Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Preview - Chicago Bulls vs Miami Heat


Lebron está querendo vingança pelo atropelo até hoje

Ontem, de uma vez por todas, o Chicago Bulls terminou de despachar o Atlanta Hawks em seis jogos. E apesar do Bulls ser mais time do que o Hawks, eles tiveram muitos problemas pra fechar a série - assim como tiveram contra o Pacers. E por mais que o Hawks tenha feito um bom playoff e não seja um time horrível, Atlanta não era um time pra ter dado toda essa canseira no Bulls, nem o Hawks, nem o Pacers e nem nenhum time do Leste não chamado 'Heat' ou 'Celtics'.

Mas então, porque diabos essa série foi tão difícil e disputada?

Bom, primeiro porque o Bulls não foi o Bulls a temporada toda. O time da temporada regular era um time com um garrafão muito forte, defesa sufocante, com o Derrick Rose infiltrando e pontuando feito um maluco pra abrir tudo pros chutes de meia distância de Luol Deng e Carlos Boozer e eventuais bolas de três do Kyle Korver ou até mesmo do Keith Bogans (toc toc toc!). Mas nessa série o Bulls não foi o Bulls defensivamente falando. Não é coincidência que as duas únicas vezes que o Hawks venceu foi quando passou dos 100 pontos, nas quatro derrotas o maior placar foi 83 pontos no jogo 5, que sim, foi um massacre. O Bulls foi inconsistente demais, em alguns jogos tomava um sufoco do Josh Smith indo pra cima do Boozer, que aliás jogou muito mal os cinco primeiros jogos, e no outro não deixava o Hawks respirar, forçava turnovers e mantinha o adversário abaixo dos 80 pontos.

Segundo, por questões individuais imprevisíveis e inexplicáveis, leia-se Boozer e Jeff Teague. O Boozer jogou muito mal, não fez nada no ataque, foi um cone na defesa e chegou a perder minutos em quartos períodos para o Taj Gibson, que defende bem melhor e faz o trabalho sujo embaixo da cesta. Ele só jogou bem no jogo seis, quando reboteou muito bem, acertou seus arremessos altíssimos de meia distância, pontuou no garrafão e fez a vida do Derrick Rose muito mais fácil - e vice versa. Mas nos outro cinco jogos, o Boozer foi um peso morto em quadra, não serviu pra tirar a necessidade de pontuar das costas do Rose e foi um buraco na defesa do time, e o Joakim Noah nem sempre foi capaz de cobrir o buraco, já que também teve uma série bem inconstante. E também o Hawks ganhou uma bela adição com o Teague, que só jogou pela lesão do Kirk Hinrich mas foi um dos melhores jogadores de Atlanta na série, jogou bem no ataque, infiltrou, e foi responsável direto pela vitória do Hawks no jogo quatro depois de acabar com o Rose.

E por fim, o maior problema do Bulls: Nenhum dos jogadores - em especial o Boozer - apareceu pro jogo pra aliviar o Rose de forma consistente, e o Rose não é o melhor armador do mundo quando a questão é envolver seus companheiros. Isso forçou o Rose a ficar mais com a bola do que deveria, o que as vezes gerava 44 pontos e outras gerava 8 turnovers. Mas no final, o maior talento do Bulls prevaleceu, o Rose era o melhor jogador da série, e o Bulls jogou seu melhor jogo na pós temporada até o momento pra fechar no jogo seis: Defesa muito forte, Boozer e Deng aliviando a vida do Rose, que pontuou e distribuiu como quis, desmontou a defesa e dominou o jogo. Esse é o Bulls da temporada regular que a gente tava esperando.

Dito isso, eu meu principal palpite para essa série é simples: Vai ser uma série de placares baixos, não nos moldes de Pistons vs Pacers do começo da década passada, mas não espero times frequentemente passando dos 95 pontos. São dois times de defesa muito truncada, e a série vai ser decidida nos detalhes. O Heat tem que explorar as falhas que Hawks e Pacers expuseram para o mundo, algumas delas eu citei acima, para tirar o Bulls do seu jogo, e isso pode ser feito de duas formas: Parando o Derrick Rose ou parando todo o resto.

Lembro que num post do Bill Simmons ele comenta sobre a Lei dos Caras em Excesso (Law of Too Many Guys, a tradução tosca é de minha autoria). Resumidissimamente, e tendo em mente que isso é uma situação genérica e hipotética, ela diz que um time deve ser composto de cinco jogadores: Um jogador pra controlar a bola (ball handler), dois pontuadores, um defensor de perímetro e um reboteiro. O exemplo que ele usa é o Rockets que ganhou 22 jogos seguidos: Rafer Alston era o ball handler, Tracy McGrady e Luis Scola os pontuadores, Shane Battier o defensor de perímetro e Dikembe Mutombo o reboteiro. O que à primeira vista pode parecer bom para o Bulls, já que eles teriam um ball handler no Rose, pontuadores no Boozer e no Deng, um defensor de perímetro no Bogans e um reboteiro no Noah, na verdade engana: O Rose não é um ball handler, ele é um pontuador, e pra isso funcionar melhor o time precisaria de outro jogador que assumisse o papel de ball handler quando o Rose fosse fazer mais o papel de pontuador, mais ou menos como o Brandon Roy volta e meia fazia no Blazers. E essa falta - a maior fraqueza do Bulls - é o que o Heat tem que explorar. Ou você tira a bola das mãos do Rose, ou voce deixa com ele o tempo todo. Ele vai fazer 40 pontos, mas se ele não tiver pra quem passar ele também vai cometer muitos turnovers e o Heat vai ter o controle do jogo.

Já o Bulls tem uma vantagem que nenhum adversário do Heat teve nos playoffs até aqui, que é um garrafão forte. A principal forma de pontuação do Heat ao longo dos playoffs são os pontos no garrafão com Dwyane Wade e Lebron James, e a incapacidade de Boston e Sixers em parar esse tipo de jogada foi o que os levou à derrota. Quando um time congestiona o garrafão com força bruta e boa defesa (por zona, por exemplo, funciona muito bem) e força o Miami Heat a chutar de fora, ele ainda é perigoso, mas muito menos do que se o Wade e o Lebron tiverem caminho livre até a cesta o dia todo. Na temporada regular, isso funcionou e muito bem pro Bulls, que ganhou os três confrontos, mas por outro lado o Heat é um time que cresceu nos playoffs e o Bulls não, então não da pra garantir que o Bulls consiga fechar o garrafão daquela forma novamente.

No final, o Bulls parece ter uma leve vantagem se conseguir jogar seu melhor basquete: Tem um garrafão forte e um armador, pra tirar vantagem da falta de um jogador da posição em Miami. Provavelmente o Wade vai ser encarregado de marcar o Rose, mas isso pode ter outro efeito, se o Wade se cansar demais ele pode perder eficiência no ataque e o Miami está dependendo absurdamente da sua dupla de ouro, então isso pode comprometer o ataque do Miami. Por outro lado, se o Mike Bibby for encarregado de marcar o armador do Bulls, a chance dele dominar a série é enorme, até porque o Heat não tem uma grande presença no garrafão pra parar o Rose quando ele chegar lá dentro, o Joel Anthony tem jogado bem, mas... é o Joel Anthony. Vamos ver o que o Eric Spolestra vai tentar aqui, eu começaria com o Mario Chalmers.

Ou seja, vai ser uma série parelha, de muita defesa, com três dos melhores jogadores do mundo em quadra com dois times jovens que estão tentando começar sua história. Foram os dois melhores times do Leste durante a temporada regular, e vale vaga na final. Precisa de mais alguma coisa?? Série imperdível, sem palpite pra ela, apenas assistam a todos os jogos que puderem e torçam para sete jogos e 14 prorrogações!!

4 comentários:

  1. Se eu sou o Spoelstra começo com o Bibby mesmo porque ele é melhor no catch and shot e abre mais a defesa adversária indiretamente...na marcação do Rose eu revezaria o Chalmers (que é excelente on ball defender) e o Wade que já é mais agressivo e com a mesma capacidade atlética do Rose.

    E o exemplo do Rockets ai nao fez muito sucesso né, infelizmente!

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  2. Ô loco, como não?? Esse time ganhou 22 jogos seguidos antes do Mutombo e do T-Mac machucarem!!

    O problema do Chalmers é que se o Bulls conseguir fechar o garrafão, eles vão precisar chutar de logne, e o Chalmers não é tão confiável. Por outro lado, o Bibby vai tomar um passeio do Rose e se ele colocar o Wade isso pode tirar o Wade do jogo por faltas ou por cansaço, e só com o Lebron e o Bosh o time não vai ganhar.

    Por outro lado, o Bulls tem que ter boa partida do Boozer, porque não da pra jogar muito tempo com o Korver já que o Wade vai fazer a festa nele.

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  3. Rockets chegou nos playoffs e perdeu de novo pro Jazz naquela ocasião, mas também tava desfalcado como sempre...

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  4. Pois é, antes das lesões o time ganhou aqueles 22 jogos, depois ferrou de vez com as rotações e o time não aguentou. Pena, eu gostava daquele Rockets...

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