Nos últimos dias a gente ficou sem posts porque estavamos ocupados mesmo e porque preferimos fazer a cobertura do Draft da NFL pelo nosso twitter, www.twitter.com/tmwarning , para poder comentar ao vivo o que saia, achamos mais dinâmico e tudo mais. A gente ainda pretende fazer uma analise do Draft por time, mas por enquanto vamos esperar um pouco, já que o recurso da NFL foi aceito na Oitava Corte e durante processo o lockout foi colocado de volta no lugar, e como muitas trocas tem impacto na Free Agency a gente prefere esperar um pouco pra ver que rumo isso realmente vai tomar. O que também é péssimo pra todos os calouros, que agora não podem assinar contratos nem começar a treinar com o time, conhecer o playbook (apenas alguns da primeira rodada puderam) e tudo mais, e esse atraso vai ter um impacto negativo muito grande, estou começando a achar que o Roger Goodell realmente mereceu as vaias que recebeu. Mas não se preocupem, cedo ou tarde sai o post comentando as escolhas.
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Tudo bem, eu já disse mil vezes que sou apaixonado pelo time do Memphis Grizzlies, mas não esperava que eles fossem tão dominantes na série contra o Spurs sem o Rudy Gay. Eu apostei Spurs em sete, o que quer dizer que eu esperava uma série muito difícil e com certeza não ficaria surpreso com uma vitória do Grizzlies, mas a questão não é só que Memphis venceu, foi a forma como venceu, dominou a série do começo ao fim, impôs seu jogo ao time com melhor campanha do Oeste e expôs cada falha, cada buraco no jogo do time de San Antonio com o ótimo plano de jogo do Lionel Hollins e uma enorme dedicação dos seus jogadores, e sim, isso inclui o Zach Randolph.
E o Grizzlies ganhou essa série com, antes de mais nada, defesa, e principalmente por causa do seu garrafão mais forte. O Marc Gasol pode não ser tão talentoso e finesse como o seu irmão, mas ele é maior, mais forte e não tem medo de trombar no garrafão e fazer o serviço sujo, e isso foi importante pra, junto com o excesso de corpo do Randolph, fechar o garrafão e impedir que o Spurs jogasse lá dentro, seja com o Tim Duncan ou com as infiltrações de Tony Parker ou do Manu Ginobili. O Grizzlies, que tinha uma defesa boa mas que atingiu um nível totalmente diferente quando o Tony Allen começou a ganhar mais e mais minutos e quando trouxe de volta o Shane Battier, levou o Spurs à loucura principalmente porque o time não deixou o Spurs movimentar a bola, o Grizzlies mostrou porque é o melhor da NBA forçando turnovers e não deu sossego marcando as linhas de passe e jogou sua vida porque sabia - e tinha razão - que podia ganhar essa série. O Spurs não conseguiu jogar pelo garrafão porque foi superado no tamanho e na força lá dentro, o Tim Duncan não pareceu ele mesmo ao longo de toda a série (Pelo menos o Duncan que a gente ta acostumado a ver destruir todo mundo nos playoffs) e o Spurs foi forçado a recorrer ao seu novo melhor amigo, as bolas de três pontos, pra tentar igualar a série, mas o trabalho de rotação do Grizzlies foi fantástico, o time não conseguiu atrair mais marcação para o garrafão pra liberar o perímetro, e os passes de dentro pra fora eram quase todos roubados ou desviados pela incansável defesa de Memphis, gerando mais e mais contra ataques.
O resultado é que o Spurs não conseguiu jogar no garrafão, não conseguiu recorrer às bolas de três pontos e foi totalmente destruído pelo Zach Randolph na defesa, principalmente porque muitas vezes ele acaba marcado pelo Matt Bonner, e no final das partidas o time simplesmente foi frio demais, colocou as bolas na mão de sua estrela em quadra (Randolph) e ele foi um closer muito melhor do que muitos outros consagrados pela Liga ao longo da temporada regular, simplesmente não errou, e por mais ridículo que seja falar que o Grizzlies é um time frio que joga como veteranos confiantes (O que o Spurs deveria ser mas não foi), é o que aconteceu nessa série.
Mas se por um lado o Spurs, com sua rotação de bolas, arremessos de três e um garrafão frágil porque eles tinham o Matt Bonner era o melhor adversário possível para o Grizzlies, a situação com o Thunder é totalmente diferente. O Grizzlies gosta de jogar na velocidade principalmente depois de forçar um turnover, mas quando o time tem que desacelerar e jogar um jogo mais cadenciado, o time recorre ao seu garrafão, que joga muito bem de costas pra cesta, onde o Zach pode criar o próprio arremesso e onde o entrosamento da sua dupla titular faz a diferença. Contra o Spurs isso deu certo demais, mas contra o Thunder não vai ser tão fácil: Se o garrafão do Spurs era frágil, o do Thunder é grande, forte, tem cara de mau, não tem medo de ser físico e conta com dois ótimos defensores no Kendrick Perkins e no Serge Ibaka, que daqui a pouco vai ganhar um apelido bizarro como 'O Congolês Voador'. O Grizz não vai conseguir jogar tudo pelo garrafão, não vai ter vida fácil por lá e vai precisar mais ainda da produção dos seus jogadores de perímetro, e aí mais do que na série contra o Spurs o time vai sentir falta de alguém capaz de bater pra dentro do perímetro e criar o próprio arremesso ou ir pra linha do lance livre, ou seja, o time vai sentir falta do Rudy Gay. Para ganhar essa série, o Grizzlies vai ter que achar alguém capaz de pontuar contra essa defesa ou então vai ter que contar com o Mike Conley conseguindo bater pra dentro pra desmontar a formação defensiva do Thunder e conseguir destribuir o jogo, mas aí a falta de arremessadores do time de Memphis (Um minuto de silêncio para o Tony Allen) sem -adivinhe - Gay pode pesar demais contra o time.
Mas se a defesa do Thunder vai dificultar em muito a vida do Grizzlies, o contrário também acontece. O garrafão do Thunder não é um garrafão presente no ataque e que cria seu próprio arremesso, muito menos de costas para a cesta. O Ibaka vai pontuar um pouco com contra ataques, recebendo passes embaixo da cesta ou com arremessos de meia distância, mas não vai ser o centro do ataque do Thunder (Pelo menos por enquanto, do jeito que esse cara anda evoluindo...) e nem vai criar seu próprio arremesso, e sem um jogo de garrafão o Thunder também prefere jogar na correria com o Russell Westbrook controlando a bola ou então, quando joga na meia quadra, isolando ele ou o Kevin Durant, e contra o Nuggets foi isso que resolveu a série: Ou você marca esses dois e vê o Ibaka fazendo 22 pontos e pegando 16 rebotes, ou então marca todo mundo e toma 72 deles na fuça. Mas o Grizzlies tem ótimos defensores individuais no Allen e no Battier pra atrapalharem a vida do Durant e tem a melhor defesa de transição da NBA, o que vai tirar uma das armas do Thunder e forçá-los a jogar mais no jogo de meia quadra isolando o Durant e esperando os dois (ou três) pontos acontecerem de alguma forma, o que vai acontecer bastante mas não vai ser fácil e nem vai resolver todos os problemas. O Durant não pode jogar 48 minutos com a marcação forte que ele vai receber e o time vai ter que deixar as bolas um pouco nas mãos do Westbrook, mas o Westbrook não tem o arremesso mais confiável do mundo e gosta de partir pra cima, o que não vai ser fácil contra o garrafão do Grizzlies e com o Mike Conley pronto pra roubar a bola com qualquer descuido, e isso geraria contra ataques onde o Grizzlies conseguiria seus pontos mais fáceis na partida.
Ou seja, tudo nessa série parece uma faca de dois gumes: Se o Thunder jogar tudo com o Kevin Durant, ele vai morrer mais ou menos no final do jogo 2. Mas se o Thunder tirar a bola da mão dele pra colocar nas mãos do Westbrook, isso vai gerar muitos contra ataques de turnovers, que vão gerar pontos fáceis para o Grizzlies que eles provavelmente não conseguiriam num ataque de meia quadra. Por isso, pra mim o duelo mais importante desse jogo é o duelo Westbrook vs Conley. O Z-Bo vai ter suas dificuldades, mas também vai pontuar, pegar rebotes e ser decisivo, o Durant vai jogar muito não importa como ele seja marcado. Mas o Conley e o Westbrook vão ser os responsáveis por fazer o ataque de ambos os lados funcionar, o Westbrook pra acionar os jogadores secundários do ataque e liderar os contra ataques tirando a pressão do Durant, e o Conley pra conseguir roubos de bola nessa situação e no ataque para partir pra cima do garrafão e desmontar a defesa do Thunder pra conseguir missmatches ou até bolas longas com o OJ Mayo ou o Battier. E claro, vamos ver que técnico vai ser melhor lendo os jogos e fazendo os ajustes: Hollins, que dissecou tão bem o Spurs na primeira rodada, ou o Scott Brooks, que ano passado fez o mesmo com o Lakers.
Palpite: Ainda gosto muito do Grizzlies, mas acho que a diferença vai ser ter um jogador capaz de criar o próprio arremesso. O Thunder tem o Durant e o Grizzlies não tem o Rudy Gay. Se o Zach Randolph conseguir se impor contra o Ibaka e pontuar feito doido, a série pode mudar, mas por enquanto, meu palpite é Thunder em seis jogos.
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