E o troféu de GM muso do ano vai para... Al Davis, do Oakland Raiders!
Apenas mais três divisões pra terminar de falar do Draft (já que vou ter que refazer a NFC South mais uma vez), e agora a gente risca mais uma delas pra falar da AFC West. A AFC West é uma divisão de gosto duvidoso (Alguém realmente consegue gostar do time do Raiders, por exemplo?) e que, apesar de ter tido um time competitivo nos últimos anos no Chargers, não tem produzido grandes coisas além dele, o Raiders não ganha nada desde que o Rich Gannon saiu do time (Por "ganhar" não entenda títulos, entenda jogos), o Broncos amarelou por anos a fio na hora de decidir até que ficou com a segunda pior campanha em 2010 e o Chiefs só agora montou um timinho simpático pra fazer a gente assistir os jogos do time. Vamos ver como os times da AFC West, dois dos quais não tem um QB definido pra começar jogando, se saíram nesse Draft.
Denver Broncos
Nota: B+
Escolhas:
1st round, 2nd pick: Von Miller, OLB, Texas A&M
2nd round, 45th pick: Rahim Moore, FS, UCLA
2nd round, 46th pick: Orlando Franklin, OG, Miami
3rd round, 67th pick: Nate Irving, LB, North Carolina State
4th round, 108th pick: Quinton Carter, DB, Oklahoma
4th round, 129th pick: Julius Thomas, TE, Portland State
6th round, 189th pick, Mike Mohamed, LB, California
7th round, 204th pick, Virgil Green, TE, Nevada
7th round, 247th pick, Jeremy Beal, DE, Oklahoma
Análise: O Broncos definitivamente não tem um time tão ruim pra ter a segunda pior escolha do Draft, mas deu muito azar em 2010, com a lesão do Elvis Dumervil. O time virou a página e ta se remontando, seus WRs até foram bem em 2011 e o Demetrius Thomas ainda não mostrou a que veio, e o time tem bons RBs. Portanto, o Broncos priorizou a defesa nesse Draft, a maior fraqueza do time, e pegou o Von Miller, o melhor pass rusher desse Draft, um OLB extremamente atlético e rápido que pode formar com o Dumevil uma das mais fortes duplas de pass rushers da Liga.
Eu não questiono nem um pouco o talento do Von Miller e nem que ele valha uma segunda escolha, mas o Broncos perdeu a chance de pegar o Marcell Dareus, que se encaixa muito melhor no time (O pass rush do Broncos foi horrivel em 2010, mas com a volta do Dumervil e um trator no meio da linha defensiva isso mudaria bastante) e no esquema do novo técnico John Fox. O Broncos não tem nenhum DT decente para fazer o esquema funcionar e o time também não pegou ninguém na Free Agent pra esse papel, então essa fraqueza do time vai continuar e pode acabar atrapalhando o futuro da dupla Elvis-Miller. Pra mim não foi a melhor decisão que eles poderiam ter tomado, mas também não da pra errar muito com o Von Miller, pelo que eu vi dele no mínimo vai ser um bom jogador, principalmente se ganhar um pouco mais de músculo.
Tirando isso, o time soube escolher bem suas outras escolhas. O Rahim Moore é um ótimo FS, com muito potencial e que não só deve contribuir logo de cara como tem tudo pra evoluir ainda mais jogando junto do Brian Dawkins, e a adição do Orlando Franklin coloca um pouco de músculo no meio da linha ofensiva pra fortalecer o jogo terrestre do time. O time ainda buscou um MLB na terceira rodada pra tapar o buraco deixado atrás da linha de scrimmage, e com a volta do Champ Bayley, do Dawkins de lesão e a entrada do Moore, a secundária não vai ser um problema mais, não fosse a escolha do Miller sobre o Dareus o Draft seria quase perfeito. O maior problema do time no momento não tem nada a ver com o Draft, que é a situação dos QBs. Mas isso a gente vai ter que esperar pra ver.
San Diego Chargers
Nota: B
Escolhas:
1st round, 18th pick: Corey Liuget, DT, Illinois
2nd round, 50th pick: Marcus Gilchrist, DB, Clemson
2nd round, 61st pick: Jonas Mouton, LB, Michigan
3rd round, 82nd pick: Vincent Brown, WR, San Diego State
3rd round, 89th pick: Shareece Wright, CB, Southern California
6th round, 183rd pick, Jordan Todman, RB, Connecticut
6th round, 201st pick, Steve Schilling, OL, Michigan
7th round, 234th pick, Andrew Gachkar, LB, Missouri
Análise: O Chargers foi beneficiado por ter cinco escolhas nas primeiras três rodadas, e o GM AJ Smith seguiu a abordagem que vem usando há anos, com sucesso: Pegar os jogadores que cobrem as necessidades do time. Foi pensando nisso que o time foi atrás do Corey Liuget. O Liuget não é um DT fora de série como o Dareus e o Nick Fairley, mas é um jogador muito sólido e que tem força, velocidade e habiliade pra jogar em mais de uma posição se necessário. A linha defensiva do Chargers ganhou um jogador que eles não tinham e que é vital na defesa five-tech que eles usam, e o Liuget além de ser ótimo parando o jogo terrestre e segurando os bloqueadores também é capaz de usar sua versatilidade no mano a mano pra chegar nos QBs de vez em quando.
Melhorada a linha defensiva, o Chargers foi atrás do seu grande problema de 2010, o special teams. O Chargers teve, em 2010, o segundo melhor ataque e a melhor defesa da Liga, mas mesmo assim ficou de fora dos playoffs porque perdeu vários jogos ao sofrer TDs por causa do time de especialistas. Eu até fiz um post na época falando sobre como o Chargers estava sofrendo com os especialistas após perder o Kassim Osgood e como eles poderiam ser importantes, ou pelo menos como estavam fazendo falta pra San Diego. O time então pegou uma cacetada de jogadores (Sério, cinco ou seis) jogadores pensando principalmente em compor novamente o special teams, especialmente o Shareece Wright e o Jonas Mouton.
Não que nenhum desses jogadores possa evoluir em um titular regular ou que não tenham pensado além dos special teams, não é isso, o Marcus Gilchrist é um DB híbrido que pode jogar de CB ou Safety e que vai dar versatilidade e profundidade pra secundária do time logo de cara e o Vincent Brown é um ótimo slot receiver que vai ser uma adição importante num time que já tinha um corpo de recebedores fraco ano passado e ainda perdeu alguns WRs pra Free Agency. Os dois tem potencial e podem vir a contribuir para o time titular num futuro não tão distante. Mas o impacto imediato e mais importante - e o principal motivo das escolhas - será nos esburacados especialistas do time. Típico Draft que não tem grandes estrelas ou grandes jogadores de impacto, mas um Draft muito sólido pra reforçar as carências de um time que já é um dos melhores da NFL.
Kansas City Chiefs
Nota: B-
Escolhas:
1st round, 4th pick: Jonathan Baldwin, WR, Pittsburgh
2nd round, 35th pick: Rodney Hudson, OL, Florida St.
3rd round, 66th pick: Justin Houston, OLB, Georgia
3rd round, 66th pick: Allen Bailey, DL, Miami
4th round, 101st pick: Jalil Brown, DB, Colorado
5th round, 134th pick, Ricky Stanzi, QB, Iowa
5th round, 134th pick, Gabe Miller, OLB, Oregon St.
6th round, 167th pick, Jerrell Powe, DL, Mississippi
7th round, 207th pick, Shane Bannon, RB, Yale
Análise: O Chiefs foi um time que talvez tenha ido um pouco mais longe do que deveria, graças ao seu jogo terrestre absurdo e uma defesa emergente. O time sentiu nos playoffs o quanto ainda falta pro time poder brigar em alto nível. Ainda assim, o talento está lá, o núcleo do time (Tirando o Thomas Jones) é bem jovem e muitos jogadores despontaram em 2010. O Chiefs então buscou continuar adicionando talento, e começou por um WR, Jonathan Baldwin. O WR Dwyane Bowe teve um ótimo 2010, mas o Ravens explorou a falta de um outro recebedor decente nos playoffs e limitou o jogo aéreo do Chiefs de forma humilhante. Indo atrás do Baldwin, o Chiefs conseguiu um jogador grande, talentoso e com muito potencial pra ajudar o Bowe no jogo aéreo.
Deixando de lado o fato de que o Chiefs já conseguiu isso antes mesmo de assinar com sua escolha de primeira rodada ao pegar o Steve Breaston na Free Agency, já que o fato da Free Agent ser depois do Draft atrapalhou os planos de todo mundo, eu achei que o Chiefs foi um pouco precipitado nessa escolha. Eles conseguiram um jogador pra uma das posições mais carentes (talvez a mais carente) do time, mas eu não gostei da escolha mesmo assim. O Baldwin é talentoso e atlético, mas foi muito inconsistente no College e ainda precisa realizar seu imenso potencial. Tem a habilidade atlética pra ser um grande WR, sem dúvida, mas ainda precisa mostrar que tem mais do que só atleticismo antes de valer uma escolha de primeira rodada.
As outras escolhas do Chiefs foram melhores. O Justin Houston talvez tenha sido um pouco arriscado, o talento dele é real, ele é um pass rusher muito explosivo e pode dar muito certo com o Tamba Hali por lá atraindo a marcação, mas é um cara que tem muitos problemas fora de campo, alguns questionam sua dedicação e tudo que você não quer é arrumar um cara problemático quando um dos seus melhores jogadores (Bowe) já é um problema. Mas acho dificil um calouro causar algum tipo de racha no elenco e o talento dele é real, pra terceira rodada foi uma boa aposta. O Rodney Hudson é um jogador do miolo da linha ofensiva que é especialista no jogo terrestre, vai tonar a dupla Jones/Jamaal Charles ainda mais apelativa, e o Allen Bailey é outro que vai encaixar muito bem na five-tech do time, joga nas duas posições da linha defensiva e, embora talvez ainda não consiga entrar e jogar com regularidade, vai adicionar profundidade e versatilidade pra uma área que foi um tanto fraca ano passado.
Apesar de ter exagerado um pouco na primeira rodada - a escolha mais importante - o time conseguiu pegar bons jogadores pra posições importantes. Talvez poderia ter pego um DT melhor no começo e se preocupado com o WR depois, mas pelo menos conseguiu tapar as posições de carência imediata do time.
Oakland Raiders
Nota: C+
Escolhas:
2nd round, 48th pick: Stefen Wisniewski, OL, Penn St
3rd round, 81st pick: Demarcus Van Dyke, DB, Miami
3rd round, 92nd pick: Joseph Barksdale, OL, LSU
4th round, 113th pick: Chimdi Chekwa, CB, Ohio St
4th round, 125th pick: Taiwan Jones, RB, Eastern Washington
5th round, 148th pick, Denarius Moore, WR, Tennessee
6th round, 181st pick, Richard Gordon, TE, Miami
7th round, 241st pick, David Ausberry, WR, USC
Análise: Existem poucas coisas mais desastrosas pra uma Franquia em reconstrução (ainda mais uma reconstrução capenga como a do Raiders) do que não ter escolhas de primeira rodada. Pior ainda se essa escolha de primeira rodada foi gasta em um veterano que provavelmente não vai estar aí quando você finalmente conseguir montar algo decente. (Pra quem não lembra, o Raiders trocou essa escolha com o Patriots pelo Richard Seymour, um DT boladão que ta com 32 anos).
Com um time fraco, sem Quarterback e com poucos jogadores realmente bons, ainda mais depois da saída do Nnamdi Asomugha pro Eagles via Free Agency (Imagina como estaria esse time se o Darren McFadden não tivesse surtado ano passado e tido uma temporada de Pro Bowl?), o Raiders realmente estava numa situação ruim sem essa escolha de primeira rodada. O time tentou se virar com o que tinha, mas... bom... o resultado foi o de costume.
Tudo bem, o Stefen Wisniewski tem tudo pra ser um bom jogador, seja jogando de Center no lugar do Samson Satele ou de Guard em qualquer um dos lados, ele tem boa habilidade no bloqueio e a força física pra ser um titular pelos próximos 10 anos, e o Joseph Barksdale é uma boa aposta pra OT, muito forçudo e pouco técnico mas é melhor do que o Raiders tem por lá . Mas o Raiders foi mais uma vez vítima da eterna tara do Al Davis por caras rapidos que não sabem fazer mais muita coisa. Há anos que o Raiders ignora o fato de que no futebol americano você não pode ser apenas rápido, tem que ter muito mais coisa no seu jogo, lembrando que esse é o time que pegou o Jason Heyward-Bey na frente do Michael Crabtree no Draft só porque o Bey tinha um tempo de 40 jardas melhor!!! O Demarcus Van Dyke foi o ápice dessa tara nesse Draft, ele é o cornerback mais rápido no tempo das 40 jardas, mas o tempo dele correndo de costas e girando o corpo é muito abaixo. Ele foi Draftado pura e simplesmente porque faz 4,28 segundos nas 40 jardas, isso é rápido pra burro, mas ele não tem nenhuma das outras qualidades básicas que um cornerback profissional tem que ter. E não pensem que acabou por aí, o time ainda pegou o segundo cornerback com melhor tempo nas 40 jardas, pegou também o WR e o RB com melhor tempo nesse drill!! Tudo bem, algum deles pode desenvolver mais habilidades pra tornar essa velocidade útil, mas é uma forma muito primitiva de draftar!
O Raiders tem draftado com base na velocidade pura dos seus jogadores faz muito tempo, e faz muito tempo que o time é horrível. Incrível como o time não aprende com os erros, não fosse o acerto na mosca com o Stefen Wisniewski esse Draft teria sido ainda mais patético.
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