A reação do Ray Lewis quando descobriu que ia enfrentar o Steelers
Baltimore Ravens 30 at 7 Kansas City Chiefs
Preview pode ser lido aqui
Confesso que eu esperava que esse fosse um jogo apertado. Eu tinha fé nas atuações recentes de Dwayne Bowe e Matt Cassel, e ainda não botava muita fé no ataque do Ravens, alem de ter uma secundária desfalcada. Achei que o Kansas podia usar seu embalo e derrotar o RAvens. Mas eu me enganei, redondamente. Foi o unico jogo da rodada que não foi decidido no final, foi o unico com uma diferença de pontos maior que uma posse de bola, e foi tambem o unico jogo onde um time demonstrou uma clara superioridade sobre o outro.
Eu tinha falado no preview ali em cima que eu me preocupava com o ataque entrosado e evoluido do Chiefs, baseado num forte jogo terrestre, contra um ataque muito talentoso mas menos entrosado e resolvido que era o do Ravens. Disse tambem que uma das opções que o Ravens tinha era forçar um jogo de placar baixo, controlar a bola e gastar o relógio em seu favor. Era uma estratégia que se aproveitava da defesa do Ravens, muito mais forte que a do Chiefs, mas isso obviamente consistia em confiar na defesa. O problema dessa estratégia era se ela não funcionasse: O Chiefs poderia abrir o placar, e o Ravens teria que sair pro jogo com um ataque menos entrosado e que, atrás no placar, poderia não se encontrar, apesar de ter mais talento. Foi o que acontecue no começo: Apesar do Ravens estar segurando a bola, e ter feito um FG, o Chiefs recuperou um fumble causado por um sack em cima do Joe Flacco e Jamal Charles arrancou uma corrida de 47 jardas pra touchdown, fazendo a diferença no placar abrir, 7 a 3 pro Chiefs. Era hora do Ravens decidir o que ia fazer da partida, manter o plano do placar baixo ou sair pro ataque.
E ai pesou a experiencia do Ravens. O time é velho, ja passou muitas vezes por playoffs, e sabe o que fazer. O time continuou confiando na defesa e cadenciando o ataque. E o resultado foi absolutamente visivel, ainda mais em uma estatistica simples: O RAvens teve a posse da bola por incriveis 42 minutos, contra 18 do Chiefs. O Chiefs teve no total 18 jogadas de passe e 19 de corridas (37 no total), e do lado do RAvens, só o Joe Flacco lançou 35 bolas! Isso sem falar as 40 corridas do time. Ou seja, o RAvens teve no total 75 jogadas, contra 37 do Chiefs. O Ravens contou com sua defesa, que forçou cinco turnovers (tres ints e dois fumbles), anulou completamente o Dwayne Bowe e nao deixou as campanhas do Chiefs renderem. Do outro lado, no ataque, o Ravens correu com a bola não de forma espetacular, mas de forma eficiente: Quatro jardas, depois quatro, depois um passe curto do Flacco, e por ai vai. O Flacco acertou 25 dos 35 passes pra 265 jardas. É umá media bem proximo das 10 jardas, o que mostra bem o que o jogo foi, ou seja, o Flacco trabalhando com passes curtos e na velocidade pra primeiras descidas mais curtas, de forma a manter o cronometro rolando e se aproximar da end zone adversária. E assim, ditou o ritmo de todo o resto da partida. Flacco lançou pra dois touchdowns, Willis McGahee correu pra mais um, e o time nunca foi realmente ameaçado. A estratégia, o maior talento e a experiencia do Ravens rendeu a eles uma vitória facil sobre um bom time, e agora eles vão enfrentar o Steelers. Vai rolar porrada, todo mundo sabe, o Ray Lewis ja disse que vai ser a terceira guerra mundial, e por nada nesse mundo eu perco esse jogo, vai ser sensacional.
Os melhores momentos desse jogo voce encontra aqui.
Até domingo, ninguém sabia quem era esse feioso
Green Bay Packers 21 at 16 Philadelphia Eagles
Preview pode ser lido aqui
Pelo visto essa rodada Wild Card foi a rodada de duas coisas: Das vitórias fora de casa e dos heróis improvaveis. Dos quatro jogos, só um venceu em casa, e foi logo o mais imprevisivel possivel, o Seattle Seahawks. Colts, Chiefs e Eagels perderam todos, sendo que os dois primeiros (mais o Seahawks) enfrentaram adversários que tinham records melhores. Tambem foi a rodada onde jogadores imprevisiveis apareceram pra resolver a partida. Primeiro, foi Marshawn Lynch e sua corrida que gerou um tremor na cidade de Seattle, de tão grande que foi a agitação no estadio. Segundo foi o retorno no ultimo minuto do Antonio Cromartie. E finalmente, James Starks, o calouro, que ajudou e muito o Packers a ganhar do Eagles.
O Packers entrou pra partida com o plano defensivo que eu coloquei no preview, que o Dom Carpers colocou no preview, que o faxineiro do Lambeau Field colocou no preview, ou seja, o que todo mundo sabia que era o unico jeito de tentar parar o Michael Vick: Pressão vinda de todos os lados, contando com uma linha ofensiva do Eagles que tava desfalcada de tres jogadores importantes. Foi a unica coisa que conseguiu deixar o Vick desconfortavel, e o Giants fez isso duas vezes. Outros times tentaram, mas não é simplesmente fazer, voce tem que ter as peças pra isso, e um time que tem é o Packers: uma linha defensiva forte, ótimos OLBs, e até jogadores de secundária fisicos que podem cobrir as laterais, como Charles Woodson. O Packers é um dos poucos times na NFL que conseguiriam fazer eficientemente essa estratégia e, sabendo isso, a fizeram. E deu muito certo: O tempo todo a pressão chegou em cima do Vick de todos os lados, fazendo ele ser obrigado a se movimentar dentro do pocket, a ir para trás, nunca dando espaço pra ele escapar para a lateral. O Packers seguiu seu plano à risca e deu muito certo, a linha defensiva jogou muito, o Clay Matthews não conseguiu nenhum sack mas ficou fungando no cangote do Vick o jogo todo, e nao deixaram Vick jogar como ele gosta.
Mas como eu ja disse, eu sabia, voce sabia, o Vick sabia, o Andy Reid sabia, e minha tia sabia que o Packers ia tentar essa estratégia pra contar o Vick. No entanto, o Eagles não tentou nada diferente pra escapar disso. Usou muito pouco o LeSean McCoy no jogo terrestre, apenas 12 corridas, não tentou variar o padrão, apenas insistiu na mesma coisa: Bola no Vick, alvos correndo pelo campo e liberdade pra sair do pocket. Só que a pressão do Packers deu certo demais, o Vick pegava a bola e não tinha tempo pra achar seus alvos, não tinha espaço pra resolver com as pernas, a linha ofensiva não conseguia ganhar tempo pra ele, e ai ele era obrigado a forçar um arremesso pra lateral, a se livrar da bola, ou se enfiar no meio dos jogadores pra ganhar umas duas jardas, o que definitivamente não valia a pena. E assim a bola voltava pro PAckers, pra um Aaron Rodgers perigoso, e ai quando a defesa do Eagles tinha que aparecer, ela não aparecia. A pressão chegou muito pouco no Rodgers, que ficou livre pra achar seus varios alvos, ainda que bme cobertos. A prova disso tudo é que o Rodgers passou a bola pra nove receivers diferentes ao longo da partida, enquanto Vick passou apenas pra seis, sendo que um deles foi apenas no final da partida. Ele claramente não tinha tempo pra esperar seus jogadores se desmarcarem e tinha que jogar apenas com os de confiança.
Mas talvez o que tenha resolvido o duelo foi outra coisa. Eu falei que seria importante pro Packers estabelecer o jogo terrestre, mas que como os RBs eram fracos e Ryan Grant tava machucado, isso era possivel, mas não era provavel, e por isso eu não ia citar como uma chave da partida. Mas foi exatamente isso que aconteceu, contrariando toda a lógica. Starks apareceu, começou a correr, e a defesa do Eagles simplesmente não conseguia pará-lo. As vezes por causa do ótimo trabalho da linha ofensiva, as vezes porque ele é muito rapido, as vezes porque ninguem la é capaz de dar um tackle, mas o que foi decisivo para a partida foi que Starks se estabeleceu como uma força no ataque, correndo pra 123 jardas e recebendo pra mais nove. Ele tambem apareceu muito bem em jogadas importantes, como segundas e terceiras descidas, e jogadas proximas à end zone. Foi ele tambem que começou a campanha que abriu o placar pro Packers, com uma corrida de 27 jardas. Ele foi responsavel por 41 das 68 jardas da campanha, que terminou num TD de Tom Crabtree.
Mas o Eagles ja teve problemas antes disso acontecer, antes mesmo de Starks entrar em campo. Numa corrida de McCoy, ele caiu em cima do joelho de DeSean Jackson, e ele teve que sair. Eu falei no preview que o ataque do Eagles e como ele causava um cobertor curto na defesa: Vick e suas corridas explosivas pra lateral, que forçava a defesa a colocar pressão nele. Jeremy Maclin, Jason Avant e Brent Celek, os WR que forçavam a defesa a cobrir os passes de meia distancia. E por fim, DeSean Jackson, que é o alvo em profundidade mais perigoso da NFL. No entanto, sem DeSean Jackson, o time perdeu seu melhor jogador de profundidade e ai o cobertor deixou de ser curto. Um perigo a menos, permitia ao Packers e ao genial Dom Carpers deixarem um jogador só no Jeremy Maclin quando ele ia jogar em profundidade, o que gerou muitos problemas ao Eagles. Vick não tinha mais seu alvo preferido e ainda tinha que lidar com uma defesa mais compacta, ja que nao tinha o perigo do melhor burner da NFL em campo. Depois do touchdown de Crabtree, o Eagles simplesmente não conseguia responder, continuou insistindo no se vira do Vick, não estabeleceu o jogo terrestre que precisava, mas se isso ja nao tava dando certo no começo, sem Jackson ficou ainda mais irracional insistir nisso. O Packers se aproveitou e ampliou com James Jones recebendo de Rodgers. O Philadelphia, sentindo demais a falta de Jackson, só conseguiu um FG antes do fim do primeiro tempo. David Akers, o Kicker, ja tinha errado um FG de 43 jardas na partida.
Mas Jackson voltou, e Vick começou a entender melhor a defesa do Packers, que novamente teve que se abrir pra cobrir Jackson. Depois de um fumble de Rodgers, numa jogada forçada, ele acertou um passe magistral de 24 jardas para Jason Avant no meio da defesa adversária. Rodgers respondeu com uma campanha que terminou num acerto de 16 jardas de Rodgers para Brandon Jackson. E ai, o jogo virou de paciencia. A defesa do Eagles começou a fechar os espaços e principalmente a colocar pressão no Rodgers, que se via obrigado a sair do pocket e soltar a bola rapido em passes curtos. Do outro lado, a defesa do Packers voltou a deixar um Jackson claramente limitado pela dor em marcação simples e a colocar mais pressão no Vick. E quando deu certo, o Akers errou mais um FG, dessa vez de 32 jardas apenas, imperdoavel. Essa situação só mudou quando o Eagles sentiu a água bater na bunda. Com 9 minutos pro fim, perdendo de 21 a 10, o Eagles deixou a bola na mão de Vick (como sempre), mas dessa vez ele correspondeu: Em 13 jogadas da campanha de 75 jardas, 12 fora de Vick correndo ou passando, com apenas uma corrida do McCoy. Mas ele acertou os passes, correu quando precisou, e anotou o TD correndo pra uma jarda numa quarta descida. Mas o time cometeu uma falta na conversão de dois pontos, e depois não conseguiu repetir. O Packers gastou o relógio um pouco e devolveu pro Eagles a bola faltando 1:45 pro fim da partida. Vick liderou uma boa campanha até a linha de 27 do campo adversário. Se Akers tivesse acertado pelo menos um dos Field Goals que tentou, era só chutar a bola e ganhar a partida, mas comoe ele errou e o time não consegiu a conversão de dois pontos, tiveram que partir pro Touchdown da virada. E na linha de 27 jardas do Green Bay, Vick lançou a bola pra end zone na direção do calouro Riley Cooper, que estava na marcação mano a mano de Trammon Williams, muito bom Cornerback. Foi um erro. Cooper tentou se posicionar atrás de Williams pra receber a bola dentro da end zone. Quando viu que Williams tinha tomado a frente, ficou esperando a bola atrás dele, com as mãos levantadas, como se esperasse que a bola simplesmente atravessasso o cornerback pra cair nele. Nao brigou pela bola, nao tentou atrapalhar, apenas deixou Williams interceptar a bola e selar a vitória do Packers, que agora enfrenta o Falcons em Atlanta. Na primeira partida entre os dois, deu Falcons, em Atlanta. E agora?
Se quiser ver os melhores momentos da partida, clique aqui.
CHORA, EAGLES! PACKERS RUMO A SUPER BOWL!
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