Não basta ser bom, tem que ser bom e ter estilo
Hoje, dia 28 de Outubro de 2014 (ou pelo menos foi o dia que eu comecei a escrever a coluna), no dia da trade deadline da temporada 2014, o veteraníssimo cornerback Champ Bailey anunciou sua aposentadoria, depois de quinze temporadas muito bem sucedidas na NFL. Ele não tinha conseguido um emprego essa temporada - fez pré-temporada com o Saints mas acabou cortado - e decidiu pendurar as chuteiras.
A ironia de Bailey se aposentar logo em um trade deadline é notável, já que Bailey esteve envolvido em uma das mais famosas e importantes trocas entre jogadores da história da NFL, quando o então Pro-Bowler Bailey foi trocado pelo Redskins pelo RB Clinton Portis - saindo de duas temporadas seguidas com 1500+ jardas terrestres - do Denver Broncos, em 2003. Tanto Bailey como Portis tiveram amplo sucesso em suas novas equipes, e até hoje é dificílimo encontrar uma outra troca jogador-por-jogador tão importante e envolvendo dois jogadores no auge como foi o caso dessa.
Mas não foi isso que chamou minha atenção nessa aposentadoria, e sim o quanto o termo "Hall of Famer" parece ter surgido. E ainda mais notável, como ninguém parece ter a menor dúvida de que Bailey pertence ao Hall. Não é uma discussão, é uma simples constatação. Champ Bailey vai entrar no Hall da Fama, cedo ou tarde.
Então essa me pareceu uma excelente desculpa para finalmente escrever uma coluna que eu planejo a meses e nunca tive motivação para sentar a bunda e começar. Muitas pessoas adoram perguntar se jogador X ou Y da NFL vai para o Hall da Fama quando se aposentar, então é a hora de sentarmos e decidirmos isso de uma vez por todas: entre os jogadores ativos, quais estarão no Hall da Fama?
Essa é a pergunta que essa coluna vai responder - vamos pegar todos os jogadores da NFL em atividade e separar qual deles merecem pelo menos entrar na conversa pelo Hall da Fama. Depois de muito deliberar, acabei separando os jogadores selecionados em quatro (mais uma extra) categorias diferentes, de acordo com o que eu imagino que seja a relação atual deles com o Hall da Fama, e o quão perto estão de lá entrarem.
Antes de começar a falar sobre quais são os jogadores que entram nas quatro (tecnicamente cinco) categorias, eu criei duas regras para essa coluna: primeiro, só jogadores que jogaram pelo menos cinco ou seis temporadas completas na NFL. Acho que não preciso explicar o porquê dessa regra, mas enfim, é para evitar especulação muito aleatória sobre jogadores jovens que estão apenas começando suas carreiras (também fui muito mais crítico com jogadores que estão no sexto ou sétimo ano de suas carreiras). E segundo, eu acabei deixando de fora todos os lineman ofensivos, porque não existe uma posição mais aleatória e difícil para se avaliar na NFL.
Por fim, um último comentário: na hora de separar os jogadores entre as categorias, eu tentei levar em consideração os critérios adotados pelo Hall da Fama real da NFL, não apenas minha opinião. Por exemplo, eu não acho que Eli Manning mereça entrar no Hall, mas tenho certeza de que o comitê vai considerá-lo quando chegar a hora por causa de seus dois títulos. Então usei o ponto de vista do Hall da Fama na hora de classificar o QB do Giants, e tantos outros. Tenham isso em mente antes de sair me xingando, lembrem-se de que a classificação é de acordo como eu acho que o Hall da Fama vai avaliar esses jogadores, não de como EU avaliaria esses jogadores.
Enfim, começamos com nossa primeira categoria...
Sure-fire Hall of Famers
Aqueles que não tem dúvida de que entrarão no Hall da Fama. Jogadores excepcionais que, se aposentassem hoje com Champ Bailey, entrariam no Hall mesmo assim.
Os dois nomes mais óbvios e mais fáceis dessa lista. Peyton Manning é um dos cinco melhores quarterbacks da história do jogo, junto de Montana, Elway, Marino e Unitas, uma rara mistura de talento excepcional e longevidade. Ele detém quase todos os recordes entre quarterbacks da história da NFL, e é o recordista de MVPs. Seu eterno rival Brady não está nesse nível, mas não está muito para trás, outro lendário QB que figura entre os melhores de todos os tempos. Ele e Brady combinam para quatro Super Bowls, seis MVPs (e contanto), lideraram os ataques mais produtivos da história da NFL, e lideraram os dois times mais consistentemente bons dos anos 2000 (junto do Steelers). Não tem como sequer supor que um deles POSSA ficar de fora do Hall da Fama. Sua rivalidade foi tão central e importante para a NFL que seus bustos em Canton deveriam ficar um do lado do outro.
Brees não está no nível Manning/Brady, mas é um Hall of Famer em seu próprio mérito. Entre consistência, durabilidade, produção e sua campanha de título de 2009, ele tem de sobra o que é preciso para ser eleito ao Hall da Fama. Suas quatro temporadas com 5000 jardas na carreira são um recorde da NFL, e mais do que Brady e Manning tem JUNTOS, e ele tem sido incrivelmente durável ao longo da sua carreira: nos últimos 11 anos, Brees não jogou em apenas DOIS jogos. Excelente no seu auge, excelente na totalidade da carreira. Estará em Canton um dia.
Woodson foi o melhor cornerback que eu vi jogar - Bailey foi o segundo. Dois jogadores diferentes, mas igualmente destrutivos na posição e que tiveram sua chance de brilhar nos playoffs (ainda que só Woodson se aposente com um anel). Juntos eles somam 32 temporadas, 110 interceptações, e 20 Pro Bowls. Desde o Merger, em 1970, Woodson e Bailey estão em 7th e 16th, respectivamente, em interceptações, e 1st e 2nd entre jogadores em atividade. Woodson ainda é segundo em retornos de interceptações para touchdowns com 11 desde 1970.
Não sei se da para fazer muito melhor do que isso. Dois jogadores com carreiras longas e espetaculares, com múltiplos anos de sucesso e auges espetaculares. Dois jogadores diferentes - Bailey era um corner cover mais tradicional, Woodson era um pouco mais híbrido e gostava de jogar perto da linha de scrimmage - mas foram ambos jogadores memoráveis que estão entre os grandes da história nas suas respectivas posições.
Dois dos melhores safeties de todos os tempos, Reed e Polamalu foram a espinha dorsal das duas principais defesas dos anos 2000, e tem entre eles três anéis de Super Bowl, dois Defensive Players of the Year, 17 Pro Bowls, e 9 1st Team All-Pro. Não é um exagero dizem que Reed e Polamalu podem ser, respectivamente, o segundo melhor Free Safety e o segundo melhor Strong Safety da história da NFL (atrás de Rod Woodson e Ronnie Lott, respectivamente).
Foram também dois jogadores bastante únicos e memoráveis. Duvido que algum dia verei um ball hawk melhor do que Ed Reed na NFL, alguém capaz de enganar e ler quarterbacks e cortar linhas de passe melhor do que todos os outros na história da NFL tirando Rod Woodson. Ed Reed sabia ler os olhos dos QBs adversários ao ponto que parecia injusto, ele sempre sabia antes do passe aonde a bola ia e tinha a explosão e velocidade para chegar na bola antes dos recebedores - não a toa se aposentará como o segundo jogador com mais interceptações na era moderna da NFL. Polamalu, por outro lado, era um safety mais físico que gostava de jogar na linha de scrimmage, um jogador com um instinto sobre-humano que ficou famoso por antecipar as jogadas mesmo antes delas começarem a se desenvolver... e claro, pelo seus famosos pulos na linha de scrimmage. Era um pouco surreal ver Polamalu jogar, o tipo de jogador de quem você sempre espera alguma coisa especial a cada jogada. Dois jogadores únicos na história da NFL, que figuram entre os grandes.
De certa forma, podemos dizer que vivemos na era do sack. Depois que Lawrence Taylor revolucionou o que conhecemos por pass rush, a NFL tem gravitado cada vez mais para o jogador que coloca pressão loucamente no quarterback, algo que tem virado ainda mais importante nos últimos 10 anos, quando novas regras favorecendo o ataque começaram a tornar quase impossível para defensive backs pararem o jogo aéreo sozinhos. Então não é a toa que temos três jogadores que estão aqui principalmente porque executaram essa função em altíssimo nível durante um bom tempo.
Abraham, Allen e Peppers rankeiam, respectivamente, 9th, 12th e 16th na NFL em sacks desde que a estatistica foi criada em 1982, e são três dos quatro melhores da NFL no quesito ainda em atividade (o quarto vai aparecer mais para baixo). Em uma era onde a capacidade de pressionar o QB foi ficando cada vez mais importante, esses foram três dos mais destrutivos jogadores defensivos que você pode imaginar, jogadores capazes tanto de afetar o jogo terrestre como consistentemente atrapalhar o jogo aéreo, seja com sacks, seja forçando arremessos piores, seja apenas com sua presença. Allen, Abraham e Peppers foram três dos mais destrutivos pass rushers da sua geração E jogadores versáteis capazes de influenciar jogos mesmo quando não estavam conseguindo chegar no quarterback.
Você pode fazer um argumento de que Antonio Gates é o segundo melhor Tight End de todos os tempos depois de Tony Gonzalez, uma máquina de bloqueios e recepções pelo meio que, aos 34 anos, está com números e atuações semelhantes aos que tinha aos 24. Ele é nono na história da NFL recebendo touchdowns (segundo entre TEs), e mesmo isso não descreve o quão inigualável Gates era no seu auge, pulando sobre defensores, atraindo marcações duplas e triplas no meio do campo, e servindo como o principal alvo de um ataque que esteve entre os melhores da NFL por anos a fio.
Witten não é/era tão explosivo e tão dominante quanto Gates, mas a totalidade da sua carreira é uma obra prima de consistência e estabilidade. Em seus 11 anos como titular, Witten perdeu apenas DOIS jogos, e ano após ano lá estava ele tendo temporadas de 90 recepções, 950 jardas e 6 touchdowns. Ele agora é 16th na história (pós-Merger) da NFL em recepções, segundo entre TEs. Sua estabilidade e consistência na posição, tanto recebendo como bloqueando, fazem dele um pilar de sustentação no ataque frequentemente turbulento de Dallas, e embora aos 32 anos Witten ainda lenha para queimar e não pareça estar perto do fim da carreira, acho que ele já fez o suficiente para merecer um lugar no Hall da Fama mesmo se sua carreira acabasse agora.
Desnecessário justificar porque Wayne - 7th post-Merger em recepções e 9th em jardas, sem falar na participação de alguns dos melhores ataques de todos os tempos em Indianapolis - está aqui. Mas Johnson é mais complicado - ele tem apenas 29 anos, e está apenas na sua oitava temporada.
Talvez seja precipitado para colocar Megatron aqui, mas para mim, ele já mereceu esse lugar. Ele é o segundo ou terceiro WR mais imparável da história da NFL (depois de Jerry Rice e disputando com Randy Moss), e nenhum WR não-Rice consegue igualar o que Megatron fez no biênio 2011-2012 (21 TDs, 3645 jardas, recorde de jardas em uma temporada na história da NFL em 2012). Em termos de dominação, ele não deve nada para o Hall da Fama. Nas costas desse impossível biênio, seu recorde de jardas recebidas, e do nível de dominação histórico que ele alcançou (e, para ser sincero, o fato de ser um dos jogadores mais divertidos e populares da liga), acho que já tem lugar garantido.
O lado negativo de Megatron HOJE seria seu pouco tempo de NFL (apenas 8 anos), lesões e falta de acumulo de estatísticas ao longo da sua temporada, mas acho que se fosse para decidir, ele estaria dentro - ele já tem mais jardas, touchdowns E mais recepções na carreira do que o Hall da Fama John Stallworth, por exemplo. Sua carreira ainda é jovem, mas poucos na história atingiram o nível que Megatron atingiu.
Yeah, tem gente que vai reclamar de kickers entrando no Hall da Fama. Azar delas. Vinatieri foi um kicker de elite durante toda sua carreira, 6th kicker com mais field goals da história da NFL com mais de 20 jogos a menos que todos os jogadores na sua frente e com aproveitamento melhor (83.5%). Ele também é quarto na história com mais pontos anotados. Sua consistência é lendária, e isso antes de entrar nos seus chutes heróicos que mudaram o destino de mais de um título - muitos para anotar todos, mas pense no Field Goal na neve para enviar o Patriots ao Super Bowl, e seus dois chutes no estouro do cronômetro para vencer Super Bowls. Em termos de consistência, eficiência, volume e jogadas decisivas por grandes times, não existe nenhum kicker na história da NFL melhor que Adam Vinatieri. Ele merece um lugar no Hall da Fama - é só um fato.
Borderline Hall of Famers
Jogadores que estarão na discussão para o Hall da Fama quando suas carreiras acabarem, mas que não tem um lugar garantido.
Quero deixar isso bem claro: eu não acho que Eli Manning mereça estar nesse grupo. Mas considerando que estamos pensando no ponto de vista do Hall da Fama, Eli precisa ser incluído porque, quando se aposentar, a discussão sobre se ele entrará ou não será real.
Isso acontece principalmente porque Eli atingiu alguns "pontos arbitrários" na sua carreira que, em geral, o comitê do Hall da Fama gosta de olhar. Ele tem dois títulos E dois Super Bowls MVP, que dão credencial a fama (bastante exagerada) de que Eli é um grande jogador "clutch" ou grande jogador de playoffs, o tipo de narrativa que pode colocar um jogador no Hall. Além disso, suas duas campanhas de Super Bowl tiveram um "bônus": na primeira, o Giants venceu os invictos e invencíveis 18-0 Patriots e evitaram uma temporada perfeita, e em 2011 Eli Manning bateu vários recordes de playoffs como jardas e passes completos (em grande parte porque não teve bye na primeira rodada, mas enfim). O número de anéis e Super Bowl MVPs, junto das narrativas exageradas, vai acabar levando muita gente a achar que ele REALMENTE merece um lugar lá.
Quando você examina a carreira de Eli como um todo, no entanto, você percebe que ele foi entre medíocre e apenas bom durante a maior parte da sua carreira (inclusive muitas vezes nos playoffs), que ele é o terceiro QB ativo com maior número de interceptações (os dois na sua frente tem pelo menos 1.800 passes a mais na carreira), e que seus dois títulos de Super Bowl vieram nas costas de defesas extremamente dominantes na linha de scrimmage e muitos erros cruciais dos adversários. No final, somando tudo, Eli foi um bom quarterback com uma boa carreira que merece seu crédito por dois títulos, mas não mais que isso. Não importa - alguém vai olhar para os Super Bowl MVPs e para as histórias e colocar Manning nessa conversa... e o pior, tem boas chances de acabar entrando.
A dominante dupla de pass rushers do Colts nos anos 2000 são o quinto e o sexto jogadores da atualidade com mais sacks (111 e 110, respectivamente), e Mathis ainda tem o maior número de fumbles forçados entre todos os jogadores da história da NFL com pelo menos 100 sacks (55) e uma temporada com 19.5 sacks em 2013. Eles foram muito dominantes por muito tempo, e jogaram em times importantes, inclusive nos playoffs.
No entanto, Mathis e Freeney ainda estão um degrau abaixo de Abraham, Allen e Peppers quando falamos na totalidade das suas carreiras. Apesar de seus números impressionantes e estrago causado ao longo do tempo como pass rushers, eles tem um problema: eles foram um pouco unidimensionais demais, não afetando a totalidade do jogo com o mesmo brilhantismo de seus colegas.
Freeney, por exemplo, é de longe o jogador com menos tackles entre todos os jogadores com 100+ sacks na carreira, um jogador devastador caçando o quarterback mas que pouco afetava jogadas de corrida ou mesmo quando tinha que recuar em cobertura. Mathis, por outro lado, foi um pass rusher situacional durante grande parte da sua carreira, tendo começado apenas 99 partidas como titular, e também sendo mais um pass-rusher do que um brilhante jogador all-around como os três que estão uma categoria acima. Mathis ainda tem um problema recente de uso de PEDs, que pode atrapalhar suas chances.
Ainda assim, como pass rushers eles foram MUITO dominantes, e considerando o quanto o Hall da Fama gosta de números cumulativos, a quantidade de sacks da carreira desses dois vai acabar sendo suficiente para colocá-los na conversa por um lugar no Hall da Fama. Mas não foram os jogadores que Abraham, Allen e Peppers foram, e terão um caminho um pouco mais difícil até Canton.
O problema de Tillman é que ele foi um ótimo jogador com uma caraterística única, mas que não teve exatamente uma grande carreira na sua totalidade. Ele foi um defensor chave em uma série de grandes defesas, mas jogou 14 jogos ou mais apenas nove temporadas diferentes, tendo outras três cortadas por lesões. Ele também foi a apenas 2 Pro-Bowls. Tillman certamente jogou em nível HoF ao longo da sua carreira, mas a TOTALIDADE da sua carreira deixa a desejar nesse sentido. Por outro lado, também vale citar que Tillman deve receber uma "ajuda" extra por ser um jogador tão querido, alguém muito profissional dentro e fora de campo que fez muitas obras importantes na sua vida pessoal. Isso acaba influenciando, querendo ou não. No final, acho que Tillman tem chances por ser um jogador tão único e tão querido.
O problema com Larry Fitzgerald: ele passou a maior parte da sua carreira jogando com QBs como Matt Leinart, John Skelton, Kevin Kolb, Ryan Lindley, Drew Stanton e Carson Palmer em fim de carreira. Holy hell, que lista horrorosa! A grande tragédia para Larry foi o quão pouco ele jogou com um saudável Kurt Warner, mas quando o QB jogou pelo menos 10 partidas pelo Cardinals, pudemos ver o quão ridículo é Larry Fitzgerald com um bom quarterback. Em 2005, Warner jogou 10 partidas, e foi suficiente para Larry terminar o ano com 103 recepções, 1409 jardas e 10 touchdowns. Em 2007, Warner jogou 11 partidas, e Larry teve 100 recepções, 1409 jardas e 10 touchdowns. E quando Warner finalmente assumiu a titularidade definitiva em 2008, Fitz imediatamente teve um dos melhores biênios da história moderna da NFL, com 193 recepções, 2523 jardas e 25 touchdowns. Sua carreira foi muito prejudicada pelos anos nos quais teve que fazer milagre com QBs ruins, e isso impediu mais números monstruosos na totalidade da sua carreira, mas quando ele teve ajuda... holy crap, ele era bom. Se Randy Moss é o melhor WR que eu vi jogar, Megatron e Fitzgerald disputam o segundo lugar. Entre os WRs em atividade, ele é #5 em recepções, #4 em jardas recebidas, e #1 em touchdowns, e isso jogando metade da carreira com QBs que provavelmente seriam reservas do time do seu bairro.
Mas não é por isso que eu acho que Larry muito provavelmente vai acabar no Hall da Fama. O principal motivo são os playoffs de 2008, quando Larry liberou o inferno na Terra. Eu assisti cada jogo daqueles playoffs, e lembro de estar em choque vendo o que Fitz fazia. Assistir ele era uma experiência de vida, alguém que parecia estar em outro nível e jogando outro esporte em relação ao resto das pessoas em campo. Ele acabou aquela pós-temporada com 30 recepções, 549 jardas e 7 touchdowns, os três recordes de playoffs da história da NFL. Foi uma das seqüências mais dominantes da história da NFL por um WR, e mesmo sem título, acho que vai acabar sendo suficiente para empurrar o camisa 11 até o Hall da Fama.
Eu queria colocar Larry na categoria anterior, mas decidi colocá-lo aqui por dois motivos. Primeiro, porque o Hall da Fama da NFL é bastante rígido com WR, com vários bons WRs chegando perto mas não conseguindo ultrapassar a votação final. Segundo, porque eu tenho certeza que, quando for a vez dele, alguém vai olhar para seus números com caras como Leinart e Lindley e falar "hmm, esses números não são tão impressionantes assim" sem lembrar quem são Leinart e Lindley. Todo mundo na primeira categoria qualificam para "se a carreira desse cara terminar amanhã por algum motivo, ele ainda assim vai entrar no Hall da Fama ou chegar muito perto", e eu acho que Larry não está exatamente lá ainda. Mas quando tudo estiver terminado, eu com certeza acredito que Fitzgerald terá um lugar em Canton. Ele é de longe o melhor WR do resto dessa lista.
Steve Smith, indiscutivelmente o maior Panther de todos os tempos, é um jogador que baseia seu argumento na totalidade da sua carreira: sete temporadas com 1000+ jardas, mais sete com 6+ touchdowns recebendo - sem contar suas contribuições como retornador. Na história da NFL, ele está no top20 (entre todas as posições) tanto em recepções como em jardas, e 23rd em touchdowns - melhor do que jogadores como Michael Irvin e Art Monk, que estão no Hall. Falta a ele talvez aquele auge espetacular ou mesmo um anel de campeão, mas considerando seus números, sua longevidade, eo enorme respeito que ele comanda dentro da NFL - um cara durão e ultra-competitivo que você não quer cruzar o caminho sob hipótese alguma - e seu valor para uma jovem franquia, e acho que Smith merece pelo menos estar na conversa.
Wes Welker, por outro lado, explodiu muito mais recentemente, quando foi ao Patriots em 2007. Mas desde então, ele tem sido talvez o melhor WR da NFL inteira, liderando a NFL em recepções nesse período. Mas acho que mais incrível para mim é o seguinte dado: lembra que eu disse que Wes Welker é 6th entre jogadores em atividade em recepções? Bom, ele fez isso recebendo 70% (!!!) das bolas lançadas na sua direção - nenhum outro WR no Top90 consegue chegar perto disso (Jordy Nelson é #2 com 67%). Sua consistência e produção ao longo dos últimos anos é quase lendária, e vale lembrar que ele fez parte de dois dos ataques mais produtivos da história da NFL. Suas chances diminuem pela falta de um título (0-3 em Super Bowls) e pela carreira relativamente mais curta (em auge), e pela percepção negativa de só ter explodido quando foi jogar com dois QBs Hall of Fame, mas ao final do dia, acho que Welker é um jogador que vai merecer consideração.
Not-quite-there Hall of Famers
Jogadores que tiveram uma ótima carreira, mas que provavelmente falta alguma coisa para que eles sejam considerados como sérios candidatos ao Hall da Fama
Senhoras e senhores, a maior injustiça dessa coluna inteira.
Se estamos avaliando jogadores de acordo com o que eles foram individualmente, não resta dúvida de que Andre Johnson merece fortíssima consideração para um lugar no Hall da Fama. Entre jogadores (não Wide Receivers, jogadores) em atividade, Johnson é o segundo com mais recepções e jardas aéreas na carreira, atrás apenas do futuro HoF Reggie Wayne. Na história da NFL, Johnson é 11th em recepções e 13th em jardas (50th em touchdowns). Ele liderou a NFL em jardas duas temporadas seguidas (2008 e 2009), totalizando 213 recepções e 3140 jardas aéreas (!!!) no biênio. Johnson definitivamente merece um lugar em Canton.
Então porque colocar Johnson aqui e não na categoria acima? Por um motivo besta - glamour. O Hall da Fama adora glamour, adora histórias, adora grandes feitos, grandes partidas de playoffs, jogadores que tiveram carreiras marcantes e que ganharam um lugar nas canções (ops, por um momento achei que estava falando sobre Game of Thrones. Falha minha). E infelizmente, Johnson dificilmente vai ganhar pontos nesse quesito com o júri: ele passou a carreira inteira jogando por uma franquia de pouca expressão, muitas vezes em times ruins. O Texans nunca fez estrago nos playoffs, nunca foi um candidato ao título, nunca foi um time que chamasse atenção. De certa forma, Johnson nunca teve a chance de ser relevante em uma temporada da NFL, em termos da big picture. Isso é uma enorme injustiça, porque não é culpa dele o quão bom o time dele não era, ou que Matt Schaub tenha se machucado logo que o Texans finalmente parecia ter chance de algo a mais. Mas infelizmente, o Hall leva isso em conta.
Eu realmente espero estar errado, e espero que um dia Johnson possa ser reconhecido pelo quão bom ele foi, não pelo que seu time deixou de fazer. Mas por enquanto, acho que vai ficar faltando esse "algo a mais", nos olhos do comitê, para que ele assuma seu lugar por direito.
Se Johnson é o maior injustiçado dessa coluna, Big Ben tem um bom argumento para ser o segundo. De forma alguma Big Ben não foi um QB melhor do que Eli Manning: ambos foram draftados juntos em 2004, e desde então, os números certamente favorecem Big Ben, bem como o teste visual de ver os dois jogando a posição. Ambos estão muito próximos em jardas (36918 a 36485 para Eli) e touchdowns (250 a 248 para Ben), mas o QB do Steelers destrói seu colega em todo o resto: aproveitamento nos passes (63.6% a 58.8%), jardas por passe (7.7 contra 6.5) e interceptações (125 contra 176). Na totalidade das suas carreiras, Big Ben tem ampla vantagem em rating (91.4 a 81.9) e DVOA. Ambos tem, inclusive, dois anéis de Super Bowl com boas atuações, mas cujo principal trunfo da equipe era uma forte defesa. Sob hipótese alguma Eli Manning foi um jogador melhor do que Big Ben.
Ainda assim, quando falamos em Hall da Fama, o nome de Manning sempre aparece primeiro e o de Roethlisberger depois. Em parte isso pode ser porque ninguém sabe soletrar "Roethlisberger". Mas o principal motivo é que, apesar de Ben ser um jogador melhor, Manning tem dois Super Bowl MVPs e Big Ben não. Esse é o único motivo, na verdade, e é um péssimo motivo. Big Ben foi o melhor jogador, o mais consistente, e o mais talentoso, mas por causa de um parâmetro arbitrário desses, ele fica um nível abaixo na busca pelo Hall da Fama, aguardando quem sabe um terceiro anel ou mais algumas temporadas espetaculares para tentar subir um degrau mais próximo de Canton.
Se você quiser saber, em um vácuo (ou seja, considerando apenas os jogadores individualmente, ignorando o resultado dos times) quem é o melhor QB da classe de 2004, é bem fácil: Philip Rivers. Alias, é possível argumentar que Rivers é um dos cinco melhores QBs dos últimos 10 anos na NFL depois de Brady, Manning, Brees e Aaron Rodgers. Inclusive, desde 2005, ele é 5th em jardas e passes completos, 4th em TDs, 5th em aproveitamento, 2nd em jardas por passe (min: 1500 passes) e 5th em QB Rating. Na carreira, Rivers tem 64.6% de aproveitamento, 7.9 jardas por passe, e 96.8 de QB Rating. Para efeito de comparação, futuro Hall of Famer e melhor QB da sua geração Manning tem 65.6% de aproveitamento, 7.7 jardas por passe e 97.9 QB Rating na carreira. Muito bom, não?
Apesar de seu brilhantismo individual, é bem improvável que Rivers chegue a ganhar séria consideração para o Hall da Fama como as coisas estão agora, simplesmente porque não tem um título de Super Bowl. Para Quarterbacks - a posição que de longe tem maior influencia individual em um jogo de futebol americano - o número de titulos tem um papel ainda mais crucial para determinar o status da sua carreira. Tem alguma parte válida nesse argumento, tem uma parte um pouco injusta (ninguém ganha título sozinho, ou perde), mas o fato é que a não ser que algo especial aconteça - um MVP, uma temporada com múltiplos recordes, ou ainda melhor, um título de campeão - Rivers deve acabar mais longe do Hall da Fama do que seus colegas de Draft, que ainda que inferiores possuem mais títulos no currículo.
Frank Gore e Steven Jackson tem muito em comum: são dois dos melhores RBs da sua geração, e 2nd e 1st em jardas terrestres entre RBs ainda em atividade. Ambos gastaram seu auge em times fracos, embora Gore ainda tenha tido a chance de brilhar em times candidatos ao título no final de sua carreira. Jackson é 17th em jardas terrestres na história da NFL, e Gore deve entrar no Top20 até o fim do ano. Em jardas de scrimmage entre RBs, Jackson é 16th e Gore deve chegar a 17th ainda esse ano. Não importa como você olhe, Jackson e Gore são dois dos melhores RBs que tivemos na NFL, duas máquinas consistentes de carregadas que carregaram nas costas franquias tristes por quase toda a carreira.
O problema com eles? Eles foram muito bons por muito tempo e tiveram ótimas carreiras... mas nunca foram realmente fantásticos. Tirando uma temporada de Steven Jackson (2006), nenhum dos dois teve uma temporada no qual foi inquestionavelmente um dos dois ou três melhores RBs da NFL, nenhum liderou a liga em jardas terrestres durante uma temporada, ou tem um anel de campeão, coisas que pesam na votação. Consistência e durabilidade levam a uma carreira boa na sua totalidade, mas falta a eles aquele "alto a mais" para colocá-los na discussão. Jackson jogou apenas dois jogos de playoffs na carreira (totalizando 68 jardas apenas), por exemplo. Frank Gore teve mais oportunidades, e aproveitou-as muito bem (ele foi espetacular nos playoffs de 2012 por San Fran), e se tivesse sido campeão, esse anel e sua performance como principal jogador ofensivo da equipe provavelmente seriam o argumento que empurrariam Gore um degrau acima. Por enquanto, os dois ficam no grupo de bons jogadores que tiveram ótimas carreiras, mas não foram dominantes ou relevantes o suficiente para valer uma vaga na discussão.
(Se Frank Gore ficar saudável mais dois anos, totalizando mais 2000 jardas e entrando no Top10 de jardas terrestres na carreira da história da NFL? Ai a coisa muda de figura, especialmente com mais algumas aparições de playoffs e quem sabe um Super Bowl para empurrar. Um anel e passar Edgerrin James pelo 10th lugar na lista certamente colocariam Gore no Hall da Fama. Mas aos 31 anos e no último ano de contrato, as chances parecem estar contra ele)
Deixa eu deixar isso bastante claro: Justin Smith muito provavelmente não vai para o Hall da Fama, e dificilmente vai receber muita consideração quando chegar sua vez. Em parte, por ele jogar em uma das posições menos apreciadas da NFL, Defensive End de uma defesa 3-4, um jogador que na maior parte do tempo suas contribuições são importantíssimas para o time mas não aparecem como estatísticas: ocupar dois bloqueadores para liberar seus companheiros, fechar um buraco com o corpo para interromper a trajetória de um corredor, forçar um QB para fora do pocket, etc. Funções cruciais, mas pouco sexys, e difíceis de serem avaliadas.
Mas eis o que eu sei, porque vi Smith jogar por tanto tempo: ele é uma das mais consistentes e destrutivas forças defensivas que a NFL viu nos últimos 12 anos, um jogador que faz todas essas pequenas coisas em altíssimo nível para facilitar o jogo de todos os seus companheiros E ainda consegue ser individualmente dominante. Apesar de jogar em uma posição de menor expressão individual, ele ainda conseguiu somar 85 sacks na carreira - isso é mais do que os totais de Osi Umeniyora, Mario Williams, Shaun Phillips, Andre Carter, James Harrison, Justin Tuck... e claro, Kevin Williams.
O problema é que é realmente difícil medir e avaliar como um jogador como Smith impacta o jogo. Se a NFL tivesse uma versão como WAR - uma estatística capaz de compilar todas as coisas que um jogador faz em campo e juntar em um número só - Smith seria um dos lideres da NFL sem a menor sombra de dúvida. O mais próximo que temos disso na NFL é o Aproximate Value, do PFR. E claro, entre todos os jogadores defensivos da atualidade, Justin Smith é o quarto colocado em AV, atrás apenas de Ed Reed, Julius Peppers e Charles Woodson, e mais do que John Abraham, Williams, Jared Allen, Troy Polamalu, DeMarcus Ware, Dwight Freeney - todos jogadores que receberam (ou receberão) elogios nessa coluna. Mas ninguém olha para AV, assim como ninguém consegue dizer exatamente o quanto Smith foi essencial para suas defesas ocupando bloqueadores, forçando mudanças de trajetórias de RB, e liberando seus companheiros para se moverem com liberdade.
Justin Smith deveria entrar no Hall da Fama um dia. Provavelmente não vai acontecer, mas ele merece um lugar. Ele é um dos melhores e mais dominantes defensores da sua geração.
A maior parte dos jogadores dessa categoria são ótimos jogadores que tiveram ótimas carreiras, mas nunca foram dominantes o suficiente. James Harrison, por outro lado, é o oposto: um jogador que começou tarde, teve um auge extremamente dominante, mas que não conseguiu sustentar isso por muito tempo.
Harrison virou titular apenas em 2007, aos 28 anos, depois de três anos medíocres na NFL, e imediatamente se estabeleceu como uma força da natureza: durante as próximas cinco temporadas, Harrison foi um dos melhores defensores da NFL, totalizando cinco Pro Bowls, dois 1st Team All-Pro, um DPOY, um Super Bowl, um ano com 16 sacks, e 54 sacks no total - sem falar da sua habilidade dando tackles e parando o jogo corrido (nenhum jogador entre 2007 e 2011 com pelo menos 22 sacks chegou perto dos 321 tackles que Harrison deu no período). E dai, talvez pela idade, Harrison caiu de novo: foram apenas seis sack em uma decepcionante campanha de 2012, depois da qual ele foi dispensado. Sua temporada 2013 foi esquecível, e 2014 tem sido igualmente decepcionante.
Então sim, Harrison foi um jogador extremamente dominante e temido no seu auge, mas foi um auge que durou cinco anos, praticamente, e isso com poucos complementos nos anos seguintes (ou passados) para a totalidade da sua carreira. Seu auge certamente foi nível Hall da Fama, bem como sua história (não draftado, entrou na NFL já com 25 anos, etc) mas não a sua carreira como um todo, e por isso ele provavelmente vai estar olhando de fora o Hall em alguns anos (o fato de muitos enxergarem Harrison como um jogador sujo e violento também não ajuda).
Menção honrosa por sua temporada de 2000 jardas E que quebrou o recorde de jardas totais da história da NFL em 2009. Ainda assim, ele nunca conseguiu chegar perto desse padrão no resto da carreira e certamente tem sido uma das maiores decepções desde então. Uma temporada só não coloca ninguém no Hall da Fama, e embora ele tenha outros anos sendo um sólido RB, é muito pouco para considerá-lo seriamente sem que algo muito grande mude no resto da carreira.
Possíveis futuros Hall of Famers
Jogadores que ainda tem chão pela frente e que, se conseguirem manter a trajetória da carreira, devem conseguir um lugar no Hall da Fama
Eu fiquei na dúvida se colocava Rodgers aqui ou no nível 1. Ele jogou sua carreira em altíssimo nível, teve um campanha de título espetacular em 2010, uma temporada histórica em 2011 (4643 jardas, 45 TDs, 6 INTs, 68.3%, 9.2 Y/A, MVP), e é um dos melhores QBs da sua geração. Tudo nele parece gritar "HALL DA FAMA". Eu acabei decidindo colocar ele nesse quarto grupo por outro motivo: ele teve apenas cinco temporadas completas na NFL, um número muito pequeno. Mesmo que tenha sido historicamente bom nessas cinco, para a totalidade de uma carreira é bem pouco para chegar no Hall da Fama. Ele ainda precisa de mais alguns anos jogando em alto nível para se garantir.
Ainda assim, não existe nenhum motivo para acreditar que Rodgers possa não ir ao Hall da Fama. Ele é um dos melhores QBs do mundo, joga em um eterno candidato ao título, e já tem seu MVP/SuperBowl/SuperBowl MVP no currículo. Tudo indica que Rodgers deve continuar dominando a NFL, e quando se aposentar, vai ocupar seu lugar de direito em Canton.
Pat Willis jogou apenas sete anos na NFL, mas nesses sete anos ele não deve absolutamente nada para nenhum outro linebacker da história do futebol americano. Desde que entrou na liga ele tem sido um dos três melhores (se não o melhor) MLB da NFL. Ele absolutamente imparável no jogo terrestre, uma força implacável indo atrás do QB (20 sacks apesar de raramente ir para blitz) quando necessário, e alguém excelente na cobertura capaz de cobrir TEs e mesmo WRs sem precisar de ajuda da secundária. A coleção de jogadores de secundária e linebackers que jogam bem do lado de Willis e nunca mais consegue atingir o mesmo nível depois que saem de San Francisco é incrível, e se você não acha que a presença de Willis no meio da defesa não é uma das grandes causas disso, você não assiste NFL.
É difícil achar estatísticas sobre MLB, mas me permitam uma curiosidade: Pro Football Focus é um site cuja especialidade é dar notas para os jogadores de acordo com o que eles fazem em campo. É realmente uma coisa jogada-a-jogada, eles pegam todos os snaps de um certo jogador e veem o que eles fizeram a cada jogada - mesmo as que não participaram diretamente - e dão nota por cada coisa que aconteceu - seja um tackle for loss, um sack, ou algo menos palpável, como impedir o avanço de um RB fechando seu caminho, desviando um bloqueador para longe de seu lugar na jogada, etc. Não é, obviamente, perfeito ou definitivo, mas é um ótimo parâmetro para avaliar jogadores cujo impacto no jogo é mais sutil. Bom, nos sete anos que Willis esteve na NFL, ele foi o #1 MLB da NFL três anos, o #2 outros três, e o #3 no outro. E mais impressionante ainda, em três desses quatro anos que não foi o número 1, seu colega ILB em San Fran que foi, inclusive Takeo Spikes (que nunca foi grande coisa antes ou depois de sua estadia em SF). Willis não é só o melhor MLB em atividade na NFL (em termos de carreira), ele já é um dos melhores de todos os tempos, e só uma tragédia tira Willis do HoF.
Você pode fazer um sólido argumento que Ngata já poderia concorrer ao Hall da Fama no momento, tendo sido um dos melhores e mais destrutivos defensive linemen da NFL por oito anos, inclusive com cinco Pro Bowls e dois 1st Team All-Pro nos últimos cinco. Ele faz um pouco de tudo - pressionar o QB, parar o jogo terrestre (sua especialidade), ou simplesmente ocupar bloqueadores e liberar seus companheiros - em altíssimo nível, e tem sido o segredo por trás das excelentes defesas que o Ravens tem conseguido montar nos últimos anos.
Ainda assim, Ngata tem apenas 30 anos, então tem chão pela frente para consolidar sua candidatura ao Hall. Ngata pode acabar caindo no mesmo problema de Justin Smith (um jogador ainda melhor), de jogar em uma posição sub-valorizada com menos estatísticas contáveis para medir seu impacto, mas por algum motivo (talvez por ter passado a maior parte de sua carreira jogando em candidatos ao título, talvez por ter um anel de Super Bowl) ele recebe mais crédito e atenção do que Smith, e em geral é merecidamente reconhecido como um dos defensores mais dominantes da NFL. Entre o que ele faz em campo por merecer e o reconhecimento que recebe por isso, Ngata deve se aposentar recebendo nomeações antecipadas para o Hall.
Ware é um dos melhores pass rushers da sua geração (e da história da NFL), e poderia facilmente estar junto de Abraham, Allen e Peppers na primeira categoria, ou de Freeney e Mathis na segunda. Em geral, eu acho que ele está entre esses dois grupos, e embora isso seja muito bom para seu futuro no Hall da Fama, acho que ele ainda tem chão na sua carreira que eventualmente o levarão até o primeiro grupo. Terceiro em sacks entre jogadores em atividade e com uma temporada de 20 sacks no currículo, Ware tem apenas 32 anos e joga em uma defesa com muito talento, o que lhe permite descansar mais e se manter mais fresco durante os jogos. Isso é o tipo de coisa que pode aumentar a duração da sua carreira, e espero que, com o tempo, Ware entre definitivamente (se já não estiver) na categoria de certezas do Hall da Fama.
Suggs, por outro lado, nunca foi tão dominante como Ware, e não está tão perto do Hall como seu colega. Ainda assim, ele merece consideração: é sétimo em sacks entre jogadores em atividade (embora a uma distância razoável de Freeney, o sexto) e tem um Defensive Player of the Year no currículo, sem falar em um anel de campeão. Ainda assim, Suggs nunca foi aquele jogador extremamente dominante (tirando 2011) e tem só um 1st Team All-Pro na carreira, mas teve um auge bom o suficiente para não cair no conto de "ótima carreira, nunca algo a mais". O júri ainda está indeciso em Suggs, e suas credenciais para o HoF dependerão muito do que ele fizer no resto da sua carreira, mas ele é alguém que andou uma boa parte do caminho já.
Adrian Peterson
Adrian Peterson
Eu não tenho a menor idéia do que fazer com Peterson nessa coluna. Quando eu primeiro tive a idéia dessa coluna, antes da temporada começar, minha discussão era se Peterson já poderia ser incluído na primeira categoria ou não. E eu tendia a sim - apesar de ter sido draftado em 2007, ele já era terceiro entre jogadores em atividades em jardas terrestres (atrás de Gore/Jackson), e 27th em toda a história post-merger da NFL (e 13th em touchdowns terrestres). Além disso, ele é o melhor RB da sua geração (acho que ninguém chega perto, na verdade) e o melhor RB do mundo desde que foi draftado. Junte a isso seus recordes (maior número de jardas terrestres em um jogo na história da NFL), sua lendária temporada de 2012 que talvez tenha sido a melhor de um RB na história do jogo, seu prêmio de MVP, e sua incrível recuperação de uma lesão no joelho, e parecia impossível que Adrian Peterson NÃO fosse ao Hall da Fama algum dia.
Agora... eu não sei o que pensar. Ninguém sabe. Peterson foi afastado por supostamente agredir um filho durante uma sessão de "disciplina", e ninguém sabe se algum dia ele vai conseguir sequer salvar sua carreira, quanto mais fazer o suficiente para apagar essa má impressão e recuperar seu status histórico. É possível que, em algum momento, Adrian Peterson peça desculpas, reconheça seu erro, trabalhe para reparar esse erro e virar um embaixador contra o abuso infantil, sua carreira possa continuar, e ele volte a ser o grande atleta que ele é. Mas hoje, 30 de Outubro de 2014? Eu não faço idéia do que vai acontecer com a sua carreira, e com suas chances de Hall da Fama. Mas não estão parecendo boas.
E esses são os jogadores em atividade (que cumprem meus pré-requisitos) que eu vejo associados em Hall da Fama, de uma forma ou de outra. Eu tenho certeza que esqueci de alguém, então por favor façam suas nomeações nos comentários. Também tenho certeza que muita gente discorda de onde eu coloquei alguns desses jogadores (e tentem se lembrar de que estou classificando do ponto de vista do Hall da Fama), e se forem educados, sintam-se livres para expressar o porquê nos comentários.
E agora é ficar de olho nos jovens talentos que temos ai - JJ Watt, AJ Green, Earl Thomas, Andrew Luck, Rob Gronkowski - e imaginar quais desses, em alguns anos, estarão nessa mesma conversa. Porque essa é a beleza dos esportes: eles estão frequentemente se renovando, e quando um Champ Bailey se aposenta, sempre tem um Patrick Petterson surgindo.
Sure-fire Hall of Famers
Aqueles que não tem dúvida de que entrarão no Hall da Fama. Jogadores excepcionais que, se aposentassem hoje com Champ Bailey, entrariam no Hall mesmo assim.
- Peyton Manning, Quarterback
- Tom Brady, Quarterback
Os dois nomes mais óbvios e mais fáceis dessa lista. Peyton Manning é um dos cinco melhores quarterbacks da história do jogo, junto de Montana, Elway, Marino e Unitas, uma rara mistura de talento excepcional e longevidade. Ele detém quase todos os recordes entre quarterbacks da história da NFL, e é o recordista de MVPs. Seu eterno rival Brady não está nesse nível, mas não está muito para trás, outro lendário QB que figura entre os melhores de todos os tempos. Ele e Brady combinam para quatro Super Bowls, seis MVPs (e contanto), lideraram os ataques mais produtivos da história da NFL, e lideraram os dois times mais consistentemente bons dos anos 2000 (junto do Steelers). Não tem como sequer supor que um deles POSSA ficar de fora do Hall da Fama. Sua rivalidade foi tão central e importante para a NFL que seus bustos em Canton deveriam ficar um do lado do outro.
- Drew Brees, Quarterback
Brees não está no nível Manning/Brady, mas é um Hall of Famer em seu próprio mérito. Entre consistência, durabilidade, produção e sua campanha de título de 2009, ele tem de sobra o que é preciso para ser eleito ao Hall da Fama. Suas quatro temporadas com 5000 jardas na carreira são um recorde da NFL, e mais do que Brady e Manning tem JUNTOS, e ele tem sido incrivelmente durável ao longo da sua carreira: nos últimos 11 anos, Brees não jogou em apenas DOIS jogos. Excelente no seu auge, excelente na totalidade da carreira. Estará em Canton um dia.
- Champ Bailey, Cornerback
- Charles Woodson, Cornerback
Woodson foi o melhor cornerback que eu vi jogar - Bailey foi o segundo. Dois jogadores diferentes, mas igualmente destrutivos na posição e que tiveram sua chance de brilhar nos playoffs (ainda que só Woodson se aposente com um anel). Juntos eles somam 32 temporadas, 110 interceptações, e 20 Pro Bowls. Desde o Merger, em 1970, Woodson e Bailey estão em 7th e 16th, respectivamente, em interceptações, e 1st e 2nd entre jogadores em atividade. Woodson ainda é segundo em retornos de interceptações para touchdowns com 11 desde 1970.
Não sei se da para fazer muito melhor do que isso. Dois jogadores com carreiras longas e espetaculares, com múltiplos anos de sucesso e auges espetaculares. Dois jogadores diferentes - Bailey era um corner cover mais tradicional, Woodson era um pouco mais híbrido e gostava de jogar perto da linha de scrimmage - mas foram ambos jogadores memoráveis que estão entre os grandes da história nas suas respectivas posições.
- Ed Reed, Free Safety
- Troy Polamalu, Strong Safety
Dois dos melhores safeties de todos os tempos, Reed e Polamalu foram a espinha dorsal das duas principais defesas dos anos 2000, e tem entre eles três anéis de Super Bowl, dois Defensive Players of the Year, 17 Pro Bowls, e 9 1st Team All-Pro. Não é um exagero dizem que Reed e Polamalu podem ser, respectivamente, o segundo melhor Free Safety e o segundo melhor Strong Safety da história da NFL (atrás de Rod Woodson e Ronnie Lott, respectivamente).
Foram também dois jogadores bastante únicos e memoráveis. Duvido que algum dia verei um ball hawk melhor do que Ed Reed na NFL, alguém capaz de enganar e ler quarterbacks e cortar linhas de passe melhor do que todos os outros na história da NFL tirando Rod Woodson. Ed Reed sabia ler os olhos dos QBs adversários ao ponto que parecia injusto, ele sempre sabia antes do passe aonde a bola ia e tinha a explosão e velocidade para chegar na bola antes dos recebedores - não a toa se aposentará como o segundo jogador com mais interceptações na era moderna da NFL. Polamalu, por outro lado, era um safety mais físico que gostava de jogar na linha de scrimmage, um jogador com um instinto sobre-humano que ficou famoso por antecipar as jogadas mesmo antes delas começarem a se desenvolver... e claro, pelo seus famosos pulos na linha de scrimmage. Era um pouco surreal ver Polamalu jogar, o tipo de jogador de quem você sempre espera alguma coisa especial a cada jogada. Dois jogadores únicos na história da NFL, que figuram entre os grandes.
- Jared Allen, Defensive End
- John Abraham, Defensive End
- Julius Peppers, Defensive End
De certa forma, podemos dizer que vivemos na era do sack. Depois que Lawrence Taylor revolucionou o que conhecemos por pass rush, a NFL tem gravitado cada vez mais para o jogador que coloca pressão loucamente no quarterback, algo que tem virado ainda mais importante nos últimos 10 anos, quando novas regras favorecendo o ataque começaram a tornar quase impossível para defensive backs pararem o jogo aéreo sozinhos. Então não é a toa que temos três jogadores que estão aqui principalmente porque executaram essa função em altíssimo nível durante um bom tempo.
Abraham, Allen e Peppers rankeiam, respectivamente, 9th, 12th e 16th na NFL em sacks desde que a estatistica foi criada em 1982, e são três dos quatro melhores da NFL no quesito ainda em atividade (o quarto vai aparecer mais para baixo). Em uma era onde a capacidade de pressionar o QB foi ficando cada vez mais importante, esses foram três dos mais destrutivos jogadores defensivos que você pode imaginar, jogadores capazes tanto de afetar o jogo terrestre como consistentemente atrapalhar o jogo aéreo, seja com sacks, seja forçando arremessos piores, seja apenas com sua presença. Allen, Abraham e Peppers foram três dos mais destrutivos pass rushers da sua geração E jogadores versáteis capazes de influenciar jogos mesmo quando não estavam conseguindo chegar no quarterback.
- Antonio Gates, Tight End
- Jason Witten, Tight End
Você pode fazer um argumento de que Antonio Gates é o segundo melhor Tight End de todos os tempos depois de Tony Gonzalez, uma máquina de bloqueios e recepções pelo meio que, aos 34 anos, está com números e atuações semelhantes aos que tinha aos 24. Ele é nono na história da NFL recebendo touchdowns (segundo entre TEs), e mesmo isso não descreve o quão inigualável Gates era no seu auge, pulando sobre defensores, atraindo marcações duplas e triplas no meio do campo, e servindo como o principal alvo de um ataque que esteve entre os melhores da NFL por anos a fio.
Witten não é/era tão explosivo e tão dominante quanto Gates, mas a totalidade da sua carreira é uma obra prima de consistência e estabilidade. Em seus 11 anos como titular, Witten perdeu apenas DOIS jogos, e ano após ano lá estava ele tendo temporadas de 90 recepções, 950 jardas e 6 touchdowns. Ele agora é 16th na história (pós-Merger) da NFL em recepções, segundo entre TEs. Sua estabilidade e consistência na posição, tanto recebendo como bloqueando, fazem dele um pilar de sustentação no ataque frequentemente turbulento de Dallas, e embora aos 32 anos Witten ainda lenha para queimar e não pareça estar perto do fim da carreira, acho que ele já fez o suficiente para merecer um lugar no Hall da Fama mesmo se sua carreira acabasse agora.
- Reggie Wayne, Wide Receiver
- Calvin Johnson,
DecepticonWide Receiver
Talvez seja precipitado para colocar Megatron aqui, mas para mim, ele já mereceu esse lugar. Ele é o segundo ou terceiro WR mais imparável da história da NFL (depois de Jerry Rice e disputando com Randy Moss), e nenhum WR não-Rice consegue igualar o que Megatron fez no biênio 2011-2012 (21 TDs, 3645 jardas, recorde de jardas em uma temporada na história da NFL em 2012). Em termos de dominação, ele não deve nada para o Hall da Fama. Nas costas desse impossível biênio, seu recorde de jardas recebidas, e do nível de dominação histórico que ele alcançou (e, para ser sincero, o fato de ser um dos jogadores mais divertidos e populares da liga), acho que já tem lugar garantido.
O lado negativo de Megatron HOJE seria seu pouco tempo de NFL (apenas 8 anos), lesões e falta de acumulo de estatísticas ao longo da sua temporada, mas acho que se fosse para decidir, ele estaria dentro - ele já tem mais jardas, touchdowns E mais recepções na carreira do que o Hall da Fama John Stallworth, por exemplo. Sua carreira ainda é jovem, mas poucos na história atingiram o nível que Megatron atingiu.
- Adam Vinatieri, Kicker
Borderline Hall of Famers
Jogadores que estarão na discussão para o Hall da Fama quando suas carreiras acabarem, mas que não tem um lugar garantido.
- Eli Manning, Quarterback
Quero deixar isso bem claro: eu não acho que Eli Manning mereça estar nesse grupo. Mas considerando que estamos pensando no ponto de vista do Hall da Fama, Eli precisa ser incluído porque, quando se aposentar, a discussão sobre se ele entrará ou não será real.
Isso acontece principalmente porque Eli atingiu alguns "pontos arbitrários" na sua carreira que, em geral, o comitê do Hall da Fama gosta de olhar. Ele tem dois títulos E dois Super Bowls MVP, que dão credencial a fama (bastante exagerada) de que Eli é um grande jogador "clutch" ou grande jogador de playoffs, o tipo de narrativa que pode colocar um jogador no Hall. Além disso, suas duas campanhas de Super Bowl tiveram um "bônus": na primeira, o Giants venceu os invictos e invencíveis 18-0 Patriots e evitaram uma temporada perfeita, e em 2011 Eli Manning bateu vários recordes de playoffs como jardas e passes completos (em grande parte porque não teve bye na primeira rodada, mas enfim). O número de anéis e Super Bowl MVPs, junto das narrativas exageradas, vai acabar levando muita gente a achar que ele REALMENTE merece um lugar lá.
Quando você examina a carreira de Eli como um todo, no entanto, você percebe que ele foi entre medíocre e apenas bom durante a maior parte da sua carreira (inclusive muitas vezes nos playoffs), que ele é o terceiro QB ativo com maior número de interceptações (os dois na sua frente tem pelo menos 1.800 passes a mais na carreira), e que seus dois títulos de Super Bowl vieram nas costas de defesas extremamente dominantes na linha de scrimmage e muitos erros cruciais dos adversários. No final, somando tudo, Eli foi um bom quarterback com uma boa carreira que merece seu crédito por dois títulos, mas não mais que isso. Não importa - alguém vai olhar para os Super Bowl MVPs e para as histórias e colocar Manning nessa conversa... e o pior, tem boas chances de acabar entrando.
- Robert Mathis, Defensive End
- Dwight Freeney, Defensive End
A dominante dupla de pass rushers do Colts nos anos 2000 são o quinto e o sexto jogadores da atualidade com mais sacks (111 e 110, respectivamente), e Mathis ainda tem o maior número de fumbles forçados entre todos os jogadores da história da NFL com pelo menos 100 sacks (55) e uma temporada com 19.5 sacks em 2013. Eles foram muito dominantes por muito tempo, e jogaram em times importantes, inclusive nos playoffs.
No entanto, Mathis e Freeney ainda estão um degrau abaixo de Abraham, Allen e Peppers quando falamos na totalidade das suas carreiras. Apesar de seus números impressionantes e estrago causado ao longo do tempo como pass rushers, eles tem um problema: eles foram um pouco unidimensionais demais, não afetando a totalidade do jogo com o mesmo brilhantismo de seus colegas.
Freeney, por exemplo, é de longe o jogador com menos tackles entre todos os jogadores com 100+ sacks na carreira, um jogador devastador caçando o quarterback mas que pouco afetava jogadas de corrida ou mesmo quando tinha que recuar em cobertura. Mathis, por outro lado, foi um pass rusher situacional durante grande parte da sua carreira, tendo começado apenas 99 partidas como titular, e também sendo mais um pass-rusher do que um brilhante jogador all-around como os três que estão uma categoria acima. Mathis ainda tem um problema recente de uso de PEDs, que pode atrapalhar suas chances.
Ainda assim, como pass rushers eles foram MUITO dominantes, e considerando o quanto o Hall da Fama gosta de números cumulativos, a quantidade de sacks da carreira desses dois vai acabar sendo suficiente para colocá-los na conversa por um lugar no Hall da Fama. Mas não foram os jogadores que Abraham, Allen e Peppers foram, e terão um caminho um pouco mais difícil até Canton.
- Charles Tillman, Cornerback
Entre os líderes da história da NFL em fumbles forçados, Peanut Tillman aparece em sétimo com 42... o que é incrível quando você lembra que Tillman era um cornerback. Seus 42 fumbles forçados são mais do que Peppers, DeMarcus Ware, Derrick Thomas, Reggie White, Jared Allen, Jevon Kearse, Simeon Rice, Derrick Brooks e Michael Straham conseguiram nas suas carreiras. O defensive back mais bem colocado na lista depois de Tillman é Brian Dawkins, em 12th... que tem 70 jogos na carreira a mais que Tillman. Isso faz de Peanut um dos jogadores mais únicos da história da NFL, um cornerback que não só podia te causar dano na cobertura, como era mortal mesmo depois que os jogadores já tinham a bola nas mãos, com seu famoso "Knuckle punch".
O problema de Tillman é que ele foi um ótimo jogador com uma caraterística única, mas que não teve exatamente uma grande carreira na sua totalidade. Ele foi um defensor chave em uma série de grandes defesas, mas jogou 14 jogos ou mais apenas nove temporadas diferentes, tendo outras três cortadas por lesões. Ele também foi a apenas 2 Pro-Bowls. Tillman certamente jogou em nível HoF ao longo da sua carreira, mas a TOTALIDADE da sua carreira deixa a desejar nesse sentido. Por outro lado, também vale citar que Tillman deve receber uma "ajuda" extra por ser um jogador tão querido, alguém muito profissional dentro e fora de campo que fez muitas obras importantes na sua vida pessoal. Isso acaba influenciando, querendo ou não. No final, acho que Tillman tem chances por ser um jogador tão único e tão querido.
- Larry Fitzgerald, Wide Receiver
O problema com Larry Fitzgerald: ele passou a maior parte da sua carreira jogando com QBs como Matt Leinart, John Skelton, Kevin Kolb, Ryan Lindley, Drew Stanton e Carson Palmer em fim de carreira. Holy hell, que lista horrorosa! A grande tragédia para Larry foi o quão pouco ele jogou com um saudável Kurt Warner, mas quando o QB jogou pelo menos 10 partidas pelo Cardinals, pudemos ver o quão ridículo é Larry Fitzgerald com um bom quarterback. Em 2005, Warner jogou 10 partidas, e foi suficiente para Larry terminar o ano com 103 recepções, 1409 jardas e 10 touchdowns. Em 2007, Warner jogou 11 partidas, e Larry teve 100 recepções, 1409 jardas e 10 touchdowns. E quando Warner finalmente assumiu a titularidade definitiva em 2008, Fitz imediatamente teve um dos melhores biênios da história moderna da NFL, com 193 recepções, 2523 jardas e 25 touchdowns. Sua carreira foi muito prejudicada pelos anos nos quais teve que fazer milagre com QBs ruins, e isso impediu mais números monstruosos na totalidade da sua carreira, mas quando ele teve ajuda... holy crap, ele era bom. Se Randy Moss é o melhor WR que eu vi jogar, Megatron e Fitzgerald disputam o segundo lugar. Entre os WRs em atividade, ele é #5 em recepções, #4 em jardas recebidas, e #1 em touchdowns, e isso jogando metade da carreira com QBs que provavelmente seriam reservas do time do seu bairro.
Mas não é por isso que eu acho que Larry muito provavelmente vai acabar no Hall da Fama. O principal motivo são os playoffs de 2008, quando Larry liberou o inferno na Terra. Eu assisti cada jogo daqueles playoffs, e lembro de estar em choque vendo o que Fitz fazia. Assistir ele era uma experiência de vida, alguém que parecia estar em outro nível e jogando outro esporte em relação ao resto das pessoas em campo. Ele acabou aquela pós-temporada com 30 recepções, 549 jardas e 7 touchdowns, os três recordes de playoffs da história da NFL. Foi uma das seqüências mais dominantes da história da NFL por um WR, e mesmo sem título, acho que vai acabar sendo suficiente para empurrar o camisa 11 até o Hall da Fama.
Eu queria colocar Larry na categoria anterior, mas decidi colocá-lo aqui por dois motivos. Primeiro, porque o Hall da Fama da NFL é bastante rígido com WR, com vários bons WRs chegando perto mas não conseguindo ultrapassar a votação final. Segundo, porque eu tenho certeza que, quando for a vez dele, alguém vai olhar para seus números com caras como Leinart e Lindley e falar "hmm, esses números não são tão impressionantes assim" sem lembrar quem são Leinart e Lindley. Todo mundo na primeira categoria qualificam para "se a carreira desse cara terminar amanhã por algum motivo, ele ainda assim vai entrar no Hall da Fama ou chegar muito perto", e eu acho que Larry não está exatamente lá ainda. Mas quando tudo estiver terminado, eu com certeza acredito que Fitzgerald terá um lugar em Canton. Ele é de longe o melhor WR do resto dessa lista.
- Wes Welker, Wide Receiver
- Steve Smith, Wide Receiver
Steve Smith, indiscutivelmente o maior Panther de todos os tempos, é um jogador que baseia seu argumento na totalidade da sua carreira: sete temporadas com 1000+ jardas, mais sete com 6+ touchdowns recebendo - sem contar suas contribuições como retornador. Na história da NFL, ele está no top20 (entre todas as posições) tanto em recepções como em jardas, e 23rd em touchdowns - melhor do que jogadores como Michael Irvin e Art Monk, que estão no Hall. Falta a ele talvez aquele auge espetacular ou mesmo um anel de campeão, mas considerando seus números, sua longevidade, eo enorme respeito que ele comanda dentro da NFL - um cara durão e ultra-competitivo que você não quer cruzar o caminho sob hipótese alguma - e seu valor para uma jovem franquia, e acho que Smith merece pelo menos estar na conversa.
Wes Welker, por outro lado, explodiu muito mais recentemente, quando foi ao Patriots em 2007. Mas desde então, ele tem sido talvez o melhor WR da NFL inteira, liderando a NFL em recepções nesse período. Mas acho que mais incrível para mim é o seguinte dado: lembra que eu disse que Wes Welker é 6th entre jogadores em atividade em recepções? Bom, ele fez isso recebendo 70% (!!!) das bolas lançadas na sua direção - nenhum outro WR no Top90 consegue chegar perto disso (Jordy Nelson é #2 com 67%). Sua consistência e produção ao longo dos últimos anos é quase lendária, e vale lembrar que ele fez parte de dois dos ataques mais produtivos da história da NFL. Suas chances diminuem pela falta de um título (0-3 em Super Bowls) e pela carreira relativamente mais curta (em auge), e pela percepção negativa de só ter explodido quando foi jogar com dois QBs Hall of Fame, mas ao final do dia, acho que Welker é um jogador que vai merecer consideração.
- Anquan Boldin, Wide Receiver
Se eu pedisse para você listar os WRs mais dominantes da NFL ainda em atividade (em termos de carreira), Boldin provavelmente não seria um nome na ponta da sua língua. E eu não sei porque, já que ele definitivamente tem as credenciais: ele é o quarto WR em atividade com mais recepções, e quinto em jardas e touchdowns. Na história da NFL (post-merger), ele é 15th em recepções e provavelmente entrará no top12 (talvez top10) até o fim da carreira. Não tem nenhum motivo legítimo para Boldin não aparecer entre os grandes WRs da sua geração.
O "problema" de Boldin é que seu estilo de jogo não é particularmente chamativo. Ele não é o cara das recepções impossíveis ou das jogadas explosivas, ele é o cara eficiente e seguro que garante as recepções em terceiras descidas e mantém as correntes em movimento. Eficiência e consistência não são as coisas que chamam a atenção, mas são as que te garantem vitórias. Boldin é sub-apreciado ao ponto de que ele foi trocado DUAS VEZES na sua carreira por migalhas, e nas duas vezes, o time que o trocou imediatamente piorou muito ofensivamente e o time novo deu um salto. Boldin pode ser pouco apreciado, mas poucos WRs eram tão seguros e tão eficientes como ele.
Porque colocar Boldin nessa categoria e não na próxima, se todo mundo sabe o quanto o Hall da Fama se preocupa muito com a imagem? Por causa das suas atuações espetaculares em playoffs. Ele foi fantástico ao lado de Fitzgerald levando o Cardinals ao Super Bowl em 2008, e foi de longe o melhor jogador do Ravens no título de 2012 (impressionante considerando o quão bem Joe Flacco jogou aquela pós-temporada). Em 2012 em particular ele foi imparável, com 22 recepções, 4 touchdowns e 390 jardas, e mesmo isso não diz o quão importante ele foi: sempre que o Ravens precisava de uma conversão chave, a bola era nele. Sempre que não tinha uma jogada a ser feita, Flacco simplesmente jogava a bola na direção dele e ele conseguia uma recepção por cima de dois defensores. No final, a totalidade da sua carreira, sua consistência e suas performances em playoffs pesarão o suficiente para que o comitê não tenha escolha senão levá-lo em consideração. Eu acho que ele não vai conseguir entrar, no final das contas, mas ele vai receber a atenção merecida e um muito atrasado reconhecimento. Anquan Boldin foi muito, muito bom.
- Kevin Williams, Defensive Tackle
Nenhum defensive tackle na atualidade consegue chegar perto de igualar os 63 sacks que Williams totalizou em sua carreira - Cullen Jenkins, o segundo colocado, tem 43.5. E mesmo que DT geralmente seja uma posição pouco valorizada, Williams recebeu muita (merecida) atenção ao longo da carreira como membro da Williams Wall, o pilar defensivo durante tanto tempo do Minnesota Vikings. Ele até conseguiu dois retornos de interceptação para touchdown... no mesmo ano (2007!)! Ele foi 1st-Team All-Pro por quatro anos seguidos, uma legítima estrela de linha defensiva dos dois lados da quadra, e a definição de excelência entre DTs durante toda uma geração. Sua posição de pouco glamour e muitas vezes difícil de ser avaliada dificulta sua entrada no Hall da Fama, mas muito provavelmente terá um busto em Canton algum dia.
Not-quite-there Hall of Famers
Jogadores que tiveram uma ótima carreira, mas que provavelmente falta alguma coisa para que eles sejam considerados como sérios candidatos ao Hall da Fama
- Andre Johnson, Wide Receiver
Senhoras e senhores, a maior injustiça dessa coluna inteira.
Se estamos avaliando jogadores de acordo com o que eles foram individualmente, não resta dúvida de que Andre Johnson merece fortíssima consideração para um lugar no Hall da Fama. Entre jogadores (não Wide Receivers, jogadores) em atividade, Johnson é o segundo com mais recepções e jardas aéreas na carreira, atrás apenas do futuro HoF Reggie Wayne. Na história da NFL, Johnson é 11th em recepções e 13th em jardas (50th em touchdowns). Ele liderou a NFL em jardas duas temporadas seguidas (2008 e 2009), totalizando 213 recepções e 3140 jardas aéreas (!!!) no biênio. Johnson definitivamente merece um lugar em Canton.
Então porque colocar Johnson aqui e não na categoria acima? Por um motivo besta - glamour. O Hall da Fama adora glamour, adora histórias, adora grandes feitos, grandes partidas de playoffs, jogadores que tiveram carreiras marcantes e que ganharam um lugar nas canções (ops, por um momento achei que estava falando sobre Game of Thrones. Falha minha). E infelizmente, Johnson dificilmente vai ganhar pontos nesse quesito com o júri: ele passou a carreira inteira jogando por uma franquia de pouca expressão, muitas vezes em times ruins. O Texans nunca fez estrago nos playoffs, nunca foi um candidato ao título, nunca foi um time que chamasse atenção. De certa forma, Johnson nunca teve a chance de ser relevante em uma temporada da NFL, em termos da big picture. Isso é uma enorme injustiça, porque não é culpa dele o quão bom o time dele não era, ou que Matt Schaub tenha se machucado logo que o Texans finalmente parecia ter chance de algo a mais. Mas infelizmente, o Hall leva isso em conta.
Eu realmente espero estar errado, e espero que um dia Johnson possa ser reconhecido pelo quão bom ele foi, não pelo que seu time deixou de fazer. Mas por enquanto, acho que vai ficar faltando esse "algo a mais", nos olhos do comitê, para que ele assuma seu lugar por direito.
- Ben Roethlisberger, Quarterback
Se Johnson é o maior injustiçado dessa coluna, Big Ben tem um bom argumento para ser o segundo. De forma alguma Big Ben não foi um QB melhor do que Eli Manning: ambos foram draftados juntos em 2004, e desde então, os números certamente favorecem Big Ben, bem como o teste visual de ver os dois jogando a posição. Ambos estão muito próximos em jardas (36918 a 36485 para Eli) e touchdowns (250 a 248 para Ben), mas o QB do Steelers destrói seu colega em todo o resto: aproveitamento nos passes (63.6% a 58.8%), jardas por passe (7.7 contra 6.5) e interceptações (125 contra 176). Na totalidade das suas carreiras, Big Ben tem ampla vantagem em rating (91.4 a 81.9) e DVOA. Ambos tem, inclusive, dois anéis de Super Bowl com boas atuações, mas cujo principal trunfo da equipe era uma forte defesa. Sob hipótese alguma Eli Manning foi um jogador melhor do que Big Ben.
Ainda assim, quando falamos em Hall da Fama, o nome de Manning sempre aparece primeiro e o de Roethlisberger depois. Em parte isso pode ser porque ninguém sabe soletrar "Roethlisberger". Mas o principal motivo é que, apesar de Ben ser um jogador melhor, Manning tem dois Super Bowl MVPs e Big Ben não. Esse é o único motivo, na verdade, e é um péssimo motivo. Big Ben foi o melhor jogador, o mais consistente, e o mais talentoso, mas por causa de um parâmetro arbitrário desses, ele fica um nível abaixo na busca pelo Hall da Fama, aguardando quem sabe um terceiro anel ou mais algumas temporadas espetaculares para tentar subir um degrau mais próximo de Canton.
- Phillip Rivers, Quarterback
Se você quiser saber, em um vácuo (ou seja, considerando apenas os jogadores individualmente, ignorando o resultado dos times) quem é o melhor QB da classe de 2004, é bem fácil: Philip Rivers. Alias, é possível argumentar que Rivers é um dos cinco melhores QBs dos últimos 10 anos na NFL depois de Brady, Manning, Brees e Aaron Rodgers. Inclusive, desde 2005, ele é 5th em jardas e passes completos, 4th em TDs, 5th em aproveitamento, 2nd em jardas por passe (min: 1500 passes) e 5th em QB Rating. Na carreira, Rivers tem 64.6% de aproveitamento, 7.9 jardas por passe, e 96.8 de QB Rating. Para efeito de comparação, futuro Hall of Famer e melhor QB da sua geração Manning tem 65.6% de aproveitamento, 7.7 jardas por passe e 97.9 QB Rating na carreira. Muito bom, não?
Apesar de seu brilhantismo individual, é bem improvável que Rivers chegue a ganhar séria consideração para o Hall da Fama como as coisas estão agora, simplesmente porque não tem um título de Super Bowl. Para Quarterbacks - a posição que de longe tem maior influencia individual em um jogo de futebol americano - o número de titulos tem um papel ainda mais crucial para determinar o status da sua carreira. Tem alguma parte válida nesse argumento, tem uma parte um pouco injusta (ninguém ganha título sozinho, ou perde), mas o fato é que a não ser que algo especial aconteça - um MVP, uma temporada com múltiplos recordes, ou ainda melhor, um título de campeão - Rivers deve acabar mais longe do Hall da Fama do que seus colegas de Draft, que ainda que inferiores possuem mais títulos no currículo.
- Frank Gore, Running Back
- Steven Jackson, Running Back
Frank Gore e Steven Jackson tem muito em comum: são dois dos melhores RBs da sua geração, e 2nd e 1st em jardas terrestres entre RBs ainda em atividade. Ambos gastaram seu auge em times fracos, embora Gore ainda tenha tido a chance de brilhar em times candidatos ao título no final de sua carreira. Jackson é 17th em jardas terrestres na história da NFL, e Gore deve entrar no Top20 até o fim do ano. Em jardas de scrimmage entre RBs, Jackson é 16th e Gore deve chegar a 17th ainda esse ano. Não importa como você olhe, Jackson e Gore são dois dos melhores RBs que tivemos na NFL, duas máquinas consistentes de carregadas que carregaram nas costas franquias tristes por quase toda a carreira.
O problema com eles? Eles foram muito bons por muito tempo e tiveram ótimas carreiras... mas nunca foram realmente fantásticos. Tirando uma temporada de Steven Jackson (2006), nenhum dos dois teve uma temporada no qual foi inquestionavelmente um dos dois ou três melhores RBs da NFL, nenhum liderou a liga em jardas terrestres durante uma temporada, ou tem um anel de campeão, coisas que pesam na votação. Consistência e durabilidade levam a uma carreira boa na sua totalidade, mas falta a eles aquele "alto a mais" para colocá-los na discussão. Jackson jogou apenas dois jogos de playoffs na carreira (totalizando 68 jardas apenas), por exemplo. Frank Gore teve mais oportunidades, e aproveitou-as muito bem (ele foi espetacular nos playoffs de 2012 por San Fran), e se tivesse sido campeão, esse anel e sua performance como principal jogador ofensivo da equipe provavelmente seriam o argumento que empurrariam Gore um degrau acima. Por enquanto, os dois ficam no grupo de bons jogadores que tiveram ótimas carreiras, mas não foram dominantes ou relevantes o suficiente para valer uma vaga na discussão.
(Se Frank Gore ficar saudável mais dois anos, totalizando mais 2000 jardas e entrando no Top10 de jardas terrestres na carreira da história da NFL? Ai a coisa muda de figura, especialmente com mais algumas aparições de playoffs e quem sabe um Super Bowl para empurrar. Um anel e passar Edgerrin James pelo 10th lugar na lista certamente colocariam Gore no Hall da Fama. Mas aos 31 anos e no último ano de contrato, as chances parecem estar contra ele)
- Lance Briggs, Linebacker
Outro exemplo de um bom jogador que foi bom durante muito tempo e totalizou uma boa carreira, mas que nunca foi realmente dominante individualmente. Apenas um 1st Team All-Pro, e em parte por sempre ter jogado a sombra de seu parceiro Hall of Famer Brian Urlacher, nunca uma figura que recebia grande consideração para Defensive Player of the Year. De novo, um jogador que foi consistentemente muito bem por um período longo de tempo, mas que nunca teve aquele algo a mais no seu jogo e que nunca atingiu aquele nível especial para garantir a ele um lugar no Hall. O famoso jogador do Hall of Very Good.
- Justin Smith, Defensive End
Deixa eu deixar isso bastante claro: Justin Smith muito provavelmente não vai para o Hall da Fama, e dificilmente vai receber muita consideração quando chegar sua vez. Em parte, por ele jogar em uma das posições menos apreciadas da NFL, Defensive End de uma defesa 3-4, um jogador que na maior parte do tempo suas contribuições são importantíssimas para o time mas não aparecem como estatísticas: ocupar dois bloqueadores para liberar seus companheiros, fechar um buraco com o corpo para interromper a trajetória de um corredor, forçar um QB para fora do pocket, etc. Funções cruciais, mas pouco sexys, e difíceis de serem avaliadas.
Mas eis o que eu sei, porque vi Smith jogar por tanto tempo: ele é uma das mais consistentes e destrutivas forças defensivas que a NFL viu nos últimos 12 anos, um jogador que faz todas essas pequenas coisas em altíssimo nível para facilitar o jogo de todos os seus companheiros E ainda consegue ser individualmente dominante. Apesar de jogar em uma posição de menor expressão individual, ele ainda conseguiu somar 85 sacks na carreira - isso é mais do que os totais de Osi Umeniyora, Mario Williams, Shaun Phillips, Andre Carter, James Harrison, Justin Tuck... e claro, Kevin Williams.
O problema é que é realmente difícil medir e avaliar como um jogador como Smith impacta o jogo. Se a NFL tivesse uma versão como WAR - uma estatística capaz de compilar todas as coisas que um jogador faz em campo e juntar em um número só - Smith seria um dos lideres da NFL sem a menor sombra de dúvida. O mais próximo que temos disso na NFL é o Aproximate Value, do PFR. E claro, entre todos os jogadores defensivos da atualidade, Justin Smith é o quarto colocado em AV, atrás apenas de Ed Reed, Julius Peppers e Charles Woodson, e mais do que John Abraham, Williams, Jared Allen, Troy Polamalu, DeMarcus Ware, Dwight Freeney - todos jogadores que receberam (ou receberão) elogios nessa coluna. Mas ninguém olha para AV, assim como ninguém consegue dizer exatamente o quanto Smith foi essencial para suas defesas ocupando bloqueadores, forçando mudanças de trajetórias de RB, e liberando seus companheiros para se moverem com liberdade.
Justin Smith deveria entrar no Hall da Fama um dia. Provavelmente não vai acontecer, mas ele merece um lugar. Ele é um dos melhores e mais dominantes defensores da sua geração.
- James Harrison, Outside Linebacker
A maior parte dos jogadores dessa categoria são ótimos jogadores que tiveram ótimas carreiras, mas nunca foram dominantes o suficiente. James Harrison, por outro lado, é o oposto: um jogador que começou tarde, teve um auge extremamente dominante, mas que não conseguiu sustentar isso por muito tempo.
Harrison virou titular apenas em 2007, aos 28 anos, depois de três anos medíocres na NFL, e imediatamente se estabeleceu como uma força da natureza: durante as próximas cinco temporadas, Harrison foi um dos melhores defensores da NFL, totalizando cinco Pro Bowls, dois 1st Team All-Pro, um DPOY, um Super Bowl, um ano com 16 sacks, e 54 sacks no total - sem falar da sua habilidade dando tackles e parando o jogo corrido (nenhum jogador entre 2007 e 2011 com pelo menos 22 sacks chegou perto dos 321 tackles que Harrison deu no período). E dai, talvez pela idade, Harrison caiu de novo: foram apenas seis sack em uma decepcionante campanha de 2012, depois da qual ele foi dispensado. Sua temporada 2013 foi esquecível, e 2014 tem sido igualmente decepcionante.
Então sim, Harrison foi um jogador extremamente dominante e temido no seu auge, mas foi um auge que durou cinco anos, praticamente, e isso com poucos complementos nos anos seguintes (ou passados) para a totalidade da sua carreira. Seu auge certamente foi nível Hall da Fama, bem como sua história (não draftado, entrou na NFL já com 25 anos, etc) mas não a sua carreira como um todo, e por isso ele provavelmente vai estar olhando de fora o Hall em alguns anos (o fato de muitos enxergarem Harrison como um jogador sujo e violento também não ajuda).
- Chris Johnson, Running Back
Menção honrosa por sua temporada de 2000 jardas E que quebrou o recorde de jardas totais da história da NFL em 2009. Ainda assim, ele nunca conseguiu chegar perto desse padrão no resto da carreira e certamente tem sido uma das maiores decepções desde então. Uma temporada só não coloca ninguém no Hall da Fama, e embora ele tenha outros anos sendo um sólido RB, é muito pouco para considerá-lo seriamente sem que algo muito grande mude no resto da carreira.
Possíveis futuros Hall of Famers
Jogadores que ainda tem chão pela frente e que, se conseguirem manter a trajetória da carreira, devem conseguir um lugar no Hall da Fama
- Aaron Rodgers, Quarterback
Eu fiquei na dúvida se colocava Rodgers aqui ou no nível 1. Ele jogou sua carreira em altíssimo nível, teve um campanha de título espetacular em 2010, uma temporada histórica em 2011 (4643 jardas, 45 TDs, 6 INTs, 68.3%, 9.2 Y/A, MVP), e é um dos melhores QBs da sua geração. Tudo nele parece gritar "HALL DA FAMA". Eu acabei decidindo colocar ele nesse quarto grupo por outro motivo: ele teve apenas cinco temporadas completas na NFL, um número muito pequeno. Mesmo que tenha sido historicamente bom nessas cinco, para a totalidade de uma carreira é bem pouco para chegar no Hall da Fama. Ele ainda precisa de mais alguns anos jogando em alto nível para se garantir.
Ainda assim, não existe nenhum motivo para acreditar que Rodgers possa não ir ao Hall da Fama. Ele é um dos melhores QBs do mundo, joga em um eterno candidato ao título, e já tem seu MVP/SuperBowl/SuperBowl MVP no currículo. Tudo indica que Rodgers deve continuar dominando a NFL, e quando se aposentar, vai ocupar seu lugar de direito em Canton.
- Patrick Willis, Middle Linebacker
Pat Willis jogou apenas sete anos na NFL, mas nesses sete anos ele não deve absolutamente nada para nenhum outro linebacker da história do futebol americano. Desde que entrou na liga ele tem sido um dos três melhores (se não o melhor) MLB da NFL. Ele absolutamente imparável no jogo terrestre, uma força implacável indo atrás do QB (20 sacks apesar de raramente ir para blitz) quando necessário, e alguém excelente na cobertura capaz de cobrir TEs e mesmo WRs sem precisar de ajuda da secundária. A coleção de jogadores de secundária e linebackers que jogam bem do lado de Willis e nunca mais consegue atingir o mesmo nível depois que saem de San Francisco é incrível, e se você não acha que a presença de Willis no meio da defesa não é uma das grandes causas disso, você não assiste NFL.
É difícil achar estatísticas sobre MLB, mas me permitam uma curiosidade: Pro Football Focus é um site cuja especialidade é dar notas para os jogadores de acordo com o que eles fazem em campo. É realmente uma coisa jogada-a-jogada, eles pegam todos os snaps de um certo jogador e veem o que eles fizeram a cada jogada - mesmo as que não participaram diretamente - e dão nota por cada coisa que aconteceu - seja um tackle for loss, um sack, ou algo menos palpável, como impedir o avanço de um RB fechando seu caminho, desviando um bloqueador para longe de seu lugar na jogada, etc. Não é, obviamente, perfeito ou definitivo, mas é um ótimo parâmetro para avaliar jogadores cujo impacto no jogo é mais sutil. Bom, nos sete anos que Willis esteve na NFL, ele foi o #1 MLB da NFL três anos, o #2 outros três, e o #3 no outro. E mais impressionante ainda, em três desses quatro anos que não foi o número 1, seu colega ILB em San Fran que foi, inclusive Takeo Spikes (que nunca foi grande coisa antes ou depois de sua estadia em SF). Willis não é só o melhor MLB em atividade na NFL (em termos de carreira), ele já é um dos melhores de todos os tempos, e só uma tragédia tira Willis do HoF.
- Haloti Ngata, Defensive Tackle
Você pode fazer um sólido argumento que Ngata já poderia concorrer ao Hall da Fama no momento, tendo sido um dos melhores e mais destrutivos defensive linemen da NFL por oito anos, inclusive com cinco Pro Bowls e dois 1st Team All-Pro nos últimos cinco. Ele faz um pouco de tudo - pressionar o QB, parar o jogo terrestre (sua especialidade), ou simplesmente ocupar bloqueadores e liberar seus companheiros - em altíssimo nível, e tem sido o segredo por trás das excelentes defesas que o Ravens tem conseguido montar nos últimos anos.
Ainda assim, Ngata tem apenas 30 anos, então tem chão pela frente para consolidar sua candidatura ao Hall. Ngata pode acabar caindo no mesmo problema de Justin Smith (um jogador ainda melhor), de jogar em uma posição sub-valorizada com menos estatísticas contáveis para medir seu impacto, mas por algum motivo (talvez por ter passado a maior parte de sua carreira jogando em candidatos ao título, talvez por ter um anel de Super Bowl) ele recebe mais crédito e atenção do que Smith, e em geral é merecidamente reconhecido como um dos defensores mais dominantes da NFL. Entre o que ele faz em campo por merecer e o reconhecimento que recebe por isso, Ngata deve se aposentar recebendo nomeações antecipadas para o Hall.
- DeMarcus Ware, Outside Linebacker
- Terrell Suggs, Outside Linebacker
Ware é um dos melhores pass rushers da sua geração (e da história da NFL), e poderia facilmente estar junto de Abraham, Allen e Peppers na primeira categoria, ou de Freeney e Mathis na segunda. Em geral, eu acho que ele está entre esses dois grupos, e embora isso seja muito bom para seu futuro no Hall da Fama, acho que ele ainda tem chão na sua carreira que eventualmente o levarão até o primeiro grupo. Terceiro em sacks entre jogadores em atividade e com uma temporada de 20 sacks no currículo, Ware tem apenas 32 anos e joga em uma defesa com muito talento, o que lhe permite descansar mais e se manter mais fresco durante os jogos. Isso é o tipo de coisa que pode aumentar a duração da sua carreira, e espero que, com o tempo, Ware entre definitivamente (se já não estiver) na categoria de certezas do Hall da Fama.
Suggs, por outro lado, nunca foi tão dominante como Ware, e não está tão perto do Hall como seu colega. Ainda assim, ele merece consideração: é sétimo em sacks entre jogadores em atividade (embora a uma distância razoável de Freeney, o sexto) e tem um Defensive Player of the Year no currículo, sem falar em um anel de campeão. Ainda assim, Suggs nunca foi aquele jogador extremamente dominante (tirando 2011) e tem só um 1st Team All-Pro na carreira, mas teve um auge bom o suficiente para não cair no conto de "ótima carreira, nunca algo a mais". O júri ainda está indeciso em Suggs, e suas credenciais para o HoF dependerão muito do que ele fizer no resto da sua carreira, mas ele é alguém que andou uma boa parte do caminho já.
- Darrelle Revis, Cornerback
Três 1st Team-All Pros seguidos, quatro Pro Bowls seguidos (e um quinto logo que voltou de lesão), um auge digno dos melhores dias dos grandes CBs da história da NFL e apenas 29 anos, Darrelle Revis definitivamente merece uma menção nesse espaço. Infelizmente uma seria lesão no joelho atrapalhou sua carreira, tirando-lhe um ano do seu auge, e ele não tem sido o mesmo desde que voltou aos campos. Ainda assim, ele ainda é um ótimo CB que foi historicamente bom no seu auge e o melhor jogador em dois times que conseguiram chegar nas Finais de Conferência com MARK SANCHEZ de QB. Mesmo se nunca voltar a ser AQUELE Revis do Jets, se ele conseguir manter esse alto nível por mais algum tempo, ele deve ser um forte candidato ao Hall quando tudo estiver encerrado. Não lembro de ter visto algo semelhante a Revis no seu auge jogando - ele simplesmente escolhia um jogador e o tirava do jogo de forma impossível. Ainda depende do resto da sua carreira, mas está em um bom caminho até Canton.
Adrian Peterson
Adrian Peterson
- Adrian Peterson, Running Back
Eu não tenho a menor idéia do que fazer com Peterson nessa coluna. Quando eu primeiro tive a idéia dessa coluna, antes da temporada começar, minha discussão era se Peterson já poderia ser incluído na primeira categoria ou não. E eu tendia a sim - apesar de ter sido draftado em 2007, ele já era terceiro entre jogadores em atividades em jardas terrestres (atrás de Gore/Jackson), e 27th em toda a história post-merger da NFL (e 13th em touchdowns terrestres). Além disso, ele é o melhor RB da sua geração (acho que ninguém chega perto, na verdade) e o melhor RB do mundo desde que foi draftado. Junte a isso seus recordes (maior número de jardas terrestres em um jogo na história da NFL), sua lendária temporada de 2012 que talvez tenha sido a melhor de um RB na história do jogo, seu prêmio de MVP, e sua incrível recuperação de uma lesão no joelho, e parecia impossível que Adrian Peterson NÃO fosse ao Hall da Fama algum dia.
Agora... eu não sei o que pensar. Ninguém sabe. Peterson foi afastado por supostamente agredir um filho durante uma sessão de "disciplina", e ninguém sabe se algum dia ele vai conseguir sequer salvar sua carreira, quanto mais fazer o suficiente para apagar essa má impressão e recuperar seu status histórico. É possível que, em algum momento, Adrian Peterson peça desculpas, reconheça seu erro, trabalhe para reparar esse erro e virar um embaixador contra o abuso infantil, sua carreira possa continuar, e ele volte a ser o grande atleta que ele é. Mas hoje, 30 de Outubro de 2014? Eu não faço idéia do que vai acontecer com a sua carreira, e com suas chances de Hall da Fama. Mas não estão parecendo boas.
E esses são os jogadores em atividade (que cumprem meus pré-requisitos) que eu vejo associados em Hall da Fama, de uma forma ou de outra. Eu tenho certeza que esqueci de alguém, então por favor façam suas nomeações nos comentários. Também tenho certeza que muita gente discorda de onde eu coloquei alguns desses jogadores (e tentem se lembrar de que estou classificando do ponto de vista do Hall da Fama), e se forem educados, sintam-se livres para expressar o porquê nos comentários.
E agora é ficar de olho nos jovens talentos que temos ai - JJ Watt, AJ Green, Earl Thomas, Andrew Luck, Rob Gronkowski - e imaginar quais desses, em alguns anos, estarão nessa mesma conversa. Porque essa é a beleza dos esportes: eles estão frequentemente se renovando, e quando um Champ Bailey se aposenta, sempre tem um Patrick Petterson surgindo.