Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Preview: Baltimore Ravens at Kansas City Chiefs


O Super Bowl é logo ali na frente

O dia de hoje finalmente chegou, e em uma hora vou estar sentado no sofá da sala esperando que comecem os playoffs da NFL. Foi uma espera longa, e agora chegou a hora de ficarem somente os melhores. Ja falei ontem dos dois jogos que vão acontecer hoje, e agora vou falar dos jogos de domingo, lembrando que Kansas vs Baltimore começa 4h da tarde. Ainda hoje trago tambem Packers vs Eagles, o melhor jogo da rodada. Quando acalmar a correria das duas primeiras rodadas dos playoffs, eu comento mais a movimentação recente da NFL.

Todo os times grandes, fortes e bem estruturados sabem que o que importa não é a temporada regular, e sim os playoffs. Eles sabem que o que importa é que o time jogue bem nas tres ou quatro partidas depois do fim da temporada regular, e não o que acontece antes. Claro que voce precisa primeiro se classificar pra ele, e só 37,5% dos times da NFL passam para os playoffs (Ao contrário da NBA, onde passam 53%), e é pra isso que a temporada regular serve. MAs se o time tem elenco, estrutura e um bom técnico, os times tem confiança nessa classificação e portanto encaram a temporada regular apenas como uma fase rápida e desnecessaria. Vantagem de jogar em casa e uma boa classificação são importantes, claro, mas todo grande técnico sabe que o que ganha jogos é o que está no campo, não na arquibancada. No entanto, os times que se dão a esse luxo são muito poucos, e realmente só funciona com um grande técnico do lado de fora, nao adianta cobrar isso do Wade Phillips, como o Dallas descobriu a duras penas. Mas como os times que conseguem isso são pouquissimos, existe muito mais times que encaram a fase de temporada regular como uma fase decisiva, e pra sobreviverem à concorrência tem que continuamente evoluir seu jogo e achar novas forças (A NFC West não se aplica a isso). Por isso muitos dos times que vemos nos playoffs são times que vem de histórias de superação, e muitas vezes esses times acabam indo mais longe do que todo mundo esperava justamente por tudo que eles tiveram que superar. Em 2007 é desnecessario lembrar que o Giants, que classificou sofrido na ultima rodada, evoluiu loucamente pra derrubar os favoritos Cowboys, Packers e até o Patriots invicto no Super Bowl. Em 2008, um time do Cardinals que classificou até com facilidade numa divisão patética mas que sempre se preocupou em refinar o esquema de jogo, eliminou os favoritos Eagles, Panthers (Dificil acreditar nesse, eu sei) e Falcons (de um Matt Ryan calouro) nos playoffs. Ou seja, exemplos recentes de sucesso de times desacreditados antes da temporada começar. O próprio Saints de 2009, embora tenha dominado a temporada regular e despontado como favorito, desde 2006 não ia aos playoffs, poucas pessoas (E eu era uma dessas) apontava o time como um possivel candidato ao titulo. O que isso tem a ver com o jogo de amanha? Só ler abaixo.

As chaves da partida para o Chiefs:
O Chiefs foi um time que teve uma grande evolução da temporada pra cá. Mas tambem foi um time que teve uma enorme evolução ao longo da temporada, e é ai que mora o perigo do Chiefs nessa pós temporada. O time começou muito bem a temporada, ficou algum tempo invicto e atraiu as atenções, principalmente porque o Chargers não ganhava nem do time do meu bairro. E o Chiefs fazia isso de duas formas: Uma defesa melhorada, adaptada do 4-3 pro 3-4 e contando com ótimas atuações da sua secundária, como Brandon Flowers e do calouro Eric Berry, e conseguiram segurar alguns ataques com eficiencia. Mas mais do que isso, o time correu com a bola bem até demais. O time tinha o ótimo Jamaal Charles ano passado, mas trouxe tambem Thomas Jones, que dividiu muito bem as carregadas com Charles e, atrás de uma boa linha ofensiva, combinaram pra quase 160 jardas por jogo, melhor ataque terrestre da NFL. Foi isso que começou levando o time bem, alem do calouro Dexter McCluster, que começou destruindo retornando kickoffs e punts (embora um deles tenha sido contra o Chargers, a gente sabe que não conta). No entanto, depois de um ótimo começo, a defesa começou a não segurar mais tão bem os adversários e o jogo terrestre começou a ser mais marcado, o que levou o Chiefs a uma sequencia ruim e permitir que o Chargers e o Raiders se aproximassem. Foi ai que quem apareceu pra salvar a patria foi Matt Cassel.

Cassel foi o QB dos Patriots em 2008 com a contusão de Tom Brady, e levou o time a um record de 11-5, quando ficaram fora dos playoffs assim mesmo. Esse ano a campanha do Chiefs foi de "apenas" 10-6, msa foi o suficiente pra ir mais longe do que ele jamais tinha ido em New England. Ele evoluiu muito em New England ao longo do ano, sub a tutela de Tom Brady e Bill Belichick, e teve um bom ano, antes de ser trocado pro Chiefs. No Chiefs, teve um 2009 bem discreto e não mostrou que podia voltar a ser o bom QB do Patriots, quando tinha Wes Welker, Randy Moss e tantos outros no time. Mas quando a água começou a bater na bunda do Chiefs, foi Cassel que elevou seu jogo, e elevou de uma forma que eu nunca tinha visto antes nele. Ele jogou muito melhor que quando estava no Patriots, fez Dwayne Bowe, o talentoso e problematico Wide Receiver, ter uma temporada de Randy Moss (Da época boa, claro). Tirando o ultimo jogo da temporada contra Oakland - com varios jogadores reservas e claramente se segurando - e depois da nona semana, quando ainda parecia mais disposto a lançar interceptações do que touchdowns, ele teve somados 15 TDs e apenas uma interceptação, e isso porque perdeu uma partida contra o Chargers, lesionado, quando seu time levou uma surra. Nessas seis partidas, o time ganhou cinco e só perdeu uma pro Denver quando deu a louca no ataque do time do Colorado e eles marcaram 49 pontos brincando, apesar das 470 jardas e quatro TDs do Cassel na partida. Foi o crescimento de produção de Cassel que fez o Chiefs voltar a ganhar, voltar a abrir espaço pro fortissimo jogo terrestre e voltar a ganhar a divisão depois de algum tempo. Se houvesse um premio pro jogador que mais evoluiu ao longo da temporada, meu voto era do Cassel.

E, pro jogo de hoje, a chave é que o time mostre a evolução que vinha demonstrando. O ataque terrestre do Chiefs é fortissimo e vai causar invariavelmente um impacto no jogo, mas o Ravens tem a quinta melhor defesa terrestre da Liga e conta com Ray Lewis, possivelmente o maior MLB da história da NFL, e ainda conta com mais uma linha de frente fortissima com Haloti Ngata e Terrell Suggs. Ou seja, o ataque terrestre do Chiefs vai conseguir suas jardas, suas primeiras descidas, e vai conseguir um impacto suficiente no jogo para que o Ravens tenha que ficar atento a ele, msa contra a defesa do Ravens - e todo mundo sabe que o Lewis sempre joga melhor nos playoffs - ele não vai conseguir fazer o time ganhar sozinho. Pra isso que Cassel tem que mostrar a mesma maturidade e postura que vinha demonstrando nas ultiams semanas. A defesa do Ravens é muito boa e sempre coloca pressão nos quarterbacks, mas a secundária do time é vulnerável, foi apenas a 21ª melhor da Liga, e alem disso seu melhor jogador, Ed Reed, está num problema familiar sério, seu irmão pulou no rio Mississipi e desapareceu, ainda não foi encontrado, e é assim que ele terá que entrar em campo amanha. Por isso o Cassel tem que aproveitar essa fragilidade da secundária e o medo que a defesa vai ter do seu jogo terrestre pra espalhar bem a bola e empurrar o ataque pra frente pelo ar. Não adianta colocar o Cassel pra lançar tres bolas por descida, as jogadas tem que balancear bem corridas e passes, mas colocando o Cassel em segundas ou terceiras pra cinco jardas voce ja vai não só permitir que ele faça conversões mais faceis como vai fazer com que ele tenha espaço pra trabalhar no play action e queime a defesa adversária se aproveitando da velocidade de McCluster e Chris Chambers, e do talento de Bowe. A defesa do Chiefs está melhor, a secundária é boa, mas a unidade ainda es´tá longe de ser realmente confiavel e o ataque do Ravens tem talento demais pra que o Chiefs ganhe com um jogo de placar baixo. E pro time conseguir fazer o ataque fluir, Cassel vai ter que soltar bem a bola e, como sempre, evitar ao máximo turnovers.

As chaves da vitória pro Ravens:
O Ravens, ao contrário do Chiefs, juntou talento demais de ambos os lados da bola antes da temporada começar. O ataque tinha um bom QB com um braço forte, tres Wide Receivers com experiencia e muito talento, dois RBs com estilos que se complementam, e uma defesa que ja faz dez anos que está entre as melhores da Liga e conta com lendas como Ed Reed e Ray Lewis. Era um time que tinha tudo pra alcançar novamente a pós temporada sem esforço, e embora não tenha conseguido ganhar a divisão, realmente classificou com tranquilidade desde o começo, como um time que sabe que vai se classificar. E classificou, apesar de não ter conseguido mando de campo nos playoffs, o que eu duvido que va fazer muita diferença com um time tão experiente como esse. Acontece que o Ravens, que ano passado era um time que corria primeiro e pensava (e passava) depois (geralmente passando tambem curtinho pro RB) e abusava da agilidade do Ray Rice, agora contava com varias armas pro ataque aéreo do time e começou a forçar mais o braço do Joe Flacco. No começo da temporada, na estreia contra o Jets principalmente, o time mostrou bastante dificuldade em equilibrar as duas coisas, mas eu achava que era coisa de estreia, de um elenco que nunca tinha jogado junto, e que isso ia ser corrigido ao longo do ano. Mas o problema foi que o time continuou ganhando dependendo de um ou de outro: 3 TDs do Anquan Boldin um dia, 2 TDs do Willis McGahee no outro, Ray Rice com 200 jardas totais no outro. MAs o time ainda está sofrendo pra achar um equilibrio, uma identidade no ataque. O time não sabe se corre primeiro, se torna o jogo aéreo a prioridade, ou se tenta uma mistura bizarra tocando de lado todas as bolas pro Rice sair correndo. Ao longo do campeonato, o time tinha tanto talento, um time tão bom, que o time seguiu ganhando no puro talento. Na temporada regular, isso basta, mas quando pegar os melhores times da NFL nos playoffs, a necessidade de um ataque organizado e fundamentado aparece. Nao é um ataque balanceado, é um ataque confuso, e esse é um jogo pro time fazer o que ue acho que deferia ser a diretriz do time: Correr primeiro, variando corridas de força do McGahee pelo meio com as explosões do Rice pelas laterais ou recebendo bolas curtas, e ai sim voce traz o braço do Flacco em rotas longas quando a defesa começa a ficar preocupada com as corridas e passes curtos. O Donte Stallworth é doido, mas é muito rapido e pode queimar qualquer defesa num dia bom, e ele vai ser muito importante em rotas longas, que vão puxar a cobertura do safety. Quando o Safety começar a se aproximar da linha de scrimage, voce solta a bola pra frente. A secundária do Chiefs é mais forte do que a linha de frente, e é melhor voce começar explorando essa fraqueza do adversário.

Outra estratégia que pode funcionar pro Ravens é tentar forçar um jogo de placar baixo, mas é uma estrategia mais arriscada justamente por causa do seu ataque menos entrosado. Se a defesa - e em especial a secundária mais vulneravel - do time não conseguir segurar o ataque do Chiefs depois de apostar numa estrategia de segurar a bola e o time acabar atrás no placar no fim do jogo, a necessidade de um ataque entrosado capaz de uma campanha rapida pode pesar. Mas eu estou falando aqui dos pontos fracos do Ravens, principalmente da falta de entrosamento do ataque, porque ela é uma realidade, mas a gente não pode esquecer que o time tem uma vantagem enorme: talento. O time tem mais talento que o Chiefs, e por isso é o favorito a vencer a partida. Mas o Chiefs vem embalado, e conhece melhor seu ataque. Isso pode não ser o suficiente pra fazer o Chiefs vencer a partida, mas o torna um time perigoso. Se ganhar, como muitos apostam que fará, é bom usar isso como um aprendizado pro resto da competição, porque se enfrentar Steelers ou Patriots, vai ser bem mais dificil.

Palpite: Eu adoro o time do Chiefs, acho que tem muito futuro ainda mesmo com o Thomas Jones ficando mais velho, mas o Ravens tem talento demais. Acho que vai ser um jogão, apertado, mas que no final a melhor defesa do Ravens vai fazer a diferença.

Preview: New York Jets at Indianapolis Colts

"Tu vais ter teu fim, Peyton Manning" - Rex Ryan, o filho do capeta

O segundo jogo do dia não só é bem melhor como tambem tem um interesse especial. Por dois motivos, aliás. O Colts é um eterno favorito dos playoffs enquanto tiver Peyton Manning, o cara é um monstro, transforma qualquer time em algo perigoso. Mas esse ano o Colts está sofrendo com diversas lesões, tanto no ataque como na defesa, e mais do que nunca o time está dependendo do talento de Manning pra pontuar pra cacete. E como sabemos, ele faz isso como poucos. Do outro lado, um time que tem um QB inconsistente e uma defesa que desde o ano passado está entre as melhroes da Liga e que acaba vencendo os jogos pelos placares baixos e pelos turnovers forçados. Duelos entre grandes ataques e grandes defesas sempre são divertidos, e nesse caso nao vai ser diferente. Mas alem disso, tem o fato desses dois times terem se enfrentado ano passado na final de Conferência da AFC num jogão, onde o  Peyton Manning dissecou completamente o complexo e eficiente sistema defensivo do Rex Ryan num duelo tático extremamente divertido e interessante, ou pelo menos pros nerds que adoram tática que nem eu. O Colts começou perdendo, Manning tendo problemas, e no segundo tempo cada blitz, cada mudança defensiva era lida pelo QB do Colts, que massacrou o Jets no segundo tempo. E podem ter certeza, o Rex Ryan quer vingança. Apesar disso, ambos os times estão bem abaixo do ano passado, tanto em momento como em qualidade, e vai ser um jogo bem mais dificil do que ano passado. E possivelmente de assistir tambem.

As chaves da partida pro Colts:
Peyton Manning. Simples, sempre. Eu poderia citar varias coisas importantes pro Colts, como estabelecer o jogo terrestre e tudo mais, mas no final, o que vai fazer a diferença pro Colts vai ser como o Manning vai se comportar no ataque. Parece idiota, parece pouco, mas não é. A linha ofensiva do Colts, a melhor da NFL por anos a fio quando se trata de proteger o QB, está muito mais fraca do que ano passado e o Ryan é conhecido por usar e abusar de bllitzes complicadas e eventualmente elas vão chegar perto do Manning, que faz varios anos que nao sai do pocket pra ganahr tempo, ele vence as blitzes com leituras e lançamentos rápidos, e isso vai ser muito importante, principalmente porque as blitzes do Ryan sempre vem com esquemas de cobertura dificeis de serem lidos, e é ai que mora outro problema do Colts. A ausência de Dallas Clark. O Jacob Tamme ta tendo uma ótima temporada, tendo os numeros que o Clark vinha tendo, mas como eu ja disse quando comentei a série ruim do Manning, tem uma diferença fundamental. O Tamme é um bom alvo, mas nem de longe passa a confiança que o Clark passava. O Clark não era só um alvo, ele era a opção do Manning quando a coisa apertava, o alvo que o Manning sabia que podia passar quando preciasva de um arremesso rápido. Lembro que quando o Marvin Harrison tava no auge, la por 2004, eles tinham um entrosamento tão ridiculo que o Manning era capaz de completar o passe pra ele na rota 'slant' com os olhos fechados desde o snap. Esse entrosamento com Clark é um dos motivos que ele era capaz de se livrar da bola tão facilmente. Tamme é bom, quando Manning tem tempo de lançar ele é um ótimo alvo, mas no aperto ele não vai olhar na direção do Tamme como olhava na do Clark. E o que é pior, nao tem mais ninguem pra ele confiar. Talvez o Reggie Wayne, que nao tem jogado tao bem quanto se esperava, e o melhor WR do time na temporada, Austin Collie, ta fora. Pro Colts ganhar, o Manning vai ter que pontuar. E o jogo terrestre do Colts deu alguns sinais de vida, mas contra a defesa do Jets, acho dificil contar com isso.

Outra coisa importante é, pra mim, que o Colts tem que sair na frente no placar. Eu falei aqui, quando disse que nao acreditava no Jets, que o time não sabe jogar atrás no placar, e anotar um touchdown rapido pode colocar mais pressão na cabeça do Mark Sanchez e caso o time não consiga anotar um TD pra revidar (E aqui a defesa do Colts, principalmente o grupo de LBs, vai ter que aparecer), eles vão ser forçados cada vez mais a deixar o jogo terrestre em segundo plano e ir com o ataque aéreo, e o Sanchez não é tão confiavel nessas horas. Mas o Colts tem que ficar esperto pra uma improbabilidade: que o Rex Ryan não use blitzes. Nao duvido que ele coloque sete homens na secundária e conte apenas com a linha defensiva pra botar pressão no Manning. Eu duvido que ele comece fazendo isso, mas se a linha do Cotls ficar vulneravel demais, ele pode recorrer a isso. Com tempo, o Manning vai acertar o passe contra 40 caras na secundária, mas se a linha ofensiva não segurar mesmo a linha defensiva e o Manning tiver que soltar a bola rápido, a ausencia de alvos confiaveis, o Darrelle Revis colado no Reggie Wayne eo fato de ter mais gente na secundária do que morta na novela das oito pode acabar complicando a vida do Colts. Por isso é importante que, alem da linha ofensiva conseguir segurar pelo menos a linha defensiva e um OLB do Jets (Que usa uma defesa 3-4), o Manning trabalhe cedo em screen passes pros RBs pra deixar a secundária do Jets esperta e abra o campo. Mas, no fim, tudo se resume ao mesmo: Peyton Manning.


As chaves da partida pro Jets:
Parar Peyton Manning. Caramba, essa é uma ideia original. Não sei porque ninguem tentou antes. Bom, ter a ideia é uma coisa bem facil, ja executar é uma coisa dificil. Pro Jets ganhar, é igualmente simples, o time tem que mexer com a cabeça do Peyton Manning e não deixar ele confortavel. E, pra isso, o time vai ter que executar bem tanto no ataque como na defesa. Na defesa é lógico: blitzes, coberturas complexas, isolações. O Rex Ryan não vai ter só que ser criativo, ele vai ter que variar muito de estrategia de forma a não deixar o Manning perceber um padrão. Não é facil, mas o Ryan é bom e nao vai ser um duelo facil. Eu falei ali em cima do que o Manning vai ter que fazer pra fazer o ataque funcionar, e pro Jets a situação é o contrário. O Ryan vai ter que levar a melhor sobre o Manning. E pra isso ele vai ter que fazer tudo isso: mesclar blitzes, isolações, marcações homem a homem, marcações por zona, e tudo que ele tiver, de forma a confundir o maximo possivel o Manning. Outra coisa que vai ser fundamental vai ser o Darrelle Revis. Ele é ótimo, mas não ta tendo uma temporada tão absurda que nem ano passado. Claro que isso nao é necessariamente ruim, o nivel dele ano passado foi uma coisa ridiculamente absurda, e eu apenas estou pensando se ele vai ser capaz de colar o jogo todo no Reggie Wayne no mano a mano. A dupla Manning - Wayne acabou com Revis nos playoffs do ano passado, e eu acho que o Ryan está preparado pra uma zona em cima do Wayne, mas se o Revis conseguir anular ele no 1 contra 1, isso vai liberar o safety pra cobrir a zona no meio do campo, o que é importante porque o Colts tá sem o Collie.

Mas eu acho que a maior chance do Jets esfriar o Manning é no ataque. O Jets tem que colocar o jogo terrestre pra funcionar e fazer o relógio rolar o máximo possivel. Se o Shonne Greene e o Ladainian Tomlinson conseguirem arrancar jardas na marra - como o Thomas Jones tanto fez ano passado e matou o Chargers - o Sanchez pode trabalhar em lançamentos curtos, de preferencia com oTight End, e alem de manter o relógio rolando evita que ele cometa grandes erros. A defesa do Colts é vulneravel, tanto na linha de frente como na secundária, e o Jets tem que começar a forçar o jogo terrestre antes de mais nada. Nos playoffs do ano passado o Sanchez jogou muito bem, com as defesas focadas na linha de scrimage e trabalhando com passes laterais com o Dustin Keller. E o Jets não tem que fazer isso agora só pra avançar, mas tambem pra gastar o relógio e deixar o Manning sentadinho no banco, evitando que ele entre em campo e principalmente evitando que ele pegue ritmo e comece a reconhecer os esquemas do Ryan. Ta bom que ja vi o Manning ter a bola por 15 minutos contra 45 do Dolphins e ganhar, mas nao vai ser assim sempre, e quando menos ritmo o Manning tiver, mais chances o Jets terá. Até porque o Sanchez joga melhor quando não tem que soltar o braço, quando ele usa o tamanho e a velocidade do Dustin Keller numa rota lateral, como eu ja disse varias vezes. Ou eles podem simplesmente rezar pro Manning estar num dia ruim. Qual a chance?

Palpite: O Colts ganha, mas por pouco. O jogo vai chegar empatado no final da partida, o Sanchez nao vai cosneguir conduzir uma campanha no final do jogo e o Manning vai.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Preview: New Orleans Saints at Seattle Seahawks

"Agora que a gente chegou nos playoffs, o que a gente faz??"

Bom, vamos voltar à boa e velha correria, ainda hoje tem o segundo preview. Amanha, sabadão, temos dois jogos: Saints e Seahawks, e mais tarde Jets e Colts. A verdade é que o Saints e Seahawks não é nem um jogo de verdade, é só um esquenta pros playoffs de verdade que começam com o jogo da noitinha. Mas mesmo assim, é um jogo dos playoffs e, nesse esquema de mata mata que é a NFL, uma derrota e voce volta pra casa. Portanto não tem jogadores poupados e nem nada do tipo, é força total pra ambos os lados.

Esse esquenta ja começa levantando uma polêmica por causa da campanha do Seattle. É a primeira vez na NFL desde que foi criado o sistema das divisões que um time vai pros playoffs com uma campanha negativa (7-9). Ja houve casos em que times foram 8-8, inclusive o Chargers de 2008 (que alias derrotou o Colts nos playoffs. Faz anos que eu digo que a funçao do Chargers na NFL é eliminar o Colts), mas um time com record negativo é a primeira vez. Muita gente questiona se é válido voce deixar times como Giants e Bucs fora dos playoffs com records melhores pra colocar um time tão fraco só porque ele joga numa divisão tão fraca. Como disse Pete Carroll, técnico do Seahawks: São as regras. E sim, são mesmo as regras, o Seattle jogou por elas e conseguiu a classificação. A NFC West ja foi uma divisão muito forte no começo da década, com dois times que brigavam por titulo (Rams e 49ers) e agora ela está fraca. Acontece, daqui a pouco ela pode estar forte de novo, e portanto nao vejo nenhum motivo pra mudar as regras. Duvido que ano que vem isso aconteça novamente, por exemplo.

Mas o que me incomoda não é o fato do Seattle ir para os playoffs. É o Seattle jogar em casa. As quatro primeiras seeds são para os quatro campeões de divisões, que são ordenados por classificação. As duas seeds inferiores são dos Wild Cards. Assim, o Seattle 7-9 ficou com a quarta seed, e o Saints 11-5 a quinta, e portanto o Seahawks que tem o direito de jogar em casa. Eu não gosto desse esquema: prefiro que, uma vez definidos os seis classificados, eles sejam ordenados por classificação, usando o titulo de divisão apenas como criterio de desempate. Assim, a NFC ainda teria Bears e Falcons folgando, mas o Saints jogaria em casa agora com o Seahawks e o Eagles ainda receberia o Packers. O sistema da MLB é assim: Classificaram na AL Rays, Twins e Rangers, campeões de divisão, e o Yankees no Wild Card. Mas o Rays, dono da melhor campanha, nao enfrentou o Yankees, e sim o Rangers, que tinha a pior campanha entre os quatro. Mas a NFL não é assim, o Roger Goodell nunca deu sinais de que pode mudar isso, então a gente simplesmente aceita. Sabendo isso, como fica esse confronto?

As chaves da partida pro Saints:
O Saints precisa, antes de mais nada, nao entrar de salto alto. O Saints é superior em todas as àreas ao time de Seattle (Tirando talvez os especialistas) e, se conseguir jogar tranquilamente, deve conseguir a vitória sem maiores problemas. Sabendo isso, o Saints deve duas coisas: estabelecer o jogo aéreo e colocar pressão no Quarterback. O Seattle vai ter pra essa partida o retorno do Matt Hasselback, que ja foi um grande QB mas está velho e destruido por lesões, mas o Seattle ainda é um time com um ataque que depende demais do braço do vovô. Eles tiveram o segundo pior ataque terrestre da Liga na temporada regular e são um time muito inconstante. O Saints tem uma secundária muito boa com Jabari Greer, Malcom Jenkins, Tracy Porter e agora com a volta de Darren Sharper. Ou seja, eu duvido que esse time sofra muito com o jogo aéreo, ams mais do que isso. Se o Saints conseguir colocar pressão no QB, como tem tido algumas dificuldades pra fazer, essa secundária cheia de playmakers tem tudo pra conseguir forçar turnovers e colocar o ataque em situações mais confortaveis. O ataque terrestre do Seattle é fraco e não deve apresentar grande ameaça, e eu confio mais no Jonathan Vilma nessas situações do que em 90% dos LBs da NFL, é um jogador muito inteligente e um dos melhores, senão o melhor, Linebacker da NFL reconhecendo as jogadas.

E do outro lado do campo, o Saints, como eu ja disse, precisa estabelecer o jogo aéreo. Com Pierre Thomas e Chris Ivory machucados, o Saints conta só com Reggie Bush. Sim, ele é excelente, um dos meus jogadores preferidos, mas ele é um jogador mais de velocidade, que gosta de jogar recebendo passes curtos e correndo pelas laterais, e isso pode afetar um pouco a eficiencia dele perto da goal line. Por isso o Drew Brees tem que estar num ritmo confortavel, pra assumir essas situações. Quanto mais o Brees conseguir conversões curtas, de preferencia com os TEs, mais espaço pelas laterais o Bush vai ter pra explodir, e quando ele engata a marcha certa, ninguem segura. O Brees ainda é um QB de elite, mas foi o segundo QB mais interceptado da NFL, perdendo só pro Eli Manning. Vale lembrar que os tres RBs do time - Bush, Ivory e Thomas - lidaram com lesões durante muitas rodadas e o Brees teve que lançar demais a bola, o que gera mais chances e até mais facilidade pra interceptações. Geralmente eu diria que o Bush tem que ser capaz de estabelecer o jogo terrestre, ams contra a fraca defesa do Hawks, vale mais a pena poupar o jogador em jogadas de maior contato fisico e deixar o Brees ganhar algum ritmo e momento. Alem disso, com muito jogo aéreo, o Saints é capaz de marcar muitos pontos rapidamente e forçar o Seahawks a jogar ainda mais no jogo aéreo, onde a secundaria do Saints vai estar esperando. De certa forma, se o Saints mantiver a cabeça no lugar e ganhar o jogo com facilidade, como deveria fazer, é um jogo que serve pro time ganhar momento nos playoffs.

As chaves da partida pro Seahawks:
Muita macumba e o uso de armas de fogo escondidas. Mas como a NFL proibe isso, o Seahawks vai ter que simplesmente abaixar a cabeça e se conformar que são um time fraco demais pra estarem onde estão. O Seahawks ja chegou longe demais, o técnico Pete Carroll ja pode sorrir e falar que fez mais pelo time do que ninguem imaginaria, e agora sonhar com as proximas temporadas - que devem ser bem pior, o time é fraco e velho. Mas se o Seahawks parece tar ferrado - e está - eles tem duas vantagens nesse jogo: Não tem pressão de nenhum tipo sobre o time, e o fato do time jogar em casa. Como o time ja chegou longe demais e tem um bando de manés que nem eu praticamente enterrando o time nos playoffs, eles podem se dar ao luxo de fazer o que bem entender. Se tomarem uma surra história, ninguem vai ligar, era esperado. O time não tem, ao contrário do Saints, a obrigação de ganhar. O Saints tem um time veterano e não deve ser afetado por isso, mas o Seahawks joga ainda mais livre, sem nenhuma obrigação. O time pode tentar treze onside kicks, fazer varios fake punts, e até tentar jogar com 12 homens no ataque torcendo pra ninguem reparar. O outro fato, até mais importante, é o fato de jogarem em casa. O Seahawks foi uma desgraça enorme esse ano quando teve que jogar fora de casa, mas em casa venceu jogos contra Rams, 49ers (Puxa! Agora sim, timão!) e Chargers, apesar de algumas surras traumaticas, como contra o Giants. O time joga melhor em casa, e a torcida vai empurrar o que der.

Essas duas coisas ditas, o Seattle tem que simplesmente apelar pro maximo de esquisitice possivel nesse jogo. Tricky plays, onside kicks, tudo que puder aumentar as chances deles, ainda que o custo se der errado seja alto. Nao precisa fazer um wild cat a CADA JOGADA, mas mesclar bem as jogadas, de repente um fake punt numa 4 pra 5, vão começar a deixar o Saints cauteloso e podem até render uns pontos caso peguem o Saints desprevinido. Outra coisa importante que eu citie ali em cima era o jogo terrestre extremamente fraco do Seahawks. É preciso que ele consiga arrancar, nem que seja na marra, algumas jardas e first downs, pra defesa do Saints começar a colocar alguns jogadores perto da linha de scrimage e abrir mais pro Hasselback. O Hasselback é idoso e tem metade do seu corpo quebrado, mas ja foi um dos grandes QBs da Liga mais jovem e levou times mediocres longe nos playoffs, e até a um Super Bowl quando jogava junto com o Shaun Alexander, MVP daquela temporada. Agora, anos e lesões graves depois, ele não consgue mais jogar bem com constancia, mas se tiver um bom jogo ainda é capaz de assustar um pouco. Deve trabalhar ao maximo com passes curtos pra evitar os safetys do Saints, e principalmente proteger bem a bola, e pra isso a linha ofensiva do Hawks vai ter que jogar bem. Claro que a defesa vai ter que jogar bem e tudo mais, mas se o time quiser ganhar, é o ataque quem tem que produzir: O Saints VAI marcar mais de 15 pontos, então o Seahawks tem que estar pronto pra responder. Se o Leon Washington retornar mais um kickoff pra touchdown ajuda bastante.

Palpite: Saints vai ganhar, e vai ganhar bem. É o jogo mais facil desses playoffs, e eu ficaria muito surpreso se acontecesse uma zebra. Embora, é claro, seja possivel.

Os perdedores: NFC


A unica alegria dos jogadores do Dallas na temporada foram as cheerleaders.

Depois da AFC, hora de ver os times que ficaram fora dos playoffs do lado da NFC. Alguns são mais doídos que outros, alguns tem mais otimismo que outros, mas vamos ver o que temos aqui. Alias, aproveitei pra corrigir os erros do outro post, obrigado ao Thief que me avisou.

NFC
Dallas Cowboys
Desnecessario falar que o Dallas foi a decepção do ano até aqui. Foi cotado como um favorito ao Super Bowl por muitos (nao por mim), tinha um time forte e muita gente apontava o time pra jogar o Super Bowl no seu estadio. Mas começou muito mal, o time parecia sem garra, sem vontade, e perdue jogos demais a ponto de nao conseguir mais brigar pelos playoffs. Então o Dallas demitiu o técnico Wade Phillips (Que alias foi contratado pra coordenador defensivo do Texans, achei um bom investimento, ele é bom nisso) e promoveu o coordenador ofensivo e sensação Jason Garrett pra técnico. Mesmo com a lesão de Tony Romo, que anda envolvido em muitos boatos de troca (inclusive com meu 49ers), o time mudou sua postura, jogou com muito mais energia e conseguiu boas vitórias com o QB reserva Jon Kitna, que nunca me convenceu como QB mas que teve um bom final de temporada. As expectativas foram pro ralo, mas o time se fechou muito bem em volta do Garrett, jogou focado a segunda parte da temporada e mostraram pra todo mundo que talento eles tem. A ideia pro Dallas é simples: Com atraso de um ano, cumprir todas as expectativas. Tem um corpo de recebedores muito bom (O calouro Dez Bryant vai ser um grande jogador se conseguir controlar a cabeça), uma defesa forte na parte da frente, um bom grupo de RBs e que, com uma escolha de draft alta, tem boas chances de conseguir um jogador sólido para sua secundária, fraqueza do time. Tony Romo deve voltar e eu nao vejo ninguem trocando ele pelo Kitna, e portanto o Dallas tem tudo pra brigar pelo titulo ano que vem. Mas pra isso o time precisa promover logo o Jason Garrett, o que deve fazer muito em breve. Ele que conseguiu unir o time e tira-lo agora seria uma pessima decisão. Atualizando, o Garrett ja foi promovido hoje a tarde. Uma decisão inteligente, mas tão obvia que não merece nem os parabens por enquanto.

Washington Redskins
Que o Donovan McNabb ia ter problemas em Washington, todo mundo sabia. Tirando o sempre lesionado Chris Cooley e o Santana Moss nos dias bons, o resto dos recebedores do time é uma desgraça, mas o McNabb é um QB consagrado e muita gente imaginava (oi!) ele tirando um coelho da cartola e até levando o time nos playoffs.Mas a tempoarda de McNabb foi muito fraca, ele jogou mais mal do que bem, e mesmo o achado Ryan Torain nao foi capaz de levar o time pra frente. Albert Haynesworth teve problemas o ano todo e nao jogou nada, e agora os dois estão de saida. Esse foi o resumo do fiasco do Redskins. E agora o Redskins tem um problema, porque tem uma defesa jovem e talentosa (Brian Orakpo, LaRon Landry) e um ataque velho e decadente. O certo era jogar o ataque no lixo e recomeçar tudo do zero, mas quando o ataque estiver maduro e bom o suficiente, talvez seja tarde demais, a defesa não vai querer ficar num time lixo. O Jason Campbell nunca foi um grande QB no time, mas o time insistir no Rex Grossman nunca vai levar a nada, e talvez vendo agora teria sido melhor manter o Campbell. Agora tem que renovar tudo: Os recebedores e o quarterback. A defesa tem jogadores jovens e talentosos, mas tem um buraco no meio - que era pro Haynesworth cobrir. Um time que tentou uma ultima cartada com um ataque velho e falhou. Agora o caminho vai ser mais longo e mais dificil pro time da capital.

New York Giants
Essa é a divisão que mais deixou gente chorando na NFL. Principalmente porque os tres que ficaram de fora eram bons times e com chances de playoffs. O Giants foi ainda pior: Começou bem, derrotou muita gente, teve o melhor pass rush da NFL por um tempo, Eli Manning jogando muito bme, ai o time desandou, a defesa começou a ceder pontos, Eli Manning voltou a exagerar nos turnovers e o time começou a perder. Perdeu um jogo que foi uma virada lendária pro Eagles com TD do DeSean Jackson no ultimo segundo e teve a chance no jogo seguinte de despachar o Packers, mas perdeu feio, jogando mal (Ta, nao ajudou o fato do Aaron Rodgers ter voltado pegando fogo) e perdeu suas chances de playoff. Mais uma vez, o time joga bem, tem ótimas partidas, e vacila no final, deixando aquele gostinho amargo de quase na torcida. A defesa é boa mas precisa de uma ajuda na secundaria ainda, e o Eli Manning precisa parar de cometer turnovers nas horas H, ele é capaz de lançar pra quatro TDs e tres interceptações (com dois fumbles) no msmo jogo, e a defesa consegue forçar um dos melhores ataques da Liga a 7 pontos em 3 quartos e tomar 20 no ultimo, é como se fosse o Utah Jazz da NFL, e nunca foi um time capaz de tirar grandes vantagens, portanto não é bom quando o ataque e a defesa estão tão destoantes assim. O time é bom, tem uma defesa forte, e com algumas boas escolhas de draft pode reforçar mais ainda um grupo que tem muito talento, mas falta consistencia, falta conseguir jogar o mesmo futebol por 60 minutos. É um passo que tem que vir de dentro e não de fora, mas esse problema nao é de hoje e até agora ninguem resolveu. Falam até de demitir o técnico Tom Coughlin, o que seria uma jogada arriscada, ainda mais agora que tem tanto time sem técnico no mercado...

Minnesota Vikings
Ano passado, eles chegaram muito perto do Super Bowl com Brett Favre liderando a campanha do time, que só parou na prorrogação contra os eventuais campeões Saints. Esse ano, com o vovô de volta, o time era cotado como um favorito, mas seguindo o exemplo do Dallas, o time não jogou bem, o vovô jogou muito mal, teve muita dificuldade com lesões, e o time foi um fiasco enorme na temporada e no final o vovô acabou nao jogando por causa dessas lesões, um fim de carreira melancolico pra um dos grandes QBs de todos os tempos. Mas o Vikings, nao sendo sentimental, vai perceber que a chance que eles tinham dependia do vovô: Ele que transformou Sidney Rice em um Pro Bowler, ele que fez o Vinsante Shiancoe ser digno de nota, ele que levou o ataque nas costas em 2009, ele que levou o time à final de conferência. Um grande time pode ganhar com um QB só decente, mas um time bonzinho não pode ganhar sem um grande Quarterback, e o time agora tme que depender do mediocre Tarvaris Jackson ou do calouro Joe Webb. Mas o time tem Adrian Peterson, pra mim o melhor RB da NFL, mas só com um jogo terrestre e um QB mediano não acho que o time seja capaz de derrubar o Packers nos proximos anos, ou talvez até mesmo o Bears, então o time realmente deveria ir atrás de um QB capaz de ganhar jogos. Se o técnico  Leslie Frazier, recem promovido, conseguir colocar o McNabb em forma, pode ser mais uma tentativa de ir longe com um vovô. Tambem podem se arriscar no draft com Cam Newton ou Jake Locker, mas é mais arriscado e geralmente uma estrategia mais demorada - se quiser aproveitar o final dos anos do Williams Wall, é bom agir logo.

Detroit Lions
Uma pena que o Matthew Stafford, primeira escolha do draft de 2009, não tenha sido capaz de ficar saudavel durante toda a temporada pra dar ao Lions uma pequena amostra do que esperar. Alem dele, varios outros jogadores do ataque - Calvin Johnson, Jahvid Best - tambem sofreram com lesões. Nem tanto pelo que isso impediu o Lions de fazer nessa temporada, mas mais porque o Lions não conseguiu ver como esse time renderia junto. Eu pelo menos adoro o Stafford, acho ele muito bom, e acho que o Lions tem um dos times mais promissores da NFL. Ao contrario de outros times em reconstrução, todas as peças importantes do time são jovens e nao vao se incomodar de ficar mais dois anos perdendo pra amadurecerem e adicionarem talento aos poucos. Alem disso, o Lions tem acertado bastante nos drafts recentes e, se continuar nesse ritmo, daqui a um ou dois anos vai ter um time talentosissimo. Esse ano ja tivemos uma amostra: mesmo com os QBs reservas Drew Stanton e Shaun Hill, Calvin "Megatron" Johnson ja destruiu muitas defesas na NFL, Jahvid Best teve um começo de temporada bastante promissor antes de lesionar o pé, e mesmo o resto do ataque, como o TE Brandon Pettigrew e o segundo WR do time, Nate Burleson, tiveram seus bons momentos, mostraram potencial e deu pra ver que, saudavel e com seu Quarterback, vai ser um ataque capaz de produzir. A defesa do Lions, que era uma desgraça, teve um reforço de peso (muito peso!) em Ndamukong Suh, o calouro com nome impronunciavel que ja é um dos tres melhores Defensive Tackles da NFL! E um cara que, alem de colocar bife no meio da linha defensiva, ainda é capaz de quebrar os bloqueadores e conseguir sacks (lider no quesito entre os DTs de toda a Liga), é um cara que faz uma diferença brutal em qualquer esquema defensivo da Liga. Ainda falta ajuda na secundária e um linebacker capaz de dar os tackles proximo à linha de scrimage, mas se o ataque tem muito potencial e só precisa de saude e de um tempo juntos, a defesa tambem tem muito futuro porque é ancorada em um dos melhores jogadores de defesa que eu ja vi. Mas o Lions tem que ter calma e, principalmente, paciencia, porque sair por ai trocando a torto e a direito seria um grande erro. O time tem que usar bem as escolhas de draft e se preocupar em desenvolver a promissora molecada de la, porque se mantiver o ritmo dos ultimos dois anos, o futuro do time é bem promissor. Quando a molecada tiver evoluido e estiver pronta pra ir pro mundo real, ai sim é hora de uma ou duas trocas pra adicionar veteranos pra areas chaves, como fez o Broncos quando trouxe Brian Dawkins.

Tampa Bay Buccaneers
E por falar em time promissor, aqui está o mais promissor de toda a Liga. O Bucs juntou nos ultimos dois anos um grupo enorme de jogadores jovens e talentosos, e eu disse nos Previews dessa temporada que achava que o Bucs ainda nao tinha time pra brigar seriamente pela pós temporada, que ainda precisava de um RB jovem e melhorar a defesa, mas que seria um time divertidissimo de acompanhar na NFL porque tinha muito futuro. Mas o time jogou MUITO melhor do que todo mundo esperava, conseguiu boas vitórias, sofreu um pouco fora de casa, é verdade, mas isso é muito comum pra times excessivamente jovens, e principalmente mostrou bastante postura. E se voce pegar por posição, o time é assustador: O QB, o ótimo Josh Freeman, é sophomore (Segundo anista). Os WRs, Arrelious Benn e principalmente Mike Williams, são calouros. Aqib Talib, CB, é terceiro anista, Gerald McCoy e Brian Price(DTs) são calouros, e o bom safety Cody Grimm tambem é calouro e muito bom, alem de ter DNA de craque, seu pai é o Hall of Famer Russ Grimm. E por ultimo, o RB calouro, LeGarrette Blount, que foi o maior achado do time essa temporada. Blount foi um bom RB no College, Oregon, onde quebrou o recorde pra mais TDs de lá, alem de ter corrido pra 1000 jardas nas suas tres temporadas lá. No entanto, no quarto ano, depois de uma derrota pro Boise State Broncos, deu um soco num rival que o tinha provocado e foi suspenso. Acabou nao sendo draftado por causa disso, mas foi cobiçado como Free Agent nao-draftado e acabou assinando com o Titans. Fez boas partidas na pré temporada, mas agrediu um colega de time e foi demitido. Acabou indo parar em Tampa, que tinha o idoso Cadillac Williams de RB, e isso nao coincidia com o resto do elenco que cheirava a fralda e assistia TV Globinho. La, ele teve espaço pra jogar e se destacou, conseguiu passar das 1000 jardas em apenas 200 carregadas, uma media muito boa de 5 jardas por carregada, e mostrou sua força fisica e habilidade atlética. Tem tudo pra ser um bom RB na Liga, só falta manter a cabeça no lugar.

Ou seja, o time é jovem, muito talentoso, e funciona bem como um grupo, alem de ter Raheem Morris como técnico, pra mim sem duvida o técnico do ano. O time conseguiu adicionar boas peças jovens e que agora podem evoluir - e tem muito potencial pra isso - juntos, sem estrelas. Tudo bem, vão perder o ótimo Ronde Barber daqui a um tempinho, mas por enquanto ele pode servir de mentor pra molecada e ver o que eles podem fazer. O Bucs não tem nada a perder por enquanto, mas se mantiver a cabeça no lugar e continuar com a competencia das ultimas duas temporadas, draftando bons jogadores e mantendo um nucleo jovem em campo, eu nao vejo porque o time não possa ganhar o Super Bowl em umas tres temporadas. O time poderia usar um safety e um OLB, alem de um pouco de bife na linha ofensiva, mas perto da evolução que esse time demonstrou ao longo da temporada - e que se espera mais pro ano que vem - realmente é pra deixar otimistas. Perderam a vaga pros playoffs numa derrota besta pro Lions em casa, sim, mas nenhum time que ficou de fora dos playoffs deve tar sorrindo mais.

Carolina Panthers
Ja o Panthers deve estar chorando. O time tem a primeira escolha do Draft de 2011, mas o QB de Stanford e cotado como primeira escolha do draft, Andrew Luck, decidiu que vai voltar pra Universidade no ano que vem ao invés de entrar no draft. O Panthers draftou Jimmy Clausen nesse draft, e nao teve chance de provar nada com um elenco horroroso, mas o Luck seria tentador demais pro time não pegar. Vou falar mais do Andrew Luck futuramente, ams eu vi ele jogar no College e acho que não tem como errar, o cara é muito bom, tem um jogo bastante refinado pra um QB do College e é muito inteligente. O Panthers provavelmente tinha vontade de pegá-lo no draft, mas isso vai ter que ficar pro ano que vem (ou pro outro, o Luck está indo só pro seu terceiro ano no College) e eu nao duvido nada de ver o Panthers novamente tendo a primeira escolha do draft ano que vem. O Panthers ta num nivel patético, tem dois bons RBs que não conseguem correr nada e só, é possivelmente o pior time da NFL junto com o Cardinals. O QB que deveria liderar uma pequena reconstrução, Matt Moore, não deu em nada e o calouro Jimmy Clausen tambem não. Fontes diziam que eles queriam o Luck no draft, e até nisso a temporada deles foi uma desgraça. O Panthers agora deve pensar no que quer, e eu iria querer o Luck no draft se fosse eles! Não duvido que eles troquem a primeira escolha no draft e draftem um jogador de linha ofensiva ou um jogador de defesa, aceitando ser uma droga temporada que vem e tentando a sorte denovo com o Luck. Mas isso é arriscado, ninguem sabe se o QB vai entrar no draft do ano que vem mesmo (Pode voltar pra um quarto em Stanford) e se algum time vai conseguir superar o Panthers no nivel 'desgraça'. Só falta o time apostar em mais um ano ruim, mas de repente algum é pior, e pega o Luck. Eu me mataria, e nao duvido que va ser o que o Panthers vai fazer muito em breve.

Saint Louis Rams
O time quase foi pros playoffs, perdeu a vaga no ultimo jogo, tem um grande RB em Steven Jackson, e o calouro Sam Bradford mostrou que é bom pra valer e levou o time a ganhar varios jogos. Mas não deixem isso enganar voces, o time ainda é muito ruim, e só brigou pra classificar porque joga na pior divisão da história da NFL. A defesa melhorou muito seu jogo, Chris Long finalmente despontou na Liga como um bom jogador, James Laurinaitis teve uma boa temporada e até o OJ Atogwe teve um bom ano, mas ainda é uma defesa muito fraca e vulnerável. O ataque tem dois bons jogadores, mas sofre com uma grande falta de alvos pro seu QB em desenvolvimento, e nao duvido que esse vá ser o foco do time nessa temporada - um WR e um TE, eu pelo menos gastaria duas picks das tres primeiras rodadas do draft nisso. A defesa é fraca mas, na NFC West, eu acho que um ataque melhor vai colocar o Rams nos playoffs a não ser que o 49ers finalmente acorde... Mas sejamos sinceros, alguem ainda acredita nisso? Alem de mim, claro, fãs não contam, e eu menos ainda. O Rams tem sua estrela jovem e agora vai ter que buscar construir em cima disso. Nenhum time na NFC West mostrou ser capaz de ter um bom ataque e se o Rams conseguir um WR confiavel e um bom TE pra terceiras descidas, nao só pelo que elas vao produzir mas tambem pra ajudar no desenvolvimento do Bradford, eu vejo o time evoluindo ainda mais. Mas não se enganem, ainda vai demorar um pouco pro time sonhar com algo maior. A nao ser que estejam sonhando co a volta a Los Angeles. Sorte dos moradores de Saint Louis que na NFL não é o David Stern quem manda.

Arizona Cardinals
Larry Fitzgerald, Steve Breaston, Darnell Dockett, Dominique Rodgers-Cromartie, Adrian Wilson e Kerry Rhodes. O Cardinals tem tudo isso, e ainda assim consegue disputar pau a pau com o Panthers o posto de pior time da NFL!! As cinco vitórias do Cardinals foram uma tapeação, com o time que tem (nao me refiro aos jogadores) o Cardinals devia ter ganho no maximo dois jogos! Eu sempre defendi demais o Kurt Warner, acho um dos melhores QBs que eu ja vi jogar e defendo que ele deve ir pro Hall da Fama assim que possivel, mas o Cardinals dessa temporada foi a maior prova que eu poderia querer de que o lugar do Warner é em Canton, Ohio! Tudo bem que o time sentiu muita falta do Karlos Dansby na defesa, mas o quanto o Cardinals caiu de produção com o Kurt Warner se aposentando é fora desse mundo. O time era um dos melhores (PElo menos era, disparado, o time mais divertido da NFL) da Liga fazia uns dois anos, com o Warner merecendo pelo menos um MVP nessas duas temporadas, mas foi sío ele sair que o Cardinals caiu de candidato ao título a pior time da Liga. Sem ele, a tempoarda promissora de novato do Beanie Wells não serviu pra nada, nao tinha ninguem capaz de colocar a bola na mão do melhor WR da NFL (Fitzgerald) pra fazer as jogadas acontecerem, e tudo que se via era um festival de fumbles, interceptações e erros bizarros. A defesa foi exposta demais por causa de um ataque incapaz de produzir e foi desmontada como uma torre de Lego mal construida até pelo ataque do Panthers. Em resumo, o Cardinals sem Warner deixou de ser uma unidade, um time pra ser apenas um amontoado de jogadores talentosos, e eles estão desesperadamente procurando por alguem capaz de colocar tudo isso junto em algo capaz de ganhar jogos mesmo na fraca NFC West. E o pior, eu não vejo isso acontecendo tão cedo, mesmo eles provavelmente conseguindo caçar o Cam Newton ou o Jake Locker no meio do draft, mas mesmo isso vai exigir alguma paciencia e, como o Locker está vindo de lesão grave, talvez o risco seja maior do que eles imaginam. E mesmo ele não sendo de forma alguma um grande QB, eu realmente acho que o Cardinals se arrepende de ter mandado o Matt Leinart embora. Melhor que os que ficaram, ele é.

San Francisco 49ers
Antes da temporada começar era o favorito pra ganhar a NFC West. Assim como o Cardinals, era um time cheio de jogadores talentosos tanto no ataque como na defesa, mas um time que tinha vencido o Cardinals de Warner duas vezes na temporada passada e que vinha mostrando uma evolução muito grande. A defesa vinha evoluindo e ja era uma das melhores da Liga, Patrick Willis estava pronto pra pegar do Ray Lewis o cargo de melhor MLB (Middle LineBacker) da NFL. E no ataque Frank Gore sempre foi um dos RBs mais subestimados da NFL, Vernon Davis explodiu e empatou o recorde de mais TDs pra um TE que era do Antonio Gates, e Michael Crabtree deu mostras de que poderia ser uma grande estrela. Alem disso, contava com bons coadjuvantes - Delaine Walker, Josh Morgan. Mas a linha ofensiva era um grande fiasco e, sendo a principal preocupação do time, o time gastou duas picks nela: O Guard Mike Iupati e o Tackle Anthony Davis. Pra QB, o time apostou novamente em Alex Smith, que nunca se firmou como um QB na NFL mas que teve um ótimo fim de ano em 2009 pra encher os troux... os torcedores de esperança. No entanto, tudo deu errado. Iupati até, depois de um começo fraco, se firmou como um bom jogador e tem tudo pra ser um grande Left Guard, mas Davis jogou mal a temporada toda, tomou baile depois de baile dos DEs adversários e nao deu um segundo a mais de tempo pro QB do time lançar a bola. Tudo bem, ele nao só é calouro como é o jogador mais jovem da NFL, ele tem potencial e é normal pra caras muito jovens tomarem um vareio e depois melhorarem, mas essa temporada ele foi patético! PRa piorar, o melhor jogador da linha, Joe Stanley, se machucou e deixou o time uma desgraça. PRa ver como o time estav amal de linha ofensiva, basta eu lembrar que o time tomou, ao longo do ano em jogos importantes, dois safetys porque o snap foi feito por cima da cabeça do QB e pra fora do campo!! E do mesmo cara!!! Alem disso, Smith, que tava alternando momentos ridiculos com jogadas geniais, se machucou e entrou no sue lugar Troy Smith. Smith teve partidas brilhantes, outras mediocres, e voltou pro banco, mas depois virou titular de novo e só voltou pro banco nos ultimos cinco minutos do jogo que ia decidir se o time ia à pós temporada. Confuso? Claro que sim, voce esperava outra coisa desse time?? Eu não!

Pra piorar, a defesa parece ter saturado, ou pelo menos sofreu demais com a falta de um safety capaz de ir atrás da bola, o que os gringos chamam de Ball Hawk. Dashon Goldson é um bom safety, mas ele é um safety de trombada, e o Niners draftou o bom Taylor Mays, que é promissor mas tambem é um safety de trombada (hard hitting). Ou seja, gastou uma escolha de segunda rodada num jogador bom mas repetido, quando pro time evoluir precisava de um safety capaz de jogar na cobertura e de gerar interceptações. O time sofreu muito com passes longos o ano todo e nenhum safety do elenco é capaz de cobrir esse tipo de bola, não adianta jogar o Mays fora de posição porque ele não vai fazer milagre. Alem disso, os cornerbacks do time foram muito batidos em confrontos mano a mano. Ou seja, a defesa terrestre é muito boa, mas a secundária precisa de reforços, e não só de talento, o que tem de sobra, e sim de variedade, de jogadores capazes de jogadas diferentes. No ataque, eu ainda acho que o Smith é um QB decente e que pode levar o time a ganhar jogos, mas pra isso ele precisa de tempo. Ele é da escola 'Jay Cutler' de QBs que, quando sentem a pressão, tentam forçar um arremesso ao invés de ter paciencia ou sair do pocket, e isso gera passes incompletos e interceptações. No entanto, o que mais me chama a atençao nesse ataque é como as jogadas são mal desenhadas! O Jimmy Raye era um lixo ambulante, e o seu substituto era um cara improvisado que nao conseguiu nenhuma melhoria de verdade, até porque nao era o papel dele. Todo dia antes de dormir eu rezo pro Ted York, dono do time, criar culhoes e ir AGORA contratar o Josh McDaniels pra coordenador ofensivo!! Ele é um mala, se tiver poder demais vai criar problemas, mas é um genio de coordenador ofensivo e é capaz de desenhar jogadas pra aproveitar ao máximo os dois melhores jogadores desse grupo de recebedores, Crabtree e Davis, alem de desenhar jogadas de corrida melhores do que as atuais, que consistem em dar a bola pro Gore sair correndo pelo meio da linha ofensiva. É impressionante a falta de talento no desenho dessas jogadas, e embora eu goste da hombridade e seriedade do Mike Singletary, uma troca de técnicos era essencial pro time voltar às boas bases. Mas parece que o Jim Harbough ta mais perto de Miami, entao é bom o Niners ir se mexer. Tem de longe o melhor elenco da divisão, mas é totalmente incapaz de usá-lo. E nao seria uma má ideia ir draftar a porcaria de um cornerback ou safety no draft.


Bom, acabei com os eliminados. Amanha os posts sobre os dois jogos de sabado (e sabado sobre os dois jogos de domingo). A gente chega lá!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Os perdedores: AFC

Mais um ano vendo Tom Brady e Peyton Manning nos playoffs. De longe.

E ai galera, de volta ao Brasil aqui. Bom, como alguns que entraram aqui talvez tenham notado, realmente a gente não conseguiu postar muito desde o Natal. Eu avisei que isso provavelmente iria acontecer , eu e o Celo estávamos viajando, e ai o blog acabou ficando meio abandonado. Eu sei que eu avisei, e tenho certeza que vocês provavelmente entenderam, mas eu realmente não gosto de deixar isso aqui morto, ainda mais na reta final da NFL e com tanta coisa interessante acontecendo.  Peço mil desculpas a todos nossos leitores, e prometo que agora a gente vai voltar à ativa com força total, principalmente intensificando a cobertura que vamos dar à NFL agora que está nos playoffs. Ainda vamos falar de NBA, mas nesse momento vamos deixar o basquete pro segundo plano, porque a NFL está numa fase mais importante e interessante (até porque a temporada regular da NBA é grande demais e os jogos acabam perdendo importância). Mas vamos lá, a gente vai tentar na medida do possível tratar dos dois assuntos, e já aviso que não vou economizar linhas. Depois, quando a poeira abaixar, eu coloco aqui umas fotos do Amway Center e da American Airlines Arena. Espero que agora vocês voltem a freqüentar o blog e que o blog possa crescer mais um pouco, como vinha fazendo. Desculpas novamente pelo tempo morto.
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Pra mim, as duas primeiras rodadas dos playoffs são as melhores. Claro que a gente tem umas aberrações, como o Seahawks indo pros playoffs com 7-9, a primeira vez na história que isso acontece, e o nível vai melhorando conforme vamos afunilando em direção ao Super Bowl, e isso acaba gerando jogos de melhor nível técnico. Mas é que eu adoro a maratona de quatro jogos que temos nessas duas primeiras semanas: um jogo no final da tarde de sabado, emendando um sabado madrugada a dentro. Domingo a noite temos mais um, e madrugada adentro, outro. É uma delicia sentar na sala quando da sete horas, pegar um refri e passar seis horas na frente da TV vendo um bando de negões suados se derrubando enquanto jogam uma bola oval pra frente. Sim, eu posso ser doente, totalmente viciado, mas eu adoro essa maratona de jogos até porque os jogos valem muito, e essa é a vantagem de um mata-mata em relação aos melhores de sete que temos na NBA ou MLB (Que tem outras vantagens, mas isso a gente comenta depois). O formato dos playoffs da NFL é bem legal, mesmo produzindo umas NFC West da vida, mas tem umas falhas que eu vou comentar em breve. Porque eu vou passar por cada um dos quatro jogos dessa rodada dos playoffs e comentar individualmente todos, começando amanha. Mas agora eu vou falar não de quem foi pra pós-temporada, mas sim de quem foi pra casa de mãos abanando. Ainda falta um tempo pro draft, ninguém sabe se o Andrew Luck vai mesmo pro draft ou fica no quarto ano da faculdade de Stanford, então vamos ver que perspectivas esses times tem. Começarei pela AFC, e mais tarde eu posto a NFC. Vai ficar meio bagunçado, mas os posts não vão ter muito ritmo pra saírem, e o objetivo é terminar todos os previews até a manha do dia de cada jogo - ou seja, vai ser corrido pra cacete. Mas a gente consegue.
AFC
Miami Dolphins
Eu confesso que esperava ver o Dolphins passando de wild card nessa divisão, atrás do Patriots, e deixando o Jets de fora. Nos últimos anos o Dolphins tinha se destacado como um time com um jogo terrestre muito forte, com dois corredores experientes e talentosos em Ronnie Brown e Ricky Williams, e uma defesa boa mas que não tinha uma presença dominante pelo meio. Com Chad Pennington, o time conseguiu ótima campanha, tirou os Patriots de Matt Cassell dos playoffs, e com a lesão de Pennington, temporada passada, Chad Henne assumiu protegendo bem a bola e fazendo boas jogadas com ajuda dos running backs e de uma ótima linha ofensiva. Agora que o time tinha adicionado Carlos Dansby e que Vontae Davis estava um ano mais velho, e com Mike Nolan botando a defesa em ordem, eu achei que a defesa ia subir de nível e que, com o forte ataque terrestre e com um QB que cuidasse bem da bola e ocasionalmente fizesse as boas jogadas que tinha feito em 2009, eu achei que era hora do Phins voltar à pós temporada.
A defesa realmente se acertou, foi uma das melhores da Liga, Cameron Wake subiu pra um novo nível, mas o problema foi que o ataque não foi capaz de manter o ritmo. Williams e Brown esqueceram totalmente de como jogar futebol americano (E olha que no caso deles é só pegar uma bola e correr) e Henne nem de longe pareceu o QB promissor da temporada passada: sem confiança, tomando decisões idiotas, tornando facílimo para as defesas lerem suas jogadas e quando Pennington foi assumir, se lesionou e deve ter acabado a carreira. Agora o Dolphins vai ter que tentar arrumar isso, mas a questão é começando por onde. Como foram muito bons no passado, sempre existe aquela duvida de que os RBs tiveram apenas uma temporada ruim, e que deve voltar. Se o time assumir isso e que pode pontuar assim, deve ir atrás de receivers e um safety. Mas ai Henne vai continuar por lá, então talvez a melhor forma de sair do estado estacionário do Miami seja buscando um Quarterback. Donovan McNabb não é uma grande opção mas está livre no mercado, Kevin Kolb também, mas acho que o Phins não vai querer um QB jovem que ainda tem que provar do que é capaz. Alem disso, o Phins tem a questão do técnico. Tony Sparano deve sair e cogita-se o nome de Jim Harbough, de Stanford, mas 49ers e Broncos também querem o cara e o Phins não tem nenhuma garantia. Talvez a saída aqui fosse buscar Josh McDaniels. Se ele conseguiu transformar Kyle Orton no melhor QB da Liga por algum tempo, ele consegue fazer o Henne virar um QB de verdade. Com boas escolhas de draft, o time pode voltar a brigar pelos playoffs em 2011.

Buffalo Bills
O Bills era a piada da Liga, mas até que se saiu melhor que o esperado. Mandou Trent Edwards embora, deixou Ryan Fitzpatrick de titular, e fez as coisas do seu jeito. Ta bom, o Steve Johnson merecia cometer harakiri pelo jogo que teve contra o Steelers, mas ele jogou muito bem na temporada e mostrou que pode ser um bom jogador. O próprio Fitzpatrick teve bons momentos e acabou ganhando alguns jogos, mostrou que pelo menos merece uma chance. O problema é que o time tem buracos demais, e recomeçar tudo na NFL não é fácil que nem na NBA (Nao que seja FACIL, mas voces entenderam a comparação). Mas se o time der mais chances pro CJ Spiller e ele evoluir pro running back que todo mundo dizia que ele poderia se tornar, pode ter um núcleo de ataque jovem e talentoso. Se eles acharem que Fitzpatrick é o QB do futuro deles, agora eles tem que se comprometer com isso. Draftar bons jogadores de linha ofensiva e defensiva e reforçar o miolo da defesa. O Bills endureceu pra times como Patriots e Ravens, e ai está a esperança da torcida de Buffalo. Mas ainda tem muuito chão pela frente, sair do nível de piada, por ora, já ta ótimo.

Cincinnati Bengals
Não se vence na NFL sem um bom Quarterback, e por mais que me entristeça dizer isso, o Carson Palmer não é mais um deles. Eu sempre adorei o Palmer, era um dos meus jogadores preferidos, assisti a vários jogos do Bengals quando eles eram uma desgraça pra ver o trio Palmer - Chad Ochocinco - TJ Houshmanzadah, mas faz algum tempo que ele não consegue mais jogar em alto nível. Foi um grande QB, talentoso e divertido de assistir, mas desperdiçou os melhores anos da sua carreira em times medíocres e foi muito prejudicado por lesões sucessivas. Ano passado, o Palmer teve uma temporada muito fraca e a falta de um jogo aéreo foi o que limitou as chances do time na pós temporada. Muita gente – eu inclusive – achou que a culpa não era exclusivamente de Palmer, e que com mais opções (O único recebedor decente do Palmer era o Ochocinco, que foi muito bem marcado pelo Darrelle Revis) ele seria capaz de recuperar pelo menos um pouco da boa forma que tinha. Esse ano, o time trouxe Terrell Owens, que jogou muito bem, e draftou o bom tight end Jermaine Gresham. E ai todo mundo viu que o problema era mesmo o Palmer, que entregou vários jogos de bandeja, foi incapaz de converter no quarto período, e parecia completamente perdido dentro de campo. Ele ainda tem um bom passado pra se apoiar, mas pra quem viu o Bengals jogar sabe que ele não é mais capaz de conduzir um ataque em campo. Infelizmente Andrew Luck não vai cair até eles, mas eles podem tirar a sorte com o Jake Locker se nao se assustarem com as lesões do garoto. Mas muita coisa deu errada essa temporada, Cedric Benson caiu de produção, a defesa não foi nem um pouco tão física e agressiva como antes e faltou um pass rush de qualidade pro time. A não ser que a defesa e o RB recuperem inexplicavelmente a forma de 2009, um QB sozinho não vai fazer milagres. Mas é um começo, até porque o Ochocinco brigou com o técnico Marvin Lewis e possivelmente vai deixar o time em 2011, deixando o time sem ataque novamente.

Cleveland Browns
O Browns foi, durante boa parte da temporada, meu time preferido de assistir. O Peyton Hillis surgiu do nada como um dos RBs mais empolgantes da NFL, o calouro Colt McCoy jogou muito bem apesar da absurda e ridícula falta de alvos, e o time cansou de fazer tricky plays pra cobrir suas fraquezas, o que deu bastante certo até. O que salvou completamente o time da desgraça absoluta. Sim, foram um dos piores times da Liga, mas acharam um QB pro futuro e um RB capaz de abrir uma defesa, correndo e recebendo, e isso já vale mais do que você pensa. Agora eles tem, pelo menos, um projeto pro futuro. E também ajuda bastante o fato do Browns ter uma excelente linha ofensiva. Falta talento demais, principalmente pra receber a bola (Cada passe do McCoy que pipocava nas mãos de alguém, subia e era interceptado, eu tirava um lencinho e chorava) e essa falta de alvos limitou demais o crescimento do moleque. Mesmo assim, ele fez boas jogadas, saiu bem do pocket e mostrou que tem talento pra ser titular na NFL. Na defesa, o calouro Joe Haden teve um ano bom, mas só tem ele também. O Browns tem que aproveitar a alta posição no draft e draftar um playmaker na defesa, de preferência um DE ou OLB, pra poder COMEÇAR a pensar em montar uma defesa. No ataque, você acha bons WR ou TEs na segunda, terceira ou quarta rodada no draft, então o time não deve perder a cabeça e sair draftando um WR na primeira rodada com a pick alta que tem. Mas pra piorar, o técnico Eric Mangini foi demitido. Eu não entendi porque! Ta bom que o Record dele é ridículo nos últimos dois anos, mas se a gente lembrar dos times medonhos que ele pegou pelo caminho, ele fez milagre, e tava fazendo um ótimo trabalho com o McCoy. Até entendo que o Browns queira alguém mais experiente ou simplesmente melhor, mas eu achei que não era hora de interromper o trabalho do Mangini. Agora é ver quem eles escolhem pra técnico e nos divertirmos com a dupla McCoy/Hillis em 2011. Não duvido ver esse time nos playoffs em uns três anos, mas é difícil confiar numa direção que buscou Seneca Wallace e Jake Delhomme pra solucionar os problemas de QB.

Jacksonville Jaguars
A derrota pro Colts doeu demais. Era só ganhar pra ganhar a divisão, mas perdeu, e depois perdeu os próximos dois jogos sem Maurice Jones-Drew. O time depende demais do baixinho, e não conseguiu superar sua perda – o time perdeu do Redskins em casa, sem McNabb!! David Garrard já foi um excelente QB, mas agora ele não é mais tão bom. Ainda é capaz de ganhar jogos, e tem um braço forte, mas ele precisa de alguém atraindo a marcação – tipo Jones-Drew. Mas tirando Garrard, o time é bastante jovem e mostrou evolução em relação ao ano passado. O pass rush, inexistente em 2009, melhorou consideravelmente e Marcedes Lewis teve uma excelente temporada. Alem disso, o time optou por manter o técnico Jack Del Rio, um dos nomes mais legais da NFL. Eu gostei da decisão, apesar do Del Rio ser criticado ha bastante tempo, ele é um bom treinador e que tem acompanhando o desenvolvimento da molecada, não acho que separar o grupo agora seja uma boa idéia. Mas o time precisa de algum playmaker no ataque alem do Drew e continuar a adicionar peças na defesa e na linha ofensiva. O time tem desenvolvido bem aqui com um núcleo jovem, e um time jovem e talentoso é um com sinal pro futuro, mas ainda tem muito pela frente e o Jaguars tem que continuar insistindo nesse plano, senão Jacksonville vai acabar perdendo o seu time. Eles são o Hornets da NFL!

Tennessee Titans
Pra falar do Titans, primeiro eu preciso falar do Jeff Fisher e do Vince Young. O Young chegou na NFL com moral, tinha sido protagonista de um Rose Bowl lendário, e ganhou sua chance como titular. Tinha habilidade atlética pra sair do pocket e fazer jogadas, mas também tinha um braço preciso e razoavelmente forte. Jogou bem, o time foi bem, e acabou sendo o calouro ofensivo do ano. Nos anos seguintes, no entanto, as coisas não foram tão bem. Havia duvidas sobre a cabeça dele, se ele era maduro o suficiente pra ser um QB na NFL, uma posição que alem de habilidade precisa de liderança pra ser respeitado no elenco. Tambem, algumas lesões tiraram ele de vários jogos. Em 2008, uma lesão séria tirou ele do resto do campeonato logo na estréia. Entrou no seu lugar Kerry Collins, veterano, que levou o time à melhor campanha da NFL e até conseguiu votos pra MVP, antes de perder do Ravens nos playoffs. Muita gente pediu Collins de titular, e depois da temporada 2008, era difícil não colocá-lo em campo mesmo com Young saudável. Pra piorar a cabeça já atrapalhada do garoto, o ex-quarterback do Titans e mentor do jovem Young, Steve McNair, foi assassinado em casa em um crime nunca bem esclarecido. A policia atribuiu o crime a uma amante sua, que foi encontrada morta do lado dele, mas nunca convenceu muita gente, e Young sofreu muito com a perda. McNair sempre foi quem o aconselhou, a quem Young recoria, e morrer dessa maneira teve um impacto negativo no jovem QB. Apareceu gordo para o training camp, se ausentou dos treinos (Com permissão do técnico) pra tratar uma suposta depressão, e quando começou a temporada ele estava no banco. No entanto, o Titans começou 0-6 aquela temporada e Kerry Collins foi pro banco. Young assumiu, jogou bem, ajudou Chris Johnson a se tornar um dos melhores RBs da Liga, e o time por pouco não foi aos playoffs. Esse ano, quando tudo parecia que ia dar certo após o começo promissor do time, o técnico Jeff Fisher teve problemas com o garoto quando, após uma lesão, Young não compareceu ao médico pro seu tratamento. As velhas duvidas sobre sua cabeça e dedicação voltaram, e Young também perdeu a cabeça ao sair de um jogo e jogou sua proteção para a torcida, e Fisher colocou-o no banco indeterminadamente por indisciplina. Young nunca pediu desculpas pessoalmente ao técnico (só por sms), e o clima ficou bem ruim. Para a temporada que vem, Fisher já disse que não fica se Young ficar. A diretoria disse que o ciclo de Young no time acabou e que ele será trocado ou dispensado, mas que ainda não sabe se vai manter o técnico tambem, mas eu pelo menos acho um erro deixar o Fisher ir embora. Ele é muito querido dentro do elenco, sempre foi um treinador competente, e demitir o técnico num momento dificil desses é deixar seu elenco muito vulneravel e sem lider. Entretanto, é sempre difícil você se livrar de um QB jovem e talentoso sem uma alternativa. Depois desses problemas de indisciplina o mercado não deve tar muito aquecido pro Young e eu não sei o que o Titans poderia pedir por ele, talvez uma escolha de segunda rodada, onde você dificilmente vai conseguir um QB pra substitui-lo. Até resolver a questão de quem fica e quem sai, o Titans não tem capacidade de decidir os próximos passos da franquia, mas a defesa é jovem e talentosa e talvez um novo QB por lá (Quem sabe o Kolb) possa mudar os ares de Nashville. Ah, o Randy Moss sai no final do ano, alguém liga?

 Houston Texans
Ano passado, o Texans foi a sensação do campeonato, Matt Schaub se estabeleceu como um grande QB e Andre Johnson como um dos melhores WR da NFL, e ainda teve o calouro defensivo do ano, Brian Cushing, e no final perdeu os playoffs por pouco. Mas o elenco era jovem e todo mundo achava que, com mais um ano pra evoluir, a pré temporada era não só viável como achavam que eles poderiam fazer isso derrubando o semrpe campeão da divisão Colts. Eu defendia, na época, que o Texans estava a dois jogadores de se tornar um time pra ser realmente levado a sério: um safety, e um running back confiável, porque apesar de eu gostar do Steve Slaton, ele solta a bola demais e turnovers sempre são custosos. Mas no ano que o Texans descobriu no RB não draftado Arian Foster um corredor excelente (O segundo RB não draftado a passar das 1500 jardas numa temporada, junto com Priest Holmes), o time desandou. Se o safety não veio, eles também perderam Dunta Robinson pro Falcons, e a secundaria passou do nível ‘vulnerável’ pro nível ‘piada’. Pra piorar a defesa, Brian Cushing foi pego usando esteróides e suspenso por quatro jogos, mas quando voltou nem de longe lembrou a presença dominante no meio da defesa do Texans que tinha sido em 2009, região que virou um buraco e foi muito explorada pelos adversarios. Ou seja, o que era pra ser melhorado ficou mais fraco, e o que estava bom desandou de vez. E no ataque, apesar do excelente Foster, Matt Schaub parece ter regredido um pouco. Não mostrou a precisão de outros anos, lançou muitas interceptações e, pela primeira vez, pareceu desconfortável no pocket. Andre Johnson não ajudou com uma lesão no pé, e o resto do corpo de recebedores não é e nem nunca foi confiável. Ou seja, o time que parecia o com mais futuro da liga desandou de uma temporada pra outra, o que é muito preocupante quando voce pensa no desenvolvimento dos moleques. Alem disso, o técnico Gary Kubiak também está ameaçado. Eu acho que o ataque vai ficar bem com Johnson saudável e uma offseason pra treinar com o Arian Foster, mas a defesa é um problema maior. Eles não tem um playmaker na secundária e precisam de pelo menos um, alem de um cornerback capaz de jogar no mano a mano. Alem disso, se Cushing não for capaz de recuperar a forma, um defensive tackle se faz urgente pra aquelas bandas, pra reforçar a linha de frente e ocupar os bloqueadores. Mas isso não vai se resolver da noite pro dia, e eu trocaria o Steve Slaton se fosse eles. Até lá, eles vão ter que torcer pro ataque segurar as pontas.

San Diego Chargers
O Chargers tem o melhor time da AFC West, mas a concorrência não é mais tão fraca como foi nos anos que o time reinou. O time também não tem mais Ladainian Tomlinson e, embora Mike Tolbert tenha dado vida ao ataque terrestre do time, eles precisam que Ryan Matthews mostre o que se esperava dele quando foi draftado pra poderem evoluir pro próximo nivel como um ataque. Pelo ar, Phillip Rivers ainda é um dos melhores da NFL, e ele não vai ter (espero, quando se tem o Clippers de exemplo não da pra afirmar com 100% de certeza) que lidar todo ano com tantas lesões no seu corpo de recebedores: do espetacular Antonio Gates ao secundário Lagedu Nannee, todo mundo perdeu pelo menos um jogo por lesão, foi ridículo! O time também parece estar novamente disposto a conversar uma extensão contratual com o fujão Vincent Jackson, mas agora que as negociações para um novo acordo salarial parecem encaminhadas, eles podem se dar ao  luxo de oferecer um contrato maior. Jackson é um mala, mas é um excelente receiver e que forma uma dupla mortal com Gates, e te-lo por perto realmente faz do Chargers um time 100 vezes mais perigoso. A defesa também se segurou muito bem, foi uma das melhores da Liga mesmo tendo perdido vários jogadores importantes e revelou varios jogadores jovens e talentosos do elenco do Chargers. O Chargers parece um time encaminhado pro sucesso, mas pra isso precisa resolver seu problema com os especialistas. Não da pra perder três ou quatro jogos no mesmo ano por causa da incompetência dos seus especialistas, se eu fosse o Chargers eu usava as ultimas quatro rodadas do draft só pra buscar gente pra compor esse grupo. Eu acho que o Chargers tem todas as peças pra ir longe, mas poderia usar um cornerback e até mais um Wide Receiver, caso ache a saúde dos atuais pouco confiável. Mas parece que o próximo passo tem que ser dado de dentro, e não de fora, começando pelo Matthews, e tambem da evolução da defesa jovem. Tem futuro, mas agora tambem tem concorrencia.

Denver Broncos
O desastre da temporada do Broncos pode ser exemplificado pelo Tim Tebow. Sou um fã do garoto, acho que ele vai ser um grande quarterback e adoraria ver meu time o draftando, mas o Broncos pegou o garoto cedo demais no draft. Tebow teoricamente não estava pronto pra NFL e precisaria de algum tempo de treino pra estar pronto pra jogar, era um projeto pra um ou dois anos. O time o pegou pra jogar algum tempo na sombra do Kyle Orton, aprendendo com o ótimo Josh McDaniels, e ser polido aos poucos, jogando em algumas situações de wildcat e estudando e treinando muito fora dos jogos. A temporada acabou com McDaniels saindo de lá e com Tebow tendo que jogar na pressa na tentativa de dar alguma alegria pra torcida na temporada. Ou seja, o planejamento deu todo errado, o técnico que acompanhou o crescimento de Tom Brady e devia fazer o mesmo com Tebow foi demitido de forma ridícula, o titular que deveria segurar as pontas por algum tempo foi uma droga e foi colocado no banco (Alegando lesão, mas na verdade ele está saudavel e simplesmente é ruim), e o ‘projeto pro futuro’ teve que entrar e se virar como pode pra direção do time dar algum consolo pra torcida mandando o cuidadoso planejamento pro inferno.
Depois, o Broncos também teve muito azar com lesões. Alem do excelente Elvis Dumerville, líder da NFL em sacks em 2009, no ataque Knowshow Moreno também perdeu vários jogos. Brian Dawkins e Champ Bayley, ótimos mas idosos, também tiveram seus problemas físicos. Em resumo, como esse time teria sido diferente sem as lesões? As lesões fazem parte da NFL, mas aconteceram bem em jogadores chave pro time, e talvez fique aquela sensação enganadora de que só faltava o conjunto saudável pra mais. As lesões só revelaram as limitações do elenco: falta de alvos (O McDaniels fez o Brandon Lloyd parecer Jerry Rice por algum tempo, mas não durou quando ele saiu), a falta de uma defesa terrestre e a ausencia de outro pass rusher de qualidade no time alem do Dumerville. Pra começar, o time precisa decidir se vão continuar insistindo no Tebow. Como já disse acho que ele vai ser um ótimo jogador, mas talvez não seja a hora ainda dele assumir o time. Talvez um técnico como Jim Harbough possa ajudar a evoluir o garoto, mas nada garante que o técnico vá pra lá.Se o Broncos decidir que Tebow será o titular, o time deve buscar logo um técnico que seja capaz de ajudar no desenvolvimento do garoto e dar o seu crescimento como prioridade. Ter paciência, aceitar que o time vai perder um pouco mas que com isso o Tebow terá mais tempo pra aprender sem pressão, é uma boa escolha, mas requer culhões, e isso eu não sei se os engravatados do Broncos vão ter. Deixar o time sofrendo por mais um ano enquanto espera seu franchise QB se desenvolver enquanto adiciona jogadores chave vindos do draft (Trocar o Kyle Orton pode render umas picks se necessário, embora eu não faria isso), aceitar um ano fraco, rejuvenescer o elenco e voltar a brigar em um ou dois anos é o que eu faria, mas tem que ver como os jogadores que já são considerados estrelas – como Dumerville – vão aceitar isso, e também como a torcida reagiria. Mas tudo isso começa com o técnico, e ai eles vão ter problemas se Harbough não aceitar o emprego.

Oakland Raiders
Darren McFadden ressurgiu das cinzas e deu uma nova esperança pro Raiders, que acabou destruída conforme os QBs do time foram se lesionando e o time foi incapaz de manter um padrão. Jason Campbell e Bruce Gradkowsky tiveram bons momentos, mas também tiveram maus momentos e eu duvido que eles mesmos sequer saibam quem é o titular do time. Nenhum dos dois é horroroso, mas nenhum vai levar nas costas uma franquia. No entanto, McFadden virou um grande RB, e o calouro Jacoby Ford é o novo Devin Hester, e portanto existem razões pra otimismo. A defesa também vem evoluindo aos poucos, mas tirando Nnamdi Asomugha, o time não tem nenhum grande jogador na defesa. Tem vários jogadores decentes, mas nenhum excepcional. Mas o técnico do time parece que vai rodar, e ainda podem perder o coordenador ofensivo, então a situação do time começa por ai. Consistência na posição de QB e McFadden mantendo essa fase já é um bom começo pro time, mas antes de pensar em acertar o elenco devem acertar quem vai comandar o time. Técnicos com estilos diferentes podem querer jogadores diferentes.  Tem times demais ficando sem técnico nesse momento, e poucos candidatos de nome disponíveis. Harbough parece estar entre Denver, San Francisco e Miami, então o Raiders precisa procurar em outro lugar. Alem disso, o Raiders tem um retrospecto de ser uma desgraça draftando, quase como um Timberwolves da NFL, e se o time realmente apostar no McFadden como se franchise player, eles tem que colocar o maximo de talento jovem possivel em volta o garoto, e a melhor forma pra fazer isso é o draft.

Galera, mais tarde eu trago a NFC. Vai ser corrido, mas vai dar. Abraço a todos e obrigado por voltarem.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Knicks vs Magic

Galera, mil desculpas. Eu não tenho conseguido postar nada, o Celo tambem não, e o blog acabou ficando às moscas. Aqui nos EUA ta impossivel sequer entrar na net e eu tou tendo que perguntar na rua os resultados dos jogos. Mas dia desses eu consegui tirar uma folga e ir assistir Knicks vs Magic. Eu sei que tem mil coisas urgentes pra postar, NFL pegando fogo, etc, mas o tempo nesse internet café é limitado e eu quero aproveitar pra deixar registradas minhas impressões do jogo e dos times. Dia  6 eu volto pra Sampa e prometo que o blog vai recuperar o tempo perdido.

Eu sei que nao da pra tirar conclusoes de um time a partir de um unico jogo. Dias bons, dias ruins, isso tudo acontece. No entanto, um jogo pode ser interessante pra voce avaliar as fraquezas e forças dos times. Foi o que eu fiz quando ziquei o Jets contra o Patriots, um time que expos todas as fraquezas e falhas do time de New York. Agora eu aproveitei esse jogo pra fazer o mesmo, e enquanto essas conclusoes nao sao necessariamente definitivas, vale a pena conferir... eu acho. Ah, e antes de falar de basquete, feliz 2011 pra todo mundo!

1. O time do Knicks depende demais do Amare Stoudamire
Puxa, descobri a América. O Knicks depende do segundo maior cestinha da NBA, quem diria. Mas o que eu quero dizer não é só dos pontos do Amare Stoudamire. O Amare é um ótimo pontuador, quando recebe a bola no caminho da cesta é quase imparavel, e nao é a toa que é o cestinha do time - segundo da NBA. O Knicks aciona o Amare sempre que pode e quando o quarto periodo começou, com o Knicks perdendo por 11, foi o Amare que botou a bola embaixo do braço e fez seis pontos seguidos. Mas o Amare ficou em problemas de falta o jogo todo marcando o Dwight Howard (Vejam o item 2) e ai o Knicks teve um problema. O Knicks perdeu seu pontuador no garrafão e, bizarramente, o time não conseguiu acertar nada de fora! Tudo bem, o Knicks tava num dia infeliz, umas duas bolas do Raymond Felton pra tres pontos rodaram dentro da cesta mas sairam, e nao da pra culpar os erros na saida do Stoudamire. Mas foi impressionante a estagnação do time, e a incompetencia do Mike D'Anthony em arrumar o problema. Sem o Amare pra segurar a bola dentro do garrafão, a bola ficava rodando o perimetro ate que alguem (geralmente o Wilson Chandler) resolvia partir pra dentro. Como nao tinha ninguem do Knicks la dentro, ele dava de cara com o Dwight Howard, e ai tinha que tocar de novo pra fora, onde o Knicks nao sabia o que fazer com ela porque tava todo mundo marcado do lado de fora. Um ou dois pick and rolls, um arremesso forçado de longe ou um turnover, e ai voce via o Magic vir correndo e babando pra quadra de ataque. O resultado era que quando o Amare saia, principalmente no segundo tempo e bem atras no placar, o ataque parava de funcionar dentro E fora do garrafão, e o time  do Magic fez a festa. Faltou a jogada de segurança e faltou qualquer coisa que fosse diferente do que cinco idiotas (o "pivo" era o Shawne Williams) rodando o perimetro em busca de... sei la o que! O time tava atras no placar e só tinha uma coisa na cabeça, chutar de longe, mas sem alguem que atraia a marcação isso fica dificil. Por isso que, apesar da derrota, o Amare saiu de quadra com um +5 no plus/minus rate em 31 minutos jogados. Outra coisa importante é que os times que dependem muito de bolas de tres pontos tem que contar com o fato de que as vezes as bolas NAO CAEM! Ontem foi um dia desses, mas ninguem teve culhões pra tentar algo diferentre com o Amare no banco. Era um dia ótimo pra ficar usando o Stoudamire no pick and roll, porque era o que tava funcionando e com o que o Magic tava tendo problemas.

2. O garrafão do Knicks me faz chorar
A escalação titular do Knicks tem Felton, o calouro Landry Fields, Wilson Chandler, Stoudamire de pivô e o macarrone Danilo Gallinari jogando na posiçãlo 4. É um time decente, tem bons chutadores de tres, mas eu prefiro esse time como um recurso a ser usado ao longo da partida, e não como uma escalação titular. Eu gostava mais quando tinha o Timofey Mozgov de titular pro Amare jogar na posição 4, e dai o time ia se movimentando a partir dai. Dia 30, sem o Mozgov SEI LA PORQUE, o time deixou o Amare de pivo marcando o Dwight. O Dwight é fraco no ataque, mas ganha do Amare em muita coisa, principalmente nos rebotes, e o Amare nao sabia o que fazer pra segura-lo. O resultado fo que o Amare jogou só 31 minutos por faltas e o Howard fez o que quis cmo o garrafão do Knicks, sendo marcado ora pelo Williams, ora pelo Wilson Chandler ou Galinari. Mesmo com o Amare em quadra, a falta de tamanho do time do Knicks foi completamente explorada pelo Magic, com o Howard e o Brandon Bass fazendo a festa no garrafão. Resultado foram 17 rebotes de ataque do Magic, 9 só do Howard, e 50 pontos no garrafão pra Orlando. Mas o que mais me chamou a atenção - e me deixou puto, porque eu queria ver um jogo mais disputado - foi que toda hora que o Amare (que desde o segundo quarto saiu cedo por problemas de falta) voltava pra quadra, ele ia la marcar o Howard porque era o unico jogador alto o suficiente pra notar que o Dwight era careca. E logo ele cometia uma falta idiota e voltava pro banco. DAva aflição ver que o D'Anthony não botava nem o Ronny Turiaf pra ajudar o Amare a ficar em quadra mais tempo. Mas não, era aquele quinteto inicial o tempo todo (as vezes com o Toney Douglas no lugar do Fields), mas só o Amare no garrafão, que tomou um vareio na busca pelos rebotes - Dwight teve 18, e o Amare... QUATRO!! Custava colocar... ou pelo menos TER alguem... pra ajudar o Amare?? O Brandon Bass fez a festa enquanto esteve em quadra, cansou de dar enterradas livres embaixo da cesta. Ta bom que o Knicks nunca defendeu nada, mas o garrafão estava especialmente bizarro sem ninguem pra acompanhar os dois. Tudo bem, o Knicks adora correr e o técnico adora um Small Ball, mas se o time quer ser levado a sério precisa ser capaz de pelo menos segurar alguma coisa no garrafão, nem que seja o rebote. E tambem aliviar a carga do Stoudamire de marcar jogadores mais altos, quando ele sai de quadra o time morre.

3. O Magic tem uma rotação muito interessante
Quando foi pro Magic, o Gilbert Arenas disse que nao ligava de vir do banco, e ai o Magic deixou ele no banco e botou o Hedo Turkoglu de titular na posição 3 e o Jason Richardson na dois. Bom, o time todo tava jogando bem mal, o Turkoglu nao acertava nem pra salvar a vida, e ai o time colocou o Arenas e o JJ Redick em quadra. O Arenas acertou uma bola de tres na cara do Felton e o Redick acertou dois arremessos malucos de meia distancia pra colocar o Magic na frente do Knicks. O Arenas e o Jameer Nelson começaram a atacar mais a cesta e o Bass começou a aparecer livre no garrafão. Outro que entrou, Ryan Anderson, pegou cinco rebotes no primeiro tempo (Por algum motivo o Turkoglu tava fugindo dos rebotes), e quebrou um galho com o Brandon Bass no garrafão quando o Dwight teve que sentar. Ao longo do jogo, quando as bolas de tres começaram a nao cair, o time colocou em quadra Jameer Nelson, Arenas, Turkoglu, Brandon Bass e Dwight Howard. O time atacou a cesta, cansou de pegar rebotes no ataque e de fazer pontos no garrafão (E eventualmente de fora dele, claro). No segundo tempo as bolas começaram a cair e ai o time jogo com Nelson, Redick, Turkoglu, Ryan Anderson e Howard. Todo mundo chutando de tres e fazendo a festa porque o Stoudamire tava no banco e eles dobravam no Howard (errado, claro) toda vez que ele ia jogar de costas no Williams. O que eu quero dizer é que o Magic tem um elenco bem mais profundo desde a troca recente que eles fizeram, e enquando ainda nao acharam o melhor padrão de jogo (E pra mim nem a melhor escalação) e estao jogando feio, eles estão mostrando que tem elenco e talento pra jogar com varias formações e com varios estilos diferentes. Assim eles ganharam de Spurs, Celtics e Knicks recentemente, e parecem cada vez mais um time melhor. E ah, eu estou adorando ver como o JJ Redick ta melhorando na NBA, ta acertando bolas longas, e até ta atacando a cesta e criando o proprio arremesso às vezes. Tudo bem, as vezes é forçado, mas ele tem acertado, como aquela bola importantissima contra o Celtics. E até tem defendido melhor, nesse ritmo ele vai começar a valer os 20 milhoes por 3 anos que ganhou na offseason.

Gente, ficou curto, eu peço mil desculpas pela temporaria morte do blog, mas prometo que dia 6 a gente ta voltando com tudo, porque a NFL ta ai com tudo tambem. S[p pra nao deixar passar em branco tanto tempo mesmo, e até porque eu queria compartilhar isso com voces. Ah, um detalhe, na entrada do ginasio do Magic tem uma competição de arremessos de tres. Piada pronta é bobagem, né?? Até a volta!