Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Preview - Oklahoma City Thunder vs Dallas Mavericks


O grande problema do Durant é não usar mais essa camisa verde

Parece que os técnicos de dois dos times mais baladados da Liga ao final da temporada regular, Tom Thibodeau e Scott Brooks, ligaram um para o outro antes do começo dos playoffs e tiveram o seguinte diálogo:

- Ei Thibs, acho que somos dois dos favoritos ao título.

- Graças ao Danny Ainge, não?

- Com certeza. Mas eu tava pensando, a gente não pode entregar o outro jogando muito bem logo de cara. Que tal deixar pra jogar pra valer só no último jogo da semifinal de conferência, e dai só continuar?

- Parece interessante. Aceito se você me trocar o Nate Robinson por uma escolha de segunda rodada.

- Feito

(Agora, se o Nate Robinson REALMENTE for trocado, vocês já sabem o que aconteceu).

Por mais idiota que isso seja, tanto Bulls como Thunder parece que realmente estavam guardando o ouro. Os times não jogaram MAL exatamente, principalmente o Thunder, mas nenhum mostrou consistentemente o basquete que fez desses dois times favoritos. Até que, no último jogo da segunda fase, o jogo que garantiu a classificação de ambos, foi uma aula de tudo que esses times são capazes de fazer, eles dominaram completamente seus adversários e o Bulls inclusive levou isso ao próximo nível com uma surra em cima do Miami Heat. A vitória do Thunder no jogo sete da série, sobre a qual eu falei no post imediatamente abaixo desse, foi uma mostra de tudo que a gente sabia que eles tinham de bom e perigoso e pareciam incapazes de demonstrar direito até agora: O Kevin Durant acertando arremessos de qualquer lugar, o Russell Westbrook mais armando e defendendo do que tentando forçar arremessos e pontuando quando a chance aparecesse, as bolas de três caindo e a defesa de garrafão fortíssima levando a pontos de transição. Foi um jogo fácil, o Thunder teve controle do começo ao fim e agora, cansado, vai pegar um time descansado e talvez com menos ritmo, o Dallas Mavericks, um time cujo maior trabalho nos últimos dias foi torcer por uma perna quebrada do Durant ou do Zach Randolph.

Essa classificação muito antecipada do Dallas Mavericks e o seu período de descanso levantam uma velha questão acerca das varridas: Um time que fica tanto tempo sem jogar acaba por perder o ritmo? Eu não sei, acho que depende muito de time pra time, mas acho que o mais importante pro Dallas é o seu período de descanso. O Mavs é um time vovô no meio dos pirralhos, sentiu muito o peso da idade no final da temporada regular, e esses dias de descanso com certeza vão ajudar o time a ter perna pra aguentar a correria do Thunder, um Thunder que está vindo de sete jogos e quatro prorrogações, apensar de ser bem mais jovem.

O engraçado dessa série é que as melhores características defensivas dessa série não vão ser utilizadas à sua máxima eficiência. Tanto Thunder como Mavericks chegaram até aqui com base na sua fortíssima defesa de garrafão, seja devido ao combo Serge Ibaka e Kendrick Perkins no caso do Thunder ou graças a uma defesa por zona e o Tyson Chandler cobrindo a cesta. O Thunder usou essa defesa pra segurar o mais forte garrafão do Grizzlies quando a coisa apertou e o Mavs massacrou o Lakers e passou pelo Blazers porque nenhum deles conseguiu jogar com segurança na área pintada. Mas nesse caso, nem o Thunder, que vive mais dos arremessos de meia e longa distância e não tem um pontuador consistente no garrafão, e muito menos o Mavs, que vive das suas bolas de três e seu melhor jogador de garrafão, o Dirk Nowitzki, prefere muito mais arremessar de fora dele e com o Caron Butler machucado o time não tem ninguém que parta pra dentro e cave muitas faltas com consistência. 

Claro que infiltrações fazem parte de qualquer jogo e qualquer equipe, haverá infiltrações, tocos e um time que consiga fazer isso vai ter uma certa vantagem, mas não vejo nenhum desses dois times com o jogo perto do aro como sua característica ofensiva de forma que essas defesas forcem o outro time a alterar drasticamente seu plano de jogo. O que pode pesar é se o Dallas começar a perder muitos rebotes pro garrafão do Thunder, o garrafão do Mavericks é forte defensivamente por causa da zona e as vezes deixa a desejar nos rebotes, enquanto o do Thunder é forte por puro bife e atleticismo (Serge 'Bill Russell' Ibaka é um bom exemplo disso) e pega mais rebotes, mas se o Dallas conseguir manter o controle dos rebotes defensivos, não deve ter maiores problemas.

Por isso, a série deve ser decidida por quem conseguir explorar melhor seus pontos fracos. Eu duvido que o Jason Kidd consiga marcar eficientemente o Westbrook por muito tempo, por exemplo, mas a questão é o que o Westbrook vai fazer com essa vantagem: O Kobe, que também foi marcado pelo Kidd, driblava pro lado e dava um arremesso de meia distância, o que foi péssimo pro Lakers na série. Se o Westbrook continuar jogando sem pensar como fez até demais contra Memphis, ele provavelmente vai querer decidir tudo sozinho e isso vai render um arremesso forçado ou vai forçar demais a infiltração até cometer um turnover. Se ele usar a sua vantagem sobre o Kidd pra abrir espaços e ai acionar seus companheiros como fez no jogo sete, então é o matchup a ser explorado pelo Thunder. Também tem o fato de que o Mavericks não tem um marcador para o Durant. Quem marcou o ala melhor na semifinal foi o Tony Allen, não o Shane Battier, simplesmente porque o Battier - assim como o melhor marcador individual do Dallas, o Shawn Marion - tem como característica colar em quem está marcando, não deixar ele se mexer, é um marcador muito técnico. Mas o Durant simplesmente vai pegar a bola contra um marcador assim, arremessar por cima usando sua altura e envergadura ou vai aproveitar da sua velocidade pra abrir espaço. O Tony Allen marcou o Durant de outra forma, usando seu atleticismo pra ser um tremendo pentelho que não deixou o Durant pegar na bola, quando ele finalmente tinha espaço pra pegar na bola ele estava muito atrás da linha dos três, onde não podia arremessar. E eu não sei se o Mavericks tem um marcador com essas características, talvez o Corey Brewer possa fazer esse papel.

Por outro lado, por melhor que seja a defesa de garrafão do Thunder, eles não tem um marcador para o Nowitzki. O Perkins é ótimo marcando jogadores próximos à cesta, mas se for marcar os arremessos impossíveis de meia distância do alemão ele é um inútil e ainda vai dar a chance do Chandler pegar rebotes de ataque. Já o Ibaka é ótimo defensor próximo do aro, mas não tem a experiência pra marcar o alemão fora do garrafão no 1 a 1. A melhor forma de marcar o Dirk é colar nele, não dar espaço pra ele arremessar e forçar ele a bater pra dentro, onde o Ibaka ou o Perkins estaria esperando, ou a passar a bola pra alguém menos perigoso. Mas o Thunder não tem um marcador assim, como o Bruce Bowen tanto fez, por exemplo, e o Ron Artest poderia eventualmente fazer. A melhor opção aqui deve ser o Nick Collison e depois trocar de marcador o tempo todo pra confundir o alemão. Tirar ele do seu jogo é a melhor forma de segurar o Mavericks. Mas se fosse fácil, já teriam feito isso a anos, e atualmente talvez ele tenha o arremesso mais imparável da Liga.

Em resumo, são dois times que vão ter condições de explorar seus pontos fortes e não vão ter que, num primeiro momento, alterar o plano de jogo drasticamente. Essa é uma série que vai exigir muitos ajustes jogo a jogo e realmente não tem um favorito. Talvez, no final das contas, tudo se resuma ao seguinte: Quem vai ser melhor na série: Durant ou Nowitzki? Meu voto, por tudo que fez até aqui, vai pro alemão. Mas por pouco...

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