Em primeiro lugar: TEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEBOOOOOOOOOOOOOOOOW!!!
Em segundo lugar...
E em terceiro lugar....
TEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEBOOOOOOOOOOOOOOOOW!! (sim, eu sei que o Tebow joga no Broncos não no Dolphins, mas só tenho o capacete do Dolphins e nao tenho camisa de Denver, então usei a do Dan Marino... Um QB quase tão bom quanto o Tebow.)
Ok, agora podemos falar calmamente dessa primeira rodada de playoffs da NFL, a rodada de Wild Card. Ou tão calmamente como alguém pode ficar depois de um épico Steelers e Broncos. TEE... Er.. Calma, ok, vamos em frente.
Essa primeira rodada dos playoffs trouxe um jogo bem fraco, um mediano, um bom e um épico. Vamos em ordem do pior pro melhor. Aliás, curiosidade da semana: Todos os times que jogaram em casa venceram os seus jogos.
New York Giants 24 vs 2 Atlanta Falcons
No pior jogo da rodada, o Giants conseguiu segurar o Falcons a apenas DOIS pontos, vindos de um Safety através de um Intentional Grounding numa jogada besta do Eli Manning. DOIS pontos, dois malditos pontos em um jogo de futebol americano, nem o Colts faria algo pior!! Na verdade esse jogo foi bem feio mesmo, o Giants foi um time superior mas sua vantagem só foi ser aberta no quarto período, até lá estava um jogo com muita defesa e ataques muito medrosos. Pareceu que os ataques estavam com mais medo de errar do que vontade de acertar, eram passes conservadores e medrosos. Acho que num primeiro momento os times estavam apenas cautelosos pra começar o jogo, tentando impor o jogo terrestre, mas com as defesas dominando os ataques - especialmente as linhas defensivas - os ataques ficaram simplesmente medrosos, os QBs pareciam se livrar da bola, ninguém ousou trabalhar do play action, e o jogo ficou numa estagnação muito chata que só foi quebrada quando o Eli Manning, pra fugir de um sack, correu pra dentro da end zone, e depois jogou a bola pro lado no Intentional Grounding menos convincente dos ultimos anos, pra abrir o placar, 2 a 0... Pro outro time. Com esse placar, o San Francisco Giants ficaria orgulhoso!
O jogo só foi quebrar o marasmo no segundo quarto, quando o Giants voltou com uma nova postura no ataque. O time começou a jogar de forma muito mais física, correndo bastante com a bola... E aí o time percebeu que era capaz de dominar a suspeita linha ofensiva do Falcons e aproveitou até o fim do jogo. O jogo desequilibrou pro Giants quando o time começou a correr com a bola e quando conseguiu grandes avanços da sua dupla de RBs. O Giants dominou ambas as linhas de forma física, torrou o saco do Matt Ryan o jogo todo e não deixou o Falcons correr o jogo inteiro, inclusive parando duas 4th and 1. O Niners já mostrou pra todo mundo que mesmo na NFL de hoje da pra ganhar jogos no estilo old school, dominando fisicamente a linha de scrimmage dos dois lados da bola, e o Giants fez exatamente isso contra o Falcons, e se quiser vencer o Packers semana que vem, tem que continuar com esse jogo físico e descendo a lenha no QB a cada cinco minutos. Jogo bem fraco, o Falcons não fez nada e o Giants ganhou jogando feio. Vai melhorar, vai melhorar...
Houston Texans 31 vs 10 Cincinnati Bengals
Um jogo entre duas boas defesas e dois QBs calouros foi decidido exatamente como o esperado: Jogo terrestre, e turnovers. A defesa do Texans é melhor que a do Bengals, o jogo terrestre também, mas o jogo aéreo do Bengals na temporada regular foi melhor. Mas quando você coloca dois QBs calouros num jogo de pós-temporada, você vai ter dificuldades no jogo aéreo. Não é fácil, envolve muita pressão e nem todo calouro aguenta. O jogo começou bem morno pelo ar graças ao nervosismo do TJ Yates e do Andy Dalton, os dois apressando passes, cometendo erros básicos e sem conseguir dar consistência ao ataque. Mas como o ataque do Bengals depende mais do seu QB do que o Texans atualmente, o Texans teve a chance de dominar o jogo com o Arian Foster jogando bem. Mesmo assim, a defesa do Bengals e alguns flashes do ataque mantiveram o jogo equilibrado em 10 a 10 indo até o intervalo.
Ai o jogo mudou, quando o Andy Dalton foi tentar um ataque Às pressas (graças à imbecilidade dos desafios do técnico Marvin Lewis que tirou dois timeouts do time) dentro do Two-Minute Warning e foi interceptado e retornado pra TD pelo ótimo calouro JJ Watt. Eu tinha dito que a chave do jogo seria o time capaz de evitar turnovers e forçar do adversário, e foi esse jogo o que determinou o resultado do jogo. O Texans foi pro intervalo liderando por 17 a 10 com essa pick-six, mas mais importante, isso acabou com a confiança do Dalton. Quando voltou pro segundo tempo, o calouro estava assustado e nervoso, seus passes foram ainda piores e ele foi presa fácil pra agressiva defesa do Texans. O Texans aproveitou e fez o jogo inteligente, correu muito bem com a bola, evitou entregar a bola de graça pro adversário, e jogou no erro do Bengals. Forçou mais duas interceptações do Dalton, e um TD longo do Andre Johnson e uma corrida do Arian Foster terminaram de definir a partida. O time soube evitar erros e aproveitar os do adversário, e é assim que os jogos entre dois times parelhos são decididos.
O Bengals também ta de boa mesmo com a derrota. A defesa não é exatamente nova, mas também não está nas últimas como a do Ravens ou do Steelers, e o ataque ainda está emergindo. Mais um ano pro Dalton (Que apesar de ter sólidos fundamentos precisa de experiência e familiaridade com o ataque), mais um ano pro AJ Green, duas escolhas de primeira rodada em um excelente Draft... Mais um playmaker no jogo aéreo, um outro cornerback, depth pra safety... E lá vamos nós achar um time bem divertido pros próximos anos.
New Orleans Saints 45 vs 28 Detroit Lions
Quando você está enfrentando um time superior, você tem algumas diretrizes que tem que seguir se quiser vencer. E a regra básica é: Não cometa erros, e aproveite os que o adversário cometer. Um time superior pode ser capaz de vencer mesmo com turnovers, mesmo perdendo chances, mesmo sem forçar turnovers, mas um time inferior tem que fazer tudo que puder pra melhorar suas chances, e isso inclui aproveitar as oportunidades e não dar brechas para o oponente. O Lions soube desde o começo - como eu deixei claro no preview - que não tinha condições nem os jogadores pra fazer o jogo tático contra o Saints (Correr com a bola, controlar o relógio, abrir a defesa, tirar o ritmo do ataque, pressionar o QB pra fora do pocket), então o time de Detroit nem tentou e desde o começo se mostrou disposto a ir ao shootout, o estilo que o Saints mais gosta. Teve a coragem, aceitou bater de frente e apostou alto.
E o pior é que num primeiro momento, a ousadia do Lions foi recompensada. O time pontuou muito bem e, se não controlou o relógio, não permitiu ao Saints assumir o controle do jogo. Sua defesa sofreu com as corridas do Saints e os passes cirúrgicos do Drew Brees, mas continuou pau a pau com o time de New Orleans e começou a chegar no QB. E ai que chegou o problema. O Lions sabia que não ia conseguir parar o Saints, então foi agressivo e apostou nos turnovers. E conseguiu, de fato, forçar dois turnovers. Eu até comentei que se o Lions queria ganhar, tinha que conseguir posses de bola extra (Eu sugeri um onside kick, mas o time forçou dois turnovers), e o Lions conseguiu dois fumbles recuperados. E ai chegamos ao grande problema, que matou o Lions: O Lions não aproveitou esses turnovers. O Lions teve duas posses de bola a mais que o Saints, a chance de abrir 14 pontos de vantagem, a chance de controlar totalmente o jogo e o momento... E nas duas posses de bola seguindo os turnovers, o Lions foi pro punt nas duas, liderando por apenas 4 no intervalo. Na primeira posse de bola do segundo tempo, bola do Saints... Touchdown, Saints na frente. E isso colocou mais pressão ainda no ataque do Lions, e a verdade é que depois disso o Lions não foi mais o mesmo. Não conseguiu pontuar, devolveu a bola pro Saints... Que colocou de novo na End Zone. Tão fácil quanto isso o Saints já havia colocado 10 pontos de vantagem.
E ai o Lions se descontrolou. Teve boas jogadas, anotou Touchdowns, mas você claramente via quem estava com o controle do jogo. O Lions teve a chance de recuperá-lo num dos raríssimos passes ruins do Brees que caiu no colo do defensor do Lions, mas ele deixou uma interceptação que teria mudado o jogo cair no chão. Em seguinda? TD do Saints, é claro. O Saints anotou Touchdowns em TODAS suas posses de bola no segundo tempo, Brees fez o que quis com a defesa e Detroit perdeu o controle. Não é que o Lions não teve chances, o Lions teve várias. Só que o Lions não aproveitou, não conseguiu pontuar nos erros do Saints, não pegou o momento do jogo quando teve a chance, dropou uma interceptação fácil que podia mudar o rumo do jogo. Conseguir posses de bola extra é importantíssimo, mas você precisa converter isso em pontos. Quando você está em desvantagem, tem que aproveitar todas as suas chances. O Lions não aproveitou e viu o Saints controlar o jogo, e aí se descontrolou como o time jovem que é. Não sei se algum time na NFL atualmente tem capacidade de vencer esse time do Saints... E o Lions continua com seu ótimo projeto de reconstrução, precisando melhorar a defesa e o jogo terrestre, mas sabendo que está no caminho certo.
Denver Broncos 29 vs 23 Pittsburgh Steelers
Não existe um atleta na NFL tão polarizador quanto Tim Tebow. Não sei se já houve, e não sei se ainda teremos algum. Ontem, eu achei que a internet fosse explodir ao final dessa partida. Não, sério mesmo, achei que ia ligar o PC de manhã, abrir o Chrome e encontrar uma foto de uma nuvem de cogumelos. Do TT do Twitter vinte minutos depois do fim da partida, sete tinham algo a ver com o jogo. Duas horas depois, #tebow e #john3:16 ainda estavam no TT. Foi um jogo sensacional, foi uma história sensacional... Foi Tebow Time, de novo e de novo. Quando o Steelers estava posicionado seu FG pra vencer o jogo no final, eu simplesmente ajoelhei Tebowing pra torcer por um time que até esse ano eu nunca tinha gostado! Simplesmente porque é divertido demais torcer pra Timothy Richards Tebow!
Antes de mais nada, vamos deixar uma coisa clara: Eles não venceram o mesmo Steelers que foi campeão da AFC ano passado, e nem o time que eu achava o melhor da Conferência. O Steelers que eles enfrentaram ontem estava muito baleado: Rashard Mendenhall não jogou, Ryan Clark não jogou, Maurkice Pouncey não jogou, Brett Keisel e Casey Hampton sairam durante o jogo, e Ben Roethlisberger e LaMarr Woodley jogaram machucados e claramente não estavam 100%. Isso foi importante, claro,o que também não tira o mérito do Broncos. Até porque Isaac Redman jogo muitíssimo bem e, apesar do Clark ter feito bastante falta na cobertura do Troy Polamalu (que levou um baile humilhante do Tim Tebow o jogo todo), vale destacar que foi o seu substituto que forçou o fumble do Willis McGahee que quase deu a vitória ao Steelers.
E como eu disse, isso não tira o mérito do Broncos. O Broncos na verdade tem mérito de sobra, tanto no ataque como na defesa. Mesmo com todas as lesões e desfalques o Broncos ainda era o azarão e ainda estava em clara desvantagem. O começo do jogo ilustrou bem essa desvantagem, tanto pelo plantel, como pela falta de ousadia que o John Fox vinha demonstrando, e também pelos problemas do Tebow nos ultimos jogos. O time foi previsível ao extremo com a fórmula correr-correr-passar e o Steelers não teve a menor vergonha na cara de colocar nove jogadores na linha de scrimmage pra parar a corrida. Quando recuperava a bola, o Steelers anotava pontos, ainda que só 3 de cada vez, e parecia que o jogo estava encaminhado pra ser exatamente o esperado: O Broncos derrotado pela sua falta de ousadia e diversidade, o Steelers sendo apenas eficiente e com sua defesa sufocando o Broncos pra não dar a menor chance ao azar.
Até que o Broncos - por milagre - percebeu isso, e fez o óbvio, tentou variar. Ao invés de correr-correr-passar, que a defesa estava sempre prevendo e esmagando, eles chamaram jogadas de passe para o Tebow em segundas descidas (O Broncos teve UM passe na primeira jogada do 1st down no jogo todo. Qual foi? Um TD de 80 jardas...). Era o que o Broncos tinha que fazer mesmo, mas o que pegou todo mundo de surpresa é que os passes do Tebow não foram só decentes, foram excelentes perfeitos, e em duas bombas ele anotou um TD pra virar a partida. O Broncos ganhou confiança, a torcida entrou no jogo e o momento mudou completamente. O Steelers sentiu, a defesa fez seu trabalho e logo recuperou a bola. O resultado? Mais um passe longo do Tebow, mais um acerto perfeito, e mais um TD do Broncos. O Denver fez exatamente o que precisava fazer, variou as jogadas, parou de ser previsível e deixou o Tebow lançar não só em terceiras descidas longas e prevsíveis saindo de um play action, mas colocou o garoto no shotgun e, como o John Elway tinha dito antes do jogo... Pull the trigger (Puxar o gatilho)!
O que ninguém imaginava - e que destruiu completamente o plano de jogo do Steelers - é que ele começou a acertar os passes longos com perfeição. O Steelers aproximou o Polamalu da linha de scrimmage, claramente mais preocupado com o scramble do que com os passes, e contou com a cobertura simples já que o Broncos não tinha grandes WRs, ainda mais com o Eric Decker saindo com uma lesão assustadora na perna. Eles fecharam a corrida - confiantes na corrida do Denver e na incapacidade do Tebow - e basicamente desafiaram o garoto e vencer o jogo com o braço. Mas ele começou a lançar, achar seus recebores em profundidade (lendo perfeitamente o posicionamento avançado dos safeties) e a defesa do Steelers, que estava jogando muito na frente só pra parar a corrida, teve que voltar pra cobrir a secundária, e aí o Broncos voltou a correr e controlar a partida. A impressão que deu é que a defesa do Steelers não sabia mais o que fazer, ela estava enfrentando uma situação que ela nunca teria imaginado, e o Broncos leu perfeitamente a situação, o Tebow lançou perfeitamente as bolas. A defesa do Steelers não sabia mais o que fazer, especialmente porque a linha ofensiva do Broncos - que eu sempre critico e estava jogando sem seu RG titular - teve um jogo espetacular protegendo o Tebow e abrindo pra corrida, desequilibrou o jogo e deu tempo pro Tebow lançar com calma - algo que ele não teve o ano todo.
O Steelers reagiu depois do intervalo e depois de algumas injeções de analgésicos no pé do Big Ben ele começou a jogar muito, achar seus recebedores e colocou o Steelers em condições de empatar o jogo. Mas o Tebow conduziu bem o ataque mesmo sem TDs, e o time se viu com uma vantagem de 7 pontos e com a bola faltando 7 minutos. Gastar o relógio, chutar um FG e ganhar a partida, certo? Mas claro que não seria fácil, com McGahee deixando cair a bola numa jogada onde, se ele cai ao invés de brigar por mais jardas e perder a bola, o Denver teria um 2nd and 2 na linha de 40 jardas do campo de ataque, praticamente matava o jogo. Mas o fumble deu ao Big Ben a chance do empate, e logo depois do Champ Bailey (os dois veteranos que demonstraram que estavam descontentes com Tebow, Bailey e McGahee, foram os dois que quase custaram a vitória ao time) deixou cair uma interceptação na end zone, o Big Ben acertou uma linda bomba e empatou o jogo. O Steelers teve a chance de vencer depois que o Tebow errou um passe relativamente fácil numa 3rd and 8, mas a defesa apareceu com dois sacks, um snap errado do substituto do Pouncey e o jogo foi pra prorrogação. A primeira jogada? O primeiro passe na 1st do Broncos no jogo inteiro que congelou a defesa do Steelers num perfeito play action e Tebow encontrou um Demariyus Thomas (4 recepções, 204 jardas, TD, os números dele poderiam ser mais DeSean Jackson-esques?) livre que pegou a bola em velocidade, derrubou o Ike Taylor e ganhou de todo mundo na corrida pro TD. Perfeito final pro primeiro jogo do Tebow nos playoffs, não?
A diferença do jogo foi que a linha ofensiva do Broncos deu tempo ao Tebow, e o Tebow acertou os passes perfeitos quando precisou. Graças a isso o Denver conseguiu confundir a defesa do Steelers e impor seu jogo. Quanto ao Tebow, primeiro QB a passar das 300 jardas contra o Steelers no ano, acertou três passes de 50 jardas ou mais no jogo (Na temporada inteira o Steelers cedeu seis), teve a maior média por passe completo da história dos playoffs (31.6) e teve o Rating mais alto da história da pós-temporada do Denver Broncos. Nada mau pra quem não seria capaz de lançar a bola na NFL, hein??
TEEEEEEEEEEEEEEEEBOOOOOOOOOOOOOOOOW!!
E o pior é que num primeiro momento, a ousadia do Lions foi recompensada. O time pontuou muito bem e, se não controlou o relógio, não permitiu ao Saints assumir o controle do jogo. Sua defesa sofreu com as corridas do Saints e os passes cirúrgicos do Drew Brees, mas continuou pau a pau com o time de New Orleans e começou a chegar no QB. E ai que chegou o problema. O Lions sabia que não ia conseguir parar o Saints, então foi agressivo e apostou nos turnovers. E conseguiu, de fato, forçar dois turnovers. Eu até comentei que se o Lions queria ganhar, tinha que conseguir posses de bola extra (Eu sugeri um onside kick, mas o time forçou dois turnovers), e o Lions conseguiu dois fumbles recuperados. E ai chegamos ao grande problema, que matou o Lions: O Lions não aproveitou esses turnovers. O Lions teve duas posses de bola a mais que o Saints, a chance de abrir 14 pontos de vantagem, a chance de controlar totalmente o jogo e o momento... E nas duas posses de bola seguindo os turnovers, o Lions foi pro punt nas duas, liderando por apenas 4 no intervalo. Na primeira posse de bola do segundo tempo, bola do Saints... Touchdown, Saints na frente. E isso colocou mais pressão ainda no ataque do Lions, e a verdade é que depois disso o Lions não foi mais o mesmo. Não conseguiu pontuar, devolveu a bola pro Saints... Que colocou de novo na End Zone. Tão fácil quanto isso o Saints já havia colocado 10 pontos de vantagem.
E ai o Lions se descontrolou. Teve boas jogadas, anotou Touchdowns, mas você claramente via quem estava com o controle do jogo. O Lions teve a chance de recuperá-lo num dos raríssimos passes ruins do Brees que caiu no colo do defensor do Lions, mas ele deixou uma interceptação que teria mudado o jogo cair no chão. Em seguinda? TD do Saints, é claro. O Saints anotou Touchdowns em TODAS suas posses de bola no segundo tempo, Brees fez o que quis com a defesa e Detroit perdeu o controle. Não é que o Lions não teve chances, o Lions teve várias. Só que o Lions não aproveitou, não conseguiu pontuar nos erros do Saints, não pegou o momento do jogo quando teve a chance, dropou uma interceptação fácil que podia mudar o rumo do jogo. Conseguir posses de bola extra é importantíssimo, mas você precisa converter isso em pontos. Quando você está em desvantagem, tem que aproveitar todas as suas chances. O Lions não aproveitou e viu o Saints controlar o jogo, e aí se descontrolou como o time jovem que é. Não sei se algum time na NFL atualmente tem capacidade de vencer esse time do Saints... E o Lions continua com seu ótimo projeto de reconstrução, precisando melhorar a defesa e o jogo terrestre, mas sabendo que está no caminho certo.
Denver Broncos 29 vs 23 Pittsburgh Steelers
Não existe um atleta na NFL tão polarizador quanto Tim Tebow. Não sei se já houve, e não sei se ainda teremos algum. Ontem, eu achei que a internet fosse explodir ao final dessa partida. Não, sério mesmo, achei que ia ligar o PC de manhã, abrir o Chrome e encontrar uma foto de uma nuvem de cogumelos. Do TT do Twitter vinte minutos depois do fim da partida, sete tinham algo a ver com o jogo. Duas horas depois, #tebow e #john3:16 ainda estavam no TT. Foi um jogo sensacional, foi uma história sensacional... Foi Tebow Time, de novo e de novo. Quando o Steelers estava posicionado seu FG pra vencer o jogo no final, eu simplesmente ajoelhei Tebowing pra torcer por um time que até esse ano eu nunca tinha gostado! Simplesmente porque é divertido demais torcer pra Timothy Richards Tebow!
Antes de mais nada, vamos deixar uma coisa clara: Eles não venceram o mesmo Steelers que foi campeão da AFC ano passado, e nem o time que eu achava o melhor da Conferência. O Steelers que eles enfrentaram ontem estava muito baleado: Rashard Mendenhall não jogou, Ryan Clark não jogou, Maurkice Pouncey não jogou, Brett Keisel e Casey Hampton sairam durante o jogo, e Ben Roethlisberger e LaMarr Woodley jogaram machucados e claramente não estavam 100%. Isso foi importante, claro,o que também não tira o mérito do Broncos. Até porque Isaac Redman jogo muitíssimo bem e, apesar do Clark ter feito bastante falta na cobertura do Troy Polamalu (que levou um baile humilhante do Tim Tebow o jogo todo), vale destacar que foi o seu substituto que forçou o fumble do Willis McGahee que quase deu a vitória ao Steelers.
E como eu disse, isso não tira o mérito do Broncos. O Broncos na verdade tem mérito de sobra, tanto no ataque como na defesa. Mesmo com todas as lesões e desfalques o Broncos ainda era o azarão e ainda estava em clara desvantagem. O começo do jogo ilustrou bem essa desvantagem, tanto pelo plantel, como pela falta de ousadia que o John Fox vinha demonstrando, e também pelos problemas do Tebow nos ultimos jogos. O time foi previsível ao extremo com a fórmula correr-correr-passar e o Steelers não teve a menor vergonha na cara de colocar nove jogadores na linha de scrimmage pra parar a corrida. Quando recuperava a bola, o Steelers anotava pontos, ainda que só 3 de cada vez, e parecia que o jogo estava encaminhado pra ser exatamente o esperado: O Broncos derrotado pela sua falta de ousadia e diversidade, o Steelers sendo apenas eficiente e com sua defesa sufocando o Broncos pra não dar a menor chance ao azar.
Até que o Broncos - por milagre - percebeu isso, e fez o óbvio, tentou variar. Ao invés de correr-correr-passar, que a defesa estava sempre prevendo e esmagando, eles chamaram jogadas de passe para o Tebow em segundas descidas (O Broncos teve UM passe na primeira jogada do 1st down no jogo todo. Qual foi? Um TD de 80 jardas...). Era o que o Broncos tinha que fazer mesmo, mas o que pegou todo mundo de surpresa é que os passes do Tebow não foram só decentes, foram excelentes perfeitos, e em duas bombas ele anotou um TD pra virar a partida. O Broncos ganhou confiança, a torcida entrou no jogo e o momento mudou completamente. O Steelers sentiu, a defesa fez seu trabalho e logo recuperou a bola. O resultado? Mais um passe longo do Tebow, mais um acerto perfeito, e mais um TD do Broncos. O Denver fez exatamente o que precisava fazer, variou as jogadas, parou de ser previsível e deixou o Tebow lançar não só em terceiras descidas longas e prevsíveis saindo de um play action, mas colocou o garoto no shotgun e, como o John Elway tinha dito antes do jogo... Pull the trigger (Puxar o gatilho)!
O que ninguém imaginava - e que destruiu completamente o plano de jogo do Steelers - é que ele começou a acertar os passes longos com perfeição. O Steelers aproximou o Polamalu da linha de scrimmage, claramente mais preocupado com o scramble do que com os passes, e contou com a cobertura simples já que o Broncos não tinha grandes WRs, ainda mais com o Eric Decker saindo com uma lesão assustadora na perna. Eles fecharam a corrida - confiantes na corrida do Denver e na incapacidade do Tebow - e basicamente desafiaram o garoto e vencer o jogo com o braço. Mas ele começou a lançar, achar seus recebores em profundidade (lendo perfeitamente o posicionamento avançado dos safeties) e a defesa do Steelers, que estava jogando muito na frente só pra parar a corrida, teve que voltar pra cobrir a secundária, e aí o Broncos voltou a correr e controlar a partida. A impressão que deu é que a defesa do Steelers não sabia mais o que fazer, ela estava enfrentando uma situação que ela nunca teria imaginado, e o Broncos leu perfeitamente a situação, o Tebow lançou perfeitamente as bolas. A defesa do Steelers não sabia mais o que fazer, especialmente porque a linha ofensiva do Broncos - que eu sempre critico e estava jogando sem seu RG titular - teve um jogo espetacular protegendo o Tebow e abrindo pra corrida, desequilibrou o jogo e deu tempo pro Tebow lançar com calma - algo que ele não teve o ano todo.
O Steelers reagiu depois do intervalo e depois de algumas injeções de analgésicos no pé do Big Ben ele começou a jogar muito, achar seus recebedores e colocou o Steelers em condições de empatar o jogo. Mas o Tebow conduziu bem o ataque mesmo sem TDs, e o time se viu com uma vantagem de 7 pontos e com a bola faltando 7 minutos. Gastar o relógio, chutar um FG e ganhar a partida, certo? Mas claro que não seria fácil, com McGahee deixando cair a bola numa jogada onde, se ele cai ao invés de brigar por mais jardas e perder a bola, o Denver teria um 2nd and 2 na linha de 40 jardas do campo de ataque, praticamente matava o jogo. Mas o fumble deu ao Big Ben a chance do empate, e logo depois do Champ Bailey (os dois veteranos que demonstraram que estavam descontentes com Tebow, Bailey e McGahee, foram os dois que quase custaram a vitória ao time) deixou cair uma interceptação na end zone, o Big Ben acertou uma linda bomba e empatou o jogo. O Steelers teve a chance de vencer depois que o Tebow errou um passe relativamente fácil numa 3rd and 8, mas a defesa apareceu com dois sacks, um snap errado do substituto do Pouncey e o jogo foi pra prorrogação. A primeira jogada? O primeiro passe na 1st do Broncos no jogo inteiro que congelou a defesa do Steelers num perfeito play action e Tebow encontrou um Demariyus Thomas (4 recepções, 204 jardas, TD, os números dele poderiam ser mais DeSean Jackson-esques?) livre que pegou a bola em velocidade, derrubou o Ike Taylor e ganhou de todo mundo na corrida pro TD. Perfeito final pro primeiro jogo do Tebow nos playoffs, não?
A diferença do jogo foi que a linha ofensiva do Broncos deu tempo ao Tebow, e o Tebow acertou os passes perfeitos quando precisou. Graças a isso o Denver conseguiu confundir a defesa do Steelers e impor seu jogo. Quanto ao Tebow, primeiro QB a passar das 300 jardas contra o Steelers no ano, acertou três passes de 50 jardas ou mais no jogo (Na temporada inteira o Steelers cedeu seis), teve a maior média por passe completo da história dos playoffs (31.6) e teve o Rating mais alto da história da pós-temporada do Denver Broncos. Nada mau pra quem não seria capaz de lançar a bola na NFL, hein??
TEEEEEEEEEEEEEEEEBOOOOOOOOOOOOOOOOW!!
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