Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

Mostrando postagens com marcador Cliff Lee. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Cliff Lee. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O que ficar de olho na MLB - Parte II (NL)


O Giants pode não ser favorito ao bi,
mas ainda temos que temer essa barba

Ontem a gente falou sobre os times de maior interesse nesse início de temporada do lado da AL: Os renovados e favoritos Red Sox, o Yankees e a descendente dos seus principais jogadores, o finalista de 2010 Rangers, a aposta do Twins na saúde de seus principais jogadores e no melhor time de 2010 mas que perdeu jogadores importantes, o Rays. Hoje, a gente vai falar dos times interessantes do lado da NL e o que eles esperam pra essa temporada.

1. O San Francisco Giants não é favorito ao bi
O San Francisco Giants de 2010 foi uma das grandes zebras campeãs na MLB em muito tempo, é a minha história de Cinderela (como os americanos chamam esses times desacreditados que vão longe) favorita da MLB que não envolva o Red Sox, e eu sou um fã assumido do time de San Francisco. Mas a verdade é que como eu falei muito ao longo dos playoffs, e principalmente no post do título do Giants (Que é um dos meus posts favoritos no blog e vale a leitura), o Giants não tinha de forma alguma a formação de um time campeão. O time contava com uma rotação titular fantástica, um dos melhores arremessadores da Liga e um dos melhores closers da Liga (Ou pelo menos o com a barba mais legal), mas que as vezes sofria com inconsistência e que tinha problemas graves rebatendo. O lineup era uma mistura de veteranos em decadência, jogadores secundários ao longo de toda a vida e algumas jovens esperanças, mas o time sequer deveria ter ído à pos-temporada, só conseguiu porque a entrada do Buster Posey no time titular impulsionou o time a uma chegada espetacular e contou ainda com uma chegada ruim do seu rival direto, San Diego Padres. Nos playoffs, o Giants mudou completamente, elevou seu jogo de uma forma que eu nunca vi antes, todos os pitchers jogaram demais, Tim Lincecum foi Deus, Cody Ross encarnou o Baby Ruth, o Aubrey Huff mostrou pro Mark Teixeira que é um defensor melhor que ele, veteranos como Juan Uribe e Edgar Renteria de repente reviveram seus dias de glória, e o time jogou uma pós-temporada perfeita pra ser campeão.

O título foi sensacional, mas ele não pode cegar um simples fato: O Giants não parece que vai em busca do bi. O Giants manteve a rotação jovem e talentosa dos playoffs, deve ter uma evolução ainda maior do Jonathan Sanchez e do Madisom Bumgarner, e por isso já é um time que mete medo nos adversários. No entanto, os problemas do time do ano passado ainda estão lá: Os veteranos estão ainda mais veteranos, os jogadores secundários que jogaram monstruosamente nos playoffs são uma incógnita quanto a repetir essas performances, e ninguém tem certeza do que esperar desse time. Um time com uma rotação tão forte sempre é candidato a ir aos playoffs e, se chegando lá o time conseguir reviver aquele espírito de luta monstruoso do ano passado, pode até sonhar com o bi. Mas agora, no começo da temporada, ele parece ser novamente o que era ano passado: Um time bom, mas com muitas falhas que, até que sejam superadas - seja por mudanças no elenco ou por força de vontade sobre-humana, que nem ano passado - parecem impedir que o time possa sonhar mais alto.

2. O Philadelphia Phillies está vindo com tudo, mais uma vez
Eu disse que o Rays era o melhor time da MLB em 2010, e realmente o foi, mas tinha um time que talvez fosse ainda melhor, e era o Phiilies. A famosa rotação H20 (Cole Hammels, Roy Halladay e Roy Oswalt) era uma das mais fortes da MLB, o ataque do time era infernal e era um time completo, cheio de estrelas e jogadores capazes de alterar um jogo. O time chegou muito bem à pós temporada e varreu com uma facilidade assustadora o Cincinnati Reds, e só não foi campeão (Ou alguém realmente acha que o Rangers tinha chances numa eventual final?) porque foi vencido numa série espetacular pelo fenômeno que foi o Giants desses playoffs, com o Cody Ross isolando toda bola que via pela frente e com uma atuação histórica do Brian Wilson.

Mas o Phillies está de volta esse ano, e pronto pra mais. Eles trouxeram ninguém menos que Cliff Lee, um dos melhores arremessadores de pós temporada de todos os tempos (As suas únicas derrotas em pós temporadas foram para Lincecum na World Series, mas depois do que ele fez com Rays e Yankees, os Rangers ainda deviam fazer uma estátua dele) pra se juntar ao seu já espetacular trio de arremessadores, e eu não estou exagerando quando digo que essa talvez seja a melhor rotação titular da história do baseball. E com essa rotação, qualquer time é um candidato forte.

O problema do Phillies é o seu ataque, e principalmente lidar com as lesões nele. O time perdeu Jayson Werth na free agency para o Washington Nationals, um dos seus principais rebatedores e o melhor destro de um elenco de canhotos, e agora ainda vai ter que lidar com a lesão no joelho do Chase Utley e no cotovelo (já cirurgicamente reconstruído) do Placido Polanco. As duas causam preocupação e vão forçar os jogadores a ficarem de fora do time por algum tempo, além de serem lesões que preocupam pelo risco de re-incidencia. Além disso, o calouro promissor e favorito pra substituir Werth, Domonic Brown, quebrou a mão e também vai passar um tempo de molho. Isso não só faz com que o time fique absurdamente desfalcado no ataque como também preocupa a médio prazo, principalmente com a aspiração ao título da MLB.

Com a nova rotação titular e se esses jogadores conseguirem se recuperar ao longo da temporada, é difícil duvidar do Phillies, mas não vai ser fácil superar todos esses problemas. Muitos especialistas dizem que essas lesões e incertezas (até o closer Brad Lidge se machucou! Estamos falando do Phillies ou do Clippers?), é a chance do Atlanta Braves pra tomar o título da divisão pra si. E o Braves é um time bem interessante, especialmente se o Jason Heyward continuar jogando o que jogou ano passado.

3. Um minuto de silêncio pelo Cardinals
Num post de curtinhas recente, eu falei (Na verdade quem falou foi o Paulo Antunes, eu só comentei mesmo) sobre a lesão do Adam Wainwright, pitcher do Saint Louis Cardinals, que vai fazer a temida Tommy John Surgery e vai perder o resto da temporada. Isso coloca o Cardinals numa situação bem desagradável, porque o Wainwright é de longe o melhor pitcher do time, um dos melhores da MLB e só não ganhou o prêmio Cy Young de melhor arremessador da NL ano passado porque existe um cara por aí conhecido como The Doc. A perda do Wainwright afeta demais a equipe e com certeza vai ficar mais difícil ainda pro time superar o Reds como campeão da divisão, mas os problemas do Cardinals não param por aí.

Albert Pujols, pra mim o melhor rebatedor da MLB na atualidade e que caminha pra aposentar como um dos maiores de todos os tempos, está no último ano do seu contrato e ele e o clube não conseguiram chegar a um acordo para uma extensão bilhonária (125 milhões de patacas), o que quer dizer que é possível que Pujols saia do clube ao final dessa temporada. Perder o pitcher titular pra temporada, e ainda correr o risco de perder seu melhor jogar ao final do ano, não é agradável para ninguém. Agora que tinham trazido o Matt Holliday e parecia que iam desbancar o Reds. Pobre Cardinals...

4. O Reds não assusta ninguém
O Reds, sem o Adam Wainwright no caminho, tem tudo para conseguir mais um título de divisão em cima dos rivais Cardinals. Mas assim como ano passado o Phillies não tomou conhecimento deles nos playoffs, esse ano o Reds não começa assustando ninguém a não ser que algo de novo aconteça por lá ao longo do ano.

O Reds tem um ataque muito forte, o Joey Votto foi o MVP da NL em 2010 e o time é fortíssimo quando o assunto é anotar corridas, tiveram o melhor ataque ano passado e não tem motivos para desacelerar agora. O problema é que o time não tem arremessadores confiáveis. Aliás, o time mal tem bons arremessadores. É uma tendência do time do Reds já faz algum tempo, como se eles fossem o Phoenix Suns da MLB: Divertidíssimos de assistir, capazes de explodir no ataque pra superar os adversários, mas que quando precisam apertar na defesa eles não conseguem e acabam perdendo o jogo. E esse é o futuro do Reds a não ser que de repente eles comecem a jogar bem, com regularidade, e descubram um pitcher capaz de decidir jogos importantes pro time. Porque assim como na NBA, você não pode depender apenas do seu ataque. O Suns, infelizmente, é a prova viva disso.

5. Os candidatos a surpreender: Atlanta Braves e Milwalkee Brewers
O Brewers é uma versão genérica do Reds, mais ou menos o que o Braves era ano passado para o Giants. O ataque do Brewers é sensacional, o Corey Hart é um monstro, e o time possui pelo menos mais três ou quatro titulares que assustam qualquer arremessador. O time anota muitas corridas e não cansa de isolar as bolinhas, mas o time também sofre demais na defesa, a rotação titular do time ano passado era patética e por isso o time não conseguiu ir bem. Esse ano, no entanto, trouxe dois pitchers relativamente desacreditados mas que eu acho que são muito bons, Zach Greinke e Shaun Marcum. Greinke teve um 2009 fantástico, um ERA de menos de 2.20, mas ano passado teve a infelicidade de jogar em um dos piores times da Liga no Kansas City Royals, e aí ficou meio esquecido num cantinho escuro, ganhando só 10 jogos (Pro Royals, isso é muito!) e sem atrair muita atenção de ninguém. O Marcum voltou de lesão ano passado e jogou muito bem pelo Blue Jays mesmo ainda fora de ritmo. Agora os dois fazem parte da rotação titular do Brewers, e eles precisam desesperadamente produzir no alto nível que nós sabemos que eles podem para que o ataque do time tenha suporte pra tentar levar o time longe. Mas eu acho que foram ótimas contratações e que elas tornam o Brewers um time de verdade, que de repente pode surpreender o Reds na divisão.

O Braves era uma versão genérica do Giants, mas isso é um pouco distorcido, porque o Braves era um pouco melhor no ataque e pior na defesa em relação ao Giants. Mas a principal semelhança é porque muitas vezes a gente via o time perder jogos mesmo com os pitchers segurando o adversário a uma ou duas corridas, e as vezes a dificuldade de anotar corridas nos momentos importantes pesava demais pras aspirações do time. Ano passado, quem deu o boost que o time precisou no ataque foi o calouro Jason Heyward, que só não foi calouro do ano por causa do Buster Posey. Heyward jogou bem demais, acertou 18 Home Runs (Ontem, na abertura da MLB, ele conseguiu um já) e levou o time praticamente nas costas até a pós temporada. A rotação titular era fantástica (Mais uma semelhança com o Giants) e por isso o time conseguiu segurar as pontas, até chegar nos playoffs e perder para - adivinhem! - o Giants, numa pequena surra com direito a jogo histórico do Tim Lincecum (14 strikeouts). Esse ano, portanto, o Braves se preocupou em reforçar o ataque e trouxe Dan Uggla. Ele tem nome de homem das cavernas, mas não deixe isso enganar vocês, ele realmente é um homem das cavernas, pelo menos no que diz respeito a isolar bolinhas de baseball com muita força. Ele teve 33 Home Runs no fraco Marlins ano passado e junto com o Heyward é bem capaz do Braves ter um ataque mil vezes melhor que o do ano passado, o que torna a rotação titular do time ainda mais perigosa. Uma boa rotação titular e dois monstros no ataque, não é a toa que tanta gente coloca o Braves tirando o Phillies do topo da divisão depois de tantas lesões. Mas eu, pelo menos, duvido. Mas ainda assim, é um time perigoso, bem perigoso.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Three-Minute Warning - NBA, NFL e MLB

Eu ia fazer hoje a postagem sobre NBA que eu tinha prometido. Entretanto, eu vi que eu poderia fazer uma postagem muito melhor e mais completa se tivesse um pouco mais de tempo. Por isso, adiei esse post e trouxe de volta nosso Two-Minute Warning, mas com uma diferença: dessa vez será Three-Minute Warning. Pra quem nao lembra, o Two-Minute Warning é pra quando eu quero comentar de mais de um esporte, e ai comento dois. O Three-Minute, naturalmente, serão os tres esportes que costumamos falar no Blog: NBA, NFL e MLB. Nao será um Four-Minute porque nao vou falar de NHL, mas no final tem um pequeno pedido aos leitores sobre esse assunto... Quem puder colaborar, por favor o façam.
---------------------
Seria uma familia totalmente normal... Se o cara da esquerda nao ganhasse 24 milhões de dolares por ano - mais bonus.

A novela Cliff Lee se alongou por tempo demais, e houveram especulações demais. Lee, que jogou a ultima temporada pelo Seattle Marines (Lee e Felix Hernandez eram uma senhora dupla, mas o ataque foi o pior da história da AL desde a criação da posição de Designated Hitter) e depois foi trocado pro Texas Rangers, foi um dos principais responsaveis na ida do time à World Series. Sua temporada regular pelo Rangers foi bem discreta, mas na pós temporada ele continuou a escrever sua história de sucesso: Foram duas vitórias importantissimas contra os poderosos Rays, e mais um massacre contra os fortissimos Yankees, que levaram os azarões até a World Series. Na World Series, Lee perdeu os dois duelos contra Tim 'The Freak' Lincecum, mas de forma alguma apagou tudo que ele tinha feito até então. Só que Lee ia ser um free agent ao fim da temporada, e os times ficaram com os olhos brilhando pra contratar um dos melhores pitchers da MLB.

Segundo constava, tinham tres times na briga: O Rangers, que queria manter o grupo intacto pra buscar outra World Series, o Washington Nationals, que busca se recompor, e o Yankees, que ja tem um time muito bom mas nunca se cansa de buscar mais gente, até porque o time está um pouco velho. O Nationals parecia fora da briga, e a questão era o que ia prevalecer: A lealdade ao Rangers, ou o dinheiro do Yankees. O Yankees chegou a oferecer um contrato de sete anos pro arremessador, e ambos os lados se diziam confiantes. O Rangers tem um time jovem, mas que precisava manter Lee pra ser o seu ás. E o Yankees um time velho que busca roubar o maximo de titulos que puder enquanto o time aguentar. Então qual foi a surpresa quando Lee anunciou que ia jogar pelos Philadelphia Phiilies.

Lee jogou a temporada 2009 pelo Phiilies e nao foi nada menos do que espetacular: Depois de uma temporada regular brilhante, ganhou seus quatro jogos nos playoffs, inclusive os dois jogos da World Series contra os Yankees, onde ele destruiu totalmente o melhor ataque da Liga. Aparentemente, Lee se sentia muito bem na Philadelphia e sua mulher Kristen adorava a cidade. Tambem ajuda que o contrato seja de cinco anos e 120 milhões de patacas, com possibilidade de um sexto ano. Como Lee ja tem 32 anos, tudo indica que ele terminará sua carreira na Philadelphia. O contrato do Yankees era de seis anos e 154 milhoes, bem maior do que o do Phiilies, mas mesmo assim Lee preferiu voltar à Philadelphia. Tambem entrou na conversa o fato de que na AL existe a figura do Designated Hitter, um jogador que entra pra rebater no lugar do Pitcher, enquanto na NL o pitcher é obrigado a rebater como todo mundo, e embora nao seja um grande rebatedor, Lee ja disse que se diverte rebatendo e que prefere isso a ficar só arremessando.

Mas o que importa é o impacto que isso terá na Liga - e eu nao classifico ele nada abaixo de 'devastador'. A rotação do Phiilies ja era a segunda melhor da MLB, mas agora com Lee, vencedor do premio Cy Young em 2008, a rotação mudou completamente. Cliff Lee, Cole Hammels, Roy Oswalt e o atual ganhador do Cy Young, "The Doc", Roy Halladay, a rotação pode muito bem ser uma das melhores de todos os tempos!! O Phiilies era um dos melhores times da MLB (paa mim, o melhor) na temporada passada porque tinha uma ótima rotação titular e um ataque fortissimo. Agora com essa rotação titular de outro mundo, mesmo a saida de Jayson Werth na Free Agency não deve pesar muito no time. O ataque pode nao conseguir marcar mais 8 corridas por jogo - Pode anotar cinco, o que é mais do que suficiente com essa rotação titular. O Phiilies agora desponta como o favorito a ganhar a NL em 2011, como ja o era nos ultimos tres anos.

E tambem essa noticia teve grande importancia por outro motivo: O fracasso dos Yankees. Como na MLB não existe teto salarial, o Yankees sempre buscava contratar o maximo de jogadores bons possiveis no mercado oferecendo salarios gigantescos que os outros times nao poderiam cobrir. No entanto, essa vez o Yankees perdeu os tres alvos que visava: Cliff Lee, Carl Crawford e Jayson Werth. E vai ter que se virar praticamente com o mesmo time que teve ano passado - bom, sem duvida, mas claramente desgastado, ainda mais agora, uim ano mais velhos. Com o Boston Red Sox se reforçando tanto, parece que temos nosso confronto pra World Series pronto: Red Sox contra Phiilies. Será?
--------------------------
O maior feito da vida do Sasha Vujacic não foi em quadra, e sim casar com a Sharapova

Foi concluida ontem uma troca de tres times na NBA envolvendo Nets, Rockets e Lakers. A troca mandou as primeiras escolhas do Lakers (2011) e Rockets (2012), alem do SG Sasha Vujacic, pro New Jersey Nets, enquanto o SG Terrence Williams foi pro Rockets e o PF Joe Smith foi pro Lakers. Qual o sentido pratico dessa troca?

Bem, vamos por times. Primeiro, o time mais fracassado da NBA recentemente, o New Jersey Nets. O Terrence Williams é um bom jogador e tal, vamos falar mais dele ali em baixo no Rockets, mas ele tinha varios problemas com o técnico Avery Johnson, e chegou até a passar alguns jogos na D-League destruindo todo mundo por la. O Nets viu que ele nao era um jogador que nao dava pra ficar eternamente encostado na D-League e o trouxe de volta com a intenção de trocar. E agora que conseguiu, fez questão de ganhar mais draft picks com isso. O Nets agora tem cinco Draft Picks de primeira rodada nos proximos dois drafts. Tem as suas em 2011 e 2012, as do Lakers e Rockets obtidas nessa troca, e a do Golden State Warriors em 2011, mas essa é lottery protected: ou seja, se a escolha for uma das 14 que entram no sorteio das tres primeiras do Draft, a escolha volta pro Golden State e em troca o Warriors manda uma de 2012. Mas enfim, até 2012 sao cinco de primeira rodada. Qual o proposito disso, exatamente? Simples: Carmelo Anthony. O Carmelo Anthony declarou que quer ganhar uma extensão contratual esse ano, pra nao correr o risco de perder dinheiro com a renegociação do acordo trabalhista da NBA que pode reduzir os salários. Mas ele nao quer isso em Denver, entao a conclusao logica é que ele seria trocado pra algum lugar antes do fim da temporada. Não da pra dizer que É o que vai acontecer, é apenas uma possibilidade, mas parece que o Melo quer dar o fora de Denver o quanto antes. O time que ele prefere ir é o Knicks, mas o Knicks ja está jogando muito bem sem ele e talvez ele acabe indo pra segunda opção, o Nets. Agora o Nets tem, alem do calouro Derrick Favors, em quem o Denver ja manifestou interesse, cinco escolhas de primeira rodada pra mandar em troca do Carmelo Anthony. No fundo, essa troca foi apenas pra isso: conseguir escolhas de primeira rodada que possam ser trocadas por um vale brinde: no caso, Melo. O Vujacic foi um bonus tosco, que vai ficar no banco pra ser uma versão branquela do Anthony Morrow na rotação.

Pro Rockets, eu confesso que nao entendi. O T-Will é um bom jogador, mete umas enterradas bem maneiras, mas é um pouco problematico. Reclamou ano passado de ir parar na porcaria do Nets, se atrasava pros treinos e fazia um pouco de corpo mole. O técnico Johnson cansou dele e o mandou pra D-League, onde teve medias de 28 pontos, 11 rebotes e 10 assistencias por jogo, ou seja, encarnou o Oscar Robertson, arrasou todo mundo que tava por la e mostrou que seu lugar é na NBA mesmo. Ou seja, talento o cara tem, e muito, sabe jogar no perimetro, infiltrar e faz um pouco de tudo, mas falta um pouco de atitude. Mas talvez num time que seja melhor, como o Rockets, ele comece a se dedicar mais. O problema aqui, a meu ver, é onde ele vai se encaixar. Na posição de origem dele, o T-Will ja tem o Kevin Martin, de titular, e o Courtney Lee, no banco. Tudo bem que o Rockets se livrou do Jermaine Taylor por uma figurinha brilhante do Kings, mas ainda assim, nao vejo espaço pro T-Will. Na posição 3, onde ele tambem é capaz de jogar, tem o Shane Battier, um dos melhores marcadores individuais da NBA, e o Chase Budinger, que ta jogando bem e chuta muito bem de tres, essencial pra um elenco onde isso é tao importante - ou seja, qualquer time do Rick Adelman. Eu quero ver como o Adelman vai fazer pra achar espaço pra tudo isso, até porque o Courney Lee e o T-Will sao um tanto quanto parecidos, então eu nao estranharia se alguem ai fosse trocado ou se isso virasse uma bagunça de vez bem quando o Rockets finalmente parecia encontrar uma identidade. Ou o T-Will mostra que é bom mesmo e merece jogar com regularidade, ou então vai ser uma porcaria de troca, porque o Oeste é disputado pra cachorro e é bem possivel que o Rockets acabem com lottery picks nesses proximos dois anos.

Por fim, pro Lakers, nao vale de muita coisa. Eles se livram do pentelho do Sasha e do seu contrato meio grande pra alguem do nivel dele e adicionam mais bife pro garrafão, onde eu vivo reclamando que o Pau Gasol tem jogado tempo demais. De certa forma, acho que eles tao mais felizes é de ver o Sasha pelas costas do que outra coisa, mas o Joe Smith pode tapar um buraco no garrafão caso o Theo Ratliff realmente não consiga ficar saudavel. O maior reforço pro Lakers mesmo foi a volta do Andrew Bynum, ou pelo menos até ele estourar o joelho num jogo em janeiro contra o Grizzlies. Todo mundo sabe que esse é o destino dele.
------------------------
Agora que os Pats ja estão nos playoffs, Brady pode se dedicar ao que realmente importa

Hoje começa a 15ª rodada da NFL, com Chargers e 49ers no Thursday Night Football. Antes de começar, queria fazer um breve resumo da situação dos playoffs pra que cada um saiba o que esperar dos seus times.

Pra começar, temos um unico time ja classificado: O New England Patriots. O Patriots e o Steelers, no momento, tem as duas top seeds na AFC, com 11-2 e 10-3, respectivamente. Tambem é importante ressaltar que o Patriots tem o criterio de desempate sobre o Steelers por ter vencido o confronto direto. Os outros campeões de divisão seriam Chiefs e Jaguars, ambos com 8-5, e os Wild Cards são Jets e Ravens, 9-4.

Agora, por partes: O Patriots ja está classificado, tem a vantagem do desempate sobre o Jets e só precisa ganhar um dos seus ultimos tres jogos: Packers (possivelmente sem Aaron Rodgers), Bills e Dolphins. Steelers tambem tem a vantagem do desempate sobre Ravens, mas está um jogo só na frente. Ainda assim, enfrenta Bengals e Panthers ainda, e acho dificil que perca esses jogos, portanto deve ficar mesmo com a 2nd seed. Mas Jets e Ravens precisam mais é pensar neles mesmos: Têm 9-4 e estão 2 jogos na frente de Chargers, Colts e Dolphins na briga pelo Wild Card. Os Ravens, com jogos contra Cleveland e Bengals, tambem ja estão praticamente garantidos nos playoffs. Mas o Jets precisa abrir o olho: enfrenta Steelers e Bears antes de ter seu jogo mais facil, Bills. Caso perca as duas partidas, ainda pode ser ultrapassado por Colts ou Dolphins (Tem vantagem contra Chargers). Ja o que esquenta mesmo são as duas divisões mais fracas da AFC. Chiefs e Jaguars tem um jogo de vantagem contra Chargers e Colts, respectivamente. No caso da AFC South, a questao é mais facil: Jaguars e Colts tem um confronto direto essa rodada. Se Jaguars ganhar, o time ja garante sua vaga nos playoffs. Se perder, ambos empatam em record e vao decidir nas partidas até o final, Jaguars enfrentando Washington e Houston e Colts enfrentando Raiders e Titans. Na AFC West, o Chiefs tem um jogo de vantagem e uma tabela mais facil, com Titans, Raiders e Rams. A questao aqui é se Matt Cassell vai poder jogar contra o Rams. O Chargers tem o desempate nas mãos, então o Chiefs precisa fazer de tudo pra terminar um jogo na frente. Chargers enfrenta Niners, Bengals e Denver, tambem uma tabela facil.

Na NFC, apesar de ainda não matematicamente, tudo caminha pra Saints, Falcons e Bears nos playoffs. Falcons tem 11-2 e o Saints 10-3, e pertencem à mesma divisão. As duas ainda tem um confronto direto, que deve definir quem fica com o titulo da divisão e quem fica com o Wild Card, mas as duas devem jogar em janeiro. Ja o Bears está 9-4 e só pode ser ultrapassado pelos Packers 8-5. No entanto, Aaron Rodgers nao deve jogar o proximo jogo, e mesmo se jogar é o Patriots em Foxborough. O Bears tem a vantagem do desempate, mas tem uma tabela dificil com Viks, Jets e o proprio Packers. Se o Packs realmente perder do Patritos, o Bears só precisa de uma vitória pra ir aos playoffs, e pega dois times em crise. Ja Eagles e Giants estão empatados em 9-4 e devem decidir o titulo de divisão no confronto direto. A vaga do Wild Card que nao será do Saints está disputada por Giants/Eagles, Packers/Bears e Bucs. Giants ou Eagles, 9-4, saem na frente, e parecem os times mais propicios a ganharem, ainda mais se Rodgers nao enfrentar o Patriots. O Bucs de certa forma corre por fora e pega Lions e Seahawks, mas tambem pega o Saints fora de casa e com a defesa totalmente devastada por lesões. Ao que tudo indica, o Bucs nao deve ir para os playoffs... ainda. Por fim, a NFC West, a mais pobre do futebol, tambem está uma das mais interessantes. O Rams lidera 6-7, mas logo atrás vem Seahawks (6-7) e Niners (5-8). Rams ainda terá confrontos diretos com ambos e uma partida complicada com o Chiefs. Niners pega, alem do Rams e Chargers, o Cardinals, e o Seahawks alem do Rams e do Bucs ainda pega tambem o Falcons. Ao que tudo indica Seattle e Rams devem deixar a decisão pro confronto direto na ultima rodada, onde quem ganhar terá a vantagem do desempate e possivelmente classificará. O Niners ainda corre por fora e, como deve ganhar do Cardinals, tem a vantagem do desempate contra os dois. Uma vitória no confronto direto contra o Rams pode colocar o Niners nos playoffs, por incrivel que pareça.

Eu sei que ta confuso, mas foi o que deu pra fazer. Nao percam os jogos que essa reta final vai ser do cacete.
---------------------------
Por fim, eu vou colocar amanha ai na lateral do blog uma pesquisa e gostaria que voces todos respondessem. A ESPN voltou a passar NHL e eu queria saber se voces gostam do esporte e gostariam que o blog fizesse uma cobertura do esporte. Eu nao assisto NHL, mas isso se deve ao fato de que eu nunca parei pra assistir e acompanhar com calma, e tenho quase certeza que quando eu fizer isso eu vou acabar gostando - pelo menos eu lembro que sai pulando feito maluco aqui em casa quando o Sidney Crosby fez o gol do titulo nas Olimpiadas de Inverno. Tentem responder se puderem e de preferencia só respondam uma vez à enquete. OBrigado e até amanha!

domingo, 31 de outubro de 2010

Clássico de Outono

Fall Classic. World Series. A grande final.

Tenha o nome que tiver, a série de sete jogos entre o campeão da AL e NL, na Major League Baseball, é a série que determina o campeão da temporada e quem ganha leva para casa o prepotente título de 'Campeões do Mundo'. Eu falei mais sobre a final da MLB num post antes de viajar, a trajetória de Giants e Rangers até esse lugar, o que cada time tinha de força, fraqueza e onde estavam as chances de cada time. Pois bem, tres jogos ja foram, e os Giants lideram a série por 2 a 1. Antes do jogo quatro, hoje a noite, vou contar um pouco sobre os tres jogos que tivemos até aqui. A partir de amanha corro pra botar em dia os assuntos que eu perdi quando estava na praia.


Willie Mays aprova essa série

Jogo 1: Tim Lincecum vs Cliff Lee
A foto acima é do lendário Willie Mays, grande jogador do passado e responsavel por uma das maiores jogadas da história da MLB, chamada 'The Catch'. Mays tem uma estátua na frente do AT&T Park (Um dos estadios mais legais que eu ja vi na vida e um dos motivos da minha relação com o Giants. Não sou torcedor do Giants, torço pro Red Sox, mas prometo contar minha relação com o time caso eles vençam a World Series) assim como outras lendas como Willie McCovey Juan Marichal, todos Hall of Famers. Mas quem está merecendo ganhar a sexta estátua do AT&T Park é o Juan Uribe.

Se contra o Phillies Uribe decidiu duas partidas, uma com uma rebatida de sacrificio pra impulsionar a corrida da vitória e outra um Home Run pra quebrar o empate em 2 a 2 que persistia no jogo 6, no jogo 1 da World Series foi novamente a vez de brilhar a estrela de Uribe. Se antes do jogo o duelo entre os pitchers Cliff Lee e Tim Lincecum era a atração do jogo, pro qual era esperado um placar baixo, na hora da partida os ataques que se mostraram dispostos a aparecer. Logo nos dois primeiros Innings, o Texas anotou duas corridas (uma em cada) com Vladimir Guerrero, jogando no Right Field ja que nao podia jogar de Designated Hitter, onde alias teve muitas dificuldades, cometeu tres erros e mostrou que realmente vai enfraquecer a defesa do time, e Elvis Andrus impulsionando. Mas o ataque do Giants voltou com sangue nos olhos pra terceira entrada pra tirar uma casquinha do Lee. Depois de colocar dois jogadores em base com um erro e um hit by pitch, Freddy Sanchez e Buster Posey impulsionaram corridas pra empatar a partida.

No quinto inning, depois de duas rebatidas duplas (Uma impulsionando corrida) e um walk, o Giants conseguiu duas rebatidas simples consecutivas pra anotar mais duas corridas e abrir 5 a 2 no placar e deixar dois homens em base. O técnico do time Rangers deve ter pensado algo como "Puxa, o Cliff Lee está mal, vou botar outro cara pra arremessar". Mas o que ele descobriu de cara é que o problema NÃO era o Cliff Lee. Na primeira bola que Darren O'Day arremessou pra Juan Uribe, uma rebatida mandou ela pra arquibancada num Home Run triplo pra abrir 8 a 2 e selar de vez a vitória do Giants. O time ainda amplicou pra 11 e o Rangers anotou mais cinco corridas contra os reservas do Giants, mas o jogo ja tinha sido decidido por Uribe.

"Na boa, eu jogo muito"

Jogo 2: Matt Cain joga muito e o resto é história
Matt Cain começou o jogo dois para o Giants contra CJ Wilson, do Rangers. Começou seu terceiro jogo na pós temporada e, incrivelmente, pela terceira vez não cedeu nenhuma corrida, seu ERA é um zero perfeito  (A unica corrida anotada contra Cain veio de um erro de Aubrey Huff)! Foram quase oito entradas cedendo apenas quatro rebatidas e dois walks. O massacre do Giants, contudo, nao foi facil. Ele começou apenas na quinta entrada com Edgar Renteria, que com o Florida Marlins em 1997 foi o responsavel pelo título com uma rebatida impulsionada no final da partida. Renteria mandou a bola pro outro lado do muro contra o até então perfeito Wilson. Na sétima entrada - adivinhe quem! - Juan Uribe impulsionou mais uma corrida pra deixar 2 a 0 o placar. Com Cain jogando a barbaridade que estava, o Giants nao corria muitos riscos, até porque Brian Wilson estava no bullpen, mas o ataque nao quis cometer erros: Após ter dois eliminados na oitava entrada, Buster Posey conseguiu um single e os pitchers do Rangers cederam quatro Walks consecutivos pros Giants. Renteria impulsionou mais duas corridas, Aaron Rowand mais duas, Andres Torres outra, e o Giants acabou o inning ganhando de 9 a 0 do Rangers!! Um massacre vindo de um ataque bastante desacreditado antes da pré temporada.


"Não estou chorando, entrou um cisco no meu olho"

Jogo 3: Colby Lewis e a sobrevida do Rangers
O medo de alguns (inclusive eu) pra essa partida do lado do Giants era quem iria começa-la: Jonathan Sanchez. Sanchez é um pitcher jovem e promissor, e teve uma temporada regular boa com 13 vitórias e um ERA de 3.07. Nos playoffs, contudo, está 0-2 com 4.05 de ERA e só nao perdeu todos os jogos que começou porque o ataque conseguiu se virar de alguma forma. Ou seja, o Sanchez está jogando mal demais na pós temporada, ainda nao encontrou seu jogo e nao acho que a torcida do Giants se sinta muito segura com ele no montinho. Foi exatamente essa a história contra o Rangers: Sanchez jogou apenas 4.2 entradas (Quatro entradas completas e duas eliminações da quinta), cedeu seis rebatidas e quatro corridas em dois Home Runs (Mitch Moreland triplo na segunda entrada e Josh Hamilton na quinta) e logo saiu do jogo pra evitar que afundasse mais o time. Curioso notar que depois que ele saiu o Bullpen cedeu só duas rebatidas e nenhuma corrida. Mas o ataque, dessa vez, nao conseguiu produzir em peso, principalmente devido a Colby Lewis. Lewis foi bastante sólido, arremessou 7.2 entradas e cedeu apenas duas corridas em cinco rebatidas, em Home Runs de Cody Ross e Andres Torres, ambos simples. Fora isso foram seis strikeouts e o ataque do Giants, ainda que tenha dado sinais de vida com esses dois HRs no final,  o fez tarde demais e nao conseguiu superar Naftali Feliz, o closer do Rangers.


Sobre o jogo 4 e o resto da série:
Hoje a noite tem o jogo quatro, com Madison Bumgarner contra Tommy Hunter. Bumgarner ainda é calouro, mas tem mostrado que é um bom pitcher e que tem maturidade pra arremessar nos playoffs, está 1-0 com ERA de 3.55 e tem se saido bem mesmo contra times fortes como Phillies. Do outro lado o inconstante Hunter, que depois de boa temporada regular está 0-1 com 6.14 de ERA na pós temporada  e tambem tem sofrido bastante. Acho que o Rangers nao está muito feliz com ele no montinho e ele deve sair de lá o quanto antes, o que não é bom porque o bullpen do Rangers não é confiavel. Se o Giants conseguir ganhar o jogo quatro, duvido muito que percam a série. O jogo cinco deve ficar nas mãos de Lincecum e o seis de Cain, e um eventual jogo sete pode voltar a Lincecum. Portanto acho dificilimo que o Giants nao consiga ganhar pelo menos um desses tres jogos. O Rangers tem que ganhar hoje a todo custo pra deixar Cliff Lee subir no montinho no jogo cinco sem a corda no pescoço e pra tentar levar a vantagem de uma partida pra San Francisco. Mas Hunter nao está tendo boas partidas e o ataque do Giants vem crescendo incrivelmente nos playoffs, a situação nao está facil pros texanos.
---------------------

Voltei de feriado, e portanto agora vou retomar o ritmo normal. O Celo me mandou mensagem ontem avisando que tinha postado, e tambem nao vou reclamar, pra quem nao viu está logo abaixo e fala sobre o Pro Bowl da NFL. Vou tentar apressar um pouco essa semana pra cobrir o que tiver ficado acumulado. Valeu o apoio e bom domingo!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Que venha a World Series!

Começa e termina aqui!

Philadelphia Phillies, New York Yankees e Tampa Bay Rays eram apontados, no começo dos playoffs, como os favoritos a levarem pra casa o título da World Series. No entanto, o Clássico de Outono, que começa essa quarta feira, terá um duelo inusitado: San Francisco Giants contra Texas Rangers. Se me perguntassem antes dos playoffs começarem, essa final só era mais improvavel do que Twins e Braves se enfrentando, ou seja, foi uma grande surpresa.

O Texas Rangers se classificou em quarto lugar na AL e só não era o time mais desacreditado porque o Twins estava sem Justin Morneau. Mas mesmo assim, Josh Hamilton estava voltando de lesão e o time enfrentaria o forte e temido time do Tampa Bay Rays. Com duas sensacionais performances de Cliff Lee, o Rangers eliminou o Rays e seguiu para enfrentar o Yankees, onde Hamilton deu show e o time texano massacrou os atuais campeões nas partidas nas quais venceu, apesar de uma virada histórica do Yankees no jogo 1.

O San Francisco Giants nao deveria nem ter ido para os playoffs, estava 6,5 jogos atrás do San Diego Padres na divisão faltando pouco mais de um mês de temporada regular. Mesmo assim, o Giants foi impecavel em setembro (A começar pelo seus astros, Tim Lincecum e Buster Posey), tirou a diferença pra San Diego e foi para os playoffs. A diferença de 6.5 jogos tirados no tempo que o Giants o fez para ir aos playoffs é uma das maiores marcas da história da MLB. O Giants enfrentou seu clone paraguaio, o Atlanta Braves, e venceu uma série apertada. Em seguida, enfrentou o embalado e fortissimo Phillies numa excelente série, jogos disputados, emocionantes, os ataques funcionaram, tres jogos decididos por uma corrida de diferença (Dos sete jogos vencidos pelo Giants nos playoffs, seis foram por uma corrida de diferença) e belas viradas, e no fim o Giants fez valer sua ótima rotação e chegou à World Series. Essa World Series tambem será a quebra de um tabu: Enquanto o Rangers, em seus 49 anos de história, nunca foi campeão da World Series (E tambem nunca havia nela chegado), o San Francisco Giants tambem nunca foi campeão. A franquia Giants foi campeã cinco vezes quando ela ainda estava em New York, mas desde que se mudou de cidade nunca alcançou o título, são 56 anos sem título, a terceira maior seca da MLB (Atrás de Cubs com 102 e Indians com 62 anos).

A World Series, ao contrário das Finais da NBA ou do Super Bowl, tem o mando de campo definido pelo All Star Game. Ou seja, a Liga (National ou American) que ganhar o All Star Game tem o direito do mando de campo nas finais. O ALG desse ano acabou 3 a 1 para a NL, e portanto o Giants tem a vantagem. O que tem uma outra vantagem alem da torcida. Na MLB, as duas Ligas são bastante diferentes, cada uma oferece um premio de MVP, calouro do ano, Cy Young (Melhor pitcher), etc dentro dela mesma. E tambem ha algumas diferenças entre as regras, e a principal a meu ver é a existencia ou não da posição do Designated Hitter, ou Rebatedor Designado.

No baseball, os jogadores são classificados de acordo com a posição que ocupam na defesa: Catcher, Pitcher, Centerfielder, First Baseman, etc. Na hora de ir o bastão, o técnico escolhe a rotação independentemente da posição. No entanto, na American League, existe um jogador, o Designated Hitter, que não faz parte do time defensivo mas que pode rebater quando seu time está no ataque, ocupando o lugar de rebatedor que normalmente seria do pitcher. Claro que isso favorece o ataque, pois geralmente os pitchers nao tem como caracteristica a rebatida e assim voce coloca em campo um jogador capaz de render mais corridas ao ataque. No entanto, na National League, não existe o DH, e o pitcher faz parte da rotação dos batedores (Para um exemplo, leia abaixo o resumo do jogo 6 da NLCS). Como resolver, então, esse problema na World Series? Simples, se usam as regras da Liga do time que recebe a partida. Portanto, nas quatro partidas em San Francisco, não existirá DH (Vladimir Guerrero, o DH do Rangers, vai começar o jogo 1 como Right Fielder) e os pitchers rebaterão normalmente, enquanto que nos jogos no Texas a posição existe e funciona como sempre (Pablo Sandoval, Pinch Hitter do Giants, deve ser o DH). A meu ver, isso favorece o Giants: Guerrero jogando de RF vai prejudicar a defesa do time, enquanto o Giants está acostumado a jogar com essa formação. Nos jogos no Texas, a entrada do DH só beneficia o Giants em relação à sua formação normal.

Vamos ver mais um pouco sobre os times agora, depois de duas séries de playoffs.



San Francisco Giants
Eu tinha me comprometido a falar do jogo seis da final da NL aqui, e vale muito a pena, porque foi um jogasso, cheio de emoção e com um final espetacular. Roy Oswalt, que teve um ótimo jogo 2, estava escalado para começar pelos Phillies, enquanto Jonathan Sanchez, que até aqui tem tido uma fraca pré temporada, estava no montinho pelo Giants. E Sanchez nao conseguiu sair de sua má fase, logo na parte de baixo da primeira entrada ele cedeu um walk, uma rebatida dupla, dois singles e uma rebatida de sacrifício, permitindo que o Phillies abrisse 2 a 0 de vantagem logo de cara. No entanto, Sanchez se recuperou na segunda entrada e na parte de cima da terceira foi a vez do Giants mostrar serviço: Após rebatidas simples do próprio Sanchez e de Andres Torres e uma rebatida de sacrifício de Freddy Sanchez, o Giants tinha dois jogadores em condições de anotar corridas (2ª e 3ª bases). Aubrey Huff conseguiu uma rebatida simples pra impulsionar a corrida de Sanchez, mas Shane Victorino fez um lançamento lindo pro catcher Carlos Ruiz eliminar Torres antes que ele chegasse ao home plate. Mas na bola seguinte Buster Posey contou com um erro da defesa pra Huff anotar outra corrida e empatar a partida.

No entanto, os problemas do Giants continuaram. Na parte de baixo da terceira entrada, Sanchez cedeu primeiro um walk pra depois acertar uma bola nas costas de Chase Utley num hit  by pitch, que esquentou o jogo: Os dois bancos entraram em campo e ameaçaram começar uma briga. Controlada a situação, Sanchez foi tirado rapidamente de campo pra entrada de Jeremy Affeldt, que entrou muito bem e fechou o inning. A partir dai, a partida virou um jogo de paciencia para ambos os times. Apesar dos Giants estarem jogando melhor no ataque (terminaram o jogo com 13 rebatidas, contra 8 do Phillies), os pitchers e as defesas se mostravam sólidos e ninguem conseguia pontuar. Roy Oswalt saiu pra entrar Ryan Madison, e Madison Bumgerner e Javier Lopez sucessivamente substituiram Affeldt.

Esse equilibrio foi quebrado na oitava entrada, parte de cima: Com dois eliminados e Madison no montinho, Juan Uribe, que ja havia sido o heroi do jogo quatro ao impulsionar uma corrida na nona entrada pra ganhar a partida, rebateu um Home Run que atravessou o campo e só foi cair na primeira fileira de cadeiras da arquibancada. Mas na parte de baixo da oitava entrada, com os Giants em vantagem 3 a 2, pra minha surpresa, quem entrou pra arremessar foi Tim Lincecum! Confesso que na hora fiquei sem entender nada. Os Bullpens geralmente são jogadores que arremessam com bastante força e que tem como função eliminar rapidamente, na base da porrada, enquanto Lincecum é um jogador bastante equilibrado e técnico. Ta bom que era O Lincecum, mas ele estava frio, contra rebatedores que ja vinham jogando faz tempo, a situação era muito desfavoravel. Depois de um strikeout em Jayson Werth (Melhor jogador do Phillies na série), Lincecum cedeu duas rebatidas simples e acabou saindo pra entrada do closer Brian Wilson, que contou com uma queimada dupla excelente de Aubrey Huff pra fechar a entrada. Na nona entrada, com o closer Brad Lidge, o Phillies teve alguns problemas: Torres e Sanchez rebateram simples, e com dois elminados e dois em base Buster Posey subiu no montinho. Foi ai que Lidge optou por ceder um walk intencional a Posey pra lotar as bases. Foi ai que eu entendi porque o técnico botou Tim Lincecum: Quem subiu ao bastão com bases lotadas foi... Brian Wilson! Se Lincecum tivesse fechado o inning, o técnico poderia botar nessa situação um pinch hitter pra tentar ampliar a vantagem e Wilson entraria só na nona entrada. Mas como nao deu, o técnico nao quis arriscar tirar Wilson, que foi eliminado.

Na nona e decisiva entrada, Wilson eliminou dois jogadores, mas cedeu dois Walks, e com dois em base e dois eliminados subiu ao bastão Ryan Howard, que seria seguido por Jayson Werth! Uma rebatida simples de Howard empatava, uma dupla provavelmente ganhava, e um strikeout levava o Giants à World Series! Wilson deixou de lado totalmente qualquer tipo de arremesso que nao fosse uma bola rapida nessa entrada.
Primeiro arremesso. Strike. Começou bem, mas Howard estava 2-4 no bastão aquele dia, perigoso.
Segundo arremesso. Bola. A contagem ainda era favoravel a Wilson.
Terceiro arremesso. Bola. Um walk aqui poderia ser fatal, Werth estava jogando muito na série e iria ter bases cheias.
Quarto arremesso. Foul. Mais um strike pros Giants irem pra World Series!
Quinto arremesso. Ball. Contagem completa, momento de decisão!
Sexto arremesso. Foul. Howard sobrevive.
Seis arremessos até aqui. Seis bolas rápidas. Mas na sétima bola, a bola decisiva, Brian Wilson mandou um dos Sliders mais lindos que eu vi na vida na parte de baixo da zona de strike. Ryan Howard só pode olhar enquanto o juiz chamava o strikeout e Buster Posey saia correndo pra abraçar Brian Wilson, que teve brilhante atuação, enquanto a torcida comemorava sua primeira World Series desde 2002.
--------

O Giants chegou nos playoffs como um time de ataque fraco e ótima rotação de pitchers, melhor ERA da MLB. E realmente foi o que vimos na série contra Atlanta, as tres vitórias sendo decididas por uma corrida e com baixas contagens com ótimas atuações de Matt Cain e Lincecum. Mas na série contra Phillies, um time claramente superior, o ataque apareceu e muito bem! Foram cinco home runs em seis jogos (Tres do Cody Ross), partidas sendo decididas com placares altos e em geral atuações consistentes de jogadores como Posey e Huff, esse ultimo um monstro na defesa. O time mostrou uma postura de campeão contra o Phillies: rotação titular forte, bom Bullpen e um ataque consistente capaz de produzir nas horas certas. A defesa e a rotação do Rangers é muito inferior à do Phillies e se o ataque do Giants mantiver o impeto, pode conseguir grandes feitos. O que preocupa é a fraquissima pós temporada de Jonathan Sanchez, que perdeu um jogo e só nao perdeu outros dois porque saiu antes. Para o time aumentar suas chances, Sanchez precisa recuperar seu jogo, assim como Bumgarner.


"Opa, sou eu de novo?"

Texas Rangers
Eu ia falar um pouco do jogo seis entre Rangers e Yankees, mas acho que tudo que eu tinha pra falar ja está nesse post, porque realmente aquela foi a história do jogo: Tres rebatidas impulsionadas do Vladimir Guerrero, um Home Run duplo do Nelson Cruz e um Yankees apatico incapaz de fazer qualquer coisa.

O Rangers teve um dos melhores ataques da MLB na temporada regular, foi o melhor time em hits, e conseguiu carregar isso para a pós temporada. O problema tinha sido a rotação titular, CJ Wilson é um bom pitcher mas está longe da elite de Liga. Cliff Lee chegou no ultimo dia de trocas e teve um final de ano fraco, tres vitórias e quatro derrotas. Mas nos playoffs, baixou o santo no Lee, foram tres jogos contra os dois melhores times da AL, tres vitórias e tres atuações dominantes, e está escalado pra começar o jogo 1 da World Series contra Tim Lincecum. O ataque do Rangers está pegando fogo, em especial o Josh Hamilton, MVP da ALCS, e está mandando bolas pra longe num ritmo alucinado. Bengie Molina, Cruz, Guerrero, Ian Kinsler e Hamilton vem de ótimas atuações e vao meter medo mesmo na rotação fortissima do Giants. Se os pitchers conseguirem segurar o ataque do Giants, que vem embalado contra uma defesa bem mais forte que a dos texanos, o Rangers tem tudo pra levar o seu primeiro titulo.


World Series
O primeiro jogo da WS vai ser amanha, quarta feira, 9 e meia da noite. Cliff Lee vai enfrentar Tim Lincecum. O Giants tem uma vantagem muito evidente nos pitchers em geral, área onde o Rangers só apresenta um Lee consistente, e se o bullpen é equilibrado, Brian Wilson é um closer pra meter medo em qualquer time da Liga. Por outro lado, o ataque do Rangers é superior ao do Giants, manda bolas pro outro lado do muro com boa frequencia e tem pra mim o melhor jogador desses playoffs, Josh Hamilton. O Giants apresentou grande evolução ofensiva quando foi enfrentar um time de ataque forte, e se conseguir manter o ritmo de evolução, vai dar muito trabalho pro Rangers. A questão parece ser se voce confia mais num ataque ou numa defesa pra ganhar o título, a defesa do Giants ou o ataque do Rangers. Talvez o ataque do Giants esteja mais proximo do do Rangers do que o inverso acontecendo com os pitchers, mas nao esqueçam que o Rangers tem Cliff Lee, invicto.

Pra mim, a chave da série vai ser o jogo 1: Se o Giants ganhar de Lee, colocar o melhor pitcher da pós temporada no final da rotação do Rangers e abrir a série com uma vitória do seu ace em casa, é meio caminho andado pro titulo. Voce tira o moral do Rangers, do Lee, ganha uma partida contra um pitcher que até agora ganhou todos os jogos que subiu no montinho e sai na frente em vantagem, sendo que nos proximos jogos voce tem uma vantagem muito clara nos arremessadores. Por outro lado, se o Rangers ganhar, ainda que nao seja o maior estrago do mundo pro Giants, atrapalha: Perde a vantagem do mando de campo, ve seu melhor pitcher perder sua segunda partida seguida, um Rangers com mais moral do que nunca e claro, sai em desvantagem na série.

O duelo entre esses pitchers promete ser senscional e podem ter certeza que, nove e meia da noite de quarta, estarei sentado no sofá assistindo a esse jogão.