Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

domingo, 1 de maio de 2011

Preview - Chicago Bulls vs Atlanta Hawks


Marcação apertada no Derrick Rose: Hinrich sabe fazer

E não é que o Atlanta Hawks, o time que sofreu ao longo de toda a temporada regular, conseguiu passar pelo time que tem o melhor pivô da NBA na atualidade no que pode ter marcado os últimos jogos do Super Mario (conhecido em alguns lugares por Stan Van Gundy) no comando do Magic? Eu confesso que estava esperando que o Magic conseguisse vencer essa série, ainda que com alguma dificuldade, mas Orlando estava perdido ao longo de toda a série: O time começou concentrando demais o ataque no Dwight Howard (Comentei sobre isso nesse post), que teve uma média incrível de mais de cinco turnovers por jogo na série, o que fez com que o resto do time - em especial os jogadores que chutam de três no perímetro - ficassem totalmente fora do jogo e incapazes de aparecer no final da partida, quando ninguém tem culhões pra acionar o Dwight, o que resultou na maior parte das vitórias do Hawks, que por sua vez contou com as jogadas individuais do Joe Johnson e principalmente das bolas longas do Jamal Crawford pra evitar o garrafão o máximo possível e deixar o Magic se afundar tentando fazer o Dwight responder sozinho no ataque. Não é coincidência, portanto, que as duas vitórias do Magic vieram justamente no jogo 2, quando as bolas de longe do Hawks não caíram, e no jogo cinco, onde o Dwight foi muito menos acionado (8 pts, 8 rebotes) e os jogadores de perímetro do time entraram num bom ritmo desde o começo do jogo. O Van Gundy não soube adequar seu time, e agora o Hawks conseguiu sua vingança e avançou.

Mas outro fato que contribuiu - e muito - para o resultado dessa série foi o fator psicológico. O Hawks entrou na série mordido, com sede de vingança, porque depois da varrida do ano passado o Magic tratou essa primeira rodada contra o Hawks como uma série fácil e garantida, o Jameer Nelson chegou a falar que iria encontrar o Bulls na segunda rodada dos playoffs, e o Hawks entrou em quadra com muito mais vontade que o Magic.

Mas agora eles vão ter que se superar, e é bom que consigam tirar muita motivação daquele massacre por 33 pontos que eles sofreram nas mãos de Chicago no final da temporada regular, porque o Chicago tem tudo pra ter vida fácil nessa série de playoffs, porque pra vencer o Chicago um time precisa de pelo menos fazer bem feita uma dessas duas coisas: Parar o Derrick Rose ou vencer a defesa sufocante do Bulls. E a verdade é que o Hawks não parece pronto pra fazer nenhuma dessas duas nem em um milhão de anos.

O Hawks tem, pra fazer o matchup com o Rose, o Kirk Hinrich, antigo companheiro de time do provável MVP da temporada e que sempre se destacou pela sua defesa. O Hinrich está mais velho, não é mais o defensor que já foi e é bem mais lento que o Rose para os contra ataques, então ele vai ter que se limitar a dificultar a vida do armador quando estiver no jogo de meia quadra. O problema é que por melhor que o Hinrich seja, ele não vai conseguir parar o Derrick Rose muitas vezes e pro trabalho do Hinrich ser melhor aproveitado o Hawks tem que contar com uma boa rotação defensiva pra fazer a cobertura, mas a defesa do Hawks é muito fraca quando tem que fazer esse tipo de coisa, o Josh Smith é capaz de dar uns tocos sensacionais mas compensa isso errando a maioria das vezes que tem que trocar o marcador. Além disso, os jogadores de garrafão liderados pelo Jason Collins que tanto encheram o saco do Dwight Howard podem ser bons em marcarem pivôs de força no homem a homem e não deixarem eles pontuarem fazendo faltas, mas se você for contar com eles para desafiar o Rose quando ele chegar perto da cesta, você está condenado.

Por outro lado, o Hawks é um time que tem problemas de criar jogadas no ataque e muitas vezes recorre a isolações do Joe Johnson ou do Jamal Crawford, o que é tudo que o Bulls mais quer que eles façam. Eles não vão conseguir vencer isolando o JJ a toda posse de bola, isso só vai gerar mais rebotes longos e turnovers que o Rose vai enfiar garganta abaixo de Atlanta, é tudo que eles menos querem. Eles vão ter que rodar a bola com mais freqüência, acionar o Johnson mais em situações de pontuar do que de armar e explorar o matchup que estiver no Carlos Boozer, mas não vai ser fácil superar a defesa do Bulls e a rotação de bola do Hawks não tem sido o ponto forte do time até aqui. A rotação defensiva e a marcação de perímetro do Bulls é muito melhor que a do Magic e o time vai ter que atacar bem mais a cesta pra conseguir cavar faltas e tentar algum resultado. Talvez uma boa forma de jogar seja voltar para o small ball com o Al Horford de pivô e o Marvin Williams de ala, já que o Bulls mostrou alguns problemas com times mais baixos e rápidos, mas ainda não vai ser fácil de entrar na defesa de Chicago e isso pode deixar o time ainda mais vulnerável às infiltrações do Rose, principalmente se o Boozer resolver jogar.

O Boozer, aliás, é um jogador que precisa entrar na pós-temporada o quanto antes. Ele teve uma série contra Indiana muito fraca, foi explorado extensivamente pelo garrafão mais alto do adversário e ficou com problemas de faltas demais, o que acabou fazendo com que ele ficasse demais no banco de reservas e foi muito mais importante na série pela sua deficiência defensiva do que pelo seu poderoso ataque. O ala de força do Bulls precisa achar um jeito (E o Tom Thibodeau, Coach of the Year, tem que ajudar) de se envolver mais no ataque, ser mais eficiente na hora de se posicionar e receber mais bolas em condições de usar seu ótimo arremesso de meia distância. Se o Joakim Noah continuar com seu bom aproveitamento embaixo da cesta (conhece suas limitações, o que é importante) e usando sua altura pra pegar vários rebotes de ataque, e o Boozer conseguir retomar um pouco da sua forma do Jazz, o garrafão do Bulls tem tudo pra dar uma surra no garrafão do Hawks, e aí o Bulls vai ter não só uma vida mais fácil como também já vai se preparando para a Final de Conferência.

Palpite: Me segurei pra não chamar uma varrida do Bulls, mas ainda acredito que o Bulls leva fácil. Chicago em cinco jogos.

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