Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Deem atenção ao Grizzlies!

Zach Randolph acena para o vendedor de cachorro quente do ginásio

Desde que foi criado, em 1995, o então Vancouver Grizzlies é um dos times mais esquecidos da NBA. Aquele time que não fede nem cheira, que não incomoda ninguém, naquela cidade sem destaque nem poder econômico. Ninguém da a menor atenção pro agora Memphis Grizzlies. Mas a verdade é, já passou da hora de dar alguma atenção pra esse time.

O Grizzlies era um time apagado de Vancouver, na expansão que a NBA fez para o Canadá e que também criou o Toronto Raptors, e que se mudou em 2001 para Memphis, mesmo ano em que o time draftou com a terceira escolha do Draft Pau Gasol. Junto com jogadores como Shanne Battier e Mike Miller, Gasol levou o Memphis aos playoffs por vários anos consecutivos, mas o Grizzlies sempre foi varrido na primeira rodada. Era um time que tinha atingido seu limite de crescimento, e que tava naquele horrível impasse onde seu time não é bom o suficiente para brigar por nada com pequenos ajustes nem tão ruim para conseguir boas escolhas no draft e dar um upgrade enorme no seu time. A escolha que o Memphis fez foi jogar tudo fora em 2007 e começar de novo, quando trocou o Pau Gasol para o Los Angeles Lakers por Marc Gasol, Javarris Crittenton, Kwame Brown (Que foi a primeira escolha no Draft de 2001, por sinal!) e duas escolhas de Draft. Todo mundo chamou a troca de rematada loucura na época, como você troca um dos melhores big mans da Liga por dois contratos expirantes, um pirralho e duas escolhas de draft? A troca desequilibrou a Liga, nem o Phil Jackson acreditou, elevou o Lakers à elite da NBA mais uma vez e deixou o Memphis sem sua principal estrela. Mas o Memphis teve sua calma, esperou os contratos do Brown e do Crittenton terminarem, limpou sua folha salarial, algo importantíssimo pra um time de um mercado pequeno como Memphis, draftou seus jogadores e colocou os pirralhos pra jogar.

O time levou umas pancadas, sofreu, teve vários problemas, mas depois de um tempo a reconstrução começou a dar frutos. Jogadores como Rudy Gay e Marc Gasol começaram a jogar em alto nível, o time contava com a promessa do OJ Mayo e enfim trouxe o Zach Randolph, que estava encostado no Clippers. E o time começou a finalmente se acertar, a carreira do Zach Randolph reviveu em Memphis, a pirralhada começou a jogar e o time começou a se levar a sério. Essa offseason, no entanto, as coisas apertaram para um time de mercado pequeno, porque o Rudy Gay virou Free Agent. O Memphis ofereceu um contrato máximo de 80 milhões pra segurar o seu melhor jogador e viu sua folha salarial subir bastante. Não bastasse, ofereceu uma extensão salarial de 45 milhões em cinco anos para o Mike Conley, um absurdo para um armador que era secundário no time e não merecia nem de longe 9 milhões por ano. Com Zach Randolph e Marc Gasol caminhando para se tornarem Free Agents ao final desse ano, aumentar tanto assim sua folha salarial parecia - e era - uma má idéia. Mas o Grizzlies fez uma troca genial na data limite, que você pode ler com mais detalhes aqui, mas em resumo o time mandou o pivô de 2m20 Hasheem Thabeet e uma escolha de draft em troca do Shanne Battier e do Ish Smith. A troca é genial porque ela manda embora o contrato e o fracasso do Thabeet, que nunca merecia ter sido escolhido tão alto no Draft (Imagina se o Grizzlies tivesse pego o Tyreke Evans) e recebe não só um jogador que tem tudo pra ajudar o time como também tem um contrato expirante, ou seja, ele vai abrir espaço salarial no final da temporada para reassinar com Gasol e Randolph!

Com isso em vista, o Grizzlies percebeu que eles são um time muito negligenciado mas muito bom. Tudo bem, eu talvez goste um pouco demais do time do Grizzles e as vezes exagere, mas se num período de tempo relativamente curto você derrota Spurs, Mavericks e Thunder sem o Rudy Gay, que é um dos seus dois melhores jogadores, é porque alguma coisa boa está acontecendo com você. E hoje, vendo os resultados, podemos falar que o Grizzlies fez um bom negócio quando trocou o Pau Gasol! É sério! Demorou, o time sofreu, mas o time finalmente achou um núcleo que funcionava no começo da temporada. O Mike Conley pelo visto levou a sério seu novo contrato e começou a jogar muito melhor do que nunca jogou na carreira, está pontuando bem, arremessando e dando assistências, além de aparecer nos momentos decisivos do jogo, como quando fez as duas cestas que decretaram o fim da partida contra o Thunder. O Rudy Gay é outro, era bom mas ficou ainda melhor depois do novo contrato. Ele é daqueles que faz de tudo um pouco, defende muito bem, ataca a cesta e é muito efetivo nos contra ataques, mas além disso o arremesso dele melhorou e ele já acertou duas cestas da vitória para o Grizzlies, uma delas na cara do Lebron James. E o Zach Randolph continua mostrando que quando quer ele é um All Star ao lado do Gasol, que é um ótimo passador e que volta e meia acha que é o irmão e começa a acertar todo tipo de ganchinho de canhota.

Mas nem tudo deu tão certo pro Grizzlies. OJ Mayo - que foi draftado pelo Wolves e trocado no dia do Draft por um branquelo chamado Kevin Love - que chegou a ser considerado o melhor jogador do Draft de 2008, e acabou sendo escolhido atrás de Derrick Rose e Michael Beasley, nunca rendeu o esperado dele. Não só isso, também encheu o saco de todo mundo fora de campo, arrumou problemas, acabou suspenso e somando tudo isso às suas performances inconstantes dentro de quadra, acabou virando dispensável para o time, até porque não defende grandes coisas. No final o Mayo acabou sendo encostado em favor do Tony Allen, que não arremessa nem bolinha de papel na lixeira mas que defende bem demais e está jogando muito bem principalmente atacando a cesta em velocidade, e do calouro Xavier Henry, que não é grandes coisas mas quebra um galho vindo do banco junto com o Mayo. No final das contas, o OJ Mayo virou um jogador dispensável e que da mais dor de cabeça do que resultados.

Com isso, o Grizzlies se montou em torno de Conley, Allen, Gay (Atualmente está jogando o Sam Young, com a lesão do Rudy), Randolph e Gasol. O time começou a jogar mais dentro do garrafão, o Randolph teve um mês com quase 25-12 de média, e a apertar a defesa. A defesa do Grizzlies é atualmente a nona na Liga mas se levar em conta que eles começaram mal a temporada e que recentemente eles começaram a colocar o Allen e o Battier na rotação, eu não hesitaria em colocar a defesa do Grizzlies como uma das sete melhores da Liga. O banco de reservas, que era um problema, agora conta com Jason Williams, Darrelle Arthur e Leon Powe para pontuar quando necessário, além do Mayo e do meu preferido, o Shane Battier, inteligentíssimo, ótimo defensor, muito obediente taticamente e um líder dentro e fora de quadra, perfeito para um time que busca o título. O Grizzlies percebeu que era hora de parar de investir só no futuro simplesmente porque percebeu que tem time pra brigar nos playoffs agora.

Eu não acho que o Grizzlies tenha time para ser campeão essa temporada. Acho que falta arremessadores de três pontos e um jogador de perímetro no banco de reservas, pode até ser um jogador pras duas funções, além de ser um time ainda inexperiente em pós temporadas. Mas o Grizzlies é o time que eu acho que mais tem chances de surpreender nos playoffs e derrubar um favorito, a defesa desse time está insana, o time está jogando bem demais mesmo sem o Rudy Gay e acho que quando ele voltar esse time vai melhorar ainda mais. O time tem no Gay e no Conley dois jogadores que tem servido bem como closers (até o Randolph acertou um buzzer beater da vitória contra o Mavs esses dias!), um garrafão muito forte que funciona perfeitamente no jogo de meia quadra e que pega muitos rebotes de ataque, e uma defesa fortíssima, bem montada e com ótimos marcadores individuais. Ou seja, tem todos os elementos que um time que queira ir longe na pós temporada precisa ter. A presença do Battier, nesse cenário, é ainda mais significativa, porque é um jogador veterano e com experiência em pós temporadas. O Battier mais do que nunca tem que exercer o papel de liderança que ele sempre exerceu para acalmar os ânimos, controlar o time e passar o que puder para esse grupo que não está acostumado aos playoffs. Se o Grizzlies conseguir controlar isso, eu não duvido de ver o Grizzlies passando da primeira rodada dos playoffs. Eles tem time - e defesa - para bater de frente com qualquer time da Liga.

Também é legal ver que o Grizzlies, assim como o Thunder de certa forma, está se preparando pra tentar vencer agora sem esquecer o amanhã. O Grizzlies ainda é um time jovem, e tem espaço para evoluir. Com a saída do Thabeet e o fim do contrato do Battier, o Grizzlies abriu espaço pra reassinar com o Gasol - um free agent restrito - e o Randolph. Nenhum dos dois deve ser um problema, Gasol até por ser restrito, e no caso do Randolph o problema deve ser dinheiro mesmo, porque ele adora Memphis, agora jogar pelo Grizzlies, nunca se sentiu tão confortável e não quer sair do time, mas também se acha um gênio e gosta de contratos muito caros. Se o Grizzlies conseguir equacionar os dois - e eu não duvido disso - o time ainda provavelmente vai tentar trazer de volta o Battier. O contrato do Battier acaba no final do ano e para não comprometer a folha salarial o Grizzlies não ofereceu uma extensão contratual, mas o Battier gosta de Memphis, a torcida do Grizzlies o adora desde sua primeira passagem pelo time, e disse que quer ficar, o que eu não duvido que aconteça por um salário bem menor do que o atual, que permita ao time conservar suas grandes armas.

O Grizzlies também tem uma última carta na manga, tanto na questão de montar o time como na questão salarial, o OJ Mayo. Mayo recebe um salário alto demais pra fazer muito pouco no time, e é uma ótima moeda de troca, um jogador talentoso e jovem. Provavelmente vai acabar sendo trocado no final do ano, liberando assim espaço salarial e funcionando como moeda de troca para atrair jogadores para suprir as carências do time, como um arremessador.

A reconstrução do Grizzlies foi aos trancos e barrancos, um pouco de sorte, um pouco de azar, mas ela finalmente está chegando ao final. O Grizzlies tem um time competitivo, com vários bons jogadores e com uma defesa muito forte. O Grizzlies tem como encher o saco dos times grandes nos playoffs essa temporada, mas se o Grizzlies tiver paciência e continuar adicionando as peças certas como vem fazendo, em uns dois anos pode ser que chegue ainda mais longe, até porque times como Spurs, Mavericks e Lakers estão cada vez mais velhos. Duas reconstruções diferentes, Grizzlies e Thunder, mas que levaram a resultados semelhantes. Não ficaria surpreso em ver, em dois ou três anos, esses times brigando pela final do Oeste.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Aí galera, desculpa a falta de post esses dias, a falta de tempo e possibilidades de acesso à internet tão atrapalhando. Prometo que passado o carnaval a gente normaliza, com direito a post sobre o time do momento: Grizzlies. Ok, sobre o Grizzlies, sem isso de time do momento.

domingo, 6 de março de 2011

Um time de temporada regular


Dwyane Wade está com dor de cabeça depois de ser massacrado pelo Spurs

Um dos assuntos preferidos de uma grande parte dos fãs de basquete desde a última offseason é falar mal do Miami Heat. E hoje o TM Warning vai seguir a modinha e também vai falar mal do Miami Heat! Bom, pelo menos eu anuncio assim porque de certa forma o que eu tenho a dizer é negativo pro Miami Heat. Mas não estou necessariamente falando mal. Um fato vinha me chamando a atenção no time do Heat e eu quis analisar mais a fundo, e na minha opinião é um defeito do time de Miami. Pra alguns, apontar isso é falar mal do Miami. Pra mim, é só uma análise do time mesmo, afinal de contas eu posso estar totalmente errado.

No começo da temporada, quando o time ainda era uma incógnita, o Miami Heat estava sendo inconstante, o time passou altos e baixos, levou duas surras do Celtics mas massacrou os times mais fracos, até que em certo ponto tinha um record razoável mas estava numa seqüência ruim, tinha perdido pro Grizzlies e pro Pacers e sendo finalmente esmagado pelo Dallas Mavericks. Mas depois desse jogo, o Heat começou a ganhar vários jogos em seqüência, começou a ganhar de times mais fortes e todo mundo falou que o Heat teve uma melhora espetacular da noite pro dia. Mas na verdade o que aconteceu foi que o Heat embarcou numa seqüência de jogos relativamente fácil (não enfrentou nenhum time no Top 4 de suas conferências) e longa e aproveitou pra ganhar de todo mundo até finalmente ser parado pelo Maverericks num jogo onde deu muito mais trabalho do que no confronto anterior entre ambos e perdeu por apenas dois pontos. Não estou falando que o Heat só ganhou porque os jogos eram fáceis e que essa melhora do Heat é uma invenção, afinal o time venceu Jazz e Hornets durante essa seqüência. Mas a melhora no Heat não foi imediata, foi mais lenta e gradual, e essa melhora ficou camuflada no meio de uma seqüência de massacres contra equipes mais fracas, equipes que o Heat tava dando surras desde o começo do ano.

 Durante essa seqüência onde tudo tava mais fácil pro Heat, o Heat aproveitou pra tirar um pouco da pressão, entender o jogo uns dos outros melhor, o Erik Spolestra aproveitou pra instituir algumas pequenas mudanças no plano de jogo - usar o Lebron James de armador, o Dwyane Wade jogando mais sem a bola na mão, arremessar mais de meia distância - e, principalmente, o time começou a mudar sua mentalidade de 'vamos mostrar pra todos que somos os melhores' para algo como 'vamos nos unir e ganhar'. São mudanças pequenas, que foram sendo colocadas em prática nessa parte mais fácil do calendário de jogos que acabou escondendo essas mudanças, mas que quando o Heat teve que enfrentar um time mais difícil novamente ele foi capaz de trazer elas pra quadra, ganhar a partida e fazer todo mundo pensar 'agora o time se achou!'.

O Heat ganhou muito mais do que perdeu (tirando uma seqüência de quatro derrotas quando o time estava desfalcado em três de Lebron ou Chris Bosh), começou a convencer e realmente o time começou a achar uma identidade dentro de quadra, a refinar o seu jogo de forma a aproveitar melhor os jogadores que o time tem. Mas o Heat ainda está tendo uma grande dificuldade pra vencer as equipes mais fortes e candidatas ao título essa temporada. Apesar da vitória convincente contra o Lakers no Natal, o time perdeu os oito jogos que disputou contra Bulls, Celtics, Mavericks e Spurs, e também perdeu recentemente do Knicks e do Magic. Eu falei dia desses no nosso twitter que o problema não era que o Heat perdia dos times mais fortes, é que o Heat  perdia por pouco dos times mais fortes, o que evidenciava a dificuldade do time de ganhar jogos apertados, de decidir jogos. O que, se você parar pra pensar, é estranho, porque o time tem dois jogadores que eram considerados dois dos melhores closers da Liga em Wade e Lebron. Porque um time com dois closers tão bons estava tendo tantos problemas pra decidir os jogos apertados?

Eu estava pensando nisso quando li um comentário de alguém na NBA.com falando que o Miami Heat não era um time construído pra vencer na pós temporada. E eu entendi o que ela quis dizer. Na NBA, existe uma coisa que as pessoas chamam de 'basquete de playoff', uma idéia de que o tipo de jogo que é jogado na pós temporada é diferente do basquete jogado na temporada regular. Na pós temporada, onde cada jogo tem uma importância muito maior do que os 82 jogos da absurdamente longa temporada regular da NBA, os times tem um medo maior de perder seus jogos e portanto recorrem a um basquete mais lento, mais cadenciado e que resulte em menos erros e turnovers. Por isso times como o Phoenix Suns do Mike D'Anthony nunca teriam conseguido resultados na pós temporada, era um time que corria mais do que todo mundo na temporada regular mas que na pós temporada tinha cada vez menos erros e rebotes longos para transformar em contra ataques porque os times jogavam de forma mais segura e cuidadosa nos playoffs (Embora o Suns talvez não seja o melhor exemplo do mundo aqui, o Steve Nash era tão maníaco que transformava qualquer reposição de bola num contra ataque mortal).

E o que ele quis dizer é que o Heat é um time que tem como forças exatamente o que você espera que atrapalhe na pós temporada, ou seja, ter nos contra ataques sua principal força e arremessar demais de meia distância. Um arremesso de meia distância, em teoria, é o pior arremesso que você pode dar, tem um aproveitamento mais baixo que um mais próximo à cesta e vale menos que um de três pontos. Mas o Miami Heat usa bastante, até pela falta de arremessadores de três pontos confiáveis e pelo número de jogadores que acertam melhor esses arremessos do que as bolas de longe uma vez que Wade e Lebron, com suas infiltrações, abrem mais espaço perto da cesta. E sobre os contra ataques, o problema é ainda maior. O Miami Heat tem como sua principal força usar a defesa agressiva pra forçar erros e turnovers pra então correr quadra acima com Lebron e Wade. Isso é usado como uma arma letal, afinal são dois excelentes jogadores em forçar turnovers e correr quadra acima, mas também pra camuflar uma das principais falhas do time que é o ataque de meia quadra. O ataque de meia quadra do Heat, algo tão importante nos playoffs, não é confiável, ele tem uma movimentação fraca, os jogadores não parecem confortáveis e acabam esperando que o Lebron e o Wade resolvam tudo sozinho, o que as vezes acontece porque são dois jogadores em outro patamar, mas nem sempre funciona e essa dependência excessiva acaba gerando um vício bem prejudicial ao Heat. Isso porque nos playoffs o ataque de meia quadra é usado muito mais, durante uma parte muito maior do jogo, e o ritmo da partida cai o que atrapalha os contra ataques do Miami.

O Heat, de certa forma, realmente não é um time construído para esse 'jogo de playoffs'. E pra piorar, o time não está conseguindo decidir jogos apertados, outra coisa que é importantíssima no basquete de playoffs. Mas o que eu demorei pra perceber é que as duas coisas estão intimamente relacionadas. O Heat não está sendo eficiente em decidir jogos justamente porque seu ataque de meia quadra é estagnado e tem o vício de depender do Lebron e do Wade pra decidir tudo, além da falta de arremessadores de três pontos. Mais de uma vez eu vi nessa temporada o Miami precisando de uma bola de três no final da partida e o Eddie House ou o Chris Bosh dando esse arremesso pra obviamente errar. Nos finais das partidas, os times costumam evitar a correria e usar o ataque mais lento como forma de evitar turnovers. Mas o ataque de meia quadra do Miami é não só ineficiente como também é muito previsível. O time pode ter o James Jones, o Mike Bibby ou o Pelé na linha de três pontos pra um arremesso, mas todo mundo sabe que quem vai decidir o jogo vai ser Bosh, Wade ou Lebron. Aí fica fácil congestionar o garrafão pra evitar uma infiltração e você sabe quem pressionar na hora do arremesso, o que gera algum arremesso forçado de meia distância de jogadores que não tem nele sua principal característica. O que deixa a preocupação, porque durante a temporada regular essas situações são mais raras principalmente contra os times mais fracos, mas nos playoffs os times vão vir preparados pra forçar essas situações de estagnação o máximo possível durante todo o jogo, e qualquer um dos candidatos ao título tem condições de jogar esse basquete cadenciado e defensivo de forma eficiente.

Me perguntaram ontem se o Miami Heat tem time pra ser campeão. Lógico que tem, tem três dos melhores jogadores da NBA! Se existe algum lugar onde a lógica e os números podem ir para o espaço em questão de segundos, é o mundo do esporte, e o Heat ainda tem excelentes jogadores que podem arrancar vitórias quando estiverem calibrados. Só que quando juntou seu trio de All Stars, o Miami também aceitou construir o resto do elenco com jogadores mais limitados. E por isso e pelo fato do seu Big Three ter características bem parecidas, o time acabou com várias falhas - falta defensor na posição de armador, falta um jogador no garrafão que atraia a marcação alem do Bosh. E também contribuíram para que o Miami Heat fosse, pelo menos em teoria, um time construído para a temporada regular.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Boletim NFL

A Offseason ainda não pegou pra valer, ta todo mundo esperando se sai ou se não sai o novo CBA antes de começar a negociar com free agents. Mas de certa forma, a melhor hora pra negociar com Free Agents é agora, porque os jogadores ainda podem receber e assinar um contrato. Passado o prazo final do CBA - que foi era ontem, mas que foi estendido em 24h e boatos dizem que pode ser estendido uma semana - os times tem que esperar um novo CBA para assinar contratos. Alguns preferem esperar, alguns preferem ir à caça o quanto antes. Por isso trouxe o Boletim NFL pra atualizar vocês nas questões interessantes da NFL por agora, a mais importante sendo a extensão do CBA.

Atualizando: A NFL e a associação dos jogadores extenderam o prazo para a definição da nova CBA em sete dias. Portanto, o novo prazo agora é sexta, 11 de março.

Também aproveito para atualizar pra vocês a lista dos players que receberam a Franchise Tag, e se você não sabe o que é Franchise Tag é só ler nesse post do Marcelo. Mais jogadores foram Taggeds, então aproveito pra trazer a lista completa:

Pittsburgh Steelers - Lamarr Woodley LB
New England Patriots - Logan Mankins G
Philadelphia Eagles - Michael Vick QB
New York Jets - David Harris LB
San Diego Chargers - Vincent Jackson WR
Baltimore Ravens - Haloti Ngata DT
Indianapolis Colts - Peyton Manning QB
Kansas City Chiefs - Tamba Hali LB
Minnesota Vikings - Chad Greenway LB
Cleveland Browns - Phil Dawson K
Carolina Panthers - Ryan Kalil C
Jacksonville Jaguars - Marcedes Lewis TE
Miami Dolphins - Paul Soliai DT
Oakland Raiders - Kamerion Wimbley LB

Dessas todas, apenas o Vick e o Manning receberam uma Tag exclusiva. Vale a pena reparar que o número de players que receberam a Tag é bem superior ao do ano passado, quando apenas cinco jogadores receberam. A Franchise Tag é um recurso que impede seus melhores free agents de deixarem o time, mas também é um recurso caro, já que você paga ao jogador 120% do seu último salário OU a média dos cinco maiores salários da Liga na sua posição na última temporada, o valor que for maior. Isso porque a classe de Free Agents desse ano realmente é muito melhor do que a do ano passado em termos de nome, destaque para o Carolina Panthers que Taggou o Ryan Kalil, segundo Center da história a ser Tagged, e por isso corre o grande risco de perder o melhor jogador do time, o RB DeAngelo Williams. O time claramente decidiu apostar no futuro (ou presente) do Jonathan Stewart. Outro exemplo de time com mais jogadores do que Tags é o Vikings, que mesmo tendo colocado a Tag no Greenway ainda tinha Sidney Rice e Ray Williams virando Free Agents, e ambos declararam interesse em testar seu valor no mercado, dificilmente voltando para Minneapolis.

Outro caso interessante é o do Vincent Jackson. Ele já tinha recebido a Tag ano passado, mas se recusou a assinar um contrato com seu time porque o time não estava disposto a oferecer o que o WR queria, um contrato longo, devido às incertezas do novo CBA. Esse impasse se prolongou, fato que explicamos em um dos nossos primeiros posts, sem que V-Jax assinasse um contrato. O jogador queria ser trocado, mas o Chargers não o trocou e Jackson acabou assinando um contrato curto para jogar o resto da temporada. O Chargers tinha a clara intenção, a princípio, de deixar o Jackson ir embora, mas depois de sofrer toda a temporada por causa de falta de WR, tendo que depender de jogadores inconstantes como Lagedu Nanee e Malcom Floyd, principalmente depois da lesão do Antonio Gates, e depois que o Jackson anotou 150 jardas e 3 TDs contra o 49ers, o Chargers pensou duas vezes em deixar o jogador se mandar e colocou a Tag nele. Jackson disse que fica mas ainda quer um contrato longo, e o Chargers diz que prefere esperar um ano antes, para ver o comportamento do jogador, que claramente saiu queimado do ocorrido. Mas como a nova CBA quando sair vai ter uma duração longa, o Chargers pode também estar apenas esperando o CBA sair para então oferecer um contrato longo dentro dos seus termos. Vamos ver no que vai dar.
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Também tivemos algumas aquisições importantes na Free Agency e alguns jogadores que renovaram que eu vou citar apenas por diversão, que são Champ Bailey do Broncos e Ronde Barber do Bucs, dois dos melhores CBs da última década e que já estão relativamente velhinhos. O Bailey assinou um contrato de quatro anos, e o Barber de apenas um. O Broncos claramente quer tentar ganhar o que puder, como puder, e o contrato que ofereceram pro Bailey é mais desespero do que outra coisa. Por outro lado, o contrato de um ano do Barber mostra que o time está realmente comprometido com a renovação do time e do elenco, e o Barber disse que quer ficar para poder servir de mentor para a molecada e em especial pro CB Aqib Talib, que é excelente jogador mas tem alguns problemas de personalidade.

Na Free Agency, as principais contratações foram de quatro veteranos: Jeremy Shockey, Shaun Rogers, OJ Atogwe e Bob Sanders.

Jeremy Shockey é um TE veterano que nunca foi um jogador fora de série mas que sempre foi um jogador muito sólido. É ótimo bloqueando, é capaz de receber passes e sabe usar seu corpo pra se posicionar na frente dos adversários para conversões curtas e difíceis, como a two-point conversion que o Saints fez no Super Bowl do ano passado. Shockey fez parte de dois elencos campeões - O Giants de 2007 e o Saints de 2009 - e sempre foi um jogador que fazia o trabalho sujo muito bem. É o tipo de veterano importante para times que busquem evoluir. No entanto, ele vem tendo problemas com lesões desde seu último ano no Giants, principalmente no joelho. Essas lesões tem minado sua forma física, acabado com sua regularidade e tem atrapalhado sua sequência no time, até que foi dispensado pelo Saints, que tinha outros jogadores jovens para a posição e não precisava do Shockey recebendo um salário tão alto. Ainda assim, é um jogador que atrai interesse e o Miami Dolphins - um time bom mas com muitas peças precisando de um upgrade - pareceu querer trazer o jogador, mas na última hora o GM não quis fazer uma proposta e Shockey foi para o Panthers. O Panthers é um time que foi muito bom algum tempo atrás mas que com a saida do Williams, a situação precária de QBs e a falta de capacidade do elenco é um time que grita 'reconstrução'. O Shockey é um TE que vai ajudar o time e é um alvo grande e experiente para o QB da equipe, seja ele o Jimmy Clausen ou qualquer calouro que eles draftem. Em outras palavras, o papel dele vai ser apenas pra ajudar a desenvolver o QB do time, porque eu não vejo que outro interesse um time claramente em reconstrução teria para um veterano com histórico de lesões.

Já o Shaun Rogers é outro veterano e que tem três Pro Bowls na bagagem. A famosa Beluga Negra foi o pilar da defesa do Browns e do Lions ao longo da sua carreira, mas com a idade sua eficiência vem diminuindo e acabou sendo dispensado do Browns. Ele ainda é um jogador de muita massa e que, se não tem a mesma capacidade de dar tackles e sacks que outrora teve, pelo menos ainda ocupa uma posição na linha defensiva que é capaz de forçar algumas dobras de marcação. Segundo constam, Rogers tinha propostas de seis milhões de patacas de Redskins e Seahawks, mas preferiu assinar um contrato de 'apenas' quatro milhões com o Saints. A idéia aqui é claríssima: Rogers queria ir para um time com uma chance real de título, e o Saints era um time que vinha tendo problemas defensivos e que precisava de um pouco de bife na linha defensiva. O que também mostra claramente que o Saints ainda acredita em tentar mais algumas corridas para o título mesmo com o seu principal jogador ofensivo, Darren Sharper, devastado por lesões. O Saints conseguiu se reforçar com essa troca e deve ficar menos vulnerável ao jogo terrestre, boa aquisição para eles.

Já o OJ Atogwe era mais ou menos o que o Broncos deveria ter feito com o Bailey. Atogwe não era tão velho quanto o Bailey e também nunca foi tão bom, mas era um safety bom e que foi importante na grande melhora do Rams temporada passada - melhora essa que eu defendo que veio pela defesa, e não pelo ataque. Mas o Rams é um time em reconstrução, pronto pra entregar tudo pro Sam Bradford e ir aos poucos montando o time em volta dele e do Steven Jackson. O Atogwe tem apenas 29 anos, mas iria ganhar mais de oito milhões de patacas e o Rams não estava disposto a pagar isso para um jogador que estava começando a ficar velho e que seria muito mais útil para um time disposto a vencer agora do que um time que quer reconstruir para o futuro. Assim, o Atogwe foi formar com o LaRon Landry a dupla de safetys do Redskins. Eu não sei quem o Redskins ta enganando, eles não tem time nem QB para tentar ser campeão, mas o time parece desesperado por adicionar veteranos como se fossem tentar uma corrida para o título. A defesa tem bons jogadores, a dupla de safetys é forte, mas o time não vai a lugar nenhum assim, pelo contrário, é o time mais fraco na divisão. Não entendo que milagre o Redskins está esperando.

Por fim, o grande Bob Sanders, The Eraser. Sanders é um caso muito triste que vai ganhar a medalha Penny Hardaway de jogador que poderia ser genial se conseguisse ficar saudável. Quando estava saudável, ele era considerado um dos três melhores safetys da Liga junto com Troy Polamalu e Ed Reed, era um jogador absurdamente ágil e que era excelente reconhecendo a jogada e parando o jogo terrestre, além de dar umas pancadas bem fortes e ser ótimo na cobertura aérea. Era um dos melhores safetys da NFL, daqueles que poderia quem sabe entrar para a história, mas infelizmente ele nunca conseguiu ficar saudável tempo suficiente para isso. Já faz mais de três temporadas que o Bob Sanders não consegue jogar mais do que uma partida. Primeiro, foi uma lesão grave no joelho, que acabou sendo recorrente. Depois, ele estourou o biceps numa partida e não voltou mais. Essa temporada ele se machucou logo na primeira partida e não voltou mais. Por melhor que ele fosse, não dava pro Colts ficar segurando ele pra sempre se ele não jogasse, e ai ele foi dispensado. Assim, o Chagers acabou indo atrás do Sanders e o pegou. Eu não acho que ele, mesmo que saudável, possa voltar a ser o safety que era. Eu duvido até de que ele possa ficar saudável com a freqüência necessária para contribuir para o Chargers. No entanto, o contrato é só de um ano e baixo, o Chargers não tem muito a perder e se saudável pode ser um bom jogador. Só não entendo porque ele ainda não parou, o corpo dele claramente não agüenta mais.
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No aguardo de mais novidades sobre a CBA. Quaisquer novidades, a gente traz e posta aqui para vocês. E não esqueçam de seguir nosso twitter, www.twitter.com/tmwarning

quinta-feira, 3 de março de 2011

A Offseason - Draft

Ele pode ser a primeira escolha desse Draft, mas vai
continuar sendo igual ao Principe Encantado do Shrek2

Finalmente voltamos com nosso especial de férias da NFL 'A Offseason'. Para quem perdeu os primeiros capítulos, a idéia é explicar como funciona a offseason da NFL, quais as 'etapas', o que acontece e quais tipos de regras regulam esse período. A gente já comentou sobre o CBA, o acordo entre Liga e atletas que está sendo discutido e está causando um risco real de greve, e o Celo falou sobre os Free Agents. Agora eu venho falar do terceiro e mais interessante a meu ver, o draft.

Nos EUA, o esporte universitário é coisa muito séria. A grande maioria das universidades americanas possuem equipes de vários esportes, principalmente futebol americano, e essas equipes competem entre si num enorme torneio chamado NCAA. A NCAA a gente vai explicar mais pra frente, talvez um outro dia, mas basicamente é um torneio no qual todas as universidades são organizadas em conferências e jogam num sistema de tabela e de classificação bem complexos, até que os dois times com melhor campanha ao final se enfrentam no BCS, a grande final universitária do futebol americano.

O assunto lá é sério porque o esporte universitário é tratado quase como um esporte profissional, ele é rigido por regras bastante rígidas (As universidades não podem oferecer NENHUM tipo de compensação aos atletas, por exemplo) e os jogadores são tratados como astros. A organização, a estrutura e a visibilidade são profissionais (alguém aqui imagina a Globo interrompendo a programação pra passar a final do futsal do Economiadas?), e a diferença entre os dois é apenas que os jogadores não são - nem podem ser - remunerados em nível colegial. Mas o nível de investimento é altíssimo e as competições são levadas a sério, as rivalidades entre universidades conseguem ser mais intensas do que a grande maioria das rivalidades entre franquias profissionais e os jogos passam freqüentemente na TV. E como um esporte altamente organizado, a passagem dos jogadores para o esporte profissional também é, e essa passagem é feita através do Draft.

Eu acho o Draft um dos momentos mais interessantes da offseason - e talvez de toda a temporada - porque, primeiro, ele é a principal ferramenta usada pelos times para conseguir jogadores. A free agency é uma, mas as opções dela são limitadas por contratos, Franchise Tags, e muitas vezes simplesmente porque os melhores jogadores podem resolver passar o resto da carreira em um time só, ou pelo menos o seu auge. Assim, o Draft é a melhor chance de você conseguir um jogador novo e, você espera, talentoso. Mas a maior graça do Draft é o fato de que no meio de uma grande ciência que não é exata - existe ciência mais inexata do que o esporte? - essa é a ciência mais imprevisível de todas. O Draft é onde times são criados, e uma boa decisão no Draft pode definir o futuro de uma franquia. O que teria acontecido se, em 1998, o Colts tivesse pego Ryan Leaf com a primeira escolha e deixado Peyton Manning para o Chargers? E se o 49ers tivesse pego Aaron Rodgers ao invés de Alex Smith em 2005? O que teria acontecido se os outros 31 times da Liga tivessem escolhido Joe Montana antes que ele caísse até o final da terceira rodada? E com Tom Brady, até cair para a sexta?

Por isso tudo um Draft é uma ciência inexata. O esporte universitário é ótimo, quase profissional, mas é um jogo que, na prática, tem várias diferenças em relação ao jogo da NFL, e não estou me referindo às regras, e sim ao estilo. Um grande jogador no College pode não render na NFL, e um Zé ninguém que era terceiro reserva de uma universidade pequena pode acabar virando um grande craque. Existem, é claro, muitas coisas a serem consideradas que contribuem para a escolha de um jogador, muitas coisas que podem ser observadas ou até medidas, mas também envolve muita coisa que ninguém consegue prever e de repente a verdade está lá chutando nossa canela e todo mundo percebe que estava errado. Num mundo onde o Jamarcus Russell foi a primeira escolha do Draft e o Miles Austin não foi draftado, não é difícil entender o que eu quero dizer.

O Draft também é a forma que a maioria dos times escolhe pra se montar. E o formato do Draft da NFL ajuda. No Draft, o time que teve a pior na temporada anterior tem direito à primeira escolha do Draft. O time que teve a segunda pior, ganha a segunda escolha no Draft. E por ai vai até que o campeão tem a última escolha da rodada. Na segunda rodada, a ordem se repete, e segue esse padrão até o final da sétima e última rodada, onde o atual campeão escolhe o chamado Mr Irrelevant. Ou seja, os times que estão no fundo do poço e querem recomeçar geralmente são os times que vão terminar com as piores campanhas da Liga, e assim vão ter o direito a uma escolha alta. E geralmente é isso que times em reconstrução buscam, uma escolha alta para pegar um jogador capaz de ser um diferencial dentro de campo que seja uma peça central na sua reconstrução. Cada time, naturalmente, adota a sua estratégia própria, independentemente da escolha. Alguns preferem pegar jogadores de uma certa posição carente no time, outros pegam o melhor disponível.  Exemplo rápido aqui é o Saint Louis Rams, um time que tava em franca reconstrução e, nesse Draft que passou, tinha a primeira escolha. Eles estavam entre escolher o melhor jogador, Ndamukong Suh, e o QB Sam Bradford. A opção do time foi por Bradford por causa da sua posição.

Por isso tudo, a gente percebe a importância do Draft como uma forma de conseguir estrelas ou montar um time. Mas tem também a parte técnica do Draft. Primeiro de tudo, para um jogador ser declarado elegível para o Draft, ele precisa ter saído do colegial há pelo menos dois anos. Geralmente um jogador que vai para a NFL via Draft é alguém que jogou na NCAA, ou seja, jogou pela sua universidade. Esse jogador precisa ter, como eu disse, dois anos desde que saiu do colegial, mas não necessariamente precisa ter passado esse tempo na faculdade, ele pode ir jogar em alguma Liga que não a NFL, como a AFL, ou Arena Football League. Um jogador também não é obrigado a passar apenas dois anos sem ir para o Draft, muitos optam por passar os quatro anos de faculdade jogando na NCAA para só entrar no Draft ao fim da faculdade, caso do Andrew Luck, por exemplo.

Um jogador draftado por um time não está oficialmente jogando naquele time, ele ainda precisa assinar um contrato para que isso aconteça. E ele não é obrigado a isso, ele pode simplesmente optar por não assinar com o time que o draftou. No entanto, se ele não assinar o contrato, não pode assinar com nenhum outro clube essa temporada, ele pode fazer o que quiser da vida durante esse tempo mas é proibido de assinar um contrato com um time que não seja esse. Caso ele continue sem assinar o contrato, no Draft seguinte ele pode entrar novamente na rotação para ser escolhido, e ai ele só poderá assinar um contrato com o time que o selecionou nesse segundo Draft. Se ao final da sua segunda temporada sendo draftado ele não tiver assinado contrato com o time que o draftou, ele vira um Free Agent e está livre para negociar com quem quiser. Fora esses casos, os outros Free Agents calouros são aqueles que passaram pelos sete rounds sem serem escolhidos por ninguém. Nesse caso, eles viram Unrestricted Free Agents e podem negociar com quem quiser.

Temos também que falar da questão financeira do Draft. Quando falei do CBA, eu falei que ela determina um teto salarial para todos os times. E através de um cálculo bem complicado que envolve o número de escolhas e a rodada das escolhas de Draft que cada time possui, uma parcela desse teto é destinada aos times para assinarem seus calouros. Para dar um exemplo rápido, em 2008 o Chiefs (12 escolhas totais) teve mais de oito milhões para isso, e o Browns (cinco escolhas) menos de dois milhões. Uma vez estabelecida essa parcela, cada time pode negociar livremente com os jogadores que draftou e oferecer os contratos que quiser, desde que o total dos contratos não ultrapasse esse total. Geralmente os salários são negociados de acordo com a posição e rodada na qual os jogadores foram escolhidos, e também a posição na qual eles jogam. Esse negócio fica a critério do time e do jogador, e o contrato dos calouros Free Agents que eu citei acima não contabilizam para essa parcela dos calouros.

Por fim, é importante falar de como os times se preparam para o Draft. Uma vez que um jogador se declara ou é declarado elegível para o Draft, os times vão começar a levá-lo em consideração quando foram montar sua estratégia para o Draft. Para saber quais jogadores draftar, um time vai contar com as informações dos seus olheiros que viram os jogos desses jogadores na NCAA, não apenas do rendimento, mas de coisas como mecânica de arremesso, mobilidade, reconhecimento das jogadas, inteligência e outras coisas que podem ter um peso maior na NFL do que na NCAA. Mas outro instrumento importante é o chamado Draft Combine. O Combine é quando os calouro se juntam para realizar testes de ordem física ou mental na frente de técnicos e olheiros de cada um dos 32 times, para que possam ser melhor avaliados. Um jogador não é obrigado a participar de nenhuma das atividades e também pode escolher quais atividades participar, mas é uma boa chance de tentar melhorar ou solidificar sua posição no Draft e também uma recusa de participar de algum teste pode ter um impacto negativo sobre esse jogador. De certa forma, os times usam esse dia pra melhor avaliarem os jogadores nos quais tem interesse e também para tentar descobrir novos jogadores que valeriam a pena serem melhor observados. Entre as atividades realizadas nesse Combine estão as famosas Bench Press, onde o jogador precisa fazer quantas repetições ele agüentar com um supino de 225 libras (102kg), ou a corrida das 40 jardas, onde o jogador precisa correr 40 jardas no menor tempo possível pra medir velocidade e explosão, como também outras como medir a altura do salto, 'driblar' cones ou fazer exercícios de movimentação lateral.

Com tudo isso dito, chegando em Abril os times já tem seus nomes e sua estratégia pronta para o Draft. Uma vez acabado o Draft, o comum é os times assinarem o mais rapidamente possível os jogadores e colocá-los para treinar para poder pegar melhor o estilo de jogo da NFL, se livrarem dos vícios do College e começarem a se desenvolver. Muitas coisas além de talento e habilidade física contribuem para o sucesso de um jogador no Draft, inclusive o trabalho da Franquia que o Draftou, mas nada contribui tanto para o sucesso de uma Franquia como um bom Draft.

Esse ano o Draft está correndo um risco por causa do CBA, que aliás precisa ser fechado até o fim de hoje (quinta) para que não tenhamos uma greve. Embora haja a proposta de adiar o prazo, nada foi concretizado e assim que tivermos novidades vamos trazer aqui no Blog, então fiquem ligados. Aproveitem para nos seguir no twitter também. Em caso de dúvidas podem perguntar nos comentários ou nos mandar um Email, e até a próxima.

terça-feira, 1 de março de 2011

Para a NBA que eu quero descer! - Final

Ufa! Finalmente vamos terminar de analisar todas as trocas que aconteceram no deadline. Ficaram duas trocas pra hoje, mas as duas tem um interesse especial e uma delas é a minha preferida da noite. Então vamos acabar logo com elas. Ah sim, não esqueçam de seguir nosso recém criado twitter, que vamos usar a partir de hoje pra anunciar posts, trocas, novidades e comentar os jogos.
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Lebron gostou que finalmente terminamos de falar sobre as trocas

Os Bobcats mandam Gerald Wallace para o Blazers em troca de Sean Marks, Joel Przybilla, Dante Cunningham, duas escolhas de primeira rodada do Draft (Uma do Blazers em 2013 e uma do Hornets em 2011)

Eu ja falei nesse blog, muitas vezes, sobre a idéia de reconstruir um time da basquete, em especial nesse post sobre o Wolves, que fala exatamente das reconstruções que o time sofreu nos útlimos anos, sem resultado. A idéia por trás disso é você pegar um time que está estagnado, não é bom o suficiente pra brigar por título e que também não é tão ruim para ter escolhas altas de draft, e aí trocar os principais jogadores, limpar a folha salarial, acumular pirralhos e escolhas de draft e ai desenvolver todo mundo. Os times que passam por esse tipo de processo geralmente são aqueles que tem dificuldades financeiras ou que estão acima do teto salarial mas que sempre chegam na primeira rodada dos playoffs pra então perder. Ou seja, num estado estacionário, onde você não é bom pra brigar por nada nem pode sonhar com um bom draft. É a idéia de começar tudo de novo e, de preferência, economizar enquanto isso.

Mas nem por isso é um projeto facil de se executar, e por vários motivos. Primeiro que aceitar um processo de reconstrução significa desmontar seu time todo, aceitar que você vai ser saco de pancadas por algum tempo, e que não vai ter resultados animadores. Não é todo mundo que tem esse tipo de culhão, muitos preferem continuar sendo um time acima da média mas sem chances do que jogar tudo fora. Segundo porque é um projeto que depende demais de algo que você não pode prever. Geralmente um time que faz isso está pensando em arrumar boas escolhas de draft, draftar bons jogadores, desenvolver seus jogadores jovens e dai contratar uns veteranos pra tentar o título. Mas o Draft é uma ciência extremamente inexata, ninguém pode prever o que vai sair em 95% dos casos, e nem como seus jogadores novos vão render. As vezes não rendem juntos, as vezes demoram muito pra engrenar, etc. Por isso, não só voce joga tudo fora como corre o risco de acontecer como aconteceu com o Wolves, de dar errado e ter que recomeçar a reconstrução mais uma vez.

O Blazers fez isso ano passado, e chocou a NBA. Trocou todo mundo, trouxe bons jogadores, e montou um time muito forte que deveria ter começado a brigar pra valer nos playoffs. O time draftou muito bem, trouxe seus veteranos, desenvolveu todo mundo e tinha um elenco muito bom e contava com uma grande estrela no Brandon Roy. Mas infelizmente, o projeto não deu certo porque o time se implodiu antes disso. O Roy machucou muito, o Greg Oden, escolhido na frente do Kevin Durant no draft de 2007, que deveria ser a força defensiva no garrafão não conseguiu ficar saudável de jeito nenhum (Se machucou levantando do sofá!), e os jogadores começaram a bater a cabeça por causa de minutos, em especial o Roy e o Andre Miller, um dos veteranos contratados pra fechar o elenco. O time acumulou gente demais nas mesmas posições, fazendo as mesmas funções, e ainda contou com um azar digno dos piores dias do Clippers pra machucar o elenco todo do time. E a bomba veio essa temporada, quando o time descobriu que seu astro, Brandon Roy, não vai conseguir jogar basquete por muito tempo. Ele não tem menisco em nenhum dos dois joelhos e segundo os médicos ele teria que jogar sendo muito poupado e mesmo assim não aguentaria mais de duas temporadas. Ou seja, o craque do time está com os dias contados, ninguém sabe se até lá ele vai conseguir jogar em alto nível e por isso o plano de longa data do Blazers ficou seriamente ameaçado. Além, claro, do Oden nunca ter consguido jogar nada.

E o Blazers, sentindo os dias contados do Roy e vendo o crescimento do LaMarcus Aldridge de "pirralho com medo do garrafão" pra "ala-pivô que comeu o Tim Duncan na farinha", o time mandou a paciência que foi marca registrada da Franquia nesse tempo pro espaço pra tentar desesperadamente faturar um anel agora. Mandou um monte de restos e duas escolhas de draft pra trazer o Gerald Wallace. O Wallace é um ala atlético, ótimo defensor e que sabe pontuar, joga nas duas posições de ala e é um ótimo jogador. Não é, nunca foi e nunca vai ser uma estrela, mas é um excelente role player que ataca a cesta, defende muito bem e pega rebotes, além de ser ótimo em contra ataques. O Blazers já tinha o promissor pirralho Nicolas Batum pra jogar de ala, que deve agora ser a primeira opção vindo do banco de reservas junto com o Wesley Matthews enquanto o Wallace faz o trabalho sujo dentro de quadra. Ele com certeza é um jogador, hoje, melhor que o Batum e se o Roy conseguir voltar a jogar em alto nível e com o Aldridge destruindo quem vê pela frente o Blazers se torna um time bem interessante capaz de assustar muita gente nos playoffs. Por outro lado, o time só tem o vovô Marcus Camby no garrafão pra dar tocos e pegar rebotes, agora que o Joel Przybilla saiu e o Oden ta de muletas. O time pode até colocar o Wallace na posição 4, o Batum de ala e o Aldridge de pivô, mas é uma escalação baixa que pode ser problemática contra os times fortes do Oeste para ser usada por muito tempo. O time tem talento, pode ganhar de quase qualquer time na Liga, mas em séries de melhor de sete no ainda disputado Oeste, acho que o título - ainda que possível - é um sonho ainda bem distante.

E para isso você deixa no banco o Batum e o Matthews, dois pirralhos muito promissores. O Blazers sentiu o perigo de sair dessa reconstrução sem nada concreto devido às inúmeras lesões do elenco e não teve os culhões de tacar tudo fora e começar denovo, ao invés disso mandou várias escolhas de draft que poderiam render bons jogadores por um veterano que tem mania de se machucar semana sim, semana não. O Blazers, se percebesse que não ia ganhar nada e que sem o Roy o projeto ia fracassar, tinha como opção tacar tudo fora e recomeçar, faz parte, paciência. Tem o Batum, o Matthews e o Aldridge pra segurar as pontas, e se o Aldridge continuar evoluindo como tem evoluido pode ser o núcleo de um time em construção. A opção que o Blazers fez foi sacrificar isso pela chance de vencer agora, chance essa que ainda é bem pequena.

Já o Bobcats, ao trocar o Wallace e o Nazr Mohammed para o Thunder, deixa bem claro que quer começar sua própria reconstrução. O Sean Marks, o Mo Peterson e o Przybilla são contratos expirantes, o Dante Cunningham é um pirralho com algum potêncial, o DJ White também é um bom jogador jovem que não tinha minutos e o time acumulou várias escolhas de draft. O Michael Jordan faz uma sábia jogada de jogar tudo no lixo e tentar montar algo de um time sem tradição e sem a menor chance de dar em alguma coisa. O Stephen Jackson e o Boris Diaw correm o risco de serem os proximos a irem embora, e ai o Bobcats vai ser muito ruim - o que não vai surpreender ninguém -  e pode sonhar com calouros, futuras estrelas e em uma reconstrução que tenha um final feliz - diferente do do Blazers, de preferência.
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Os Grizzlies mandam Hasheem Thabeet e uma escolha da primeira rodada do Draft para o Rockets em troca de Shane Battier e Ish Smith.

Finalmente, a minha troca preferida!

Eu falei sobre duas coisas esses dias que são temas bastante recorrentes na NFL e que estão por trás de muitas decisões. Quando o Jazz mandou o Deron Williams para o Nets, eu falei um pouco sobre a questão dos mercados, dos times que estão dispostos a gastar toda sua grana pra assinar grandes contratos e dos times que tem medo de pensar em pagar 20 milhões por ano pra um jogador. E hoje ou naquele post sobre o Wolves, falei sobre os times em reconstrução. E essas duas coisas são fundamentais para entender essa genial troca que o Grizzlies tirou do chapéu.

O Grizzlies, alguns anos atrás, era um bom time, liderado pelo Pau Gasol, e que ia aos playoffs todos os anos. No entanto, chegando nos playoffs, o time sempre era varrido na primeira rodada. Era um time estacionado na mediocridade, nesse limbo que eu falei ali em cima, o time sem perspectivas. Aí, o Grizzlies fez o que muita gente chamou de loucura  na época: Trocou o Gasol por Kwame Brown, Javarris Crittenton, Marc Gasol e duas escolhas de draft com o Lakers. O Lakers saiu ganhando por muito, o Gasol lá desequilibrou a Liga e levou o Lakers três anos consecutivos aos playoffs, mas olhando agora, o Grizzlies sabia o que estava fazendo: jogando tudo no lixo e começando do zero. Os contratos expirantes acabaram, o Grizzlies limpou sua folha salarial, deu minutos pros pirralhos sem a obrigação de vencer e usou suas escolhas de draft pra montar um time jovem e talentoso. Então trouxe veteranos como o Zach Randolph, que ressurgiu jogando em Memphis, e mesmo em um mercado pequeno o Grizzlies conseguiu montar um bom time. Só que o time ainda não era bom o suficiente quando para ir para os playoffs no fortíssimo Oeste. O time era ótimo, mas o banco de reservas era bem ruim e faltava muitas peças para o time.

Nessa offseason, o Rudy Gay e o Mike Conley viraram free agents, e o Grizzlies ofereceu salários exorbitantes para os dois: 80 milhões para o Gay e 45 para o Conley, mais do que os dois valem. Mas foi o preço que o time achou justo pagar para evitar regredir uma etapa. O problema, no entanto, vem a seguir, quando Zach Randolph e Marc Gasol virarão Free Agents, e sendo um time de um mercado pequeno talvez não fosse possível cobrir os salários. O Z-Bo é um excelente jogador e que deu uma volta por cima espetacular na sua carreira desde que chegou em Memphis. Ele adora a cidade, gosta de jogar no time e quer ficar no time. Mas ele também se acha um craque e sempre cobra salários exorbitantes (geralmente baseados nos do Pau Gasol, vai entender). O Marc não vai querer tanto, mas os dois juntos talvez seja demais para o Grizzlies. Por isso, o time fez a manobra que precisava: mandou o Hasheem Thabeet embora. O Thabeet foi a segunda escolha do draft e era pra ser o pivôzão do futuro. Mas ele chegou cru demais, não tinha nenhuma habilidade ofensiva e fazia faltas demais, e aos poucos o time foi perdendo a paciência e afundou o gigante no banco de reservas. Apesar disso, seu contrato era vigente e altíssimo, principalmente levando em consideração que o moleque não era utilizado.

A solução encontrada pelo Grizzlies foi mandar o Thabeet embora junto com seu contrato. Em troca veio o Ish Smith, um armador jovem e talentoso, e o Shane Battier, que tem um contrato que acaba ao final da temporada. O Grizzlies, mandando o Thabeet embora, liberou uma enorme parcela na sua folha salarial que o time vai - e deve - usar pra renovar com o Z-Bo e com o Marc Gasol, mantendo assim o time titular intacto. Ainda existe a chance do time negociar o OJ Mayo no final da temporada, ele que tem mais atrapalhado do que ajudado,  liberando mais ainda a folha salarial. Só por isso, a jogada já foi excelente, já que voce abre espaço pra renovar com dois jogadores importantíssimos pro seu time. Mas não foi só isso.

Ja faz algum tempo que o Grizzlies é um dos times mais sólidos do Oeste, só sendo superado por Lakers e Spurs, sendo portanto o terceiro time que menos perdeu recentemente. E isso com Rudy Gay machucado e OJ Mayo suspenso. O Grizzlies tem um time titular muito bom, os jogadores jovens parecem melhorar a cada dia e o Randolph está eficiente como nunca. O time ainda tem uma moeda de troca bem valiosa no OJ Mayo, que está cada dia afundando mais no banco atrás do Tony Allen e do Xavier Henry e que pode ser trocado pra abrir espaço salarial e trazer outros jogadores assim que possível. Ou seja, o time tem potêncial, é jovem e está muito entrosado, e com o Oeste perdendo força por causa de times como o Jazz e o Nuggets, o Grizzlies tem uma chance real de ir aos playoffs. A defesa é boa e o time é muito eficiente no ataque. No entanto, ainda sentia falta de um defensor mais versátil e de bolas de três pontos. E aí, enquanto se livra do Thabeet, o time trouxe um veterano que faz tudo isso e ainda tem uma vantagem: é um jogador experiente, inteligente e que sabe manter sua cabeça fria. O time do Grizzlies peca as vezes por falta de calma, excesso de ânimo, e o Battier é um jogador que é excelente justamente em ficar calmo e controlar seu time, além de ser extremamente eficiente em tudo que faz. Foi uma jogada de mestre do Grizzlies, que solidifica seu banco, adiciona tudo que seu time precisava, e como o contrato do Battier é expirante, eles podem simplesmente deixá-lo ir embora ao final do ano ou reassiná-lo por menos dinheiro. O Grizzlies é um time sólido e jovem, se conseguir segurar Z-Bo e Marc com o espaço que eles abriram - e devem abrir ainda mais sem o Mayo - eles podem até sonhar com algo a mais nos próximos anos. Pra esse ano, eles fizeram o que precisavam para pelo menos sonhar: liberaram teto salarial, melhoraram sua defesa (Que já é a 10ª melhor da NBA) com um dos melhores defensores da Liga, e mantiveram junto a parte mais importante do grupo. Pensar em título esse ano é demais, mas o time é capaz de assustar os favoritos na pós temporada porque conta com as chaves para se vencer na pós temporada: um garrafão forte e uma boa defesa. Ainda vão sentir falta de um pontuador nato vindo do banco de reservas, mas é capaz de tirar uma casquinha de muito time forte por aí.

Já o Rockets continua o que começou: Adiciona uma escolha de draft e um jogador jovem em troca do contrato expirante do Battier. Com o time tendo problemas sérios no garrafão com um pivô de 1,98m, o Houston adiciona um jogador jovem, alto e cru. Agora o time deve fazer um intensivão no moleque pra ver se ele consegue aprender alguma coisa, pra ver se ele consegue ser pelo menos um jogador capaz de ser titular sem comprometer e ajudar o time com sua altura. O contrato do Yao Ming termina no final do ano também, e o Rockets ta preocupado em montar um novo time em torno do talento que já está lá. Uma peça alta no garrafão e uma escolha de draft, até que foi um bom começo. A perda do Ish Smith não vai ser sentida porque o time tinha gente demais pra posição, mas o Battier talvez faça mais falta. Agora o Chase Buddinger vai ter mais tempo de jogo e possívelmente o Rockets vai usar formações mais baixas com Courtney Lee ou Terrence Willliams em quadra, enquanto se prepara pro que vem pela frente. Que sempre é uma incógnita.