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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Previsões embasadas para a temporada 2015 da NFL

"Que que esse cara ta falando de mim ai?"


Infelizmente, por motivos de "emprego novo", faltou o tempo e a disposição para fazer uma cobertura decente da offseason da NFL (a exceção fica por conta da minha coluna favorita, o Running Diary do Draft da NFL), e também para fazer um preview da temporada. Peço desculpas aos que perguntaram e/ou pediram, mas infelizmente, não foi possível esse ano.

O máximo que eu fiz foi um post especial no Spin Bet com minhas apostas para a temporada 2015 da NFL, então se quer ler o que eu penso de alguns times/jogadores e dar risada quando eu perder dinheiro em Janeiro, recomendo muito que leia. 

Mas, para não deixar passar em branco, coloco aqui alguns pensamentos sobre a temporada que se aproxima. Sem falar demais ou sobre todo mundo, vamos ver quais times esse ano parecem se encaixar em diferentes "moldes" para a temporada regular.

Vamos começar com um exemplo, para facilitar, e dai seguimos no ritmo.

(Inspirado nessa coluna do ótimo Bill Barnwell)


O Time Que É o Grande Candidato a Regressão
Em 2014 foi: Carolina Panthers
Em 2015 pode ser: Detroit Lions

Em termos de análise, a temporada regular da NFL tem um grande problema: a amostra de 16 jogos é pequena demais, e como toda amostra pequena, sofre de todo tipo de desvios e influências externas que dificultam nosso entendimento dos fatos. Então enquanto que o que importa ao final da temporada é a campanha de cada equipe (na hora de classificar para os playoffs), esse resultado final nem sempre faz jus ao verdadeiro nível de uma equipe. Muitas vezes, um time conta com ajuda de fatores externos - sob os quais não tem controle - para atingir um resultado melhor do que deveria, e portanto passa a ser um enorme candidato a regressão: quando esses fatores "normalizarem" -e, sendo externos e além do controle da equipe, a tendência é que não se repitam - esse time vai ficar exposto a uma queda normal. Você pode ler mais a respeito dos principais indicadores disso - como Pythagorean Expectations, jogos decididos por uma posse de bola, fumbles recuperados, etc - nessa coluna de 2013 que continua extremamente atual. Outros fatores - como por exemplo mudanças no elenco, perdas para a free agency, lesões - também afetam, obviamente, as chances de um time de regredir de uma temporada para a outra. (PS. Importar frisar que isso pode acontecer para os dois lados. É muito comum um time bom terminar o ano abaixo do esperado devido a fatores externos, sendo assim um candidato a regredir positivamente no ano seguinte).

Esse ano, o grande candidato a regressão é o Detroit Lions. Apesar de terminar o ano passado com 11-5 e uma vaga nos playoffs, tudo indica que o time do Lions não era tão bom assim: seu Pythagorean Expectation (Sério, clique no link acima) diz que o time foi muito mais próximo de um time 9-7, ou seja, quase duas vitórias acima da sua projeção graças em parte a uma campanha de 6-1 em jogos decididos por uma posse de bola ou menos. Ambos os números são insustentáveis, e indicam que Detroit teve ter muito mais dificuldade de ter uma boa campanha em 2015. Times que superam sua PE em 2 jogos perdem, em média, 2.4 jogos a mais no ano seguinte.

Só isso já indicaria uma regressão considerável para Detroit, mas infelizmente para meu amigo Jalisno, os problemas não acabam ai. Em 2014, a grande força do time foi sua dominante linha defensiva, mas nessa offseason o time teve que lidar com as perdas de dois dos seus principais defensores, Ndamukong Suh (Dolphins) e Nick Fairley (Rams). O time trouxe Haloti Ngata para tapar esse buraco, mas ainda é uma perda considerável que enfraquece o que era a grande força da franquia. Entre esses dois fatores - a regressão natural, e a perda de Suh e Farley - é difícil enxergar Detroit repetindo seu 2015, e é um forte candidato a cair de produção.

Menção honrosa: Arizona Cardinals


O Time Que Promete Explodir Mas Decepciona
Em 2014 foi: Cleveland Browns
Em 2015 pode ser: Miami Dolphins

Em 2014, o Browns parecia o time pronto dar um salto e se tornar competitivo: uma boa e jovem defesa cheia de talentos, um ataque com uma boa linha ofensiva e um novo quarterback, e um calendário favorável. O time até mesmo começou o ano 7-4 antes de tudo desandar. Mas o saldo acabou sendo um fiasco: a defesa não evoluiu tão bem como o esperado, Josh Gordon foi suspenso, Manziel e Gilbert não renderam e tiveram problemas extra-campo, Alex Mack machucou, e o Browns teve mais uma temporada de fracassos.

Em 2015, o Bills é óbvio demais, um queridinho da offseason que causou impacto ao contratar nomes como Shady McCoy e Percy Harvin, mas que ainda tem Tyrod Taylor de quarterback e uma péssima linha ofensiva. Então ao invés de falar do Bills, que vai ser grosseiramente movido para menção honrosa, vamos falar de outro popular candidato a dar um salto em 2015: o Miami Dolphins.

Para ficar claro, não estou dizendo que o Dolphins vai ser um time ruim. Mas depois de contratar Ndamukong Suh o Dolphins se tornou um time frequentemente citado na hora de apontar as "surpresas" de 2015 ou times que tendem a melhorar e brigar pelos playoffs. E embora isso não esteja fora do alcance de Miami, também me parece prematuro ficar animado demais.

Suh sem dúvida é um grande jogador, e próximo a Cameron Wake e Olivier Vernon, a expectativa é que Miami tenha uma das melhores linhas de frente da liga. E pode até ser que aconteça, mas ainda assim, a defesa preocupa. O enorme dinheiro dado a Suh significa que o Dolphins não teve como adereçar suas enormes falhas entre os linebackers e na secundária, e portanto vai depender demais  da sua linha de frente para aguentar a barra por 16 jogos. Apesar de ter uma ótima defesa no começo do ano, a secundária do time despencou para uma das piores da liga na reta final, e sem ter contratado bons reforços na offseason, é difícil imaginar muita mudança nesse sentido. Apostar em um time muito focado no topo, com algumas estrelas mas pouca profundidade, é sempre arriscado, e o Falcons está ai pra lembrar que nem sempre funciona.

Outro ponto que faz muitas pessoas terem otimismo com o Dolphins é o QB Ryan Tannehill, que aparentou uma evolução em 2014 depois de subir seu aproveitamento de 60% para 66.4%. Muitos encararam isso como um sinal de que o jovem QB estava prestes a explodir. Mas ai você começa a olhar mais de perto, e percebe que apesar dessa aparente evolução, suas jardas por passe subiram apenas de 6.7 para 6.9, números um pouco abaixo da média. O que aconteceu então? Tannehill simplesmente passou a fazer passes mais curtos, de maior aproveitamento (por isso o salto em %) mas de menos jardas. Não que não tenha acontecido alguma melhora do jogador, mas muito foi uma mudança de esquema tático, e não tem muito a indicar que Tannehill esteja para explodir.

Considerando tudo, Miami deve ser um time decente que pode muito bem beliscar uma vaga de wild card na AFC, mas considerando os buracos do elenco (especialmente na defesa), ainda acho que não é a hora do Dolphins dar um salto rumo a relevância nos playoffs.

Menção honrosa: Buffalo Bills


O Jogador Desconhecido Que Explode no Lugar Certo
Em 2014 foi: Justin Forsett
Em 2015 pode ser: Joseph Randle

Uma escolha de sétima rodada em 2008, Justin Forsett tinha apenas 347 corridas na carreira antes de ganhar por default a vaga de RB titular do Ravens em 2014... onde imediatamente explodiu para 1266 jardas e 5.4 jardas por corrida (melhor marca da NFL) no esquema de bloqueios por zona do coordenador ofensivo Gary Kubiak. Esse esquema é famoso por transformar RBs anônimos em estrelas (Arian Foster, alguém?), e Forsett aproveitou a oportunidade para transformar sua carreira.

O maior candidato para ser o jogador "Lugar certo, hora certa" de 2015 é Joseph Randle. Lembra ano passado quando DeMarco Murray explodiu para 1845 jardas? Esse total teve mais a ver com a linha ofensiva do que você imagina. Escrevi sobre isso na época (na parte de "Offensive Player of the Year), mas Murray teve 2.3 jardas por corrida ANTES de sofrer qualquer contato ano passado, e a linha ofensiva de Dallas foi a segunda melhor no jogo terrestre (per PFF). Não que Murray não tivesse tido um ótimo ano, mas também teve muita ajuda da sua linha ofensiva. E agora quem está jogando atrás dessa fantástica linha ofensiva é Joseph Randle... que aliás teve 6.7 jardas por corrida em 2014 atrás dessa mesma linha. Claro que manter esse número é impossível, com uma carga maior, mas da uma amostra de que Randle se sentiu bem confortável nesse esquema tático.

O Dallas ameaçou fazer uma rotação no backfield, o que naturalmente iria limitar os toques de Randle e portanto suas jardas, mas o camisa 21 ainda deve ser o principal jogador nessa rotação de Dallas, e com um ótimo combo QB/WR abrindo espaços e jogando atrás de uma dominante linha ofensiva, Randle tem tudo para explodir em 2015 e, no mínimo, ganhar algumas ligas de fantasy por conta própria.


Jogador Subvalorizado Que Estoura Na Situação Certa
Em 2014 foi: Golden Tate
Em 2015 pode ser: DeAndre Hopkins

Eu sou suspeito para falar, pois sou um grande fã de Golden Tate desde antes do Draft, ainda em seus dias em Notre Dame. Lembro especificamente de estar falando com meu amigo e colega Marcelo Ferrantini - hoje comentarista do Esporte Interativo - uma noite de NCAA quando Tate anotou um touchdown depois de driblar 24 jogadores (ok, foram uns 10, mas ainda assim) do time adversário que nos fez imediatamente parar a conversa e ficar meia hora no telefone trocando grunhidos como "Wow" e "Caaaara..." por causa do touchdown. Enfim, fato é que Tate se tornou o principal alvo do campeão Seattle antes de sair na offseason para Detroit... onde imediatamente teve uma temporada de 99 recepções, 1300 jardas e se estabeleceu como um dos melhores WRs da NFL. Não é que Tate tenha se tornado um bom WR em 2014 - ele já era ótimo em Seattle, mas era mais difícil de perceber isso em um ataque muito mais voltado para o jogo terrestre (Seattle foi o time que menos vezes passou a bola entre 2012 e 2013). Em 2014, em um ataque muito mais aéreo, Tate assumiu o papel de principal WR com a lesão de Megatron e mostrou todo seu arsenal, sua capacidade de quebrar tackles e seu incrível dinamismo após a recepção. Hoje, todo mundo reconhece Tate, mas ele precisou explodir na situação certa para isso.

Em 2015, meu candidato a isso é DeAndre Hopkins, o que de certa forma é trapacear, porque Hopkins já é um dos melhores WRs da NFL. Apesar de receber passes de Ryan Fitzpatrick, Case Keenum e Ryan MAllett e ser apenas a segunda opção de WRs do seu time, Hopkins terminou 2014 12h em jardas recebidas com 1220. Eu já citei que Hopkins estava no seu segundo ano na NFL? O camisa 10 já é um ótimo WR, falta o reconhecimento.

Esse reconhecimento deve enfim vir em 2015. Não é a toa que eu apostei em DeAndre Hopkins para liderar a liga em jardas recebidas essa temporada. Com Andre Johnson - que teve 147 passes lançados na sua direção - fora da cidade, o palco é todo de Hopkins para brilhar, algo que se torna ainda mais verdade considerando a lesão de Arian Foster e o tempo que o RB deve perder. Mesmo com QBs fracos (Brian Hoyer e Mallett), os passes ainda precisam ir na direção de alguém, e sem Johnson então Hopkins é o óbvio alvo de boa parte desses passes - ainda mais sem o RB que deveria ser o foco do time, forçando a equipe a passar ainda mais. Hopkins é um ótimo candidato a ter uma temporada incrível em 2015 que vai te deixar se questionando porque nunca tinha prestado mais atenção nele antes.

Menção honrosa: Davante Adams


A Grande Contratação Que Fracassa
Em 2014 foi: Michael Johnson
Em 2015 pode ser: Julius Thomas

Michael Johnson era um dos melhores DEs da NFL jogando em Cincinnati quando virou Free Agent e recebeu 43M de dólares do Tampa Bay Buccaneers em uma das grandes contratações da offseason. Foi um fracasso: Johnson teve apenas 4 sacks na temporada e, longe de Mike Zimmer e Geno Atkins, foi um dos piores jogadores da temporada 2014. Depois de apenas um ano na Flórida, o Bucs cortou Johnson, que voltou para o Bengals essa offseason.

O grande candidato a fracasso milionário dessa offseason tem que ser Julius Thomas, que recebeu um contrato de 5 anos, 46M do Jaguars. Deixando de lado os valores por um instante, primeiro tem uma pergunta a ser feita: nós temos certeza que Julius Thomas realmente é tão bom assim?

Um calouro da quarta rodada do Draft de 2011, Thomas teve uma recepção para 5 jardas nos seus dois primeiros anos de NFL antes de Peyton Manning fazer dele uma estrela, indo para dois Pro Bowls consecutivos com 24 touchdowns em dois anos. Mas Thomas é um jogador bastante limitado: um dos piores bloqueadores da NFL, Thomas também não é um bom jogador quando se trata de receber passes em espaço, sendo um corredor de rotas medíocre. O que Julius Thomas tem é um físico enorme, o que o torna um alvo fantástico na end zone, como atestam seus 24 touchdowns. Mas fora da end zone, não sei se Thomas realmente adiciona muito: nesses mesmos dois anos, o TE teve apenas 1277 jardas recebidas, uma marca medíocre, especialmente considerando que passou esse tempo em alguns dos ataques mais produtivos da história da NFL. E isso antes de lembrar que seu QB nesse tempo foi Peyton Manning, um mago que tem um longo histórico de transformar jogadores medianos e/ou unidimensionais em estrelas com esquemas inteligentes, audibles geniais e passes fora de série. Tire todos os fatores que não devem se repetir em Jacksonville, e a verdade é que Thomas é basicamente um humano muito grande, que pode causar estrago na end zone mas pouco mais faz pelo time. Não é exatamente o tipo de jogador que você quer essa bolada. É um erro clássico -e mortal - overpay um jogador mediano pela sua produção dentro de um sistema muito específico e esperar que ele produza igual em outra situação.

Eu entendo que Jacksonville - o segundo pior time na Red Zone em 2014 - queira um jogador para facilitar os touchdowns próximos para ajudar seu ataque e o desenvolvimento de Blake Bortles. Mas ao mesmo tempo, qual a vantagem de ter um ótimo alvo de end zone se, para começar, seu time não chega lá? O Jaguars foi o time com menos posses de bola na red zone da liga - 28 em 16 jogos - e, como foi dito, Thomas pouco vai ajudar nesse aspecto, já que sua maior força é converter os passes dentro da linha das 20 jardas. Da para entender buscar um jogador que pode corrigir uma fraqueza, mas não da para justificar pagar a esse jogador um excesso de dinheiro que poderia ser muito melhor empregado corrigindo outras áreas mais importantes do time.

Além do que, o Jaguars deveria ser o primeiro time a ficar esperto na hora de pagar TEs limitados que anotam toneladas de touchdowns. Em 2010, Marcedes Lewis teve a temporada da sua carreira, sendo um monstro na end zone e anotando 10 touchdowns na temporada, eventualmente ganhando uma vaga no Pro Bowl. Inspirados por esse sucesso, o Jags renovou seu TE por 35M de patacas ao final da temporada... só para ver Lewis anotar 10 touchdowns nos 4 anos desde então. Somados. A situação não é a mesma, claro, mas é o tipo de experiência que deveria fazer Jacksonville pensar duas vezes antes de overpay um jogador como Thomas.

Menção honrosa: Byron Maxwell


O Jovem Time Que Explode de Produção
Em 2013 foi: Carolina Panthers
Em 2014 foi: Ninguém
Em 2015 pode ser: Minnesota Vikings

Eu tenho estado na Vikings Bandwagon desde 2014e , com um ano de delay, digo que agora vai: ESSE É O ANO!

Times "jovens e promissores" sempre são perigosos, porque embora as vezes um time entregue o que prometeu e seja realmente divertido, também acontece muitas vezes de um time ficar preso tempo demais nesse "quase", sem nunca realmente dar o salto de produtividade que precisa para ser um contender. As vezes é porque o talento em mãos nunca se desenvolve como esperado; as vezes por puro azar, por estar no lugar errado na hora errada; e as vezes porque o time foi overrated desde o começo. É mais comum que times jovens e promissores decepcionem e continuem medianos do que realmente atingirem seu potencial.

Dito isso, eu estou bastante confiante no que tange ao Minnesota Vikings de 2015, porque embora tenha sido aos poucos e as vezes sem chamar a atenção, esse time está LOTADO de grandes talentos, do começo ao fim. Vocês já devem ter percebido isso pelas minhas apostas, mas eu estou esperando um grande salto de produção da equipe.

Antes de mais nada, Minnesota deve ter uma das melhores defesas da liga. Apesar da inconsistência em 2014, normal dada a pouca idade do time, o Vikings terminou o ano 9th em defesa pela PFF, e tem tudo para explodir. Para começar, Minnesota deve ter uma das melhores secundárias da NFL: Harrison Smith é o melhor safety da liga não chamado Etan Thomas (Smith nunca ter ido a um Pro Bowl é um crime), e seu parceiro na retaguarda Robert Blanton finalmente desabrochou em 2014, formando uma das melhores duplas de safeties da liga. Xavier Rhodes e Captain Munnerlyn formam uma sólida dupla de cornerbacks, e com a chegada de Trae Waynes (escolha de primeira rodada no Draft de 2015) Munnerlyn pode enfim dedicar a maioria do seu tempo ao slot, formando assim um ótimo trio de cornerbacks. Todo mundo sabe que Seattle usa Game Shark, mas entre as defesas normais, Minny tem tudo para ter a melhor secundária da liga.

Além disso, a linha de frente de Minny também é uma força a ser considerada. Sharif Floyd e Anthony Barr são duas jovens estrelas em ascenção, Everson Griffen explodiu em um papel mais integral depois de receber uma bela extensão, Gerald Hodges e Audie Cole tiveram ótimas temporadas, e o time enfim conseguiu solucionar seu maior problema (a falta de um bom MLB) selecionando o ótimo Eric Kendricks no Draft. É muito talento em uma defesa só, e com as importantes chegadas de Waynes e Kendricks, um ano a mais de evolução para os jovens talentos, e um ano a mais sob o comando do guru defensivo Mike Zimmer, essa é a aposta mais segura da temporada para dar um grande salto defensivo.

E do lado ofensivo, apesar de algumas falhas importantes, o Vikings também parece pronto para melhorar consideravelmente. Eu sou suspeito para falar por ser fã do cara desde o College (e um dos seus maiores defensores na época do Draft), mas Bridgewater foi de longe o melhor quarterback calouro de 2014 e um dos melhores da NFL, ponto, durante a reta final da temporada. Ter um bom QB é sempre ótimo na NFL, e um ótimo QB em um contrato de calouro é o tipo de ativo que pode mudar um time inteiro (ver: SEAHAWKS, Seattle). E agora Bridge terá ajuda de Adrian Peterson, que foi o melhor RB da liga não muito tempo atrás, e reforços no jogo aéreo com a chegada de Mike Wallace. A linha ofensiva - um dos maiores problemas em 2014 - ainda é ruim, e isso limita consideravelmente o potencial desse ataque, mas se conseguir evoluir o suficiente para ser sólido e a defesa der o salto esperado, já é o suficiente para fazer de Minnesota um time muito assustador. Não é o tipo de time que eu queria ver pela frente em 2015.

Por falar nisso, deixa eu ver contra quem meu time joga essa semana...

... fuck.

Menção honrosa: Saint Louis Rams


O Nome Grande Que Cai Em Um Time Novo
Em 2014 foi: Hakeem Nicks
Em 2015 pode ser: LeSean McCoy

LeSean McCoy ganhou muitas manchetes quando foi para Buffalo em troca de Kiko Alonso, e muito mais hype sobre como agora o Bills iria finalmente engrenar um bom ataque terrestre. Eu acho que não será o caso, e acho que McCoy vai ser uma frustração para o Bills e para quem pegou ele na primeira rodada do fantasy (algo que eu evitei como a praga). Me permita explicar.

Primeiro de tudo, embora McCoy seja um bom RB, eu acho que o camisa 25 acabou overrated por causa do seu ótimo 2013, onde acumulou números fantásticos dentro do esquema revolucionário e ultra-veloz de Chip Kelly: 1607 jardas corridas, 2146 jardas totais, 11 touchdowns. Esse é o tipo de outlier que você precisa tomar cuidado, especialmente se foi atingido dentro de um esquema extremamente favorável e diferente do novo.

Segundo, McCoy regrediu visivelmente em 2014. Sua relação de jardas por corrida caiu de 5.1 para 4.2, apenas a vigésima segunda melhor marca da NFL (min. 100 corridas), o que fica ainda mais medíocre quando lembramos que o Eagles não só tem um ótimo esquema ofensivo como também teve a melhor linha ofensiva no jogo terrestre de 2014. Para efeito de comparação, no mesmo esquema e com a mesma linha, Darren Sproles teve 5.8 jardas por corrida. Individualmente, McCoy não teve uma boa temporada - suas 1300 jardas são mais devido a sua ótima linha ofensiva e alto número de corridas, e o RB também teve as piores marcas da carreira em touchdowns (5), fumbles (4) e jardas recebidas (150). E embora seja normal esperar flutuações nas temporadas dos jogadores e um ano em queda não queira indicar uma tendência, vale citar que desde 2011 McCoy é o segundo jogador com mais corridas e o jogador com mais toques entre todos da NFL, só que não é um monstro físico como Lynch (primeiro no primeiro e segundo no segundo quesito. Sim, isso faz sentido. Releia). RB tendem a decair cedo, especialmente com uma carga grande. Não quer dizer que SEJA o caso, mas algo para ter em mente

Terceiro, muito se falou sobre o Bills finalmente ter um bom RB e escapar da ineficiência e improdutividade de jogadores como CJ Spiller (3.8 jardas por corrida em 2014) e Fred Jackson (3.7). No entanto, a poucas pessoas ocorreu que talvez essa falta de produção não seja exatamente um problema dos running backs - de fato, o site ProFootball Focus, que da notas baseado nos feitos individuais dos jogadores, colocou Fred Jackson como um RB acima da média em 2014. A verdade é que o Bills teve a PIOR linha ofensiva bloqueando para a corrida em 2014, e quando você não tem espaços, é bastante difícil correr mesmo, seja você Spiller, Jackson, McCoy ou Barry Sanders. Em 2014, Jackson teve 2.3 jardas por corrida DEPOIS do contato, marca igual a Le'Veon Bell, Mark Ingram, Frank Gore e Justin Forsett (líder da NFL em jardas por corrida, btw). E, claro, .2 melhor do que LeSean McCoy. Ele simplesmente não tinha para onde correr. O maior problema do time não foi o jogador, e sim sua horrível linha ofensiva.

Desses três pontos, é o terceiro que mais me faz temer por McCoy em 2015. McCoy está no seu melhor operando em espaço, quando pode usar sua absurda agilidade para desviar de marcadores e encontrar espaços para explodir, mas não é um jogador particularmente produtivo quando precisa operar nas trincheiras e fazer algo acontecer sem ajuda dos bloqueadores. Dos 18 RBs em 2014 que tiveram pelo menos metade das corridas do time, McCoy foi o segundo PIOR conseguindo jardas e quebrando tackles quando não estava sendo ajudado pelos bloqueadores, ganhando apenas de Andre Ellington. E acontece que, a não ser que algo mude drasticamente em Buffalo, é exatamente isso que McCoy vai ter que fazer em sua passagem por lá, tanto pela péssima ajuda que terá com bloqueios e espaços, tanto pela preferência do coordenador ofensivo Greg Roman de jogar um jogo fisico e de atrito pelo chão. Basicamente você está tirando McCoy da melhor situação possível (excelente e variado esquema ofensivo, ótima linha, muitos espaços e jogadas em campo aberto) para ele e colocando-o na pior (nenhuma ajuda dos bloqueios, poucas armas, pouca ajuda do jogo aéreo, poucas jogadas em espaço, muita necessidade de achar espaço na força), e isso indica um ano muito complicado para o ex-jogador do Eagles.

Menção honrosa: Brandon Marshall

Palpites oficiais para a temporada 2015 da NFL

AFC East: New England Patriots
AFC North: Baltimore Ravens
AFC South: Indianapolis Colts
AFC West: Denver Broncos
AFC Wild Card: Pittsburgh Steelers, San Diego Chargers

NFC East: Philadelphia Eagles
NFC North: Green Bay Packers
NFC South: New Orleans Saints
NFC West: Seattle Seahawks
NFC Wild Card: Minnesota Vikings, Saint Louis Rams


Podem começar a xingar!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Recolhendo os cacos da semana 16: o que ainda está aberto?

Jason Garrett ainda está tentando entender esse negócio de desempate


Para participar do nosso mailbag, ou seja, enviar uma pergunta/comentário/dúvida/tópico de debate para ser respondida aqui no blog e no Esporte Interativo, é só mandar um email para tmwarning@hotmail.com com o título "Mailbag" que ele pode aparecer por ai. Forma de tornar isso mais interativo e próximo dos leitores. Então participem! O tema do próximo será playoffs, então aproveitem para enviar seus emails!


No próximo bimestre, começaremos uma série chamada Sports Mythbusters. A idéia é bem simples, pegar clichês, mitos ou lugares comuns dos esportes americanos e colocá-los a prova. Então estamos aceitando sugestões, e qualquer mito, frase comum, chavão ou coisa assim dos esportes que vocês querem ver testada e comprovada (ou ao contrário, que quer ver desmentida) podem mandar que vamos analisar os melhores. Mais uma chance de vocês sugerirem nossas pautas. Podem mandar emails com as sugestões para tmwarning@hotmail.com, para o twitter @tmwarning, ou simplesmente colocar nos comentários quando der na telha.
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A semana 16, penúltima dessa maluca temporada, agora é história. Ou quase - 49ers e Falcons ainda se enfrentam hoje a noite, no último Monday Night Football da temporada e último jogo de temporada regular do histórico Candlestick Park. E não só foi uma rodada extremamente divertida como também, sendo tão próxima dos playoffs, serviu para definir alguns cenários envolvendo a pós temporada, e manter outros tantos em aberto (até mesmo abrir alguns). Então hoje, eu queria deixar tudo tão claro quanto possível: o que já foi definido na NFL, o que está em aberto... e mais importante e mais complicado, os cenários possíveis para a Semana 17 envolvendo cada vaga em disputa. 

No presente momento, considerando as 15 primeiras semanas e os resultados, já confirmamos o seguinte:

  • O Denver Broncos garantiu essa semana o título da AFC West, com a vitória sobre o Texans e a derrota do Chiefs que deixou o Broncos um jogo na frente do rival com vantagem no critério de desempate (venceu ambos os jogos contra Kansas City).
  • Denver também garantiu uma folga na primeira rodada dos playoffs com essa vitória. Atualmente detentor da 1st seed da AFC, apenas New England pode igualar as 12 vitórias de Denver entre os demais campeões de divisão da AFC, então o Broncos não pode cair mais do que para a 2nd seed.
  • Por falar em Kansas City, o Chiefs já está fixado na 5th seed da AFC, tendo que jogar a primeira partida dos playoffs fora de casa. O time não tem mais como alcançar o Denver no topo da AFC West, tendo que se contentar com o Wild Card, mas nenhum time que compete pela segunda vaga de WC pode alcançar as 11 vitórias da equipe.
  • O New England Patriots também garantiu o título da AFC East, sem mesmo entrar em campo. A derrota de Miami manteve a diferença entre os times em duas vitórias (New England eventualmente aumentou para três vencendo sua partida), e nenhum time na divisão pode chegar perto das 11 vitórias do Patriots.
  • O Cincinnati Bengals foi o último campeão de divisão da AFC a garantir sua coroa, garantindo o título da AFC North com sua vitória e a derrota do Baltimore Ravens para New England posteriormente. Com isso, Cincinnati abre dois jogos de vantagem sobre o segundo colocado da divisão com uma rodada apenas por jogar.
  • O último campeão de divisão da AFC é o que já estava garantido a mais tempo, o Indianapolis Colts. O Colts garantiu essa vaga já há algumas semanas, já que o único outro time bom da divisão (Tennessee Titans) tinha uma grande vantagem para tirar E desvantagem no confronto direto.
  • Na NFC, o Seattle Seahawks foi o primeiro time a garantir vaga nos playoffs. O único time de fora que ainda briga por uma vaga no Wild Card é o Arizona Cardinals a 10-5, então não tem como o Seahawks (12-3) ser alcançado e ficar de fora da pós-temporada.
  • O Carolina Panthers se tornou o segundo time da NFC a garantir vaga nos playoffs, vencendo o duelo contra o Saints. O time chegou a 11-4 na temporada, então ainda poderia ser alcançado pelo Arizona Cardinals em uma sequência complicada: Panthers perdendo, Saints vencendo, 49ers vencendo essa rodada, e Cardinals vencendo San Francisco semana que vem. Esse "pior cenário", no entanto, geraria um empate triplo entre SF, Panthers e Cardinals pelas duas vagas do Wild Card. Mas pelas regras de desempate, não pode ter um empate triplo que envolva dois times da mesma divisão, você precisa fazer um confronto direto entre ambos para eliminar o pior dos dois antes de prosseguir. E nesse cenário, San Franciso eliminaria Arizona e Panthers ainda ficaria com uma vaga de Wild Card. Então Carolina já se garantiu na pós-temporada.
  • O San Francisco 49ers pode garantir sua vaga até o final da rodada caso vença o Atlanta Falcons hoje a noite, ficando um jogo a frente do Arizona Cardinals mas com um record dentro da divisão (4-1 contra 2-3) que não pode ser alcançado pelo rival.

Se você está contando, isso significa que enquanto a AFC já garantiu seus quatro campeões de divisões e cinco times de playoffs - com apenas a 6th seed em aberto, e a ordem das quatro primeiras para ser determinada - a NFC não garantiu sequer um campeão de divisão, e apenas dois times já garantiram sua vaga nos playoffs. E ainda assim, esses dois times que hoje estão com a 1st e 2nd seeds ainda podem acabar com as 5th e 6th seeds ao final da semana 17. Então considerando os times que ainda brigam por essas vagas restantes, temos incríveis ONZE times brigando pelas cinco vagas que ainda sobram na NFL.

Por isso achei interessante escrever esse post. Queria esclarecer exatamente o que ainda está em jogo, quem briga pelo que na última rodada, quais são os jogos que ainda podem ter impacto grande nos playoffs, e mais importante, quais jogos você precisa torcer ou secar para seu time se dar bem. E por fim, esclarecer de uma vez por todas a complicadíssima situação da última vaga do Wild Card, uma situação tão esquisita que eu cheguei a divulgar ontem no twitter que o Miami Dolphins, e não o Baltimore Ravens, era o atual dono da 6th seed da NFL antes mesmo que a própria NFL atualizasse no seu site. Mas vamos passar então por todas as vagas relevantes que ainda estão em disputa nas duas conferências, passo a passo, explicando os cenários relevantes para cada uma na semana 17.

Em tempo, eu escrevi algumas semanas atrás um guia sobre como fazer desempates na NFL, seja entre dois times, seja entre três ou mais. Se estiver confuso ou quiser mais clareza sobre como funcionam esses desempates, vale a leitura.


Vagas em disputa na AFC


First seed

A disputa pela 1st seed da AFC e mando de campo ao longo dos playoffs é uma disputa entre dois times. O atual detentor da vaga é o Denver Broncos, que a 12-3 tem a melhor campanha da AFC. O Broncos, como já foi dito, já garantiu folga na primeira rodada - o 3rd seed atual, Bengals, tem "apenas" 10 vitórias e portanto não tem como alcançar o Broncos no primeiro lugar. Assim, a briga fica apenas entre o Broncos e a 2nd seed, New England Patriots. Denver tem uma vitória a mais, mas New England tem a vantagem no critério de desempate por causa do confronto direto. Ou seja, o Broncos só precisa de uma vitória sobre o fraco Raiders para garantir sua posição como melhor time da AFC. Para que o Patriots roube a posição, precisaria vencer o Buffalo Bills em casa E torcer por uma derrota de Denver. Qualquer outra combinação de resultados - ambos vencendo, ambos perdendo, ou qualquer um dos dois empatando - é suficiente para o Broncos terminar a temporada como a 1st seed.


Folga na primeira rodada

Como dito, o Denver Broncos já garantiu essa folga: mesmo que perca a 1st seed para New England com uma derrota, não pode ser alcançado por mais ninguém. Então considerando que uma das duas folgas de primeira rodada da AFC já está garantida, os três campeões de divisão restantes brigam pela outra.

Hoje, New England tem o controle dessa vaga - são 11 vitórias para o Pats, enquanto Bengals e Colts tem 10 cada. Uma vitória da equipe garante no mínimo a 2nd seed, e ai Bengals (que recebe Ravens) e Colts (que recebe Jaguars) brigam apenas para ser o time que não vai enfrentar o Chiefs na primeira rodada dos playoffs (chegaremos lá). No entanto, se o Patriots perder - o que permite que Bengals e Colts igualem seu total de vitórias - ai a disputa fica mais interessante. Tanto Colts como Bengals tem a vantagem em um desempate direto com New England (Bengals porque venceu o Patriots na temporada, Colts porque tem melhor record dentro da conferência), então caso Patriots e outro desses dois times percam e o outro vença, o que venceu garante a 2nd seed e derruba New England para #3 (e o outro time que perdeu fica com a #4). Se New England perder e ambos vencerem, ai temos um empate triplo entre Pats, Bengals e Colts. A primeira regra do desempate sempre é o confronto direto, e nisso Bengals tem a vantagem: venceu Pats e Colts já nessa temporada, então ficaria com a 2nd seed. Colts e Pats então teriam que fazer um desempate direto, e Colts tem a vantagem para a 3rd seed, derrubando NE para a 4th. Então múltiplos cenários podendo acontecer aqui, mas apenas New England controla seu destino.


O time que não enfrenta o Chiefs

Ou seja, quem garante a #3 seed e pode enfrentar o time que tanto lutou para classificar na 6th seed, ao invés de receber o 11-4 Chiefs que vai ter Justin Houston de volta. Isso já ficou implícito no tópico anterior, mas vai depender de uma combinação de resultados para ser determinada. Hoje esse time é o Bengals, que está 10-5 e venceu Colts no confronto direto. Mas ele ainda vai depender de se algum time conseguir passar New England e ficar com sua folga na primeira semana. Se os três times que podem ficar com a vaga - New England, Colts e Bengals - todos vencerem ou perderem, o atual detentor (Cincy) fica com a 3rd seed. Se New England vencer, o Bengals só não fica com a vaga em caso de derrota e vitória de Indianapolis. As combinações ficam mais complicadas se o Patriots perder, pois dai qualquer um dos três times pode ficar com a vaga. Perdendo Patriots e Colts OU Bengals, o time que venceu sua partida entra na 2nd seed e o Patriots escorrega para a 3rd seed, fugindo do Chiefs. E se New England perder e tanto Colts como BEngals vencerem, Cincinnati sobe para a 2nd seed e Colts "herda" a 3rd seed, empurrando o Chiefs para Foxborough para enfrentar o Patriots.


6th seed e última vaga do Wild Card

Ok, essa aqui vai dar trabalho. Então coloque um pouco de suco com gelo em um copo antes de prosseguir. E recomendo que se querem entender tudo, deem uma olhada nos detalhes dos critérios de desempate citados aqui. Eu espero.

De volta? Ok, ótimo. O cenário da briga pelo segundo WC da AFC é uma das coisas mais complicadas que eu já vi na NFL, e causou bastante estranheza essa semana pelo seguinte motivo: Baltimore e Miami, antes da rodada, estavam empatados em 8-6 e o Ravens estava levando a vaga. Domingo, Ravens e Miami perderam, Chargers venceu e empatou com eles em 8-7... e a vaga passou a ser de Miami.

O que aconteceu foi o seguinte: antes da semana 16, Miami e Baltimore eram os únicos times empatados em 8-6. Nesse caso, o primeiro critério de desempate era o confronto direto, e como Ravens venceu Miami na temporada regular, ficava com a vaga. No entanto, ambos perderam e San Diego venceu, o que gerou um empate triplo entre os times com 8-7, e os critérios de desempate para empates triplos são um pouco diferentes. Nesse cenário, o primeiro critério de desempate ainda é o confronto direto, mas ele só funciona caso algum time tenha vencido ou perdido para os outros dois - o que não era aplicável, considerando que Chargers e Ravens não se enfrentaram, e Miami venceu um e perdeu para o outro. Então passamos ao segundo critério de desempate, vitórias dentro da conferência. Nesse quesito, Miami está 7-4, Baltimore 6-5 e San Diego 5-6, então Miami fica com a vaga a partir do empate triplo.

(Nota: algumas pessoas e twitters por ai, erroneamente, disseram que a vaga era de Baltimore porque teria vencido Miami, que venceu San Diego, dando então ao Ravens vantagem no confronto direto. Mas a regra não funciona assim, não existe transitoriedade do confronto direto, só é válido se um time varrer todos os outros).

Então temos os seguintes times a considerar para a última vaga do WC:

- Miami Dolphins, 8-7, vs Jets
- Baltimore Ravens, 8-7, at Bengals
- San Diego Chargers, 8-7, vs Chiefs
- Pittsburgh Steelers, 7-8, vs Browns
- New York Jets, 7-8, at Dolphins

O Jets não disputa a última vaga, já está eliminado desde a semana passada, mas ele ainda é relevante por critérios malucos de desempate. Então agora temos que considerar um cenário muito maluco: nenhum dos times da AFC depende apenas de si mesmo para garantir vaga nos playoffs. Miami, mesmo ganhando, precisa que Ravens perca ou San Diego vença. Baltimore precisa que Miami ou San Diego perca (tem vantagem no desempate mano-a-mano contra ambos). E San Diego precisa que os outros dois percam além de vencer seu jogo. Isso nos deixa com uma infinidade de cenários possíveis, mas como eu sou um cara muito aplicado, vamos listar todos aqui:


  • Se Ravens, Dolphins e Chargers vencerem todos seus respectivos jogos, nada muda e Miami se classifica: o empate triplo persiste, o confronto direto não leva a nada, e o Dolphins teria o melhor record na conferência com 8-4.
  • Se apenas um desses três times vencer seus jogos, então obviamente ele vai levar a vaga para casa, pois chegará a 9-7 enquanto os demais competidores pelo WC ficam em 8-8.
  • Se Ravens e Dolphins vencerem e Chargers perder, os dois primeiros chegam a 9-7 e Baltimore se classifica pois tem vantagem no desempate direto (por ter vencido o jogo entre ambos).
  • Se Ravens e Chargers vencerem e Dolphins perder, os dois primeiros chegam a 9-7 e Baltimore se classifica pois tem vantagem no desempate direto (melhor record dentro da conferência, 7-5 contra 6-6).
  • Se Chargers e Dolphins vencerem e Ravens perder, os dois primeiros chegam a 9-7 e Miami se classifica pois tem vantagem no desempate direto (venceu o jogo entre ambos).
Caso os três times percam e ninguém chegue a 9-7, os cenários ficam ainda mais complicados porque dois outros times ainda podem chegar a 8-8 (e o Jets com certeza vai chegar pois teria vencido Miami nessa situação) e ai teremos não mais empates duplos ou triplos, mas empates quádruplos ou quíntuplos. Nesse caso, teremos dois cenários possíveis:

  • Ravens, Chargers e Dolphins perdem, Jets vence (Dolphins), e Pittsburgh vence. Nesse caso, temos os cinco times 8-8 e precisamos trabalhar em um desempate mais complicado. O primeiro passo é eliminar os times que sejam da mesma divisão através de um desempate direto: nesse caso, Jets elimina Dolphins porque tem melhor record dentro da divisão (3-3 contra 2-4), e Pittsburgh elimina Baltimore pelo mesmo motivo (4-2 contra 3-3). Ficamos então com um empate triplo entre Steelers, Chargers e Jets. Como ninguém ai tem vantagem ou desvantagem no confronto direto, passamos aos records dentro da conferência, e Steelers tem vantagem com seu 6-6 contra o 5-7 de Jets e Chargers. Portanto, Steelers fica com a vaga para os playoffs.
  • Ravens, Chargers, Dolphins e Steelers perdem, e Jets vence. Então ficamos com um empate quádruplo entre Ravens, Chargers, Dolphins e Jets. Como já vimos, Jets elimina Dolphins e ficamos com um empate triplo entre Ravens, Chargers e Jets. Ninguém tendo vantagem no confronto direto passamos ao record dentro da AFC, e Ravens tem 6-6 contra 5-7 de Jets e Chargers. Então Ravens fica com a vaga aos playoffs.
Esses são todos os cenários possíveis envolvendo o Wild Card da AFC para a Semana 17. Eu optei por fazer dessa maneira para deixar mais claro o processo envolvido nos desempates e facilitar a compreensão do leitor. Mas se você é apenas um torcedor desses times que está se lixando para processo e só quer torcer para seu time classificar, ofereço a você logo abaixo uma simplificação, listando o que precisa acontecer para cada time classificar:

Ravens: Classifica se vencer sua partida e Miami ou San Diego perderem seus jogos (ou ambos). Também se classifica se perder seu jogo, desde que Miami, San Diego e Pittsburgh também percam os seus.
Miami: Classifica se vencer seu jogo e San Diego também, independende de outros resultados. Também classifica se vencer seu jogo e Baltimore perder. 
Chargers: Classifica se vencer seu jogo, e Dolphins e Ravens perderem os seus.
Steelers: Classifica se vencer seu jogo e Ravens, Dolphins e Chargers perderem os seus.


Vagas em disputa da NFC


NFC West

O Seattle, a 12-3 e detentor da 1st seed da NFC atualmente, não pode mais ser derrubado para a 2nd seed por ninguém, seja Saints, Panthers ou quem quer que seja. A 2nd seed, Panthers, ainda pode atingir suas 12 vitórias, mas como foi derrotado no confronto direto logo na primeira semana, não vai ficar a frente do Seahawks. Mas ainda tem uma forma pela qual o Seattle pode cair na NFC, e é perdendo o título de divisão para o San Francisco 49ers.

San Francisco é o time que pode derrubar Seattle da 1st seed para a 5th seed com alguma ajuda da sorte. Essa ajuda já começou, na verdade: San Francisco precisava que Arizona vencesse Seattle fora de casa essa semana. Agora o Hawks caiu para 12-3, enquanto que o Niners está 10-4 antes de jogar contra o Atlanta Falcons no Monday Night de hoje. Uma vitória hoje colocaria San Fran com os mesmos 11-4 de Carolina e com a chance de empatar o record do Seahawks com uma vitória sobre o Cardinals na semana 17 e uma derrota dos rivais para o Rams. Mas ao contrário do Panthers, o Niners tem uma vantagem sobre Seattle nos critérios de desempate: os dois times dividiram a série na temporada regular (cada time venceu em casa), mas San Fran tem 4-1 de record dentro da divisão (Seattle tem 3-2). Então se ambos empatarem em record (de novo, possível se SF vencer hoje e domingo que vem, e Seattle perder na semana 17) o time de Jim Harbaugh iria assumir o topo da divisão e derrubar seus rivais para o Wild Card.


NFC South

Apesar da vitória de Carolina sobre New Orleans ontem que colocou os Panthers na liderança da divisão (11-4 contra 10-5 do rival), essa divisão ainda pode ser vencida por qualquer um dos dois times. Naturalmente, Carolina só depende de uma vitória na última semana sobre o Falcons (em Atlanta) para garantir o título da divisão, mas caso perca e New Orleans vença seu jogo contra o Bucs (em casa), ambos os times ficam 11-5 mas o Saints leva a divisão por estar 5-1 dentro da divisão (contra 4-2 do rival).


NFC East

Não tem como ficar muito mais fácil do que isso: Eagles está 9-6, Cowboys está 8-7 e tem a vantagem do desempate. E os times se enfrentam em Dallas na Semana 17 (Sunday Night, btw), o que significa que quem vencer vai aos playoffs, e quem perder volta para casa. Como ficar melhor?!


NFC North

Basicamente a mesma situação da NFC East: Chicago está 8-7, Green Bay está 7-7-1, e ambos os times se enfrentam em Chicago na Semana 17 nas mesmas condições - o vencedor vai aos playoffs, o perdedor vai para casa.


Vagas do Wild Card

Com uma vitória hoje a noite, San Francisco garante sua vaga nos playoffs, e considerando o cenário da NFC West, garante que ou SF ou Seattle terão a primeira das vagas no WC. Isso deixaria o Cardinals olhando de fora para a única vaga que resta, e podendo ultrapassar apenas o Saints para chegar aos playoffs (Carolina pode se classificar como wild card e não campeão de divisão, mas não pode ser ultrapassado por Arizona. Leia lá em cima para os detalhes). Nesse cenário, o Saints controlaria seu destino - só precisa vencer Tampa Bay para se classificar - enquanto Arizona, por ter desvantagem no confronto direto, precisaria vencer seu jogo E torcer por um tropeço de New Orleans para ficar com a vaga.

Se o Niners perder hoje a noite, fica mais complicado. Para começar, New Orleans fica praticamente classificado. Digo "praticamente" porque ainda seria possível perder seu jogo e SF e Arizona empatarem, classificando ambos os times da NFC West com 10-5-1... mas considerando o quão raros são empates na NFL, acho que esse cenário é bem improvável. SF e Arizona se enfrentando significa que o vencedor se classificaria com 11-5, enquanto o perdedor ficaria com 10-6 e estaria eliminado mesmo com a derrota de New Orleans (que venceu ambos os times ao longo da temporada). Então tirando o cenário maluco do empate, o Saints estaria garantido nos playoffs e SF e Arizona decidiriam em um confronto direto quem fica com a vaga final.


First seed e folga na primeira rodada

O vencedor da NFC East não pode terminar o ano acima de 10-6 e o da NFC North não passaria de 9-7, então considerando que Seattle e Carolina já estão respectivamente 12-3 e 11-4, as duas primeiras seeds e folga na primeira rodada já estão garantidas para os campeões da NFC South e da NFC West. O que interessa, portanto, é a ordem.

Se Seattle vencer a NFC West por qualquer motivo que seja - porque venceu seu último jogo ou porque SF não venceu um de seus dois restantes - então ele já tem a 1st seed garantida (de novo, só Carolina poderia empatar seu record com 12 vitórias mas tem desvantagem no confronto direto) e o vencedor da NFC South ficaria com a 2nd seed.

A questão só começa a ficar interessante se SF vencer a NFC West (e portanto venceu seus dois últimos jogos e Seattle perdeu o seu), derrubando Seattle para a 5th seed. Nesse cenário, SF terminaria o ano 12-4, e portanto para determinar a ordem das duas primeiras seeds precisariamos saber quem venceu a NFC South. Se Carolina venceu sua partida, e portanto a divisão com 12-4, o Panthers ficaria com a 1st seed e SF com a 2nd, pois tem vantagem no confronto direto. Se Carolina vencer a divisão com 11-5 (ou seja, perdeu na semana 17 mas Saints também) ou se New Orleans levar o título da South (pelos cenários já descritos), então SF garante a 1st seed e qualquer um dos dois que vença a NFC South fica com a 2nd seed.


3rd e 4th seeds

Como os campeões das divisões South e West já tem garantidas as duas melhores seeds, as duas intermediárias ficam para os vencedores das divisões North e East. Quais ficam com quem, vai depender de quem vencer cada uma. Temos três questões a serem consideradas. Primeiro, se Philadelphia vencer a NFC East, ele automaticamente garante a 3rd seed, já que nenhum time da NFC North poderia igualar seu record de 10-6 (ficando com a 4th). Segundo, se o Packers vencer a NFC North, ele automaticamente fica com a 4th seed, já que nenhum time que possa vencer a East teria um record inferior ao seu 8-7-1. Por fim, se Cowboys vencer a East E o Bears vencer a North, então Chicago fica com a 3rd seed e Dallas com a 4th, pois ambos teriam o mesmo record (9-7) mas Chicago tem vantagem no confronto direto.


Espero que tenha ficado tudo claro, ou pelo menos tão claro quanto possível nessas regras malucas. Qualquer dúvida, por favor coloquem nos comentários que tentarei responder. E boa sorte a todos na Semana 17, espero que nos encontremos nos playoffs!

sábado, 9 de novembro de 2013

Palpites para a semana 10 da NFL



Para participar do nosso mailbag, ou seja, enviar uma pergunta/comentário/dúvida/tópico de debate para ser respondida aqui no blog e no Esporte Interativo, é só mandar um email para tmwarning@hotmail.com com o título "Mailbag" que ele pode aparecer por ai. Forma de tornar isso mais interativo e próximo dos leitores. Então participem!

Para o resumo de meio de temporada sobre cada um dos times da AFC, clique aqui

Para o resumo de meio de temporada sobre cada um dos times da NFC, clique aqui

Também fizemos uma distribuição de prêmios com base na primeira metade da temporada, você pode conferir todos clicando aqui
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Okay, com atraso dessa vez, mas hora de dar nossos palpites para a semana 10 da NFL, sem perder tempo. 

Só pra lembrar, time da casa em caixa alta. E uma curta explicação sobre o tal "Spread": é um tipo de aposta no qual os times possuem uma margem pela qual ele tem que ganhar (ou, no caso do time adversário, uma margem que ele pode perder). Então se ontem a noite a linha era Pats (-11.5), significa que eu posso apostar em Pats a -11.5 ou Jets a +11.5 - ou seja, adicione 11.5 ao total de pontos do Jets (ou subtraia do total de pontos do Pats) e ve quem ganharia esse jogo. Basicamente, o -11.5 indica que se eu escolher o Pats, ele precisa ganhar por mais de 11 pontos, e se eu escolher o Jets (+11.5), ele pode perder por até 11.


Palpites para a semana 10 da NFL



Week 9 Record: 7-6
Week 9 contra o spread: 4-9


Redskins over VIKINGS
Contra o spread: Redskins (-2) over VIKINGS
Digamos que a semana não começou muito bem.


TITANS over Jaguars
Contra o spread: TITANS (-13) over Jaguars
Cansei de escolher o Jaguars para cobrir os spreads, e isso era antes do seu melhor jogador ofensivo (Justin Blackmon) ser suspenso por abuso de substâncias controladas (supostamente álcool). O Titans não é um grande time, mas é bom, o Jaguars é ruim, e eu acredito firmemente que Jacksonville tem boas chances de terminar a temporada 0-16 como o pior time de todos os tempos. 


PACKERS over Ealges
Contra o spread: PACKERS (-1) over Eagles
Yeah, Seneca Wallace, eu sei. Mas Eddie Lacy está excelente, e o Eagles é um time muito inconsistente. A defesa de Oakland fez Nick Foles parecer Peyton Manning semana passada, mas mesmo a defesa de GB não estando bem esse ano acho que já deve ser suficiente para trazer Foles de volta a terra. O que realmente machuca são as notícias de que Aaron Rodgers pode ficar de fora da temporada, um duro golpe as pretensões da equipe, ainda que não confirmadas.


Bills over STEELERS
Contra o spread: Bills (+3) over STEELERS
Mesmo em casa, eu realmente não gosto do Steelers essa temporada, e o Bills é um time sneaky good. Se quer um motivo mais prático, pense que Pittsburgh não tem nada que lembre uma linha ofensiva competente e que Buffalo tem uma das melhores linhas de frente da NFL, com Mario Williams a espreita de Big Ben. Para um time que só sabe fazer uma coisa direito - passar a bola - esse tipo de pressão vai ser crucial. 


GIANTS over Raiders
Contra o spread: Raiders (+7) over GIANTS
Não estou muito satisfeito com essa escolha... mas ainda assim, é a mesma defesa de Oakland que tomou 7 TDs em 50 minutos de Foles semana passada e que tem sido bem fraco fora de casa. Não gosto muito desse spread, por isso peguei os pontos para Oakland, mas acho que esse é o jogo que o Giants vai usar para sonhar de volta com os playoffs. Btw, acho engraçado que a linha abriu em 5 pontos e subiu para 7, um testamento a quão ruim esse time foi semana passada. Hmm, estou me arrependendo, vamos em frente antes que eu mude de ideia.


COLTS over Rams
Contra o spread: Rams (+7.5) over COLTS
Andrew Luck conseguiu jogar muito bem mesmo sem Reggie Wayne contra uma boa defesa, então sempre existe esperança. Mas a secundária do Colts foi horrível contra Houston, o pass rush de Saint Louis é assustador (especialmente com essa linha ofensiva) e uma hora algum time vai conseguir explorar a falta de Wayne. Me parece mais uma daquelas vitórias de virada de Luck nos últimos minutos. Em uma nota relacionada, quando tempo até renomearmos vitórias de virada no 4th Q como "Lucks"?


Seahawks over FALCONS
Contra o spread: Seahawks (-4.5) over FALCONS
Engraçado que ontem essa linha estava em -6.5, caiu 2 pontos em um dia sem nenhuma lesão (ou volta de lesão) significativa. Talvez a confiança em Seattle esteja caindo um pouco (especialmente em jogos fora de casa). Esse jogo me parece um pouco arriscado - me parece o tipo de jogo que o Falcons vai abrir vantagem, Seattle reage no final e ganha com um FG - e eu provavelmente teria mordido a isca se o spread ainda estivesse em 6.5. 4.5 me parece um poooouco demais. Ou de menos.


RAVENS over Bengals
Contra o spread: RAVENS (+1.5) over Bengals
Outro jogo que não me inspira confiança. Em Baltimore e com o Bengals lidando com tantas lesões importantes, além de ser um jogo que o Ravens SABE que não pode perder senão está fora dos playoffs... então me parece um jogo muito mais complicado do que o Bengals iria gostar contra uma sólida defesa. Também não sei como Cincinatti vai reagir a ter perdido tantos jogadores importantes, especialmente Geno Atkins.


Lions over BEARS
Contra o spread: Lions (even) contra BEARS
O Bears é um time que está overachieving - 5-3 com Pythagorean de 4-4 - e não tem muita coisa a seu favor nesse momento além de Matt Forte (a defesa não vem bem, principalmente). Jay Cutler está de volta antes do que todo mundo esperava, mas é difícil saber se ele vem a 100% para essa partida, e Detroit simplesmente me parece um time melhor de futebol americano a essa altura. 


49ERS over Panthers
Contra o spread: 49ERS (-6) over Panthers
Odeio apostar a favor do meu time em um jogo difícil e o Panthers é um dos times mais quentes do momento na NFL. Eu só o 49ers um pouco melhor, e ainda mais jogando em casa e com a volta do pessoal que estava machucado. Esse é na verdade um teste interessante para ambos os times: ambos vem em grande momento (4 vitórias a 20 pontos cada para Carolina, 5 a 23 pontos cada para SF) mas ambos tiveram a sorte de enfrentarem uma tabela favorável. Agora os dois times tem a chance de confirmar a boa fase contra um adversário complicado. Jogão.


CARDINALS over Texans
Contra o spread: CARDINALS (-3) over Texans
Eu adoro Case Keenum, eu só acho que o Cardinals tem tudo para se transformar em um sólido time de futebol americano se der a bola para Andre Ellington mais vezes: a defesa é excelente e se conseguir estabelecer um bom jogo terrestre, pode acabar virando uma versão mais pobre (e com tabela mais difícil) do Kansas City Chiefs. O problema para o Cardinals é a tabela e jogar na NFC West, mas ainda assim, eles são bons o suficiente para vencer o Texans em casa.


CHARGERS over Broncos
Contra o spread: CHARGERS (+7) over Broncos
Não acredito que estou realmente apostando nisso, mas eu gosto muito do Chargers - eles estão a três jogadas de estar 7-1 e poucos times tem sido mais azarados na NFL. Jogando em casa e contra um Peyton Manning que tem parecido mais vulnerável essa semana, eu acho que San Diego consegue arrancar uma vitória difícil, simplesmente porque acho que Philip Rivers vai destruir a secundária de Denver. Outro excelente jogo nessa rodada.


SAINTS over Cowboys
Contra o spread: Cowboys (+6.5) over SAINTS
Quer dizer... eles perderam para o Jets semana passada. Ainda tenho fé no Saints como uma potência na NFC, mas Dallas é um time bom e underrated que vai dar trabalho. Me parece um jogo de placar na casa dos 28-30, e o Saints me parece um pouco desfalcado, o suficiente para achar que Dallas cobre mas perde o jogo no final de forma dolorida.


BUCS over Dolphins
Contra o spread: BUCS (+2.5) over Dolphins
Você pode chamar esse jogo ou de "o pior MNF da história do futebol americano" ou "disputa para ver quem é a vergonha da Flórida" (pena que não teremos Bucs-Jaguars esse ano). Por pior que o Bucs seja, eu simplesmente não consigo apostar em um time que está envolvido em uma das mais desagradáveis polêmicas dos últimos anos, envolvendo o sophomore Jonathan Martin, o suposto abuso que ele sofreu de companheiros (em especial Richie Incognito) e uma história ridícula e nojenta de uma pessoa com problemas psicológicos que precisa ouvir de comentaristas e ex-jogadores que ele deveria ter "ido para a briga" ou "dado um soco na cara!". Tremenda ignorância.

Essa crise só expôs mais uma vez tudo que tem de errado com a NFL e o esporte. Já ficou bastante claro que a NFL não liga a mínima para a saúde dos seus jogadores, tentando passar a imagem de preocupada com as concussões enquanto continua colocando jogos de quinta a noite (e estudando colocar OUTRO jogo de quinta a noite!) só porque da mais dinheiro. Eles sempre tentam passar a imagem de preocupados para evitar novos processos ou que pessoas se desliguem da NFL e do futebol americano, mas duvido que exista um jogador hoje que acredita que a NFL realmente de fato está fazendo isso com a saúde dos jogadores como seu principal interesse, e sim sua imagem. E essa crise expôs algo tão ruim quanto, que é a cultura de "Homem macho" que habita os vestiários, as televisões e basicamente todas as mídias relacionadas a esporte. Em um esporte onde ex-jogadores estão tendo cada vez mais problemas psicológicos decorrentes de concussões e traumas cranioencefálicos, a reação a um jogador deixar o time por estar passando claramente por sérios problemas psicológicos para procurar ajuda é falar que ele é fraco, que precisa ser mais "homem" e que não pertence a um vestiário da NFL. Então depois de ver cada mídia existente criticar fortemente a NFL por sua hipocrisia e falta de interesse em cuidar dos problemas psicológicos dos jogadores, a reação geral de muitas dessas mídias (especialmente ex-jogadores, alguns dos quais ESTÃO PROCESSANDO A NFL POR SUAS CONCUSSÕES) em relação a Martin foi exatamente o contrário, de ignorar a parte psicológica e das doenças para criticar o jogador e glorificar a cultura do guerreiro da NFL, como se quem não fosse forte não tivesse lugar, ou ainda pior, creditando os problemas psicológicos do jogador a sua "fraqueza" ou "falta de caráter". Então quando Junior Seau se suicida por estar com depressão - uma doença psicológica importante - ele é uma vítima do mundo abusivo da NFL (btw, sem querer isentar a NFL de culpa aqui, eles tem e muita), mas quando um jogador com outra doença psicológica se ausenta da liga, ele é fraco? É hipocrisia demais. A gente sabia que isso existia por parte da própria NFL, mas agora ela está se expondo em diversos outros canais de mídias ou mesmo ex-jogadores.

Nessas horas que me da uma certa depressão por gostar e me envolver tanto com NFL. O jogo já tem uma certa natureza cruel, mas o que está sendo feito com o esporte profissional nos EUA vai além disso, está ficando cada vez mais errado em sua essência. No fundo, a lição triste que esse caso do Dolphins nos relevou é que ninguém lá - nem a NFL, nem os ex-jogadores, nem boa parte da mídia, por mais barulho que esses dois façam quando lhes interessa - realmente se importa com a saúde mental dos jogadores, e sim pela imagem e a cultura de guerreiros que eles gostam de passar. Essa hipocrisia está enraizada na liga hoje, começando nos altos oficiais da liga até os vestiários atuais. A história Incognito-Martin já foi explorada por tantos ângulos, e sem querer dizer qual é o lado verdadeiro, o fato é que todo mundo convenientemente escolheu ignorar o fato de que, no fundo, a história se resume a um ser humano passando por problemas psicológicos graves e que precisa de ajuda - ajuda essa que ele foi buscar. Ninguém liga, porque na verdade ninguém liga para os indivíduos jogando o jogo. E no final das contas, eu ainda vou passar meus domingos assistindo aos jogos, e minhas noites escrevendo aqui, porque é isso que eu gosto e é isso que eu faço. Porque eu amo a NFL, e no fundo, é mais fácil virar a cabeça e acreditar que é só um jogo. Ou pelo menos é o que eu repito para mim mesmo. 


2013' Record: 70-47
2013' contra o spread: 50-67

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Preview 2013 - Miami Dolphins

Avisaram pro numero 14 "Nunca tire os olhos da bola"



Para saber do que estamos falando aqui e dessas estatísticas, recomendo a leitura desse post antes
Se quiser opinioes e analises sobre o Draft, voces podem ler o Running Diary da primeira rodada ou o manual de como avaliar um Draft na NFL

Ontem, começamos uma série de preview da temporada 2013 da NFL pelo New England Patriots. Hoje, vamos continuar nosso passeio pela AFC East, para falar de outro time bastante conhecido no Brasil, o Miami Dolphins. Se você não tem ideia do que estou falando, recomendo que leia esse post introdutório. Btw, a falta de crases nesse texto é porque esse teclado não tem crase, então não reparem, ok?

Miami Dolphins

2012 Record: 7-9
Ataque ajustado: 22nd
Defesa ajustada: 14th


De uns anos para cá, o Miami Dolphins se tornou um motivo de riso e escárnio ao redor da NFL, e até certo ponto com alguma justiça. Não por ser um time exatamente ruim, como por exemplo o Browns é de forma persistente, mas por sempre parecer tomar as decisões erradas e cometer os erros que todo mundo adora apontar. Além disso, essa percepção ganha mais força quando olhamos para a falta de sucesso recente da equipe: a última vez que o Dolphins foi aos playoffs foi em 2008, e mesmo assim isso aconteceu principalmente porque o Patriots jogou aquela temporada inteira sem Tom Brady. Então a franquia de Miami virou um alvo fácil para críticas, e as tem recebido desde então.

O que não é para dizer que as críticas sejam totalmente justas ou merecidas. O Dolphins tem evitado aquele poço sem fundo no qual times como Browns e Jaguars ainda lutam para escapar, e tem conseguido manter alguns times razoavelmente competentes desde 2008, muitas vezes flertando com o 8-8. O grande problema foi que a diretoria do time sempre parecia estar mudando os objetivos e o foco do time, e querendo abocanhar mais do que devia: Primeiro fez farol indo atrás de Jim Harbaugh, falando que o técnico era o que faltava ao time, e foi rejeitado. Depois falou demais de Peyton Manning, o salvador do time, e também ficou de mãos abanando. Matt Flynn também.

Mas para mim, o grande problema da diretoria do time foi a falta de paciência depois da temporada 2011: o dono do time e o GM ficaram irritados com uma campanha decepcionante de 6-10, e logo começaram a desmontar uma parte da sua fundação e trocar a comissão técnica para se livrar dos responsáveis pelo "fracasso" e remontar a equipe. No entanto, quando olhamos essa temporada de perto, vemos que o Dolphins teve na verdade um Pythagorean Expectations de 9-7 e terminou apenas 2-5 em jogos decididos por uma posse de bola, o que indicava um time muito melhor do que pareceu e que deu muito azar ao longo da temporada. O time tinha seus problemas, mas faltou a diretoria um pouco de paciência para identificar as coisas boas daquela temporada e construir em cima disso, ao invés de entrar em pânico, achar que tudo precisava ser refeito e mudar os rumos do time. Não a toa que os números do time cairam em 2012 em relação a 2011.

Ainda assim, isso não quer dizer que tudo tenha sido feito errado, e por isso digo que as críticas podem ser injustas. Na verdade, apesar de uma temporada 2012 medíocre e passando por uma certa reformulação, o  Dolphins é uma das equipes que tem tudo para se sentir otimista em relação a temporada 2013. Miami terminou a temporada 7-9, de acordo com sua Pythagorean Expectations, mas uma série de fatores indicam que a equipe deve evoluir em 2013. Em primeiro lugar, o time ganhou apenas 3 e perdeu 5 dos seus jogos decididos por uma posse de bola, quando 4-4 seria o esperado. Embora um jogo apenas seja pouco para indicar uma grande mudança, é algo que pode ser levado em consideração. Mas mais importante do que isso, o grande problema do Miami Dolphins em 2012 foram os turnovers: a equipe terminou com saldo de turnovers de -6, a oitava pior marca de toda a Liga. Isso em parte se deveu as interceptações de seu quarterback calouro, Ryan Tannehill, mas o principal motivo foi que o time sofreu uma grande quantidade de turnovers em fumbles, e sua defesa recuperou poucos do outro lado do campo. Olhando mais de perto, vemos que Miami foi o quinto time com pior aproveitamento recuperando fumbles, recuperando apenas 37,5% das bolas que caiam no chão, e isso sem dúvida influenciou em muito essa diferença em turnovers, que por sua vez prejudicou o ataque da equipe. Então só um pouco mais de sorte já seria o suficiente para imaginar que o time teria tido maior posses de bola.

Mas além disso, existem outros dois motivos de otimismo para o Dolphins continuar numa ascendente em relação a temporada passada. O primeiro é a base jovem do time, em especial a dupla Tannehill e Lamar Miller. O primeiro foi draftado para ser o novo QB da Franquia depois que o experimento com Chad Henne deu errado ("errado") em 2012, e o segundo para ser o running back do futuro da franquia.

Tannehill, em 2012, não esteve perto do nível mostrado por Robert Griffin, Andrew Luck e Russell Wilson, os calouros mais badalados da temporada. Ainda assim, mostrou o suficiente para encorajar os torcedores da equipe: seu braço é acima da média para um calouro (6,8 jardas por passe); ele foi um passador em volume acima da média na NFL mesmo sendo um tanto quanto "protegido" pela equipe; e mesmo sendo um calouro inexperiente e ainda bastante cru com talentos medianos ao seu redor, ainda teve um QBR (uma estatística que vai de 0 a 100 e mede o quanto ele contribui para a vitória de um time, com 50 sendo "neutro") acima da média com 52,3 nesses 16 jogos. Com mais talento ao seu redor nessa temporada (chegaremos lá) e o desenvolvimento natural esperado de um jovem talento, espera-se uma boa evolução do garoto para 2013. Ele também deve se beneficiar da evolução e do maior espaço também de Miller, que apesar do pouco espaço em 2012 atrás de Reggie Bush e de uma fraca linha ofensiva teve excelentes 4.9 jardas por corrida. O balanço entre ataque aéreo e terrestre foi um problema para Miami ano passado, e com Miller e Tannehill no comando da situação eu espero que isso melhore.

O segundo motivo de grande otimismo da torcida do Dolphins é ainda mais simples: foi um dos times que mais trouxe reforços na free agency. Embora eu discorde de algumas contratações, vou me limitar aqui a analisar o impacto que elas terão dentro de campo. E acreditem, vai ser um impacto grande. A equipe de Miami aproveitou seu bom espaço salarial para trazer jogadores de impacto em praticamente todas as áreas possíveis: trouxe dois WRs, um offensive tackle, trouxe um pass rusher, trouxe jogador da secundária, trouxe tight end, está perto de trazer um fullback... Praticamente foi as compras e voltou com um carrinho cheio.

Particularmente, eu acho que onde essas adições mais serão sentidas será do lado ofensivo da equipe. Ano passado, Ryan Tannehill teve que se virar com um elenco de apoio mediano ao seu redor, e isso claramente limitou o potencial do time e o desenvolvimento do seu jovem QB. Esse ano, vai ser diferente. O Miami cercou Tannehill com um bom numero de armas novas agora: Mike Wallace chega para ser o wide receiver número 1 que a equipe não possuia, um jogador muito veloz e explosivo que vai fazer uma boa combinação com o braço forte do seu quarterback. Além disso, o Dolphins manteve o bom e underrated Brian Hartline e trouxe Daniel Gibson para fazer dupla com ele por dentro. A combinação deve ser bastante eficiente: Wallace é melhor correndo em profundidade e tanto Hartline como Gibson preferem atuar em rotas curtas pelo meio da defesa. E para completar tudo isso a equipe trouxe o tight end Dustin Keller também, um jogador bem completo e que fornece ao time aquele recebedor fisicamente grande para receber passes seguros de first down e para servir de alvo na red zone. Então, basicamente, o ataque do Miami passou de "Hartline e um bando de aleatórios" para Hartline, um dos melhores WRs de velocidade da Liga, um sólido jogador em Daniel Gibson e um dos TEs mais completos da NFL. E isso é antes de entrar na possibilidade bastante real do time trazer Vontae Leach, que ajudaria demais o jogo terrestre da equipe e tornaria o time mais difícil de defender (especialmente porque o time também trouxe o OT Tyson Clabo). Então se o Dolphins foi as compras, fez questão de voltar bem carregado ofensivamente.

O que não significa que a equipe negligenciou a defesa. Trouxe uma peça importante para a secundária no cornerback Brent Grimes, franchise player do Atlanta Falcons em 2012. Apesar de ter perdido a temporada passada quase inteira por lesão, é um talento que chega para suprir uma posição relativamente carente na equipe. O time também trouxe dois jogadores para reforçar sua capacidade de ir atrás do quarterback, draftando Dion Jordan (leia o que eu achei sobre isso aqui) e trazendo Phillip Wheeler. O Dolphins teve problemas com seu pass rush em 2012 e isso expôs sua secundária, então a adição desses jogadores busca resolver esse problema. Mas apesar dos reforços desse lado da quadra, a expectativa é que a maior evolução da equipe venha do lado ofensivo da quadra mesmo.

Eu só tenho um red flag quanto ao que mudou: a linha ofensiva. O Dolphins teve em 2012 uma linha ofensiva medíocre, tanto correndo com a bola (21st melhor) como protegendo o passe (17th melhor). Nenhum número abismal, mas números que deveriam melhorar para ajudar Tannehill. A equipe trouxe o bom Tyson Clabo, um bom OT que deve ajudar nos dois quesitos, mas o time ainda perdeu seu LT Jake Long, que apesar das lesões ainda era um dos melhores da NFL. Clabo é um RT, o que provavelmente significa que Miami vai passar Jonathan Martin (também um RT) para o lado esquerdo de forma a proteger o lado cego da linha ofensiva do Tannehill. Eu acho um risco grande, colocar um cara sem experiência na função em uma linha que já vinha tendo problemas. Acho que Clabo foi uma grande adição, mas acho que esse lado esquerdo da linha vai ser um ponto de interrogação sério para a equipe ao longo da temporada.

No final, eu acho que Miami é um time que tem tudo para dar um bom salto de produção no ano que vem. No fundo, esse salto sempre estará ligado ao seu quarterback, e vai depender do quanto Tannehill vai evoluir no seu segundo ano de NFL. Se ele sofrer no seu segundo ano e jogar pior, o time vai empacar mesmo com todas suas melhorias, e se ele tiver uma explosão Kaepernickiana, o time pode ser um candidato ao título. Mas acho que a hipótese razoável aqui é a evolução normal que um QB cru tem depois de um ano a mais na Liga e com armas melhores, ou seja, simplesmente por continuar sua evolução num ritmo normal já deve significar uma melhora interessante em relação ao ano passado. O time trouxe gente demais, tem talento demais e deve continuar uma evolução que já vem desde 2010. Em uma AFC East que viu seu melhor time perder jogadores importantes e que pode estar mais em aberto do que nunca, o Dolphins pode aproveitar essa chance com um pouco de sorte e voltar a um título de divisão. Eu acho 9-7 uma temporada realista para Miami, e acho difícil que ganhe a divisão, mas como já mostramos, em 16 o acaso tem grande influência e, embora ainda aposte no Patriots para ganhar a divisão, eu espero ver Miami brigando por uma vaga nos playoffs essa temporada, nem que seja no Wild Card.