Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Palpites da Semana - Rodada 3


As duas primeiras semanas da temporada regular da NFL são bastante cruéis e enganadoras. Sim, as campanhas delas são importantes para disputar quem vai para os playoffs e tudo mais, mas a principal função delas é criar ilusões em nossas mentes para depois destruí-las.
E em geral elas trabalham em conjunto: a primeira é uma semana onde, com muito pouca base anterior, nós adoramos tirar conclusões, criar cenários para o resto do ano, e basicamente tomar nossas primeiras impressões — baseadas em uma amostra minúscula e insignificante — como verdades. E, munidos dessas primeiras impressões, nós vamos para a semana 2… onde essas primeiras impressões se repetem (e, nesse caso, achamos que elas se confirmaram!) ou são destruídas (e nesse caso achamos que elas eram completas fraudes). Ou a Semana 2 já nos destrói as ilusões, ou reforça-as para que possivelmente sejam destruídas depois. Um trabalho lindo.
Por isso é sempre importante lembrar que NADA está definido ou confirmado em duas semanas. Muitas das primeiras impressões “destruídas” na Semana 2 estavam corretas, e muitas “confirmadas” estão longe de ser verdade. O maior erro que pode ser cometido nesse momento é ler demais em duas semanas e ignorar todo o resto de informação que temos à nossa disposição. Analogamente, o ideal é ter criticidade na hora de separar as informações: nós tínhamos uma opinião formada de cada time, e agora estamos lentamente ganhando novas informações a respeito de cada um deles para tornar o cenário mais completo. Não podemos jogar fora nossas ideias iniciais, mas não podemos ignorar também o que tem acontecido — o certo é colocar essas primeiras impressões em contexto, tentar separar o que é verdade e o que não é, e usar isso para ajustar nossas impressões originais. E assim vamos construindo uma imagem cada vez mais completa de cada time.

E então é isso que vamos fazer essa semana: ver quais foram as primeiras impressões de cada time na semana 1, como elas foram confirmadas ou não na semana 2, e o que esperar delas daqui para frente.


PARA LER O RESTO DA COLUNA, ACESSE O MEDIUM DO CANAL ZONA FA CLICANDO AQUI.

sábado, 10 de setembro de 2016

TM Warning na Fox Sports!



Pessoal, é com grande alegria que informo que hoje, sábado dia 10/09, farei minha primeira aparição com comentarista de TV.

Mais especificamente, a convite da emissora, estarei ao vivo hoje na Fox Sports, ao lado do Thiago Alves, para comentar o jogo entre Yankees e Rays, às 17h.

Espero que vocês possam assistir e nos deem uma força na transmissão! Quando possível, estarei interagindo e respondendo a dúvidas e perguntas sobre baseball através do twitter, que para quem não sabe é www.twitter.com/tmwarning.

Obrigado ao apoio de todos, à Fox Sports pelo convite, e ao grande Almir Junior pela ajuda em fazer isso acontecer!!

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Palpites da rodada - Semana 1

A temporada chegou de fininho, mas chegou!


Caso você tenha morado em uma caverna nos últimos três meses — e caso por algum motivo tenha, eu recomendo fortemente ouvir os nossos podcasts pra saber o que esperar da temporada — você talvez não saiba, mas essa quinta feira (dia 08/09) temos o retorno de algo imensamente importante para manter o equilíbrio do mundo: a National Football League.

E para comemorar estou retomando uma das tradições mais antigas do Two-Minute Warning, meu blog de longa data: os palpites da rodada.

Embora eu não seja um grande fã de palpites — que em geral não passam de um chute bem educado — eu descobri que esse é um bom formato para falar rapidamente de tudo um pouco, e um pouco de tudo, sobre os 32 times da NFL. O formato é bem simples: eu coloco um jogo, digo quem eu acho que ganha, e em geral digo o porquê desse palpite. Ai eu aproveito para falar de algum tema interessante ou relevante sobre aqueles times, algo que não merece uma coluna ou assunto num podcast, mas que vale a pena falar. Ai eu passo para outro jogo. É a melhor forma de fazer uma rápida ronda pelo que está acontecendo na NFL, e em geral é uma coluna bem popular que agora vai passar a ser aqui no ZONA FA.

PARA LER O RESTO DESSA COLUNA, ENTRE NO MEDIUM DO ZONA F.A. CLICANDO AQUI.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Hack a Cast #20 - Especial Kobe Bryant, com Denis Botana



Tem Hack a Cast novo no ar!!

Com a aposentadoria de Kobe Bryant sendo um dos assuntos mais discutidos da temporada 2016 da NBA, nada mais justo do que dedicar um episódio inteiro do nosso podcast a essa lenda do basquete.

Para isso recebemos outro de meus ídolos e para mim o melhor escritor de basquete no Brasil: Denis Botana, do fantástico site Bola Presa.

Durante uma hora e meia, eu, Denis e meu parceiro de sempre Vinicius Veiga discutimos sobre a carreira e aposentadoria de Kobe Bryant, suas diferentes "fases" e mudanças ao longo da carreira, suas semelhantes com seu ídolo Michael Jordan, seu declínio e lesões nos últimos anos, sua importância para o esporte, e relembramos algumas das nossas histórias e experiências favoritas com Kobe.

Nossa homenagem cheia de memórias a um dos jogadores mais memoráveis, polarizadores e brilhantes da história do basquete. Confiram!!

Lembrando também que o Hack a Cast está no Soundcloud, no iTunes e no seu aplicativo favorito de podcasts. Assine nosso canal, e se possível por favor nos avaliem e deixem seu comentário, para nos ajudar a continuar trazendo esse conteúdo especial de NBA para vocês!

(E não esqueçam de ler meu texto sobre mim, Kevin Durant, e preferências pessoais quando falamos de esportes!)





segunda-feira, 25 de julho de 2016

Uma coluna sobre mim, e Kevin Durant



Quando Kevin Durant anunciou sua decisão de ir para o Golden State Warriors formar um dos times mais talentosos da história da NBA, o que não faltou foi ver as famosas "hot takes" - opiniões fortes, polêmicas e muitas vezes idiotas - pipocando na internet. Muita gente ofendendo Durant e dizendo que ele era um covarde, ou um perdedor, ou coisa do tipo por ter tomado a decisão DELE, que fazia sentido para ELE, e que afeta a vida DELE. 

E é normal pessoas não gostarem da decisão do Durant. Ela afeta vários fatores que diversas pessoas consideram importantes: muitas valorizam a competição dentro da NBA, por exemplo, e a ida de Durant não só adicionou um jogador Top3 da NBA a um time que venceu 73 jogos ano passado e esteve a 5 minutos de dois títulos seguidos, como ainda derrubou da disputa o único time no Oeste que realmente assustava o Warriors. Outros podem valorizar o jogador que passa a carreira inteira no mesmo time e tem um peso enorme que vai muito além do basquete, virando um símbolo da franquia e da cidade (Duncan, Dirk, Kobe alguns exemplos recentes que vem à mente), e Durant - o símbolo do basquete de OKC - deixando a cidade nos privou de ver mais uma história dessas com um dos melhores atletas da nossa geração. A preferência dessas pessoas foi afetada negativamente pelo cenário que se formou na NBA após essa decisão.

Ou seja, é comum que pessoas se sintam, em um nível pessoal, incomodadas com a decisão de Durant. Cada um de nós tem um conjunto de preferências e vontades, coisas que valorizam e que buscam, e a decisão de Durant pode ter contrariado muitas dessas. Então a nossa reação natural é de decepção, afinal a realidade não seguiu as nossas expectativas, e por isso desgostamos dessa realidade. Gostaríamos que fosse diferente, ressentimos de como aconteceu, e lamentamos. É a natureza humana, e isso não tem nenhum problema.

O problema é não reconhecer que existe mais do que um tipo de preferência e de ponto de vista no mundo, e que não necessariamente todos tem que seguir o mesmo. Ao mesmo tempo que a decisão de Durant afetou negativamente muitas pessoas por ir de encontro às suas preferências, certamente existe muitas outras pessoas cujo conjunto de preferências foi afetado positivamente pela ida de KD a Golden State, e que agora estão felizes e elogiando a decisão.

E também, claro, tem o lado da pessoa mais importante nessa história toda: Kevin Durant. Todo mundo quis atribuir motivos à sua decisão - ele quer vencer do jeito mais fácil, ele não quer a pressão de ser uma estrela, etc - mas a verdade é que ninguém faz ideia do que levou ele a tomar a decisão. E se ele simplesmente não estivesse feliz jogando em OKC? E se ele não gostasse de jogar com Westbrook, ou no esquema ofensivo estagnado do Thunder? E se ele quisesse um novo começo, morar em San Francisco, ou jogar em um time com um estilo diferente? A gente não sabe, e nunca vai saber. Os motivos são dele. E por isso é besteira tentar atribuir motivos para o que o jogador fez ou deixou de fazer, especialmente aqueles que convenientemente servem à narrativa que queremos criar por causa das nossas próprias preferências.

Em outras palavras, o que nós discutimos não é se a decisão de Durant foi certa ou errada. Nós discutimos como ela afetou as NOSSAS preferências, e qual a nossa reação pessoal a elas. Mas ninguém admite isso. E um dos motivos é porque queremos excluir ao máximo o "eu" quando discutimos de esporte - se você começa a falar das suas visões e preferências, de repente sua opinião vai ser considerada mais subjetiva do que objetiva, e talvez ser menos considerada. E por isso tanta gente tenta omitir o "eu" da conversa e falar como se existissem fatos sobre o que é certo ou errado, sobre o que Durant deveria ou não ter feito, e começa a criar rótulos e narrativas imbecis para tentar explicar porque Kevin Durant - um ser humano tão complexo quanto todos nós, com gostos, preferências, ideias e objetivas totalmente próprios que não dizem respeito a nenhum de nós - tomou uma decisão que vai de contro à nossa configuração pessoal enquanto indivíduos.

Em resumo, é perfeitamente normal para um fã ou torcedor se sentir traído pela decisão de Kevin Durant (o lado irracional, passional do torcedor), mas não achar que isso faz de Kevin Durant um traidor (o racional, baseado em fatos)... mas é isso que as pessoas tentam fazer, racionalizar sua irracionalidade para torná-la mais "aceitável" e transformar aquilo em um fato... e isso que é o mais absurdo.

Kevin Durant tomou a decisão de ir para o Warriors, o que diminui a competitividade da NBA e forma um time claramente superior (no papel) aos demais. Mas eu gosto de competitividade e rivalidades, e não gosto de times favoritos. Então a decisão de Durant foi contra o meu gosto. Então, ao invés de reconhecer que ele funciona diferente de mim e teve razões diferentes das minhas para tomar uma decisão que não me dizia respeito, e assumir que eu simplesmente não gostei da decisão, eu vou ficar falando que o Durant é medroso, que é covarde, que é desleal, etc e tal para tentar justificar como EU me sinto em relação a ele.

Desnecessário dizer o quão idiota é isso. Mas é o mundo esportivo como vivemos hoje, infelizmente. Ninguém quer admitir que sua reação a um fator as vezes é totalmente pessoal e baseada nas suas individualidades. E claro, ninguém quer admitir que possa existir outras pessoas que veem o mundo diferente que você - todo mundo só quer estar certo (e isso se estende MUITO além dos esportes, btw).

Então claro que, quando eu declarei no Twitter que a decisão de Durant era interessante e que eu estava ansioso por ver como seria esse time do Warriors - ao invés de criticar seu caráter e sua decisão - nem todo mundo entendeu meu ponto de vista. Para colocar de forma leve.

E um seguidor, particularmente revoltado, declarou que meu problema era preferir ver um grande time do que ver a liga sendo equilibrada e competitiva. Quando eu neguei que fosse o caso, ele questionou então: "Então o que você quer ver da NBA?".

Embora a pergunta tenha sido feita em tom de crítica, ela me fez pensar. Assim como todo mundo tem suas preferências, eu tenho as minhas, mas nunca tinha parado para pensar a fundo na questão. Eu acompanho esportes desde que me lembro, e embora torça pelos meus times, eu sempre dei uma importância maior para os esportes em si do que só assistir pelos meus times. Eu, como qualquer um, também quero ver certas coisas acontecendo, e fico feliz ou triste, animado ou decepcionado, quando algum acontecimento ou fato vai de acordo ou contra meus gostos pessoais.

Mas, no final, eu voltava para a mesma pergunta.

O que eu quero quando se trata de esportes?

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Para responder a essa pergunta, eu preciso fazer um paralelo com uma das minhas obras favoritas.

Hunter x Hunter é um mangá de Yoshihiro Togashi, mais conhecido no Brasil por sua outra obra famosa, YuYu Hakusho (sim, aquele da Manchete). A obra conta a história de "hunters", ou "caçadores": são pessoas que passam a vida "caçando", "procurando" ou "buscando" alguma coisa (dependendo da tradução que você quiser usar). E o que um Hunter procura pode ser qualquer coisa que o atraia: alguns passam a vida procurando criminosos, outros procuram novas espécies de animais. Alguns procuram jóias raras, e outros procuram achados arqueológicos. Não importa o que, mas todos tem que procurar alguma coisa, em geral motivados pelo desejo de aventura e sede de conhecer o desconhecido. É uma das melhores obras que já li, tanto para o gênero de ação como pela genialidade da mensagem de algumas das suas sagas, e recomendo para os fãs do gênero.

E em Hunter x Hunter existe um personagem chamado Ging Freecs. Ging é um Hunter bastante famoso, considerado um dos personagens mais habilidosos e poderosos da saga e, por muitos, o melhor Hunter do mundo. No entanto, Ging também é considerado um grande mistério: alguém que desaparece com frequência, faz as coisas do seu jeito sem pensar em mais nada, que está constantemente mudando de ideia e de objetivos, e que é praticamente impossível de se encontrar já que nunca fica parado no mesmo lugar. Embora ele seja um Hunter de arqueologia, ninguém sabe exatamente o que ele quer ou o que está buscando na vida. Ele vai aparecer onde e quando quiser, e desaparecer para cuidar dos seus assuntos na maior parte do tempo.

Em dado momento, um outro personagem pergunta a Ging exatamente o que ele procura. Qual é seu objetivo final, o que ele almeja encontrar.

A resposta? "O que eu procuro... é alguma coisa que não consigo enxergar diante de mim".

Eu sempre achei isso genial. Ging não tem um objetivo fixo: ele sempre está à procura de algo novo, de algum novo desafio, algo que ele ainda não tem e terá prazer em ir atrás. O que é essa coisa, na verdade, não importa. O que ele quer é o desafio e a emoção da jornada, o que importa para ele é o caminho, e não onde esse caminho leva. Quando atingir seu objetivo, ele parou de ser interessante e é hora de procurar algo novo. Algo que ele não tem diante dele.

É exatamente assim que eu me sinto quando fã de esportes, e foi a conclusão que eu cheguei quando penso sobre o que eu quero como alguém que ama e acompanha esportes. O que eu quero ver acontecendo é algo que eu ainda não tenho.

Em outras palavras, respondendo à pergunta do internauta, eu não sei exatamente o que é que eu quero. E isso não é um problema, porque o que eu quero pode ser atingido independente de qual a forma. O que eu quero é algo novo, algo diferente e que nunca tenha visto antes. Eu quero a experiência de ver algo que me eleve a um patamar maior como fã de esporte. O que isso é, não importa de verdade. Pode vir sobre diferentes formas: uma virada espetacular, uma temporada que quebra recordes, um jogador diferente e único. Eu quero ver dois dos melhores jogadores da história da MLB tendo seus auges juntos. Eu quero ver uma rivalidade perfeita entre dois dos 5 maiores quarterbacks da história da NFL. Eu quero ver a maior virada da história dos esportes americanos. Eu quero ver um jogador aleatório vivendo uma história improvável e mágica com final feliz. Eu quero ver um jogador que muda a forma como eu (e a própria NBA) penso um esporte. Mesmo que, até essas coisas se concretizarem, eu não fazia ideia de que eu queria tanto elas.

Quando em 2010 LeBron anunciou sua decisão de deixar o Cavaliers para se juntar a Wade e Bosh em Miami, minha primeira reação foi negativa. Ao invés de vencer as dificuldades em Cleveland, LeBron parecia estar pegando o "caminho mais fácil" ao se juntar a duas outras superestrelas, e assim ele nunca se realizaria como completo superstar da NBA. Eu queria ver LeBron atingindo seu auge e superando as barreiras na própria força, não na força de Wade e Bosh.

Depois, eu percebi o quanto isso era idiotice. Eu ainda estava muito apegado ao estereótipo Jordan da superestrela que centraliza o jogo, arremessa todas as bolas e domina as atenções. O que eu percebi depois - e, felizmente, a tempo - é que LeBron era um jogador diferente, mais voltado para o jogo coletivo, e que ter grandes companheiros ao seu redor era uma condição importante para que James conseguisse tirar o máximo do seu jogo, e enfim atingisse todo seu imenso potencial como jogador de basquete. Isso nunca teria acontecido naqueles times horríveis de Cleveland. Então a decisão de LeBron, no final, acabou me proporcionando duas coisas que eu nunca poderia ter tido como fã de esportes se ele tivesse ficado em Cleveland: a possibilidade de ver o jogador mais talentoso que já assisti realizando seu potencial e atingindo seu auge como jogador de basquete, e ver um time tão bom, tão único e que jogava um basquete tão maravilhoso de se assistir como aquele Heat 2012-2013.

(Tangente rápida: uma grande pena que o Heat de LeBron nunca tenha conseguido uma temporada completa, do início ao fim, em plenos poderes. Em 2012, o time só atingiu seu auge nos playoffs, quando Bosh machucou, LeBron mudou para PF e o time descobriu seu small ball. E em 2013, o time chegou nos playoffs desgastado demais, cansado demais, e nunca jogou seu melhor basquete. Eles nunca tiveram aquela temporada completa chutando bundas a torto e a direito que mereciam. Nossa perda.)

Meu jogo favorito que assisti ao vivo? G4 da série entre Mavs e Blazers em 2011, na primeira rodada dos playoffs. Foi o jogo que Brandon Roy, praticamente fora da NBA a essa altura por causa dos problemas físicos que destruíram o que vinha sendo uma fantástica carreira, saiu do banco e milagrosamente voltou o relógio alguns anos, anotando 18 pontos - inclusive os oito finais do Blazers na partida - e dando quatro assistências no quarto período apenas, enquanto Portland tirou uma vantagem de 18 pontos de Dallas no período final para igualar a série em 2-2. Cinco anos depois, eu ainda lembro daquele jogo como se fosse hoje.

Esse jogo importou no grande esquema das coisas? Provavelmente não. Dallas ainda venceu a série em 6, e algumas semanas depois venceu o Miami Heat para conquistar seu primeiro título de NBA. Brandon Roy aposentou naquela offseason, voltou em 2012 e aposentou de vez algumas semanas depois.

Mas aquele ainda é, e sempre será, o jogo que eu lembro quando penso nos playoffs de 2011. Foi simplesmente perfeito: um dos meus jogadores favoritos e figura trágica da NBA, alguém que eu já tinha aceitado a decadência e sabia (ou achava que sabia) que nunca mais veria jogando no alto nível do passado, de repente se rejuvenescendo por 12 minutos e jogando talvez o basquete mais inspirado da sua vida, conduzindo uma das maiores viradas da história dos playoffs da NBA com uma das mais memoráveis performances da história da NBA em quartos períodos. Foi imprevisível, e foi emocionante de se contemplar. Ele me deu algo que eu nunca tinha visto, que eu nunca pensei que veria, e no final das coisas, uma memória para sempre.

Como Bill Simmons escreveu uma vez, nós fãs assistimos a 1000 jogos em busca de algo especial, algo único e fantástico, e 999 vezes ela não acontece. Mas quando tem a 1000th vez, ela acontece, e é algo que nunca mais vamos esquecer, e que fazem valer todo o esforço. A atuação de Brandon Roy foi a milionésima vez. Eu nunca esquecerei de assistir esse jogo enquanto viver.

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Então voltando ao ponto inicial: o que isso significa em relação a Kevin Durant?

Kevin Durant deixando o Thunder nos privou de muitas coisas boas. Ver aquele time jovem do Thunder que surgiu para o mundo em 2010 tentar subir a montanha, enfrentando seus próprios demônios e dificuldades para tentar chegar no topo da liga, era uma histórias mais interessantes de se acompanhar na NBA nesses últimos 7 anos. Ver aquele time enfim atingindo o topo, superando os poderosos Warriors e Cavs, sua crescente rivalidade com Golden State, a eterna dúvida se Durant e Westbrook algum dia achariam a forma ótima para conviver... são todas coisas que eram muito divertidas.

Eu queria muito ver a história do Thunder do começo ao fim, até por ser uma das histórias mais fáceis de se acompanhar: o time jovem e promissor de 2008/2009, o time dando um salto em 2010, a evolução nítida de 2011, finalmente chegando nas Finais em 2012, a troca de Harden e as lesões de Durant e Westbrook, a quase redenção em 2016... era uma história que muitos (inclusive eu) queriam ver tendo um final, e de preferência um final feliz. Era algo que eu queria ver, e agora (ou pelo menos por enquanto) não verei mais por causa da decisão de Durant.

Mas ao mesmo tempo, eu já vi antes times subindo a montanha e atingindo o título. Eu já vi times ultra-talentosos, mas de encaixe difícil, encontrando uma forma de coexistir e tirar o melhor de si mesmo rumo a um título. Eu já vi dois dos 5 melhores jogadores da NBA jogando juntos no seu auge. Não que seja uma história que não seja ótima de se rever várias vezes com diferentes protagonistas, mas não é exatamente algo novo para mim.

Mas eu nunca na vida vi um time de basquete tão talentoso - pelo menos no papel - quanto Golden State é agora com Kevin Durant. Eles tem a chance de fazer algo que eu nunca vi antes, de quebrar recordes e atingir um nível de basquete que eu nunca vi. Eu sempre me ressenti de nunca ter a chance de ver o Celtics de 86 ou o Bulls de 96 ao vivo - na minha opinião os dois melhores times de basquete da história da NBA - e agora tenho a chance de acompanhar um time que pode ser tão bom quanto, ou até melhor, do que esses dois times lendários. É uma oportunidade nova que essa decisão de Durant também trouxe.

E também tem o seguinte: é possível que, assim como LeBron, existe um jogador melhor dentro de Durant esperando para sair na situação certa, e com os companheiros certos. Larry Bird não teve seu auge como jogador de basquete em 1986 apenas porque, individualmente, ele estava no seu auge físico e técnico - um dos principais motivos é que o talento no Celtics ao seu redor teve um notório auge naquela temporada, e isso permitiu que Larry Legend explorasse mais partes do seu jogo que antes ele não tinha como: sua maestria nos passes, sua versatilidade para executar múltiplas funções, e até mesmo sua criatividade para tentar coisas novas quando os jogos estavam entediantes. Bird teve seu auge em parte porque o coletivo ao seu redor era melhor, e muito mais preparado para que ele tirasse o máximo de seu jogo.

Talvez o mesmo aconteça com Kevin Durant: em um time mais coletivo, com mais opções, com QI coletivo fora de série e tantos jogadores completos, talvez Durant agora pode focar em mostrar e elevar partes do seu jogo que não apareciam antes para nós tão bem. Com menor responsabilidade para pontuar, e com mais espaço do que nunca, pode ser que vejamos mais de Durant como passador e criador, ou que ele decida focar mais na sua defesa, que tem chance de ser excepcional. Talvez ele tenha mais assistências e mais roubos de bola do que nunca, e arremesse algo como 55-43-90 na temporada. Com seus companheiros melhores e jogando um estilo de basquete mais favorável, pode ser que o próprio Durant leve seu jogo a um nível que não tínhamos visto antes.

Isso tudo é melhor do que a chance de ver o Thunder ser campeão com Durant e Westbrook? Para mim agora é, e por um motivo simples: eu tenho a chance de ver tudo isso acontecendo agora, enquanto que ver o Thunder campeão com West e KD não. Qual é a graça de buscar algo que não existe mais? Por que se apegar a algo que deixou de existir, se eu posso ir atrás de novas possibilidades e novos objetivos, coisas que eu nunca tive antes e que podem cumprir seu papel para mim, de me levar a um patamar mais alto como fã do esporte? A decisão de Durant fechou algumas portas e nos privou de algo muito legal, mas ao mesmo tempo abriu outras portas e outras possibilidades. A grandeza que podemos ver hoje é diferente da de ontem, mas não necessariamente é pior.

Essa foi a lição que eu aprendi ao longo da vida esportiva. Ao invés de me apegar a algo que não existe mais, eu simplesmente começo a buscar algo novo toda vez que a situação mudar, e com isso eu - de novo, EU - posso aproveitar plenamente o que os esportes que eu tanto amo me oferecem. Durant nos tirou algumas coisas boas, mas nos oferece outras em troca: eu posso lamentar pela perda das primeiras, mas isso nunca pode me impedir de aproveitar e almejar as coisas novas que eu não poderia ter antes, e agora posso. As coisas mudam rápido demais nos esportes. Se não soubermos nos adaptar igualmente rápido, podemos perder chances únicas. Não importa o que eu quero. O que importa é que eu sempre quero algo novo, algo diferente, algo que vai me elevar a um patamar maior como fã de esportes. E quando isso acontecer, eu posso ficar satisfeito sabendo que, naquele momento, eu serei mais rico em experiências esportivas do que era antes. E, minutos depois, me preparar para buscar o próximo objetivo.

Ou pelo menos isso é o que eu sinto. Você é livre para sentir ou pensar algo totalmente diferente, com base nas suas próprias preferências e opiniões. Isso é perfeitamente normal.

Só é uma grande idiotice achar que o que você sente é a verdade do mundo, e que um jogador de basquete profissional que precisa pensar na sua própria vida e carreira e pensa diferente de você é um traidor. Ou um covarde. Ou qualquer outro adjetivo imbecil que tenha surgido desde o dia 4 de julho.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Hack a Cast #18 e #19 - Kevin Durant e a Free Agency



Tem Hack a Cast novo... e em dose dupla!!

Com a Free Agency em pleno vapor, eu e o Vinicius Veiga tivemos que fazer um podcast de emergência (com ajuda do Renato Gonçalves, do perfil NBA no Brasil) para discutir a polêmica decisão de Kevin Durant de se juntar ao Warriors: o que isso significa, como o Warriors deve ser daqui para frente, e quais as alternativas do Thunder nesse momento.

Depois, com mais calma, chamamos novamente o Renato para discutir o resto da Free Agency: Al Horford no Celtics, Dwight Howard no Hawks, os valores astronômicos da offseason, os grandes contratos da temporada, alguns times que fizeram barulho, e os nossos contratos preferidos.

Então aproveite nossa cobertura especial da offseason: duas horas e meia de podcast, só falando de NBA!!

Em tempo: Estamos agora no iTunes! Vocês podem nos achar procurando por Hack a Cast no iTunes ou em qualquer aplicativo de podcasts. Peço a todos os ouvintes que se possível nos avaliem e façam um comentário sobre o podcast: é pouca coisa, não custa mais do que cinco minutos, mas é importante para aumentar a projeção do nosso Hack a Cast e nos ajudar a continuar trazendo esse conteúdo para vocês.

Aproveitem!!

Hack a Cast #18 - Kevin Durant nos Warriors




Hack a Cast #19 - Free Agency da NBA










terça-feira, 28 de junho de 2016

Hack a Cast #17 - NBA Draft



Tem podcast novo no ar!!

Nessa edição, eu e o Vinicius Veiga recebemos um convidado muito especial, Gabriel Andrade do TimeOut Brasil, para falar muito do Draft da NBA!!

Falamos de prospectos internacionais, melhores e piores escolhas, trocas malucas, e analisamos as principais escolhas da noite!!!

Assine o Hack a Cast!!

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Novidade: Draft no Lance!



É com grande orgulho e alegria que, pelo secundo ano consecutivo, o portal Lancenet - um dos maiores portais esportivos do Brasil - vai fazer uma cobertura ao vivo do Draft da NBA!

Mais uma vez, o time será composto por mim, pelo Denis e o Danilo do Bola Presa, o Luis Araújo do Triple Double, e claro, nosso anfitrião Lucas Pastore, do Lance! e do Spurs Brasil.

Faremos comentários ao vivo durante o recrutamento através da ferramenta online do Lance!!


Mais perto divulgaremos os links para o companhamento, por isso nos siga no twitter e fique atento.

Prestigiem essa excelente iniciativa do Lance! e nossa cobertura mais que especial do Draft!

UPDATE: O link para acompanhar nossos comentários é https://t.co/iKLcnOcB1y

domingo, 12 de junho de 2016

Hack-a-Cast #15 - Finais da NBA, com Renato Gonçalves

Vitor Camargo recebe Renato Gonçalves para falar das Finais da NBA, se já podemos dar parabéns para o Warriors, se o Cavs é melhor sem Kevin Love, as atuações de Steph Curry, o performance de Kyrie Irving no G4, e muito mais!



quinta-feira, 2 de junho de 2016

Hack-A-Cast #14 - Finais da NBA e Thunder x Warriors



Nova edição do Hack-a-Cast! Nesta, Vinícius Veiga e Vitor Camargo falam sobre as finais de conferência do Leste e Oeste e fazem uma prévia do que esperar na decisão entre Golden State Warriors contra Cleveland Cavaliers.

Planilha de assuntos:

Minuto 5 - Finais Oeste

Minuto 39 - Finais Leste

Minuto 57 - Finais

1h8 - Perguntas
 

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Hack a Cast #13 - Especial: Scott Rafferty



Nesse Hack a Cast especial, tive a chance de falar com um dos meus ídolos do meio esportivo e editor chefe do excelente site Hardwood Paroxysm: Scott Rafferty.

Scott não é só o editor chefe do HP, mas também escreve para a revista Rolling Stones e para o Sporting News  - vocês realmente deveriam ler o que ele escreve, porque ele é muito bom.

Nesse episódio - excepcionalmente em inglês- eu e o Scott falamos sobre loteria, draft, Ingram vs Simmons, reconstrução pelo Draft, as opções do Celtics no #3, jovens times, Finais de conferência, e até possíveis pontos de interesses para as Finais. Um dos nosso melhores episódios!! Ouçam, compartilhem e espero que se divirtam tanto escutando-o como eu me diverti gravando.

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On this very special Hack a Cast, I talked to one of my sportswriting idols and editor-in-chief of the excellent Hardwood ParoxysmScott Rafferty.

Scott also writes for The Rolling Stones magazine and Sporting News , so you should really check his stuff out because he is really freaking good at it.

On this episode, Scott and I talked about lottery, NBA Draft, Ingram vs Simmons, rebuilding through draft, Boston's options at #3, young teams, conference finals, and even possible Finals previews. One of our best episodes ever! Please listen and share, and I hope you have as much fun listening to it as I did recording it.


segunda-feira, 16 de maio de 2016

Canal Zona F.A.



Bem, depois de muito tempo de planejamento e segredo, chegou a hora de vocês conhecerem o novo podcast e portal de Futebol Americano do Brasil... o Zona F.A.!

O Zona F.A. é uma junção de vários monstros do esporte: com suporte do nosso host e editor Gui Dellacoleta, a equipe conta com Pedro Pinto, Raphael Martins, Marcelo Ferrantini e Guilherme Beltrão, do Esporte Interativo, além deste que voz escreve. 

A proposta do Zona F.A. é muito semelhante com a que me levou a começar o Two-Minute Warning tantos anos atrás: trazer ao leitor um conteúdo diferenciado de futebol americano, que vai além das notícias e informações rápidas tradicionais e foca em fazer análises mais avançadas e técnicas.

Foi com essa proposta que nós seis nos juntamos e decidimos começar um podcast sobre futebol americano, podcast este que vocês podem encontrar no Soundcloud e/ou ouvir pelo iTunes ou pelo seu aplicativo de podcasts favorito: basta procurar por Zona F.A.

Além do podcast, nós também trazemos conteúdo diariamente para vocês através do nosso portal no Medium. Embora o podcast seja o nosso principal produto, o site também está sendo constantemente atualizado com informações, análises e tudo para trazer conteúdo adicional para o fã do esporte.

Vocês também podem (e devem!) nos seguir no twitter e no facebook, e podem entrar em contato conosco por essas redes sociais ou pelo email canalzonafa@gmail.com.

Então não percam tempo, conheçam nosso novo trabalho, prestigiem, deem feedback e aproveitem esse conteúdo de qualidade que estamos trazendo para vocês!!

Deixo abaixo o primeiro episódio do podcast, no qual nos apresentamos e falamos bastante sobre o Draft da NFL:


quinta-feira, 28 de abril de 2016

É hora de aposentar!

O final de carreira perfeito para Kobe Bryant


Enquanto Kobe Bryant concluía sua magnífica carreira com o agora lendário jogo de 60 pontos contra Utah, além de assistindo ao jogo e vibrando com cada cesta, eu estava conversando com o Denis, do Bola Presa. Embora conversar talvez não seja o melhor nome para mandar mensagens incoerentes como "EU NÃO ACREDITO", "ISSO ESTÁ MESMO ACONTECENDO?!" ou "VAI PRA 60!", o fato é que estávamos os dois comemorando e vibrando com o que estava acontecendo e tentar entender se era realmente verdade ou uma alucinação coletiva.

Quando enfim eu me acalmei e voltei a formar sentenças coerentes, eu comentei que essa tinha sido a despedida mais perfeita possível para Kobe Bryant e sua carreira: arremessando 50 bolas, anotando 60 pontos, acertando a bola da vitória, sendo o centro das atenções, com toda a fanfarra e pompa do mundo voltadas para ele. Ele foi o espetáculo, ele esteve no pedestal, e ele brilhou. Foi simplesmente perfeito. 

Ao mesmo tempo, eu comecei a pensar na aposentadoria de outra lenda da NBA ainda em atividade, Tim Duncan, e como a última coisa que ele iria querer no mundo seria uma despedida como a de Kobe. A despedida perfeita para Duncan, na verdade, seria o exato oposto: nenhuma fanfarra, nenhum anúncio, nenhuma festa, nada. O Spurs iria para casa depois de vencer mais um título, e Duncan simplesmente não apareceria mais no ginásio do Spurs até que caísse a grande ficha coletiva. Por mais brilhante que Duncan tenha sido, seria uma aposentadoria tão perfeita para ele como a festa dos 60 pontos foi para Kobe.

Com essa ideia, ficamos nos divertindo um pouco pensando como seria a aposentadoria perfeita para alguns veteranos, até que o Denis sugeriu que eu escrevesse uma coluna a respeito.

Bem, como diria o poeta... Challenge Accepted!

Separei alguns veteranos da NBA, e imaginei como seria a aposentadoria perfeita para encerrar a carreira de cada um deles. Aceito sugestões!


LeBron James: A aposentadoria do King James não será em um jogo oficial de NBA. Depois de passar o ano inteiro mandando indiretas nas redes sociais ("Quando seus companheiros não tem a mesma motivação que você, pode ser hora de reavaliar as escolhas"), King James confirma depois da derrota nas Finais (em um especial de 1h na ESPN, claro) que jogou seu último jogo de NBA, e que se aposentará oficialmente em um jogo comemorativo a ser disputado em Cleveland.

Assim, LeBron finalmente tem a chance de realizar seu sonho e jogar com seus melhores amigos na NBA: Chris Paul, Dwyane Wade, LeBron, Carmelo Anthony e Anderson Varejão (de andador) é o quinteto titular, no time "Amigos do LeBron". Enfrentando esse time está o "Inimigos do LeBron", composto de Kyrie Irving, JR Smith, Paul Pierce, Kevin Love e Joakim Noah. Nesse jogo, James finalmente pode se divertir e ser ele mesmo: jogando giz para o alto, fazendo dancinhas com seus amigos antes do jogo e no intervalo, mandando enterradas fantásticas e no-look passes, dando show e sendo o centro das atenções da maneira geral. Um show incrível, e o cenário perfeito para LeBron poder mostrar uma última vez todos seus talentos excepcionais e chamar a atenção do mundo todo.

O jogo acaba chegando apertado no final, com o time Amigos do LeBron perdendo por 1 nos segundos finais. No lance decisivo, LeBron decide fazer o passe para Chris Bosh acertar a bola decisiva na zona morta, ao invés de arremessar sozinho. As redes sociais imediatamente explodem criticando LeBron por não ser decisivo nem em jogos amistosos, e dizendo que "Michael Jordan teria arremessado a última bola mesmo em um jogo comemorativo!".


Kevin Garnett: Depois que o técnico Tom Thibodeau provoca a ira do camisa 21 ao declarar que Garnett pretende se aposentar ao final da temporada, todos percebem que o jogo final da temporada 2016-17 da NBA é perfeito para a despedida de Garnett, quando seu Minnesota Timberwolves visita o TD Garden e o Celtics, no confronto entre as duas franquias pelas quais Garnett escreveu seu nome na história. Os ingressos para o jogo esgotam em questão de minutos depois de colocados à venda, Boston anuncia que usará a despedida para aposentar o #5 de KG, e milhares de pessoas viajam para Boston para ver a despedida final desse monstro do esporte.

No entanto, dois dias antes desse final dos sonhos, no penúltimo jogo da temporada, Garnett se envolve em uma briga com LeBron James em Cleveland depois de fazer um trash talk de mal gosto envolvendo sua mãe, Delonte West e sua careca. Garnett invoca seu Willis Reed interior e acaba vencendo sozinho todo o time titular de Cleveland na briga, mas acaba suspenso para o último jogo da temporada em Boston.

Depois de muita conversa, pedidos e tudo mais, Adam Silver acaba concordando em anular a suspensão e deixar que Garnett jogue sua despedida. Depois de uma ovação de 10 minutos que atrasa o começo da partida e faz KG se emocionar, Garnett joga 36  minutos, arremessando apenas quatro vezes mas dando oito tocos. Antes do final, no jogo 82 da temporada, com Boston já classificado e Minnesota já eliminado dos playoffs, Garnett ainda tem tempo de surtar com Zach LaVine no final de um jogo com 15 pontos de diferença pelo terceiro-anista ter errado uma rotação na defesa. O vestiário de visitantes do TD Garden, destruído por KG em um acesso de raiva ao final da partida, é aposentado pelo Boston Celtics junto com sua camissa. 


Dirk Nowitzki: Faltando duas semanas para o início dos playoffs e com Dallas dois jogos atrás da oitava vaga do Oeste, é Rick Carlisle e não Dirk quem anuncia que o alemão irá se aposentar ao final da temporada, como uma forma de motivar a equipe para essa reta final. Como tudo que acontece envolvendo Dirk e Carlisle, isso acaba funcionando, e Dallas vence seus últimos jogos para ficar com a 8th seed, garantindo que Dallas irá aos playoffs pela 19a vez consecutiva.

Na primeira rodada dos playoffs, Dallas é derrotado pelo 74-win Warriors, mas não antes de roubar um jogo da série com uma clássica performance de Dirk no G4: 28 pontos em 14 arremessos, inclusive 12 no quarto período. Mas Dallas vence esse jogo não através de uma performance individual legendária de Dirk, e sim através da eficiência que tem sido a força motriz da franquia por tantos anos: usando a gravidade e a movimentação de Dirk longe da bola para gerar espaços e fazer todo o resto do time render ao máximo. Mesmo com a inevitável vitória de Golden State no G5, Dirk encerra sua carreira com uma bola de três no estouro do relógio final, que não muda nada na partida, mas faz Dirk encerrar a sua carreira do jeito certo: uma bola de três, um fist-pump no meio da quadra, e o abraço dos companheiros de times.


Vince Carter: A despedida de Vince Carter não poderia ser em outro lugar se não no Canadá Center. Depois de sua participação no Campeonato de Enterradas - no qual chega na disputa final, mas perde para o tricampeão Zach LaVine - Carter usa o microfone e os holofotes para anunciar que essa será sua temporada final, com seu último jogo sendo o #71 da temporada, pois ele tem intenção de encerrar sua carreira jogando contra o Raptors, time que o revelou. Ainda faltariam 11 jogos da temporada depois, mas Vince mais uma vez coloca a si mesmo na frente do time e faz o que era melhor para ele.

No dia do jogo, Vince Carter é vaiado do primeiro ao último minuto. A torcida de Toronto não para de vaiar. E, como costuma acontecer, isso trás o melhor de Vince à tona: o swingman joga com orgulho e vontade, comanda as ações do jogo e por alguns momentos parece ter voltado o relógio para 2001. Tudo acaba culminando no lance da partida, uma enterrada monstruosa no quarto período em cima de Jonas Valanciunas que quase derruba o ginásio. Vince termina a partida com 43 pontos e a vitória contra seu ex-time.

É o final perfeito para a carreira de Vince Carter: dando show e enterradas fenomenais em um jogo que não vale nada, enquanto é vaiado do começo ao fim por uma torcida que absolutamente o detesta.


Paul Pierce: O jogo final de Paul Pierce não será um jogo comemorativo ou festivo. Ao invés disso, em uma temporada perdida, Pierce pede ao seu time um buyout para que possa terminar a temporada - e a carreira - jogando nos playoffs pelo único time onde faria sentido essa aposentadoria: Boston Celtics.

Pierce acaba aceitando seu papel como líder veterano do elenco, o que a torcida de Boston sempre quis, e não se incomoda de ficar nas sombras. Até que nas Finais do Leste lesões múltiplas forçam o técnico Brad Stevens a confiar no seu veterano para assumir um papel crucial. Pierce faz o seu melhor como small-ball 4, segurando as pontas, acertando suas bolas longas e cobrindo todos os buracos. Com o jogo apertado nos segundos finais, Stevens desenha a jogada final da partida e a bola acaba nas mãos do veterano, que acerta o arremesso decisivo de três pontos no estouro do cronômetro para enviar o jogo para a prorrogação.

Em OT, Pierce e o Celtics não tem fôlego para parar o seu maior rival, LeBron James, e acabam perdendo o jogo. LeBron vai abraçar seu grande rival e, sabendo se tratar do jogo final de uma lenda do time e reconhecendo o esforço da equipe, a torcida aplaude de pé o time por longos minutos mesmo após o fim da partida, e mesmo após os times terem se retirado para os vestiários.

Passados alguns minutos, quando a torcida começava a se preparar para parar de gritar o nome de Pierce, eis que a luz do vestiário do TD Garden se acende, e Pierce volta para quadra em uma cadeira de rodas. Estacionando no centro da quadra, Pierce faz seu último discurso emocionado como jogador da NBA, o anel de campeão na mão direita e o troféu de MVP das Finais no colo, a despedida mais emocionante, arrogante e épica possível para o maior ídolo de Boston da sua geração.


Dwight Howard: Animado com a recente onda de aposentadorias emocionantes e chamativas para ex-estrelas, Howard anuncia que se aposentará ao final da temporada em um especial de intervalo da NBA, onde o pivô aparece vestido de Superman e fazendo graça dizendo que chegou hora de ser um super herói em tempo integral. Ninguém da muita bola.

No jogo final da temporada regular, Dwight se prepara para fazer o que jogadores como Kobe fizeram antes dele, e enfim ter uma desculpa legítima para fazer o que quiser em quadra: entrar em quadra vestido de Superman, dar tocos como se jogasse volei, tentar acertar qualquer ponte aérea, fazer 300 post ups, sair das rotações para buscar seus próprios números, conversar com as celebridades nas cadeiras na beira da quadra, e ser o centro das atenções.

Só que no final de um primeiro quarto no qual Dwight deu três tocos mas cometeu quatro goaltendings, chutou todas as bolas que passaram pela sua mão, não voltou em nenhum contra ataque e seu time está perdendo por 10, seu técnico pede tempo para tentar lembrar ao seu pivô que o time ainda está lutando pela classificação para a pós-temporada e que ele precisa jogar a sério para a equipe ter chance de vencer o jogo. Como Howard não cede, isso o leva a brigar com seu último técnico, e passar os três quartos finais da sua carreira mofando no banco de castigo enquanto o resto do seu time busca a vaga nos playoffs. E, apesar das tentativas, a TNT não contrata Dwight como seu novo comentarista para substituir Charles Barkley.


Rasheed Wallace: Ok, ok, estou trapaceando - Sheed já se aposentou. Mas no meu mundo, ele ve essas despedidas emocionantes e decide que quer uma para ele também.

Para isso, volta a jogar pelo Pistons, e sua emocionante despedida se dará contra o Trail Blazers. Claro, essa emocionante despedida não acontecerá no último jogo da temporada porque Sheed vai perder a paciência com a demora e decidir fazer o evento em um jogo bem mais cedo no ano, para que assim não precise trabalhar o ano inteiro.

Depois da emocionante introdução e vídeo pré-jogo, Sheed entra em quadra sob aplausos. Ao final do primeiro quarto, Sheed já acumula oito bolas de três pontos arremessadas na partida, e uma falta técnica depois de discutir com o juiz que atingir o estômago do adversário com o cotovelo não deveria ser falta. 

No segundo tempo, depois de brigar com CJ McCollum, Rasheed começa a ficar entediado na partida, e depois do seu vigésimo arremesso de três, o ala-pivô começa uma briga embaixo da cesta com Mason Plumlee, eventualmente recebendo sua segunda falta técnica ao xingar o juiz Tony Brothers de "múmia". Antes de sair de quadra, Sheed se dirige ao banco, tira de uma bolsa um cinturão de WWE, ergue acima da cabeça e sai de quadra ovacionado por 30 mil torcedores alucinados, o único final possível para o único ser humano da Terra que conseguiu ser expulso de um jogo McDonalds All-American. 

terça-feira, 26 de abril de 2016

Mock Draft Game



Quinta feira temos o começo do Draft da NFL, e pra variar, nossa cobertura não foi das mais assíduas. Trocas bombásticas rolaram (duas!), nomes quentes se movimentaram, discussões, etc. Além dos comentários no twitter, que sempre estão presentes, não tivemos nenhuma forma de nos aprofundarmos nesse evento.

Mas, para não passar em branco, queria divulgar aqui uma iniciativa muito legal que o pessoal do Esporte Interativo teve. Tive a honra de participar como convidado de um "jogo" que o Marcelo Ferrantini (nosso co-fundador!), Pedro Pinto e Raphão Martins organizaram: um Mock Draft de três rodadas no qual cada um de nós assumiu 8 franquias da NFL e conduziu o recrutamento pensando nos melhores interesses da franquia.

É um exercício legal porque, além de servir como Mock Draft e uma forma de conhecer melhor os jogadores, nos coloca na situação que os GMs enfrentam regularmente: Escolher o melhor jogador, ou por necessidade? O que fazer quando suas opções principais não estão mais disponíveis? Foi bastante divertido, e eu fiquei bastante feliz com o resultado.

O único porém é que fizemos esse jogo ANTES das trocas pelas escolhas #1 e #2 do Draft... o que meio que muda bastante coisa. Não só essas trocas, como outras movimentações dos times: Josh Norman indo para Washington, por exemplo. Então o Mock está um pouco desatualizado, mas serve ainda como exercício.

Então abaixo deixo o link para as três rodadas do Mock Draft Game, sendo que as duas primeiras já estão no ar, e a terceira deve sair amanhã:




Mock Draft Game: Terceira Rodada (Em breve!)

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Prêmios da temporada 2016 da NBA

Curry comemora ao saber do voto do TMW para MVP


Mais uma temporada da NBA chegou ao fim, e com estilo: Golden State quebrou o recorde de mais vitórias em uma temporada (73-9) e tenta completar a temporada mais vitoriosa da história da NBA; San Antonio teve uma própria temporada histórica, igualou o recorde de vitórias em casa do Celtics de 1986 (40-1) e continua o eterno legado de Duncan e Pop; e Kobe Bryant fez sua emocionante e histórica despedida em Utah. Uma temporada para se lembrar.

Mas ela acabou, e enquanto esperamos o começo dos playoffs, enfim chegou aquele tão esperado momento: é hora de distribuir os prêmios de fim de temporada para a NBA.

Como eu e o Vinicius já falamos amplamente dos prêmios individuais na edição 9 do nosso Hack a Cast, e eu já expliquei em muitos mais detalhes a maior parte desses votos, eu vou passar mais rapidamente por estes, falar apenas de alguns pontos que ficaram faltando ou de eventuais mudanças, e então me aprofundar mais nos times All-NBA que não foram comentados anteriormente.

Vale lembrar também que saiu eu e o Vinicius já fizemos a Edição #10 do Hack a Cast, com o preview de todas as séries de playoff! 

Então sentem, relaxem, sigam o Hack a Cast no seu aplicativo de podcasts favorito, e aproveitem a coluna.


Most Valuable Player: Steph Curry

De novo: esse prêmio deveria ser unânime. Não será, porque SEMPRE tem alguém que quer aparecer. Assim como Jordan não ganhou unanimemente em 1996, assim como LeBron não foi unânime em 2013, e por ai vai. Mais um motivo pelo qual esses votos deveriam ser públicos: se você faz um voto tão imbecil assim, todo mundo tem que saber quem você é. Curry se tornou o primeiro membro da história do 50-40-90 club (pra quem arremessa 50% de quadra, 45% de três e 90% nos lances livres) a ter média de 30 pontos por jogo, e fez isso chutando 50-45-90 (só Nash, entre jogadores qualificados, teve números assim antes)! Curry acertou 400 bolas de três em uma temporada, quando ninguém nunca antes tinha chegado em 300. E ele é o melhor jogador da NBA E o melhor jogador do time que acabou de bater o recorde de vitórias da história da NBA. Então tem isso.

Regardless, esse foi de longe o prêmio que a gente mais discutiu no podcast, por isso só queria falar de um último aspecto.

A maior parte da estranheza do meu ballot veio de eu ter colocado Russell Westbrook na frente de Kevin Durant. Em parte, existe uma dificuldade natural de você julgar o MVP de dois jogadores no mesmo time - se ambos são "Mais valiosos", então nenhum é, certo? Faz parte da natureza idiota desse prêmio, e é uma dificuldade a ser contornada. 

Então sim, Kevin Durant é um jogador melhor que Westbrook. O motivo para eu ter votado no armador primeiro e no ala depois é simples: esquema tático. Esse ano, pela primeira vez, o Thunder mudou seu ataque para tornar Westbrook, e não KD, o centro do ataque e o seu organizador (escrevi sobre isso nessa coluna). E por causa disso eu vejo Westbrook como tendo sido um pouco mais importante para a totalidade do que o Thunder fez nessa temporada, controlando a bola, criando e facilitando para seus companheiros. Sem Westbrook, eles poderiam ter mantido KD como centro do ataque e continuado eficientes? Possível. Mas não o fizeram. E por isso eu tenho Westbrook rankeado um pouquínho acima para MVP, embora admitindo que Durant é o melhor jogador do time.

Algumas menções honrosas: Paul Millsap, Kemba Walker, Al Horford, Gordon Heyward, Paul George, James Harden.

Ballot (Top10): 1. Steph Curry; 2. LeBron James; 3. Kawhi Leonard; 4. Russell Westbrook; 5. Chris Paul; 6. Kevin Durant; 7. Kyle Lowry; 8. Damian Lillard; 9. Draymond Green; 10. Isaiah Thomas.


Defensive Player of the Year: Kawhi Leonard

Esse eu mudei um pouco em relação ao que eu falei no podcast. No Hack, eu citei seis jogadores: Kawhi e Dray os indiscutíveis 1-2;  a dupla Gobert/Favors que eu mudei entre #3, #4 e #6 ao longo do podcast; Millsap, #4; e Tim Duncan, #5. 

E entre as menções honrosas, eu citei Avery Bradley, que fez um trabalho fantástico esse ano em Boston, defendendo (e dominando) três posições para a quarta melhor defesa da temporada. Na verdade, eu tinha Bradley no meu Top5 antes das etapas finais, e deixei o SG de Boston de fora por achar que era meu lado torcedor falando mais alto e que não era uma decisão válida.

Mas desde então eu tive mais tempo para pensar e reavaliar essas escolhas, bem como consultar outros especialistas e pegar mais opiniões. E eu percebi que não, escolher Bradley não era fruto de clubismo: ele fez por merecer, e foi de fato um dos melhores defensores da temporada. Então ele volta para onde estava originalmente, #4 no meu ballot. E se você quer ver mais de perto os motivos que fizeram de Bradley um dos melhores defensores da temporada, recomendo fortemente essa genial coluna do ótimo Scott Rafferty.

Infelizmente, isso derrubou Duncan do meu ballot, o que é uma grande pena porque pouquíssimos jogadores foram tão bons defensivamente em um nível por-minutos. O único motivo para ter colocado Duncan fora foram os minutos: Duncan perdeu 22 jogos e jogou apenas 1500 minutos, 400 a menos do que Derrick Favors, meu #5, e Rudy Gobert, meu #7. Acabei dando a margem para Favors pelo maior papel que foi forçado a assumir ao longo do ano, sua versatilidade e maiores minutos que o pivô do Spurs, mas isso de forma alguma apaga o que Duncan fez nessa temporada fantástica. Aos 39 anos, ele continua um dos melhores defensores da liga e é parte fundamental do que o Spurs faz, dentro e fora de quadra.

Por fim, acabei colocando Millsap #3, porque realmente não da para deixar Millsap - que foi um fantástico defensor o ano todo, lider da segunda melhor defesa da liga, versátil e dominante - atrás de jogadores que tiveram 20 jogos e 800 minutos a menos. Foi um erro grave meu que corrijo aqui no meu ballot final.

Então nossa ordem ficou: Kawhi, Dray, Millsap, Bradley e Favors. Com meus eternos perdões a Duncan, eu gostei do resultado final. Algumas menção honrosas: Paul George, Tim Duncan, Rudy Gobert.

Ballot: 1. Kawhi Leonard; 2. Draymond Green; 3. Paul Millsap; 4. Avery Bradley; 5. Derrick Favors.


Rookie of the Year: Karl-Anthony Towns

Vou guardar a maior parte do que eu penso para os All-Rookie Teams, e já falamos muito desse prêmio no podcast, mas queria deixar isso claro: Towns deveria ser unânime. Ele não é o melhor calouro, já é um dos melhores JOGADORES da posição na NBA. Ele é fantástico.

Ballot: 1. Karl-Anthony Towns; 2. Kristaps Porzingis; 3. Nikola Jokic; 4. Justise Winslow; 5. Myles Turner.


6th Man of The Year: Andre Iguodala

No podcast, eu disse que votava em Jamal Crawford em quinto para 6th Man of the Year porque não queria causar uma revolta, mas que eu preferia Ed Davis pelo melhor impacto all-around em um time que dependia mais dele.

Bom, quer saber? Ed Davis entra no meu ballot oficial. Adeus, Crawford. Me processem!

Eu sei que esse prêmio acaba geralmente indo para o jogador que vem do banco, arremessa muito e faz muitos pontos, mas eu acho um jeito idiota de dar esse prêmio. Para mim, é um prêmio para o jogador que vindo do banco mais contribuiu em geral para seu time, da forma como tiver sido. Por isso votei em Iguodala, alguém que não só tem enormes contribuições defensivas e como ballhandler, mas que também é essencial para a identidade versátil e de small ball do Warriors. As estatísticas de Iggy podem não saltar aos olhos, mas seu impacto é imenso no melhor time da NBA.

O caso para tirar Crawford da lista é simples: apesar do alto número de pontos e highlights, ele é um jogador extremamente ineficiente (40 FG%) que dobra como um dos piores defensores da NBA, alguém que literalmente entra só para arremessar a vontade e que pouco contribui em outras áreas. Seus números parecem bons, mas não é difícil ver que as vezes Crawford prejudica tanto quanto ajuda seu time, especialmente na defesa. Por isso prefiro valorizar jogadores mais completos e que tem um impacto coletivo maior como Patrick Patterson e Ed Davis. Qualquer um desses dois faria muito mais falta aos seus respectivos times em caso de lesão do que caras como Crawford.

Embora seja um prêmio que eu não goste, o 6MOY pode ser bastante instrutivo quando trás a tona esse debate, o impacto real de um jogador contra o impacto que acham que ele tem. Algumas menções honrosas: Crawford, Tristan Thompson, Enes Kanter.

Ballot: 1. Andre Iguodala; 2. Evan Turner; 3. Patrick Patterson; 4. Will Barton; 5, Ed Davis


Most Improved Player: Stephen Curry

Em geral, minha política para esse prêmio é não votar em jogadores nos seus três primeiros anos de NBA -  afinal, para jogadores tão jovens é totalmente esperado que mostrem evolução. Mas McCollum e Giannis mostraram muita evolução, e não eram escolhas tão altas assim. Eu estava na dúvida sobre o que fazer com eles até lembrar que esse é o prêmio mais idiota da NBA e eu não deveria perder tempo com ele. Então entram os dois e ponto.

Sobre Manhimi, sua evolução provavelmente foi a mais "real", e não apenas um aumento de minutos e responsabilidade: antes um pivô brucutu que não sabia fazer muitas coisas, esse ano Manhimi foi a ótima âncora de garrafão do Pacers, fazendo passes difíceis, leituras inteligentes em alta velocidade e mostrando um muito evoluído jogo de meia distãncia. Foi realmente impressionante, um jogador que realmente mudou sua skill set, e merece ser reconhecido.

Mas meu voto ainda é de Curry, por um simples motivo: é muito mais difícil evoluir quando você já é talvez o melhor jogador da NBA e o MVP. Marginalmente, a evolução é muito mais difícil. Curry fez exatamente isso, e por isso tem meu voto. 

Ballot: 1. Stephen Curry; 2. CJ McCollum; 3. Jae Crowder; 4. Ian Manhimi; 5. Giannis Antetokounmpo; 6. Draymond Green.


Coach of the Year: Brad Stevens

Para os preguiçosos que NÃO ouvirão o podcast, eu tenho duas regras para o prêmio esse ano:

1. Greg Popovich é o melhor técnico da NBA. Ponto. Ninguém é melhor mantendo um time junto, fazendo ajustes e vencendo jogos. Ele deveria ganhar todo ano. Então, por esse motivo, eu parei completamente de considerá-lo nos meus ballots. Ele será o Coach of the Year de fato todo ano, então eu o considerarei como hour concour para efeitos de discussão.

2. Eu não faço ideia do que fazer com Steve Kerr e Luke Walton. Cada um foi técnico por só metade da temporada, de um time que não perde nada com um ou outro, mas que por outro lado pode ter sido o melhor da história da temporada regular da NBA. Então, como não sei o que fazer aqui, vou deixar os dois de fora da lista e incluí-los nessa nota para admirar a temporada fantástica que ambos tiveram no comando do melhor time da NBA.

Ditos esses dois pontos, o fato desse prêmio é que qualquer um dos três primeiros dessa lista seria um merecedor do título. Stevens, Stotts e Clifford todos fizeram trabalhos magníficos com times limitados, tiveram grandes campanhas, superaram as expectativas e foram dos melhores da liga fazendo ajustes diariamente e adaptando a diversas situações. Meu voto por Stevens possivelmente tem um ligeiro viés de Boston - afinal, eu vi quase todos os jogos de Boston no ano e acompanhei mais de perto o seu trabalho - mas também é o técnico do melhor time dos três. Mas qualquer um deles teria sido uma ótima opção.

Menção válida também para Carlisle, que ano sim, ano não ta lá tirando 40 vitórias e uma vaga nos playoffs de times cada vez mais limitados de Dallas. Você poderia cercar Dirk de quatro blogueiros brasileiros que Carlisle ainda arrancaria uma vaga nos playoffs. Ele é um gênio.

Casey também teve ótimo trabalho, mas cai para quinto pela força dos outros candidatos e por eu ter achado que sua abordagem na reta final da temporada vai custar ao time nos playoffs.

Ballot: 1. Brad Stevens; 2. Terry Stotts; 3. Steve Clifford; 4. Rick Carlisle; 5. Dwayne Casey.


Teams All-NBA

1st Team: Stephen Curry, Russell Westbrook, LeBron James, Kawhi Leonard, Draymond Green

2nd Team: Kyle Lowry, CP3, Kevin Durant, Paul Millsap, Al Horford

3rd Team: Damian Lillard, James Harden, Paul George, LaMarcus Aldridge, DeAndre Jordan


A NBA recentemente liberou que os votantes de times All-NBA votassem em Draymond Green como um Center, o que me evitou do extremo incômodo de derrubá-lo para o 2nd Team All NBA e ter que colocar Horford ou Jordan no 1st Team - ambos bons jogadores, mas não de 1st Team All NBA.

O problema é que as opções de costume não estavam disponíveis: Cousins perdeu muito tempo, jogou em segunda marcha (especialmente na defesa) durante muito tempo, e foi um dos grandes responsáveis pelo caos que foi o Kings dessa temporada; e Marc Gasol perdeu a maior parte do ano machucado. Então colocando Green de Center - onde ele jogou durante boa parte da temporada, inclusive na famosa Lineup of Death, a mais devastadora da NBA moderna (Curry, Klay, Iggy, Barnes e Draymond) - resolve os dois problemas: achar um Center para o 1st Team All-NBA, e achar um lugar para Draymond Green (um dos dois melhores defensores da NBA, 14-9-7 de médias, quase tão importante quanto Steph Curry para um time que acabou de vencer 73 jogos) no 1st Team All-NBA que ele merece.

Mas, infelizmente, não teve gambiarra posicional que me salvasse da cruel decisão de deixar de fora do 1st Team um do trio LeBron, Kawhi e Durant, já que o time só nos permite 2 Forwards,

No final, eu decidi por deixar Durant de fora, com dor no coração. LeBron foi meu #2 para MVP e é para mim o segundo melhor jogador da liga com uma boa margem ainda, mas entre Kawhi e Durant foi uma briga boa. Eu acho KD o melhor jogador dos dois, mais capaz de carregar diariamente um time como alpha dog, mas na totalidade do ano, eu acho que Leonard foi ligeiramente melhor pelo seu impacto imenso nos dois lados da quadra por um time superior, enquanto o fantástico Durant ainda teve alguma adaptação de dividir cada vez mais as chaves do ataque com Westbrook. Mas, realmente, é uma decisão marginal, e mais uma questão de opinião. Não tem como ir errado nela.

Então Durant acabou escorregando para o 2nd Team All-NBA junto de Paul, Lowry (#5 e #7 no meu ballot para MVP, respectivamente) e Paul Millsap, que foi #3 na minha votação para melhor defensor da temporada e foi meu último corte no ballot para MVP. 

No terceiro time, junto de Lillard (#8 para MVP), Paul George (penúltimo corte antes de Millsap) e Aldridge (excelente impacto dos dois lados da quadra para um time que venceu 67 jogos), eu coloquei James Harden ao invés de Isaiah Thomas, que foi #10 no meu ballot para MVP.

Por mais estranho que isso pareça, eu achei uma conclusão válida. Meu argumento para Isaiah na corrida para MVP se baseava no conceito de "Mais valioso": o ataque inteiro de Boston era baseado em uma quebra inicial da defesa, e Isaiah era praticamente o único jogador do time capaz de fazer isso, o que significa que toda a responsabilidade de iniciar as ações ofensivas do time dependiam do baixinho, fazendo dele um jogador extremamente valioso para o Celtics. Mas individualmente, Harden ainda é superior. Sua candidatura a jogador "mais valioso" cai por conta da falta de vontade e fraca liderança, que acaba tendo um efeito dominó pelo plantel, mas também é preciso ver o outro lado da moeda: Harden jogou minutos sobre humanos (liderou a NBA com 3125 no ano) e é o único jogador de criar no ataque de Houston, o que significa que ele teve que criar o tempo todo (e por mais tempo que qualquer outro) para que seu time pudesse sequer sobreviver. De certa forma, da até uma certa justificada em sua falta de dedicação e energia na defesa e nos contra ataques. Harden tem sua culpa na temporada abismal de Houston, mas também foi alguém que segurou as potnas muitas vezes, teve 29-7.5-6 de médias e precisou fazer muito mais do que seria ideal pedir dele. Achei que mereceu a última vaga.

Quanto aos pivôs, depois de Green no 1st Team All NBA, eu tive três nomes para as últimas duas vagas: Al Horford, provavelmente o melhor Center all-around da temporada; DeAndre Jordan, cuja defesa se tornou tão overrated que fez as pessoas esquecerem do quão destrutivo o pivô é ofensivamente cortando na direção do aro; e o calouro, Karl-Anthony Towns, que teve 19-10 de média, arremessou de meia distância e de três, e já é um bom defensor.

No final, eu acabei optando pelo maior impacto em times bons de Horford e DeAndre. É mais fácil jogar em times ruins e com mais liberdade, mas para manter a mesma atuação se mantendo fiel a um esquema de jogo mais consolidado e precisando desse impacto para vencer jogos é mais difícil e merece mais créditos. Horford acabou ficando no 2nd Team (junto de Millsap foram os pilares da segunda melhor defesa da temporada, além de ser um dos mais completos jogadores de garrafão ofensivamente da NBA, capaz de jogar perto e longe da cesta, passar e arremessar), e DeAndre e suas enterradas ficaram no 3rd Team. Por mais que eu quisesse valorizar a temporada incrível de Towns, essa me pareceu a montagem mais justa dos times. 

Cortes finais e mais difíceis: Isaiah Thomas; Klay Thompson; Kemba Walker; John Wall; Gordon Heyward; Jimmy Butler; Derrick Favors; Anthony Davis; Andre Drummond; DeMarcus Cousins; Tim Duncan; Hassan Whitesite.


Teams All-Defense

1st Team: Ricky Rubio; Avery Bradley; Kawhi Leonard; Paul Millsap, Draymond Green

2nd Team: Chris Paul, Jimmy Butler, Paul George, Derrick Favors, Tim Duncan


Eu já falei bastante em outros momentos - em especial no podcast - sobre 4 dos 5 membros do 1st Team All-Defense: Bradley, Kawhi, Millsap e Draymond Green, todos no meu Top5 para Defensive Player of the Year. Então vamos falar do quinto membro: Ricky Rubio.

Até hoje, Rubio continua criminalmente underrated, especialmente na defesa. Talvez por ele ser branco, europeu e pouco atlético, mas as pessoas parecem ter algum bloqueio para enxergar o defensor incrível que Rubio é. A verdade é que o espanhol talvez seja o melhor PG defensivo da NBA quando saudável, um defensor extremamente físico e inteligente que consegue acompanhar mesmo os mais velozes armadores da NBA. Rubio usa sua inteligência e capacidade de antecipação para ficar um passo à frente do ataque, sempre chegando na hora ou até antecipado nos lugares certos, atrapalhando os ataques e conseguindo diversos roubos de bola no processo. Já passou da hora de Rubio ser reconhecido por sua fantástica defesa.

No 2nd Team temos defensores mais chamativos: Butler e George são consagrados defensores de perímetro; Favors o último membro do meu ballot para DPOY; e Duncan é só um dos melhores defensores da história da NBA que consegue manter um altíssimo nível mesmo aos 39 anos e ainda é a âncora interior da melhor defesa da temporada e uma das melhores da história. Paul é um exemplo de jogador que entrou no time ano passado baseado em reputação e não em produção, já que sua temporada defensiva deixou a desejar em 2015, mas voltou a jogar em altíssimo nível desse lado da quadra em 2016 e poderia até mesmo ter um argumento para desbancar Rubio do 1st Team.

A posição de guard, inclusive, foi a mais difícil (além de decidir entre Duncan e Gobert para 2nd Team Center). Tony Allen teve um ano irregular e perdeu jogos, mas ainda é um dos 3 melhores defensores de perímetro da  NBA quando joga a 100%;  Kentavious Caldwell-Pope emergiu essa temporada como um dos melhores guards defendendo PGs da liga; e Marcus Smart é uma mistura de um pitbull com uma bola de boliche. Todos eles poderiam ter roubado a vaga de Paul nesse 2nd Team All Defense, mas no final optei pelo maior impacto cumulativo e consistente de CP3. Todos seriam boas opções.

Ausências mais difíceis: Marcus Smart; Tony Allen; Kentavious Caldwell-Pope; Jae Crowder; Al Horford; Rudy Gobert.


Teams All-Rookie

1st Team: Justise Winslow; Myles Turner; Nikola Jokic; Kristaps Porzingis; Karl-Anthony Towns

2nd Team: Emmanuel Mudiay; D'Angelo Russell; Devin Booker; Jahlil Okafor; Willie Cauley-Stein


Se você quer saber se seu amigo acompanha NBA de verdade e/ou entende alguma coisa de basquete, pergunte pra ele casualmente se Nikola Jokic deveria entrar no 1st Team All-Rookie. Se a resposta for não - ou até se ela demorar para vir, na verdade - então você sabe que esse seu amigo não está acompanhando NBA assim tão de perto. Jokic teve um ano fantástico, e não só é um no-brainer para 1st Team como o europeu tem até mesmo um caso para roubar o #2 de Porzingis, embora não serei eu a fazê-lo. Mas Jokic - que caiu para a segunda rodada do Draft por "falta de atleticismo" - se mostrou o pivô perfeito para a NBA moderna, um grandalhão capaz de proteger o aro (adversários tiveram o mesmo aproveitamento arremessando perto do aro contra Jokic que contra Towns) e defender em alto nível (compensando a falta de atleticismo com mobilidade e inteligência) e espaçar a quadra no ataque: bom arremessador com alcance até a linha dos 3Pt, passador de elite para seu tamanho, extremamente versátil. Não é coincidência que Denver foi um time -7.5/100 posses com o sérvio no banco, e +1.2/100 posses com ele em quadra. Jokic foi um monstro em 2016 e, talvez pelo preconceito com calouros europeus, talvez por jogar em um esquecido time do Nuggets, não recebeu o reconhecimento que merecia do grande público.

Sobre Towns, eu já falei bastante no podcast e na coluna: sua combinação de defesa, tamanho, arremesso, capacidade de atacar o aro e passe é única e faz dele um dos ativos mais valiosos da NBA. Não é exagero dizer que Towns talvez já seja um dos 20, 25 melhores jogadores da liga hoje.

Porzingis é outro no-brainer, embora tenha acabado sendo ligeiramente overrated pela mídia, em parte por jogar em New York. Sua defesa, mobilidade e versatilidade foram ainda superiores ao que esperávamos, mas seu arremesso de fora não mostrou a evolução esperada, e sua produtividade foi caindo ao longo do ano. Não é nenhum problema para um calouro, claro, e seu ano ainda foi excelente e o potencial é de ser uma estrela na NBA, mas sempre é importante lembrar de ter calma.

Esses três eram as escolhas óbvias, que não podem faltar em nenhum time digno de nota.

Depois desses, ainda faltavam dois lugares, e é quando entramos naquele interessante e difícil debate: como valorizar devidamente jogadores em situações tão extremas e diferentes? Por um lado, você tem jogadores como Devin Booker, que tem números melhores e maior destaque individual, mas por jogarem em times ruins e sem nenhuma aspiração, que tem liberdade para fazerem o que bem entenderem. Por outro, tem jogadores como Justise Winslow, que não tem os números e muito menos liberdade para produzirem individualmente, mas que tem que se adaptar a um esquema mais "sério" e jogar não com liberdade, mas se adaptando e produzindo dentro de um esquema específico voltado para vencer jogos.

Eu pessoalmente valorizo mais o segundo: vários calouros talentosos tem condições de postar números impressionantes se deixados livres para produzir e errar sem compromisso, mas conseguir produzir (para si e para o time) dentro de um contexto específico, contribuindo para um time vencedor em busca de resultados, é muito mais difícil. Por isso que minhas duas últimas vagas no 1st Team All-Rookie foram para Myles Turner e Justise Winslow, dois calouros com números individuais apenas sólidos mas que tiveram enorme impacto dos dois lados da quadra e foram cruciais para dois times de playoffs na temporada (para mais detalhes, escutem o podcast).

E isso não é para diminuir Booker, que teve uma boa temporada e mostrou um jogo de pick and roll muito mais avançado do que se esperava, e que não teve a chance de mostrar em Kentucky (embora, para ser justo, sua defesa foi péssima). Nos seus últimos 22 jogos, Booker teve médias de 21 pontos e 5 assistências. Bastante impressionante mesmo considerando os 4 turnovers e 18 arremessos por jogo. É só que é mais fácil fazer isso em um time como Phoenix, que já tinha desistido da temproada e não tinha intenção de ganhar jogos mais, o que permitiu a Booker fazer o que bem entendesse.

Mudiay foi uma decisão difícil, pois a produção do armador do Nuggets deixou a desejar: seu arremesso foi péssimo (36.4 FG%) e foram 3.2 turnovers por jogo para alguém que as vezes pareceu genuinamente perdido. Ainda assim, Mudiay ganha o benefício da dúvida por um motivo semelhante a Winslow e Turner: desde o primeiro dia, Mudiay teve que aguentar uma responsabilidade enorme e conduzir o show para um time que estava seriamente tentando vencer jogos e mudar a cultura. Mudiay não tinha a liberdade de errar como outros, ele precisava jogar para o time e produzir resultados coletivos, e dado esse cenário ele foi até bastante produtivo.

Outro armador difícil de julgar é D'Angelo Russell, especialmente depois do escândalo envolvendo ter vazado um áudio no qual Nick Young confessou ter traído sua esposa/noiva (sim, eu estou por fora das fofocas do mundo da NBA). Seus pontos altos na temporada foram ótimos, mas os baixos também foram bastante baixos, e sua temporada provavelmente ficará mais marcada pelos problemas com o técnico e Young do que pela sua produção. Ao mesmo tempo, no entanto, eu sinto que precisamos dar um desconto a Russell, que se encontrava na pior situação possível: seu técnico era o pior da história recente da NBA, jogando junto de vários outros ballhandlers em um elenco fraquíssimo, por uma franquia incompetente que estava mais interessada em promover a despedida de Kobe do que em desenvolver algo semelhante a um time. Era uma situação sem saída, e dadas as circunstâncias, Russell até que jogou muito bem.

Okafor também é um caso difícil, tendo perdido boa parte da temporada, se envolvido em problemas extra campo, perdido totalmente sua habilidade nos passes e mostrado talvez a pior defesa de qualquer jogador que eu vi na temporada. Then again, sua capacidade de pontuar é incrível, sua média de pontos foi a segunda melhor entre calouros, e existe um limite para as coisas que um homem consegue fazer jogando no desastre que foi o Sixers desse ano. Considerando a total falta de espaçamento, ajuda ofensiva e defensiva, falta de um armador puro para ajudar a conseguir bons arremessos, os 17.5 pontos por jogo em 50.8 FG% de Okafor parecem quase milagres.

A última vaga então ficou entre alguns bons jogadores que tiveram menos espaço no ano: Willie Cauley-Stein, Josh Richardson (infelizmente não teve os minutos), Trey Lyles (demorou para ganhar espaço, inconsistente na defesa), Frank Kaminsky e mais alguns. No final, acabei optando por Stein, que também teve que superar uma péssima situação (um Kings extremamente disfuncional com um técnico mais interessado em atrapalhar que ajudar) para brilhar, especialmente na defesa, onde ele é surreal. Mas qualquer um seria uma opção válida nessa última vaga. Simplesmente uma classe fantástica de calouros.



Ausências mais difíceis: Trey Lyles, Frank Kaminsky, Josh Richardson, TJ McConnell, Bobby Portis.