Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Um chinês em New York

"A resposta da questão 22-b era um!!"


O New York Knicks é, como se sabe, uma franquia muito tradicional na NBA. Joga num dos maiores mercados dos EUA, é o time que mais ganha dinheiro na Liga, uma das franquias mais valiosas da NBA, tem o ginásio mais bolado de lá e uma das torcidas mais fanáticas. Ou seja, é um time tradicional e importante e que tem tudo pra ser um time vencedor como o time mais vencedor da cidade (E dos esportes americanos), o Yankees.

Mas toda essa tradição e dinheiro do Knicks não tem se traduzido em títulos. Ao longo dos ultimos anos, o Knicks tem sido o time que mais ganhou dinheiro mas também o que mais gastou - e o pior, gastou com jogadores como Eddy Curry e Stephon Marbury. Um fracasso em termos de administração e gestão, o Knicks dos últimos anos acumulou fracassos e frustraçōes na Liga, nunca foi realmente competitivo desde o começo da década passada. Pra mudar isso, a Franquia apostou no que ela tem de melhor - que definitivamente não é a administração. Ou seja, apostou na cidade de New York, no dinheiro que jogar nesse enorme mercado dá e no quanto ele é atrativo para os jogadores: Trouxe por uma fortuna na Free Agency o Amare Stoudamire depois que Lebron James e Dwyane Wade recusaram a oferta, e trouxe o Carmelo Anthony quando ele forçou a saída do mercado pequeno que era o Nuggets em Denver. Tudo bem, o Knicks pagou caro pelo Melo e o Nuggets se reconstruiu e montou um grande time jovem e coletivo, mas conseguiu seu objetivo: Juntou duas superestrelas e limpou espaço pra contratar mais uma, no caso o armador Chris Paul, que poderia terminar seu contrato no final dessa temporada e sair de New Orleans.

Bom, a gente sabe o que aconteceu depois: O Chris Paul foi trocado para o Lakers numa troca que também envolveu o Rockets. Com o Paul (sonho de consumo do Knicks) fora da jogada, o time de NY usou o seu espaço salarial pra assinar o Free Agent Tyson Chandler pra ser a âncora defensiva de um time que não sabia o que era defesa. Quando o David Stern decidiu explodir a Liga e ferrar de vez Lakers e especialmente o Rockets (Mais sobre isso daqui a pouco) vetando a troca do CP3 para o Lakers, o contrato do Chandler já estava assinado e o Knicks não podia mais voltar atrás pra manter o teto salarial aberto pro Paul. Assim, o Knicks teve que se contentar com o núcleo de Melo, Amare e Chandler.

De uma maneira meio bizarra, o Chandler cumpriu seu papel de tornar um time que não se interessava por defesa em um time capaz de apertar no lado defensivo e contar com um ataque eficiente para vencer alguns jogos. A defesa do time não é do nível de Heat ou Bulls, claro, mas está muito longe de ser uma peneira e está entre as 10 melhores da Liga, em boa parte por causa do Chandler. Ele cumpriu perfeitamente seu papel de quando foi contratado, e o time do Knicks tinha eliminado seu grande problema de 2011. Mas curiosamente, o grande problema do Knicks se tornou o ataque. O ataque  da equipe, que deveria se apoiar amplamente no talento individual da dupla Melo/Amare, passou a ser estático, previsível, sem movimentação de bola e a viver de jogadas forçadas das suas duas estrelas. Não tinha espaçamento em quadra, não tinha uma tática definida, era basicamente tocar pras estrelas e esperar elas resolverem sozinhas. 

Isso acabou caindo como culpa do técnico Mike D'Anthony, em parte justificadamente e em parte não. O Mike D'Anthony é um técnico limitado que teve muito sucesso com o Phoenix Suns de 2005-2006, o famoso Suns dos "Sete segundos ou menos", que corria como se a vida dependesse disso, jogava na velocidade, arremessava muito de três pontos e confiava no gênio do Steve Nash pra distribuir a bola e manter o ataque funcionando. O problema do D'Anthony é justamente a sua dependência desse esquema de jogo, um esquema de correria, passes rápidos e que depende muito de um armador capaz de infiltrar. Ele só sabe jogar esse estilo, um estilo de muito espaçamento, velocidade e que depende de um armador que distribua o jogo e ataque o aro. Com as peças pra jogar no seu estilo, ele o faz muito bem, mas não tem a capacidade de se adaptar a outros estilos de jogo, ou adaptar o seu estilo aos jogadores com características diferentes - caso do Knicks. O problema é justamente pedir pro D'Anthony fazer isso, jogar com jogadores totalmente opostos ao esquema tático que ele sabe. Ele tentou adaptar os jogadores ao estilo, tentou mudar o estilo pra se adaptar aos jogadores, e não funcionou, o ataque continuava uma droga estática e o Knicks começou a perder, perder e parecer uma droga que não ia a lugar nenhum. Quando Amare se ausentou por causa da morte do irmão e o Melo saiu machucado, parecia que o Knicks estava condenado à mediocridade.

Foi ai que o Knicks achou ouro em um armador chinês, formado em economia em Harvard chamado Jeremy Lin. Se voceê tiver interesse na história mais detalhada do Lin, o Bola Presa fez um post a respeito nas Summer Leagues da temporada passada, muito antes dele ficar famoso, então é bem legal ver a história dele antes de ficar famoso. Mas resumidamente, ele é um chinês (ainda que tenha nascido na Califórnia, os pais são chineses) que ficou conhecido por jogar como armador por Harvard - sim, essa Harvard mesmo, da Ivy League. Ele jogou muito bem no College, chegou a disputar o prêmio de melhor armador da NCAA e levou Harvard a uma boa colocação, mas não foi Draftado. Apareceu bem nas Summer Leagues daquele ano, onde humilhou o John Wall, e ganhou um contrato com o Warriors, onde não teve chance nenhuma, passou o ano na D-League e acabou dispensado. Esse ano, começou no Rockets, foi dispensado quando a troca do CP3 foi cancelada e acabou indo parar no Knicks. Quando estava para ser dispensado novamente, teve a chance de jogar numa partida vindo do banco, e anotou 25 pontos. No jogo seguinte foi titular, destruiu o espaço tempo, jogou como o armador que o D'Anthony sempre quis pro seu esquema tático, foi espetacular e não saiu mais do time.

O Lin acabou virando um fenômeno em duas frentes, dentro e fora de quadra. Fora de quadra, chamou a atenção por diversas coisas na sua história: o fato de ter vindo de um College como Harvard, de ser chinês, e de ser um jogador totalmente desconhecido que chegou na NBA quebrando recorde atrás de recorde, pontuando e assistindo feito doido, fazendo o time do Knicks funcionar como uma equipe de verdade. Ninguém entendia como um jogador tão bom (o que ficou claro depois de dois ou três jogos, que ele não era simplesmente fogo de palha, e sim um jogador realmente talentoso) podia não ter sido draftado, passado uma temporada inteira na D-League, ter sido dispensado por dois times sem ninguém ter percebido que ele era na verdade muito bom!! A NBA já teve casos de bons jogadores não Draftados, mas não com esse nível de talento nem depois de ter passado um ano inteiro na D-League. Ele também virou um fenômeno de mídia e acabou muito comparado com o Tim Tebow, Quarterback do Denver Broncos.

Sinceramente, essa é uma das piores comparaçōes esportivas de todos os tempos, incluindo aí quando compararam o Adam Morrisson com o Larry Bird. O Tebow e o Lin são dois jogadores religiosos, dois fenômenos de mídia carismáticos... E pronto, acabou o que eles tem em comum! De resto, eles são dois jogadores bastante opostos, e os motivos da enorme atenção da mídia que eles atraem também são: Tebow foi um dos maiores jogadores de College Football de todos os tempos mas claramente não chegou na NFL com as ferramentas necessárias pra jogar nos profissionais. Foi draftado alto com base nas esperanças e expectativas que trazia do College, e mesmo não estando no nível de jogo da NFL, acabou titular e continuou ganhando jogo atrás de jogo de forma absurda e na pura raça, porque em termos de habilidades ele ainda não está num nível acima da média. O mais impressionante do fenômeno Tebowmania era que o Tebow era um QB mediano que continuava ganhando com as poucas armas que lhe restavam. O Lin é exatamente o oposto: Carreira desconhecida do grande público no College, nenhuma expectativa no Draft (tanto que não foi Draftado), apareceu pra Liga do nada porque tem muito talento pra jogar entre os profissionais e foi uma surpresa tão grande porque ele era bom demais e ninguém conhecia ele, foi só ele ganhar uma chance que explodiu. Ou seja, são histórias totalmente diferentes e jogadores totalmente diferentes, a comparação é bem ruinzinha. 

Se querem comparar o fenômeno Linsanity a alguma coisa, comparem à Fernandomania, do arremessador Fernando Valenzuela. Pra quem não conhece, Fernando Valenzuera foi um arremessador mexicano que apareceu no Los Angeles Dodgers no começo de uma bela temporada como titular, era bom pra cacete e tomou a Liga de assalto, foi um fenômeno de mídia que apareceu do nada e representava uma minoria nos EUA (os mexicanos no caso, como os asiáticos para Lin) e que fez todo mundo ficar se perguntando "De onde surgiu esse cara??". A mesma história, jogadores muito talentosos que surgiram do nada, sem nenhuma expectativa, e que de repente começaram a jogar muito. A diferença básica entre os dois foi mais contextual do que outra coisa: Fernando era um jogador melhor do que Lin (ganhou o prêmio de melhor arremessador de TODA a NL como calouro) e porque baseball em 1984 era mais importante pros EUA do que basquete em 2012, mas as situaçōes são muito parecidas. Muito mais do que com Tebow.

Mas dentro de quadra, o impacto do Lin foi enorme, justamente porque ele é o armador no qual todo o esquema tático do Mike D'Anthony se baseia, um armador com bons passes, inteligência e que sabe infiltrar e criar espaço. Foi só o Lin começar a jogar que tudo no Knicks caiu no seu lugar mesmo sem Melo e Amare: Ele começou a conseguir muitos pontos vindos de infiltração, trabalhou no pick and roll muito bem com o Chandler (que consegue seus pontos no ataque com um armador decente), os arremessadores do time se espalharam pelo perímetro, o Chandler começou a pegar rebote ofensivo atrás de rebote ofensivo... Tudo isso faz parte do esquema do D'Anthony, só que agora que estava começando a funcionar porque tinha alguém pra atacar a cesta, abrir os espaços no qual o Mike gosta de trabalhar e distribuir o jogo para quem estivesse livre quando a marcação reagisse às infiltraçōes do Lin. Finalmente o Knicks pode implementar o jogo que seu técnico queria desde o começo, o Steve Novak começou a receber as bolas que ele precisava pra acertar tudo de longe, os rebotes ofensivos cairam na mão do Chandler, e o time pontuou no garrafão com seu armador.

A dúvida que ficava, portanto, era como os astros do time Amare e Melo - e depois a contratação chinesa do time no JR Smith - iam se encaixar nesse time, como suas características iam combinar com a do armador chinês e da forma de jogar que o seu técnico tanto gosta. O Amare, de certa forma, era o menor dos problemas: Ele sempre foi um jogador que se beneficiou do pick and roll com o Nash em Phoenix e que está no seu melhor finalizando de frente pra cesta recebendo um bom passe. No seu primeiro jogo voltando dos problemas familiares, ele finalizou cinco bolas saindo de pick and roll - ele tinha média de uma finalização dessas por temporada. Esse pick and roll ainda não é uma jogada de conforto do time (as vezes passam tempo demais sem usar) e as vezes parece que o Chandler no garrafão ocupa um espaço que o Amare gostaria de ter livre pra atacar a cesta - o que resulta em alguns arremessos bobos de meia distância - mas com um pouco de entrosamento e prática o Knicks provavelmente vai começar a fazer isso com mais naturalidade. O Lin fez muito bem os pick and rolls com o Chandler, e o Amare é um finalizador muito melhor que o Chandler, logo ele deve assumir o papel nessas jogadas e o Chandler deve fazer um papel mais de segurar o rebote ofensivo. De certa forma ele realmente ocupa um espaço que o Amare gosta de usar, mas isso pode ser contornado de diferentes maneiras: O Chandler pode continuar fazendo o pick and roll com o Amare se posicionando pra um arremesso de meia distância, ou então o Chandler pode se afastar um pouco do aro quando o PnR acontecer pra buscar o rebote vindo de fora. Ou seja, a jogada está lá e o D'Anthony trabalhou muito bem com ela em Phoenix, não vejo ele tendo muitos problemas pra adaptar essa jogada da melhor forma possível para o seu time.

O JR Smih é um caso particular, mas também não deve apresentar problemas. O JR Smith é o famoso arremessador de três sem cérebro, tem talento pra cacete mas não tem cabeça e prefere ficar forçando bolas de três até alguém se enfezar com ele. Ou seja, típico jogador pra vir do banco e encher de bolas de três, as vezes elas caem e outras não, mas como é exatamente isso que ele faz - e foi contratado pra fazer - é mais uma questão de controlar os minutos dele do que de encaixá-lo em esquema tático, porque ele não segue nenhum. Acho que vai acabar beneficiado pelo maior espaçamento, mas ai vai continuar com seu joguinho de chutar de longe, e o Mike D'Anthony que se vire pra controlar os minutos do JR e usar ele e sua porralouquice de uma forma benéfica à equipe.

Enfim, chegamos no problema: O grande astro do time, Carmelo Anthony. O Melo é um jogador espetacular, ofensivamente provavelmente é o jogador mais completo de toda a NBA e é um dos melhores fechadores da Liga. Ele  arremessa de dois, de três, infiltra, bate lances livres, joga de costas pra cesta, na transição... Enfim, uma força ofensiva. Mas o Melo também sempre foi um jogador que gosta de segurar a bola, criar o próprio arremesso e as vezes arremessa demais e sem critério. A melhor fase do Carmelo na sua carreira foi no Nuggets exatamente quando o time trouxe um armador pra tomar conta da equipe, no caso o Chauncey Billups. Isso foi muito importante pro time e pro Melo porque o Billups é um armador calmo e pensador que controlava o jogo e fazia as bolas chegarem no Melo nas horas certas pra ele partir pra cima e pontuar alucinadamente. Inclusive, na minha avaliação, é o melhor tipo de jogador pra acompanhar o Melo, alguém que pense o jogo e acione o Melo nas horas certas pra ele funcionar como o pontuador nato que é mas sem atrapalhar o esquema de jogo e a rotação de bola da equipe. E bom, armador calmo, pensador e que cadencia o jogo? Por melhor que ele seja, é o oposto do que o Lin faz de melhor, que é atacar a cesta, acelerar o ataque e abrir espaços na defesa. O Lin é um jogador inteligente, mas não é um armador pensador (E o Knicks nem quer que ele seja, ele é muito mais útil sendo desse jeito!) e nem tem a função de acionar os companheiros na melhor posição, pelo contrário, ele ataca a cesta o mais rápido que puder sempre controlando a bola. E isso - e essa é a minha preocupação - é algo que conflito diretamente com o estilo do Melo e o estilo que ele mais rende.

A questão é que o time do Knicks rende melhor com o Lin atacando a cesta, fazendo pick and rolls e abrindo a defesa para os arremessos, mas o seu melhor jogador rende melhor controlando a bola ou com um armador que controle o ritmo ofensivo e distribua o jogo com calma. Como o Knicks não tem um armador assim no elenco, o time tem duas opçōes pra integrar o Carmelo e o novo esquema de jogo. A primeira é buscar um balanço entre as duas formas de jogar, jogar uma parte do tempo com o estilo do D'Anthony e com o Lin controlando a bola, e outra parte com o Melo jogando mais individualmente controlando o jogo. Claro que isso exigiria do Lin um maior controle do jogo e uma qualidade mais pensadora pra saber quando deixar o Melo jogar sozinho e quando acionar o ataque de velocidade da equipe.

Eu não gosto dessa opção por dois motivos. Primeiro, porque você estaá abandonando o estilo de jogo que seu time e seu técnico sabem e gostam de usar, o esquema que o time mais é eficiente, só pra integrar um jogador, especialmente com dois estilos tão diferentes. Um técnico como Phil Jackson poderia eficientemente achar uma maneira de jogar que combinasse as duas coisas, mas não confio que o D'Anthony consiga o mesmo. Além disso, você estaria pedindo para seu armador ser um jogador que ele não é, e jogar de uma forma muito mais pensadora e cadenciada, o que ele não está acostumado a fazer.

A outra opção, mais interessante, é reinventar um pouco o estilo de jogo do Melo. O Melo está acostumado a criar seu arremesso e jogar com a bola na mão, mas ele é um jogador inteligente e excelente finalizador, portanto a ideia seria usar mais o Melo jogando fora da bola e se posicionando para receber passes e finalizar as jogadas. O Melo já jogou assim na seleção americana e teve muito sucesso, e assim o Knicks pode continuar deixando a bola nas mãos do Lin (Que precisa tomar mais conta dela, ele perde demais a bola durante o drible) enquanto o Carmelo trabalha pra se posicionar pra receber a bola numa posição onde ele possa partir direto pra finalização sem precisar desacelerar o ataque ou parar a rotação da bola. O Lin é um bom passador saindo do drible pra achar os jogadores mais bem posicionados, então o Melo pode simplesmente se colocar numa boa posição pra receber esse passe. De certa forma é reinventar o estilo de jogo do Melo porque ele está acostumado a jogar com a bola na mão e criar seu arremesso, mas ele também já mostrou que tem inteligência pra se posicionar em quadra e trabalhar como um pontuador que joga sem a bola na mão, como já mostrou na seleção. E como o esquema do Knicks com o Lin livre pra infiltrar abre muito espaço pros arremessadores se espalharem pela quadra, o Melo vai ter bastante espaço pra se movimentar enquanto o Lin trabalha no pick and roll.

Aliás, isso significa que o D'Anthony vai ter que ficar criativo nas escalaçōes, porque se o Lin trabalhar no PnR com o Chandler e o Melo e algum outro se posicionarem pra receber a bola pra arremessos, não faz sentido o Amare também ficar posicionado apenas como um arremessador de meia distância, e quando o Amare for o homem do pick and roll o Chandler vai ter que jogar mais afastado do aro pra não congestionar o garrafão, mas como o pivô não tem um bom arremesso as defesas provavelmente vão deixar ele pegar a bola livre longe do aro pra congestionar o garrafão. Ou seja, Amare e Chandler podem jogar juntos em alguns momentos, mas se o Melo se adaptar à sua função de pontuador sem a bola o time ficaria mais eficiente com só um dos dois em quadra. Ai fica a critério da criatividade do D'Anthony usar os dois em situaçōes separadas pra aproveitar melhor cada um deles (até acho que pela sua capacidade de forçar double teams o Amare jogaria melhor com o Baron Davis e o JR Smith vindo do banco).

Quanto ao Lin, ele foi o cara que deu cara nova ao time, ele tem talento pra burro e deve continuar executando essa função que ele executa hoje, que é tão importante pro esquema de jogo da equipe. O Lin tem fraquezas (Não defende ninguém, conforme ficou claro no jogo contra o Nets - um dos motivos de porque é tão interessante o Iman Shumpert jogando com o Lin e se encarregando de marcar o jogador mais perigoso do perímetro - comete muitos turnovers principalmente porque a bola fica muito solta durante seu drible e muitas vezes ele perde controle da bola, e algumas limitaçōes como por exemplo o drible pro lado esquerdo - não é que ele não consiga ou não saiba, mas ele claramente fica menos confortável, o Heat forçou ele o jogo todo a ir pro lado esquerdo e ele teve uma partida horrorosa cheia de turnovers). De certa forma, algumas delas são erros comuns de jogadores que estão na NBA há tão pouco tempo e com o tempo  de jogo e treino ele deve melhorar, especialmente nos turnovers e na mania que as vezes ele tem de colocar uma jogada na cabeça e insistir nela até o fim, mesmo que no meio do caminho uma opção melhor apareça. Mas o moleque é talentoso pra burro, muito rápido, tem bom arremesso, é inteligente dentro de quadra e é excelente finalizando no garrafão mesmo sofrendo contato. Ele tem bom passe, boa visão de jogo e trabalha bem no pick and roll. Ou seja, não só as ferramentas pra ter sucesso na NBA como exatamente o que um armador precisa ter pra virar um monstro no esquema do Mike D'Anthony.

Aliás, um comentário rápido: O Lin está em seu segundo ano na Liga e é praticamente um calouro, mas vale lembrar que o Lin vai fazer 24 anos essa temporada, mais velho do que Derrick Rose, Russell Westbrook e Kevin Durant.

Aliás, sabe o que é engraçado - ou trágico? O Houston não tinha a intenção de dispensar o Lin, a idéia do Rockets era trocar o Goran Dragic (que iria pro Hornets na troca do CP3) e o Lin ficar como reserva do Kyle Lowry. Quando a troca foi vetada, o Rockets ficou com quatro armadores - Lowry, Dragic, Lin e Flynn (que era mais valioso pro Rockets pelo seu valor de troca), sendo que todos menos o Lin tinham contratos garantidos - e ai teve que mandar o Lin embora. Ou seja, se a troca não tivesse sido vetada, o Lin nunca teria saido do Rockets e possivelmente estaria destruindo tudo e todos por lá ao invés de NY. O Rockets teria Pau Gasol e provavelmente teria assinado com o Nenê (que dizem que iria pra lá se eles conseguissem um outro jogador de garrafão), e ficaria com um time de Lowry, Courtney Lee, Chandler Parsons, Gasol e Nenê, e um banco com Lin, Marcus Morris, Chase Buddinger, Patrick Petterson e algum Free Agent para a posição 2. Ao invés disso o time perdeu Lin, não assinou com Nenê e ficou sem seu All Star no Gasol... Tudo por causa do veto do David Stern, que podemos afirmar que destruiu a temporada do Rockets e salvou a temporada do Knicks de ir pro buraco. Ah sim, adivinhem quem tem a escolha de primeira rodada do Knicks esse ano? Bingo! O sangue do Rockets está em suas mãos, Stern!

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