Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

terça-feira, 1 de março de 2011

Para a NBA que eu quero descer! - Final

Ufa! Finalmente vamos terminar de analisar todas as trocas que aconteceram no deadline. Ficaram duas trocas pra hoje, mas as duas tem um interesse especial e uma delas é a minha preferida da noite. Então vamos acabar logo com elas. Ah sim, não esqueçam de seguir nosso recém criado twitter, que vamos usar a partir de hoje pra anunciar posts, trocas, novidades e comentar os jogos.
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Lebron gostou que finalmente terminamos de falar sobre as trocas

Os Bobcats mandam Gerald Wallace para o Blazers em troca de Sean Marks, Joel Przybilla, Dante Cunningham, duas escolhas de primeira rodada do Draft (Uma do Blazers em 2013 e uma do Hornets em 2011)

Eu ja falei nesse blog, muitas vezes, sobre a idéia de reconstruir um time da basquete, em especial nesse post sobre o Wolves, que fala exatamente das reconstruções que o time sofreu nos útlimos anos, sem resultado. A idéia por trás disso é você pegar um time que está estagnado, não é bom o suficiente pra brigar por título e que também não é tão ruim para ter escolhas altas de draft, e aí trocar os principais jogadores, limpar a folha salarial, acumular pirralhos e escolhas de draft e ai desenvolver todo mundo. Os times que passam por esse tipo de processo geralmente são aqueles que tem dificuldades financeiras ou que estão acima do teto salarial mas que sempre chegam na primeira rodada dos playoffs pra então perder. Ou seja, num estado estacionário, onde você não é bom pra brigar por nada nem pode sonhar com um bom draft. É a idéia de começar tudo de novo e, de preferência, economizar enquanto isso.

Mas nem por isso é um projeto facil de se executar, e por vários motivos. Primeiro que aceitar um processo de reconstrução significa desmontar seu time todo, aceitar que você vai ser saco de pancadas por algum tempo, e que não vai ter resultados animadores. Não é todo mundo que tem esse tipo de culhão, muitos preferem continuar sendo um time acima da média mas sem chances do que jogar tudo fora. Segundo porque é um projeto que depende demais de algo que você não pode prever. Geralmente um time que faz isso está pensando em arrumar boas escolhas de draft, draftar bons jogadores, desenvolver seus jogadores jovens e dai contratar uns veteranos pra tentar o título. Mas o Draft é uma ciência extremamente inexata, ninguém pode prever o que vai sair em 95% dos casos, e nem como seus jogadores novos vão render. As vezes não rendem juntos, as vezes demoram muito pra engrenar, etc. Por isso, não só voce joga tudo fora como corre o risco de acontecer como aconteceu com o Wolves, de dar errado e ter que recomeçar a reconstrução mais uma vez.

O Blazers fez isso ano passado, e chocou a NBA. Trocou todo mundo, trouxe bons jogadores, e montou um time muito forte que deveria ter começado a brigar pra valer nos playoffs. O time draftou muito bem, trouxe seus veteranos, desenvolveu todo mundo e tinha um elenco muito bom e contava com uma grande estrela no Brandon Roy. Mas infelizmente, o projeto não deu certo porque o time se implodiu antes disso. O Roy machucou muito, o Greg Oden, escolhido na frente do Kevin Durant no draft de 2007, que deveria ser a força defensiva no garrafão não conseguiu ficar saudável de jeito nenhum (Se machucou levantando do sofá!), e os jogadores começaram a bater a cabeça por causa de minutos, em especial o Roy e o Andre Miller, um dos veteranos contratados pra fechar o elenco. O time acumulou gente demais nas mesmas posições, fazendo as mesmas funções, e ainda contou com um azar digno dos piores dias do Clippers pra machucar o elenco todo do time. E a bomba veio essa temporada, quando o time descobriu que seu astro, Brandon Roy, não vai conseguir jogar basquete por muito tempo. Ele não tem menisco em nenhum dos dois joelhos e segundo os médicos ele teria que jogar sendo muito poupado e mesmo assim não aguentaria mais de duas temporadas. Ou seja, o craque do time está com os dias contados, ninguém sabe se até lá ele vai conseguir jogar em alto nível e por isso o plano de longa data do Blazers ficou seriamente ameaçado. Além, claro, do Oden nunca ter consguido jogar nada.

E o Blazers, sentindo os dias contados do Roy e vendo o crescimento do LaMarcus Aldridge de "pirralho com medo do garrafão" pra "ala-pivô que comeu o Tim Duncan na farinha", o time mandou a paciência que foi marca registrada da Franquia nesse tempo pro espaço pra tentar desesperadamente faturar um anel agora. Mandou um monte de restos e duas escolhas de draft pra trazer o Gerald Wallace. O Wallace é um ala atlético, ótimo defensor e que sabe pontuar, joga nas duas posições de ala e é um ótimo jogador. Não é, nunca foi e nunca vai ser uma estrela, mas é um excelente role player que ataca a cesta, defende muito bem e pega rebotes, além de ser ótimo em contra ataques. O Blazers já tinha o promissor pirralho Nicolas Batum pra jogar de ala, que deve agora ser a primeira opção vindo do banco de reservas junto com o Wesley Matthews enquanto o Wallace faz o trabalho sujo dentro de quadra. Ele com certeza é um jogador, hoje, melhor que o Batum e se o Roy conseguir voltar a jogar em alto nível e com o Aldridge destruindo quem vê pela frente o Blazers se torna um time bem interessante capaz de assustar muita gente nos playoffs. Por outro lado, o time só tem o vovô Marcus Camby no garrafão pra dar tocos e pegar rebotes, agora que o Joel Przybilla saiu e o Oden ta de muletas. O time pode até colocar o Wallace na posição 4, o Batum de ala e o Aldridge de pivô, mas é uma escalação baixa que pode ser problemática contra os times fortes do Oeste para ser usada por muito tempo. O time tem talento, pode ganhar de quase qualquer time na Liga, mas em séries de melhor de sete no ainda disputado Oeste, acho que o título - ainda que possível - é um sonho ainda bem distante.

E para isso você deixa no banco o Batum e o Matthews, dois pirralhos muito promissores. O Blazers sentiu o perigo de sair dessa reconstrução sem nada concreto devido às inúmeras lesões do elenco e não teve os culhões de tacar tudo fora e começar denovo, ao invés disso mandou várias escolhas de draft que poderiam render bons jogadores por um veterano que tem mania de se machucar semana sim, semana não. O Blazers, se percebesse que não ia ganhar nada e que sem o Roy o projeto ia fracassar, tinha como opção tacar tudo fora e recomeçar, faz parte, paciência. Tem o Batum, o Matthews e o Aldridge pra segurar as pontas, e se o Aldridge continuar evoluindo como tem evoluido pode ser o núcleo de um time em construção. A opção que o Blazers fez foi sacrificar isso pela chance de vencer agora, chance essa que ainda é bem pequena.

Já o Bobcats, ao trocar o Wallace e o Nazr Mohammed para o Thunder, deixa bem claro que quer começar sua própria reconstrução. O Sean Marks, o Mo Peterson e o Przybilla são contratos expirantes, o Dante Cunningham é um pirralho com algum potêncial, o DJ White também é um bom jogador jovem que não tinha minutos e o time acumulou várias escolhas de draft. O Michael Jordan faz uma sábia jogada de jogar tudo no lixo e tentar montar algo de um time sem tradição e sem a menor chance de dar em alguma coisa. O Stephen Jackson e o Boris Diaw correm o risco de serem os proximos a irem embora, e ai o Bobcats vai ser muito ruim - o que não vai surpreender ninguém -  e pode sonhar com calouros, futuras estrelas e em uma reconstrução que tenha um final feliz - diferente do do Blazers, de preferência.
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Os Grizzlies mandam Hasheem Thabeet e uma escolha da primeira rodada do Draft para o Rockets em troca de Shane Battier e Ish Smith.

Finalmente, a minha troca preferida!

Eu falei sobre duas coisas esses dias que são temas bastante recorrentes na NFL e que estão por trás de muitas decisões. Quando o Jazz mandou o Deron Williams para o Nets, eu falei um pouco sobre a questão dos mercados, dos times que estão dispostos a gastar toda sua grana pra assinar grandes contratos e dos times que tem medo de pensar em pagar 20 milhões por ano pra um jogador. E hoje ou naquele post sobre o Wolves, falei sobre os times em reconstrução. E essas duas coisas são fundamentais para entender essa genial troca que o Grizzlies tirou do chapéu.

O Grizzlies, alguns anos atrás, era um bom time, liderado pelo Pau Gasol, e que ia aos playoffs todos os anos. No entanto, chegando nos playoffs, o time sempre era varrido na primeira rodada. Era um time estacionado na mediocridade, nesse limbo que eu falei ali em cima, o time sem perspectivas. Aí, o Grizzlies fez o que muita gente chamou de loucura  na época: Trocou o Gasol por Kwame Brown, Javarris Crittenton, Marc Gasol e duas escolhas de draft com o Lakers. O Lakers saiu ganhando por muito, o Gasol lá desequilibrou a Liga e levou o Lakers três anos consecutivos aos playoffs, mas olhando agora, o Grizzlies sabia o que estava fazendo: jogando tudo no lixo e começando do zero. Os contratos expirantes acabaram, o Grizzlies limpou sua folha salarial, deu minutos pros pirralhos sem a obrigação de vencer e usou suas escolhas de draft pra montar um time jovem e talentoso. Então trouxe veteranos como o Zach Randolph, que ressurgiu jogando em Memphis, e mesmo em um mercado pequeno o Grizzlies conseguiu montar um bom time. Só que o time ainda não era bom o suficiente quando para ir para os playoffs no fortíssimo Oeste. O time era ótimo, mas o banco de reservas era bem ruim e faltava muitas peças para o time.

Nessa offseason, o Rudy Gay e o Mike Conley viraram free agents, e o Grizzlies ofereceu salários exorbitantes para os dois: 80 milhões para o Gay e 45 para o Conley, mais do que os dois valem. Mas foi o preço que o time achou justo pagar para evitar regredir uma etapa. O problema, no entanto, vem a seguir, quando Zach Randolph e Marc Gasol virarão Free Agents, e sendo um time de um mercado pequeno talvez não fosse possível cobrir os salários. O Z-Bo é um excelente jogador e que deu uma volta por cima espetacular na sua carreira desde que chegou em Memphis. Ele adora a cidade, gosta de jogar no time e quer ficar no time. Mas ele também se acha um craque e sempre cobra salários exorbitantes (geralmente baseados nos do Pau Gasol, vai entender). O Marc não vai querer tanto, mas os dois juntos talvez seja demais para o Grizzlies. Por isso, o time fez a manobra que precisava: mandou o Hasheem Thabeet embora. O Thabeet foi a segunda escolha do draft e era pra ser o pivôzão do futuro. Mas ele chegou cru demais, não tinha nenhuma habilidade ofensiva e fazia faltas demais, e aos poucos o time foi perdendo a paciência e afundou o gigante no banco de reservas. Apesar disso, seu contrato era vigente e altíssimo, principalmente levando em consideração que o moleque não era utilizado.

A solução encontrada pelo Grizzlies foi mandar o Thabeet embora junto com seu contrato. Em troca veio o Ish Smith, um armador jovem e talentoso, e o Shane Battier, que tem um contrato que acaba ao final da temporada. O Grizzlies, mandando o Thabeet embora, liberou uma enorme parcela na sua folha salarial que o time vai - e deve - usar pra renovar com o Z-Bo e com o Marc Gasol, mantendo assim o time titular intacto. Ainda existe a chance do time negociar o OJ Mayo no final da temporada, ele que tem mais atrapalhado do que ajudado,  liberando mais ainda a folha salarial. Só por isso, a jogada já foi excelente, já que voce abre espaço pra renovar com dois jogadores importantíssimos pro seu time. Mas não foi só isso.

Ja faz algum tempo que o Grizzlies é um dos times mais sólidos do Oeste, só sendo superado por Lakers e Spurs, sendo portanto o terceiro time que menos perdeu recentemente. E isso com Rudy Gay machucado e OJ Mayo suspenso. O Grizzlies tem um time titular muito bom, os jogadores jovens parecem melhorar a cada dia e o Randolph está eficiente como nunca. O time ainda tem uma moeda de troca bem valiosa no OJ Mayo, que está cada dia afundando mais no banco atrás do Tony Allen e do Xavier Henry e que pode ser trocado pra abrir espaço salarial e trazer outros jogadores assim que possível. Ou seja, o time tem potêncial, é jovem e está muito entrosado, e com o Oeste perdendo força por causa de times como o Jazz e o Nuggets, o Grizzlies tem uma chance real de ir aos playoffs. A defesa é boa e o time é muito eficiente no ataque. No entanto, ainda sentia falta de um defensor mais versátil e de bolas de três pontos. E aí, enquanto se livra do Thabeet, o time trouxe um veterano que faz tudo isso e ainda tem uma vantagem: é um jogador experiente, inteligente e que sabe manter sua cabeça fria. O time do Grizzlies peca as vezes por falta de calma, excesso de ânimo, e o Battier é um jogador que é excelente justamente em ficar calmo e controlar seu time, além de ser extremamente eficiente em tudo que faz. Foi uma jogada de mestre do Grizzlies, que solidifica seu banco, adiciona tudo que seu time precisava, e como o contrato do Battier é expirante, eles podem simplesmente deixá-lo ir embora ao final do ano ou reassiná-lo por menos dinheiro. O Grizzlies é um time sólido e jovem, se conseguir segurar Z-Bo e Marc com o espaço que eles abriram - e devem abrir ainda mais sem o Mayo - eles podem até sonhar com algo a mais nos próximos anos. Pra esse ano, eles fizeram o que precisavam para pelo menos sonhar: liberaram teto salarial, melhoraram sua defesa (Que já é a 10ª melhor da NBA) com um dos melhores defensores da Liga, e mantiveram junto a parte mais importante do grupo. Pensar em título esse ano é demais, mas o time é capaz de assustar os favoritos na pós temporada porque conta com as chaves para se vencer na pós temporada: um garrafão forte e uma boa defesa. Ainda vão sentir falta de um pontuador nato vindo do banco de reservas, mas é capaz de tirar uma casquinha de muito time forte por aí.

Já o Rockets continua o que começou: Adiciona uma escolha de draft e um jogador jovem em troca do contrato expirante do Battier. Com o time tendo problemas sérios no garrafão com um pivô de 1,98m, o Houston adiciona um jogador jovem, alto e cru. Agora o time deve fazer um intensivão no moleque pra ver se ele consegue aprender alguma coisa, pra ver se ele consegue ser pelo menos um jogador capaz de ser titular sem comprometer e ajudar o time com sua altura. O contrato do Yao Ming termina no final do ano também, e o Rockets ta preocupado em montar um novo time em torno do talento que já está lá. Uma peça alta no garrafão e uma escolha de draft, até que foi um bom começo. A perda do Ish Smith não vai ser sentida porque o time tinha gente demais pra posição, mas o Battier talvez faça mais falta. Agora o Chase Buddinger vai ter mais tempo de jogo e possívelmente o Rockets vai usar formações mais baixas com Courtney Lee ou Terrence Willliams em quadra, enquanto se prepara pro que vem pela frente. Que sempre é uma incógnita.

2 comentários:

  1. É...e parece que Bibby vai pro Miami Heat..
    Arroyo já foi waived...
    e parece que o Troy Murphy vai mesmo pro Boston, o que pra mim seria legal, mas já era imaginado depois de eles mandarem embora o erden, harangody e marquis daniels praticamente de graça, já era previsto que eles estavam aliviando a folha de salários pra contratá-lo...

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  2. Nao entendi porque o Arroyo, ele não é mais inútil pro time do que o Magloire ou o Pittman. O Bibby vem só pra chutar de três, porque armar e defender ele não faz ha anos. E o Mprhy pra reforçar o garrafão. Ironico é que parece que o Corey Brewer também vai pra Boston, o ala que o time tanto queria, via waiver. Ou seja, nao precisava mandar o Perkins embora!

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