Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Os calouros da temporada 2011 da NFL

Enquanto não soluciono meus problemas de falta de tempo e falta de um computador (pelo menos um deles será resolvido até o final do mês com certeza, o que já deve melhorar), além de pedir perdão de joelhos aos leitores, o que nós vamos fazer será simples: Analisar os jogadores que foram calouros na temporada 2011 da NFL.

Pra quem não lembra, algum tempo atrás nós fizemos uma análise de como se sairam os Quarterbacks calouros da NFL, comparando o que se falava deles antes do Draft com como eles se saíram e as habilidades que edmonstraram. Falamos de Cam Newton, Andy Dalton e companhia. Quando esse post saiu, muitas pessoas nos pediram posts semelhantes para calouros de diferentes posições. Por fim, depois de muita enrolação e muita dificuldade pra postar, vamos fazer um post com vários calouros de posições diferentes, separados pela expectativa antes do Draft e do dia do Draft em si. Vamos a isto que não sei quando tempo ainda tenho pra escrever. Chega logo, fim do mês!! Prometo que quando chegar, eu volto a postar decentemente. Tenham paciência!


As certezas do dia do Draft
Von Miller, OLB, 2nd pick (1st round), Denver Broncos (8-8)
Antes do Draft, muita gente falava que o Von Miller era o melhor jogador do Draft. Atlético e explosivo, tinha tudo pra ser um grande OLB numa defesa 3-4, usando sua velocidade e explosão pra vir pela lateral e contornar os jogadores de linha ofensiva. Muita gente comparou ele ao Demarcus Ware, dominante OLB do Cowboys, mas pra mim essa avaliação era muito errada. Ware é um jogador muito forte, que usa seu corpo e força física como sua principal arma pra destruir as defesas, enquanto Miller é um jogador muito mais magro, mas bem mais rápido e que ia usar sua velocidade e agilidade pra conseguir colocar pressão.

O Broncos Draftou o Miller com a secunda escolha contra minha vontade (Pra mim um DT permitiria que o time jogasse com uma defesa 3-4, liberando o Elvis Dumervil pra jogar de OLB,onde ele rende mais). Pra mim era mais importante draftar o Marcell Dareus. Mas o Broncos pegou o Miller e teve que viver com os altos e baixos da decisão.

O alto é que, no final das contas, o Miller era ainda melhor do que se supunha. Extremamente rápido e explosivo como anunciado, ele realmente foi uma força pressionando o Quarterback como esperado (11,5 sacks apesar de ter jogado alguns jogos com uma lesão na mão), mas mais do que isso, ele mostrou um jogo muito completo que logo se tornou o pilar defensivo da equipe. Ele mostrou boa cobertura nas jogadas de passe mas, mais importante ainda pra um time que não tinha uma linha defensiva dominante (leia-se muito ruim) , ele foi um monstro contra o jogo terrestre, parou todo mundo que tentasse correr pela lateral, deu tackle atras de tackle antes da linha de scrimmage e foi o líder da defesa.

O lado negativo é que pelo fato dele ser um OLB e não um DT, o time não tinha condições de montar uma linha defensiva forte o suficiente pra defesa jogar na formação 3-4, que pra mim maximiza o poder de fogo da dupla Dumervil-Miller. Com isso, o time teve que jogar na formação 4-3, com o Dumervil de DE, o que não faz com que ele seja desperdiçado mas também não é onde ele rende mais. O Miller até se virou muito bem como OLB nesse esquema, demonstrou suas habilidades contra o jogo terrestre, mas essa dupla numa formação 3-4 seria algo de outro planeta. Mas pra isso acontecer, o Broncos precisa antes de mais nada de algo que lembre uma linha defensiva, consequencia de ter passado o Dareus. Mas eles não ligam, o Miller é um grande jogador, que ancorou uma defesa que jogou muito bem apesar das limitações óbvias e ele realmente era o melhor jogador defensivo desse Draft.


"Forças especiais... GINYU!!"


Marcell Dareus, DT, 3rd pick (1st Round), Buffalo Bills (6-10)
Cotado por muitos como a possível primeira escolha do Draft antes do Panthers decidir pelo Cam Newton, o Marcell Dareus caiu até a terceira escolha, e o Bills decidiu pegar o melhor jogador disponível. O Dareus era um DT muito grande e forte, com um bom motor e movimentação, e que eu chamei de "âncora" pela sua capacidade de ancorar uma linha defensiva, ocupar bloqueadores e causar problemas pelo miolo da defesa.

O problema pro Bills é que o melhor jogador do time, Kyle Williams, tem exatamente essas características, e ninguém vai tirar o Williams da sua posição no miolo da linha defensiva do Bills. O que o Bills tentou fazer, portanto, foi adaptar o Dareus ao esquema, colocando ele pra jogar muitas vezes na lateral da linha de DE. Ele não jogou mal, seu tamanho foi valioso tapando buracos e as vezes funcionando pra vencer adversários mais fracos e forçar o QB a se livrar da bola. Mas a verdade é que ele também não esteve tão confortável jogando um pouco fora de posição. Seu enorme tamanho é uma vantagem muito maior no miolo da defesa do que na lateral, ele claramente se mostrou um pouco perdido numa posição onde não tinha jogado antes.

Ao longo do tempo ele até mostrou adaptação e usou seu bom motor pra dominar alguns jogos, mas ele mostrou que é um jogador dominante mesmo quando o Williams machucou e o Dareus jogou no lugar dele no meio da linha. Ai sim seu motor e tamanho fizeram a diferença e ele conseguiu se mostrar um defensor dominante. Acho que a ideia do Bills é continuar insistindo na dupla e tentar desenvolver o Dareus jogando mais pelas laterais da linha como um DE no esquema 3-4. Acho que ele até vai render bem na função, ele teve bons momentos e tem talento de sobra, mas definitivamente não é onde ele rende mais. Mas como o Kyle Williams vive machucando, talvez seja bom ter ele na sombra pra assumir a função. E fato é que a defesa do Bills foi muito melhor quando os dois estavam saudáveis...

AJ Green vai dar um beijinho de amigo na bola


AJ Green, WR, 4th pick (1st Round), Cincinnati Bengals (9-7)
AJ Green era considerado o melhor WR do Draft, hands down. Atleticismo, boas mãos, velocidade, altura, salto, controle do corpo e precisão das rotas. Agora podemos dizer é que ele é ainda melhor do que anunciado.

Jogadores com o pacote físico do Green não são raros. O raro é encontrar alguém que além disso tudo saiba usar essas ferramentas e tenha uma cabeça que favoreça o desenvolvimento desse jogo. O Dez Bryant, por exemplo, é muito bom em termos físicos e sabe tirar vantagem dos WRs, mas não tem cabeça e nem inteligência dentro de campo (suas rotas são muito malfeitas). Mas o Green é um jogador extremamente completo, e um dos motivos do Andy Dalton ter jogado com tanto conforto nesse ano de calouro - faz toda a diferença ter um WR que você possa confiar em cobertura dupla E em terceiras descidas. Pra mim, o Green foi o segundo melhor calouro ofensivo do ano atrás do Cam Newton, mas dentro da sua posição talvez ele seja ainda mais dominante. A NFL não viu seis WRs melhores que Green em 2011. E tem tudo pra ser um dos jogadores mais dominantes da Liga nos próximos anos.

Essa foto é legal demais pra virar piadinha


Patrick Peterson, CB, 5th pick (1st Round), Arizona Cardinals (8-8)
No ambiente do Draft, temos vários termos diferentes pra designar como um jogador correspondeu em relação às expectativas. Temos os clássicos "bust" ou "steal", mas também temos outro como "late bloomers" (alguém que demora pra atingir seu potencial) ou "stud". Mas precisamos de um termo novo pra determinar jogadores que entram na Liga com enormes expectativas, nunca as atingem, mas também não são fracassos (Pense num Emeka Okafor se você gostar de NBA ou até mesmo na versão 2011 do Alex Smith).

Claro que usar esse termo ainda inexistente pra determinar o Patrick Peterson é um tremendo exagero, afinal ele acabou de terminar o seu primeiro ano na Liga e mostrou potencial pra ser um tremendo jogador. Mas serviria pra descrever como foi seu primeiro ano na NFL muito bem: Chegou com pinta de ser um grande craque desde o começo, o novo Darrelle Revis, o melhor jogador do Draft para muitos (Inclusive pra mim)... Mas começou devagar, tomou muita canseira dos WRs no profissional, e acabou tendo muita gente da mídia falando que ele era muito inferior ao que tinha sido anunciado (porque, afinal, a mídia nunca exagera). Mas com o tempo sua habilidade motora fora de série, sua habilidade na antecipação e capacidade geral para jogar na cobertura nos fizeram lembrar que ele é muito bom e que é simplesmente muito dificil fazer a transição entre ser Cornerback no College e nos profissionais, é raro ver jogadores que já entram e tem sucesso na posição. Ao longo da temporada o Peterson acostumou muito bem à sua posição nos profissionais, conseguiu boas partidas e, ainda que não tenha sido dentro de campo o jogador que muita gente achou que ele ia ser logo de cara, ele mostrou que tem tudo pra vir a ser nas próximas temporadas.

A função que realmente fez o Peterson se destacar, no entanto, não foi a de Cornerback, e sim a de Punt Returner. O Peterson, ao longo do ano, retornou quatro punts pra TD (recorde da NFL empatado com Devin Hester), sendo todos de 80 jardas ou mais (recorde da NFL). Ainda que jogar duas vezes contra o Rams faça esses números subirem (foram dois deles contra o Rams), é uma performance impressionante para um calouro, que o levou ao Pro Bowl. Grande talento, grande potencial. Apesar de não ter mostrado o que esperávemos até agora, tem tudo pra ser um jogador tão bom quanto o anunciado.



As apostas

Antes de virar jogador, Julio Jones estrelou o papel de Predador no cinema


Julio Jones, WR, 6th Pick (1st Round), Atlanta Falcons (10-6)
O Julio Jones, ainda que fosse amplamente considerado o segundo melhor WR do Draft e um talento top10, foi uma aposta que saiu muito cara para o Falcons. O time de Atlanta trocou duas escolhas de primeira rodada (2011 e 2012), uma de segunda rodada (2011) e duas de quarta rodada (2011 e 2012) pela sexta escolha do Draft de 2011 com o Browns, pra poder pegar o Julio Jones. Ainda que caro, na época, o investimento do Falcons fez sentido: O time tinha saído de uma excelente campanha em 2010 mesmo com seu melhor defensor (John Abraham) machucado, mas que tinha esbarrado nos playoffs na sua falta de um segundo playmaker pra complementar o Roddy White no ataque - o Packers dobrou a marcação em White, forçou Matt Ryan a lançar para os demais recebedores... E o ataque do Falcons se autodestruiu. Por esse motivo, um WR tão promissor como Jones parecia a única coisa entre o Falcons e um time ainda melhor, com ainda mais chances de título que no ano anterior.

Bom, as coisas não foram bem assim para o Falcons em 2011 - Matt Ryan não conseguiu duplicar o sucesso de 2010, a defesa não jogou bem, e várias falhas do time que não tinham aparecido em 2010 foram escancaradas. O Falcons sobreviveu e foi aos playoffs graças a uma tabela muito fácil, mas claramente não jogou bem e foi massacrado pelo Giants nos playoffs anotando apenas dois pontos. Sim, um safety.

A culpa não foi, claro, do Julio Jones. Jones teve alguns jogos excepcionais e outros relativamente apagados. Uma boa parte da sua falta de produtividade em algumas partidas se deveu à temporada fraca do Ryan e da linha ofensiva do time. Mas o Jones também mostrou que as comparações com o AJ Green antes do Draft eram exageradas. Ele mostrou grande velocidade e agilidade, disparava pelo campo sempre que conseguia segurar uma bola, um dos melhores WRs da NFL em jardas após a recepção, mas também mostrou um lado mais cru: Suas rotas não eram tão precisas, ele não tinha grande antecipação e nem era o tipo de jogador que consegue cavar um espaço no meio de uma marcação apertada ou até dupla (como o AJ Green faz parecer fácil, por exemplo). Mas o motivo da troca não ter dado tão certo foi o próprio time do falcons que não estava tão pronto como a gente imaginava, não o Jones jogando mal de alguma maneira. Existem poucos WRs mais explosivos na Liga.

Adoro quando alguém da esses abraços de corpo inteiro 
no comissário no Draft. O melhor? Darius Miles,
 é claro! Mas depois vem essa do Epke Udoh!


Aldon Smith, OLB, 7th Pick (1st Round), San Francisco 49ers (13-3)
Todo Draft tem pelo menos um jogador que, quando é escolhido, deixa todo mundo pensando algo como "Espera, esse cara não foi escolhido uma rodada antes?" ou "Quem diabos é esse cara??", e nesse Draft foi o Aldon Smith. Smith era cotado como muitos pra sair lá pela 14ª, 18ª escolha, e para alguns não sairia nem na primeira rodada. ~Quando o Niners escolheu ele com a sétima escolha, o sentimento geral era que o Jim Harbaugh tinha surtado no seu primeiro Draft, pegando um jogador muito acima do seu verdadeiro valor com jogadores melhores disponíveis. Uma temporada espetacular e 14 sacks depois... Ahn... É, ele é bom.

Os scouting reports sobre o Smith geralmente concordavam em algumas coisas: Um jogador muito forte e atlético, bastante explosivo, mas que não sabia usar as mãos muito bem, e que precisaria de algum tempo pra se adaptar a jogar como OLB numa defesa 3-4, ao invés de DE numa defesa 4-3 como estava acostumado (São funções parecidas, mas diferentes. A principal diferença possivelmente é que um OLB numa defesa 3-4 começa a jogada de pé, e não com a mão apoiada no chão. Pode parecer pouco, mas faz muita diferença pro impulso inicial), além de que ainda lhe faltavam habilidades mais gerais para a posição de OLB. Mas o que se viu foi um jogador extremamente explosivo, com um excelente motor e que não teve absolutamente nenhuma dificuldade pra sair de uma postura levantada, que sabe usar as mãos com maestria e que nunca desiste de perseguir o adversário numa jogada. Se ele ainda tem algumas deficiências pra se tornar um jogador completo pra posição, ele compensa sendo um dos melhores pass rushers de TODA a NFL. Conseguiu 14 sacks (A apenas meio sack de empatar o recorde de calouros do Jevon Kearse) mesmo jogando apenas algumas descidas por campanha, e sendo titular apenas quando o Ahmad Brooks se machucou.

No final, teve muita discussão sobre quem merecia ser o Defensive Rookie of The Year, entre Miller e Smith. Miller é mais completo, não só é um ótimo pass rusher como também sabe jogar na cobertura e é absolutamente devastador contra o jogo terrestre. Do outro lado, o Smith ainda deixa a desejar na cobertura e não tem ainda experiência pra ser forte contrao jogo terrestre, ele é um jogador mais unidimensional que o Miller... Mas nessa sua dimensão ele é um dos melhores do mundo e, como pass rusher puro, muito melhor até mesmo que o Miller. No que ele faz, ele é o melhor. Já o Miller faz tudo e, por jogar nas três descidas (por causa do seu jogo mais completo), impacta o time de formas mais variadas e em mais jogadas. Os dois melhores calouros defensivos do Draft sem dúvida, e Smith acabou sendo um jogador muito melhor do que esperado.


Os steals do Draft

Brooks Reed, DE/OLB, 42nd Pick (2nd Round), Houston Texans (10-6)
Eu podia comentar do DE JJ Watt, Draftado pelo Texans em 11th Overall e que é um excelente jogador - muito forte, consegue dar voltas tanto por dentro como por fora da linha e sempre parece aparecer quando o time precisa de uma jogada defensiva - mas quem me chamou a atenção mesmo foi o Brooks Reed, draftado na segunda rodada e com muito menos pompa que o Watt, mas que jogou ainda melhor. Quando o Mario Williams machucou, o Reed foi quem tapou o buraco jogando de OLB e DE, anotou seis sacks até o final da temporada, correu por três, executou todo o trabalho sujo pra facilitar a vida do Brian Cushing e do Watt, e foi o principal responsável por tapar o buraco deixado pelo Pro Bowler. Talvez o que tenha feito tanto sucesso foi a combinação dos dois: JJ Watt e Reed, o Watt pelo meio com sua força e o Reed com sua versatilidade. Não é um steal tão grande assim, mas jogou mais do que seu status no Draft indicava. Grande achado.


DeMarco Murray, RB, 71st Pick (3rd Round), Dallas Cowboys (8-8)
Eu sempre digo que avaliar Running Backs é a tarefa mais ingrata da história do Draft. O College é muito melhor pra RBs, que enfrentam jogadores mais fracos e lentos, que jogam menos fechados que na NFL, e é muito dificil separar que talento vai ser levado pro nível da NFL e qual não vai ser. Por exemplo, entre os melhores RBs da NFL temos jogadores draftados no top 5 (Adrian Peterson) e jogadores não Draftados (Arian Foster). Temos muitos jogadores chegando com pompa na Liga, draftados com escolhas altas, que somem na Liga (CJ Spiller), e outros que chegam como resíduo e que se destacam (LeGarret Blount, Fred Jackson). Se avaliar talentos saindo do College é uma ciência muito inexata, avaliar RBs é a mais inexata de todas elas.

E lá está DeMarco Murray, pouco comentado antes do Draft, que sai na terceira rodada pra um time que tem Felix Jones e Tashard Choice. Murray ficou o banco, jogou pouco e quase não se destacou, até que o Jones estourou o joelho e Murray começou de titular na sétima semana. O resultado? 253 jardas e um recorde da história do Cowboys. Nos jogos seguintes, Murray continuou destruindo tudo e todos: Foram 74 jardas (em 8 carregadas, absurdas 9.3 jardas por carregada) na semana seguinte, depois 140 e 136 antes de acalmar o fogo, especialmente quando voltou o Felix Jones de lesão. Quando ele finalmente machucou o pé e perdeu o resto da temporada, todo mundo já estava pensando "Que diabos, como nós deixamos passar esse cara??". Mas eu já disse, avaliar RBs é dificílimo. Eu acho mais absurdo ainda ninguém ter pego o Arian Foster, mas enfim.

O problema é que as vezes é difícil cravar alguma coisa sobre um calouro que jogou pra valer só cinco jogos, destruiu em três, foi bom em um, mediano em outro, e depois estourou o pé. Ele pode ser realmente um monstro nível Arian Foster, mas tem muita pouca amostra pra poder falar com certeza, e precisamos também ver como ele vai render quando as defesas começarem a se ajustar a ele (Corte para Jeremy Lin concordando com a cabeça). Mas pelo que mostrou até agora, pelo menos, vale o entusiasmo, porque ele quebrou o recorde de jardas pra um jogo da Franquia que teve Emmit Smith e Tony Dorset (e o recorde do Eric Dickerson pra mais jardas de um calouro nos primeiros jogos como titular). A companhia, pelo menos, é muito boa. Vamos ver como ele volta depois dessa lesão que acabou com sua temporada, dessa vez como titular desde a offseason.


Os não Draftados


Doug Baldwin, WR, Seattle Seahawks (7-9)
Apenas um jogador calouro não draftado, na história da NFL, liderou seu time em jardas recebidas e recepções na temporada, e foi o Doug Baldwin, do Seahawks. E ele fez isso jogando com o Tarvaris Jackson, é incrível que ele tenha conseguido receber bolas. Não é exatamente comum, mas também não é uma grande raridade quando algum jogador não draftado se destaca (Arian Foster, Miles Austin, LeGarrett Blount... Kurt Warner...). O Baldwin acabou aproveitando muito bem a chance, se destacou como um alvo grande e atlético e se destacou num ataque meio confuso, mas que tinha outros recebedores consagrados (Zach Miller, Sidney Rice) e outros promissores (Golden Tate). Agora que o Matt Flynn chegou (Post sobre isso ainda essa semana se tudo der certo - leia-se se meu computador funcionar) o Baldwin pode se tornar um alvo mais importante pro time, porque... sabe... o Flynn sabe lançar a bola pra frente.


Sterling Moore, CB, Oakland Raiders/New England Patriots
Sterling Moore teve um único momento relevante na sua temporada de calouro. Que foi tirar das mãos de manteiga do Lee Evans o passe que resultaria num touchdown do Ravens nos segundos finais da Final da AFC e que teria dado a vitória ao Ravens, levando o time de Baltimore ao Super Bowl (onde eles teriam a chance de fazer uma das maiores justiças da história da NFL: O Baltimore Ravens ganhando um título em Indianapolis, a cidade que roubou o Baltimore Colts). Ao invés disso, Evans não segurou a bola e Moore derrubou a bola o chão, Billy Cundiff  errou um FG tosco e o Patriots foi pro Super Bowl.

E sim, o fato do Patriots estar contando com um calouro não Draftado na jogada mais importante da temporada resume o que você precisa saber sobre o Patriots de 2011. 

quinta-feira, 8 de março de 2012

Os caminhos se separam

Peyton Manning mostra toda sua fúria de marido traído pro Colts


Depois de perder uma temporada inteira por causa de uma lesão séria que ameaçou sua carreira, e enfrentando muitas dúvidas sobre sua capacidade de voltar a jogar no nível anterior à lesão, um dos grandes QBs da história da NFL acabou saindo do time no qual tinha feito sua carreira para tentar jogar em busca de um título nos seus últimos anos em outro lugar, enquanto seu time optava por apostar em um QB mais jovem.

Não, essa não é a história de Peyton Manning, embora pudesse ser. Essa é a história do maior Quarterback de todos os tempos, Joe Montana, que de certa forma se repetiu hoje quando o Colts anunciou que estava dispensando Manning. Depois de perder a temporada 2011 inteira com problemas no pescoço e ver o Colts acabar com a primeira escolha do Draft. Com um QB do calibre de Andrew Luck no Draft, o Colts decidiu começar do zero em torno de Luck, e então terminou o contrato de Manning antes que tivesse que pagar um bonus de 28 milhões e tivesse que pegar os últimos cinco anos do contrato - o que tornaria quase inviável uma troca com outro time.

Por mais triste que seja ver uma lenda e futuro Hall of Famer sair do time que ele ama e fez sua carreira, não é incomum. Manning e Montana não são os únicos grandes QBs que seguiram esse caminho, e não serão os últimos. O que acontece é que as vezes os times são obrigados a tomar decisões pensando no presente e futuro da Franquia, e deixam de lado a parte emocional. O Colts sabe que se mantiver Manning, por melhor que ele volte de lesão, dificilmente terá time pra competir por títulos nos próximos anos, a equipe está muito fraca e velha, e daí vai ter que aguentar um período longo de reconstrução sem talvez nenhuma base. Caiu no colo do Colts o melhor QB a sair do College Football dos últimos 13 anos (desde, bem, Manning), então eles acham preferível dispensar Manning pra tentar um último título em qualquer lugar e começar sua reconstrução com um grande jogador como Luck no centro. Isso significa partir caminhos com o maior jogador da história da Franquia e um dos dez maiores Quarterbacks a jogar o esporte, mas é a decisão racional a se tomar.

Pra quem não conhece a história de Montana, ela é bem parecida. Depois de ser campeão em 1988, o 49ers montou em 1989 o time que é considerado o melhor que a NFL já teve em todos os tempos, liderado pelo maior QB e pelo maior WR da história do jogo,  Montana e Jerry Rice. Esse Niners atropelou todo mundo que viu pela frente, inclusive anotou nos seus três jogos de playoffs naquele ano 128 PONTOS e tomou apenas 38 (!!!!), a maior performance de uma equipe nos playoffs na história da Liga, inclusive um humilhante 55-10 no Denver Broncos do John Elway no Super Bowl. Em 1990, o 49ers parecia pronto pra repetir e conseguir o terceiro título consecutivo (15-1 durante a temporada regular, Montana e Rice imparáveis, equipe absolutamente perfeita), mas na final da NFC, quando o Niners vencia o Giants no quarto período por 16-3 (leia essa frase de novo e tente se convencer que o Niners NÃO ia ser campeão aquele ano), Montana foi atingido pelas costas por um sack com o capacete (hoje ilegal, na época legal). O ombro do QB se despedaçou e ele teve que sair do jogo. O Giants virou o jogo e foi ao Super Bowl. Depois de perder toda a temporada 1991 lesionado, o Niners decidiu trocar Montana e entregar o comando da Franquia ao então reserva Steve Young (futuramente um Hall of Famer e um dos dez maiores QBs de todos os tempos - pra mim cinco maiores). Montana foi trocado pro Chiefs por quase nada como um sinal de respeito ao QB - O Niners tinha propostas muito melhores, mas deixou o QB decidir por que time jogaria. Depois de fazer milagre com um time limitado do Chiefs, dois anos depois Montana aposentou, e seu nome sempre esteve e estará associado ao San Francisco 49ers, onde ele conquistou quatro titulos e teria conquistado pelo menos mais um caso não tivesse machucado.

Mas o proposito desse post não é ficar triste pelo ciclo do Manning se encerrar em Indianapolis e nem lembrar de outros grandes QBs que tiveram um fim parecido. Eu só queria mostrar que o Colts não está fazendo algo inédito ou imoral, é uma decisão dura pela história do jogador e da franquia, mas uma decisão necessária pro futuro do time. Se eu fosse torcedor do Colts, estaria muito triste de ver o camisa 18 saindo, mas entenderia a necessidade dessa decisão e estaria disposto a abraçar a nova era Andrew Luck. Afinal, o que passou, passou e nada vai mudar. A história que Manning e o Colts construíram juntos está lá pra sempre. Não importa por que time Manning joga, ele sempre será o QB que fez sua história no Colts. Seu auge foi lá. Ele sempre será um Colt, até o final. 

Mas o interessante é que a dispensa de Manning e um outro QB que nem está na NFL nesse momento tornam a situação futura da NFL mais interessante. Robert Griffin III, considerado o segundo melhor jogador (e QB) do Draft depois de Andrew Luck, e Peyton Manning, que de certa forma estão no mercado nesse momento, são as chaves pro futuro de vários times.

A situação do Draft da NFL está bastante clara no momento, pelo menos pras duas primeiras escolhas. O Colts irá, sem dúvida alguma, escolher um Quarterback nesse Draft, e muito provavelmente ele será Andrew Luck. A segunda escolha do Draft, atualmente, pertence ao Saint Louis Rams, que tem no Sam Bradford o seu QB, e portanto dificilmente irá pegar Robert Griffin com a terceira escolha. Mas como Griffin é amplamente considerado o segundo melhor jogador no Draft, o Rams está na posição perfeita pra trocar a segunda escolha do Draft para algum time que quiser Griffin, e com isso adquirir mais escolhas de Draft ou jogadores que lhes interessem. Claro que o Rams não vai trocar pra algum time que não possa oferecer (entre outras coisas) uma escolha de primeira rodada decente nesse Draft, de preferência alta o suficiente pro Rams poder pegar o WR Justin Blackmon, considerado o melhor WR desse Draft. Só que agora o valor dessa moeda de troca recebeu um golpe considerável, já que existe um novo ativo pra posição de QB no mercado pra um time que queira vencer imediatamente, o que significa que um time em busca da segunda escolha do Draft vai parar de fazer ofertas para o Rams, tirando valor de troca.

Quais são, então, os times com maiores chances de adquirir a escolha do Rams? No momento, os candidatos mais fortes são Browns (4th overall), Redskins (6th overall) e o Miami Dolphins (8th overall). Times como Seahawks (12th overall) estão interessados, é claro, mas dificilmente algum time vai conseguir trocar com o Rams sem ter uma escolha de Draft alta pra dar em troca. Esses três vão ter que oferecer muito mais do que simplesmente sua escolha de primeira rodada - talvez uma outra escolha futura de primeira rodada, ou algum jogador - mas isso vai depender de como a concorrência estiver. Se um desses times sair da briga, o Rams perde poder de barganha.

E ai aparece Peyton Manning. Manning, apesar de todas as dúvidas quanto à sua forma física e sua capacidade de jogar depois das lesões e cirurgias no pescoço, ainda é um QB que está entre os melhores de todos os tempos e que se conseguir jogar 60% do que jogava já é capaz de fazer a diferença. Mas ele também está velho e claramente no fim da carreira, então o time que o pegar estará se comprometendo com o QB por um período curto, para disputar títulos num curto prazo. Por isso precisa ser um time que (pelo menos ele acredite que) possa competir com a adição do camisa 18 e talvez mais um ou dois jogadores na Free Agency. Isso naturalmente limita o número de opções por dois lados. Primeiro, um time que esteja com um QB estabelecido ou com um QB para o futuro que precise de jogo não vão dar uma nota preta pro Manning, tem que ser um time que precise de um QB pra estar pronto pra competir, com o resto do time montado - ou pelo menos eles assim acreditam. Do outro lado, Manning não vai escolher um time que ele não acredite que tenha chances de títulos pra desperdiçar seus últimos anos.

Uma variável importante aqui pra delimitar o mercado é o quanto Manning está querendo no seu contrato, em salário e duração. Se ele quiser um salário muito alto ou um contrato muito longo, isso vai desanimar alguns times por causa do teto salarial. Mas se ele aceitar ganhar menos e fazer um contrato curto (Dois anos pra mim é o ideal) o mercado rpa ele vai ser muito maior - e muito mais atraente do seu ponto de vista.

Entre os times que irão procurar Manning pra oferecer até a casa pra ele, pra tentar convencê-lo, os principais são dois times que também estão atrás de Griffin: Dolphins e Redskins. Times como Cardinals, Jets e Seahawks estão também muito interessados no QB, mas Dolphins e Redskins devem persegui-lo com muito mais agressividade e são considerados os favoritos, talvez porque estejam dispostos a gastar mais. 

Entre esses times, o Dolphins tem boas chances porque tem um bom time, joga num estado quente (onde Manning tem casa) e porque tem um problema sério de QB, mas com um ataque ajustado (com uma linha ofensiva fraca, mas fora isso...). O Redskins é outro time que pode se dar ao luxo de gastar demais e que tem uma defesa muito boa pra oferecer ao Manning, embora por outro lado seu ataque, apesar de uma linha ofensiva melhor, tem muito poucos alvos e jogadores confiáveis pra oferecer. São dois tiems que tem problemas de Quarterback e que tem um bom conjunto, e embora a meu ver não estejam só a um Manning a 60% da força de serem campeões, podem ser opções tentadoras pro QB pelo dinheiro e pelo fato de serem times que estão dispostos a se comprometerem a qualquer custo - e prazo. Entre esses dois, eu acho que quem estaria disposto a oferecer mais era o Redskins, principalmente porque o Dolphins também tem grande interesse no Matt Flynn, Free Agent que trabalhou com o novo técnico do time John Philbin em Green Bay e acho que é uma opção preferível pro time jovem e promissor do Dolphins, enquanto que o técnico do Redskins - que está brigando pra manter seu emprego - prefere um jogador que renda resultados imediatos.

Entre as outras opções, Jets é um time que ficou a um bom QB de ser um candidato sério por algum tempo e seria uma boa opção por esse ponto de vista... Mas eu duvido muito que o Manning vá querer ir pra um time com tantos jogadores estrelas, com tantos conflitos de ego e tantas personalidades fortes (num sentido negativo), por mais que lhe ofereça boas chances de título. Cardinals e Seahawks são dois times com talento muito jovem e que, pra mim, fazem besteira de apostar num QB veterano. Nos dois casos, vale mais a pena achar um QB pra desenvolver com calma junto com o resto da equipe. Acho que não só seria prejudicial colocar um QB veterano num time com tantas falhas e jogadores que precisem de tempo pra desenvolver, como isso também e´o tipo de coisa que atrasa uma franquia em reconstrução: O time seria obrigado a fazer trocas e assinaturas arriscadas e precipitadas pra melhorar a situação do time agora enquanto Manning não aposenta, e quando ele aposentar daqui a dois anos (possivelmente sem ganhar nada) o time vai ter destruído sua chance de desenvolver aquele elenco. Por isso não gosto das opções - embora sejam possibilidades, até porque estão afim de gastar.

Por outro ponto de vista, temos os times que fazem sentido, mas que dificilmente irão atrás de Manning. Embora alguns citem Ravens como um possível destino, é muito difiícil porque o time não teria espaço salarial (A não ser, como eu disse acima, que o QB aceite um salário muito menor, ou então que metade do time reestruture seus contratos) e porque o time parece comprometido com Joe Flacco como seu QB do futuro - ainda que faça sentido porque o núcleo do time já tem certa idade e está com o tempo acabando.

Outra excelente opção seria o meu 49ers, um time que tem uma excelente defesa e um bom ataque centrado em torno de um QB limitado. Se Manning aceitasse um contrato de pouca duração ou de pouco valor, o 49ers não teria problemas pra reassinar com Navorro Bowman e Michael Crabtree em alguns anos e teria um QB pra mentorar o jovem Colin Kaepernick pra ser o QB do futuro, um casamento perfeito pra ambos. O problema é que o 49ers já disse várias vezes que está comprometido com o Alex Smith e que prefere ficar com ele indo pra frente, especialmente depois da grande evolução que ele mostrou em 2011 (e também porque a confiança na relação Jim Harbaugh-Smith é um dos pilares de sustentação da equipe). Situação parecida acontece com outro time com um ótimo núcleo e um QB jovem e duvidoso na posição de Quarterback, o Chiefs. Uma boa defesa, um grande RB e um bom corpo de Wide Receivers que, pra mim, está a um QB  de alto nível (e de saúde e sorte!) de ser um candidato sério na AFC. Manning certamente daria esse jogador ao Chiefs, mas o problema é que o time é muito jovem e o Chiefs prefere que Matt Cassell possa evoluir e ser o QB do futuro, pra manter o time atual unido por mais tempo.

Por fim, aquele que pra mim é o encaixe perfeito se o Manning aceitar um contrato de dois anos: Tennessee Titans. Pra quem não lembra, o Titans pegou o Matt Hasselback ano passado e colocou ele pra ser titular enquanto o Jake Locker treinava os fundamentos nos bastidores, sem pressão, pra assumir daqui a alguns anos. Se o Manning quiser um contrato longo, isso vai interferir com o desenvolvimento do Locker e acho que o Titans não vai querer arriscar o futuro do time pra ter a chance de ganhar títulos num curto prazo. Mas se a ideia do time é manter um veterano no comando do time pra mentorar o Locker por algum tempo curto (dois anos, digamos) e tentar algo nesse período antes de colocar o Locker pra levar o time pro futuro... Porque não fazer isso com Manning ao invés de Hasselback? O time tem uma defesa jovem e talentosa, tem vários playmakers no ataque, bons recebedores e uma boa linha ofensiva. Se o Hasselback tivesse sido consistente no ataque e o Kenny Britt ficasse saudável, o Titans tinha boas chances de ir aos playoffs mesmo com Chris Johnson jogando muito mal no ano todo. Imagina então com Manning? Pra mim o time tem a chance real de disputar títulos por dois anos, ai acabava o contrato do Manning e Locker assume com a base montada. Perfeito!

Mas o problema desses últimos times, apesar de serem bons encaixes, é que eles aparentemente não estão interessados em arriscar. Mesmo que tenham alguma chance e, se decidirem a tempo entrar na briga, possam fazer Manning pensar duas vezes, parece difícil que eles entrem pra valer na disputa (Parece que o Chiefs, entre esses, é o que tem mais chance de passar para a ofensiva). Caso esse prognóstico se confirme, a briga ficaria entre os times que irão desesperadamente atrás do QB: Jets, Redskins, Miami, Cardinals e Seahawks (Sendo que, repito, dificilmente acredito que ele opte pelo Jets). Entre esses times, o Redskins tem tudo pra ser um time mais agressivo que o Dolphins, simplesmente porque o Redskins é um time mais desesperado. O Dolphins tem um time mais jovem, tem boas chances de pegar o Matt Flynn na Free Agency se tentar, e não tem a urgência por um QB que resolva a parada imediatamente. Já o Redskins tem uma mistura confusa de jogadores jovens e velhos e um ataque mais decadente, mas mais importante, tem um técnico que está com o cargo a perigo e que se interessaria muito mais por um QB veterano pra entrar e resolver a parada do que pegar um FA jovem como Flynn ou até Griffin no Draft, jogadores que podem demorar pra se ajustarem e darem resultados, e até lá o Mike Shanahan já pode ter sido demitido e não vai colher os resultados da sua decisão - justamente por isso o Manning é preferível (ainda que "fontes" digam que ele não quer ir pra Washington).

O problema pro Rams é que se Dolphins ou Redskins pegarem o Manning, então um dos candidatos a trocar pela segunda escolha vai pelo ralo. O Browns pode (e aparentemente vai) oferecer sua escolha de primeira rodada (4th) e sua outra escolha de primeira rodada (22nd) pela escolha do Rams. Se Miami e Redskins estiverem na briga, eles podem oferecer algo a mais pra tentar ficar com a escolha e forçar uma reação dos demais, inflacionando assim o valor da escolha. Mas se um dos dois sair do páreo com o camisa 18, um dos concorrentes a valorizar essa escolha de Draft foi pro saco, e o Rams vai acabar ficando no máximo com as duas escolhas de primeira rodada do Browns. O essencial para o Rams era trocar a escolha antes do Manning definir seu destino (o que deve acontecer na próxima semana), mas isso não vai acontecer - o Draft vai acontecer depois da decisão do Manning e o Rams não tem tanto poder de barganha assim. Pro Rams, foi a pior coisa que poderia acontecer: Além de possivelmente ganhar mais um forte competidor na divisão (caso Manning vá pra Seahawks ou Cardinals), ele ainda viu sua escolha tomar um pequeno golpe no seu valor.

Mas claro que, no final, o fator determinante vai ser a vontade do Manning, aonde ele está afim de ir e o que ele aceita abrir mão pra isso. Talvez o número de times que aceitem fazer propostas elevadas (e talvez até exageradas) pro Manning seja pequeno, mas a grande parte dos times citados acima (e até outros como Broncos, Vikings ou até Jaguars) com toda a certeza vai pelo menos se informar das disponibilidades do QB. Se ele achar algo interessante nesse meio, então talvez mude seus pedidos... Não tem como saber. No fundo, podemos identificar os times que devem ser mais agressivos em busca do camisa 18, os times que fariam sentido do ponto de vista do encaixe entre e time e jogador... Mas o fator que realmente vai decidir pra onde vai o grande prêmio dessa Free Agency vai ser a própria vontade do jogador. Boatos vão aparecer, pessoas vão falar que X ou Y tem mais chances... Mas no final, tudo depende de Peyton Manning, do que ele considerará importante, da parte pessoal. E ele merece. Aos 36 anos, ele está escrevendo os últimos capítulos da sua história na NFL. O 49ers deu a Montana a chance de escrever esse último capítulo no time que ele escolheu, o Chiefs (e ele quase fez o milagre de levar aquele time ao Super Bowl). Agora o Manning tem a liberdade de escolher aonde ele quer fazer o mesmo. Porque, depois de 13 das maiores temporadas da história da NFL, ele merece.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Sugestão de leitura

Enquanto eu tento solucionar dois problemas (Leia-se a falta de tempo e a falta de um computador desde que o meu teve uma crise) pra voltar a postar com frequencia no blog (não sei quando isso vai acontecer, mas espero que antes cedo do que tarde), estou preparando a uma velocidade digna de alguem que usa o computador da irmã quando ela não está em casa um post sobre os novatos da temporada 2011 da NFL, atendendo a muitos pedidos.

Enquanto não sai (espero que saia até sábado), deixo aos que sabem ler em inglês uma sugestão de leitura de um artigo do ótimo site Grantlando. O artigo, que pode ser encontrado no link http://www.grantland.com/story/_/id/7612311/an-oral-history-malice-palace, é um excelente relato da lendária briga entre os jogadores do Pacers e os torcedores do Detroit Pistons em um jogo. O cara que escreveu (o bom Jonathan Abrams) conversou com várias pessoas que estiveram lá, desde jogadores dos dois times, passando pelos técnicos, comentaristas, diretores e muitos outros que estiveram no ginásio no momento ou que tivessem algo a ver com o que aconteceu.

É um relato impressionante e extremamente bem feito de um dos eventos mais importantes da NBA na última década e que levou a muitas coisas como o aumento das punições a jogadores, criação do famoso código de vestimenta, o fim do time do Pacers de 2005 que pra muitos era o melhor da NBA (e que levou o Pacers a amargar seis anos apostando em jogadores branquelos e bonzinhos pra melhorar a imagem ad franquia), e o Abrams passa muito bem por essas questões extra-campo e qual foi a reação do resto da NBA. Uma obra-prima que merece ser lida, recomendo a todos que leiam ingles.