Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Os times - AFC East

Não, vocês não estão sonhando, nós realmente estamos postando!!

Eu prometi e infelizmente demorei para cumprir, mas agora trago a vocês um pequeno preview dos times para essa temporada. Como vocês talvez tenham notado, ta faltando tempo e por isso estão faltando posts, então a gente não ta podendo fazer aqueles posts enormes com análises que vocês tanto gostam (?), pelo menos por enquanto (Prometemos que assim que aparecer uma brecha, faremos!).

Mas esses previews tem uma função um pouco diferente dessa vez. Como muita gente nova começou a ler o blog depois do nosso Especial NFL (em sua maioria gente que não acompanhava tanto a NFL antes), nós estamos fazendo esses previews para que elas saibam a situação de cada time, como jogam, os pontos fracos e fortes, para que possam acompanhar com mais informação a temporada. Aos veteranos do site e de NFL, peço calma que as análises complicadas e quilométricas virão. Sem mais enrolação, começamos com a AFC East (lembrando que o número entre parênteses depois do nome da equipe é o record do time em 2010).



Wes Welker se recusa a soltar a carne


New England Patriots (14-2)
O Patriots é o time de grande parte das pessoas que começou a assistir NFL recentemente. O que não é de surpreender, já que o time foi um dos maiores - se não o maior - da década passada. O time levantou o troféu três vezes (2001, 2003 e 2004) e teve a primeira temporada regular invicta  (16-0) da Liga desde o Dolphins de 1972 (14-0) numa das melhores temporadas regulares de todos os tempos em 2007, quando o time bateu recorde de jardas aéreas, jardas totais, pontos marcados, TDs por um só Quarterback  e TDs recebidos por um só Wide Receiver (que, ironicamente, terminou com o invicto Patriots sendo derrotado em pleno Super Bowl). O time foi competitivo ao longo de praticamente toda a década e apresentou figuras importantes, como o excelente técnico Bill Belichick e o Quarterback Tom Brady, um dos melhores de todos os tempos, sem falar em outros como Randy Moss, Ted Bruschi e companhia. Não é a toa, portanto, que o Patriots é um time que marcou muitos dos torcedores dessa última década.

O excelente núcleo da equipe do começo da década se desmontou após a temporada 2008, e o Patrios teve então o desafio de reconstruir nas costas de Brady. O resto do time era quase todo muito jovem, inexperiênte e imaturo, e reconstruir a partir disso foi um desafio. Até que em 2010 o time teve a melhor temporada da Liga e... bom... pois é.

A questão é o quanto o time ainda pode crescer. O time de 2010 era um time mediano, ainda que promissor, e só chegou longe por causa de uma temporada espetacular do Tom Brady e do seu ataque. Eu fiz um bom post na temporada passada que mostrava como o Belichick e o Brady montaram uma forma de jogar no ataque que não só era eficiente pela pontuação como também camuflava muitas das deficiências do time. Funcionou durante a temporada regular, mas acabou sendo exposto nos playoffs, e agora o Patriots trabalha pra evoluir seu núcleo jovem de forma a se tornar um time com cada vez menos falhas e lideradas pelo gênio do Brady.

A defesa tem uma secundária cheia de gente jovem em evolução, muitos já mostraram que tem talento pra jogar no time, a linha de frente com Vince Wilfork e Albert Haynesworth tem tudo pra ser muito forte e o time tem um pass rush que, apesar de fraco nas últimas temporadas, deu sinal de vida no primeiro jogo da temporada. Mas o carro chefe da equipe ainda é o ataque, e vai ser enquanto o número 12 continuar por lá. O time aprendeu em 2010 a correr com a bola, os bons Benjarvus Green-Ellis e Danny Woodhead tem feito um bom papel pelo chão, o que é importante pra liberar o ar para o Brady. O ataque do Patriots é muito completo e um show pra assistir: Uma ótima linha ofensiva, um jogo terrestre eficiente e um show no jogo aéreo. Jogadores como Wes Welker (Um dos melhores WRs da NFL em rotas curtas) são talentosos, mas jogar com Brady faz de todos eles melhores, é só ver a obra de arte que esses dois fizeram ontem a noite. O time também tem dois Tight Ends apenas no segundo ano mas que já são uma das combinações mais mortais da Liga. Não tem como não babar em cima desse time, especialmente desse ataque. Enquanto seu QB continuar jogando do jeito que joga, o Patriots sempre será um candidato ao título e um time divertidíssimo de acompanhar.


Corrida com obstáculos: Você está fazendo errado.


Miami Dolphins (7-9)
O Miami Dolphins teve altos e baixos nas últimas temporadas. E quando eu digo altos e baixos, é pra vocês levarem a sério: Depois de terem conseguido um pífio record de 1-15 em 2007, o time deu a volta por cima, ganhou 11 jogos em 2008 e foi para os playoffs. Em 2009, o time começou bem, chegou a ter um record de 7-6 faltando três rodadas, mas perdeu as três últimas partidas e ficou de fora nos playoffs, situação que se repetiu em 2010.

Apesar do resultado abaixo da média em 2009, o Dolphins é um time bom e com futuro. Apesar do massacre de ontem a noite contra um monstro chamado Brady, a defesa que o time montou está cheia de jovens talentos - O CB Vontae Davis, o OLB Cameron Wake - e é sólida como uma unidade. Eu comentei no post anterir, que se essa defesa não vai levar o time nas costas sozinha como faz a do Jets, por exemplo, ela não vai entregar, e vai ser sólida o bastante (na maioria dos casos) para que o ataque tenha boas condições de conseguir uma vitória.

O problema é que o ataque em 2010 foi pífio. O time tinha em 2008/2009 um excelente jogo terrestre, que era o foco do ataque, o jogo terrestre aparecia menos e era mais em situações funcionais, mas o que levava o ataque pra frente era o jogo terrestre com a dupla Ronnie Brown e Ricky Williams (Quando, aliás, o Dolphins inovou e trouxe a jogada Wildcat para a NFL, uma Tricky Play na qual o Running Back, posicionado como Quarterback, recebe o Snap para enganar a defesa). Esse ataque terrestre, bizarramente, desapareceu em 2010, foi um dos piores da Liga, e aí o Chad Henne - QB jovem em sua primeira temporada como titular - foi obrigado a resolver tudo com o braço. Ele até ganhou uns jogos com a ajuda da defesa, mas era muito mais responsabilidade do que ele deveria receber nessa altura do campeonato. O time não resistiu, ficou fora dos playoffs. O ataque terrestre do Dolphins em 2011 é totalmente diferente: os dois veteranos foram embora (ao contrário do que disse sábado, falha minha), e o time trouxe Reggie "Esqueleto de vidro" Bush pra assumir um papel mais importante no jogo terrestre (e também recebendo passes curtos), dividindo as corridas com o calouro Daniel Thomas.

Mas mesmo com o jogo terrestre, se o Dolphins quer ser levado a sério, o Chad Henne vai ter que assumir um papel central no time. Em 2010 ele foi empurrado para esse papel pela ineficiência do jogo terrestre, o plano era deixá-lo um pouco mais em segundo plano ganhando experiência e rodagem, mas agora está na hora dele assumir o ataque do time. O ataque terrestre ainda está se arrumando, e pra esse time ganhar o Henne vai ter que usar seu braço forte pra avançar o time por cima. Ele não precisa ser Brady, mas ele precisa pelo menos ser capaz de ganhar jogos com alguma regularidade para poder fazer o ataque ser realmente eficiente. Como ele se desenvolve - especialmente a relação dentro de campo com o ótimo WR Brandon Marshall - vai ser a grande história a se acompanhar da temporada 2011 do Dolphins.


Tentando tirar uma casquinha do Leon Washington


New York Jets (11-5)
Uma velha máxima da NFL diz que ataques ganham jogos, mas defesas ganham campeonatos. Se é verdade ou não eu não sei, mas os Jets levam essa frase bem a sério. Ao ponto de que o próprio time do Jets é montado para vencer nas costas de sua defesa.

Quem viu o jogo domingo a noite entre Jets e Cowboys sabe do que eu falo. A vitória foi pro currículo do Mark Sanchez, mas quem virou o jogo foi a defesa. O técnico do Jets, Rex Ryan, é um coordenador defensivo de muito sucesso na Liga, montou a defesa do Ravens do começo da década que foi uma das melhores de todos os tempos, e quando virou Head Coach levou consigo sua mentalidade defensiva. A defesa do Jets é um ferrolho muito interessante, porque apesar de jogar no esquema 3-4, ela não segue o padrão básico dessa defesa (três homens de linha e os dois OLBs indo para a pressão), a esquema usa um número infinito de variações de movimentação, de blitz e de cobertura que deixam qualquer QB doido. Uma hora os cinco homens padrão do esquema estão indo pra pressão, na jogada seguinte quem vai é o ILB e o OLB faz a cobertura do meio, na outra o ILB vai pra blitz mas o DE volta para cobrir, na outra tem um safety na blitz... É uma enorme variação, a defesa do Jets tem muitos jogadores capazes de chegar no QB e eles usam todos eles com uma criatividade e inteligência absurda.

E essa loucura só funciona porque o time confia na capacidade do CB Darrelle Revis de anular o melhor WR adversário numa marcação homem a homem. Os Cornerbacks costumam defender contra o passe de duas formas, marcações individuais e por zona, mas o Revis no Jets SÓ joga na marcação individual. A ideia do time é que ele vai ser capaz de totalmente anular aquele jogador, de forma que todos os esquemas de cobertura são pensados para proteger o resto da defesa, nunca o jogador pelo qual o Revis fica responsável. Uma responsabilidade tremenda, mas ele é tão bom que parece fácil.

Já no ataque, o time tem alguns problemas. O Ravens de 2000 (que tinha o Rex Ryan como coordenador defensivo) provou que você não precisa de um grande ataque pra ganhar se tiver uma defesa sólida e um bom corredor para tirar seu QB de situações apertadas. O Jets também segue esse modelo ao pé da letra, confiando em um ataque terrestre que foi muito sólido nas últimas duas temporadas e deixando os passes do Mark Sanchez para as situações mais necessárias. Em 2009 o veterano Thomas Jones teve uma temporada espetacular correndo com a bola, e em 2010 o time mandou Jones embora pra se dedicar ao então calouro Shonne Greene. Greene não correspondeu tão bem como esperado, mas o veteraníssimo Ladainiam Tomlinson reviveu sua carreira em NY e o ataque terrestre do time mais uma vez levou o Jets para frente. Mas em 2011, Greene ainda tem que se mostrar um RB titular e muitos (eu incluso) não acreditam que LT tenha mais uma temporada dessas pela frente, então o ataque do Jets - que sempre foi fraco mas sempre conseguiu ganhar os jogos com avanços lentos e passes curtos para conversões curtas - corre o risco de afundar ainda mais e atrapalhar o time.

A solução pra essa estagnação é confiar mais no Sanchez para lançar a bola. O problema é que até agora ele não se mostrou confiável. Conseguia convertar jogadas curtas - ajudado pelas jardas do seu jogo terrestre - aproveitando dos seus bons alvos, mas não era capaz de controlar o ritmo de jogo, distribuir as jogadas, fazer o ataque render de forma explosiva e, principalmente, cuidar da bola evitando turnovers. Se ele não conseguir dar esse salto, o ataque pode afundar a temporada 2011 do Jets. Se ele conseguir dar um salto de verdade, o Jets pode até chegar a ser campeão do Super Bowl. Ou seja, pode ir até o topo ou pode cair pra fora dos playoffs. Tem uma aposta mais legal do que essa? Só esse teste dos culhões do Mark Sanchez já devem valer a temporada 2011 do Jets.


Montinhos nem sempre são amigáveis na NFL
Buffalo Bills (4-12)
Algumas pessoas simplesmente gostam de times ruins, acham divertido acompanhar seu crescimento e torcem para que eles surpreendam os times bons. Outras não tem paciência pra isso, acham um saco assistir ao jogo feio de um time sem graça e sem aspirações pra temporada e evitam esses times. Se você se enquadra no segundo grupo, portanto, recomendo que não leia o resto dessa coluna, porque o Bills simplesmente é ruim.

O Bills é um time irrelevante na Liga desde a aposentadoria do grande Jim Kelly, e nos últimos anos o Bills colecionou fracassos em todas as formas possíveis, pelo Draft, pela Free Agency, dentro de campo. O time, portanto, estava passando por mais um dos seus muitos processos de reformulação (o famoso "taca tudo no lixo e começa do zero") quando o time conseguiu algo inesperado: Um Quarterback.

O Quarterback é a peça central de qualquer ataque, e o jeito mais fácil de melhorar um time é melhorando o seu Quarterback. O time acabou trazendo Ryan Fitzpatrick para o time, e colocando o moleque de titular. Fitzpatrick começou devagar, mas foi melhorando, melhorando e acabou terminando muito bem a temporada 2010, e começou ainda melhor a temporada 2011. Ou seja, o Bills está convencido de que achou seu Franchise Quarterback no Fitzpatrick e que ele é bom o bastante pra aguentar a reconstrução do time. Mas o ouro que o time achou está no fato (caso ele seja mesmo um Franchise QB) é muito jovem, e pode acompanhar o processo de reconstrução. Aos trancos e barrancos, o time está juntando um bom nível de talento: O WR Steve Johnson, o RB CJ Spiller, os DTs Kyle Williams e Marcell Dareus, e o Safety Jairus Byrd. O time está num processo de reconstrução, o que significa que eles ainda vão ser ruins por mais algum tempo antes de terem a chance de serem realmente bons. Times como Lions e Bucs tiveram saltos grandes com seus novatos, então o Bills pode sonhar, mas a probabilidade é que o time demore ainda uns anos antes de voltar aos playoffs. Ou seja, jovem e interessante por um lado, fraco e cansativo por outro. Escolha o seu!

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