"Hahaha e depois ele falou que o Jabari era melhor que a gente!!"
No
próximo dia 26 começa o Draft da NBA. E se você não andou morando em uma
caverna nos últimos 24 meses, você provavelmente já ouviu falar muito sobre
esse Draft. Sobre como esse é o melhor Draft em 11 anos; sobre como Andrew
Wiggins é o próximo LeBron; sobre como esse Draft é uma grande decepção; e por
ai vai. E embora cada pessoa possa pensar algo diferente sobre ele, o fato é
que esse é o Draft mais polarizador da NBA desde 2003, com vários jogadores
interessantes e que muitos acreditam poder mudar o destino de uma franquia.
Com pouco
tempo para fazer um preview detalhado, acabei recorrendo a ajuda de um dos
maiores especialistas brasileiros em NCAA, o grande Zeca Oliveira,
que concordou em retomar nossa velha parceria na coluna Big Two para falar um
pouco sobre o assunto.
Acabamos
trocando alguns emails para tentar chegar ao fundo da questão.
Vitor - Zeca,
ainda bem que você está ai. A cada dia que passa, me parece mais difícil
colocar esse Draft no seu lugar. Em um espaço de 12 meses, ele passou de
historicamente bom, para muito bom, de volta a historicamente bom, dai a
decepção, dai de volta a muito bom. Pelo menos três jogadores foram elevados a
categoria de “salvador” antes de jogar um jogo sequer de NCAA. Muitos jogadores
decepcionaram em 2014, em parte porque colocaram em cima deles expectativas
impossíveis. E ainda assim, você tem algo entre 7 e 8 jogadores que teriam sido
a escolha #1 do Draft passado. Como diabos eu coloco esse Draft em perspectiva?
Zeca - Fala,
Vitor! Eu me sinto muito à vontade pra falar desse Draft por ter acompanhado
toda a temporada da NCAA, e você definiu muito bem como vem sendo a linha do
tempo desse período. Parte da decepção que alguns tiveram pode ser explicada
pelo fato de a maioria daqueles super novatos terem chegado pra jogar em
equipes não tão bem estruturadas, com pouca experiência e falta de liderança.
Isso influenciou nas suas respectivas performances que, se pensarmos bem, foram
muito acima da média pra circunstâncias normais. Mas como estamos falando de
jogadores que já eram tidos como futuros heróis antes mesmo de se formarem no
high school, as expectativas altas acabaram por ditar a nossa avaliação - ou
pelo menos a do senso comum.
Como
agora - que a competição universitária acabou - é um período que voltamos a
estar mais preocupados com potencial do que com performance, a tendência é que
volte com força a ideia de que este recrutamento tem tudo para ser um dos mais
fortes dos últimos anos. Com um futuro um pouco obscuro, mas ainda assim muito
forte.
Vitor - Como
você disse, o foco agora é outro e todo mundo voltou a salivar com os talentos
disponíveis. Mas sempre fica a pergunta do quanto uma performance
individualmente fraca (ou, ao contrário, uma excepcional) na última temporada é
importante na hora de avaliar um talento.
Isso fica
bem claro na composição do consensual Top3 desse Draft. Andrew Wiggins
teve uma temporada, para alguns, decepcionante depois de ter sido anunciado
como o próximo LeBron, o próximo Durant ou o próximo Tracy
McGrady. Joel Embiid foi uma surpresa que tem potencial saindo pelas
orelhas. E Jabari Parker teve uma dominante temporada em Duke e se
mostrou o jogador mais “pronto” desse Draft. E ninguém sabe exatamente o que
fazer com esses três na hora de montar um Mock Draft.
Zeca - O certo é
que quanto mais cedo os caras chegam na NBA, menor é o peso de sua performance
no final das contas. O jogo deles ainda tem tanto espaço pra evolução que suas
atuações no presente acabam sendo um pouco menos relevantes - e até por isso eu
sou um dos defensores da derrubada da regra do one and done.
No caso
deste top 3, cada um tem um ponto fraco diferente: Jabari tem o menor teto;
Wiggins até hoje nunca mostrou que tem killer instinct; e Embiid tem sua saúde
questionável nesse momento. São problemas tão distintos que é complicado
colocá-los numa mesma classe a fim de compará-los. Tudo vai depender da
abordagem das franquias que ali irão selecionar; e na NBA existem vários tipos:
a conservadora, a ousada, a muito ousada e a abordagem Cleveland Cavaliers.
Vitor - E acho
que da mesma forma, cada um dos três possui também um ponto forte diferente que
os coloca na briga para ser a primeira escolha do Draft: Jabari é o jogador
mais “pronto” para contribuir na NBA e de menor risco; Embiid tem o maior
potencial do trio e trás o tipo de two-way game muito raro nos pivôs de hoje em
dia; e Wiggins é uma combinação dos dois, muito atlético e pronto
defensivamente com um jogo ofensivo ainda para se desenvolver.
Eu sei
que muita gente gosta do Parker hoje, mas para mim a primeira escolha fica
entre Wiggins e Embiid. Se saudável, Embiid é o melhor jogador desse Draft (e
ele certamente será muito testado pelos times com as primeiras escolhas), e
Wiggins oferece a combinação de atleticismo e defesa que parecem tão
importantes para o Cavaliers nesse momento (sem falar no seu potencial). Eu
iria com Embiid desde que ele fosse liberado pelo departamento médico antes.
Zeca - Essa
situação me lembra um pouco a de Anthony Davis em sua primeira
temporada, onde ele não foi tão bem quando Damian Lillard, por exemplo,
e alguns chegaram até a se desapontar com ele num primeiro momento. Nós não
fizemos parte desse grupo, você e eu, mas ele existiu. E eu consigo ver isso
acontecendo com o próprio Embiid, que não está tão pronto para impactar na NBA
como os outros dois - Wiggins, por mais cru que seja, terá a confiança dos
treinadores por já ser um defensor relativamente maduro para o profissional.
Você
também acha que isso vai acontecer, Vitor? E por que não deve haver
overreaction se o início dele não for explicitamente tão promissor quanto
normalmente se espera de uma escolha tão alta?
Vitor - Eu acho
que isso tem a chance de ser um problema. Por melhor que seja esse Draft - e é
muito bom - a questão que todo mundo continua levantando é a falta de um
prospect que é claramente uma futura estrela, aquele Blake Griffin ou
Anthony Davis. E quem quer que seja Draftado #1 esse ano - especialmente se for
alguém mais cru como Embiid ou Wiggins - vai ter que aguentar muitas críticas
pela falta de impacto ou dominação imediata. Isso pode afetar um jogador se
estiver na situação errada (só ver o que aconteceu com Bennett em 2014),
e quem quer que os selecione tem que estar preparado para lidar com esse tipo
de coisa e criar o ambiente ideal para desenvolver esses jogadores com as
expectativas corretas.
Esse é,
inclusive, um dos motivos que me leva a crer que o Cavaliers deve estar
explorando todo tipo de opção com a sua escolha #1. Jabari Parker não me parece
a melhor opção para o Cavs (mais um pontuador que gosta de ter a bola nas mãos
e não defende?), e tanto Wiggins como Embiid exigem um trabalho a médio prazo,
muita paciência e expectativas moderadas - nada do que tem sido o forte de
Cleveland nos últimos anos.
Zeca - Pra ser
sincero, eu acho que o fato de eles estarem indecisos no momento está muito
mais ligado às questões sobre a saúde de Embiid do que por qualquer outra
coisa. Como você falou, eles não precisam de outro grande scorer e ao invés de
pegar Wiggins eles poderiam tentar renovar com Luol Deng - embora não
dependa apenas deles. Mas o que esse Cavs não conseguirá tão facilmente é um
pivô que protege o aro muito bem e já é muito desenvolvido como reboteiro a
esta altura da carreira. Junte isso ao fato de Embiid ter o maior potencial
desse recrutamento e, eu acho que a primeira escolha tem tudo pra ser o
camaronês.
Vitor - Bom,
não é como se o Cavs tivesse um histórico recente de fazer coisas bizarras com
suas escolhas altas nem nada
Zeca - Mas até
agora nós falamos desses três atletas como se fosse proibido colocar outro na
conversa do top 3. De fato há um consenso quanto a isso, e eu tenho certeza que
o seu mock também não foge muito dessa regra. Então, Vitor, eu queria entender
o porquê de Dante Exum - que também tem um upside absurdo - ser
esquecido nessas horas. Quer dizer: você não acha que nós acabamos
superestimando um pouco o fato de que o cara tem que atuar na NCAA para se
provar? E qual você acha que seria a ideia que teríamos de Exum se ele tivesse
passado a temporada passada no college?
Vitor - O
problema com Exum é que não sabemos exatamente o nível de competição que ele
enfrentou na Austrália essa temporada, e o quanto isso diz sobre suas
habilidades. A liga australiana é melhor ou pior do que, digamos, a Big Sky
Conference (onde Damian Lillard jogou)? Eu realmente não sei, e por isso é
difícil ter certeza do que vimos.
Mas o que
eu acho que as pessoas tem esquecido é da atuação de Exum no Mundial Sub-19.
Exum teve 18-4 de média e dominou completamente um torneio com os melhores
jovens talentos do mundo - um nível de jogo que tenho certeza que não perde
nada para a NCAA - e mesmo esses números são enganosos por causa do jogo contra
os EUA no qual ele machucou e jogou apenas 10 minutos. Exum teve 25-5 de média
nos seus quatro jogos seguintes e levou praticamente sozinho a Austrália para
as semifinais, uma atuação realmente assombrosa contra uma competição de alto nível.
Se você precisa de uma atuação em alto nível para se convencer de que os
talentos naturais de Exum são suficientes para colocá-lo no Top4 desse Draft,
essa é a competição que você precisa assistir.
Zeca - Ano
passado tínhamos essas mesmas dúvidas com relação ao Antetokounpo, que
por sua vez jogava na segunda divisão do basquete de um país onde a economia
está tão ruim que parece estar condenado a passar os próximos 500 anos sob um
ajuste fiscal. Mas embora o nível tenha sido fraco, o grego pelo menos teve
experiência profissional - ou semi-profissional -, o qual não é o caso de Exum.
O australiano inclusive chegou a pensar em passar uma temporada na NCAA antes
de se inscrever no Draft, algo que só seria possível pra quem nunca atuou
profissionalmente antes…
Vitor - Isso é
verdade, mas como você disse, as pessoas gostam de superestimar um pouco isso
da NCAA. Exum dominou um torneio de alto nível no Mundial U19, e eu adoro as
ferramentas dele: alto, veloz, muito forte atacando o aro, combinação de
habilidade, tamanho e atleticismo, e seu potencial defensivo. Acho que talvez
por não ter a experiência profissional que você citou seja importante para ele
cair em uma situação mais estável e com um time mais paciente com ele, mas não
vejo porque ele não poderia realizar seu potencial uma vez que esteja na NBA.
Não vejo ele na mix para #1 pick, mas acho que da para inclui-lo na Top Tier
desse Draft com Embiid, Wiggins e Parker - e parece que não sou o único que
pensa assim.
Zeca - Realmente
ele é o único que pode desafiar esses três aí; na pior das hipóteses lidera
aquele 2nd tier, que também não é nada fraco no recrutamento desse ano.
Aliás,
Vitor, eu espero que os times com escolhas nessa área não estejam precisando
urgentemente de alguém que arremesse de fora, pois provavelmente não irão
encontrar. Daquele quase consensual top 8, não vejo ninguém que se destaque
muito nesse fundamento - o próprio Jabari Parker acabou decepcionando um pouco
não pela mecânica em si, mas pela frequência com que tentou chutes de fora.
Será que isso pode acabar mudando um pouco o cenário das escolhas? Talvez um Doug
McDermott ou um Gary Harris sendo pego acima do esperado por ter uma
skill excepcional...
Vitor -
Interessante voce tocar no assunto. É uma eterna questão do Draft: pegar o
melhor jogador disponível, ou pegar aquele que trás as habilidades ou joga na
posição que você precisa? É uma pergunta bem pessoal, que depente muito do
contexto do time. E como você disse, arremesso é a habilidade a prêmio desse
Draft.
O mais
interessante é, tem um número ENORME de times nesse topo que precisa de um
arremessador. Sixers (#3 e #10), Celtics (#6 - supondo que não a
troque), Hornets (#9), Magic (#4 e #12), Minny (#13) e Chicago
(#16 e #19 e supostamente querendo subir para a #11). Não acho que isso será um
grande problema com escolhas tão altas como a #3, #4 e #6, que tem jogadores
bons demais para deixar passar. Mas a partir do # 9, isso começa a ficar
interessante. Acho que os maiores candidatos a ver seu valor subir na hora do
Draft por conta dos seus arremessos são McDermott, Rodney Hood, Adreian
Payne e Nik Stauskas (meu favorito, by the way). Deixo Harris de
fora porque acho que ele já está sendo bem underrated. Em um Draft mais
profundo em shooters, acho que alguns desses iriam cair bem mais.
Zeca - Exato.
Não é só interessante falar da falta de arremessos nos atletas de maior
potencial, mas também cabe a questão da falta de potencial físico-atlético
desses melhores arremessadores que você citou. É como se cada prospecto só
pudesse escolher uma dessas duas coisas…
E essa
hierarquia que nós vemos nesse Draft (potencial físico sobre potencial técnico,
de certa forma) representa bem o que é a NBA nesse momento: os treinadores se
sentem muito mais à vontade utilizando calouros que não comprometem na defesa,
mesmo que sejam muito crus na parte ofensiva. Até porque esses atletas podem
usar tais minutos para desenvolverem seu jogo ofensivo - especialmente aqueles
que já têm um certo potencial pra isso -, já um cara como McDermott tem um teto
defensivo porque sua envergadura nunca vai ficar maior nem sua agilidade
lateral se tornará acima da média da noite pro dia, ou seja, sua capacidade de
impactar na defesa não depende só dele ou de sua experiência adquirida…
Vitor - Existe
ainda um certo preconceito na NBA nesse sentido, a velha máxima de que você
pode ensinar alguem a arremessar ou driblar, mas não fazer alguém crescer ou
ficar atlético. Acho que isso as vezes subvaloriza alguns jogadores de técnica
apurada e atleticismo mediano. Eu acho que no caso de alguém como McDermott,
por exemplo, você sabe exatamente o que você tem, um eximio arremessador capaz
de criar seu arremesso, explorar defensores menores no garrafão, fazer decisões
inteligentes, e não muito mais.
Mas pegue
Stauskas, por exemplo. Ele é um bom arremessador e ballhandler, mas quando vai
olhar de perto, ele é surpreendentemente atlético e teve algo como 12.5% de
gordura corporal testada no combine. Em outras palavras, tem MUITO espaço ai
para ele se desenvolver fisicamente e transformar gordura em massa muscular,
com ajuda de um programa profissional de NBA. A maior parte desses garotos tem
entre 19 e 21 anos e não estão finalizados fisicamente. Todo mundo esquece
disso.
Em uma
nota relacionada, eu adoro Stauskas e acho ele um dos melhores jogadores desse
Draft depois daquele primeiro e segundo tier (Wiggins, EMbiid, Parker, Exum,
Vonleh, Randle, Gordon e Smart). Na pior das hipóteses ele é um eximio chutador
de 3 capaz de criar seu arremesso no pick and roll, então tem um piso alto, mas
ainda vejo ele com potencial atlético e all-around para ser um bom SG capaz de
criar seu arremesso e atacar a cesta. Eu definitivamente pegaria ele entre os
#9 e #13.
Zeca - Não é de
hoje que Stauskas é overlooked. Eu lembro que pelo menos até Fevereiro ele não
vinha sendo lembrado em quase nenhum mock de 2014. Talvez o fato de que muita
gente ainda acha que seu jogo é unidimensional seja explicado pelo papel
pequeno que ele teve na temporada passada naquele time que tinha Trey Burke e
Hardaway Jr, ou até mesmo pelo simples estereótipo do branquelo que
arremessa de três.
De
qualquer forma eu estou com você nessa: ele não só é um melhor ball handler e
passer do que muitos julgam, mas também toma excelentes decisões dentro de uma
quadra. Jogou dois anos dentro do esquema genial de John Beilein, o qual se
aproxima bastante dos que temos na NBA atualmente em situações de 5 vs 5, pois
junta um ótimo espaçamento da quadra com movimentação de bola constante, vários
passes extras e pouquíssimos arremessos de média distância...então Stauskas
acabou se tornando um cara muito pouco egoísta e que entende perfeitamente que
sua capacidade de chutar de fora não é destinada apenas a adicionar três pontos
no placar, mas também a ser indiretamente uma arma capaz de fazer toda sua
equipe ter mais facilidade de encontrar o melhor arremesso possível em cada
posse de bola.
Vitor -
Pessoalmente, eu diria que Stauskas lidera hoje o 3rd Tier da NBA, pelo menos
em termos de talento e potencial (Gary Harris junto com ele). Eu consigo vê-lo
facilmente saindo para o Hornets no #9 e tenho certeza que não passa do Wolves
no #13, e se o Bulls conseguir pega-lo na #11 (subindo para a pick do Nuggets
usando suas duas escolhas, como se especula) seria o steal do Draft.
Mas para
dizer que Stauskas lidera o 3rd Tier, é bom definir os outros dois. Na minha
opinião, temos um claro 1st Tier composto por Wiggins, Embiid e Parker (e
TALVEZ Dante Exum), e depois um 2nd Tier composto por Exum (se não estiver no
1st), Smart, Gordon, Vonleh e Randle - qualquer um desses teria sido 1st pick
de 2013, by the way. Você concorda com esse ponto de vista? Ou acha que não
existe nada tão definido assim nesse Draft, ou então que algum dos Tiers é
diferente?
Zeca - Eu acho
que estão bem definidos sim, e concordo com sua classificação. O difícil talvez
seja ordenar este 2nd tier, mas isso é outra história. Também gostaria de
adicionar que Dario Saric estaria no meu segundo grupo se estivéssemos
falando do puro talento, mas como ele não é um prospecto convencional, e nem
deve vir pra NBA nessa temporada, ele acaba caindo um pouco. Aliás, todos os
anos é como se os atletas internacionais disputassem um recrutamento à parte,
por todos os fatores os quais nós já conhecemos.
Vitor - Eu adoro
Saric, e tenho certeza que muitos GMs na NBA concordam comigo. Ele tem tamanho
de PF mas joga como armador, tem muita mobilidade, excelente passador e ball
handler. Eu adoro qualquer grande passador, e Saric tem um talento especial no
quesito, um legitimo point-forward devastador em transição. Ele já tem um
razoável post game e, se seu jumper ficar consistente, tem tudo para ser uma
versão mais completa, mais all around da melhor fase de Turkoglu (que
era o segundo melhor jogador e crunch-time scorer de um Orlando que
chegou nas Finais). Em termos de talento, também coloco ele no 2nd tier,
especialmente porque ele pode jogar na 3 e na 4.
O
engraçado é que o problema com Saric não é o que normalmente temos com
prospectos internacionais. Jogadores como Exum e Nurkic, em geral, são
vistos com desconfiança porque jogaram contra competição muito incerta e
ninguém consegue ter certeza dos seus talentos reais (como Exum) ou então
tiveram ótimos números mas jogando em um papel e minutos limitados (como
Nurkic). Mas ninguém tem esse problema com Saric - nós sabemos exatamente quem
ele é! Mas entre não saber suas reais intenções profissionais ou se ele vem
imediatamente para a NBA (ou mesmo se virá em breve), como você disse, a
desconfiança faz ele sair do 2nd Tier. Mas tenho certeza que alguém na loteria
vai arriscar ir atrás de um jogador tão talentoso - especialmente um time que
possa se dar ao luxo de esperar um ou dois anos por ele.
Zeca - Eu não
sou nenhum especialista em prospectos estrangeiros, mas além de Saric eu tenho
notado dois outros atletas internacionais que podem estar sendo um pouco
negligenciados: Clint Capela e Vasilije Micic. O primeiro tem um
atleticismo soberbo e consequentemente um grande potencial, ainda mais porque
tem o corpo ideal pra um defensor moderno na posição quatro. Já o segundo se
destaca por ler perfeita e rapidamente as jogadas de screen and roll, as quais são
muito importantes na NBA hoje. Fora isso eu não estou tão animado com essa
class de estrangeiros como em anos anteriores, mas também pode ser por que meu
conhecimento sobre eles é limitado mesmo.
Vitor - Capela
em particular me interessa pelo seu potencial a médio prazo, mas deve cair para
o final da primeira rodada pois não deve vir tão cedo para a NBA. Mas em um
lugar (final do Draft) onde tantos times já tem um elenco completo, ele é um
excelente prospecto para ficar alguns anos na Europa sem ocupar espaço no
plantel, e vir daqui a um tempo quando tiver pronto.
Alias,
essa é outra marca desse Draft: profundidade. Muita gente fala sobre as
potenciais estrelas do Draft, os Wiggins e Embiids, mas é igualmente importante
ter um Draft com um bom número de jogadores de NBA, onde você pode conseguir um
role player importante mesmo no final da primeira rodada e no começo da
segunda. Capela é um ótimo exemplo de um jogador que pode render muitos frutos
em alguns anos e que não precisa de uma escolha alta para ser adquirido. O
mesmo provavelmente é verdade para jogadores como KJ McDaniels, Jarnell
Stokes, Jeremi Grant, Jordan Clarkson e Glenn Robinson. Como você ve essa
profundidade, especialmente em comparação com os últimos anos?
Zeca - Há
rumores de que pelo menos umas cinco equipes pretendem fazer trocas para terem
escolha de 1st round, mas o que se fala é que estas picks sairiam muito mais
caras do que o normal, exatamente por que a iniciativa está partindo de quem
quer adquirir e não de quem quer vender. Isso diz muito com relação ao valor de
uma escolha no Draft desse ano; tudo bem que a tendência é isso acontecer mais
frequentemente nessa era pós-Lockout, com os contratos de calouros sendo tão
imprescindíveis para se combinar competitividade com flexibilidade financeira,
mas é óbvio que a profundidade de talento do recrutamento tem um peso nisso,
como você falou.
É até
estranho ver caras como Glenn Robinson III, DeAndre Daniels e Jarnell
Stokes sendo projetados para o 2nd round em boa parte dos mocks. São caras que
pegariam contratos garantidos na maioria dos anos. Também vale destacar que
temos alguns juniors e seniors com um pouco mais de potencial do que geralmente
se espera de caras com idade entre 21 e 23 anos, e te dou alguns bons exemplos:
Adreian Payne, KJ McDaniels e Elfrid Payton. Então eu não tenho nenhuma
dúvida de que temos um Draft com uma profundidade especial. E eu não sei se eu
acho isso bom, porque vai ter muito cara que poderia estar voltando pra mais um
ano de protagonismo na NCAA, tendo que ir tentar a vida no basquete
internacional por conta da grande concorrência. Espero que o russo deles esteja
em dia.
Vitor - Isso
pode funcionar por outro ponto de vista também. Um contrato de segunda rodada é
uma comodidade ainda mais valiosa para os times hoje em dia, porque te garante
um jogador por três anos em um contrato muito barato, mas sem as garantias que
um contrato de primeira rodada trás. Os times tem ficado mais espertos indo
atrás de jogadores de segunda rodada, conforme o novo CBA aumentou seu
custo-benefício. Então de certa forma, cair para o começo da segunda rodada
pode acabar aumentando o valor desses jogadores uma vez que estejam na
NBA, se é que isso faz sentido. O maior ênfase recente na D-League também pode
ajudar, algo que tornou mais eficiente o uso de talento na NBA e que só deve
continuar evoluindo. Então não tenho muita preocupação nesse sentido do êxodo
de talento.
Algo que
me interessa na profundidade desse Draft é que normalmente isso está associado
a jogadores mais velhos sem tanto potencial, que acabam sendo passados para o
segundo plano. Certamente temos desses jogadores no Draft, “veteranos” capazes
de ajudar uma equipe de imediato como CJ Wilcox, Russ Smith, Jabari
Brown ou Cleanthony Early, mas também temos um bom número de jogadores
que ainda apresentam um bom potencial e que podem ser apostas a médio prazo,
como Nick Johnson, Glenn Robinson e Mitch McGary, Spencer Dinwiddie,
Jahii Carson e até mesmo draft-and-stash players como Micic, Bogdan
Bogdanovic, Arten Klimenko e Walter Tavares. É uma profundidade para todos
os gostos e todos os estilos. Eu adoraria ter uma escolha de segunda rodada
nesse Draft.
Zeca - Que bom
que você citou o Dinwiddie. Pra quem não sabe, antes de começar a temporada do
basquete universitário ele era cotado até pro final da loteria, mas rompeu o
ligamento do joelho em Janeiro e ninguém mais vai ter coragem de pegá-lo no 1st
round e dar-lhe um contrato garantido. Mas eu gosto tanto do skill set dele -
excelente floor general que está sempre sob controle e adora jogar no erro do
adversário - que acho que a partir da escolha 31 ele passa a ser o melhor
atleta disponível (em circunstâncias normais). Você lembrou que o contrato pra
um cara de 2nd round não é 100% garantido mesmo podendo ser multiyear, e por
isso fica ainda mais válida a aposta nele...o problema é que não vai ter Summer
League e training camp pra avaliá-lo, mas é o pequeno risco que você corre pra
tentar pegar um grande jogador numa escolha tão baixa.
Vitor - Eu
sempre gostei muito de Dinwiddie, mas fiquei surpreso que ele fosse direto para
a NBA vindo dessa lesão no joelho ao invés de voltar para a NCAA mais um ano.
Dinwiddie pode começar na NBA uma tendência que a NFL popularizou nos últimos
anos: um bom jogador que cai por conta de uma lesão, o time drafta, deixa um
ano treinando com calma e se habilitando, e ele basicamente vira um redshirt no
seu primeiro ano (mais ou menos o que o Sixers fez com Noel ano passado,
só que com um prospecto não tão valioso).
Em uma
nota relacionada, eu acho que Dinwiddie tem que ser um dos primeiros jogadores
a sair na primeira rodada. Seu contrato seria barato e não garantido, e é um
fortissimo candidato a steal do Draft. Nós sempre gostamos de falar sobre quais
jogadores podem ser as “steals” desse Draft, e acho que Dinwiddie estaria no
topo de ambas as nossas listas. Eu também gostaria de adicionar Jordan
Clarkson (um jogador que passei a gostar recentemente e que pode ser o novo
Reggie Jackson) e Nick Johnson, esse último um jogador bem
underrated em Arizona que é considerado pequeno demais para ser SG na NBA mas
parece ter as habilidades que voce busca nesse tipo de jogador. Quais os seus?
Zeca - Que bom
que você tocou nesse assunto! Não sei quanto a você, mas essa é minha parte
favorita do Draft. Meus patrocinados esse ano são muitos, mas eu vou destacar
só três aqui diferentes dos seus: KJ McDaniels, Cameron Bairstow e Josh
Huestis.
O
primeiro é um dos meus jogadores preferidos dessa class; foi o melhor defensor
da ACC em 2014 e estaria entre os meus cinco maiores candidatos a MVP se este
prêmio fizesse parte do college basketball, tal foi o impacto que ele teve em
Clemson. É um cara que vai forçar seu marcador a fazer um box out nele, se não
quiser tomar uma putback slam, sem contar que também é mortal em transição.
Bairstow é um grande scorer da posição 4 que vai ter muito trabalho pra não
virar piada como defensor, mas acho que ele tem chance de se tornar algo
próximo de um Luis Scola. E Huestis é o meu maior patrocinado: protege o
aro e pega rebotes como um big man, mas defende atletas de perímetro com certa
facilidade também. Não vai ter a zona de Stanford pra maximizar seu impacto
defensivo, no entanto acho que pode ser uma versão menos atlética de Andre
Roberson (porém com um jogo de perímetro melhor).
Vitor - Eu
particularmente adoro KJ McDaniels e acho que é um lock para sair na primeira
rodada (faria muito sentido no Houston com a 25th pick). Poucos jogadores tem a
all-aroundness dele nesse draft.
E legal
que bem quando iamos partir para as considerações finais sobre o Draft e
terminar essa coluna, chega a notícia de que Joel Embiid - o melhor prospecto e
a clara escolha #1 desse Draft - teve uma fratura no pé.
Como você
acha que isso vai afetar o topo do Draft? Embiid ainda é o melhor jogador, mas
essa (stress fracture) é uma lesão complicada para big men, a mesma que acabou
com as carreiras de Sam Bowie, Yao Ming e Bill Walton. Ninguém sabe
exatamente a extensão da lesão, mas é fato que isso vai aumentar muito o risco
de escolher o camisa 21. Qual o impacto imediato disso?
Zeca - Eu
acredito que essa lesão vai acabar sendo decisiva para o Draft no final das
contas. É impossível dizer se ele vai sofrer com lesões no decorrer de sua
carreira profissional, mas vem batalhando com elas desde Fevereiro, e o
histórico, como você lembrou bem, nos deixa preocupado com relação a isso.
Vale
lembrar também de exemplos recentes como Anthony Bennett, Otto Porter, Alex
Len e CJ McCollum que perderam Summer League, offseason e uma parte da
temporada por estarem lesionados, e nenhum deles conseguiu o espaço que queriam
na rotação após isso. Então vai ser muito complicado pra Embiid superar tudo
isso e ter um início de carreira sólido, sem prejuízo...Enfim, hoje eu creio
que o Cavs não deve mais bancá-lo na primeira escolha; talvez Bucks e
Sixers pensem dessa mesma forma.
Vitor - Eu
particularmente tenho certeza que Embiid não sai mais no Top2. Sixers no #3
pode olhar para ele (já não tiveram problema em deixar Nerlens Noel um ano
parado), bem como Orlando no #4, mas considerando o alto risco que vem junto
com um jogador desses e o fato de que o seu agente vai querer direcioná-lo para
um grande mercado se ele não for escolhido no Top3, acho que o destino mais
provável é que ele saia para o Celtics no #6. Boston não tem tanto medo de
apostar alto, e precisam urgente de uma estrela - e Embiid é bom demais para
deixar passar dessa forma apesar de tudo.
O maior
perdedor dessa lesão - tirando o Cavs, para quem Embiid era de longe a melhor
escolha, e o próprio Embiid - provavelmente é o Sixers, que tem seus olhos
desde o começo em Andrew Wiggins e que parecia confiante de que conseguiria o
SF de Kansas no #3, com Cavs pegando Embiid e o Bucks, Jabari Parker. Agora,
salvo uma troca pela #1 pick, o Sixers só consegue seu alvo caso o Bucks pegue
Dante Exum na segunda rodada, o que me parece improvável. Então Philadelphia
vai ter que ser criativo com essa escolha #3, de uma forma que não esperava uma
semana atrás.
Zeca - Também
existe a chance do Cavs pegar Exum na pick 1, especialmente sendo o Cavs...mas
também não acho isso provável. O Sixers me parecia o mais confortável desse top
3, afinal só teria o trabalho de pegar o cara que sobrasse daquele top tier,
mas agora se complica um pouco e dá um toque de imprevisibilidade no
recrutamento.
Vitor - Ainda
assim, tem um certo alívio cômico no Cavs querendo pegar Jabari Parker, um
pontuador que joga com a bola nas mãos e não defende ninguém (assim como Irving
e Waiters), ou mesmo um SF/PF acima do peso como Bennett. As piadas
nunca vão parar, Cleveland.
Zeca - Vítor,
eu sei que temos que finalizar esse post, mas antes eu queria deixar uma última
pergunta pra você: se existisse um League Pass Draft, onde os times mais chatos
de se assistir têm as primeiras escolhas e pegam os prospectos mais divertidos,
independente das necessidades reais, qual seria seu top 5?
Vitor - Opa,
gostei disso! Uma boa forma de adiar o final! Acho seguro dizer que os
primeiros 5 times do seu Draft seriam Lakers, Sixers, Bucks, Jazz
e Detroit em alguma ordem também.
Sobre as
primeiras cinco escolhas, eu acho que Aaron Gordon seria a #1. Eu adoro
a forma como ele consegue enterrar por cima de qualquer um, e ele definitivamente
vai ganhar um vídeo no YouTube chamado “BLAKE GRIFFIN Aaron Gordon
coloca as bolas na cara de Timofey Mozgov!” algum dia. O resto do
Top5 teria Andrew Wiggins, o cara que consegue pular para fora do ginásio…
Dante Exum, em parte pela aura de mistério e em outra parte porque ele me
parece um armador tipo Derrick Rose (e todo mundo sabe que a gente
precisa de um novo Derrick Rose)… Zach LaVine, por puro potencial e
explosão… e Marcus Smart, simplesmente porque eu adoro o seu jogo
extremamente completo e acho que ele vai ser um 15-7-7 ambulante no time certo
(tipo MCW ano passado, só que bom). Dario Saric teria certamente entrado
nesse Top5 no lugar de Exum ou Smart se não fosse ficar mais dois anos na
Europa. Obrigado por acabar com a animação, Saric.
E você,
pra finalizar: mudaria meu Top5?
Zeca - As
equipes do top 5 eu não mudaria. Sixers e Lakers fizeram com que eu passasse a
odiar o ritmo acelerado no basquete, e ainda bem que você alfinetou MCW por que
senão seria eu.
Já nos jogadores eu mudaria algumas coisas:
provavelmente por não ter acompanhado ele, tiraria Dante Exum e colocaria Kyle
Anderson. É incrível como o cara é mais lento que uma tartaruga correndo
contra o vento e consegue ser efetivo. Eu ainda estou tentando decifrar isso...Também
tiraria Marcus Smart pra colocar Noah Vonleh. Mas em uma coisa nós
concordamos: Aaron Gordon seria a primeira escolha. Mal posso esperar pra falar
YOU CAN’T LIVE IN THE GORDON DESERT novamente!
Vitor -
Anderson foi meu último “corte” tirando Saric, colocaria ele no lugar do Exum.
Mas o Exum me interessa muito justamente por não ter acompanhado ele, não sei o
que esperar… e isso é ótimo! E eu iria até ai te dar um pescotapa se você não
tivesse Aaron Gordon na sua posição #1 - um dos MUITOS motivos que me fazem
estar animado com esse cara.
Zeca, eu
adoraria explorar uns boatos de troca a mais - MCW pela #7? Rondo pela
#8 + McLemore? - mas se continuarmos, só vamos parar depois do Draft.
Então é melhor a gente encerrar por aqui, e guardar os comentários extras para
uma futura coluna, entitulada “Por que o Cavs fez besteira com a #1 pick”.
Alguma consideração final?
Zeca - Eu estava
pronto pra vir aqui tirar uma onda com Cleveland, Vítor, porém eles mesmos
conseguiram fazer isso:
Vitor - Justo.
Eu aceito também a coluna “Porque o Boston Celtics foi o grande vencedor
desse Draft” *cruzando os dedos*
Zeca - Mas
vamos terminar por aqui pois o Marco Civil da Internet já entrou em vigor, e
tenho medo que tirem esse post do ar alegando que agora é direito absoluto do
usuário ler apenas textos com menos de cinco dígitos de caracteres. Enfim,
deixo aqui um abraço pra você, boa sorte ao seu Boston Celtics no recrutamento
e minhas condolências aos argentinos pela eliminação de sua seleção na Copa do
Mundo (esse último foi só pra adiantar).
Até a
próxima!
Vitor- Também
me despeço aqui, foi um prazer retomar essa coluna com você, e espero que, na
falta de um Mock Draft ou uma cobertura extensa sobre o Draft, isso ajude os
leitores a entenderem melhor o que está acontecendo nesse momento tão
importante do futuro da NBA.
Um abraço
a todos, e até a próxima, Zeca!
Eu sei que é impossível precisar o quanto um cara vai ser suscetível a lesões durante a carreira. Mas um cara que joga basquete a 3 apenas e já deve 2 lesões serias sendo uma por stress(o tipo de lesão que se batalha contra a carreira inteira). Acho que o Embid ganha uma red flag do tamanho do mundo. E ainda mais em um draft tão bom impostar em uma incerteza tão grande pode ser perder duas vezes. E pelo amor de deus parem de falar que MCW é bom jogador sem ter visto ele jogar. O cara é ruim, mas ficava com a bola o tempo todo então tinha números, btw ninguém pode ser considerado bom se seu time perdeu quase 30 partidas seguidas.
ResponderExcluirSim, a red flag no Embiid é gigante. Mas o talento e potencial dele também é - alguém, cedo ou tarde, vai achar que isso compensa o risco. Alto risco, alta recompensa.
ExcluirE nenhum de n´øs disse que o MCW é um bom jogador. Pelo contr´årio, nós dois falamos mal dele.
Eu sei e eu tava concordando com vcs e dando meu apoio. Pra mim ele é pior tipo de armador que fica com a bola 22 segundos, se conseguir o arremesso bom, se não passa e se a bola cair ganha uma assistência se não o erro vai para outro. Tipico caçador de stats. Odeio ele.
ExcluirE o Heat querendo Pick melhor pra draftar o Shabazz Napier. Acho uma Boa...#GoHeat
ExcluirVitor, você acha que existe o risco de Jabari Parker ficar preso entre SF e PF sem se desenvolver em nenhuma das duas, estilo Michael Beasley e Derrick Willians?
ResponderExcluirExiste, porque ele não tem uma posição definida. Mas acho que tem uma diferença crucial: D-Will e Beasley são tweeners porque não conseguem jogar em nenhuma das duas posições. Jabari acredito que pode jogar nas duas. E em Milwaukee o esquema será adaptado a ele, não ele que vai ter que se adaptar a um esquema (como D-Will).
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