Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Preview - American League Divisional Series

Antes de começar, vamos escalrecer algumas coisas.

1. Eu interrompi (mais uma vez) meu resumo das divisões da NFL pra tratar de um assunto totalmente diferente (playoffs da MLB). Sim, é um saco, mas os playoffs da MLB estão extremamente interessantes e a temporada regular da NFL ainda dura. Tem material pra escrever meus artigos favoritos e estou juntando pra quando tivermos tempo. Eu as vezes dou essas viajadas e mudo de assunto pra depois voltar sem prévio aviso pro assunto anterior - acreditem, meu médico disse que é normal.

2. Eu sofri pra escrever esse post. Eu tive vontade de parar umas treze vezes, vontade de sair pela casa gritando umas seis, de tacar fogo na minha camisa favorita do Red Sox pelo menos quatro e de pular da janela duas vezes. Com muita força de vontade, eu consegui sobreviver e escrever esse post. Mas um combinado: Não vou escrever mais uma linha do Red Sox até o Yankees ser eliminado. Eu odeio todo o mundo.

3. O assunto agora vai virar Baseball, e essa é a hora perfeita para começar a assistir o esporte. A temporada regular é enorme e cansativa em 80% do tempo, mas os playoffs são outra história: Séries de cinco jogos (Sete para as duas fases seguintes), mata-mata, valendo o título. Agora é pra valer, não tem mais chance de se recuperar de uma semana ruim, e eu recomendo a todos que tiverem interesse que aproveitem agora para assistir baseball. Não conhece as regras? Calma que o TM Warning já cuidou disso para vocês, é só clicar aqui pra saber como funciona um jogo de baseball.

Por hoje, vamos falar dos duelos pela American League, cujos jogos 1 serão amanhã. Amanhã voltamos para falar dos jogos da National League, que acontecem sábado. E depois a gente tenta de alguma forma terminar logo os resumos por divisão da NFL. Tenham fé que uma hora vai dar certo!


O primeiro pitcher titular MVP desde 1986? Pode apostar que sim!

Detroit Tigers at New York Yankees
Jogo 1: 30/09 (Sexta), 21:37 - Justin Verlander (24-5) vs CC Sabathia (19-8)

Durante a temporada regular, um time normalmente tem uma rotação titular de cinco pitchers, além do Bullpen. Como na pós-temporada não tem jogo todo dia e cada jogo vale mais, essa rotação é reduzida para quatro pitchers, sendo que geralmente (caso eles tenham tido o tempo adequado de descanso) o melhor pitcher de cada time começa arremessando o primeiro jogo (e eventualmente também arremessa o quinto jogo, caso aconteça). Nessa série, a situação é exatamente essa, com Justin Verlander enfrentando CC Sabathia.

Antes de mais nada, quero deixar bem claro: Pra mim, o Justin Verlander é não só o Cy Young da AL (Prêmio dado ao melhor arremessador da AL) como também o AL MVP. Os números do Verlander são impressionantes e comparáveis aos do Roger Clemens em 1986 (último arremessador titular a ganhar o prêmio de Cy Young E MVP, o que é bastante raro e só aconteceu três vezes na história), mas os números só contam metade da história. Outros jogadores também tiveram números impressionantes e dignos de MVP - Jose Bautista, Jacoby Ellsbury, Curtis Granderson e Robinson Cano - mas nenhum deles teve o impacto do Verlander: Granderson e Cano tiveram grandes temporadas, mas o Yankees teria sobrevivivo um mês sem qualquer um jogador do seu time, inclusive esses dois.

Já Ellsbury e Bautista foram fundamentais para seus times, mas nenhum deles chegou à pós-temporada, o que nos leva de volta à minha interpretação para o prêmio. Se Bautista e Ellsbury tivessem sido jogadores medianos essa temporada, ambos os seus times continuariam fora dos playoffs. Se Verlander não tivesse arremessado tão acima da média, o Tigers teria passado muito longe da pós temporada. Pra mim um MVP não pode ser medido só em números, existe muita coisa por trás que também conta. Pense em Verlander como o ás do time por cinco meses seguidos, sendo a única coisa entre uma vaga nos playoffs e uma temporada medíocre. Pense na pressão que ele tinha que enfrentar jogo após jogo após jogo, TENDO que ganhar todos os seus jogos, TENDO que arremessar pelo menos sete entradas e não podendo ter uma sequencia ruim porque sabia que isso iria afundar seu time. Não só ele passou por cima de tudo isso como virou o jogador mais temido da Liga - ninguém realmente quer enfrentar o Verlander numa série de playoffs, por mais que o time do Tigers não seja tão assustador sem ele. Números contam apenas parte da história, a outra depende de tudo que a gente não mede, mas vê. Por isso os esportes são tão emocionantes, eles possuem uma parte objetiva E uma subjetiva. O Justin Verlander tem números pra bater de frente com qualquer Fielder e foi o jogador mais indispensável para qualquer time em toda a Liga. Por isso ele é meu MVP.

Eu cito o Verlander porque ele é a chave de toda a série. Sempre que numa série de playoffs você tem o melhor pitcher, você tem uma vantagem. Claro que um pitcher sozinho não ganha um título - Na World Series de 2008, o melhor pitcher era o Cliff Lee, do Phillies. O Lee arremessou dois jogos, fez história nos dois e ganhou os dois, mas o time não conseguiu ganhar outros dois dos cinco restantes e o Yankees foi campeão - mas pode fazer muito estrago, especialmente numa série de cinco jogos. Ano passado, o Rays era o melhor time da American League, mas perdeu do Texas Rangers na Divisional Series simplesmente porque o Cliff Lee arremessou dois jogos quase perfeitos e ganhou os dois jogos que o time precisou. O Tigers tem um ataque bom, mas não de elite, e uma rotação fraca (Tirando Verlander e Doug Fister). Por isso é fundamental que o Justin Verlander domine e ganhe os seus jogos - especialmente se ele jogar o jogo cinco decisivo. A chave para o Tigers ganhar é arremessando, Verlander é o melhor pitcher da série e precisa obrigatoriamente vencer o primeiro duelo com o Sabathia. Se fizer isso, tudo que o Tigers precisa é vencer mais um jogo contra a fraca rotação do Yankees (Fister é melhor do que qualquer outro titular do Yankees que não seja Sabathia) nos três jogos seguintes para forçar o jogo cinco de desempate, novamente com o Verlander. Eu não queria ver o Verlander pela frente numa série de cinco jogos, e esse é o grande motivo.

O Tigers tem poder de fogo, Miguel Cabrera e Victor Martinez vem tendo temporadas espetaculares e o resto da rotação não só é sólida como pode explodir a qualquer instante, mas não é tão explosiva como o Yankees. O Yankees teve três jogadores que passaram dos 110 RBIs (Cano, Granderson e Mark Teixeira), tem quatro jogadores que podem explodir um Home Run a qualquer instante, tem bons rebatedores de contato e muita velocidade nas bases com a dupla Granderson e Brett Gardner. O Yankees teve o segundo melhor ataque da Liga, excede em todas as áreas do ataque (rebatida por contato, rebatida por força, velocidade, etc) e tem vários jogadores perigosos, basta um deles estar inspirado pra ver o que acontece. Se o Yankees conseguir romper o duelo de pitchers e levar o jogo pra uma disputa de ataques, New York leva a melhor.

Mas o calcanhar de Aquiles do time, que é justamente a rotação titular, é o que pode afundar tudo. O time tem um pitcher titular absoluto - Sabathia - mas não possui mas nenhum jogador seguro pra arremessar um jogo. O melhor candidato ao jogo número 2 é o Ivan Nova, mas ele é um calouro que nunca jogou um jogo de pós temporada na vida, não é a situação ideal para arremessar um jogo 2 para você contra o Doug Fister. Além de Nova (3.7) e Sabathia (3.0), o Yankees não tem nenhum pitcher titular com ERA abaixo de 4 além do Freddy Garcia (3.64). As outras duas vagas da rotação vão ser divididas entre Bartolo Colon (4.0, pode lançar um two-hitter ou ceder duas corridas na primeira entrada só com walks dependendo de que lado da cama ele acordar), AJ Burnett (5.15, tendo a pior temporada da carreira e tendo ficado dois meses sem ganhar um jogo), Garcia (Um bom ERA, mas quando você assiste dois jogos dele você percebe porque criamos estatísticas mais precisas para medir a temporada de um pitcher) e Phil Hughes (5.79, não desejo isso nem para o Yankees). Se o Sabathia realmente não conseguir dar conta do Verlander, o Yankees precisa contar com três vitórias desse meio de rotação para evitar um novo confronto contra o Verlander. No papel, o time do Yankees é melhor, mas numa série tão curta a presença do Justin Verlander pesa muito. Em todo caso, a chave dessa série é se o Verlander consegue dominar o Sabathia no jogo 1. E eu acredito no Justin Verlander. Tigers em cinco jogos.

Hi-Five!!


Tampa Bay Rays at Texas Rangers
Jogo 1: 30/09 (Sexta), 18:07 - CJ Wilson (16-7) vs Indefinido

Os Rays tiveram uma temporada absurda em 2011: Depois de terem tido ótimos anos em 2009 e 2010, como time de mercado pequeno que é o Rays não conseguiu renovar com uma porrada de Free Agents caros que saíram do time (alguns nem tentaram renovar), como Carl Crawford, Carlos Pena, Matt Garza e Rafael Soriano. Esse êxodo de jogadores deixou o time um pouco depenado e desacreditado, e ainda que tenha uma das melhores rotações titulares da AL (James Shields, David Price, Jeremy Hellickerson, Jeff Niemann, Wade Davis e, porque não, o calouro com mais culhões do que metade da Liga, Matt Moore) o time sofreu a temporada toda para conseguir anotar corridas que apoiassem esses arremessadores. O time contou com antigos jogadores do seu elenco como Evan Longoria (que passou boa parte do começo da temporada machucado mas foi fundamental para o Rays e, se o Verlander não for MVP, tem que ser o Longoria), Johnny Damon (GRAND SLAM!) e BJ Upton para formar o elenco, trouxe prospects como Desmond Jennings e apostou em jogadores pouco acreditados como Ben Zobrist e John Jaso.

Depois de uma primeira metade da temporada cheia de problemas - na data limite de trocas o Rays era um dos times mais citados, especialmente quando envolvia o Upton - o Rays se encontrou, Evan Longoria pegou fogo e não apagou nunca mais, BJ Upton acertou tudo que tentou, Desmond Jennings teve uma temporada espetacular e, com a ajuda do seu forte grupo de arremessadores, o grupo nunca mais olhou pra trás, apagou uma diferença de 10 jogos no Wild Card e foi para os playoffs com uma história virada de 8 a 7 contra o Yankees depois de estar perdendo por 7 a 0 na oitava entrada e por 7 a 6 com dois eliminados na nona (Tudo bem que o Yankees entregou o jogo, mas isso não muda o fato de que foi espetacular). E agora o Rays está de volta à pós temporada, embalado como nenhum outro time da Liga (Tirando talvez o Saint Louis Cardinals) e crente que pode derrotar qualquer adversário pela frente.

Confiança em execesso? Talvez, mas o embalo do Rays justifica isso. O malfadado ataque está anotando mais corridas, o time achou um equilíbrio com sua lineup, o time é profundo o suficiente pra aguentar entradas extras (O que não é o caso, por exemplo, do Tigers) e tem uma rotação titular muito boa. Mas na verdade sua rotação titular causou um problema sério para o time para essa série. O time tem dois áses na rotação - Shields e Price - e outros quatro sólidos jogadores, mas sem a mesma qualidade de decisão desses dois. Mas como o Rays teve que suas contra o Yankees para ganhar, o time se viu obrigado a usar os dois nessa série, inclusive o Price no jogo de quarta. Ou seja, Shields não vai jogar o jogo 1 porque jogaria com apenas três dias de descanso (Deve jogar o jogo 2) e o Price só vai jogar o jogo quatro ou três, e no caso de um eventual jogo cinco o Rays corre o risco de ter que escalar o Shields com três dias de descanso novamente ou arriscar com algum outro pitcher, enquanto que o Rangers - que se classificou com antecedência - pode manipular sua rotação titular com calma para que seu melhor pitcher, CJ Wilson, fosse começar o jogo 1 com um bom descanso.

O Texans, aliás, é um time muito equilibrado. Não tem um ás do nível de Shields, Verlander ou Sabathia, mas possui uma rotação de quatro nomes muito equilibrada, se não tem nenhum que se destaca por ser muito acima dos demais, também não tem ninguém que se destaca por ser menos. Essa diferença nos arremessadores podia ser decisiva no caso de três jogos da dupla Shields-Price, mas sem isso, o Rangers tira uma vantagem do adversário. Além disso, o ataque do Rangers é mais poderoso: Adrian Beltre está tendo uma das melhores temporadas da carreira, Josh Hamilton está oscilante mas ainda é um jogador extremamente perigoso, Mike Napoli está rebatendo Home Runs a torto e a direito e o Rangers é um time extremamente perigoso com homens em base justamente porque o time é excelente em extra-base hits. O Longoria é o jogador do Rays que pode ir pau a pau (pra mim, até um pouco acima...) com esses rebatedores do Rangers, mas coloque Ian Kinsler e Michael Young e eu acho que é poder de fogo demais para o Rays. O ataque do Rays vai mandar bolas longas, vai roubar muitas bases e vai anotar pontos, mas o ataque do Rangers, ainda que menos equilibrado, é mais potente do que o do Rays. O Rays vai precisar de toda a ajuda que puder dos seus pitchers, mas como eu já disse, a necessidade de escalar Shields E Price contra o Yankees os colocou em desvantagem. Não vejo eles derrotando o ataque dos atuais campeões da AL. Rangers em quatro.

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