Depois de um time do Colts ter me feito queimar a língua ontem ao falar que o Sunday Night seria um massacre chato de um time só (quando na verdade foi um jogo extremamente divertido e disputado), está na hora de postar de novo, dessa vez sobre a AFC North do mesmo Pittsburgh Steelers que quase conseguiu perder ontem. Se Deus quiser até o final da semana a gente já posta todos os times - e a partir da semana quatro já ta na hora de fazer nossas análises com um embasamento razoável.
O último Neanderthal e suas madeixas
Pittsburgh Steelers (12-4)
Os atuais vice campeões da NFL fizeram o que se espera de um time que esteve a um passo e seis pontos do título em 2010: Manteve os principais jogadores importantes e tentou trazer outros jogadores que porventura pudessem reforçar a equipe para mais uma tentativa de título. E se o time não trouxe grandes reforços de peso, o time sabe que pode esperar isso do próprio elenco: Ano passado o time perdeu um sem número de jogadores importantes por lesão, inclusive TRÊS titulares da linha ofensiva e dois da linha defensiva, sem falar que os dois melhores jogadores defensivos do time - O Safety Troy Polamalu e o OLB James Harrison - jogaram a pós temporada no sacrifício. Se as lesões não maltratarem o forte time de Pittsburgh, é um candidato muito forte ao título da temporada.
O núcleo do Steelers é um dos mais completos da Liga: Uma defesa espetacular e um ataque explosivo. A sua defesa é uma das mais fortes da Liga em muito tempo, está recheada de grandes jogadores e possui pelo menos três craques que podem fazer a diferença a qualquer momento, Polamalu, Harrison e LaMar Woodley. Polamalu em particular é um jogador fora de série, extremamente completo, faz interceptações, coloca pressão no Quarterback e é excelente reconhecendo jogadas na linha de scrimmage. Nas costas dessa defesa o time foi campeão duas vezes na última década, em 2005 e 2008, mas falar que o Steelers só depende da defesa é subestimar o poder de fogo desse ataque. Liderado por um dos QBs mais durões de toda a Liga, Big Ben Roethlisberger, o ataque possui (tirando, talvez, uma linha ofensiva um pouco suspeita) todas as peças que um grande ataque tem: Um QB muito decisivo, com um braço muito forte e extremamente competente escapando de sacks; uma dupla de RBs versátil e explosiva que se complementa muito bem e é capaz de segurar suas pontas em jogos duros; uma dupla de WRs titulares composta de um jogador de possession, aquele jogador que joga em rotas mais medianas mas que é o jogador que você procura no aperto (Hines Ward) e um burner, um monstro de velocidade que usa o braço do QB para converter jogadas longas (Mike Wallace), que também é extremamente explosivo em jogadas curtas; e um Tight End que se não é brilhante, é muito eficiente.
Ou seja, o Steelers é um time completo, cheio de estrelas (O time tem pelo menos 8 jogadores de nível All Pro: Casey Kotchman (DT), Maurkice Pouncey (C), Big Ben, Wallace, Ward, Polamalu, Woodley e Harrison) e que está jogando junto há muito tempo, o que faz muita diferença. O time é maduro e já passou por muitas pós temporadas e títulos, um time experiênte e veterano que sabe o que tem que fazer para vencer - e sabe que tem o que é preciso pra vencer. O inicio de temporada do time foi desanimador, mas ainda é um dos times mais preparados para ir longe.
Tentar estrangular o QB adversário é uma
técnica muito popular nos dias de hoje
Baltimore Ravens (12-4)
Assim como seu maior rival Steelers, o Ravens é um time que se manteve competitivo ao longo da década com sua fortíssima defesa, sendo que a defesa do Ravens de 2000 (que foi campeã do Super Bowl mesmo com um dos piores QBs da NFL) é amplamente considerada uma das melhores de todos os tempos. Mas o Ravens é um time que ainda está tendo alguns problemas para achar um ataque que possa complementar essa defesa - que não é mais tão dominante como já foi um dia - para voltar a brigar pelos títulos.
A defesa do Ravens ainda tem jogadores que estão na elite defensiva da Liga, especialmente a dupla veterana formada pela águia magnética, Ed Reed (Safety), e Ray Lewis (MLB), que junto do Terrell Suggs (OLB) e do Haloti Ngata (DT) formam um quarteto que nenhuma defesa tem igual em termos de talento - tirando, talvez, a do Steelers. O problema é que tirando Ngata esses jogadores já estão ficando velhos, ainda dominam jogos mas não com a mesma regularidade e intensidade de outras épocas. Por isso a necessidade do Ravens de buscar um ataque explosivo pra complementar isso tudo - e o fato de ainda não ter conseguido impede que o Ravens seja realmente um competidor. O ataque do Ravens - e a analogia não é minha - estava sendo um daqueles restaurantes que oferecem 500 opções no menu, mas nenhuma é uma especialidade da casa a ponto de valor por si só uma refeição. O ataque do Ravens tinha um pouco de tudo, era capaz de fazer vários tipos de jogada, mas nos playoffs - quando os jogos são muito mais apertados, as defesas mais intensas e os jogos muito mais difíceis - o time sentia falta de uma identidade no ataque, um pequeno número de jogadas que o time se sentisse mais confortável e executasse com mais precisão. Mesmo possuindo jogadores habilidosos como o RB Ray Rice e o WR Anquan Boldin, o time não conseguiu fazer o ataque funcionar.
A esperança para essa temporada está nas costas do QB Joe Flacco e seu braço de canhão. Flacco desde que entrou na Liga mostrou que era um jogador talentoso com um braço muito forte, mas também muito inconsistente e até agora incapaz de aparecer bem em jogos decisivos. A esperança do time é que Flacco possa evoluir mais um degrau (Está indo apenas para a sua terceira temporada) e ser o líder do ataque que o time está precisando. Ele tem tido boas partidas na temporada, mas resta ver se ele consegue desenvolver a regularidade e o controle sobre o ataque que esse time precisa. O Ravens está a um grande QB de ser um time de Super Bowl, e eles esperam que Flacco possa virar um. De preferência cedo do que tarde.
Definitivamente, Papai Noel não gosta de Cleveland...
Cleveland Browns (5-11)
Mas como nenhuma divisão é perfeita, depois desses dois grandes times temos dois dos piores times da Liga em 2010, começando pelo Cleveland Browns. O Browns não está no supremo inferno, e embora estivesse a caminho dele, conseguiu se recuperar a tempo. Mas o Browns ainda está naquela situação irritante de time que está começando a sair do fundo do poço, mas ainda está longe demais da luz para ser interessante (veja o Lions do ano passado, por exemplo, que também saiu do fundo do poço mas estava muito mais bem montado e mais avançado na recuperação). O time conseguiu trocentas escolhas de Draft depois que trocou a sua sexta escolha com o Falcons, e sabe que a reconstrução do time vai levar ainda algum tempo - e não tem pressa. Na NFL, o melhor jeito de reconstruir um time é sendo ruim com paciência e aproveitando bem o Draft. E o Browns está seguindo isso ao pé da letra.
O que não quer dizer que o Browns não tenha NADA que preste. Eu gosto demais do jovem QB do time, o Colt McCoy, desde que ele jogava na Universidade do Texas, e acompanhei ele de perto quando fez a transição pra NFL. Entrou muito cedo pra jogar, ainda está um pouco cru e apenas aprendendo um novo sistema, mas ele é um vencedor e é extremamente competitivo, ele nunca para de treinar e evoluir e tem muito talento ainda pra queimar. A falta de um alvo confiável tem atrapalhado muito seu jogo, mas o time tem um ótimo RB (Que é importantíssimo pra tirar a pressão de um QB, ainda que o Peyton Hillis esteja machucado no momento) e uma boa linha ofensiva. Junte a isso o fato de que são todos ainda jovens, que o time tem a escolha de primeira rodada do Falcons ano que vem (além da sua, que deve ser alta) e mais uns dois ou três playmakers na defesa (Especialmente o Cornerback Joe Haden) . O time é ruim, não tem um futuro imediatamente brilhante, mas está dando os pequenos passos para sair do fundo do poço. Ta no caminho certo, vamos ver se continua até o final.
Os Patriots se curvam ao talento de Chad Ochocinco
Cincinnati Bengals (4-12)
O Bengals, assim como o Browns, foi um dos piores times de 2010. Mas ao contrário do Browns, o Bengals não está em um caminho claro que normalmente leva ao sucesso. Pelo contrário, o Bengals parece estar vagando a esmo tentando achar uma saida para a sua situação. Depois de montar um time muito eficiente em 2009 e tropeçar nas próprias pernas (Leia-se na fraca atuação do seu QB, Carson Palmer, e dos seus Wide Receivers) nos playoffs, o time achou que conseguiria o mesmo sucesso no ano seguinte mantendo a mesma base, o que foi um fracasso: Lesões na forte defesa do time evitaram que o seu bom pass rush de 2009 aparecesse mais uma vez, e o ataque não foi nem sombra do que tinha sido antes, especialmente porque o Carson Palmer odiou jogar com a dupla Chad Ochocinco (Agora no Patriots) e Terrell Owens (Agora em casa) e teve uma temporada péssima. Na offseason, o time ainda perdeu seu melhor jogador defensivo (o Cornerback Jonathan Joseph, que foi para o Bengals) e o repôs com um veterano no final da sua carreira (Nate Clements).
Ao mesmo tempo, Palmer disse que se não fosse trocado, iria se aposentar, e que não jogaria mais pelo Bengals. O time ficou de birra e não quis trocar ele, então draftou o calouro Andy Dalton e o bom WR AJ Green pra serem a base do ataque, que manteve o RB Cedric Benson. Agora veja a situação do Bengals: O time tem uma defesa com alguns bons jogadores jovens, mas que também conta com vários veteranos, e tentou solucionar os problemas do ataque com dois calouros, pegando quem tinha na hora porque pegar um QB na segunda rodada e tacar ele pra começar de cara raramente funciona. Parece um plano previamente determinado para colocar o time no caminho da reconstrução? Pra mim não. Talvez o time não estivesse numa boa situação para começar uma reconstrução, mas o time tentou de qualquer jeito e o resultado não foi animador.
O Andy Dalton realmente foi a solução de momento e desde aquela época já se tinha a noção de que se o Bengals não draftasse um QB na primeira rodada (leia-se: Blaine Gabbert), faria isso na segunda e jogaria o cara aos tubarões. O Dalton, segundo os olheiros, era o cara mais pronto pra começar jogando na NFL dos QBs dessa turma. De fato, nos dois primeiros jogos, ele fez um ótimo papel, com QB rating de 108. Só que a canoa virou contra o seu 49ers, com duas interceptações no jogo mais feio da temporada até agora.
ResponderExcluirEntão, assim, esperando que o AJ Green desenvolva normalmente, eu colocaria alguma fé no Dalton. Os WRs do time tem potencial, apesar de o Shipley estar fora da temporada e o Jerome Simpson ter sido pego com 5 quilos de maconha, (reduzindo a quantidade de WR veteranos a 1, o Andre Caldwell, sendo o resto feito de calouros).
Tudo no Bengals é sempre culpa do dono Mike Brown, que só pensa nas verdinhas e tal. É uma versão gorda do Al Davis. Putz, o Bengals não tem GM, não tem olheiro, tem um dono mão-de-vaca. É dificil reconstruir um time assim. Tinha todo o teto salarial do mundo pra manter o JJo e deixou o cara ir pra Houston. Esse time não faz sentido. E me pergunto como eu ainda torço pra ele. Vida de torcedor é dura.
Torcedor do Bengals é osso, mas... ei, eu torço para o 49ers, não posso falar nada hehe
ResponderExcluirPra mim o problema do Bengals é mau planejamento. O time fez a leitura errada da situação pelo segundo ano seguido e pegou desnecessariamente um Quarterback. O Lions ensinou todo mundo a fazer uma reconstrução: Pegar o melhor jogador disponivel no Draft, não se apressar para pegar um QB (só pegou quando teve a primeira escolha, por exemplo), não trazer veteranos caros para tapar buracos e etc.
Mas o Bengals achou que tinha time pra ganhar agora com o Dalton e trocou um QB mutio jovem (JJ) por um veterano overpaid (Nate Clements)... O Bengals tentou ser um time que não é, e sua reconstrução foi atrasada mais uma vez. AJ Green é muito bom e realmente valia mais a pena pegar ele do que o Gabbert ali, mas o Dalton foi um erro.