Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

sábado, 15 de outubro de 2011

O lockout, dois meses depois...


Saiba como o muso DeMaurice Smith afetou essa temporada da NFL


O lockout da NFL acabou já faz mais de dois meses, os times já se estruturaram, a temporada está a todo vapor, os índices de audiência estão altos como sempre, o Arizona Cardinals ainda é uma droga e portanto esse pentelho lockout que chegou a ameaçar um cancelamento de jogos (Não que fosse uma ameaça crível. Ao contrário da NBA, onde os donos queriam desde o começo o cancelamento de jogos, na NFL perder duas rodadas seria o caos e os times perderiam muito dinheiro. Na NBA, quase ninguém liga de perder duas semanas. O que vai mudar se perdermos toda a temporada.) está acabado e é coisa do passado apenas. Certo?

No effing way! Não caiam no conto de que o lockout não teve nenhuma consequência nessa temporada. O lockout não nos deu o desprazer de vermos o cancelamento de jogos ou alterações drásticas no formato da temporada (como por exemplo só 16 rodadas, sem bye), mas ele está ai afetando muitos times de formas positivas ou negativas.

Quando o lockout estava rolando, mesmo quem não acreditava no cancelamento de jogos, admitia um fato: De que os times que estavam trocando de técnicos, quarterbacks ou sofrendo alterações drásticas nos seus elencos iam naturalmente ter dificuldades pra começar. O lockout significou duas coisas em termos de data: que os times não tiveram tempo para treinar na offseason e tiveram uma pré-temporada limitada. Durante o lockout, como os times e jogadores não podiam entrar em contato, novos técnicos não podiam treinar seus jogadores no seu esquema de jogo, novos QBs não podiam receber seu playbook nem treinar com seus companheiros, e times com grandes mudanças em geral sofreriam absurdos com o entrosamento de jogadores. Eu já disse antes, mas NFL é um jogo extremamente especializado que depende absurdamente de trabalho de equipe e entrosamento, e para isso o time precisa saber exatametne qual jogada está sendo chamada. Sem tempo suficiente para estudar o playbook e para treinarem juntos, era natural que os times tivessem dificuldades.

Vendo agora, depois de cinco semanas da temporada regular, podemos ver que estavamos, de certa forma, corretos. De todos os times da NFL, tivemos sete times trocando de QB titular da temporada passada para essa: Seahawks, Cardinals, Titans, Panthers, Jaguars, Bengals e Colts. Independentemente do novo QB ser bom ou ruim, apenas três desses times estão tendo algum sucesso com seu QB: O Panthers com Cam Newton, que apesar de tudo está 1-4, o Titans do Matt Hasselback (que usa um ataque extremamente parecido com o que ele estava acostumada em Seattle) e o Bengals do Andy Dalton (que está sendo eficiente e está jogando bem, mas não está ganhando jogos para o time, quem está fazendo isso é a defesa). Os outros estão tendo problemas com seus QBs: Cardinals e Seattle estão entre os piores times da NFL com performances pífias dos Quarterbacks, o Jaguars está tentando fazer o Blaine Gabbert aprender na prática o playbook (e não está dando certo) e o Colts não consegue ganhar nem com reza brava.

(Tangente rápida: Só eu consigo imaginar facilmente o Colts trocando o Peyton Manning e seu contrato absurdo ano que vem se pegar o Andrew Luck no Draft? O Manning não vai querer ser reserva do Luck e o Luck está mais do que pronto pra entrar de titular, lembra muito o próprio Manning quando veio pra NFL, e o time pode trocar Manning pra um time mediano, acumular trocas de draft ou talentos jovens e reconstruir em torno do Luck. Não tou dizendo que eu faria isso, mas... Não é dificil imaginar isso acontecendo).

Quando olhamos para os técnicos ou coordenadores defensivos, a questão é ainda mais complicada. Uma parte dos problemas do Eagles, por exemplo, vem do fato de que seu novo coordenador defensivo - que foi coordenador da linha ofensiva do time por 17 anos antes de receber o cargo - ter tido apenas seis semanas até aqui pra aprender a ser um maldito coordenador defensivo. Ele recebeu vários jogadores com diferentes características nessa free agent e além de ter que fazer a adaptação à sua nova função (que ele não exercia antes, sempre é bom lembrar) teve que achar uma forma de montar um esquema novo usando todas essas pessoas. É de surpreender alguém que até agora ele continue tendo problemas, ele continua usando mal o Nnamdi Asomugha, ele continua sem saber resolver seu problema com safetys (Coloque o Nate Allen de um lado e use o Dominique Rodgers-Cromartie de safety em outros pacotes, já ajuda 200%), ele ainda não achou uma formação que jogue com os cornerbacks mais próximos da linha de scrimmage pra evitar as corridas (o que ele poderia fazer se o Cromartie estivesse de safety)... Enfim, ele não conseguiu trabalhar com tão pouco tempo e tantos jogadores novos. A defesa do Eagles não achou sua identidade e não está sabendo aproveitar o talento dos seus jogadores, tudo isso por causa de uma contratação que nunca deveria ter acontecido e por causa de um lockout que impediu que o novo técnico tivesse tempo para trabalhar com seus jogadores.

O time que está de certa forma fugindo à questão do novo técnico com pouco tempo é justamente o San Francisco 49ers, o que é ainda mais interessante porque é visível ao longo da temporada a evolução da equipe. Em apenas seis messe, o novo técnico Jim Harbaugh mudou completamente a postura da equipe. A equipe está unida e concentrada, está enfrentando os adversários de cabeça erguida como se fossem todos times do mesmo nível do 49ers. No papel o time estava mais fraco do que em 2010 (6-10), mas dentro de campo está tudo diferente. Um Wide Receiver "diva" como o Michael Crabtree agora está jogando seu corpo para bloquear safetys e abrir espaço para os companheiros. Um Free Agent que ficou frustrado por não receber uma proposta longa (Dashon Goldshon) está jogando com mais intensidade do que nunca. Em apenas seis semanas, o técnico vendeu ao time tudo que ele acredita - trabalho duro, competitividade, determinação, confiança. Em seis meses, o que seria o prazo normal, eu esperava que ele fosse totalmente capaz de fazer isso, e muitos outros também poderiam fazer algo semelhante. Mas fazer isso em seis semanas... ninguém esperava. Adaptar a defesa e o ataque perfeitamente, controlar o time todo, conhecer individualmente cada jogador do seu time... Isso foi impressionante. O 49ers se saiu melhor do que qualquer outro time nessa offseason (Alguém já reparou nos cantos de "Who's got it better than us?" da torcida do Niners?).

Claro que a adaptação não foi imediata, quem acompanhou o time pode ver claramente como o time foi evoluindo monstruosamente semana a semana. O time venceu o Seahawks num jogo muito ruim, e depois perdeu de virada para o Dallas num jogo quase ganho. O time teve algumas dificuldades contra o Bengals, ams conseguiu uma virada na raça fora de casa. Depois, o time voltou para vencer o Eagles fora de casa. Depois, massacrou o Bucs (Um time bom) em casa pra não deixar mais dúvidas. O time começou devagar, foi pegando confiança, foi ganhando tempo para trabalhar com seu técnico e entrou nos eixos. Quem acompanhou o 49ers (Ta, não foi muita gente, eu sei) viu como o trabalho de técnico pode sozinho mudar um time da água para o vinho. O 49ers tinha o talento, faltava alguém que soubesse usar. E usar isso em seis semanas foi um outlier total, ele foi o único novo técnico que pegou um time desmontado e usou perfeitamente.

Como eu disse antes, esses fatores - novos QBs, novos técnicos/coordenadores - eram esperados. E também não é difícil olhar o outro lado da moeda. Times como Bills e 49ers, que insistiram nos seus QBs questionados, tiveram sucesso e foram recompensados. Ryan Fitzpatrick não era tão questionado, conhecia o playbook e seus jogadores e não teve dificuldades em recomeçar de onde parou. Alex Smith foi uma situação mais complicada, porque ele recebeu um novo técnico e um novo playbook, mas conhecia seus companheiros e isso está sendo importante. E os melhores times da NFL até aqui (Packers, Saints, Patriots, Lions, 49ers, Bills, Ravens, Chargers, Redskins, em termos de record) são, com a excessão do Niners, todos times que mantiveram seus técnicos de 2010 pra 2011.

Mas se esses fatores eram esperados e não estão surpreendendo, tem dois fatores que pelo menos eu não esperava mas que podemos notar um efeito pós-lockout bastante negativo. E os dois tem a ver com a defesa.

O primeiro são os tackles. Os números de tackles errados (Que são uma estatística não-oficial, vale lembrar) dessa temporada tiveram um começo absurdamente alarmante e, embora tenham diminuido consideravelmente, ainda estão bem altos. Não foi incomum, para quem viu os jogos das primeiras duas ou três semanas, olhar pra corredores atropelando todo mundo e com os jogadores incapazes de dar um tackle para derrubá-lo. Não foi uma coincidência que tivemos tantos corredores com grandes marcas ou um altíssimo número de jardas após as recepções, o que inflou muito os números de ataque dos jogadores. Os defensores não estavam conseguindo parar quem estava com a bola, e os tackles (especialmente de jogadores que não tem como principal função dar tackles, como safetys, cornerbacks, etc) estavam passando batidos.

Isso eu não vi ninguém comentar antes da temporada, mas faz sentido. Quem já jogou futebol americano sabe que dar um tackle é alto muito difícil. Por mais que você tenha 1m 80 e 100 kg, tente derrubar outro cara de 1m 80 e 100kg que está correndo a toda velocidade e desviando de você. É difícil pra burro, exige muita técnica e, especialmente, muito treino. Não é o tipo de coisa que os jogadores treinam quando treinam sozinhos, é algo que precisa de um técnico pra corrigir e dar dicas, e que só vai ser aperfeiçoado com muito treino repetitivo. No futebol americano, muitas coisas tem que ser quase automáticas para poderem serem executadas numa fração de segundos, e dar tackles é uma dela. Treinamento básico e repetitivo é extremamente importante para isso, é mais uma questão de prática e hábito do que de talento (Claro que existem excessões, jogadores como Ray Lewis ou Patrick Willis, por exemplo, que são especialistas em tackles, ou até MLBs em geral, mas para as outras posições 80% das vezes é uma questão de treino e prática) e ficar durante seis meses sem treinar isso teve um impacto muito negativo nesse fundamento em especial, não é a toa que desde então os times tem treinado tackles feito doidos.

O segundo fator que sofreu muito com o lockout foi, de forma geral, a secundária dos times. De forma geral, jogar na defesa exige mais instintos para reagir às movimentações da defesa do que outra coisa. No entanto, justamente por isso, exige um entrosamento muito maior para que a defesa não deixe buracos. É obvio que no ataque entrosamento é importantíssimo, mas no ataque a jogada já é combinada de antemão, cada jogador já tem que saber o que vai fazer. Na defesa, os jogadores reagem à uma mesma jogada, mas se cada um reagir de uma forma diferente a defesa vira uma bagunça. Isso é importante principalmente na secundária, que jogam mais longe da bola e cobrem uma área maior do campo (São, em média, sete jogadores perto da linha e quatro na secundária apenas) individualmente, por isso é importantíssimo que eles não ocupem os mesmos espaços e deixem outros vazios. A falta de tempo para treinar, mais uma vez, teve um efeito importante aqui. Vocês acham que foi só coincidência que tivemos números históricos para jardas aéreas nas primeiras semanas, que individualmente e coletivamente recordes e recordes foram alcançados nessas partidas (e de certa forma continuamos tendo números inflados para Quarterbacks)? No effing way. As secundárias foram pavorosas no começo de temporada porque não tiveram tempo para treinar juntas, cansamos de ver um safety e um cornerback cobrindo a mesma área do campo e deixando o meio completamente livre, ou então um buraco imenso entre o safety e o linebacker. Que nem naquela pelada de final de semana onde vão 11 pra cada lado e ninguém marca a linha de fundo porque tem cinco dentro da área, as secundárias pareciam um bando de jogadores juntos ao acaso marcando o que cada um queria, sem saber onde o outro ia estar. Foram buracos demais e os Quarterbacks logo aproveitaram isso para conseguir passes fáceis.

Ou seja, o lockout acabou antes da temporada, mas é absurdo achar que ele não está afetando esse ano de forma alguma. Alguns efeitos foram previsíveis, outros nem tanto. Mas seja pelos times que tiveram um atraso na adaptação de novos técnicos ou jogadores ou simplesmente porque temos números ofensivos mais inflados por causa dos tackles e dos problemas nas secundárias (O que naturalmente favorece os times com melhores Quarterbacks), o lockout está tendo um efeito importante em como essa temporada está se desenhando. Dessem seis meses inteiros para o Eagles treinar sua equipe, eles seriam um time muito mais assustador. Mas com apenas seis semanas, eles estão condenados à mediocridade em 2011. Quando olharmos daqui a 15 anos para as estatíticas dessa temporada, vamos pensar algo como "Holy hell, quatro Quarterbacks quebaram o recorde do Dan Marino pra jardas aéreas??" antes de lembrarmos que esse é o melhor ano para ser um Quarterback na história da Liga (Alguns dos motivos estão acima, os mais importantes vão ganhar post a parte). Em quinze anos, provavelmente não vamos lembrar de como o Jim Harbaugh teve uma das temporadas mais impressionantes para um técnico dos últimos 20 anos a não ser que o 49ers entre em modo Berserk e seja campeão do Super Bowl. Mas nesse momento, enquanto essa temporada está acontecendo, existe um fator a mais que 90% dos outros anos não tem. Ele está afetando a Liga de uma forma muito mais sutil (e infinitamente melhor) do que cancelando jogos. Alguns times ao acaso estão sendo beneficiados e outros prejudicados. O que é totalmente comum nas Ligas, sempre podemos ter algum fator externo que afeta alguns pontos da temporada. Isso não é algo absurdo ou "errado". Só precisamos lembrar que isso existe.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Pensamentos rápidos da semana 5 da NFL

O post que eu ia fazer hoje não ficou pronto, e então vai ficar pra sexta. Enquanto isso, em uma rodada interessante, vou deixar aqui meus pensamentos rápidos sobre cada jogo. Não é um resumo das partidas, e sim comentarios que eu acho interessantes e que podem adicionar a quem viu ou não viu o jogo. Vamos nessa, um por um...


Tenessee Titans 17 at 38 Pittsburgh Steelers
O Titans tem um RB de elite que não corre, tem um QB velho que ta jogando melhor do que nunca, perdeu seu melhor Wide Receiver... Eu entendo esses problemas do Titans. E eu sei que o Big Ben Roethlisberger joga melhor machucado (5 TDs) do que saudável (4 interceptações). Mas eu sinceramente não consigo entender as pessoas que descartam o Steelers por causa de um começo instável.

Na NFL, não importa o que acontece antes de dezembro (a não ser que voce cave um buraco do tipo 2-6, 1-7), o que importa é o que vem depois. O Steelers é o time mais perigoso da AFC, nenhum outro time tem uma combinação tão forte de ataque e defesa. Jogos ruins do Big Ben, alguns jogadores (cof cof LaMarr Woodley) da defesa demorando pra pegar... Isso é normal. Esquecer o time mais equilibrado da AFC, esquecer que eles tem um QB que é melhor do que qualquer outro da conferência saudável (Tirando Tom Brady) só por causa de alguns jogos ruins - ISSO não é (ou não deveria ser) normal. O Steelers não perdeu jogadores do ano passado, não trocou a comissão técnica e está sofrendo com problemas de más atuações especialmente da defesa (uma das unidades mais afetadas pelo lockout, mas sexta voltamos a isso) e do seu QB (que costuma demorar pra pegar no tranco). Se o Steelers embalar, é meu candidato ao Super Bowl. E estavam querendo descartar o Steelers... na semana quatro? Por favor...


Oakland Raiders 25 at 20 Houston Texans
O Raiders pode ganhar a divisão porque o Chargers está muito mal, mas ainda é um time insignificante demais. O time jogou com muito mais vontade por causa da morte do seu dono, Al Davis, e porque o Texans estava sem dois dos quatro melhores jogadores. O Raiders pode cavar uma vaga nos playoffs na incompetência do Chargers, mas é um time mediocre ao extremo. Ponto.

O que é preocupante é o Texans. Não pela derrota, mas pela perda do Mario Williams pelo resto da temporada. Williams estava sendo o melhor jogador dessa defesa, tinha 4,5 sacks em 4 jogos e era responsável por boa parte da pressão dessa defesa. A lesão do Williams faz essa defesa em ascenção retroceder muitos passos, e até ele voltar ela não vai conseguir se reerguer. O ataque é bom, mas o segredo do time para bater de frente com os melhores times da divisão era a defesa. Agora ela perdeu seu melhor jogador. Difícil imaginar o Texans competindo em alto nível nos playoffs agora, uma pena. Mas ainda deve ir até eles, pelo menos, e essa experiência pode ser muito útil em um time tão novo.


Kansas City Chiefs 28 at 24 Indianapolis Colts
Matt Cassel teve um grande jogo contra uma secundária muito fraca. Curtis Painter jogou bem mas foi incapaz de ganhar um jogo quando tinha uma vantagem de mais de 20 pontos. Dois candidatos à primeira escolha do Draft, um joguinho bem ruinzinho... Eu tenho certeza que meu time do colegial ganhava do Colts se o Dwight Freeney não me matasse antes.



Cincinatti Bengals 30 at 20 Jacksonville Jaguars
Mais uma vez, a inexplicável decisão de dispensar o David Garrard volta pra assombrar Jacksonville. Luke McCown não é um jogador para a NFL, e o time teve que entregar as rédeas para o calouro Blaine Gabbert, que claramente não está preparado para isso. Se Garrard estivesse lá, Gabbert poderia tranquilamente passar um ano estudando e aprendendo com calma antes de entrar em campo. Agora, o Gabbert ta lá apanhando e o time não vai a lugar nenhum. E aposto que o Garrard acorda todo dia puto da vida ao lembrar do Jets e pensar "Porque o Mark Sanchez é titular e eu não?".

Por outro lado, o Bengals é um time mediano, mas consistente. AJ Green é um excelente jogador, a defesa está jogando bem, e o Andy Dalton é um jogador mais preparado do que todo mundo imaginava, embora ele já fosse mesmo considerado um QB "pronto" pra fazer a transição pra NFL. Eu ainda acho que o Bengals se precipitou ao pegar o Dalton, porque o teto dele não é muito mais alto do que o nível que ele já joga e ele só enfrentou uma defesa realmente forte até aqui (a do 49ers, quando foi comido vivo). Mas se o time está confortável com a dupla Green/Dalton, porque não parar de birra e trocar logo o Carson Palmer? O Palmer tem só 31 anos e já teve ótimos anos nas costas, vocês acham que o Seahawks não trocaria o Doug Baldwin e uma escolha de segunda rodada por ele (Créditos ao Jason LaCanfora, da nfl.com, pela sugestão)? Ou que até que o Chiefs não trocaria umas duas escolhas futuras de quarta rodada e o Jonathan Baldwin por ele? Ele não vale nada aposentado, já que estão felizes com o QB que tem, parem de birra e ganhem algo com ele!!


Seattle Seahawks 36 at 25 New York Giants
Por duas semanas (inclusive quando me enfrentou no fantasy), o Eli Manning foi genial, lançou sete touchdowns e nenhuma interceptação. Agora, enfrentando o Seahawks em casa (e o Seahawks não sabe jogar fora de Seattle) o Eli Manning teve um jogo horrível, lançou interceptações a torto e a direito e só teve um passe para TD porque o Victor Cruz fez milagre com um passe bem ruim. Não é falta de talento, ele é muito bom quando está bem, mas ele está bem só de vez em quando, parece que as vezes ele se desliga do jogo e começa a lançar interceptações. Ainda não descarto a opção de que ele seja daltônico. Ou só idiota. Vai entender...

Ele conseguiu ser o pior QB em campo, e olha que enfrentou Tarvaris Jackson e Charlie Whitehurst.


Arizona Cardinals 10 vs 34 Minnesota Vikings
Quando você toma uma surra desse nível pro Vikings, é porque tem alguma coisa errada, ou porque seu QB que te custou um Cornerback All-Pro e uma escolha de segunda rodada não é tão bom assim. Na verdade, o Kevin Kolb foi horroroso. Sofreu interceptações, cedeu touchdowns, tomou fumbles... E o Arizona Cardinals simplesmente tem uma defesa bem ruim, o Adrian Peterson fez o que quis, correu para três touchdowns e foi bom FINALMENTE o Vikings entender que tem o melhor Running Back da NFL desde o Ladainian Tomlinson. O time exagerou nas corridas com o Toby Gerhart e nos passes ruins do Donovan McNabb, o Adrian Peterson ficava em segundo plano. Uma coisa era fazer isso com o Brett Favre jogando temporada de MVP, outra é fazer isso com um QB em decomposição. O Adrian Peterson é a alma desse ataque, eu entendo que a NFL é uma Liga dominada por Quarterbacks, mas sua melhor chance (com uma defesa relativamente boa) é colocar o Peterson pra tocar na bola 25-30 corridas por jogo. Ou então entregar tudo pra Deus e colocar logo o Christian Ponder no lugar do Don... Quer saber, esquece, entrega logo a bola pro Adrian Peterson, e depois vai buscar o Jared Allen, que deve estar até agora infernizando a vida do Kolb.



New Orleans Saints 30 vs 27 Carolina Panthers
Eu achava, até essa rodada, o Saints um time mais perigoso do que o Packers. Isso porque ele tinha uma defesa que estava jogando melhor, e como estava cheia de gente nova ainda demoraria algum tempo para se acertar. Mas depois de ver o limitado ataque do Panthers quase vencer esse jogo, eu estou ficando cético com relação à defesa do Saints. Pra valer. Eu sei que o Cam Newton é excelente (Embora eu ainda não esteja convecido, talento a gente sabia que ele tinha, vamos ver se vai ter cabeça pra refinar seu jogo e atingir seu potencial) e que o Steve Smith está tendo uma temporada incrível, mas o resto do ataque do Panthers é fraco e mesmo assim o Panthers fez o que quis. Sorte do Saints ter o segundo melhor QB da NFL com o camisa 18 do Colts fora, porque se não fosse ele o Saints tinha perdido essa partida. Mas ver a defesa do Saints levar essa surra me deixou cético novamente, e mais uma vez meu título de "time mais assustador da NFL na atualidade" vai pro Packers.


Philadelphia Eagles 24 at 31 Buffalo Bills
O Eagles está com problemas, eu sei. Esses problemas não vão ser explorados aqui, eles vão ser comentados com calma num post especial, com uma pequena prévia nessa sexta. Mas os problemas defensivos do time são previsíveis - os de ataque não. O Michael Vick de 2010 tomou conta tão bem da bola e isso foi um grande motivo do seu sucesso, mas lançar quatro interceptações fora de casa não vai ajudar o Eagles a nada. Esse começo 1-4 do Eagles surpreende, claro, ainda porque o ataque está jogando muito mal, e eu acho que esses problemas vão continuar por enquanto, motivo pelo qual eu acho que o Eagles vai ficar de fora desses playoffs. Talvez pro time seja até bom pegar um bom DT, MLB ou até OT no draft do ano que vem, porque os problemas do time continuam evidentes. E pelo amor de Deus, troquem o coordenador defensivo. Ele nunca deveria estar aí em primeiro lugar. Uma das primeiras regras da NFL é "Nunca promova um cara que foi técnico da sua linha ofensiva por 17 anos a coordenador defensivo, traga vários jogadores novos com estilos diferentes e de a ele apenas seis semanas para arrumar toda a defesa", e o Eagles a está quebrando.

Enquanto isso, o Bills vai se estabelecendo como um time de playoffs na AFC. Um bom QB, um jogo terrestre sólido e uma defesa que, apesar de suspeita como conjunto, está sendo muito boa forçando turnovers, foram quatro contra Brady e mais quatro contra Vick. Ainda não acredita? Então pense da seguinte forma: O Patriots deve vencer a AFC East, e o Chargers a AFC West. Ravens e Steelers devem disputar o topo de uma das restantes, e Texans e Titans a outra. Agoar pense com calma: Nesse cenário, o Bills vai disputar o Wild Card com Raiders (mediocre ao extremo), Jets (time que sempre foi mais longe do que devia cuja defesa não está tão sólida como antes, o Mark Sanchez não consegue evoluir, e o jogo terrestre está abaixo do esperado), o perdedor de Titans e Texans  - e um desses times deve pegar a vaga que não ficar com Ravens/Steelers. Realmente é difícil considerar o Bills como uma 6th seed?



Tampa Bay Buccaneers 3 vs 48 San Francisco 49ers
Correndo o risco de ser parcial por falar do meu time, eu digo: O 49ers é pra valer. Um comentarista da ESPN disse que o 49ers tem a melhor defesa da NFC, e eu ri num primeiro momento, até parar pra pensar. Quem seria a melhor? Saints não, Packers também não. A única defesa que estaria na briga seria a do Redskins, que é muito boa, mas não tem um jogador do nível do Patrick Willis. A defesa do 49ers está excelente em todas as áreas (é a melhor da NFL contra o jogo terrestre, a secundária está ótima com o calouro Chris Culliver e o free agent Carlos Rodgers, a pressão no QB está excelente...) e isso deixa o ataque com a missão de dar suporte a ela. E o ataque melhorou ridiculamente nas ultimas semanas, e o motivo é uma enorme melhora na linha ofensiva do time. Ela está fazendo um ótimo papel bloqueando e protegendo o Alex Smith, que finalmente esta deixando o rótulo de "bust" pra trás. Ele está tomando decisões mais rápido e com uma sintonia melhor com os wide receivers, o que o deixa menos exposto às pressões. O jogo terrestre está funcionando de forma execlente. E o time está com a mesma atitude do Grizzlies de 2011, aquele jeito de "podemos ganhar de qualquer um" que torna o time tão perigoso. Super Bowl? Talvez seja um exagero. Mas eu não ficaria surpreso de ver esse 49ers aprontando nos playoffs...

Ah sim, e o Jim Harbaugh é o candidato a técnico do ano mais convincente até aqui. Ponto.


New York Jets 21 at 30 New England Patriots
O Jets finalmente ficou sem gás. A defesa ainda é boa, mas nem de longe é tão forte como a do ano passado ou do retrasado, e o ataque do time é ridículo. O ataque não consegue mais correr tanto sem a bola (a ausência do Nick Mangold atrapalha, mas não é explicação suficiente) e o time tentou jogar colocando mais a bola nas mãos do Mark Sanchez, o que foi um retumbante fracasso. O Sanchez não evoluiu desde que entrou na Liga, continua indeciso e tomando más decisões, e não da pra esperar mais grandes saltos de produtividade dele. O Jets nunca vai admitir que o Sanchez é um fracasso dessa forma, mas pra mim o Jets deveria assinar o David Garrard ou trocar pelo Palmer e colocar o Sanchez no banco, é a forma que o time mais vai ter chances de conseguir algo.

E o Patriots está me surpreendendo, especialmente o Benjarvus Green-Ellis. Ano passado, o Patriots se comprometeu com o jogo terrestre de forma mais eficiente, mas esse ano o time está usando isso não como um recurso eficiente, e sim como uma força de verdade. O time ganhou do Jets porque ninguém de verde conseguiu parar o Benjarvus Green-Ellis. Eu não acho o Patriots o melhor time da NFL porque sua defesa é muito fraca por enquanto, mas o fato do time ser capaz de vencer jogos pelo chão é algo tremendamente importante que da mais um motivo de otimismo para os torcedores do Patriots. Sabe, além do fato do time ter o melhor QB da NFL...


San Diego Chargers 29 vs 24 Denver Broncos
É hora de Tim Tebow em Denver!! Finalmente, depois de algum tempo de incerteza, o Denver nomeou o ex-QB da Flórida o titular da equipe. O que mais uma vez mostra como draftar esse cara foi uma decisão totalmente imbecil por parte do Denver Broncos.

Um QB como o Tebow merece um lugar na Liga e merece uma chance. Eu não ligo se suas mecânicas são ruins, se ele não tem boa precisão ou se seu controle do ataque é fraco. Ele é um competidor, e mesmo não jogando bem ele só não virou o jogo desse final de semana porque a defesa não conseguiu dar a ele uma última chance mesmo com um 3rd and 10 e 3 minutos no relógio. Mas Draftar um cara tão cru e tão talentoso como o Tebow exigia uma certa conjuntura: Uma situação estável no time e no seu comando, um QB titular que pudesse jogar dois ou três anos enquanto Tebow treinava sem pressão, um técnico ou um mentor que soubesse ensinar ao Tebow os fundamentos (ou seja, seguir o "Modelo Aaron Rodgers")... E o Denver não tinha nada disso. Agora, vindo de um lockout e um téncico novo, ele vai ter que entrar numa fria porque o time está péssimo com o papel de salvador da pátria, mesmo sem ter tido o tempo adequdo pra treinar, mesmo sem ter tido a calma necessária pra desenvolver os fundamentos e mesmo sem ter tido o tempo para aprender o playbook novo do time. O Broncos pegou o Tebow com a situação totalmente oposta à ideal, e agora vai arriscar entregar o comando do time pra ele no meio da temporada. Um excelente exemplo de como não agir no Draft vindo direto do Colorado.


Green Bay Packers 25 vs 14 Atlanta Falcons
O Packers tem um ataque infernal, Aaron Rodgers é um dos quatro melhores QBs da NFL e o time está mais embalado do que nenhum outro na Liga desde o Patriots de 2007, e além disso o Packers voltou ao topo do meu Power Ranking particular. É tudo verdade, e o fato do Packers estar 5-0 não é um mero acaso ou sorte. Eu sei disso muito bem. Mas também não da pra fingir que não está vendo o que o Falcons está fazendo de errado nessa temporada. O Falcons começou bem e controlou o jogo, teve uma boa vantagem... e esqueceu de jogar. O time morreu alí - a defesa deixou os recebedores do Packers com espaço demais e não conseguiu colocar pressão no Aaron Rodgers mesmo com o Chad Cliffton machucado (Eu entendo que o melhor rusher do time, John Abraham, estava fora, mas não é desculpa). O time parou de explorar o jogo terrestre (que estava funcionando) e o Matt Ryan continuou com sua temporada para esquecer (Ele aparentemente não consegue jogar bem em anos ímpares). O Falcons está 2-3, sendo que uma das vitórias veio contra o Seahawks depois de quase entregar a mortadela. Então é, o Falcons está tendo uma péssima temporada. O Packers se mostrou vulnerável, mas sua defesa foi bem, ainda que contra um ataque morto. Ainda quero ver o Packers enfrentar um time realmente forte, só enfrentou o Saints até agora em jogo bem apertado.

Tangente rápida: Eu tenho raiva desse pessoal que fica colocando o Aaron Rodgers num pedestal, simplesmente porque eu adoro ele e esse exagero impede que se veja o que ele realmente tem de incrível. O Rodgers é espetacular, tem um braço fortíssimo e é um dos três melhores QBs da NFL saindo do pocket e fugindo do sack. Ele tem uma facilidade assustadora para tomar decisões e lê defesas muito bem. Ele é um QB completo. E ele não PRECISA que fiquem endeusando ele ainda. Ele tem só 28 anos, ele está evoluindo a cada jogo e pra mim vai terminar sua carreira como um dos grandes QBs da história da NFL. Mas as pessoas parecem confundir as coisas, como se ele precisasse ser o melhor do mundo agora pra ser bom. PRa mim, ele é o terceiro melhor QB da Liga junto com o Big Ben, atrás de Brady e Drew Brees (com Peyton Manning fora). Isso quer dizer que ele é ruim? Claro que não!! Brady tem 34 anos, Brees tem 32. Já são QBs rodados e consagrados na Liga. Rodgers ainda está um degrau abaixo do que Brees e alguns abaixo de Brady, principalmente porque esses dois tem uma precisão superior ao Rodgers e trabalham melhor nas bolas de longa distância. O Rodgers possui um corpo de recebedores melhor do que qualquer outro QB na Liga e ele usa isso com maestria, mas em termos puros ele ainda está um pouco atrás desses dois.

Mas aqui é o que eu acho realmente importante: As pessoas colocam o Rodgers como o melhor da NFL (o que ele ainda não é) por vários motivos, incluindo sua produtividade impressionante, mas tentar "forçar" ele nesse topo as vezes faz as pessoas não perceberem o quão incrível é estar onde ele está com apenas 28 anos e apenas em seu quarto ano como titular na NFL! Pra mim isso é muito mais incrível do que ficar falando que ele é o melhor por causa de meia dúzia de números. Brady, Brees e Manning são melhores do que ele, mas são três jogadores que já atingiram o seu auge e tem suas carreiras consolidadas. Rodgers está apenas começando sua carreira e ainda tem muito a evoluir, seu teto é praticamente ilimitado e eu tenho medo de pensar no que esse cara vai se tornar quando acabar a carreira. Ao invés de apressar as coisas e tentar passar o Rodgers na frente de todo mundo, porque não podemos simplesmente admirar a beleza do que ele está fazendo mesmo não sendo o melhor do momento?

(E sim, essa é a minha opinião, qualquer um tem total liberdade de discordar).


Chicago Bears 13 vs 24 Detriot Lions
O Chicago é um time mediano, e portanto não surpreendeu esse resultado. Eu comentei com o Celo (Bears fanático) que a melhor forma do time jogar era com passes curtos para o Matt Forte, de forma a não ter que confiar na sua linha ofensiva contra a defensiva do Lions para proteger o QB ou abrir espaço para a corrida. O Forte até jogou bem, mas o Jay Cutler não conseguiu achar um ritmo e a secundária do Bears continuou horrorosa, Brandon Merryweather (nosso querido Ex-Pro Bowler) teve mais um jogo para esquecer e o Lions ganhou com duas jogadas de 70 jardas.

O Lions também é outro time pra valer. A defesa é forte, o Matthew Stafford está jogando bem e o Calvin Johnson é simplesmente imparável, eu nunca vi um WR como ele que simplesmente fala "joga a bola pra cima que eu pego". O melhor WR que eu vi jogar ao vivo foi o Randy Moss (Peguei apenas o final da carreira do Jerry Rice), mas nem ele tinha essa capacidade de dominar o ar como o Megatron. O Lions só preocupa pela dificuldade no jogo terrestre, o Jahvid Best ainda joga melhor recebendo passes do que correndo com a bola. O Lions provavelmente vai aos playoffs e pode chegar ao Super Bowl sim, mas eu ainda acho que o time está a um ano ou dois separados de um título. Vamos ver como o Lions enfrenta o 49ers no melhor jogo da semana que vem e uma possível prévia dos playoffs. Quem diria, antes da temproada começar, que na sexta semana 49ers e Lions se enfrentariam em um jogo com um record combinado de 9-1?

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Albert Pujols e minha torcida para o Saint Louis Cardinals

Só para lembrar que esse post foi escrito ANTES do jogo 5 entre Phillies e Cardinals


Pujols sente a bola batendo nele por trás


Confesso que, antes dos playoffs começarem, eu estava torcendo pelo Phillies. Não que fosse meu time favorito (Torço para o Red Sox e na NL gosto do Giants), mas eu achava que eles mereciam mais do que ninguém (tirando talvez o Tigers), além do fato de eu adorar a rotação titular do time, em especial o Roy Halladay. Além disso, é o time com mais chances de evitar um título do Yankees, e eu realmente não quero eles ganhando. Mas agora que a série está empatada e indo 2 a 2 para um jogo 5 decisivo, eu realmente quero que o Cardinals ganhe e avançe para as Finais. Porque? Simples: Albert Pujols.


Pujols é talvez o melhor jogador de baseball que eu vá ver na vida - com certeza é o melhor rebatedor que eu já vi até hoje. Eu talvez seja antiquado, nessa época onde superestrelas parecem escolher onde querem jogar (Estou olhando pra você, Carmelo Anthony. Pra você também, Lebron James) por achar que ainda possa existir identidade entre um jogador e uma franquia. Isso não existe mais no futebol, por exemplo - perguntem ao Cristiano Ronaldo. E eu não gosto de ver essa tendência acabando. Eu gosto da ideia de um jogador fazer sua carreira associado a um único clube. Não é obrigatório ou mesmo algo "decente", é simplesmente algo que eu acho bacana quando vejo. Pra mim, um craque como Pujols - que começou sua carreira pelo Cardinals, fez sua história por lá, está associado à franquia e até ganhou um título com o Cardinals - deveria continuar com o Cardinals até pelo menos o crepúsculo da sua carreira (quando não da pra culpar o time e o jogador de partirem caminhos que seriam mais benéficos para ambos). Existem trocentas situações onde não da pra sequer culpar o jogador, quando a franquia claramente está estacionada e comendo os grandes anos da carreira de um atleta (Alguém pensou no Kevin Garnett aqui, mesmo o KG nunca tendo pedido uma troca?), mas o Cardinals é um excelente time, que vai brigar por algum tempo por títulos com uma excelente base - fixa em Pujols - e com fãs que são totalmente devotados ao time e que reverenciam Pujols. Porque ele sairia? Por dinheiro?

As conversas para renovar contrato entre Pujols e o Cardinals esfriaram em 2010 quando Pujols pediu um salário absurdo, que acabaria com a capacidade do Cardinals de manter o time competitivo. Infelizmente isso acontece na NFL, e times sem um mercado grande como New York não conseguem gerar receita o suficiente pra competir com os grandes (vejam o caso do Brewers, por exemplo, que reassinou Ryan Braun a preço de ouro mas não tem como reassinar Prince Fielder agora sem destruir suas finanças). Não sei se algum dos lados tem razão, e isso nem é o caso. Mas o fato é, Pujols ainda não decidiu o que fazer da vida. E eu queria que o melhor rebatedor que eu vi jogar até hoje continuasse no time onde ele construiu sua carreira e sua história. Uma troca de time não seria uma "mancha" na sua carreira, eu simplesmente prefiro ver jogadores e times construindo uma identidade. Por mais que eu entedesse perfeitamente o motivo que levou o Red Sox e Pedro Martinez (pra mim um dos cinco melhores pitchers de todos os tempos) a separarem seus caminhos após o título de 2004 (Pedro Martinez queria dar os toques finais na sua carreira de Hall da Fama e ganhar o máximo possível de dinheiro antes da sua aposentadoria, enquanto o Red Sox não queria dar um contrato longo pra um pitcher em decadência com problemas nas costas), eu fiquei muito triste de não ver o Martinez terminar sua carreira no Red Sox. Pra mim, ele sempre estará associado ao Boston, mas pra mim faltou ver aquele jogo de despedida para Pedro no Fenway Park, sabendo que era o seu último jogo pelo time que fez dele o que ele foi - e o time que ele fez voltar a ser relevante na Liga.

O que não necessariamente implica que o jogador em questão tenha sido draftado e formado por esse time. Pedro não começou sua carreira no Red Sox, mas foi o time com o qual ele criou a maior identidade, com o qual ele pra sempre vai estar associado quando lembrarmos da sua magnífica carreira, dos lendários anos de 1999 e 2000, do seu 17 K one-hitter em pleno Yankee Stadium contra um time no meio de quatro títulos seguidos. Curt Schilling não foi draftado pelo Sox, não foi formado pelo Sox, o grosso da sua carreira foi no Phillies e possivelmente os melhores anos ele passou no Diamondbacks, na verdade ele só foi jogar no Sox no finalzinho da sua carreira, mas aqueles quatro anos de 2004 a 2007 que ele passou no Red Sox foram o suficiente pra ele criar uma identificação com a torcida que ele nunca teve com nenhuma outra. O título de 2004 pra sair da fila de 86 anos - com um Schilling de 37 anos como o astro - , sua raça pra jogar os playoffs de 2004 com tendão rompido simplesmente porque ele sabia que ELE era o astro daquele time e que sem ele o time não teria nunca ganharia o título, mesmo arriscando todo o final da sua carreira (inclusive pra mim um dos jogos mais impressionantes de todos os tempos em qualquer esporte, o jogo seis da ALCS em 2004 quando o Yankees tinha uma vantagem de 3 a 2 na série e Schilling arremessou SETE entradas com o tendão rompido, o pé sangrando e a meia ensopada de sangue, cedendo apenas uma corrida e virando de vez a série pro Sox simplesmente porque ele sabia que só ELE poderia fazer isso naquele momento), a liderança e a paixão com que ele liderou o Sox aos seus dois títulos recentes... Tudo isso fez o Schilling ser um pitcher mais importante pro Sox do que pra qualquer outro time que ele tenha passado na sua carreira de 20 anos, e eu fiquei genuinamente feliz de ver o Schilling aposentando com a camisa do Red Sox, a camisa com a qual ele sabia que eventualmente seria lembrado, a camisa que tinha mais significado pra ele do que qualquer uma dos outros quatro times que ele jogou na Liga. Aquele jogador era do NOSSO time - a nossa torcida sabia disso.

Então é, pra mim esse tipo de coisa importa. Quando assistimos esportes, querendo ou não, estamos torcendo para uniformes. Criamos relações com os jogadores que vestem essas roupas ou com os que gerencial essas coisas, mas no fundo, o tempo passa e o que fica é a roupa e tudo que vem com ela - história, títulos, etc. Mas isso está relacionado ao time, à camisa, não aos jogadores. O meu outro Boston - o Celtics - provou que, infelizmente, hoje em dia os esportes são um negócio como qualquer outro quando trocou o Kendrick Perkins pelo Jeff Green. A troca até fazia sentido no papel, mas a troca passou por cima de tudo que os jogadores - e os torcedores - do time acreditavam. Perkins foi draftado pelo Celtics, cresceu com o Celtics, fez sua carreira (e mais, sua vida) pelo Celtics, e ele foi trocado sem cerimônia para um time por uma troca que no papel fazia sentido. O que existe de tão apaixonante nos esportes é que ele é composto de dois lados: um lado objetivo (o papel) e um lado subjetivo. A troca fazia sentido no lado objetivo, mas nenhum no lado subjetivo. Ela destruiu tudo que o time do Celtics acreditava - amizade, lealdade, aquele sentimento de apoio que vinha da química entre aqueles cinco jogadores titulares, que acreditavam piamente que nunca seria derrotados juntos (como nunca foram). Por isso ela destruiu a temporada do Celtics. Não só porque ela tirou uma arma do time (a altura, e o garrafão extremamente defensivo), mas porque ela deixou os jogadores e os torcedores quebrados. Perkins tinha uma identificação com o time e com a torcida, e vice versa. Quando ele saiu, isso deixou de fazer sentido, e todo mundo viu que no fundo eles estavam apenas torcendo para a roupa. Não importava se o jogador que cresceu e deu o sangue pelo time estava chorando o dia todo, indo cabisbaixo para longe jogar com pessoas que ele não conhecia - tudo que importava é se o time com a roupa verde estava mais forte. Os outros quatro titulares não sabiam o que fazer sem seu amigo, sabendo que o pivô grandalhão e desengonçado que sempre estivera cuidado das suas costas não estava mais lá. A química do Celtics e tudo que havia de subjetivo naquele time - que fazia ele tão forte - foi pro ralo, e o time NUNCA mais foi o mesmo.

Infelizmente, estamos realmente torcendo para um negócio - para um uniforme. Por isso eu realmente fico feliz quando aparece algum jogador que supera esse tipo de coisa, que realmente cria uma identificação especial com um time ou com uma torcida. Talvez seja porque meu time de futebol tem isso, mas é algo diferente, algo que foge do comum e nos faz voltar a torcer para alguém - se importar com ele, torcer para ele se dar bem individualmente, dentro e fora de quadra, ficamos putos quando alguém fala mal dele. Quando nós realmente encontramos um jogador desses, queremos que sua história e a do time continuem juntas. Isso já foi comum, mas com cada vez mais dinheiro no meio e o esporte virando cada vez mais um negócio, isso está fugindo. Pode ser uma visão antiquada - podem me chamar de velho, eu sei que tenho esse lado - mas eu gosto de ver esses tipos de jogadores. Por isso fiquei arrasado quando vi Pedro indo para o Metz. Por isso fiquei comovido quando vi Schilling encerrar sua carreira no Sox. Por isso fiquei desiludido com os playoffs do Celtics de 2011. Nós torcemos para uniformes, mas nós não queremos isso - queremos herois de carne e osso, que estejam acontecendo nesse momento, para nós vermos com nossos próprios olhos. O Cardinals tem um jogador desses em Pujols - e eu não quero que ele vá embora. Eu não quero que sua relação com o time seja desfeita simplesmente por dinheiro. E é com essa esperança que eu torci para o Cardinals, para que um último título fizesse Pujols ficar no time com o qual ele tem uma identificação maior do que qualquer outro jogador hoje (tirando Derek Jeter e talvez David Ortiz). Alguns jogadores simplesmente cruzam essa barreira, e eles vêm em números cada vez menores ultimamente. Cada um desses jogadores nos levam a um lugar maior como fãs de esportes, independentemente da torcida. E eu quero o máximo possível deles na minha vida.

Talvez isso infelizmente não seja possível. Talvez Pujols pegue uma oferta de 175 milhões de patacas do Angels e deixe Saint Louis pra trás mesmo com um título. Talvez o time de Saint Louis não consiga igualar e caia para um canto obscuro da MLB. Talvez a gente esteja realmente num tempo onde os jogadores escolham seus times por coisas que não tem a ver com torcida, história ou leandade - dinheiro, mídia, etc. O esporte mudou, e a relação dos jogadores - e dos torcedores - com os times vem mudando junto. O esporte é um negócio como outro qualquer. O Celtics nos lembrou disso com Kendrick Perkins. Talvez Pujols nos lembre disso mais uma vez. E por mais que eu odeie isso, talvez não seja algo estranho, e sim algo natural para o esporte nos dias de hoje. Cada vez mais, nós estamos torcendo para uniformes - quer nós gostemos disso ou não.




Palpite para a NLDS extremamente resumido: Cardinals vs Brewers
O Brewers é muito forte em casa, mas o Cardinals está embalado demais. Não vai dar pra segurar. Cardinals em sete.

sábado, 8 de outubro de 2011

Os times - NFC West

Finalmente acabamos com esse post o nosso especial dos times. Eu sei, demorou pra cacete e eu peço desculpas a todos por isso, mas provas, trabalhos e emprego novo realmente quebram as pernas. Agora a gente pode voltar a fazer os posts de costume, que nem o que vai sair amanhã. Mas antes vamos falar da divisão mais fraca da NFL, a NFC West (E no final do post, meus palpites pra Tigers e Rangers).

Porque a NFC West é a divisão mais fraca da Liga? Bom, tirando o fato de que ano passado o seu campeão Seattle Seahawks terminou com só sete vitórias, a NFC West também está totalmente aberta e nivelada por baixo: Nela, um dos times é claramente o melhor (49ers), mas um time tem o melhor Quarterback (Rams), e outro time tem o melhor jogador (Cardinals, por bem pouco). Mas até aqui, um time tem se destacado como claramente melhor na hora de vencer partidas.


"Outta my way, bitch!"

San Francisco 49ers (6-10)
O San Francisco 49ers é o meu time na NFL, é o time que eu mais amo em qualquer esporte que não seja o futebol, é o time que eu mais acompanho, mais conheço e mais entendo. Esse tópico poderiam ser 500 palavras ou 5000 - então vamos poupar vocês e encurtar isso aqui.

O 49ers não era, no começo do ano, o favorito a ganhar a divisão. Pelo contrário, muita gente colocava o 49ers como candidato à pior campanha da Liga e ao Andrew Luck. Isso se deu em parte porque em 2010 o 49ers tinha um time claramente superior ao resto da divisão, mas tropeçou nas próprias pernas, errou demais, seu técnico era horroroso e o QB, Alex Smith, machucou e quando esteve saudável foi extremamente errático (As vezes parecia genial, outras parecia que ainda era um calouro inexperiente). O time foi vergonhoso, trocou de QB várias vezes ao longo do ano e ao final da temporada não só perdeu vários jogadores importantes da defesa (Takeo Spikes, Nate Clements, Aubrayo Franklin) como também chamou de volta Smith para continuar como seu QB titular. Para piorar, o seu técnico novo teve apenas três semanas para trabalhar com o time - e mais importante, com Smith - e implementar o seu novo trabalho, tempo extremamente insuficiente para um técnico conseguir implementar grandes mudanças.

Agora, na quarta temporada, a temporada do 49ers parece de redenção e o técnico Jim Harbaugh está sendo, de longe, a segunda melhor adição de QUALQUER time nessa offseason (Só perde para aquele vovô do Titans que está passando pra 300 jardas e 2 TDs mesmo sem seu melhor WR e com um RB sem vontade). Em apenas seis semanas, a mentalidade do time é completamente outra: O time está jogando com confiança e com vontade, a postura derrotada que reinou ano passado depois de duas rodadas (ambas derrotas) não existe mais, e o time todo está focado nos seus jogos. A perda dos jogadores defensivos está sendo muito pouco sentida porque ela deu espaços para outros jogadores do elenco brilharem: Ray McDonald (DE) está tendo uma excelente temporada, o NT Isaac Sopoaga está sendo espetacular, o MLB segundo-anista NaVorro Bowman vai ser uma estrela na Liga e é até aqui o steal do Draft do ano passado, Ahmad Brooks está tendo um salto incrível de produtividade e o calouro Aldon Smith (Muito contestado quando foi escolhido) está sendo um dos três melhroes calouros defensivos da temporada.

Mas mais importante, foi o trabalho de Harbaugh (Ex-QB da NFL) com Alex Smith. Smith parece outro QB desde que começou a treinar com o novo técnico: Está muito mais confiante, cometendo menos erros, e está tendo confiança para lançar a bola mais fundo (Seu grande problema nos últimos anos). Apesar do playbook do 49ers ainda estar um pouco conservador com passes, quando o time precisou correr atrás do resultado (contra o Eagles), Harbaugh depositou sua confiança em Smith para vencer o jogo passando e deu certo - o 49ers saiu com a vitória em um jogo apertado. O time está 3-1, está claramente acima de qualquer outro time da NFC West, tem o melhor elenco da divisão, está com uma das melhores defesas da Liga e - por incrível que pareça - tem o QB que melhor está jogando na divisão! Vai durar? Eu não sei, ninguém pode dizer. Mas só a forma como Harbaugh transformou a mentalidade do time numa mentalidade vencedora e vem tirando o melhor de um QB que sempre teve o talento mas nunca teve uma conjuntura favorável, já torna ele pra mim uma adição espetacular para o 49ers. Depois de nove anos, esse time tem tudo para voltar aos playoffs. Estou apostando nisso - como torcedor, e também como um blogueiro do esporte. Ok, talvez mais como torcedor. Domingo teremos um bom teste: se o 49ers ganhar do Bucs, então fica provado que o 49ers é um time de verdade. Um time 4-1 com mais cinco jogos contra Rams, Cardinals e Seahawks termina no mínimo com oito vitórias - mais do que suficiente pra ganhar essa divisão.


Max Hall, John Skelton e Derek Anderson.
Um resumo da temporada 2010 do Cardinals


Arizona Cardinals (5-11)
O Cardinals foi um favorito dos fãs durante os anos 2008/2009 com seu ataque absurdo, liderado pelo brilhante Kurt Warner. Mas depois de uma derrota no Super Bowl  em 2008 e a aposentadoria do Warner em 2009, o time afundou com QBs como Derek Anderson e John Skelton tentando levar o time pra frente - e não conseguiram, o que fez o time ir buscar outro QB pra comandar o show.

Na offseason, Cardinals  fez barulho na NFL quando trocou um CB All-Pro, algumas escolhas de Draft e suas meias pelo QB reserva do Eagles, Kevin Kolb. Eu achei que a contratação era boa, mas o negócio foi péssimo: Trataram Kolb como um jogador comprovadamente capaz de se tornar um Franchise QB e pagaram por ele como tal, mas Kolb foi titular apenas cinco vezes na vida e era mais uma aposta pelos flashes de brilhantismo do que por algo que tivesse sido demonstrado de forma consistente. Eu já abordei bastante esse assunto, mas em resumo, eu achava Kolb o jogador certo para o time mas que veio a um preço absurdamente alto que poderia matar o Cardinals. Dito e feito, o time está uma desgraça: Kolb tem jogado bem, mas não muito, e apesar de flashes ainda comete muitos turnovers (Em parte pelo seu péssimo habito de lançar a bola apoiado no pé de trás). Com um WR como Larry Fitzgerald (Que pra mim perdeu o título de melhor da Liga pro Calvin Johnson, mas ainda é um jogador espetacular e que deve ir parar no Hall da Fama), qualquer QB mediano vai ser capaz de causar estrago, mas Kolb precisa produzir mais com o resto do seu time. A volta do RB Beannie Wells e seus três TDs contra o Giants foi muito boa pro time, mas Kolb precisa jogar melhor. O ataque sofria pela falta de alvos bons além do Fitz, e isso também tem atrapalhado, mas dado o que foi pago por Kolb, ele precisa jogar muito mais.

A defesa também tem sido um bagaço durante essa temporada. O time perdeu muitos jogadores pra Free Agency recentemente, e ainda fez o favor de mandar Dominique Rodgers-Cromartie pro Eagles, e mesmo com a ainda boa secundária no papel de Adrian Wilson, Kerry Rhodes e Patrick Peterson, essa unidade do time ainda é um buraco só que cede muitas jardas aéreas e está tendo dificuldade de produzir turnovers. Darnell Dockett joga sozinho na linha de frente do time, o que o torna um alvo fácil para double teams, e o time simplesmente está sentindo falta de talento na defesa.  É verdade que o time perdeu três jogos apertados, mas foram contra times relativamente fracos: O fraco Seattle Seahawks, os desfalcados Giants e o suspeito Redskins.

O time é horrivel? Não. É um time muito melhor do que era ano passado, Kolb tem na média jogado bem, Beannie Wells saudável é um bom corredor e ainda tem alguns jogadores talentosos na secundária que podem ajudar o time. É o segundo melhor time da divisão, o que não quer dizer muita coisa, já que a divisão fede. Mas o fato é que a não ser que o Cardinals resolva seus problemas na secundária e o Kevin Kolb comece a valer o que foi pago por ele, o Cardinals continua um time fraco e muito inferior ao San Francisco 49ers.


"Quer dizer que a culpa é do nosso camisa 7? Vamos pegar ele na porrada"
Seattle Seahawks (7-9)
No mesmo post acima sobre Kolb e o Cardinals, eu comentei sobre a offseason do Seahawks: Depois de vencer por milagre (E por pura ruindade dos adversários) a divisão em 2010, o time deixou seu melhor jogador ofensivo no Matt Hasselback (Sabe, aquele que ta tendo temporada da MVP nos Titans...) ir embora porque estava satisfeito trazendo o Tarvaris Jackson para ser seu titular, a ponto de nem pegar um Quarterback no Draft com sua escolha de primeira rodada, onde poderia ter pego Ryan Mallett, Andy Dalton (Que está jogando até que bem) ou Colin Kaepernick. E se a gente aprendeu uma coisa recentemente, é que na NFL não se vence mais sem um bom Quarterback, ainda mais depois das mudanças recentes de regra que tivemos (Maior proteção para o Quarterback e, principalmente, a regra das concussões - mas falaremos disso outra hora). O time trouxe dois bons alvos - O TE Zach Miller e o WR Sidney Rice - mas eu questionei o fato de não ter ninguém para lançar para eles.

E até agora, o Seahawks realmente fez tudo errado. O Jackson tem até bons momentos, jogou bem essa semana por exemplo, mas ele é ruim no geral, péssimo para gerenciar um ataque e é uma ameaça muito maior correndo com a bola do que passando, e as defesas estão absolutamente confortáveis com isso. O Seattle tem o quarto pior ataque em termos de pontos, o pior em jardas, o quinto pior em jardas aéreas e o segundo pior correndo com a bola. Ou seja, o time não ta fazendo nada direito no ataque: Não corre com a bola, e Tarvaris não consegue fazer muito lançando a bola. A defesa do time é mediana, tipo de defesa que pode ser sustentada por um ataque forte mas que não vai ganhar jogos sozinha forçando turnovers e segurando o adversário a poucos pontos. Não ajuda a defesa, também, o fato do ataque cometer muitos turnovers e não controlar o relógio. Ou seja, o erro de deixar o Hasselback sair foi fatal, e o Seahawks é um time mediocre ao extremo, sem um ataque capaz de fazer muito. Mesmo numa divisão fraca, não vejo o Seahawks passando na frente de Cardinals ou 49ers.


Você sabe que está mal quando alguém começa a trocar socos com o juiz

 
Saint Louis Rams (7-9)
Depois de quase ganhar a divisão em 2010 e parecer um time de futebol americano de verdade (O que já tava bom, considerando essa divisão ano passado), o Rams regrediu tudo de novo: O bom Sam Bradford, calouro do ano em 2010, está no meio da sua Sophomore Slump (A maldição que afeta QBs em seu segundo ano - pergunte ao Matt Ryan) e está sofrendo absurdos com a falta de alvos decentes (O melhor deles, Danny Amendoala, está fora da temporada) e de um jogo terrestre (O ótimo Steven Jackson machucou e continua fora). Sem esses dois jogadores importantes, o Rams está confiando no seu talentoso QB pra levar o time pra frente -  e ele está falhando. Não que ele seja ruim, ele foi muito bem (pra um calouro) ano passado e tem talento de verdade, mas ele ainda não é capaz de levar um ataque pra frente sem um jogo terrestre e sem alvos confiáveis (Nem todos são Peyton Manning). O time precisa dele pro ataque funcionar, mas ele sozinho não vai ser capaz de fazer isso. Simples.

Mas o problema do Rams (ou o maior deles) não é o ataque, é a defesa. Depois de um 2010 que teve jogadores como Chris Long e James Laurantinis se destacando e fazendo muita gente acreditar que essa defesa estava no caminho certo, a defesa regrediu de vez: Tem de longe o pior ataque terrestre da Liga (170 jardas cedidas por jogo!) e a defesa aérea só não está pior colocada (13ª melhor) porque todo mundo fica jogando mais pelo chão do que pelo ar, porque tirando o Quentin Mikell a secundária também não está passando confiança. Se a defesa terrestre conseguisse manter os adversários cautelosos pelo chão, a secundária talvez pudesse dar melhor conta dos passes, mas sem isso a secundária não tem conseguido ajudar em nada. A defesa terrestre tem que melhorar, mas eu não vejo o ataque dando a volta por cima a não ser que haja um grande salto de qualidade do Bradford ou que o Jackson volte com força. Candidato a pior time da pior divisão da NFL. Que honra.



Extra: Palpites para a ALCS, Tigers vs Rangers
Já falei tudo que tinha pra falar sobre as forças e fraquezas dos times no post sobre as ALDS, então fica aqui só meu palpite para a série.

O Tigers é um bom time, que eliminou o Yankees mesmo tendo 17 corridas contra 28 do Yankees. O Tigers venceu porque ganhou os jogos apertados - ou seja, ganhou com seus arremessadores, sabendo que não tinha um ataque tão potente quanto o Yankees. Já o Rangers ganhou do Rays com seu ataque e sua capacidade de anotar corridas. Mas a verdade é que, completo, o Texas é um time de playoffs melhor do que o Yankees. Não tem um ás do calibre de CC Sabathia, mas tem uma rotação muito mais sólida e completa, e tem um ataque igualmente explosivo, ainda que mais dependente de Adrian Beltre e Josh Hamilton do que o Yankees é de qualquer dois jogadores do seu elenco - daí o "completo".

Os dois tem chances, claro, mas eu acho o Rangers um time mais completo - o Justin Verlander ainda não trouxe pros playoffs seu melhor jogo da temporada regular, e a parte de trás da rotação do Rangers é mais completa, e tem um ataque melhor. Se - SE - o Justin Verlander achar seu jogo, e eu torcesse para o Rangers, eu estaria MORRENDO de medo de chuva no jogo dois, três ou quatro, que permitiria ao Verlander arremessar três jogos nessa série. Mas isso é um grande "SE", e o Texans é um time mais descansado. Eu acho que o ataque do RAngers vai levar a melhor nessa série: Se o Rangers não tem um ás do nível do Cliff Lee arremessando, ele tem um ataque maispotente com o Beltre. Minha aposta vai pro Texas. Rangers em seis.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Os times - AFC West

Hoje a AFC West, e amanhã se der a NFC West (Se não der sábado no máximo). Finalmente tirando os times do caminho, a gente pode voltar a abordar temas mais interessantes e complexos: Os problemas do Eagles, a supemacia do Packers, os problemas do lockout (meu favorito) e, se eu não me segurar, um post falando sobre o 49ers. Mas hoje vamos ficar com a AFC West e... bem, eu ia falar um pouco de baseball, mas acabei me extendendo. Vai ficar pra outra hora. Talvez domingo... quem sabe?


Isso é o que chamamos de strike


San Diego Chargers (9-7)
As últimas temporadas do Chargers podem ser resumidas no que me disse ano passado um taxista torcedor do Colts, em San Francisco: "I'm not worried about the Chargers. They meltdown.". Ou em bom português, "Eu não tenho medo do Chargers, eles amarelam".

Amarelar é uma palavra forte e que envolve muito mais, mas o que vale aqui é o sentido mais sensível da expressão: O Chargers é um time que não ganha nos playoffs. Aliás, meu paralelo favorito para o Chargers é o Dallas Mavericks pré-2011: Um time muito bem montado, com um jogador que está na elite da Liga (O QB Phillip Rivers) e com um elenco de time de playoffs, só que um time que sempre esbarra no "quase", sempre para uma etapa antes do título. Eu até brincava que, nos anos anteriores, o Chargers tinha uma só função na Liga, ganhar do Indianapolis Colts, time que eles cansaram de vencer nos playoffs (Inclusive num jogo que acabou na prorrogação, 3h da manhã, e que eu assisti na véspera da Fuvest. Sim, eu sou doente) só pra perder no jogo seguinte. Mesmo em anos onde claramente tinha um time superior aos demais, como em 2009, o Chargers tropeçou nas próprias pernas e perdeu um jogo tosco para o Jets, com direito a FGs errados a torto e a direito.

Falar que o Chargers amarela talvez seja um exagero, mas ninguém bota muita fé no Chargers em época de playoffs. Em 2010, por exemplo, o Chargers teve a melhor defesa e o segundo melhor ataque da NFL em jardas, mas terminou 9-7 e fora dos playoffs por dois motivos: O maior de todos, a sua capacidade absurda de ceder touchdowns de retornos, (que continua, já tomaram mais um esse ano) e sua incapacidade de fazer as jogadas nos momentos decisivos das partidas. Quem viu o jogo contra o Patriots essa temporada sabe do que eu falo, um jogo contra uma defesa fraca mas que viu o Rivers errar muitos passes e lançar três incerptações em momentos importantes e que acabaram por determinar a derrota do time de San Diego. Mesmo com três jogos fáceis (Chiefs, Vikings e Dolphins) o Chargers teve seus problemas e chegou a ameaçar perder esses jogos, especialmente por causa de turnovers fora de hora (Rivers tem mais interceptações, 6, que touchdowns, 5).

O Chargers é um time pra brigar pelo título? No papel, sem dúvida. Tem um QB de elite, bons alvos (Especialmente se o ótimo TE Antonio Gates se recuperar da lesão no pé que o atrapalha desde 2009), uma dupla de RBs composta pelo jogador mais explosivo (Ryan Matthews, tendo uma boa temporada depois de um 2010 apagado) e o jogador de força, que excede recebendo passes (Mike Tolbert) e uma linha ofensiva decente. Tem uma boa defesa, cheia de jogadores sólidos que, talvez, sofra com a falta de um playmaker, mas com as defesas esburacadíssimas (mesmo de times que foram bem na defesa em 2010, como o Packers) que estamos vendo pós-lockout o Chargers já tem uma defesa muito acima da média. O problema é que o Rivers está jogando mal e o time depende muito dele ainda. Ano passado ele levou o time nas costas, esteve perto de quebrar o recorde do Dan Marino pra mais jardas em uma temporada e chegou a receber consideração pra MVP, provavelmente receberia alguns votos se não fosse o camisa 12 do Patriots. Mas esse ano ele não está confortável com seus alvos (especialmente pela falta do Gates) e está tomando decisões erradas com uma frequencia alarmantemente alta. A temporada do Chargers depende do Rivers encontrar seu mojo, senão... bem, ainda deve ir para os playoffs nessa divisão horrível, mas vai continuar não assustando ninguém.


"Falta, número 87, carrinho por trás, 15 jardas e um cartão amarelo"


Kansas City Chiefs (10-6)
Vencedor da divisão em 2010, o Chiefs claramente foi um time que foi além do que deveria e era uma aposta popular para o time que iria regredir. Em 2011, quatro jogos (três derrotas) e lesões nos seus dois melhores jogadores depois... erm... pois é.

O Chiefs tinha um núcleo interessante em 2010, com o QB Matt Cassel sendo eficiente (O que bastou), uma defesa arrumada em torno dos jovens e talentosos Eric Berry (Safety), Brandon Flowers (CB) e Tamba Hali (OLB), e um jogo terrestre de outro planeta com a dupla Jamaal Charles (Na conversa pra melhor RB da Liga) e Thomas Jones (Sólido veterano que funciona muito bem como segundo RB). O time também tinha o WR Dwayne Bowe jogando em altíssimo nível e pelo menos parecia que tinha um elenco interessante para começar a reconstrução. O time também trouxe o bom WR Steve Breaston, e tinha esperanças de manter o topo da divisão com o Chargers em posição suspeita.

Mas não conseguiu, e de forma extremamente azarada: O time perdeu antes da temporada começar direito o melhor jogador da sua defesa (Berry) e perdeu na segunda rodada seu melhor jogador de forma geral (Charles). Além disso, Matt Cassel começou o ano machucado e quando jogou foi extremamente mal, muitas interceptações, passes pendurados e erros de calouro que ele não cometia com tanta frequência. A situação piorou sem Charles, quando o ataque passou a depender em excesso do Cassel. Em 2010, ele foi eficiente porque teve um fortíssimo jogo terrestre tirando o peso e a defesa de cima dele, o que lhe permitiu trabalhar no play action e em conversões curtas. Sem isso o Todd Haley tentou forçar demais o braço do Cassel, e... Bem, não deu certo. Sem Berry e Charles para o resto da temporada, o time perdeu seus dois jogadores chave e é um candidato à primeira escolha do Draft. Só talvez seja atrapalhado porque existem times piores na NFL, e porque eu acho que o Haley sabe que se o Chiefs terminar com a primeira escolha e pegar o Andrew Luck, ele não vai mais estar em Kansas pra ser o técnico do moleque.


Esse passe provavelmente foi interceptado...


Oakland Raiders (8-8)
Depois de alguns anos como sendo uma mistura entre um time que não fede nem cheira e uma piada na NFL. Parece contraditório, mas é verdade: Tirando o fato de que o Raiders draftou um dos maiores busts do Draft em todos os tempos com a primeira escolha do Draft de 2007 no Jamarcus Russel, que três anos depois já estava fora da NFL, o Raiders não tem sido nem tão ruim pra ter as primeiras escolhas nem tão bom pra chamar a atenção de alguém, nem uma perspectiva de futuro.

A Free Agency também não ajudou muito o Raiders: O time perdeu seu melhor jogador (CB Nnamdi Asomugha), seu melhor offensive lineman no Robert Gallery, seu melhor recebedor no TE Zach Miller e até o seu melhor QB no Bruce Bradkowsky (Tudo bem que ele não fica três jogos saudável, é quase um Fernandinho da NFL, mas ele é melhor que o Jason Campbell) e só trouxe de relevante outro Tight End no Kevin Boss de bom. O Raiders também não SE ajuda, os seus Drafts nos últimos anos tem sido uma série de fracassos (por exemplo draftar o fraquíssimo Jason Heyward-Bay na frente do Michael Crabtree só porque ele é mais rápido nas 40 jardas), principalmente por causa da tara que o GM Al Davis tem por jogadores rápidos, ao invés de pegar jogadores simplesmente bons (evitarei as piadas, ficam por conta de vocês).

O Raiders só não está totalmente afundado em desgraça porque tem um dos melhores corredores da Liga no Darren McFadden, ainda que seja só questão de tempo para ele machucar. O McFadden é enorme, mas é rápido demais e foi responsável por comer sozinho a tão temida defesa do Jets na farinha. Ele tem sido o grande responsável pela campanha decente do time, mas sozinho ele não vai resolver nada a menos que comece a lançar bolas e jogar de Safety. Com uma defesa no máximo ruim (no máximo) e um Quarterback extremamente mediano, o time não tem sequer uma perspectiva de futuro, e o McFadden sozinho não vai resolver nada. Ou o time começa a draftar e gerenciar seu time de forma decente, ou então vai jogar fora toda a carreira do McFadden enquanto ele sozinho impede que o Raiders tenha as primeiras escolhas do Draft. Esse é um time que eu confesso que não vejo nenhum tipo de solução além da de parar e fazer as coisas direito. O time até usou uma escolha de terceira rodada no Draft suplementar no QB de Ohio State Terrelle Pryor, que no momento está suspenso, mas que pra mim ainda tem muito chão pra querer ser um QB na NFL. Mas também, o que esperar do time que draftou o Jamarcus Russel, pagou 18 milhões de patacas pra ele e depois de três anos mandou o cara embora?


Tim Tebow, depois de passar no vestibular


Denver Broncos
Eu já comentei anteriormente sobre o grande problema do Broncos na atualidade. E por grande problema vocês podem ler "Questão idiota que mais polariza a mídia e os jogadores, sendo que ela não é o maior problema do time dentro de campo". Ou seja, se o Kyle Orton deve continuar de Quarterback do time ou se o Broncos deve dar uma chance para o fenômeno da NCAA Tim Tebow.

Pra quem não leu o post e não sabe do que se trata, é simples. O time draftou, alguns anos atrás, um dos melhores jogadores da história do College Football no QB Tim Tebow, da Flórida. No entanto, Tebow não estava pronto pra NFL e o Broncos fez um projeto horrível para o garoto, alguns até dizem que ele foi dratado mais pra chamar a atenção pro time. Fato é que Tebow tem estado no banco desde então (começou alguns jogos, foi bem em alguns, mais ou menos em outros, mas nenhuma sequência lhe foi dada). O QB titular do time, Orton, é um bom jogador, sólido, mas que nunca vai ser uma estrela. Os torcedores do time, e boa parte da mídia esportiva, questionam se o time não deveria entregar o comando do time para o Tebow, que ainda está um pouco cru para a NFL mas que tem o talento e a chance de se tornar um craque na Liga algum dia. Eu já disse porque acho que a situação é péssima pro Tebow e que forçar ele a jogar agora pode acabar com a carreira dele, mas o argumento também tem razão quando diz que o Tebow tem mais chance de levar a franquia pra frente do que o Orton (Que ainda tem um bom valor de troca).

Mas o fato é que o técnico novo do time, John Fox, não gosta do Tebow e não tem a menor vontade de colocar ele pra jogar. Não sei se é porque ele acha que o garoto não vai dar certo, se é porque o Tebow roubou a namorada dele ou o que seja, mas ele prefere deixar o Tebow atrás do Brady Quinn (que chegou ao time trocado pelo RB Peyton Hillis, adivinha qual desses dois teve um 2010 espetacular e foi capa do Madden 2012?). Se o time não tem planos para o Tebow, deveria trocar logo enquanto ele ainda tem algum valor. Se o time tem planos e ele ficar no banco faz parte dele, ok, mas dado como tudo que o Broncos fez em torno dele deu errado por pura incompetência... Eu torço pelo bem do moleque que ele dê o fora daí o mais rápido possível!!

Por outro lado, a defesa do Broncos tem dois jogadores que podem ser os pilares de uma reconstrução. Von Miller e Elvis Dumervil são dois OLBs extremamente explosivos e rápidos e que são dois dos melhores pass rushers da NFL em defesas 3-4. Ainda que falte um pouco de força física à dupla, sua capacidade de explosão e de atrapalhar o jogo aéreo já faz deles uma força a ser reconhecida. Sozinhos não farão nada, mas é um começo. Mas o Broncos precisa descobrir aonde está e aonde quer ir antes de mais nada. Com o time atual não briga por nada relevante (Uma defesa com dois bons jogadores e vários buracos, um ataque com um QB decente, sem RBs bons e um corpo de recebedores muito fraco), mas mesmo assim ofereceram uma cara extensão de contrato pro veteraníssimo CB Champ Bailey... Vai entender.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Os times - NFC North

Depois de uma breve pausa na NFL pra falar um pouco de baseball, é hora de terminar de vez esse preview dos times da NFL que já está demorando muito mais do que eu gostaria. Mas tudo bem, porque agora tem minha divisão preferida na NFL, a NFC North. Porque ela é minha divisão preferida? Bem...


Quando o da esquerda foi Draftado, o da direita ainda tinha oito anos

Green Bay Packers (10-6)
... pra começar, eles tem nada menos do que o atual campeão e pra mim o melhor time da NFL no papel!

O Packes é um exemplo de como bom gerenciamento pode manter um time competitivo por anos a fio: Depois de ter por muitos (e muitos mesmo) anos um dos melhores QBs da história da Liga no Brett Favre, o time teve uma chance claríssima de ir pro Super Bowl em 2007, quando o Packers foi o segundo melhor time da NFC e chegou na final de Conferência contra o Giants. Mas Favre foi interceptado na prorrogação e o Packers perdeu. Ao final dessa temporada, o contrato de Favre tinha terminado (E Favre estava com 38 anos), e Favre quis voltar para mais um ano. No entanto, o reserva de Favre, Aaron Rodgers, também estava terminando seu contrato e não queria ser um reserva, deixou bem claro que se fosse para ser reserva do Favre ele não renovaria seu contrato. O Packers então fez a jogada ousada, não renovou com Favre (Mandou-o para o Jets) e entregou todo o seu excelente time (Muita gente esquece isso na hora de citar a incrível ascenção do Rodgers, mas ele entrou num excelente time desde o começo, com um dos melhores corpos de recebedores da Liga e uma defesa extremamente sólida).

O resultado foi muito bom, já que Aaron Rodgers se tornou um dos melhores QBs da NFL e acompanhou uma ótima geração de jogadores (Greg Jennings, Jermichael Finley e mais vários outros jovens astros que apareceram junto com ele) para montar um dos melhores times titulares da Liga. Se o Rodgers já é o melhor QB da Liga é irrelevante (eu acho que não, a vida dele é mais fácil com um ataque recheado de craques, o que Tom Brady e Peyton Manning vinham fazendo com ataques muito mais limitados era mais impressionante), porque o fato é que ele é um excelente jogador, muito novo (28 anos) e que melhora a cada temporada, cada partida, cada snap. Se ele é "beneficiado" por ter um grande ataque ao seu redor, ele tem total controle desse grupo, sabe exatamente como jogar e com quem jogar em cada momento das partidas e torna esse ataque do Packers mil vezes mais perigoso.

Do outro lado, no papel, o time tem uma excelente defesa que vinha sendo uma das melhores nos últimos anos. Clay Matthews é um dos melhores OLBs da Liga, o coordenador defensivo Dom Carpers é um dos meus favoritos da Liga, o time tem uma boa secundária com Tramon Williams, Nick Collins e Charles Woodson, e BJ Raji é um dos melhores Nose Tackles da Liga. No papel, é o melhor time da Liga, um dos melhores ataques e uma das melhores defesas. Digo no papel porque, até aqui, a defesa tem sofrido muito mais do que deveria. Tirando contra o Saints (que tem um excelente ataque) o time sofreu contra os ataques fracos de Carolina, Denver e Chicago, e tem uma das piores defesas da Liga estatisticamente. Pra uma defesa que foi dominante, é um padrão perigoso, até porque é uma unidade que joga junta faz tempo e não passou por grandes mudanças, e portanto foi menos afetada pelo lockout do que defesas de times como Saints ou Texans. Ainda assim, é o time mais perigoso da Liga e, se Rodgers tem espaço ainda pra crescer (e ele tem), esse time ainda vai muito longe.



Tudo que o Suh quer é um abraço

Detroit Lions (6-10)
Além do Packers, a divisão tem meu segundo time favorito da temporada 2011, o Detroit Lions!! Curiosamente, os dois únicos times invictos da Liga jogam nessa divisão, Lions e Packers, jogam na NFC North. Não que eu ache que o Lions seja um candidato ao título dessa temporada - o time ainda é extremamente jovem, inexperiente e ainda precisa de alguns jogadores em posições chave pra ser um time realmente competitivo a longo prazo. No entanto, o Lions tem um elemento fundamental de qualquer time que sonhe em ir longe - atitude.

Depois de anos sendo o saco de pancadas da NFL e até conseguindo passar uma temporada inteira sem vencer nenhum jogo, o Lions mudou totalmente de postura. Não só os excelentes Drafts e Free Agency's do time nos últimos anos trouxe para Detroit um enorme número de jogadores talentosos, o time também trouxe vários líderes para seu vestiário, como os draftados Matthew Stafford e Ndamukong Suh ou os Free Agents Stephen Tulloch e Kyle Vanden Bosch. O time agora sabe que tem talento, e está disposto a ir pra briga com qualquer outro time. Além disso, o time tem o melhor jogador em toda a NFL nessas primeiras semanas no Calvin Johnson, o Megatron, que pegou dois TDs em cada um dos quatro jogos da temporada. Se o QB Matthew Stafford ficar saudável, o time tem um excelente ataque - falta um jogo terrestre consistente e a linha ofensiva tem suas falhas, mas a sintonia entre Stafford e Megatron é digna de prêmio.

Já a defesa conta com o melhor DT da Liga no Ndamukong Suh, um dos melhores jovens Linebackers no Tulloch, alguns veteranos de impacto como Vanden Bosch e ainda tem o bom calouro Nick Fairley pra estrear. A defesa precisa de um outro Safety pra parear com o Louis Delmas e um cornerback mais confiável, mas com uma linha de Suh, Bosch e Fairley o Lions é um time que coloca pressão no QB sem precisar recorrer a blitzes, o que é muito importante. Ainda falta experiência e alguns jogadores, mas o time tem tudo para ir aos playoffs. E se for pode acabar assustando um pouco... Não tem time mais divertido em toda a NFL para acompanhar, excelente mistura de idade, talento e atitude.



Um resumo da Final de Conferência da NFC para o Jay Cutler

Chicago Bears (11-5)
O Chicago Bears ganhou a divisão ano passado e chegou até a final de Conferência, onde perdeu num jogo polêmico para o Packers quando seu QB Jay Cutler saiu de campo com uma lesão leve, atraindo a ira de metade do mundo. Mas o fato é que o Bears deu muita sorte em 2010, qualquer estatística (Pythagorean Theorem, porcentagem de fumbles recuperados, etc) mostrava que o Bears simplesmente ganhou mais jogos do que deveria, principalmente porque recuperou seus fumbles em um ritmo que nenhum time na história da Liga manteve dois anos seguidos (E foi absurdamente acima da média do próprio Bears) e porque o Devin Hester é, digamos, bom. Muito bom. Ok, bom pra cacete.

Não que o Bears seja ruim. O time tem um QB desmiolado mas talentoso no Jay Cutler, um RB de elite no Matt Forte, o melhor retornador da história da NFL no Hester e uma linha de frente na defesa de assustar qualquer time da Liga, liderada por dois montros defensivos no Julius Peppers (DE) e no Brian Urlacher (MLB). O problema é que o time também tem muitos buracos que podem ser explorados por qualquer bom time da NFC: A falta de linha ofensiva (o ritmo de sacks que o time cede é ridiculo, Cutler não vai sobreviver muito mais), uma secundária muito fraca (O pass rush ajuda como pode, mas a secundária não cobre ninguém, até o ex-Pro Bowler Brandon Merryweather foi horroroso contra o Panthers domingo) e a falta de alvos decentes (Tirando o Forte, que é ótimo recebendo passes, o time trocou o seu melhor recebedor, o TE Greg Olsen). O time está fazndo um trabalho muito ruim de explorar seus pontos fortes (Correndo muito pouco com o Forte, não usando o Hester em retornos de kickoffs, etc) e isso está atrapalhando o time. Ainda tem time pra chegar nos playoffs, mas o Bears não é o bicho papão que pareceu ano passado. Segunda que vem contra o Lions em pleno Monday Night vai ser um bom teste.


A única forma de derrubar Adrian Peterson

Minnesota Vikings (6-10)
O Vikings foi um time que começou fazendo tudo certo só pra fazer tudo errado depois. Depois que o Packers mandou Favre embora em 2008, o Vikings trouxe o vovô em 2009 pra ser o líder do seu ataque. Favre teve uma das melhores temporadas da sua carreira e levou o Vikings até a final de Conferência, quando perdeu para o eventual campeão Saints. Aquele time cometeu alguns erros - o principal a meu ver foi tirar a bola em excesso das mãos do Adrian Peterson, o melhor RB da Liga - mas era um time bem montado, bastante completo e que jogou em altíssimo nível. Acreditando em mais uma chance em 2010, trouxe de volta o vovô.

No entanto, essa temporada foi um fiasco. Favre jogou muito mal e sofreu com lesões, Sidney Rice (principal recebedor do time) perdeu o ano quase todo por lesões, a defesa caiu muito de produção e o time fracassou redondamente na busca pelo título. Ai o Vikings teve a brilhante ideia: Vamos Draftar um QB calouro sem um plano B (Plano B que depois virou o Donovan McNabb, que... bem, ta fedendo) que deveria ter sido draftado na segunda rodada com nossa 12ª escolha, ai vamos fingir que ele é a nossa esperança de futuro mesmo sem ter nenhum WR decente, enquanto disperdiçamos os melhores anos da carreira do Adrian Peterson. Isso vai totalmente funcionar!!

Pois é, não ta funcionando. O ataque depende 140% do Peterson e mesmo assim está jogando com ele menos do que deveria, o McNabb não está fazendo nada e daqui a pouco o time vai colocar o calouro Christian Ponder numa fria pra apanhar bastante. A defesa é boa, mas está um pouco velha, não é exatamente o ideal para um projeto de reconstrução. Ao contrário do Packers, esse é um exemplo de uma boa temporada que levou a um mau planejamento nos anos subsequentes, e olha a consequência aparecendo ai... Ou o Ponder é um craque, ou o futuro é negro em Minnesota (ou eles Draftam o Andrew Luck e salvam o futebol americano profissional em Minneapolis).