Avisaram pro numero 14 "Nunca tire os olhos da bola"
Para saber do que estamos falando aqui e dessas estatísticas, recomendo a leitura desse post antes
Se quiser opinioes e analises sobre o Draft, voces podem ler o Running Diary da primeira rodada ou o manual de como avaliar um Draft na NFL
Ontem, começamos uma série de preview da temporada 2013 da NFL pelo New England Patriots. Hoje, vamos continuar nosso passeio pela AFC East, para falar de outro time bastante conhecido no Brasil, o Miami Dolphins. Se você não tem ideia do que estou falando, recomendo que leia esse post introdutório. Btw, a falta de crases nesse texto é porque esse teclado não tem crase, então não reparem, ok?
Miami Dolphins
2012 Record: 7-9
Ataque ajustado: 22nd
Defesa ajustada: 14th
De uns anos para cá, o Miami Dolphins se tornou um motivo de riso e escárnio ao redor da NFL, e até certo ponto com alguma justiça. Não por ser um time exatamente ruim, como por exemplo o Browns é de forma persistente, mas por sempre parecer tomar as decisões erradas e cometer os erros que todo mundo adora apontar. Além disso, essa percepção ganha mais força quando olhamos para a falta de sucesso recente da equipe: a última vez que o Dolphins foi aos playoffs foi em 2008, e mesmo assim isso aconteceu principalmente porque o Patriots jogou aquela temporada inteira sem Tom Brady. Então a franquia de Miami virou um alvo fácil para críticas, e as tem recebido desde então.
O que não é para dizer que as críticas sejam totalmente justas ou merecidas. O Dolphins tem evitado aquele poço sem fundo no qual times como Browns e Jaguars ainda lutam para escapar, e tem conseguido manter alguns times razoavelmente competentes desde 2008, muitas vezes flertando com o 8-8. O grande problema foi que a diretoria do time sempre parecia estar mudando os objetivos e o foco do time, e querendo abocanhar mais do que devia: Primeiro fez farol indo atrás de Jim Harbaugh, falando que o técnico era o que faltava ao time, e foi rejeitado. Depois falou demais de Peyton Manning, o salvador do time, e também ficou de mãos abanando. Matt Flynn também.
Mas para mim, o grande problema da diretoria do time foi a falta de paciência depois da temporada 2011: o dono do time e o GM ficaram irritados com uma campanha decepcionante de 6-10, e logo começaram a desmontar uma parte da sua fundação e trocar a comissão técnica para se livrar dos responsáveis pelo "fracasso" e remontar a equipe. No entanto, quando olhamos essa temporada de perto, vemos que o Dolphins teve na verdade um Pythagorean Expectations de 9-7 e terminou apenas 2-5 em jogos decididos por uma posse de bola, o que indicava um time muito melhor do que pareceu e que deu muito azar ao longo da temporada. O time tinha seus problemas, mas faltou a diretoria um pouco de paciência para identificar as coisas boas daquela temporada e construir em cima disso, ao invés de entrar em pânico, achar que tudo precisava ser refeito e mudar os rumos do time. Não a toa que os números do time cairam em 2012 em relação a 2011.
Ainda assim, isso não quer dizer que tudo tenha sido feito errado, e por isso digo que as críticas podem ser injustas. Na verdade, apesar de uma temporada 2012 medíocre e passando por uma certa reformulação, o Dolphins é uma das equipes que tem tudo para se sentir otimista em relação a temporada 2013. Miami terminou a temporada 7-9, de acordo com sua Pythagorean Expectations, mas uma série de fatores indicam que a equipe deve evoluir em 2013. Em primeiro lugar, o time ganhou apenas 3 e perdeu 5 dos seus jogos decididos por uma posse de bola, quando 4-4 seria o esperado. Embora um jogo apenas seja pouco para indicar uma grande mudança, é algo que pode ser levado em consideração. Mas mais importante do que isso, o grande problema do Miami Dolphins em 2012 foram os turnovers: a equipe terminou com saldo de turnovers de -6, a oitava pior marca de toda a Liga. Isso em parte se deveu as interceptações de seu quarterback calouro, Ryan Tannehill, mas o principal motivo foi que o time sofreu uma grande quantidade de turnovers em fumbles, e sua defesa recuperou poucos do outro lado do campo. Olhando mais de perto, vemos que Miami foi o quinto time com pior aproveitamento recuperando fumbles, recuperando apenas 37,5% das bolas que caiam no chão, e isso sem dúvida influenciou em muito essa diferença em turnovers, que por sua vez prejudicou o ataque da equipe. Então só um pouco mais de sorte já seria o suficiente para imaginar que o time teria tido maior posses de bola.
Mas além disso, existem outros dois motivos de otimismo para o Dolphins continuar numa ascendente em relação a temporada passada. O primeiro é a base jovem do time, em especial a dupla Tannehill e Lamar Miller. O primeiro foi draftado para ser o novo QB da Franquia depois que o experimento com Chad Henne deu errado ("errado") em 2012, e o segundo para ser o running back do futuro da franquia.
Tannehill, em 2012, não esteve perto do nível mostrado por Robert Griffin, Andrew Luck e Russell Wilson, os calouros mais badalados da temporada. Ainda assim, mostrou o suficiente para encorajar os torcedores da equipe: seu braço é acima da média para um calouro (6,8 jardas por passe); ele foi um passador em volume acima da média na NFL mesmo sendo um tanto quanto "protegido" pela equipe; e mesmo sendo um calouro inexperiente e ainda bastante cru com talentos medianos ao seu redor, ainda teve um QBR (uma estatística que vai de 0 a 100 e mede o quanto ele contribui para a vitória de um time, com 50 sendo "neutro") acima da média com 52,3 nesses 16 jogos. Com mais talento ao seu redor nessa temporada (chegaremos lá) e o desenvolvimento natural esperado de um jovem talento, espera-se uma boa evolução do garoto para 2013. Ele também deve se beneficiar da evolução e do maior espaço também de Miller, que apesar do pouco espaço em 2012 atrás de Reggie Bush e de uma fraca linha ofensiva teve excelentes 4.9 jardas por corrida. O balanço entre ataque aéreo e terrestre foi um problema para Miami ano passado, e com Miller e Tannehill no comando da situação eu espero que isso melhore.
O segundo motivo de grande otimismo da torcida do Dolphins é ainda mais simples: foi um dos times que mais trouxe reforços na free agency. Embora eu discorde de algumas contratações, vou me limitar aqui a analisar o impacto que elas terão dentro de campo. E acreditem, vai ser um impacto grande. A equipe de Miami aproveitou seu bom espaço salarial para trazer jogadores de impacto em praticamente todas as áreas possíveis: trouxe dois WRs, um offensive tackle, trouxe um pass rusher, trouxe jogador da secundária, trouxe tight end, está perto de trazer um fullback... Praticamente foi as compras e voltou com um carrinho cheio.
Particularmente, eu acho que onde essas adições mais serão sentidas será do lado ofensivo da equipe. Ano passado, Ryan Tannehill teve que se virar com um elenco de apoio mediano ao seu redor, e isso claramente limitou o potencial do time e o desenvolvimento do seu jovem QB. Esse ano, vai ser diferente. O Miami cercou Tannehill com um bom numero de armas novas agora: Mike Wallace chega para ser o wide receiver número 1 que a equipe não possuia, um jogador muito veloz e explosivo que vai fazer uma boa combinação com o braço forte do seu quarterback. Além disso, o Dolphins manteve o bom e underrated Brian Hartline e trouxe Daniel Gibson para fazer dupla com ele por dentro. A combinação deve ser bastante eficiente: Wallace é melhor correndo em profundidade e tanto Hartline como Gibson preferem atuar em rotas curtas pelo meio da defesa. E para completar tudo isso a equipe trouxe o tight end Dustin Keller também, um jogador bem completo e que fornece ao time aquele recebedor fisicamente grande para receber passes seguros de first down e para servir de alvo na red zone. Então, basicamente, o ataque do Miami passou de "Hartline e um bando de aleatórios" para Hartline, um dos melhores WRs de velocidade da Liga, um sólido jogador em Daniel Gibson e um dos TEs mais completos da NFL. E isso é antes de entrar na possibilidade bastante real do time trazer Vontae Leach, que ajudaria demais o jogo terrestre da equipe e tornaria o time mais difícil de defender (especialmente porque o time também trouxe o OT Tyson Clabo). Então se o Dolphins foi as compras, fez questão de voltar bem carregado ofensivamente.
O que não significa que a equipe negligenciou a defesa. Trouxe uma peça importante para a secundária no cornerback Brent Grimes, franchise player do Atlanta Falcons em 2012. Apesar de ter perdido a temporada passada quase inteira por lesão, é um talento que chega para suprir uma posição relativamente carente na equipe. O time também trouxe dois jogadores para reforçar sua capacidade de ir atrás do quarterback, draftando Dion Jordan (leia o que eu achei sobre isso aqui) e trazendo Phillip Wheeler. O Dolphins teve problemas com seu pass rush em 2012 e isso expôs sua secundária, então a adição desses jogadores busca resolver esse problema. Mas apesar dos reforços desse lado da quadra, a expectativa é que a maior evolução da equipe venha do lado ofensivo da quadra mesmo.
Eu só tenho um red flag quanto ao que mudou: a linha ofensiva. O Dolphins teve em 2012 uma linha ofensiva medíocre, tanto correndo com a bola (21st melhor) como protegendo o passe (17th melhor). Nenhum número abismal, mas números que deveriam melhorar para ajudar Tannehill. A equipe trouxe o bom Tyson Clabo, um bom OT que deve ajudar nos dois quesitos, mas o time ainda perdeu seu LT Jake Long, que apesar das lesões ainda era um dos melhores da NFL. Clabo é um RT, o que provavelmente significa que Miami vai passar Jonathan Martin (também um RT) para o lado esquerdo de forma a proteger o lado cego da linha ofensiva do Tannehill. Eu acho um risco grande, colocar um cara sem experiência na função em uma linha que já vinha tendo problemas. Acho que Clabo foi uma grande adição, mas acho que esse lado esquerdo da linha vai ser um ponto de interrogação sério para a equipe ao longo da temporada.
No final, eu acho que Miami é um time que tem tudo para dar um bom salto de produção no ano que vem. No fundo, esse salto sempre estará ligado ao seu quarterback, e vai depender do quanto Tannehill vai evoluir no seu segundo ano de NFL. Se ele sofrer no seu segundo ano e jogar pior, o time vai empacar mesmo com todas suas melhorias, e se ele tiver uma explosão Kaepernickiana, o time pode ser um candidato ao título. Mas acho que a hipótese razoável aqui é a evolução normal que um QB cru tem depois de um ano a mais na Liga e com armas melhores, ou seja, simplesmente por continuar sua evolução num ritmo normal já deve significar uma melhora interessante em relação ao ano passado. O time trouxe gente demais, tem talento demais e deve continuar uma evolução que já vem desde 2010. Em uma AFC East que viu seu melhor time perder jogadores importantes e que pode estar mais em aberto do que nunca, o Dolphins pode aproveitar essa chance com um pouco de sorte e voltar a um título de divisão. Eu acho 9-7 uma temporada realista para Miami, e acho difícil que ganhe a divisão, mas como já mostramos, em 16 o acaso tem grande influência e, embora ainda aposte no Patriots para ganhar a divisão, eu espero ver Miami brigando por uma vaga nos playoffs essa temporada, nem que seja no Wild Card.
Miami Dolphins
2012 Record: 7-9
Ataque ajustado: 22nd
Defesa ajustada: 14th
De uns anos para cá, o Miami Dolphins se tornou um motivo de riso e escárnio ao redor da NFL, e até certo ponto com alguma justiça. Não por ser um time exatamente ruim, como por exemplo o Browns é de forma persistente, mas por sempre parecer tomar as decisões erradas e cometer os erros que todo mundo adora apontar. Além disso, essa percepção ganha mais força quando olhamos para a falta de sucesso recente da equipe: a última vez que o Dolphins foi aos playoffs foi em 2008, e mesmo assim isso aconteceu principalmente porque o Patriots jogou aquela temporada inteira sem Tom Brady. Então a franquia de Miami virou um alvo fácil para críticas, e as tem recebido desde então.
O que não é para dizer que as críticas sejam totalmente justas ou merecidas. O Dolphins tem evitado aquele poço sem fundo no qual times como Browns e Jaguars ainda lutam para escapar, e tem conseguido manter alguns times razoavelmente competentes desde 2008, muitas vezes flertando com o 8-8. O grande problema foi que a diretoria do time sempre parecia estar mudando os objetivos e o foco do time, e querendo abocanhar mais do que devia: Primeiro fez farol indo atrás de Jim Harbaugh, falando que o técnico era o que faltava ao time, e foi rejeitado. Depois falou demais de Peyton Manning, o salvador do time, e também ficou de mãos abanando. Matt Flynn também.
Mas para mim, o grande problema da diretoria do time foi a falta de paciência depois da temporada 2011: o dono do time e o GM ficaram irritados com uma campanha decepcionante de 6-10, e logo começaram a desmontar uma parte da sua fundação e trocar a comissão técnica para se livrar dos responsáveis pelo "fracasso" e remontar a equipe. No entanto, quando olhamos essa temporada de perto, vemos que o Dolphins teve na verdade um Pythagorean Expectations de 9-7 e terminou apenas 2-5 em jogos decididos por uma posse de bola, o que indicava um time muito melhor do que pareceu e que deu muito azar ao longo da temporada. O time tinha seus problemas, mas faltou a diretoria um pouco de paciência para identificar as coisas boas daquela temporada e construir em cima disso, ao invés de entrar em pânico, achar que tudo precisava ser refeito e mudar os rumos do time. Não a toa que os números do time cairam em 2012 em relação a 2011.
Ainda assim, isso não quer dizer que tudo tenha sido feito errado, e por isso digo que as críticas podem ser injustas. Na verdade, apesar de uma temporada 2012 medíocre e passando por uma certa reformulação, o Dolphins é uma das equipes que tem tudo para se sentir otimista em relação a temporada 2013. Miami terminou a temporada 7-9, de acordo com sua Pythagorean Expectations, mas uma série de fatores indicam que a equipe deve evoluir em 2013. Em primeiro lugar, o time ganhou apenas 3 e perdeu 5 dos seus jogos decididos por uma posse de bola, quando 4-4 seria o esperado. Embora um jogo apenas seja pouco para indicar uma grande mudança, é algo que pode ser levado em consideração. Mas mais importante do que isso, o grande problema do Miami Dolphins em 2012 foram os turnovers: a equipe terminou com saldo de turnovers de -6, a oitava pior marca de toda a Liga. Isso em parte se deveu as interceptações de seu quarterback calouro, Ryan Tannehill, mas o principal motivo foi que o time sofreu uma grande quantidade de turnovers em fumbles, e sua defesa recuperou poucos do outro lado do campo. Olhando mais de perto, vemos que Miami foi o quinto time com pior aproveitamento recuperando fumbles, recuperando apenas 37,5% das bolas que caiam no chão, e isso sem dúvida influenciou em muito essa diferença em turnovers, que por sua vez prejudicou o ataque da equipe. Então só um pouco mais de sorte já seria o suficiente para imaginar que o time teria tido maior posses de bola.
Mas além disso, existem outros dois motivos de otimismo para o Dolphins continuar numa ascendente em relação a temporada passada. O primeiro é a base jovem do time, em especial a dupla Tannehill e Lamar Miller. O primeiro foi draftado para ser o novo QB da Franquia depois que o experimento com Chad Henne deu errado ("errado") em 2012, e o segundo para ser o running back do futuro da franquia.
Tannehill, em 2012, não esteve perto do nível mostrado por Robert Griffin, Andrew Luck e Russell Wilson, os calouros mais badalados da temporada. Ainda assim, mostrou o suficiente para encorajar os torcedores da equipe: seu braço é acima da média para um calouro (6,8 jardas por passe); ele foi um passador em volume acima da média na NFL mesmo sendo um tanto quanto "protegido" pela equipe; e mesmo sendo um calouro inexperiente e ainda bastante cru com talentos medianos ao seu redor, ainda teve um QBR (uma estatística que vai de 0 a 100 e mede o quanto ele contribui para a vitória de um time, com 50 sendo "neutro") acima da média com 52,3 nesses 16 jogos. Com mais talento ao seu redor nessa temporada (chegaremos lá) e o desenvolvimento natural esperado de um jovem talento, espera-se uma boa evolução do garoto para 2013. Ele também deve se beneficiar da evolução e do maior espaço também de Miller, que apesar do pouco espaço em 2012 atrás de Reggie Bush e de uma fraca linha ofensiva teve excelentes 4.9 jardas por corrida. O balanço entre ataque aéreo e terrestre foi um problema para Miami ano passado, e com Miller e Tannehill no comando da situação eu espero que isso melhore.
O segundo motivo de grande otimismo da torcida do Dolphins é ainda mais simples: foi um dos times que mais trouxe reforços na free agency. Embora eu discorde de algumas contratações, vou me limitar aqui a analisar o impacto que elas terão dentro de campo. E acreditem, vai ser um impacto grande. A equipe de Miami aproveitou seu bom espaço salarial para trazer jogadores de impacto em praticamente todas as áreas possíveis: trouxe dois WRs, um offensive tackle, trouxe um pass rusher, trouxe jogador da secundária, trouxe tight end, está perto de trazer um fullback... Praticamente foi as compras e voltou com um carrinho cheio.
Particularmente, eu acho que onde essas adições mais serão sentidas será do lado ofensivo da equipe. Ano passado, Ryan Tannehill teve que se virar com um elenco de apoio mediano ao seu redor, e isso claramente limitou o potencial do time e o desenvolvimento do seu jovem QB. Esse ano, vai ser diferente. O Miami cercou Tannehill com um bom numero de armas novas agora: Mike Wallace chega para ser o wide receiver número 1 que a equipe não possuia, um jogador muito veloz e explosivo que vai fazer uma boa combinação com o braço forte do seu quarterback. Além disso, o Dolphins manteve o bom e underrated Brian Hartline e trouxe Daniel Gibson para fazer dupla com ele por dentro. A combinação deve ser bastante eficiente: Wallace é melhor correndo em profundidade e tanto Hartline como Gibson preferem atuar em rotas curtas pelo meio da defesa. E para completar tudo isso a equipe trouxe o tight end Dustin Keller também, um jogador bem completo e que fornece ao time aquele recebedor fisicamente grande para receber passes seguros de first down e para servir de alvo na red zone. Então, basicamente, o ataque do Miami passou de "Hartline e um bando de aleatórios" para Hartline, um dos melhores WRs de velocidade da Liga, um sólido jogador em Daniel Gibson e um dos TEs mais completos da NFL. E isso é antes de entrar na possibilidade bastante real do time trazer Vontae Leach, que ajudaria demais o jogo terrestre da equipe e tornaria o time mais difícil de defender (especialmente porque o time também trouxe o OT Tyson Clabo). Então se o Dolphins foi as compras, fez questão de voltar bem carregado ofensivamente.
O que não significa que a equipe negligenciou a defesa. Trouxe uma peça importante para a secundária no cornerback Brent Grimes, franchise player do Atlanta Falcons em 2012. Apesar de ter perdido a temporada passada quase inteira por lesão, é um talento que chega para suprir uma posição relativamente carente na equipe. O time também trouxe dois jogadores para reforçar sua capacidade de ir atrás do quarterback, draftando Dion Jordan (leia o que eu achei sobre isso aqui) e trazendo Phillip Wheeler. O Dolphins teve problemas com seu pass rush em 2012 e isso expôs sua secundária, então a adição desses jogadores busca resolver esse problema. Mas apesar dos reforços desse lado da quadra, a expectativa é que a maior evolução da equipe venha do lado ofensivo da quadra mesmo.
Eu só tenho um red flag quanto ao que mudou: a linha ofensiva. O Dolphins teve em 2012 uma linha ofensiva medíocre, tanto correndo com a bola (21st melhor) como protegendo o passe (17th melhor). Nenhum número abismal, mas números que deveriam melhorar para ajudar Tannehill. A equipe trouxe o bom Tyson Clabo, um bom OT que deve ajudar nos dois quesitos, mas o time ainda perdeu seu LT Jake Long, que apesar das lesões ainda era um dos melhores da NFL. Clabo é um RT, o que provavelmente significa que Miami vai passar Jonathan Martin (também um RT) para o lado esquerdo de forma a proteger o lado cego da linha ofensiva do Tannehill. Eu acho um risco grande, colocar um cara sem experiência na função em uma linha que já vinha tendo problemas. Acho que Clabo foi uma grande adição, mas acho que esse lado esquerdo da linha vai ser um ponto de interrogação sério para a equipe ao longo da temporada.
No final, eu acho que Miami é um time que tem tudo para dar um bom salto de produção no ano que vem. No fundo, esse salto sempre estará ligado ao seu quarterback, e vai depender do quanto Tannehill vai evoluir no seu segundo ano de NFL. Se ele sofrer no seu segundo ano e jogar pior, o time vai empacar mesmo com todas suas melhorias, e se ele tiver uma explosão Kaepernickiana, o time pode ser um candidato ao título. Mas acho que a hipótese razoável aqui é a evolução normal que um QB cru tem depois de um ano a mais na Liga e com armas melhores, ou seja, simplesmente por continuar sua evolução num ritmo normal já deve significar uma melhora interessante em relação ao ano passado. O time trouxe gente demais, tem talento demais e deve continuar uma evolução que já vem desde 2010. Em uma AFC East que viu seu melhor time perder jogadores importantes e que pode estar mais em aberto do que nunca, o Dolphins pode aproveitar essa chance com um pouco de sorte e voltar a um título de divisão. Eu acho 9-7 uma temporada realista para Miami, e acho difícil que ganhe a divisão, mas como já mostramos, em 16 o acaso tem grande influência e, embora ainda aposte no Patriots para ganhar a divisão, eu espero ver Miami brigando por uma vaga nos playoffs essa temporada, nem que seja no Wild Card.
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