Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Distribuindo prêmios na MLB


Clayton Kershaw comemora o prêmio ganho no nosso post


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Com a temporada regular da MLB finalmente no passado e enquanto os playoffs começam a esquentar, é hora de olhar para uma ótima temporada regular e distribuir alguns prêmios. Eu particularmente adoro esses prêmios, especialmente no baseball, porque eles são ao mesmo tempo simples e complexos: temos estatísticas e métricas extremamente avançadas a nossa disposição, mas tem muita gente que insiste em olhar para os números errados e superficiais sem olhar para os que realmente nos trazem a verdadeira performance. Então vamos dar uma passada pelos três prêmios principais da MLB e ver quem deveria (e quem provavelmente vai) levar cada um deles: MVP, Cy Young e Rookie of the Year. Deixo de fora Manager of the Year porque é o prêmio mais subjetivo de todos os tempos e depende demais de termos que não podemos observar e normalmente vai para o time que deu a melhor mudança de record de um ano para outro.

Antes de começarmos, aviso que vamos falar bastante de estatísticas por aqui. Então se não as conhece e quer conhecê-las, recomendo uma passada por esse post antes, onde eu explico praticamente todas as sabermetrics mais usadas (e que usaremos aqui hoje) de forma bastante longa e didática. Então vamos começar, por...

AL MVP: Miguel Cabrera


O AL MVP é um prêmio bastante complicado e polêmico que coloca em debate exatamente o que significa isso de "Mais valioso". O melhor jogador da AL (e da MLB inteira), de longe, é Mike Trout. Vamos chegar nisso, mas basta saber que Trout está jogando em um nível que o último jogador a atingir nessa idade... hm, verdade, ninguém nunca fez isso antes aos 21/22 anos. Mas enquanto Mike Trout é claramente o melhor jogador da MLB, seu time como um todo é um lixo e não vai a lugar nenhum, enquanto que outro jogador tendo uma temporada histórica, Miguel Cabrera, joga em um time que ganhou a sua divisão e foi aos playoffs. Então o debate furioso que acontece a partir dai é: o MVP tem que ser o melhor jogador, ou tem que ser o melhor jogador que conseguiu levar o time aos playoffs? Em outras palavras, quando escolhemos o MVP, deveria importar a campanha coletiva do time em um jogo tão individual?

A diretriz oficial para escolher o prêmio de MVP não nos ajuda em nada. Segundo as regras oficiais da MLB, a interpretação de "mais valioso" depende exclusivamente de quem for votar e não existe uma recomendação clara sobre como interpretar isso. Por esse motivo, acaba sendo algo totalmente pessoal. Você pode acreditar que Trout foi o MVP porque ninguém adicionou mais vitórias ao seu time do que ele, ou você pode acreditar que foi Miguel Cabrera ou Josh Donaldson porque adicionaram menos vitórias mas elas tiveram um impacto maior no resultado final de seus respectivos times. É totalmente aberto a interpretações.

A minha interpretação: o contexto de time deve importar, mas não deve ser absoluto. Existe um conceito de valor absoluto (o total que um jogador contribui para seu time, ou seja, o melhor jogador) e um de valor relativo (aquela contribuição que teve um impacto maior no resultado) que precisam ser levado em conta. Eis o que eu escrevi ano passado sobre isso, justificando meu voto de 2011 para Justin Verlander como MVP da MLB:

Por exemplo, vamos pegar a temporada passada da MLB como exemplo. Os dois melhores jogadores da temporada individualmente foram Jacoby Ellsbury e Jose Bautista, mas tanto Red Sox como Blue Jays perderam os playoffs (O Red Sox depois de um colapso nos jogos finais da temporada regular, o Jays ficou nos 50% a temporada toda). Enquanto isso, você tinha Justin Verlander tendo uma temporada ligeiramente inferior a esses dois, mas sendo o melhor e mais importante jogador de um time do Tigers que arrancou uma vaga na AL Central e chegou nos playoffs com status de candidato ao título. Então individualmente, Bautista e Ellsb foram melhores que Verlander. Mas se tirassemos Ellsb e Bautista dos seus times antes da temporada (ou na metade), o destino de Sox e Jays não teria mudado (e o Red Sox provavelmente não teria sido tão bom a temporada inteira pra ter um colapso histórico pra sofrer em Setembro) e ambos os times continuariam de fora dos playoffs. Mas sem Verlander, o Tigers estaria condenado ao quarto lugar na AL Central e total esquecimento. Por causa de Verlander, o Tigers ganhou a divisão, chamou a atenção da Liga inteira e virou o time que ninguém queria enfrentar em uma série. Pra mim, isso significa que ele foi mais valioso pro Tigers do que Ellsb e Bautista pra Sox e Jays - A presença dele teve um efeito muito maior no destino do seu time na temporada.

Por esse motivo, eu votei em Verlander pra MVP em primeiro, Ellsbury em segundo, e Evan Longoria em terceiro (perdeu boa parte da temporada, mas quando voltou foi o maior responsável por levar o Rays aos playoffs). O que não significa que as temporadas de Ellsbury e Bautista não foram valiosas ou não tiveram valor, é claro. As duas tiveram um grande valor, com certeza, mas a presença de Bautista fazendo o Jays ser 81-81 ao invés de 72-90 fez uma diferença muito menor do que Verlander levando o Tigers de 81-81 a 92-70, ganhando a divisão e transformando o Tigers em uma força na AL. Por mais que dois jogadores valham, digamos, 9 vitórias a mais pros seus respectivos times, essas 9 vitórias fazem uma diferença muito maior em um time que vai de 85 vitórias pra 94 e um que vai de 71 pra 80 vitórias. Por isso pra mim a diferença entre "melhor" e "mais valioso". É injusto "penalizar" um jogador pela performance do seu time, mas essa é minha interpretação, e afinal o que vale no final é aonde o time chegou: Ellsbury foi o "Melhor Jogador da MLB" em 2011... Mas Verlander foi o Jogador Mais Valioso da MLB em 2011.

Em outras palavras, Ellsbury adicionou 9 vitórias (em WAR) ao Red Sox em 2011, enquanto Verlander adicionou pouco mais de sete a Detroit. Mas as sete vitórias de Verlander significaram para o  Tigers a diferença entre o primeiro lugar na conferência e o ostracismo, e as nove de Jacoby Ellsbury só mudariam o número de vitórias mas não o resultado da temporada do Red Sox, e então eu me vi forçado a concluir que as sete vitórias de Verlander tiveram um valor maior para sua equipe que as 9 de Ellsbury.

Eslcarecido isso, minha lógica não quer dizer que um jogador que não foi aos playoffs não possa ganhar o MVP. Ano passado, respondendo a um email do leitor Luciano Diaz, escrevi uma coluna inteira sobre o prêmio de MVP, suas dificuldades e sobre quem deveria ganhar em 2012. Nessa coluna, eu escolhi Mike Trout para ganhar o prêmio de MVP sobre Miguel Cabrera, mesmo Cabrera tendo ido aos playoffs e Trout não. Minha justificativa foi a seguinte: 

Nesse contexto, e ainda de acordo com minha opinião, o MVP pode ir para um jogador de um time que não foi aos playoffs (afinal, sua temporada também teve seu valor) ou um time inferior de acordo com duas situaçōes: a) caso esse jogador tenha sido claramente muito superior  a todo o resto; e b) caso não haja um claro candidato num time que foi aos playoffs e que possa reclamar o prêmio. O peso de cada um desses pontos depende, claro, da situação em questão e é subjetivo a cada pessoa.

E isso definitivamente aconteceu em 2012. Mike Trout foi tão superior a Cabrera, Robinson Cano e ao resto dos candidatos ao prêmio, especialmente considerando que seus dois concorrentes jogavam em times extremamente lotados de talento que poderiam sobreviver com uma lesão a um deles, que não via como não votar no cara que tinha acabado de submeter uma das melhores temporadas da história da MLB... sendo um calouro. 

Mas em 2013, em uma situação bastante semelhante, eu optei por votar em Cabrera e não em Trout dessa vez. O que mudou entre 2012 e 2013 para fazer meu voto mudar?

Em primeiro lugar, Trout continua o melhor jogador da MLB inteira por uma LARGA margem. Isso definitivamente não mudou. Considere o seguinte sobre Mike Trout: ao terminar 2013 com um fWAR de 10.4, ele se tornou o quarto jogador dos últimos 70 anos a ter duas temporadas consecutivas com WAR acima de 10. Os outros três? Willie Mays, Mickey Mantle e Barry Bonds. Trout conseguiu isso com 22 anos. Nenhum jogador na história da MLB chegou aos 22 anos com temporadas melhores, e nenhum jogador estreou na MLB com duas temporadas melhores do que o OF do Angels. Seu WAR de 10.4 também liderou a liga por uma larga margem, com 2.2 de vantagem para o segundo colocado (Andrew McCutchen) e 2.7 e 2.8 sobre os segundo e terceiro colocados na AL (Donaldson e Cabrera, respectivamente).

Hmm, você não gosta ou não confia em WAR? Certo, vamos olhar por outro ângulo então. A slash line de Mike Trout esse ano foi de .323/.432/.557, e ajustando isso para as dimensões favoráveis a arremessadores (e não rebatedores) do estádio onde jogou metade de suas partidas, isso nos dá um wRC+ de 178 - em outras palavras, isso significa que ajustando pelo estádio onde joga, Trout criou 78% a mais de corridas do que um jogador médio da MLB com suas rebatidas. Essa marca é, na verdade, a segunda melhor da liga em 2013, atrás apenas de Miguel Cabrera (e na frente de Chris Davis, Paul Goldschmidt, Joey Votto e companhia). Expandindo o contexto, desde 2000 apenas dois OFs tiveram uma temporada mais produtiva no bastão do que Trout sem a ajuda de esteróides pesados (cof Barry Bonds cof cof): Manny Ramirez em 2000 e 2002, e Jose Bautista em 2011. E isso é apenas considerando o que fez com o seu bastão em mãos, mas Trout também é um dos melhores corredores da MLB, roubando 33 bases em 40 tentativas na temporada. Juntando então sua produtividade incrível no bastão com o estrago que Trout faz com as pernas (roubando bases e conseguindo bases extras em rebatidas de colegas), suas 69.6 corridas geradas no total ofensivamente são a melhor marca de um OF nos últimos 33 anos não chamado Bonds, 0.5 corridas na frente do lendário Rickey Henderson em 1980. 

Sinceramente, não tem nada que Trout não seja praticamente perfeito fazendo. Ele possui incrível disciplina no bastão e chega com facilidade em base, conseguindo walks 15.4% de suas idas ao bastão, terceira melhor marca da MLB depois de Joey Votto e Shin-Soo Choo. Seus HRs caíram em relação a 2012, mas ele rebateu mais doubles e triples do que antes, mantendo sua força no bastão alta. Suas rebatidas tem um grande aproveitamento porque ele consegue um enorme número de line drives e infield singles. Seu tempo correndo do home plate até a primeira base (não oficial) é o menor da MLB, o que é incrível considerando que ele é destro e rebate do lado esquerdo do home plate (e portanto tem caminho maior a percorrer que um canhoto), e ele é um dos mais prolíficos base runners da liga. Sua defesa desceu em relação aos níveis históricos de 2012 mas ainda é acima da média da MLB. O garoto é a coisa mais próxima de um jogador perfeito que você vai ver na MLB, e os números refletem isso: nas suas duas primeiras temporadas de MLB, ele conseguiu um feito que lendas como Mays e Mantle só conseguiram no auge absoluto de suas carreiras. E eu já disse que Trout fez 22 anos DURANTE a temporada? Me parece relevante. Então não é como se Mike Trout fosse apenas um pouco melhor que seus contemporâneos: ele é significantemente melhor do que qualquer outro jogador na Terra nesse momento, e sinceramente, possivelmente melhor do que qualquer jogador da história da MLB foi nessa idade.

Então porque dar o prêmio para Cabrera e não para Trout, se ano passado eu defendi os méritos de Trout? Porque a temporada 2013 de Cabrera foi muito melhor do que a 2012. As pessoas se perdem olhando para estatísticas inúteis como a Triple Crown que Miggy ganhou ano passado e assumem que isso faz dela a melhor temporada do slugger, mas isso passa muito longe da verdade. A temporada 2012 de Cabrera (.330/.393/.606, 166 wRC+) foi inferior, por exemplo, a sua temporada 2011 (.344/.448/.586, 177 wRC+), mas ninguém percebeu porque só ele ganhou a TC um ano depois. E em 2013, Miguelito subiu ainda mais um nível em relação a um patamar já bastante elevado: .348/.442/.638 e um wRC+ de 192 que é absolutamente IMPOSSÍVEL! E isso porque depois da lesão ele não tem sido o mesmo jogador, em Setembro conseguiu apensa duas rebatidas extra-base no mês inteiro, e mesmo assim terminou com um wRC+ de 192, o melhor da MLB de longe (chegou a ter 201 de wRC+ antes de machucar). Colocando em contexto, os únicos jogadores que chegaram a 200 wRC+ sem a ajuda de esteróides foram Ted Williams e Mickey Mantle, e mesmo o seu 192 coloca Miguel Cabrera na companhia de temporadas como 1967 Carl Yaztremski (seu triple crown) e 1980 George Brett, alguma das melhores e mais famosas temporadas de todos os tempos. Desconsiderando as temporadas de 81 e 94 porque não foram jogadas até o final por motivos de greve, esse número é o 20th maior de uma temporada na história da MLB desde 1950, e isso considerando que sete das que estão na sua frente foram de Bonds ou Mark McGwire em seu auge de esteróides. Chamar a temporada do Cabrera de "histórica" não lhe faz justiça.

Claro, Cabrera não tem como ser melhor do que Mike Trout considerando que é um dos piores defensores e um dos piores corredores da MLB, enquanto Trout é um sólido defensor e um dos melhores corredores. E mesmo assim, a diferença entre o bastão dos dois (pelo menos ao final da temporada) não era tão grande assim porque Trout ainda teve uma temporada história ele mesmo, e considerando o tempo perdido com lesões de Miggy e a diferença entre ambos como corredores, Trout acabou tendo uma temporada ofensiva total ainda melhor do que Cabrera gerando corridas (69.6 contra 63.5). Mas eu acho que dessa vez Cabrera é um vencedor digno do prêmio de MVP porque, ao contrário do ano passado, individualmente Cabrera TEVE uma temporada historicamente boa. Trout ainda é o melhor jogador, Cabrera teve um impacto maior no resultado final da temporada por ter ajudado seu time a ir aos playoffs... mas mais importante, a temporada de Cabrera FOI espetacular o suficiente para bater de frente com a de Trout e se manter de pé. Trout é o melhor jogador da MLB, e não é por pouco, mas Cabrera foi o MVP dessa temporada.

Uma última menção honrosa antes de irmos para as menções honrosas: Josh Donaldson, a única estrela de Oakland Athletics. Donaldson acabou a temporada, na verdade, a frente de Cabrera em WAR (7.7 contra 7.6) e jogou em um time que precisava ainda mais de uma estrela (que não tinha um Mark Scherzer). Donaldson definitivamente seria um vencedor merecido desse prêmio, embora eu o coloque em terceiro porque a) seu WAR acima de Cabrera veio por causa de 10 jogos a mais e da grande diferença em defesa, mesmo que Donaldson nunca tenha tido um histórico como um grande defensor e seu UZR provavelmente foi um pequeno outlier; e b) Donaldson não tem os números históricos de Cabrera para justificar ficar a frente de Trout. Mas ainda assim, foi uma temporada brilhante e espetacular sobre todos os aspectos que merece ser reconhecida.

Menções honrosas, em ordem: Mike Trout; Josh Donaldson; Evan Longoria; Chris Davis.


NL MVP: Andrew McCutchen


Se Mike Trout é o jogador mais completo da MLB, Cutch é o segundo colocado. Não tem nada que McCutchen não consiga fazer em um campo de baseball: ele rebate por contato (.317 de AVG) e por força (.508 de SLG), ele chega em base a um ótimo nível (11.5 das idas ao bastão acabando em walk e um OBP de .404), é um baserunner acima da média (5.1 corridas geradas com as pernas, top20 na MLB) e um sólido defensor (6.9 em UZR). O resultado é que, juntando tudo isso, você tem um jogador espetacular: 155 wRC+ (7th na MLB, 4th na NL) já seriam ótimos pelo seu bastão, mas juntando ainda com defesa e baserunning superiores (algo que poucos jogadores possuem junto de um bom bastão) você chega a 8.2 de WAR (segundo na MLB, primeiro na NL) e 46.9 corridas totais geradas ofensivamente, quarto na MLB e primeiro na NL. Em resumo, você não vai encontrar um jogador all-around melhor na NL do que Andrew McCutchen nesse momento.

A vantagem de McCutchen em relação a Mike Trout é que Cutch também é apoiado pela narrativa. Cutchen é o melhor jogador de um time que vai aos playoffs assim como Cabrera, mas não só isso como ele também é o melhor jogador de um time que vai aos playoffs pela primeira vez em 21 fucking anos!!! As pessoas adoram narrativas quando olham para esses jogadores, e o Pirates sem dúvida foi a história mais legal da MLB em 2013. Então não apenas Cutchen foi o melhor jogador da NL em 2013, como jogou em um time que foi aos playoffs E fez parte da melhor história da temporada? Existe alguma chance dele NÃO ganhar esse MVP?

Quando olhamos para sua competição, fica ainda mais fácil lhe dar esse prêmio. Seu perseguidor mais próximo é Carlos Gomes, que explodiu nessa temporada com uma excelente performance ofensiva (24 HRs, 130 de wRC+) para juntar a sua já conhecida capacidade na defesa (24.4 em UZR, terceiro da NL atrás de Gerardo Parra e Andrelton Simmons - créditos do GIF a Michael Baumann da Grantland) e roubando bases (40, sétimo na MLB), de forma que seu valor correndo e na defesa superam até mesmo de McCutchen rumo a um WAR de 7.6. Mas Gomes não tem chance considerando que jogou em um dos piores times da NL. Goldschmidt e Joey Votto tiveram temporadas ofensivas ligeiramente superiores a Cutchen no bastão, mas não conseguem igualar o impacto do OF do Pirates com suas pernas ou na defesa. E embora Matt Carpenter tenha tido uma excelente temporada all-around, ele não foi melhor do que Cutch em um quesito sequer e jogou em um time mais lotado de grandes talentos, não tendo a importância individual de um jogador como Cutch para seu time. Então esse aqui é o mais fácil da coluna.

Menções honrosas, em ordem: Matt Carpenter; Carlos Gomes; Clayton Kershaw; Joey Votto; Paul Goldschmidt.

AL Rookie of the Year: Wil Myers


A corrida para ROY da AL esse ano foi surpreendentemente fraca. Meu candidato durante parte da temporada foi o brasileiro Yan Gomes, que tinha feito menos do que as 130 idas ao bastão para deixar ser considerado rookie pelo Blue Jays e foi listado pelo Fangraphs como calouro o ano inteiro. Mas acontece que, como o Thiago Kayano me lembrou ontem, ele também deixa de ser calouro se tiver passado 45 dias no plantel principal da MLB, e isso de fato aconteceu em 2012. Sem o meu favorito, tive que me voltar para os demais candidatos, e Myers foi o que mais se destacou.

Wil Myers, considerado pela Baseball America o melhor prospect da MLB em 2012, virou notícia quando seu time (Kansas City Royals) decidiu trocá-lo para o Tampa Bay Rays por James Shields, em busca de um arremessador para âncorar sua nova rotação, desastrosa um ano antes. Eu achei que era uma troca ruim na época e ainda acho agora: Myers era considerado um dos melhores prospects da MLB dos últimos anos, um jovem que ainda iria ficar muitos e muitos anos sob o controle da equipe... e o pior, que entraria na posição mais carente (RF) do time em 2012! Em troca, o time ganhou um muito bom mas não espetacular arremessador de 31 anos que estaria sob controle do time por apenas duas temporadas, o que me pareceu um preço alto demais a pagar por um OF que tinha tudo para dominar a AL por mais 10 anos. 

Deixando de lado por um instante os efeitos da troca para o Kansas City Chiefs (que funcionou bem por enquanto, com Shields ancorando uma boa rotação e tendo sua primeira temporada com record positivo em muitos anos), o fato é que Myers tem jogado muito bem desde que subiu, embora por apenas 88 jogos, tendo sido chamado quase na metade da temporada. O que acontece é o seguinte: quando um prospect normal (ou seja, que foi escolhido no draft e assinou um contrato como calouro recém-draftado) sobe para a MLB, seu contrato dura cerca de sete anos a um valor muito pequeno anualmente, um contrato de calouro. No entanto, depois de algum tempo de serviço na MLB, esse jogador pode pedir "arbitration", ou seja, ele pede uma revisão do seu contrato e um mediator independente vai olhar para seus números e determinar qual seria seu novo salário pelo resto da duração do contrato vigente. Claro que um time pode (e muitas vezes de fato o faz) assinar o jogador para um novo contrato antes de chegar até a arbitration, e certamente é o plano do Rays, mas a questão é que o Rays é um time pobre e que quer aproveitar ao máximo esses anos de mão de obra barata antes de chegar na arbitration. Por isso o Rays tinha uma escolha: como Myers era um prospect considerado "Super Two" e com sete anos de contrato pela frente, se ele jogasse mais do que um determinado tempo na MLB esse ano ele teria três anos do seu salário normal e mais quatro após a arbitration, enquanto se ele jogasse menos do que esse certo tempo, ele só entraria em arbitration após quatro anos de salário normal. Por isso o Rays optou por deixá-lo mais tempo nas ligas menores e aproveitar apenas metade da temporada com  Myers, já que isso lhes dava um ano a mais de controle sobre o jogador antes de seu salário subir.

Desde que subiu, Myers tem feito juz ao hype: defesa um pouco abaixo da média (já que a mudança do infield pra RF ainda é recente e está se adaptando a nova posição), mas um ótimo desempenho no bastão, rebatendo .293/.353/.478 e um wRC+ de 131 com 13 HRs em 88 jogos, liderando todos os calouros da AL em OBP, SLG e OPS ( e wRC+). Ele ainda comete muitos strikeouts (24.8%) e seu BABIP certamente vai cair em relação aos .364 dessa temporada, mas foi um começo promissor para um talento promissor que ainda deve se desenvolver com o tempo. Não foi uma grande temporada, foi apenas uma boa e em pouco tempo, mas que lhe gerou um WAR de 2.4. Essa é a melhor marca em um grupo de calouros bastante decepcionante da AL, onde apenas David Lough passou dos 2.0 (os mesmos 2.4 de Myers) mas com mais jogos (96). Não foi uma temporada individualmente brilhante e que talvez não lhe rendesse o ROY em outro ano ou mesmo se ele jogasse na NL, mas esse ano não tem opção melhor.

Mençoes honrosas, em ordem: Jose Iglesias, David Lough, Dan Strailey.

NL Rookie of the Year: Jose Fernandez


Primeiro eu queria tirar logo isso das minhas costas: não tem a menor chance de Yasiel Puig continuar rebatendo .319/.391/.534 (160 wRC+) por muito tempo. Esse número absurdamente alto vem nas costas de um BABIP também absurdamente alto de .383, uma figura que é praticamente impossível de se sustentar. Seu HR/FB Ratio também está na casa dos 21.8% e vai decair muito possivelmente, já que é um nível quase Miguel Cabrera de produção. Desconsiderando por um momento esse provável declínio no seu HR/FB Ratio (ou seja, supondo que mantenha), me parece uma boa hora para usar um modelo que eu desenvolvi a algum tempo. Ele utiliza o perfil de rebatidas de cada jogador (ou seja, pega quantas bolas rebatidas por ele são line drive, fly balls, ground balls ou infield fly balls) e cruza com a com a probabilidade de cada uma dessas rebatidas resultar em uma rebatida válida para projetar um xBABIP, ou Expected BABIP (BABIP esperado), de acordo com a forma calculada pelo ótimo Frangraphs. A partir desse xBABIP meu modelo ajusta a slash line para refletir um cenário mais preciso e menos dependente do acaso, usando o xBABIP para criar um cenário mais "preciso" da habilidade real do jogador e separar o que é sua performance real e do que está sendo influenciado por fatores além do seu controle. Eis o resultado desse modelo para Puig:


Meu modelo ajusta slugging por três fórmulas diferentes, por isso SLG aparece três vezes no modelo. Não vou entrar nos detalhes sobre cada um, mas o meu favorito é o SLGc - sintam-se a vontade para usar o que preferirem. Então a slash line ficaria:

2013 Puig: .319/.391/534
xBABIP Puig: .290/.365/.498

Ainda são bons números, mas nem de longe tão sobre-humanos como os atuais - seu wRC+ estaria na casa dos 130, 132. Isso faz de Puig ainda um bom jogador, especialmente considerando que ele chegou na MLB jovem e cru e ainda tem muito espaço para evoluir (um defensor abaixo da média e corredor muito abaixo dela, duas coisas que provavelmente vão melhorar com tempo e experiência já que as ferramentas estão lá para tal). Isso é só uma maneira de dizer que, mesmo que Puig seja realmente um jogador muito bom e divertido (e ele é), os números dele em 2013 não refletem adequadamente o jogador que ele é pois tiveram influência de fatores que não devem se repetir em uma amostra maior.

Mas não foi por isso que Puig não ganha meu voto para ROY. Influenciado pelo acaso ou não, Puig ainda teve uma temporada espetacular e totalmente vindo do nada, que colocou a MLB em fogo e logo elevou o cubano ao status de "não se atreva a mudar o canal quando ele está no bastão ou em base!". Quando consideramos esse tipo de prêmio, é muito mais importante olhar para o que o jogador fez no passado, não o que vai acontecer no futuro. Em qualquer ano normal, Puig seria não só meu candidato ao ROY, como um candidato sem a menor sombra de dúvida a ganhar o prêmio. A temporada dele foi boa demais, e merece ser reconhecida.

O problema de Puig é que ele deu azar de concorrer a esse prêmio logo na mesma temporada que um calouro chamado Jose Fernandez começou a arremessar pelo Miami Marlins. O calouro de (alegados) 20 anos que surgiu do nada depois de chegar a Miami em uma balsa clandestina - e tendo que voltar e arriscar sua vida nadando para salvar sua mãe que se afogava - logo se estabeleceu como um dos melhores arremessadores - não calouros, arremessadores - da MLB. Ao final da temporada, mesmo com um limite de entradas e não arremessando tanto quanto poderia, Fernandez termina a temporada com o sexto melhor FIP e o segundo melhor ERA de toda a liga. Ele termina a temporada 2013 com o arremesso mais devastador lançado por qualquer arremessador essa temporada (per PITCH f/x), um arremesso bastante particular que parece uma mistura de slider com slurve e que foi simplesmente impossível de se rebater na temporada inteira. Meu tidbit favorito de Jose Fernandez: nos jogos em casa da temporada 2013, Jose Fernandez teve mais strikeouts (108) do que bases totais cedidas MAIS WALKS (105). Nao rebatidas cedidas... bases totais mais walks!! Isso é impossível.

Se você nao acredita, tente isso. Desde 1940, a data que meu computador para de travar para compilar os dados, sabe qual o arremessador que teve o MENOR ERA- da MLB (uma estatística que ajusta o ERA por época, estádio, liga e afins) como calouro? Não foi Hideo Nomo, não foi Dwight Gooden, não foi Fernando Valenzuela. Foi Jose Fernandez. Se você preferir usar -FIP como estatística, ótimo: Gooden assume o topo e Fernandez aparece em quinto na lista, virtualmente empatado com o segundo colocado (mas a uma distância grande de Gooden). E isso considerando apenas calouros, o que é um pouco injusto com Fernandez já que isso aconteceu não apenas como um calouro, mas como um de apenas 20 anos. Considerando apenas arremessadores com 20 anos ou menos (calouros ou não), a única temporada que chega perto de 2013 Jose Fernandez foi a de 1985 por Dwight Gooden... e considerando que essa foi possivelmente a melhor temporada da história de um arremessador não chamado Pedro Martinez, eu diria que Fernandez está em excelente companhia. Ajustando por -FIP ao invés de -ERA, Fernandez cai para terceiro... atrás das temporadas 84 e 85 de Gooden apenas e mais nada. E Gooden nunca gerou um gif tão bom como esse aqui. Acho que deu para ter uma noção do absurdo que foi esse ano do garoto, especialmente quando a única comparação histórica possível é um dos arremessadores mais lendários da MLB.

Colocando de forma mais simples e direta: Puig teve uma temporada espetacular, mas Jose Fernandez teve uma das melhores (talvez a melhor) temporada de um calouro E de um arremessador da sua idade na história da MLB. Não vamos ver outra temporada como essa tão cedo. Tenho certeza disso.

Menções honrosas, em ordem: Yasiel Puig, Shelby Miller, Hyun-Jin Ryu.

AL Cy Young: Felix Hernandez


Max Scherzer provavelmente vai ganhar tranquilamente esse prêmio porque as pessoas, por algum motivo obscuro, ainda valorizam demais a segunda estatística mais estúpida do baseball, "wins". Ela é uma estatística extremamente estúpida por uma diversidade de motivos, mas principalmente porque ela é uma das que mais dependem do contexto do time e menos dizem sobre um jogador individual. Então vamos ver como isso funciona olhando para estatísticas de verdade e que dizem mais sobre o jogador.

Em uma situação normal, Anibal Sanchez seria a escolha fácil desse prêmio. Sanchez lidera a AL em ERA, em FIP e é terceiro em strikeouts por entrada. Quando arremessou, Sanchez foi o arremessador mais dominante da liga e isso deveria ser suficiente para vencer o Cy Young. Eu digo em situações normais porque Sanchez foi para o departamento médico cedo na temporada e passou lá parte do ano, não o suficiente para tirá-lo da disputa mas o suficiente para reduzir seu impacto na temporada. Nas 170 entradas que arremessou, Sanchez foi o melhor da AL, mas eu prefiro um jogador que tenha sido 90% tão dominante quanto mas tenha arremessado 30 entradas a mais, e portanto teve maior impacto no seu time. Sanchez merece ser lembrado, mas é difícil dar o prêmio para alguém que perdeu tanto tempo.

Olhando então em outra direção, e olhando por FIP e não por ERA, só tem quatro candidatos lógicos a esse prêmio: Scherzer, Chris Sale, Yu Darvish, e Felix Hernandez.

Entre eles, meu voto vai para Felix por três motivos. Primeiro, porque ele foi o arremessador individualmente mais dominante dos quatro: seu FIP (2.61) e -FIP (66) são os melhores da AL depois de Sanchez, e seu -xFIP é de longe o melhor da conferência (67), arremessando 30 entradas a mais que Sanchez. Segundo, porque existe no baseball uma estatística chamada SIERA que eu gosto bastante, que é basicamente uma tentativa de criar um FIP menos extremo (FIP considera apenas Ks, walks e HRs cedidos e mais nada) associando algumas jogadas a diferentes efeitos dentro de campo (por exemplo, pitchers com muitos Ks tendem a gerar contato mais fraco e SLG menor, ou groundball pitchers que geral mais queimadas duplas) - eu considero menos confiável do que FIP porque é uma estatística ainda em evolução, mas gosto dela para uma segunda opinião... e depois de Darvish, o SIERA de Felix é o menor da AL. E terceiro porque, junto de Sale, Felix enfrentou o calendário mais difícil desse grupo: Felix joga em uma divisão que lhe fez enfrentar diversas vezes Angels, Athletics e Rangers, três bons ataques, e Chris Sale teve que enfrentar dois dos três melhores da MLB em uma base regular com Tigers e Cleveland na divisão. Enquanto isso, Scherzer substituiu todos os jogos de Sale contra o forte Tigers por jogos contra os horríveis White Sox e Darvish não precisou, naturalmente, enfrentar o ataque do Ragers na divisão. Os adversários enfrentados por Felix somam um OPS de .751, enquanto os de Sanchez e Scherzer somam .730. 

Por isso meu voto vai para Felix. Mas em uma corrida tão apertada e cheia de jogadores dignos e interessantes, qualquer um deles pode fazer um bom caso para o prêmio. 

Menções honrosas, em ordem: Yu Darvish, Max Scherzer, Chris Sale, Anibal Sanchez, Bartolo Colon, Hisashi Iwakuma

NL Cy Young: Clayton Kershaw


Para mim Clayton Kershaw é o melhor arremessador da MLB na atualidade e um jogador historicamente bom. Quando o Vinicius, do Spinballnet, me pediu para fazer meu Top10 de arremessadores da história da MLB, eu terminei com uma nota que dizia "Tem uma boa chance de adicionarmos Clayton Kershaw a essa lista em alguns anos" (eu fiz um adendo na dos Top10 rebatedores também que dizia "tem uma chance de 95% de adicionarmos Mike Trout a ela algum dia"). Eu ADORO Kershaw, ele é a perfeita mistura de eficiência e dominação que eu tanto gostava no auge de Roy "Doc" Halladay, e as comparações com os lendários Sandy Koufax e Greg Maddux parecem menos absurdas a cada dia. 

Dito isso, Kershaw não foi o arremessador mais dominante dessa temporada. Foi Matt Harvey. Harvey terminou o ano com um FIP de exatamente 2.0, se juntando a uma seleta lista de arremessadores que conseguiram terminar uma temporada com 2.0 de FIP ou menos: Pedro Martinez, Sandy Koufax (2x), Doc Gooden, Bob Gibson, Tom Seaver e Tom Newhouser (com Steve Carlton abaixo com 2.01). Brilhante companhia para Harvey, hein? Colocando em termos de -FIP, a temporada de Harvey é a 16th melhor de todos os tempos e virtualmente empatado com até o 11th lugar. Entre os jogadores na frente de Harvey estão Pedro, Randy Johnson, Roger Clemens, Gooden, Curt Schilling e Zach Greinke: dois locks para o Hall da Fama (Pedro e Randy), um que deveria estar não fossem os problemas com PEDs (Clemens), um que algum dia estará lá (Schilling) e um que pode não entrar pela curta duração da carreira mas teve o maior auge de um pitcher fora Pedro Martinez (Gooden). Eu sei que o ERA de Kershaw foi menor (1.83 a 2.27), mas isso se deveu principalmente a uma diferença em BABIP de 3.5% (algo além do controle de ambos) e de um 80% de LOB para Kershaw que nao só é de longe a maior marca da sua carreira como é totalmente insustentável. Os fatores aleatórios favorecem Kershaw na disputa de ERA, mas em termos de pura dominância, ninguém foi mais do que Harvey essa temporada. Eu só não me sinto bem votando em Harvey pelo menos motivo de Sanchez: Harvey machucou e perdeu uma boa parte da temporada e arremessou 60 entradas a menos que Kershaw, então meu voto vai para o fenômeno do Dodgers.

O que não quer dizer, de jeito nenhum, que Kershaw não seja um vencedor digno ou que tenha recebido um prêmio apenas porque alguém melhor não estava na briga. O fato é que a temporada de Kershaw foi também um ano espetacular, que viu o fenômeno arremessar quase 240 IP, liderar a liga com um ERA de 1.83 (com ajuda de fatores aleatórios, mas que seja), terminar com o melhor WAR entre arremessadores com 6.5 e ficar atrás apenas de Harvey em FIP, tudo isso com um repertório de arremessos que inclui a mais valiosa fastball E a mais dominante curveball de toda a MLB. Matt Harvey pode ter sido o arremessador mais dominante de 2013 e ganharia meu voto se jogasse a temporada completa, mas Clayton Kershaw é o melhor arremessador na Terra.

(Gif cortesia do Estefano Souza e SB Nation)

Menções honrosas, em ordem: Adam Wainwright, Matt Harvey, Jose Fernandez, Cliff Lee

2 comentários:

  1. Tenho uma pergunta meio off topic (muito off topic) sobre a mlb. apesar de ser por causa de um time de baseball, o cubs, eu ter escolhido as franquias de chicago para torcer (por conta do filme day off) a mlb foi a liga que menos aconpanhei, ate os playoffs do ano passado. vi que nos playoffs a esse esporte ganha vida e pode ser bem emocionante, e comecei a acompanhar mais o passa tempo americano nessa temporada. mas minha pergunta é especifica sobre os cubs: porque o time nao consegue de jeito nenhum chegar longe mesmo sendo um dos mais ricos da liga (levando em conta que uma maldiçao nao pode ser efetivamente uma influencia, ou pode? kkk)?

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    1. Hahahaha muitos fatores contribuem, inclusive azar. Cubs já chegou perto algumas vezes, mas falhou. Sinceramente, eu não sei se da para achar um critério apenas: baseball é um esporte de enorme incerteza (especialmente com prospects) e o Cubs simplesmente não parece conseguir desenvolver uma geração como a do CArdinals, por ex. Eles já tiveram seus bons times, mas sempre pararam no quase.

      Durante pelo menos muitos dos anos que eu assisti o motivo foi incompetência, pura e simples: diretoria que tentava resolver tudo com contratos milionarios (que acabavam prejudicando a equipe no futuro), incapacidade de draftar e desenvolver talentos domésticos e mais ou menos falta de capacidade da diretoria. Agora eles trouxeram um GM novo e mais competente, montaram uma base muito boa nas ligas menores, e talvez engrene.

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