2014 (26-12.5-4.5) e indo a dois 2nd Team All-NBA (e provavelmente teria ido a dois 1st Team All-NBA se não fosse contemporâneo de LeBron e Durant). Hoje, Love é sem dúvida alguma um dos melhores jogadores da liga.
O problema é que, mesmo sendo um dos melhores jogadores do mundo, Love nunca conseguiu chegar aos playoffs junto de um irregular time do Timberwolves. E isso em parte se deve a dificuldade da diretoria de Minnesota de conseguir colocar ao seu redor um time funcional, -dificuldade essa notada principalmente na noite do Draft (Jonny Flynn sobre Stephen Curry, e Wesley Johnson #4 overall, alguém?) - e em parte também ao azar que o Wolves tem de jogar no fortíssimo Oeste e não no fraco Leste.
Mas a questão é que poucos jogadores gostam de jogar em Minnesota sem um bom motivo (cidade fria, sem atrativos e de mercado pequeno), e Love já se disse insatisfeito com a falta de competitividade da equipe, não querendo passar o resto da sua carreira jogando em uma cidade que não lhe agrada a e em um time que só perde. E como o Wolves foi burro o suficiente para dar a ele um contrato que lhe permitia sair depois de apenas três anos (e não quatro, como poderia ter feito), Love pode terminar seu contrato ao final da temporada 2015 e virar um Free Agent, deixando Minnesota sem nenhuma compensação.
Mas a questão é que poucos jogadores gostam de jogar em Minnesota sem um bom motivo (cidade fria, sem atrativos e de mercado pequeno), e Love já se disse insatisfeito com a falta de competitividade da equipe, não querendo passar o resto da sua carreira jogando em uma cidade que não lhe agrada a e em um time que só perde. E como o Wolves foi burro o suficiente para dar a ele um contrato que lhe permitia sair depois de apenas três anos (e não quatro, como poderia ter feito), Love pode terminar seu contrato ao final da temporada 2015 e virar um Free Agent, deixando Minnesota sem nenhuma compensação.
A opção de Minny, caso não queira perder seu All-Star por nada, seria seguir o exemplo de Jazz (com Deron Williams) e Nuggets (com Carmelo), que se anteciparam a isso e trocaram o jogador antes dele acabar seu contrato, recebendo assim um retorno em troca e acelerando seu processo de reconstrução. Vários times estão fazendo fila atrás de Love (falaremos deles já já), e cabe ao Wolves tirar o melhor retorno possível desse tipo de investimento. Vamos olhar agora para algumas das opções possíveis para Love e o Wolves.
O que o Wolves pode fazer para tentar manter Kevin Love?
Primeiro, rezar. Muito.
Se o Wolves não quiser trocar Love ou então não receber nenhuma proposta que achem digna (lembrando que eles teriam até a trade deadline de 2015 para empurrar caso não consigam uma troca satisfatória agora, embora o valor dele provavelmente cairia com a demora), a alternativa para Minny seria tentar de alguma forma convencer Love de que eles podem oferecer uma chance de vitória no futuro não tão distante, convencendo o jogador a renovar seu contrato ou pelo menos exercer sua opção para 2016 (dando ao time um ano a mais para montar a equipe ou achar uma troca a altura).
Ironicamente, o Wolves tem um exemplo recente muito semelhante para se basear. Ano passado, antes da temporada começar, os boatos eram de que LaMarcus Aldridge - também na reta final de seu contrato - estava insatisfeito em um time em reconstrução do Blazers, e uma troca foi explorada. Não se concretizou, e o Blazers apostou que conseguiria montar um bom time para manter sua estrela. E eles conseguiram: reforçaram seu banco (o grande ponto fraco um ano antes), algumas trocas tornaram o time mais forte, Damian Lillard deu um salto e se tornou um excelente jogador, tudo se encaixou para o Blazers e eles foram aos playoffs, até vencendo uma série contra Houston. Agora Portland é o time do futuro, Aldridge está satisfeito e ninguém mais fala nele saindo da equipe. E esse é o caminho para o Wolves, caso queiram manter Love: montar um time bom o suficiente em 2015 que convença Love de que o time está evoluindo rumo aos playoffs, o suficiente para fazê-lo pelo menos aceitar pegar sua opção para 2015/16.
E isso é possível? Bom, talvez. Para começar que o Wolves não foi tão ruim em 2014 quanto seu record de 40-42 indica. Na verdade eles terminaram o ano 13th em eficiência total, melhor do que Grizzlies (e suas 50 vitórias), Wizards e Nets. Seu saldo de pontos também indica que o Wolves deveria ter terminado o ano 48-34 - uma vitória abaixo do oitavo colocado no Oeste (Mavs). Então o Wolves não foi tão mal quanto pareceu a primeira vista.
Mas ainda assim não é suficiente para chegar aos playoffs no forte Oeste, e as chances do time se reforçar para 2015 não são das maiores. O Wolves precisa principalmente reforçar seu banco de reservas e de bons arremessadores na equipe, mas terá dificuldades para tal: o time já tem 66M de salários comprometidos para 2015, acima do salary cap (projetado) de 63M, e isso antes de contar os cap holds para seus free agents ou o salário de sua escolha de primeira rodada. O time pode usar a mid-level exception inteira nessa offseason, mas se arrisca a chegar perto demais da luxury tax. Então a free agency não deve trazer muita ajuda.
O Draft é uma fonte melhor, e Minny está em boa posição para adicionar o arremessador que tanto precisa (Stauskas, James Young/Rodney Hood, talvez Gary Harris, Adreian Payne) com sua escolha. Outra fonte importante para Minny é o desenvolvimento de seus jovens jogadores, em especial Rubio (deu alguns passos importantes em 2014 mas ainda não se desenvolveu em um pontuador útil) e Gorgui Dieng (teve 11 pontos e 10.5 rebotes de média nos últimos 20 jogos da temporada, em apenas 27 minutos). Idealmente o time acharia um bom SG no Draft, passaria Kevin Martin para o banco e montaria uma segunda unidade com Dieng, Martin e algum free agent, torcendo para Dieng conseguir ancorar essa segunda unidade.
Parece um time de playoffs no Oeste? Hmm... eu não sei! Eu realmente não sei, as coisas mudam muito rápido por lá e, como eu disse, o Wolves FOI um bom time em 2014 que esbarrou em muito azar, dificuldade em jogos apertados, um banco horrível e falta de bolas de três. Normalizando o azar, com alguma evolução de seus jogadores mais jovens e uma ou duas peças pontuais, é possível que o Wolves consiga uma boa arrancada no começo da temporada... e também é bem possível que continue naquela "bolha" do Oeste de ótimos times que não conseguem ir a pós temporada.
Por isso a decisão de Minnesota não é nada fácil. Sim, o time tem uma chance de chegar nos playoffs, mas é um risco e também não sabem se isso seria suficiente para manter sua estrela. E ai o time fica pressionado para tomar uma decisão que vai mudar o futuro da franquia: Tentar manter Love na temporada, torcer para o sucesso desse plano, e arriscar diminuir seu valor no mercado? Desistir da sua estrela e tentar tirar o máximo de valor possível agora, adiantando o processo de reconstrução? Essas são as perguntas, e por enquanto, não temos respostas.
Mas se Minny fosse trocar Love o quanto antes, quais seriam os principais candidatos? Vamos ver, um por um, sem ordem definida.
Então deixa eu tirar isso logo do caminho: KEVIN LOVE NÃO VAI SER TROCADO PARA O LAKERS!! Pronto!
Se o Wolves trocar Love, vai ser para conseguir o melhor retorno possível antes de perder seu jogador de graça. Sendo assim, o que o Lakers tem a oferecer? Não podem trocar uma escolha de primeira rodada de Draft até 2017, não tem NENHUM ativo a ser trocado no seu elenco (expirante de Nash? Não vai rolar), e sua escolha de Draft de 2014 só pode ser trocada APÓS o Draft. Sob hipótese alguma o Lakers teria condições de fazer uma oferta que o Wolves fosse favorecer no lugar de outras que vamos citar daqui a pouco. A única forma do Lakers trocar por Love seria se o PF batesse o pé e dissesse que só assinaria uma extensão contratual com Los Angeles, matando seu valor de troca... e mesmo assim, nesse caso era muito mais fácil esperar o final do ano para o seu contrato acabar e assinar com o Lakers de graça. Não tem como uma troca acontecer. E não vai.
By the way, um cenário interessante. Se Love realmente só for aceitar uma troca pra LA, ele poderia dizer ao Wolves que iria exercer sua opção para 2016. Isso daria um ano a mais para o Wolves montar um time competitivo para ir aos playoffs, e se falhar, ele se torna free agent ao mesmo tempo que o contrato absurdo do Kobe expira - em outras palavras, o ano que o Lakers deve ter cap quase máximo para a free agency e pode trazer Love E mais uma estrela (Durant?) de uma vez sem nenhum contrato ruim para atrapalhar - ao invés de Love ir para lá de FA em 2015 e jogar em mais um time ruim que não deve ir aos playoffs enquanto tem que aguentar o Kobe.
O Suns tem muitos ativos que pode enviar em uma eventual troca: escolhas de Draft até dizer chega, Marcus e Markieff Morris, o contrato expirante do Channing Frye, Goran Dragic ou Eric Bledsoe, e sem dúvida pode colocar um bom pacote na mesa do Wolves. O problema é que falta ao Suns aquela peça central da oferta que desequilibre uma troca, uma escolha muito alta de Draft (a do Suns é a #14) ou um jovem jogador com potencial de All-Star para pesar na mente do Wolves. A última coisa que você quer fazer é trocar um All-Star por vários role players - por melhores que sejam - e é basicamente isso que o Suns teria a oferecer. A única peça que eles poderiam oferecer que seria um potencial All-Star seria Goran Dragic, mas isso dependeria de como Minny ve o PG (foi apenas sua primeira temporada jogando nesse nível) e ainda tem que levar em conta que Dragic pode se tornar um free agent em 2015, e o Wolves não vai querer arriscar perdê-lo por nada. SE Dragic se comprometer a assinar uma extensão, então uma troca Dragic, Markieff Morris, o expirante de Channing Frye, #14 pick e a escolha de 2015 do Lakers passa a ser interessante.
Mas depende de muitos fatores, e é um fato que Dragic foi o melhor jogador na equipe em 2014 e o terceiro melhor PG da NBA - não é claro que Phoenix vá querer envolvê-lo em uma troca. Além disso, ele só tem uma temporada fora de série (btw, Dragic foi ASSALTADO por ter caído para o 3rd-Team All NBA para Tony Parker entrar no 2nd Team), e o Wolves pode não achar que é uma peça boa o suficiente, e ai tudo volta para aquela falta de ativos de elite. É mais provável que o Suns vá atrás de outros veteranos estabelecidos (Al Horford, talvez?) a um preço mais modesto e que não forcem a equipe a desmontar seu combo de armadores.
Mas algumas fontes dizem que o Kings pode arriscar a troca mesmo assim, e eles merecem ser incluídos porque são capazes de fazer uma proposta muito interessante: Ben McLemore (escolha Top6 do Draft passado), o contrato expirante do Rudy Gay, sua escolha de Draft (#8) e talvez uma escolha futura protegida por Love e um ou dois contratos ruins dos quais o Wolves queira se livrar (Buddinger e Mbah-a-Moute, ou talvez Kevin Martin). Essa é uma excelente proposta!! Você ganha uma escolha alta de um bom Draft, um bom SG com potencial, ganha uma potencial escolha de Draft valiosa para o futuro e limpa toda sua folha salarial para 2015. De novo, é uma troca espetacular! Com uma exceção (Cavs - chegaremos lá), é talvez a melhor proposta que o Wolves vai receber por Kevin Love, e uma que eles muito possivelmente aceitariam.
O problema é que o Kings não ficaria com um grande time com essa troca, e teriam que aceitar o enorme risco de jogar sua reconstrução no lixo e ainda perder Love por nada no final do ano - e eu acho que eles não farão isso. Ainda assim, é algo que precisa ser levado em conta: Sacramento tem um novo grupo no comando, e um grupo que já falou diversas vezes que não vai poupar esforços para tornar o Kings uma franquia vencedora e acabar com a cultura que lá impera. Trocar por Love seria o tipo de golpe que teria a chance de mudar tudo isso de uma só vez... e um garrafão Love-Cousins seria um dos mais interessantes da NBA. Eu só duvido que, quando chegar na hora H, o Kings arrisque - porque, caso de errado, você atrasa a franquia em mais cinco anos. Para o azar do Wolves.
E isso é possível? Bom, talvez. Para começar que o Wolves não foi tão ruim em 2014 quanto seu record de 40-42 indica. Na verdade eles terminaram o ano 13th em eficiência total, melhor do que Grizzlies (e suas 50 vitórias), Wizards e Nets. Seu saldo de pontos também indica que o Wolves deveria ter terminado o ano 48-34 - uma vitória abaixo do oitavo colocado no Oeste (Mavs). Então o Wolves não foi tão mal quanto pareceu a primeira vista.
Mas ainda assim não é suficiente para chegar aos playoffs no forte Oeste, e as chances do time se reforçar para 2015 não são das maiores. O Wolves precisa principalmente reforçar seu banco de reservas e de bons arremessadores na equipe, mas terá dificuldades para tal: o time já tem 66M de salários comprometidos para 2015, acima do salary cap (projetado) de 63M, e isso antes de contar os cap holds para seus free agents ou o salário de sua escolha de primeira rodada. O time pode usar a mid-level exception inteira nessa offseason, mas se arrisca a chegar perto demais da luxury tax. Então a free agency não deve trazer muita ajuda.
O Draft é uma fonte melhor, e Minny está em boa posição para adicionar o arremessador que tanto precisa (Stauskas, James Young/Rodney Hood, talvez Gary Harris, Adreian Payne) com sua escolha. Outra fonte importante para Minny é o desenvolvimento de seus jovens jogadores, em especial Rubio (deu alguns passos importantes em 2014 mas ainda não se desenvolveu em um pontuador útil) e Gorgui Dieng (teve 11 pontos e 10.5 rebotes de média nos últimos 20 jogos da temporada, em apenas 27 minutos). Idealmente o time acharia um bom SG no Draft, passaria Kevin Martin para o banco e montaria uma segunda unidade com Dieng, Martin e algum free agent, torcendo para Dieng conseguir ancorar essa segunda unidade.
Parece um time de playoffs no Oeste? Hmm... eu não sei! Eu realmente não sei, as coisas mudam muito rápido por lá e, como eu disse, o Wolves FOI um bom time em 2014 que esbarrou em muito azar, dificuldade em jogos apertados, um banco horrível e falta de bolas de três. Normalizando o azar, com alguma evolução de seus jogadores mais jovens e uma ou duas peças pontuais, é possível que o Wolves consiga uma boa arrancada no começo da temporada... e também é bem possível que continue naquela "bolha" do Oeste de ótimos times que não conseguem ir a pós temporada.
Por isso a decisão de Minnesota não é nada fácil. Sim, o time tem uma chance de chegar nos playoffs, mas é um risco e também não sabem se isso seria suficiente para manter sua estrela. E ai o time fica pressionado para tomar uma decisão que vai mudar o futuro da franquia: Tentar manter Love na temporada, torcer para o sucesso desse plano, e arriscar diminuir seu valor no mercado? Desistir da sua estrela e tentar tirar o máximo de valor possível agora, adiantando o processo de reconstrução? Essas são as perguntas, e por enquanto, não temos respostas.
Mas se Minny fosse trocar Love o quanto antes, quais seriam os principais candidatos? Vamos ver, um por um, sem ordem definida.
Los Angeles Lakers
É impossível não falar de uma troca de Kevin Love sem falar no Lakers. Os boatos de Love-para-o-Lakers começaram quando ele ASSINOU sua extensão com o Wolves, e todo mundo achava que esse opt-out cedo de Love era uma forma dele fugir para Los Angeles assim que a primeira janela abrisse. Então quando começaram os boatos de que o Wolves estaria disposto a trocar seu All-Star, todo mundo logo correu para fazer a conexão com o Lakers.Então deixa eu tirar isso logo do caminho: KEVIN LOVE NÃO VAI SER TROCADO PARA O LAKERS!! Pronto!
Se o Wolves trocar Love, vai ser para conseguir o melhor retorno possível antes de perder seu jogador de graça. Sendo assim, o que o Lakers tem a oferecer? Não podem trocar uma escolha de primeira rodada de Draft até 2017, não tem NENHUM ativo a ser trocado no seu elenco (expirante de Nash? Não vai rolar), e sua escolha de Draft de 2014 só pode ser trocada APÓS o Draft. Sob hipótese alguma o Lakers teria condições de fazer uma oferta que o Wolves fosse favorecer no lugar de outras que vamos citar daqui a pouco. A única forma do Lakers trocar por Love seria se o PF batesse o pé e dissesse que só assinaria uma extensão contratual com Los Angeles, matando seu valor de troca... e mesmo assim, nesse caso era muito mais fácil esperar o final do ano para o seu contrato acabar e assinar com o Lakers de graça. Não tem como uma troca acontecer. E não vai.
By the way, um cenário interessante. Se Love realmente só for aceitar uma troca pra LA, ele poderia dizer ao Wolves que iria exercer sua opção para 2016. Isso daria um ano a mais para o Wolves montar um time competitivo para ir aos playoffs, e se falhar, ele se torna free agent ao mesmo tempo que o contrato absurdo do Kobe expira - em outras palavras, o ano que o Lakers deve ter cap quase máximo para a free agency e pode trazer Love E mais uma estrela (Durant?) de uma vez sem nenhum contrato ruim para atrapalhar - ao invés de Love ir para lá de FA em 2015 e jogar em mais um time ruim que não deve ir aos playoffs enquanto tem que aguentar o Kobe.
Phoenix Suns
O Phoenix Suns é um time interessante, uma equipe que supostamente entrou na temporada para tankar, e que de repente explodiu com boas atuações de jogadores aleatórios (PJ Tucker, Markieff Morris, Miles Plumlee), a chegada de Eric Bledsoe, a evolução de Gerald Green, e a temporada da carreira de Goran Dragic. O Suns terminou a temporada com 49 vitórias - uma atrás do Mavericks que levou San Antonio a 7 jogos nos playoffs - e 10th em eficiência total. Então de repente o Suns é um jovem time em ascensão com uma identidade de um time que joga em alta velocidade e arremessa bastante de fora, e com um grande número de jovens jogadores e escolhas de Draft (três de primeira rodada em 2014 e duas em 2015), começaram a surgir boatos de que o Suns pode acelerar sua reconstrução trocando por um jogador já estabelecido. E Love faria muito sentido, tanto pela disponibilidade como por se encaixar no estilo de jogo da equipe (e digamos que Phoenix é um pouco mais quente que Minneapolis).O Suns tem muitos ativos que pode enviar em uma eventual troca: escolhas de Draft até dizer chega, Marcus e Markieff Morris, o contrato expirante do Channing Frye, Goran Dragic ou Eric Bledsoe, e sem dúvida pode colocar um bom pacote na mesa do Wolves. O problema é que falta ao Suns aquela peça central da oferta que desequilibre uma troca, uma escolha muito alta de Draft (a do Suns é a #14) ou um jovem jogador com potencial de All-Star para pesar na mente do Wolves. A última coisa que você quer fazer é trocar um All-Star por vários role players - por melhores que sejam - e é basicamente isso que o Suns teria a oferecer. A única peça que eles poderiam oferecer que seria um potencial All-Star seria Goran Dragic, mas isso dependeria de como Minny ve o PG (foi apenas sua primeira temporada jogando nesse nível) e ainda tem que levar em conta que Dragic pode se tornar um free agent em 2015, e o Wolves não vai querer arriscar perdê-lo por nada. SE Dragic se comprometer a assinar uma extensão, então uma troca Dragic, Markieff Morris, o expirante de Channing Frye, #14 pick e a escolha de 2015 do Lakers passa a ser interessante.
Mas depende de muitos fatores, e é um fato que Dragic foi o melhor jogador na equipe em 2014 e o terceiro melhor PG da NBA - não é claro que Phoenix vá querer envolvê-lo em uma troca. Além disso, ele só tem uma temporada fora de série (btw, Dragic foi ASSALTADO por ter caído para o 3rd-Team All NBA para Tony Parker entrar no 2nd Team), e o Wolves pode não achar que é uma peça boa o suficiente, e ai tudo volta para aquela falta de ativos de elite. É mais provável que o Suns vá atrás de outros veteranos estabelecidos (Al Horford, talvez?) a um preço mais modesto e que não forcem a equipe a desmontar seu combo de armadores.
Houston Rockets
Essa é difícil de acontecer. O Rockets já está no limite do salary cap da NBA para 2015, e isso antes de lembrar que tem em Chandler Parsons um free agent restrito. Além disso, o Rockets não tem praticamente nenhum ativo valioso (tirando talvez Terrence Jones e Asik, e não tão valiosos assim) ou escolhas de Draft interessantes. Para essa troca funcionar teria que mandar Asik e uma sign and trade por Parsons junto de muitas escolhas de Draft, mas duvido que Parsons fosse querer jogar em Minnesota e duvido que Minny veria isso como um valor decente. Melhor o Rockets se focar em outra direção. Espere até a Parte II...Sacramento Kings
Um dos problemas com os potenciais trocadores (?) por Kevin Love é que, como Love é um free agent ao final do ano, o time que gastar valiosos ativos para trazê-lo não vai querer correr o risco de perder o jogador por nada ao final do ano. Qualquer time que o fizer vai querer ter certeza que Love vai assinar uma extensão com a equipe - talvez até com um acordo apalavrado antes da troca. Por isso é tão difícil imaginar o Kings - um time fraco no meio de um período de reconstrução que joga em um mercado pequeno sem nenhum atrativo - fazendo essas troca.Mas algumas fontes dizem que o Kings pode arriscar a troca mesmo assim, e eles merecem ser incluídos porque são capazes de fazer uma proposta muito interessante: Ben McLemore (escolha Top6 do Draft passado), o contrato expirante do Rudy Gay, sua escolha de Draft (#8) e talvez uma escolha futura protegida por Love e um ou dois contratos ruins dos quais o Wolves queira se livrar (Buddinger e Mbah-a-Moute, ou talvez Kevin Martin). Essa é uma excelente proposta!! Você ganha uma escolha alta de um bom Draft, um bom SG com potencial, ganha uma potencial escolha de Draft valiosa para o futuro e limpa toda sua folha salarial para 2015. De novo, é uma troca espetacular! Com uma exceção (Cavs - chegaremos lá), é talvez a melhor proposta que o Wolves vai receber por Kevin Love, e uma que eles muito possivelmente aceitariam.
O problema é que o Kings não ficaria com um grande time com essa troca, e teriam que aceitar o enorme risco de jogar sua reconstrução no lixo e ainda perder Love por nada no final do ano - e eu acho que eles não farão isso. Ainda assim, é algo que precisa ser levado em conta: Sacramento tem um novo grupo no comando, e um grupo que já falou diversas vezes que não vai poupar esforços para tornar o Kings uma franquia vencedora e acabar com a cultura que lá impera. Trocar por Love seria o tipo de golpe que teria a chance de mudar tudo isso de uma só vez... e um garrafão Love-Cousins seria um dos mais interessantes da NBA. Eu só duvido que, quando chegar na hora H, o Kings arrisque - porque, caso de errado, você atrasa a franquia em mais cinco anos. Para o azar do Wolves.
Chicago Bulls
Ok, agora começa a ficar realmente interessante. Chicago está desesperado atrás de uma nova estrela (tanto que aparecerão duas vezes nessas colunas), em parte para colocar junto de Derrick Rose e Joakim Noah, e em ainda maior parte para assumir o controle da equipe de Rose caso ele não volte o mesmo (ou até para diminuir as responsabilidades de Rose quando voltar). Love e Chicago também seria o casamento ideal: a defesa de Chicago vai ser muito boa para Love, Noah pode proteger o aro que Love não consegue e jogar tanto dentro ou fora do garrafão, e Love da a Chicago uma legítima opção na meia quadra e alguém para chutar de três e fazer o pick and pop comO problema com a troca é que, ainda que factível, ela é difícil de acontecer. Chicago pode entrar algo como 10 milhões em cap space anistiando Boozer e renunciando aos direitos sobre alguns free agents (mais sobre isso na seção do Melo), então salários não seria um problema. O difícil seria o que mandar em troca. A melhor troca possível seria algo como Nikola Mirotic, Taj Gibson/Jimmy Butler, e as duas escolhas de primeira rodada de 2013 (#16 e #19) em troca de Love. Ou em uma outra alternativa, não anistiar Boozer e trocar seu contrato expirante mais Butler e Mirotic (com as escolhas de Draft) por Love e um contrato ruim do Wolves. São as duas opções mais realistas.
Alguma parece uma escolha boa o suficiente para fazer o Wolves se separar de seu All-Star? Hmm... para mim não, a não ser que eles estejam muito convencidos de que Mirotic vai ser um grande jogador. As escolhas 16 e 19 são valiosas em acordos menores, mas não vão mexer com a cabeça de Flip Saunders (GM e agora técnico do Wolves). Mirotic é o jogador mais importante, mas eles não vão querer trocar Love por uma incógnita e três role players. Não me parece que o Bulls teria o suficiente para isso, embora não de para descartar de todo porque é o melhor lugar para Love e o PF pode muito bem se comprometer a assinar uma extensão apenas com Chicago, forçando a mão do Wolves. Nesse caso, Minny teria que morder essa oferta, e como já disse, não é uma situação a ser descartada porque é de longe a melhor troca possível para Love. Mas com tão poucos recursos disponíveis, Chicago pode optar por seguir em outra direção (wait for it).
Golden State Warriors
O Warriors é um time muito interessante, que tem um certo buraco na posição de PF (embora eu seja pró-David Lee) e que adora chutar de três, e que já mostrou em 2013 (quando fez várias trocas para limpar a folha salarial para Dwight Howard) que está disposto a se arriscar por mais uma grande estrela para juntar com Steph Curry. E Kevin Love faria muito sentido nessa equipe, um jogador ofensivo de elite para ancorar o ataque quando Curry vai para o banco e que formaria a dupla de pick and pop mais mortal da história do jogo com o PG. Eles também tem muitos jovens jogadores para oferecer em uma eventual troca, o que torna factível esse tipo de especulação.De fato, Harrison Barnes (#5th pick dois anos atrás) e Klay Thompson (um dos melhores arremessadores da NBA e um sólido - e jovem - two-way SG) seria um excelente pacote para o Wolves junto de um contrato caro (provavelmente David Lee) em troca de Kevin Love e alguns contratos ruins (Kevin Martin, Mbah a Moute e Chase Buddinger - escolha dois de três). Barnes e Thompson são dois jogadores comprovados na NBA que ainda apresentam bom potencial, e que podem FACILMENTE ser utilizados pelo Wolves como ativos em futuras trocas, dois jogadores com alto valor de troca.
O problema aqui é que o Warriors não tem escolhas de Draft para "adoçar" a troca, não tendo escolhas trocáveis até 2019 (!!!), o que limita a uma troca de jogadores por jogadores. Barnes e Thompson é uma ótima dupla e Lee é um bom jogador que ainda pode ser trocado na deadline, mas ainda é uma troca de 70 centavos no dólar sem uma peça com potencial maior. Sem escolhas de Draft ou um grande contrato expirante, não é a troca que o Wolves preferiria... mas talvez seja a melhor que consigam. Afinal, o Wolves é quem menos tem poder de barganha nessa questão toda.
Boston Celtics
Se o Warriors tem bons jogadores a oferecer mas não escolhas de Draft, o Celtics é exatamente o oposto: não tem bons jovens jogadores para enviar em troca de Love, mas tem uma cacetada de escolhas de Draft nos próximos anos, principalmente a #6 desse ano. E é nisso que o Celtics vai ter que confiar para tentar atrair Love.
O pacote de jogadores por Love seria o expirante de Brandon Bass, Jeff Green e Jared Sullinger - definitivamente não o melhor dos pacotes, já que Green é apenas um jogador útil (idealmente um 6th man em um time de playoffs) e Sullinger seria o melhor valor na troca (e ninguém sabe exatamente o que ele pode vir a ser). Mas o Celtics tem uma gama infinita de escolhas de Draft para Minnesota escolher: a #6 desse ano (obrigatória em qualquer troca), mais a do Nets desse ano, a do Nets de 2016, a do Nets de 2018, a do Clippers de 2015 (possivelmente valiosa se o problema com Donald Sterling se arrastar), e o direito de trocar de picks com o Nets em 2015 (além, claro, das suas próprias escolhas futuras). Então Sully/Green/Bass não é a coisa mais atraente do mundo, mas quando você inclui a #6, a #17 (do Nets) e uma futura escolha do Nets e/ou do próprio Celtics... começa a ficar mais interessante, não é mesmo?
É claro, dificilmente o Wolves seria capaz de pegar um do Top4 e potencial Franchise Player desse Draft no #6 (Exum, Wiggins, Embiid e Parker), mas ainda da para pegar um potencial All-Star - se isso é uma coisa boa ou não eu deixo para vocês decidirem. Sully pode vir a ser um bom jogador, mas é uma aposta de caráter bem diferente da oferta do Warriors: você recebe menos talento realizado, mas recebe alguns ativos de maior volatilidade que podem eventualmente dar um retorno maior no médio prazo. Claro que depende também de quais escolhas o Celtics estaria disposto a mandar, mas é um pacote extremamente interessante que pode sair de Boston.
Essa oferta é melhor do que a do Warriors? Eu realmente não sei, e depende de qual a visão do Wolves no momento. Mas me parecem, no momento, as duas melhores ofertas que o Wolves vai receber (a não ser que o Kings decida arriscar, e dependendo do que o próximo time vai fazer). Claro, tudo depende de...
Cleveland Cavaliers
O Cavs é o time mais difícil de prever e antecipar da NBA, porque ninguém faz idéia do que eles querem - nem eles mesmos. Apesar de saírem com quatro escolhas Top4 nos últimos três anos (inclusive duas #1), o time não conseguiu montar uma equipe competitiva, e apesar do ênfase que seu dono deu recentemente a vencer o quanto antes, eles não conseguiram alcançar os playoffs mesmo em um Leste historicamente fraco. E isso é um problema, em parte porque não sabemos o quanto essa política recente vai influenciar a direção do Cavs aqui.
Para começar, parece que o Cavs ainda está seriamente tentando atrair LeBron James na crença de que ele vai deixar Miami, e para isso quer montar o elenco mais forte e atraente possível. Trazer uma estrela do nível de Kevin Love sem dúvida ajudaria o caso para seduzir James, e mesmo que não consiga atrair o melhor jogador do mundo, ainda é um excelente jogador para ajudar Kyrie Irving e o Cavs na sua busca por vitórias imediatas. Então faz sentido o Cavs ir atrás de Love, especialmente tendo em mente "LeBron James" e "Vencer agora".
Claro que, em típico modo Cavs, vazou a notícia de que a idéia do time era trazer Love SEM trocar sua #1 pick, mantendo o seu maior valor e trazendo ainda a grande estrela disponível. Hmm, claro, porque não pedir Durant e Chris Paul junto? Quem sabe Greg Popovich de técnico também? É ridícula a noção de que o Wolves trocaria Love sem receber sua #1 pick de volta, não tem a MENOR chance disso acontecer. Não que me surpreenda, claro, os torcedores do Cavs são absurdos por natureza - essa semana mesmo vi um sugerindo que o Cavs podia trocar Dion Waiters, Sergei Karasev e Spencer Hawes com o Bucks pela #2 pick para pegar Embiid e Wiggins 1-2. Quase tão realista como trocar por Love sem envolver a #1 pick.
Mas deixando de lado os cenários impossíveis, aqui começa a ficar realmente interessante. Se o Cavs REALMENTE quiser Kevin Love (pelos motivos já ressaltados), acho que ninguém é capaz de fazer uma oferta melhor: a #1 pick, Waiters ou Bennett, e talvez o contrato não garantido/expirante de Varejão ou futuras picks por Love.
Para o Wolves, é perfeita: um potencial Franchise Player na #1, um jovem jogador com potencial em Bennett ou Waiters, e limpa seu salary cap para o futuro próximo. Considerando o jogador recebido, a #1 pick e sua própria escolha, o Wolves pode entrar ano que vem com Rubio, Stauskas, Wiggins, Bennett, Pekovic e Gorgui Dieng (ou então talvez Adreian Payne na #13 e Waiters de SG, ou mesmo algo como Embiid na #1 e Rodney Hood na #13). Esse é um fantástico núcleo! Você tem um potencial franchise player, sólidos titulares com potencial, defesa, 3pt shooting e uma folha salarial controlada, talvez uma escolha extra futura. Se o Cavs estiver disposto a fazer essa oferta para adquirir sua estrela (e Love aceitar uma extensão por lá), então Love é deles - nenhum time em toda a NBA é capaz de fazer uma proposta tão boa pelo jogador.
Para o Cavs, essa é uma oferta de altíssimo risco e alta recompensa. Com duas estrelas a bordo e ainda algo como 18M de cap space (sem contar cap holds), o Cavs estaria em ótima posição para atrair mais jogadores de alto nível, mesmo se não for LeBron (Chris Bosh?). E em último caso, o Cavs ainda pode trazer de volta alguém como Luol Deng e Spencer Hawes, ou simplesmente completar o time com contratos de um ano em busca de uma vaga nos playoffs do Leste (com Irving e Love, é quase uma certeza) e rolar o seu bom espaço salarial para 2015. De qualquer forma, com duas estrelas a bordo é muito mais fácil atrair uma terceira (como Celtics e Heat logo concordarão) ou juntar um time ao seu redor (Rockets, alguém?). Resta ver se Love topa e se o Cavs vai querer seguir por esse caminho - de novo, é uma troca de alto risco visando atrair LeBron e em vencer imediatamente, que parece ser a prioridade do Cavs - mas se quiserem, seria a melhor opção para ambos os times.
Veredito
Só pra deixar claro, o que analisamos acima eram os cenários possíveis de cada time que poderia trocar por Love de forma realista. Agora, no "Veredito", eu vou dar apenas minha opinião educada em como eu vejo a situação, algo bem mais subjetivo do que as análises até aqui.
Ainda que eu ache que o Wolves seja um time bom e que tem boas chances de ser competitivo no futuro próximo com Love e algumas decisões inteligentes, eu acho dificílimo que eles consigam convencer Love a ficar. Os incentivos contra são muitos: um péssimo dono e uma diretoria bem incompetente (não ajuda que Flip Saunders, o GM do time, acabou de se colocar como técnico também), uma cidade que não lhe atrai, e um time que nunca foi aos playoffs. Ainda que com um Draft inteligente o time possa ficar forte, vai ser difícil ter uma arrancada boa o suficiente para começar 2015 a ponto de convencer Love que os playoffs estão garantidos - lembre-se que o Oeste é ridiculamente forte, que o 8th seed de 2014 (Mavs) provavelmente ganharia o Leste se o trocassem com o Heat, e que times como Suns, Wolves e Pelicans ainda ficaram fora dos offs. Eu não vejo acontecendo, e por isso o Wolves deve acabar não tendo opção.
Sobre as propostas, as propostas de Kings e Cavs são de longe as melhores possíveis para o Wolves, duas trocas que lhes garantes escolhas altas, jovens ativos, e alívio salarial. A do Kings oferece um alivio salarial bem maior (e permite que Minny se livre de seus piores contratos), mas a do Cavs tem a peça mais valiosa e por isso tem prioridade. O problema é que são duas propostas incertas: a do Kings envolveria assumir um altíssimo risco e não está claro que a franquia realmente vá fazer essa proposta, e o Cavs é uma incógnita que pode seguir em diferentes direções e talvez veja a escolha #1 como valor demais a ser dado. Em outras palavras, são de longe as melhores propostas, mas que podem acabar nunca se materializando.
Se for o caso, as melhores propostas que sobram são as de Warriors e Celtics, embora ache que nenhuma das duas seja o que o Wolves tinha em mente: Celtics oferece incerteza demais, e Warriors potencial de menos. Mas ainda são as duas melhores que sobram. Ainda acho que nenhuma das ofertas de Chicago seria boa o suficiente para Minnesota, mas não pode ser descartada porque é a melhor para Love, a única oferta que lhe ofereceria um mercado grande E uma chance imediata para vencer no time que seria perfeito para ele. Então considerando que dificilmente um time trocaria por Love sem uma promessa de extensão - e portanto sem seu consentimento - é muito possível conceber um cenário no qual o jogador só iria possibilitar uma troca para Chicago. Nesse caso, deixaria de ser um leilão pela melhor oferta para ser uma oferta única, e Minnesota provavelmente morderia depois de empurrar um pouco com a barriga. A contragosto. Não se pode deixar também de levar em conta as preferências de Love, embora elas também não me pareçam tão definidas a esse ponto.
Ainda que uma oferta Godfather do Cavs ou do Kings possa ainda ser a melhor solução, eu não gostaria de estar na pele do Flip Saunders nesse momento.
Sobre as propostas, as propostas de Kings e Cavs são de longe as melhores possíveis para o Wolves, duas trocas que lhes garantes escolhas altas, jovens ativos, e alívio salarial. A do Kings oferece um alivio salarial bem maior (e permite que Minny se livre de seus piores contratos), mas a do Cavs tem a peça mais valiosa e por isso tem prioridade. O problema é que são duas propostas incertas: a do Kings envolveria assumir um altíssimo risco e não está claro que a franquia realmente vá fazer essa proposta, e o Cavs é uma incógnita que pode seguir em diferentes direções e talvez veja a escolha #1 como valor demais a ser dado. Em outras palavras, são de longe as melhores propostas, mas que podem acabar nunca se materializando.
Se for o caso, as melhores propostas que sobram são as de Warriors e Celtics, embora ache que nenhuma das duas seja o que o Wolves tinha em mente: Celtics oferece incerteza demais, e Warriors potencial de menos. Mas ainda são as duas melhores que sobram. Ainda acho que nenhuma das ofertas de Chicago seria boa o suficiente para Minnesota, mas não pode ser descartada porque é a melhor para Love, a única oferta que lhe ofereceria um mercado grande E uma chance imediata para vencer no time que seria perfeito para ele. Então considerando que dificilmente um time trocaria por Love sem uma promessa de extensão - e portanto sem seu consentimento - é muito possível conceber um cenário no qual o jogador só iria possibilitar uma troca para Chicago. Nesse caso, deixaria de ser um leilão pela melhor oferta para ser uma oferta única, e Minnesota provavelmente morderia depois de empurrar um pouco com a barriga. A contragosto. Não se pode deixar também de levar em conta as preferências de Love, embora elas também não me pareçam tão definidas a esse ponto.
Ainda que uma oferta Godfather do Cavs ou do Kings possa ainda ser a melhor solução, eu não gostaria de estar na pele do Flip Saunders nesse momento.
*enxuga a baba ao imaginar a Rosa, o Mordomo, o Amor e Noé em Chicago*
ResponderExcluirErr... delírios de fã à parte, a análise refletiu 90% do que eu penso com relação ao Love. Como alguém que assistiu e torceu mais do que devia pelo Wolves em 2013-14, eu posso garantir que esse time não precisa do Señor Amor pra ser vencedor. IMO, o grande problema da última temporada foi que o Adelman virou uma anta e avacalhou todo o potencial do time: tornou o Rubio subutilizado num esquema de jogo lerdo e que explorava pouquíssimo o pick-and-roll (que é DE LONGE a maior qualidade do espanhol), demorou demais pra desenvolver o Dieng só porque ele ficava em foul trouble um pouco rápido demais no começo da temporada... e obrigou a gente a assistir ao The Barea Show todo santo jogo (ah, se eu ganhasse 10 centavos por cada tentativa de hero ball frustrada daquele anão de merda...). Com um técnico decente (que obviamente não é o Flip, mas whatever) e algumas boas decisões em drafts profundos como o desse ano, o Wolves pode virar uma força no Oeste mesmo sem ter mais o 2º melhor PF da atualidade no elenco.
Dito isso, espero que alguma dessas ofertas se concretize - porque se o Love não sair agora, já podem comprar a passagem dele pra LA em 2016. Vejo pontos positivos em todas elas, cada uma a seu modo... mas só discordo um pouco em relação à do Warriors. O Barnes melhorou um pouco durante os playoffs, mas na temporada regular ele foi tão ruim que acho que o trade value dele sofreu uma queda permanente. Dificilmente ele fará diferença numa potencial troca por Love, e duvido muito que Golden State queira ceder duas peças do ~~FULL SQUAD~~ em troca de apenas uma. Eles oferecem o Lee sem pestanejar, mas Thompson junto? Duvido. Barnes junto? Não basta. Alguém daquele banco seboso? O Wolves não vai querer. Sei lá, acho essa troca a mais difícil de ocorrer, de longe.
E sério que o Cavs quer trocar por Love sem entregar a escolha #1 junto? Puta que pariu, hein? FACTORY OF SADNESS fazendo escola em Cleveland, tss.
O problema de um time como o Wolves, com suas picks, confiar no Draft pra ficar forte esbarra num outro problema: pelo menos Mavs, Grizzlies e Suns são times melhores que o Wolves. Nenhum deles ficou ou vai ficar pior pra 2015. Se o Wolves tem a chance de aproveitar o Draft, todos os times do Oeste também tem. E, pelo histórico, provavelmente os outros times vão escolher com muito mais inteligência que o Minny.
ResponderExcluirLove não fica.
Eu sei que o love é um jogador fantástico, mas particularmente não gosto dele. Ele me parece ter fome de mais por stats, nunca mantem a posição na defesa pra ir atrás dos rebotes, direto arremessa bolas marcado ou com outros jogadores melhor posicionados. Também acho difícil saber como ele vai encaixar em um time que ganha jogos, em Minny sempre pode fazer o que quis (nunca teve um tecnico bom vdd seja dita) e por último nunca foi pros offs, onde as defesas apertam e a vida fica muito mais difícil e também acho que ele em chicago não é garantia de título, o Miami ainda é seria melhor na minha opinião.
ResponderExcluirMinha unica torcida é que ele va pro Leste pra ver se os times de la melhoram.
Concordo que falta disciplina e consciência de grupo ao Love, e também concordo que ele nunca foi bem treinado ou esteve num time que o obrigasse a melhorar sua defesa... mas pô, esses dois problemas estão interligados. Solucionar o segundo daria fim ao primeiro, ou pelo menos o atenuaria. Já imaginou um cara como o Love sendo treinado por uma mastermind defensiva e de disciplina tipo o Tom Thibodeau? Ou ele evoluiria na defesa, se tornando um jogador completo, ou no mínimo teria suas deficiências "disfarçadas" pelo esquema tático do time (ver Boozer, Carlos).
ExcluirÉ por isso que eu fico tão animado com a chance de o Love ir pra Chicago: ele é o pilar ofensivo que falta ao time, e o time é o grupo entrosado, raçudo e disciplinado que falta a ele. Simplesmente não tem como dar errado, a não ser que ele seja muito teimoso e se importe mais com seus stats que com a chance real de ganhar um anel.
E esse foi meu último delírio fanboy nesse post, juro.
Vitor,tu leu meus pensamentos só pode!!!!Sou torcedor dos Celtics e o assunto "Kevin Love em Boston" é recorrente desde 2012 nas conversas entre torcedores.(Um jogador chamado Kevin,insatisfeito em Mineápolis indo pra Boston...Acho que já vi esse filme antes).Eu ia vir aqui pedir justamente sua opinião sobre a situação dele hehehe ainda mais porque ele foi lá pra Boston,ao que parece se encontrou com Rondo,foi ao fenway park ver um joguinho...E num evento esses dias foram proibidas perguntas sobre o Celtics.Ele se limitou a dizer que seu agente estava cuidando desses assuntos.
ResponderExcluirAcho que tua análise foi perfeita,completinha.Só acho que na proposta do Celtics seria impossível o Green entrar na troca.Acho que ele tem mais 2 anos de contrato,18 mi pra receber e tem 28 anos.Seria mais viável enviar os expirantes Keith Bogans e Ex-Mr Kardashian,além de Kelly Olynyk.Não que eles esses 2 primeiros joguem lá muita coisa,mas são 17 milhões de teto salarial aberto pro Wolves.E Olynyk foi um steal do último draft do Celtics.Claro,complementando com a escolha de draft desse ano e Jared Sullinger.Seria possível essa troca,vide a situação expirante de Bogans e Humpries?
Outro questão pra mim é a participação defensiva do Kevin Love.Ele é um baita reboteiro,muito bom no box out,apesar de miserável na proteção ao aro.Mas gostaria de saber,como ele tem sido na marcação individual ,principalmente no post.Algum site recomendado pra esse tipo de análise?
Abs.