PANIC MOVE!
Quinta a gente comentou três Free Agents importantes que assinaram com times que buscavam o título, no caso Aubrayo Franklin em New Orleans, Ray Edwards em Atlanta e Plaxico Burress em New York. Pedindo desculpas pelo fim de semana sem posts, hoje a gente continua falando de outros três Free Agents importantes: Stephen Tulloch indo pro Detroit Lions, Johnathan Joseph indo pro Houston Texans e... Bem, Steve Smith indo para o Philadelphia Eagles. Eu sei que a gente já falou do Eagles antes, o Steve Smith trollou a gente e assinou com o Eagles logo depois que posso post saiu e a gente acabou não falando dele naquele post. De certa forma, até foi bom, porque naquele post meu objetivo era mostrar como os Free Agents que o Eagles assinou mudariam a forma do time de encarar seus adversários, enquanto que o Steve Smith é uma excelente adição mas não vai ter o mesmo papel de mudança do Nnamdi Asomugha, por exemplo.
A gente também não vai comentar algumas mudanças como por exemplo o Olin Kreutz indo para o Saints, porque apesar de ser um ex-Pro Bowler indo para um time que briga pelo título, não altera em nada, ele está lá indo simplesmente pra tapar o buraco que o Jonathan Goodwin deixou indo pro 49ers. Algumas mudanças menores - em especial o projeto bizarro do Seahawks - vão ganhar destaque mais pra frente, mas tudo a seu tempo.
Stephen Tullock, MLB, Detroit Lions
O projeto de reconstrução do Detroit Lions, depois de anos amargando a fama de franquia fracassada, seguiu aos trancos e barrancos. O time teve a pior campanha de um time na história da Liga (0-16), pegou um WR (Calvin Johnson) antes de conseguir um QB que lançasse para ele (Matthew Stafford) e ainda deu sorte algumas vezes por jogadores como o Ndamukong Suh cairem no colo deles. Mas depois de alguns anos e muito sufoco, o Lions finalmente já pode ser levado a sério. E mais importante, o time já pode SE levar a sério. Agora o time de Detroit tem um núcleo de ataque (QB, RB e WR) jovem, talentoso e promissor, um DT que apesar de ser sophomore já é um dos melhores jogadores de defesa da Liga, um calouro que apesar de problemático tem muito futuro e bons complementos a esses jogadores centrais, veteranos ou jovens. O time sabe que apesar de poder brigar por uma vaga nos playoffs essa temporada se o Stafford ficar saudável, o Lions não tem que se preocupar com esse ano e sim com o que vai vir pela frente. O essencial é conseguir jogadores que sejam habilidosos, mas também que possam acompanhar a garotada do time por vários anos, de preferencia jogadores jovens. Nessa situação o mais comum é via Draft, mas isso não quer dizer que de vez em quando um time desses não consiga achar algo assim na Free Agency. E ajudado pelo lockout, o Lions achou um no Stephen Tulloch.
O Tulloch é um MLB que jogava no Titans. Ele foi o líder do time em sacks mesmo após a saída do Albert Haynesworth e é um jogador que não só é habilidoso, atlético, muito rápido e que se tiver espaço vai ser muito perigoso como também tem só 26 anos. Como toda a defesa (jogadores e técnicos) se mandaram e o time aceitou que agora vai ter que recomeçar tudo de novo, o Stephen Tulloch, que virou Free Agent irrestrito por causa do CBA, seguiu o coordenador defensivo Jim Schwartz (atual Head Coach) para o Detroit Lions. O Lions tem uma linha defensiva monstruosa - Nick Fairley, Kyle Vanden Bosch e Suh - que pode e provavelmente vai manter os bloqueadores muito ocupados e isso vai criar muito espaço para o Tulloch atuar voando em direção ao jogador com a bola como ele sabe fazer. O Lions já tem uma boa dupla jovem na linha (Suh e Fairley), tem no Louis Delmas um safety muito promissor, assinou o também jovem Michael Johnson, SS que era titular do Giants mas virou Free Agent e o Giants não pode assinar por causa do teto salarial, pra formar uma boa dupla na secundária. Apesar de ainda faltar um bom Cornerback pro time, o Tulloch chega pra reforçar uma das poucas áreas da equipe que ainda não tinha um jogador jovem e talentoso para ser o líder da posição. Acabou de conseguir um. Excelente trabalho!
Johnathan Joseph, CB, Houston Texans
Toda vez que alguém usar alguma expressão como "Panic move", ela deveria por lei vir com uma foto do Johnathan Joseph. Como vocês viram, eu já tentei começar essa tradição, agora vamos ver se ela pega.
O Houston Texans é o famoso "time queridinho" da torcida, aquele time que todo mundo gosta, ninguém detesta, que tem bons jogadores, um timinho bacana e grandes expectativas mas que nunca as alcança. Depois que o Texans juntou o ótimo Matt Schaub com o genial Andre Johnson e montou um dos ataques aéreos mais explosivos da Liga, todo mundo achou que seria uma questão de tempo e maturidade pro time ser figura registrada nos playoffs da AFC. Mas o tempo passou e o Texans continuou no "quase". Mesmo depois de juntar sua dupla premiada com a surpresa Arian Foster, lider em jardas terrestres de 2010, o time não só não engrenou como regrediu pela primeira vez em algum tempo. Isso se deu, em grande parte, pela grande queda de produção da defesa. O Brian Cushing não repetiu em 2010 as boas atuações de 2009 depois de ser pego por uso de esteroides, e principalmente a perda do Dunta Robinson expos a secundária do Texans como uma das secundárias mais fracas de toda a Liga. Portanto, não era de se estranhar que o Texans entrasse no mercado em busca de um grande Cornerback pra sua secundária que mais parece a do time daqui da rua.
O grande nome no mercado de Free Agents era, naturalmente, o Nnamdi Asomugha, que como vocês deveriam saber acabou no Eagles. Mas antes de assinar com o Eagles, o Asomugha esteve sendo disputado principalmente por quatro times: Jets, 49ers, Cowboys e Texans. Quando Cowboys e Niners caíram fora, o Asomugha praticamente estava fechado com o Texans. Era apenas uma questão de tempo até fecharem negócio e acertarem os detalhes, a oferta era enorme e o Nnamdi tinha interesse em jogar lá (e na grana). Mas o Texans, que não queria sair de mãos abanando, também negociou com outro grande nome, o Joseph, ao mesmo tempo. E aí aconteceu o que causou o panic move do Texans: O Joseph disse que estava pronto pra assinar com o time.
Ou seja, o time estava quase conseguindo o Asomugha, o melhor CB da Free Agency e pra mim de toda a NFL, quando o Joseph já estava pronto pra assinar. Como o Texans estava disposto a abrir o cofre e tinha um time bem montado, acabou conquistando os dois cornerbacks. Mas o problema era o que fazer: Deixar passar o Joseph para ficar com o Asomugha - perderia o Joseph e tinha uma grande chance de assinar com o melhor CB, mas não estava garantido - ou então assinar o Joseph, perder a chance de sair com o Asomugha, mas pelo menos garantir um CB de elite sem a menor chance de erro. Apesar de que era quase certo que iriam assinar o Asomugha, o time morreu de medo de sair de lá sem ninguém e fechou com o Joseph na hora. Foi, pura e simplesmente, um panic move, o time entrou em pânico e assinou a primeira opção que apareceu de CB, ainda que uma melhor estivesse muito próxima.
Ainda que inegavelmente tenha sido uma decisão motivada por puro pânico de sair de mãos abanando, não da pra falar que o Texans se saiu mal. O Joseph não é tão absurdo como o Asomugha, mas é um CB de elite, e também é quatro anos mais novo que o Nnamdi. O Texans conseguiu seu CB de elite, acabou optando por pegar um mais garantido do que um melhor mas com uma mínima (mas existente) chance de dar errado. Panic move total, mas não foi tão ruim como pagar 35 milhões pro Travis Outlaw. Saíram com um grande jogador, embora com mais calma provavelmente sairiam com um melhor.
Antes que as pessoas confundam, esse é o Steve Smith que era do Giants, e não o que era do Panthers. Se fosse o do Panthers, mandassem logo o Lombardi Trophy pra Philadelphia (se ele conseguisse ficar saudável).
Mas mesmo sendo o Steve Smith menos bom, ainda foi uma adição sensacional para o ataque do Eagles, e eu explico porque. Como eu falei quando comentei as aquisições anteriores do Eagles, o time usou o seu baixíssimo teto salarial (fruto da renovação) para contratar Free Agents em profusão que complementem o excelente núcleo jovem da equipe (mais o Michael Vick, que não é tão jovem assim). O Giants, que estava muito acima do novo teto salarial, se viu obrigado a abrir mão de alguns jogadores, e um deles foi o machucado Steve Smith. O Eagles aproveitou e adicionou o jovem receiver.
O Smith é talentoso por si só. Depois da prisão do Plaxico Burress, que a gente comentou no útlimo post, o Giants se comprometeu com seus WRs jovens para tomar o lugar da sua antiga estrela, entre eles Mario Manningham, Smith e Hakeem Nicks. O Smith foi o segundo jogador com mais recepções em 2009 (Wes Welker foi o primeiro), bateu o recorde da história do Giants pra mais recepções em uma temporada e foi ao Pro Bowl naquele ano. Tudo isso na sua primeira temporada como titular, dividindo as atenções com outros WRs (O nº1 do time era o Nicks) e com o Eli Manning de QB. Ano passado ele começou bem, mas teve problemas com lesões e acabou perdendo vários jogos. Na verdade ele ainda está lesionado, mas a expectativa é de que ele volte a tempo para começar a temporada.
O que eu mais gostei nessa contratação é que ele é um tipo de WR que o time não tinha. Os dois WRs titulares do time, DeSean Jackson e Jeremy Maclin, são jogadores de velocidade, de jogadas longas. O Smith é o contrário, um WR de possession, para rotas mais curtas e para jogadas de segurança. Sem um TE de elite (eu gosto do Brent Celek, mas ele ainda não é tão confiável a esse ponto) a presença de um WR desse tipo é muito importante, ele da uma opção mais rápida, fácil e garantida para um QB. O ganho geralmente não é muito grande - pra isso existem Maclin e Jackson - mas é um alvo diferente do que o time costuma oferecer e que vai deixar o ataque aéreo muito mais rico, especialmente se o Maclin demorar para voltar. Ótima contratação, ótimo jogador. A versatilidade que ele vai oferecer ao ataque vai deixar o Vick ainda mais confortável pra continuar desenvolvendo suas habilidades de passador de dentro do pocket.
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