Talvez a última troca da NBA

JJ Hickson enterra muito bem. Casspi não defende tão bem...

Hoje eu ia voltar a falar de NFL no blog, fazer um apanhado das questões que mais tem se discutido nesse período de instabilidade (Exceto, é lógico, o próprio CBA, que ganhou muito destaque já e vai continuar ganhando assim que tivermos novidades). Ia ser meu último post antes de sair de férias e passar 15 dias longe do blog, infelizmente. Mas esse post vai ter que ficar pra amahã - eu prometo que sai! - porque hoje tivemos uma troca na NBA que eu achei interessante comentar num post antes de viajar.

Por causa do fim do CBA da NBA e da falta de produtividade nas negociações, acabou sendo a última troca da NBA sob o antigo acordo. Os times aproveitaram os últimos instantes que teriam pra trocar jogadores, o que rendeu algumas trocas bizarras no dia do Draft, por exemplo. Hoje tivemos mais uma, a última, e é claro que é uma troca entre dois dos times que foram destaque no dia do Draft por um motivo ou outro, um porque tinha a primeira escolha e fez uma escolha duvidosa logo depois e outro porque esteve envolvido numa troca de três times no qual ganhou ou perdeu dependendo do ponto de vista que você encarar (É sério, só olhar a parte do Kings!). Mas vamos parar de enrolar e vamos ao que interessa.

A troca foi entre o Kings e o Cavaliers, e o que aconteceu foi que o Cavs mandou o JJ Hickson para o Kings em troca do Omri Casspi e de uma escolha de primeira rodada futura protegida pela loteria em 2012 e no top10 até 2017.

Que o JJ Hickson provavemlente ia ser trocado, muita gente já suspeitava. Eu questionei a decisão do Cavs em pegar o Tristan Thompson com a quarta escolha do Draft por uma cacetada de motivos (Se ele valia mesmo uma 4th pick, se não tinha ninguém melhor, etc) mas também porque ele joga exatamente na mesma posição que o Hickson, que tem só 22 anos e é pra mim o melhor jogador do elenco atual do Cavs. Tanto o Thompson como o Hickson são PFs que não são bem aproveitados fora de posição, e sendo o Hickson jovem e talentoso era mais fácil continuar se montando em torno dele e do Kyrie Irving, não trazer um jogador que iria disputar posição e minutos com ele. Era a deixa pro Hickson ser negociado.

Já o Kings era um time que vinha montando um bom núcleo jovem pelo Draft nos últimos anos: Jason Thompson, DeMarcus Cousins, Tyreke Evans e meu favorito, o Jimmer Fredette. E outro dos pirralhos talentosos desse time era o israelense Omri Casspi. Ele teve uma boa temporada de novato junto com o Tyreke e se esperava muito dele pras próximas temporadas, mas ele regrediu bastante seu jogo na temporada passada e não passou nenhuma confiança pro time. O Kings se mexeu pra pegar um SF titular no John Salmons, e o Casspi ia jogar de reserva (O que é o ideal pra ele, a meu ver) e ficar arremessando suas bolinhas de três.

Com dois jogadores sobrando, não é surpresa que ambos foram trocados. O JJ Hickson é muito talentoso, tem jogos incríveis e pontua muito bem no garrafão. É um pouco baixo mas joga com muita energia e da umas belas enterradas, muito divertido de se ver jogar. O problema do Hickson que fez ele ganhar a desconfiaça do técnico Byron Scott em Cleveland foi sua inconsistência. Ele tinha quartos brilhantes e quartos onde ele mal pegava na bola, alguns jogos fazia 30 pontos e pegava 15 rebotes e no outro ficava com 8 pontos e quatro rebotes em problemas de faltas. Apesar disso, teve um final de ano espetacular, quase me tirou o título da minha Liga de Fantasy e lembrou todo mundo que, afinal, o que não lhe falta é talento. Ele é meio imaturo, não tem consistência e toma más decisões em quadra com frequência, mas afinal ele jogava num time onde todo mundo tinha medo de pontuar, não é a toa que teve seus momentos de porra-louquice. Mas tem só 22, é atlético e talentoso pra burro e ainda pode melhorar muito seu jogo. E num time onde todo mundo parece usar fraldas e jogar bem, apesar da imaturidade, não podia ter um ambiente melhor pra ele.

Aliás, o time todo do Kings é bem jovem: Fredette ainda é calouro, Reke indo pro seu terceiro ano, Hickson e Thompson pro quarto, e o Cousins pro seu segundo. É o tipo de time que você olha, da aquele sorriso de aprovação e espera quatro anos antes de comprar uma camisa, porque é o tempo que vai demorar pro time amadurecer, se estabelecer como um time, maximizar as habilidades de cada um e trazer veteranos pra competir pelo título. Claro, no melhor dos cenários, ainda pode dar tudo errado, ter gente imatura demais a ponto de explodir a arena do time (O que facilitaria a mudança pra Anaheim) e aí o time ter que trocar todo mundo e começar de novo, mas eles trocaram um ala que nunca vai passar de um reservão por um ala-pivô que tem condições de ser um dos melhores pontuadores da Liga na posição. A temporada do Kings tem muitas incógnitas: As lesões do Reke, que o incomodaram em 2011 e não o deixaram jogar seu melhor basquete, podem sumir ou não, ninguém sabe como ele vai entrar em quadra ano que vem. Ninguém sabe como um time com quatro pontuadores vai se portar em quadra, até porque nenhum deles é um grande defensor. O time ainda não tem uma identidade e está em formação, vai tropeçar muito, mas tem um dos times jovens mais divertidos da Liga, cheio de pontuadores e jogadores talentosos e observar a evolução dessa molecada vai ser legal demais.

Por outro lado, o Cavs principalmente se livra do Hickson, que era um disperdicio pra deixar no banco mas que se fosse titular ia comer os minutos do calouro Tristan Thompson, que precisa evoluir bastante ainda. Eu já achei besteira ter pego o Thompson, ele e o Varejão juntos vão ter uma boa defesa mas não vão pontuar nem a pau, mas foi a decisão deles. Eu só achei que eles podiam ter conseguido mais pelo Hickson, que tem muito valor de troca. O Omri Casspi chuta bem de três e definitivamente tem lugar na Liga, joga com vontade e o Cavs não tem nenhum SF decente no elenco (tinha um razoável, mas virou Free Agent antes da temporada passada e foi pra outro time que eu não lembro o nome...), portanto deve ser titular e ganhar minutos importantes. Por outro lado, não acho que possa ser mais que um reserva.

O que o Cavs realmente estava atrás, além de se livrar do Hickson, era a escolha de primeira rodada que veio junto. E era essa a questão que podia equilibrar (ou desequilibrar) a troca. Uma escolha de primeira rodada de um time que está em reconstrução - e portanto tende a ser ruim um pouco mais de tempo - sempre é valiosa, mas o Kings acabou protegendo sua escolha. Portanto, ela é de 2012, mas o Cavs só a receberá se não estiver entre as 14 da loteria, ou seja, se o Kings for pros playoffs. Ela é protegida até as 10 primeiras até 2017, ou seja, a não ser que o Kings em algum ano até lá saia do top10 com sua escolha, o Cavs só vai recebê-la em 2017. O Cavs, pra mim, saiu perdendo um pouco aqui, eles conseguiam coisa melhor pelo Hickson, uma escolha de primeira rodada é boa mas eles só a receberão numa posição alta ou daqui a muito tempo, quando eles esperam que já tenham terminado de reconstruir. Já o Kings deixa claro que está querendo pensar no próximo passo, se o time ficar bom o suficiente pra ir pros playoffs no forte Oeste quer dizer que a renovação está dando certo e portanto podem se dar ao luxo de deixar passar uma escolha alta no Draft.

Pra mim o JJ Hickson saiu barato pro Kings, por uma escolha fora da loteria. O Kings espera não precisar dela e adiciona um bom reboteiro e pontuador pra complementar o DeMarcus Cousins, que é um... bom reboteiro e pontuador. Além disso, o time conta com Reke e Fredette, dois... er, dois pontuadores natos. Ta bom, ta bom, o time tem pontuador demais e outra coisa de menos, ainda precisa de um sólido defensor de perímetro antes de pensar em se levar a sério, mas esse é outro passo - por enquanto, o passo que eles precisam dar é conseguir pirralhos talentosos pra tacarem em quadra, jogarem juntos e evoluirem. Passo concluido. Quando estiverem melhores e maduros, o Kings traz os veteranos pra complementar seu grupo, de preferência bons defensores. Ta no começo, ta meio aos trancos e barrancos, mas o Kings adiciona mais um talento jovem. Olho nesse time daqui a uns três anos... e no meu NBA 2k12.

Agora, infelizmente, me despeço de vocês com a triste notícia do iminente lockout. Ele é inevitável e deve começar hoje a noite. O lockout da NFL ainda está por aí e o da MLB talvez venha no final do ano, é uma época dura pros esportes americanos, e também pra esse blog. Mas vamos manter vocês sempre informados de quaisquer evoluções em ambos os lockouts. Não deixem de acompanhar o blog mesmo nessa fase difícil, que vai piorar quando eu viajar. Grande abraço a todos vocês!

Ausência temporária

Galera, como vocês devem ter percebido, não apareci nos ultimos dias para postar, e infelizmente isso vai continuar por mais um pouco de tempo. Eu fiz um esforço pra postar a análise toda do Draft no feriado, mas agora eu entrei em semana de provas finais e até quinta, quando acabam, eu não devo postar nada. Espero que vocês entendam, acho que todo mundo aqui já passou por algo semelhante.

Infelizmente, logo depois eu devo entrar em férias. Mas até lá devemos ter pelo menos um post (Tentarei fazer dois) e eu vou explicar melhor essa minha ausência temporária chegando mais perto.

Mil desculpas pela ausência, espero que vocês ainda tenham vontade de voltar e ler o blog.

Até quinta feira!

Análise do Draft - Parte III

"Bobcats? NÃAAAAAAO!"

Até que enfim, chega ao final nossa análise detalhada (E enorme) do Draft da NBA. Para quem perdeu os primeiros posts (estão logo abaixo), nós comentamos o Draft por time sem ser necessariamente em ordem de escolhas. Já falamos das divisões Atlantic, Central, Pacific e Northwest, e hoje terminamos falando da Southeast (Washington, Charlotte, Miami, Atlanta e Orlando) e da Southwest (Houston, Dallas, San Antonio, New Orleans e Memphis). E depois disso, eu vou entrar em férias forçadas, porque três posts quilométricos em três dias na véspera da semana de provas é suicídio. Mas vamos falar do que importa, isso é, Draft. Ah sim, e a piadinha na foto foi até cruel com o coitado do Kemba, que chegou a chorar quando foi Draftado. Tem como não gostar dele?

Washington Wizards

Draftaram: Jan Vesely (6th pick), Chris Singleton (18th pick), Shelvin Mack (34th pick)

Trocas:Nenhuma

Pra mim, o Wizards foi o grande vencedor da noite do Draft. Possuía uma escolha alta, uma média e uma de segunda rodada, e conseguiu sair com três bons jogadores que cobrem perfeitamente as carências do time e tem potencial para serem ainda melhores. Com a sexta escolha, pegaram a grande carência do seu time titular, um SF, e pegaram o melhor do Draft, Jan Vesely. Ele é meio cru, mas é extremamente atlético, defende muito bem tanto individualmente como no garrafão e pode brincar de jogar no contra ataque com o John Wall o dia todo, além de ter a palavra "potencial" escrita na testa. Tudo bem, essa é uma palavra extremamente perigosa no dia do Draft, mas se o Vesely melhorar seu jogo de costas pra cesta e desenvolver um arremesso consistente de meia distância, tem tudo pra ser um excelente jogador.

Eu já adorei essa escolha do Wizards, acho que o Vesely tem tudo pra ser muito bom, mas eles ainda conseguiram pegar o Chris Singleton, que escorregou até eles na 18th pick e foi o último jogador que sobrou na Green Room, o que mostra como ele foi um steal pro Wizards. Mas além de pegar o melhor jogador disponível, ele é outro que se encaixa perfeitamente no time. É um SF que não tem um bom jogo ofensivo e nem sei se vai conseguir desenvolver um, mas ele é um excelente defensor, alto e forte o suficiente pra defender jogadores das posições 2 a 4, joga duro e vai ser inestimável num time que tem uma peneira defensiva e as vezes sente falta de um pouco de alguém que de umas trombadas. Além do mais, o Vesely é alto e forte o suficiente pra jogar períodos de tempo de PF, tirando os minutos do Andray Blatche e usando o Singleton de SF, o que é uma formação muito melhor defensivamente.

Por fim, mesmo na segunda rodada, conseguiram o Shelvin Mack. O Mack, que foi bi-vice da NCAA com Butler, é o típico armador reserva que entra pra pontuar e colocar fogo no jogo. Ele é atlético, forte e é um grande pontuador. Não vai servir muito como alguém que segura a bola e joga como armador puro, mas na reserva de um cara como o John Wall, ter um pontuador pode ser o mais útil.

Nota: A+

Difícil dizer isso sobre o Wizards, mas é, foi um Draft perfeito. Conseguiram tudo que precisavam: Um SF/PF bom que ainda pode ser muito melhor, um SF defensivo e forte pra burro que não tem medo de fazer o trabalho sujo e um PG/SG pra vir do banco colocar fogo no jogo quando o Wall for pro banco. Eles conseguiram tudo que precisavam nesse Draft, e fizeram isso só com uma escolha no top 10, Mack e Singleton foram dois steals. Perfeito!

Charlotte Bobcats

Draftaram: Bismack Byiombo (7th pick), Kemba Walker (9th pick), Jeremy Tyler (39th pick)

Trocas: Antes do Draft, troca entre três times, Kings, Bucks e Bobcats.

Kings mandam sua 7th pick para o Bobcats e Beno Udrih para o Bucks. Bobcats mandam sua 19th pick, Stephen Jackson e Shaun Livingston pro Bucks. Bucks mandam sua 10th pick e John Salmons pro Kings e Corey Maggete pro Bobcats.

Mandou Jeremy Tyler (39th pick) para o Warriors em troca de dinheiro.

Dessa troca de três times antes do Draft, se quem saiu perdendo foi de longe o Bucks, quem saiu ganhando foi o Bobcats, disparado. O Bobcats sabe que é ruim e sabe que vai passar por uma reconstrução desde que trocou o Gerald Wallace ano passado. Mas em troca do Gerald Wallace recebeu uma escolha de primeira rodada do Blazers, a 19th, que não é alta o suficiente pra draftarem alguém que cause no time o impacto que eles querem. Então o Bobcats trocou essa escolha e mais seu melhor veterano (afinal, se é pra reconstruir, reconstrua direito, certo?) para conseguir a escolha numero 7 e mais o Corey Maggete. A idéia da 7th pick era passar na frente do Pistons e pegar o Bismack Byiombo, que parecia interessar ao time de Detroit. O Byiombo é um pivozão africano que não tem nada que sequer remotamente lembre um jogo ofensivo, não tem arremesso, não joga de costas pra a cesta e só pontua em enterradas. Mas por outro lado, é o melhor defensor desse Draft, um grande atlética e defensor absurdo no garrafão, ótimo dando tocos e pegando rebotes. Falta experiência, mas isso se adquire jogando. É uma aposta enorme, sem dúvida, não sei se vai conseguir desenvolver um jogo ofensivo algum dia na sua vida, mas o Tyson Chandler ta aí pra mostrar que esse tipo de coisa é superestimado. A posição de pivô hoje na NBA está bizarramente fraca e ter um pivô capaz de alterar cada bola que for arremessada próxima ao aro talvez seja mais importante do que um pivô capaz de pontuar. No pior dos casos, vai ser uma parede com pernas que só fica em quadra pra defender um pouco o aro e os rebotes e logo sai com excesso de faltas. No melhor dos casos pode ser um dos melhores pivôs defensivos da Liga, nos moldes do Ben Wallace, o que é útil para qualquer time. Grande risco, grande recompensa, e dizem que ele é um jogador de fácil convivência que está sempre disposto a escutar e aprender, boa qualidade pra alguém que precisa evoluir tanto.

Pra continuar sua reconstrução junto com seu pivô, eles trouxeram o Most Outstanding Player do último Final Four, Kemba Walker, meu segundo jogador preferido desse Draft. O Walker é um armador pontuador, ninguém consegue pará-lo no mano a mano, extremamente rápido e consegue finalizar de três milhões de maneiras diferentes. Mas ele enfrenta dúvidas por causa primeiro do seu tamanho, muito baixo para um armador que pode atrapalhar sua defesa (que já não é das melhores) na NBA, e também quanto à sua capacidade de ser um armador puro, de criar para os outros e não para si próprio. Essas questões só vão ser respondidas quando ele de fato estiver jogando na NBA, mas uma coisa que vai ser boa em qualquer liga do mundo é sua capacidade de pontuar feito maluco, e isso deve continuar na NBA. Se ele vai jogar junto com o DJ Augustin ou se o Augustin vai ser trocado, a gente ainda não sabe, o Augustin também é baixo e não defende ninguém, então talvez fosse figurinha repetida demais. Ainda assim, o Walker é um líder e um vencedor, fez isso em UConn e deve continuar fazendo isso na NBA. Vai treinar feito louco pra ser um grande PG na Liga, e eu não duvidaria dele. O Corey Maggete não deve servir pra muita coisa, deve jogar pra ser um pontuador e só, indo embora ao fim do seu contrato.

Nota: A-

Fez o que qualquer time em reconstrução deveria fazer, achou um otário (Bucks) pra mandar uma escolha alta em troca de veteranos, e usou suas duas picks top10 pra pegar dois jogadores que devem ser os pilares da reconstrução do time. São duas apostas, é verdade, as na situação do Bobcats, eles não poderiam ter feito melhor. Boa, Michael Jordan.

Houston Rockets

Draftaram: Marcus Morris (14th pick), Nikola Mirotic (23rd pick), Chandler Parsons (38th pick),

Trocas: Receberam Johnny Flynn e Donatas Motiejunas (20th pick) do Wolves e cederam Brad Miller, a 23th pick (Nikola Mirotic) e uma escolha futura de primeira rodada.

Pra mim o vacilo do Rockets nesse Draft foi ter deixado passar o Kawhi Leonard na 14th pick, o Leonard é um SF defensivo que cairia como uma luva nesse time. Mas eles draftaram um SF/PF no Marcus Morris, que deve ser um sólido jogador, é capaz de jogar em ambas as posições (embora eu prefira ele de PF, pra usar melhor seu ótimo jogo de costas pra cesta), bom defensor e reboteiro e tem um sólido jogo ofensivo. A única coisa suspeita sobre isso é que eles parecem estar colecionando PFs, conte comigo: Luis Scola, Patrick Patterson, Marcus Morris, Jordan Hill e também o Donatas Motiejunas, que veio por troca. Nenhum deles realmente quebra um bom galho de pivô, então parece um excesso de jogadores para a mesma posição. O Rockets sofreu com isso no backcourt no começo do ano, parece que não aprendeu a lição. Mas vamos ver se não acaba saindo alguma troca do meio disso, acho que é a situação mais provável. O Chandler Parsons é um bom jogador, muito inteligente com ótimo controle de bola e passe, talvez seja útil em algumas funções, mas é lento demais na defesa pra ser titular.

E por falar em trocas, o Wolves surtou e deu para o Rockets um presente de Natal. Em troca de uma escolha futura de primeira rodada (Que deve ser alta, talvez nem na loteria dependendo de como esse time se comportar ano que vem), do Nikola Mirotic que não deve vir pra NBA por anos e do Brad Miller, que tem um contrato enorme e não tava sendo muito útil por lá, eles receberam o Motiejunas, que talvez quebre um galho de C pela altura embora sua defesa e rebotes fracos atrapalhem mas que mesmo assim tem um bom jogo ofensivo e potencial pra ser um bom jogador, e o Johnny Flynn, que nunca rendeu absolutamente nada na NBA mas que pode se beneficiar com uma mudança de ares (E sem a sombra do Ricky Rubio) e foi um bom jogador no College. Não perderam nada e ganharam dois jogadores que, se derem certo, podem ser bons jogadores, e que se derem errado, não tem muito problema porque não perderam muita coisa por eles.

Nota: B-

Passar o Leonard foi questionável e ainda acho que tem PFs demais pra um time em reconstrução, ainda que devam acontecer trocas (o que pode mudar essa nota). Por outro lado, a troca foi um pouco arriscada mas eles pagaram pouco por dois jogadores (em especial o Flynn) com muito mais valor de troca que isso, e ambos são boas apostas que podem dar certo.

Dallas Mavericks

Draftaram: Jordan Hamilton (26th pick), Tanguy Ngombo (56th pick)

Trocas: Parte de uma troca de três times, mandou Jordan Hamilton (26th pick) e Tanguy Ngombo (56th pick) para o Blazers em troca de Rudy Fernandez.

O Mavericks, basicamente, draftou Rudy Fernandez na 26th pick, um swingman que sabe arremessar e infiltrar que pode ser muito útil na rotação do time com as possíveis saídas de Peja Stojakovic e JJ Barea. Tipo de jogador que pode entrar e energizar um time velho.

Nota: B+

Tinha uma escolha que provavelmente seria para um role player de baixo nível, se tanto, e trocou por um sólido reserva que deve contribuir em muito para a rotação desse time. Não fica muito melhor que isso para um time que acabou de ser campeão.

San Antonio Spurs

Draftaram: Cory Joseph (29th pick), Adam Hanga (59th pick)

Trocas: Trocaram George Hill para o Pacers em troca de Kawhi Leonard (15th pick) e Davis Bertand (42nd pick)

As comparações que eu faço entre o Spurs e o Patriots, da NFL, são por milhões de fatores, mas esse é mais um deles: São os times que melhor sabem conseguir bons Drafts, cada um da sua forma. O Spurs está acostumado a achar bons jogadores em escolhas muito altas no Draft, especialmente na segunda rodada, e muitas vezes sabe manipular as escolhas para conseguir melhorar seu time. E dessa vez não foi diferente. Aproveitando que o Kawhi Leonard caiu até a 15th pick, mandou seu PG/SG reserva, George Hill, para Indiana em troca de Leonard. Os boatos eram de que o Spurs estava tentando trocar o Tony Parker, mas no final das contas trocaram o outro armador do time. O Hill vai fazer falta, claro,era um bom defensor e arremessador de três e jogava na reserva do Parker quando ele ia para o banco, mas o Leonard tem muito mais a oferecer. É o jogador perfeito para o esquema do Spurs, é um jogador competitivo que defende muito bem e faz todo o trabalho sujo - pega rebotes, defende jogadores mais altos e mais baixos - e se desenvolver um arremesso de três pontos da zona morta vai ser o titular absoluto do time. O Spurs sentiu muito a falta do filho da p... do Bruce Bowen quando ele se aposentou, e o Leonard pode se tornar uma versão moderna (e não tão suja, espero) do Bowen, fazendo o papel tão importante que o Bowen fez nos muitos títulos do Spurs: Defesa, defesa, comprometimento tático impecável, defesa e bolas de três da zona morta. O Spurs não está nada satisfeito com o Richard Jefferson e não é a toa que fizeram tanto pra conseguirem um SF que seja menos pontuador mas muito mais útil pra equipe, não estranhem se o RJ for trocado por um PG reserva.

Davis Bertand e Adam Hanga são dois estrangeiros, um letão e um hungaro. Bertand tem uma bola muito boa de três, é ágil e sabe achar seus lugares na quadra. Hanga é um SG que eu achei pouco mas pelo que vi dele tem bom arremesso e controle de bola. Nenhum deve vir para a NBA desde já, mas tem talento, e vindo do Spurs apostem que serão MVPs algum dia.

Nota: B+

Aproveitaram o Draft para conseguir uma troca pra posição mais problemática do time, saíram com um dos melhores da posição e além disso é um jogador perfeito para o esquema do Greg Popovich, liberando a dor de cabeça do Richard Jefferson para uma troca. Alguma dúvida que ninguém na NBA sabe aproveitar o Draft melhor que o Spurs?

Miami Heat

Draftaram: Bojan Bogdanovic (31st pick)

Trocas: Trocaram a 31st pick (Bojan Bogdanovic) e dinheiro para o Wolves em troca da 28th pick (Norris Cole)

Sem escolhas decentes de Draft e vendo o seu favorito Reggie Jackson sair na 24th pick para o Thunder, o Heat fez uma troca aleatória pra subir no Draft e pegar um outro armador que gostou, Norris Cole. Cole teve um bom ano em Cleveland State, mas jogou sozinho e numa conferência fraca, o que gera desconfiança sobre seu valor. Ele é rápido, ágil e reboteia bem pro tamanho, mas não tem um grande arremesso. Tipo de jogador pronto pra entrar e jogar, para um time que teve Mike Bibby e Carlos Arroyo de titulares já é um bom avanço, o Heat precisava de profundidade na posição caso o Mario Chalmers não renovasse (ou mesmo caso ele renove).

Nota: C+

Uma escolha baixa, aproveitaram pra pegar um PG pra compor o elenco. Provavelmente não vai ser titular e não tem o arremesso de três que o time gostaria, mas adiciona uma peça decente numa posição carente.

New Orleans Hornets

Draftaram: Josh Harrellson (45th pick)

Trocas: Trocaram Josh Harrellson para o Knicks por 1 milhão de patacas.

Uma escolha baixa demais, preferiram vender por 1 milhão.

Nota: Funhé

Venderam a única escolha do time aproveitando a burrice do Knicks. Não da pra dar nota pra isso.

Atlanta Hawks

Draftaram: Keith Benson (48th pick)

Trocas: Nenhuma

O time precisa de um pivô, então arriscaram o Keith Benson, bom reboteiro e defensor perto do aro, mas não joga com nenhum tipo de energia, é magro demais pra jogar num garrafão da NBA e possivelmente nunca vai dar em nada. Com essa escolha baixa, não dava pra fazer muito melhor que isso, mesmo.

Nota: C+

Não iam conseguir muita coisa mesmo, pegaram o melhor pivô que tinha sobrado e vão torcer pra que ele possa ganhar massa muscular e vontade o suficiente pra ser melhor que o Jason Collins. Até que não foi ruim, pro que tinham.

Memphis Grizzlies

Draftaram: Josh Selby (49th pick)

Trocas: Nenhuma

Típico jogador muito talentoso, mas que não conseguiu mostrar tudo isso de forma consistente no College. Pra uma 49th pick é uma aposta muito boa, ou vai dar certo, virar um sólido role player e jogar na cara de todo mundo que não era pra ter escorregado até alí (O talento dele, pra mim, merecia ser apostado no começo da segunda rodada no máximo), ou então vai dar errado, sair da Liga e o Memphis não vai ligar porque não perdeu nada com isso mesmo. Famoso 'boom or bust', que da muito certo ou muito errado, sem meio termo.

Nota: B-

Melhor impossível, uma aposta com baixo risco e uma boa recompensa caso dê certo, pegou um jogador que deveria ter saido umas 18 escolhas antes. Pra um time de playoffs, ta ótimo.

Orlando Magic

Draftaram: DeAngre Liggins (53rd pick)

Trocas: Enviaram duas escolhas futuras de segunda rodada para o Cavaliers por Justin Harper (32nd pick)

Pra um time que precisa convencer o Dwight Howard a ficar no time desesperadamente, o Magic tinha poucas escolhas demais pra fazer algo que prestasse. Pegaram um bom SG defensor no DeAngre Liggins, que se aprender a chutar de três pode ter um lugar no time, e trocaram por um jogador que eu gosto, o Justin Harper, um jogador alto com bom arremesso que não compromete em outras áreas, ainda que não seja muito atlético. Nenhum dos dois vai salvar a franquia da partida do Dwight, mas podem contribuir em alguns momentos da temporada, especialmente o Harper, que eu acho melhor que o Ryan Anderson.

Nota: C+

Gosto bastante do Harper, e o Liggins foi uma aposta interessante pra essa escolha, nunca vai ser um grande jogador mas se defender e acertar de três já ta melhor que muita gente no Magic. Mas não vão salvar nada alí.

Análise do Draft - Parte II

Podiam pelo menos ter dado o boné certo pro Fredette...

Ontem nós começamos nossa análise do Draft, time por time, através das divisões. Ontem tivemos as divisões Atlantic (Raptors, Sixers, Knicks, Nets e Celtics) e a Northwest (Minnesota, Utah, Portland, Denver, Oklahoma City) . Hoje, no segundo dia, vamos falar de mais duas divisões, da Central (Cavaliers, Pistons, Pacers, Bucks e Bulls) e da Pacific (Kings, Warriors, Suns, Clippers e Lakers). Mãos a obra, que pra variar isso vai ficar grande. Amanhã, a última parte!

Cleveland Cavaliers

Draftados: Kyrie Irving (1st pick), Tristan Thompson (4th pick), Justin Harper (32nd pick), Milan Macvan (54th pick).

Trocas: Enviou Justin Harper (32nd pick) para o Orlando Magic em troca de duas escolhas futuras de segunda rodada.

O Cleveland Cavaliers foi sem dúvida alguma o grande vencedor do sorteio, ficando com a primeira e a quarta escolha. Mesmo em um Draft relativamente fraco, era uma boa chance de sair com dois dos melhores jogadores do Draft e montar uma base para reconstrução. Mas no dia do Draft, as coisas não foram tão boas pro Cavaliers. Entre Kyrie Irving e Derrick Williams, o time de Cleveland optou pelo armador de Duke, mesmo Derrick Williams sendo considerado o melhor jogador desse Draft. O Cavs achou que a melhor forma de começar sua reconstrução era tendo um bom PG, e o Irving é um ótimo PG, tem potencial pra All Star e tudo mais. E como eles não esperavam que o Brandon Knight passasse de Utah, eles provavelmente pretendiam pegar o Enes Kanter com a quarta escolha, formar um combo PG-C pra ser a base do time.

O problema foi que o Kanter foi escolhido por Utah na terceira escolha e deixou o Brandon Knight ainda disponível para o Cavs com a quarta, atrapalhando totalmente os planos do Cavs em pegar o Kanter e também fazendo Cleveland provavelmente se chutar por não ter pego o Williams na 1st pick, era a chance de pegar o Williams e ainda sair com um dos dois melhores armadores desse Draft. Assim, o Cavs pegou o PF Tristan Thompson ao invés do C Jonas Valanciunas. Eles preferiram alguém que já poderia entrar e jogar, ao invés de um C que talvez  não pudesse vir imediatamente para a Liga. Assim, eles pegaram o Thompson, ótimo defensor e reboteiro, atlético, mas com sérias dificuldades pra colocar a bola dentro da cesta a não ser através de enterradas ou rebotes ofensivos. Se desenvolver um arremesso de meia distância e um jogo no garrafão pode ser um bom jogador, mas eu achei que com a quarta escolha o Cavs ia pegar alguém melhor e que pudesse ser mais dominante pra jogar com o Irving. Além disso, o Thompson joga na mesma posição do JJ Hickson, outro jogador jovem que deveria ganhar minutos e que poderia ser um jogador importante no futuro da Franquia. Agora para jogar juntos eles vão ter que deixar o garrafão do time baixo demais, e juntar Varejão e Thompson te deixa impossibilitado de pontuar no ataque. O Cavs podia ter descido umas oito posições no Draft que ainda conseguiria o Thompson, não fez sentido pra mim. Pelo menos eles trocaram o PF Justin Harper, era mais um pra disputar posição.

Nota: B

Eles saíram com seu PG do futuro, alguém pra contar pelos próximos oito anos (até ele ir pra Miami junto com o Derrick Williams e o Enes Kanter pra formarem o novo Big Three, talvez), não da pra dar uma nota baixa. Eles também não destuiram totalmente dois ativos como o Wolves em troca de nada. Mas que dava pra ter sido melhor, dava, a escolha do Thompson é, no mínimo, questionável. Mas ele também não é horroroso e tem condições de ser um bom titular algum dia, então também não jogaram a escolha no lixo.

Detroit Pistons

Draftados: Brandon Knight (8th pick), Kyle Singler (33rd pick), Vernon Macklin (52nd pick).

Trocas: Nenhuma

O Pistons queria pegar o Bismack Byiombo pra formar um garrafão bem forte com o Greg Monroe, mas o Bobcats se antecipou e escolheu o congolês na sétima escolha. Mas eu duvido que o Pistons esteja triste, pegaram um jogador na oitava escolha que era cotado como uma top 3 (No máximo top 5) pick. Eles nunca gostaram muito do Rodney Stuckey como armador do time, ele é muito mais um SG, e agora o Brandon Knight chega pra resolver a questão. Se o Stuckey vai jogar de SG ao lado dele ou vai ser trocado ou liberado (Ele é um Free Agent restrito), eu não sei, mas o Pistons agora tem o seu PG. O que chega a ser irônico, porque ele é muito mais um pontuador do que um criador, assim como o Stuckey. Se ele vai ser capaz ou não de se adaptar à função de criador do time, eu também não sei (O que a gente realmente sabe com o Pistons pós-Chauncey Billups?), mas ele é pelo menos melhor do que o Stuckey e foi um belo achado pra essa posição.

Sobre o Kyle Singler, eu preciso fazer um comentário porque eu não consegui parar de rir quando eu vi essa escolha. O Singler é um jogador experiente, maduro e um vencedor, um cara que tem muito a contribuir para um time em busca de líderes e jogadores vencedores para chegar a um título. Aonde isso se enquadra nos Pistons de hoje? As vezes eu acho que eles ainda acham que o Rasheed Wallace ta lá no time tomando faltas técnicas...

Nota: B

Saíram com um jogador que deveria ter saído bem antes da escolha deles, possivelmente uma top3 pick. Não da pra criticar.

Sacramento Kings

Draftados: Jimmer Fredette(10th pick), Tyler Honeycutt (35th pick), Isaiah Thomas (60th pick)

Trocas: Antes do Draft, troca entre três times, Kings, Bucks e Bobcats.

Kings mandam sua 7th pick para o Bobcats e Beno Udrih para o Bucks. Bobcats mandam sua 19th pick, Stephen Jackson e Shaun Livingston pro Bucks. Bucks mandam sua 10th pick e John Salmons pro Kings e Corey Maggete pro Bobcats.

Como um time pode ao mesmo tempo fazer uma troca boa e uma troca ruim? Porque dependendo de como você olhar pra questão, o Kings fez uma troca boa ou uma troca ruim.

O Kings tem um núcleo jovem e talentoso em Tyreke Evans, Marcus Thornton e DeMarcus Cousins, mas o time ainda precisava de um armador pra deixar o Tyreke jogar na sua posição natural de SG, e de preferência um armador que soubesse chutar bem de três pra complementar melhor as habilidades do Reke. O jogador perfeito seria o Brandon Knight, mas como ele não devia cair até a 7th pick, o Kings começou a ficar de olho no Jimmer Fredette, e trocou para cair três posições no Draft achando que ainda seria capaz de pegá-lo alí e aproveitando no caminho para pegar o John Salmons, que pode quebrar um galho na posição mais carente do time (SF), defende bem e pode fazer seus pontinhos quando o time precisar. E no final, o Fredette realmente caiu no colo deles na 10th pick, então com sua troca eles pegaram o jogador que queriam no Draft e ainda pegaram alguém que podia tapar o buraco na posição 3 por alguns minutos. Sucesso, certo?

Depende do ponto de vista. Acontece que o Fredette é uma incógnita. Eu falei na pick do Kings no meu pseudo Mock Draft sobre como o Fredette tinha que fazer TUDO ofensivamente para BYU e portanto ele tinha que ser um buraco negro ofensivo, criar pouquíssimo e finalizar excessivamente e evitar o contato e as faltas na defesa, e como isso evitou que a gente pudesse ver direito como ele realmente seria num time onde ele pudesse jogar ao máximo de suas habilidades. Não que ele seja bom em defender e criar pros outros, mas a gente não sabe como seria, então ele é uma grande incógnita além das suas bolas de três pontos. O Knight era um jogador mais seguro, que a gente já sabia do que era capaz. Então eu imagino que alguém no escritório do Kings deva ter cometido suicídio quando viu que o armador perfeito para eles, Brandon Knight, havia caido na 7th pick que eles originalmente possuíam. Eles podiam ter pego um armador mais confiável e até melhor se não tivesse trocado. Ou seja, por esse ponto de vista, deu errado.

E preciso falar que gostei muito do Tyler Honeycutt sendo escolhido. Ele é um jogador que deveria ter saido na primeira rodada e foi um grande achado aqui. Ele é talentoso, atlético e muito inteligente em quadra, e se tiverem tempo e paciência com ele (O Kings não vai ganhar nada agora mesmo) ele pode se desenvolver em um sólido role player, além de ser bom defensor. Ótimo achado. O Isaiah Thomas é baixo demais, mas é um bom pontuador e muito ágil, merece uma chance, mas não sei se vai conseguir uma vaga no elenco. Eu espero que sim, porque ainda pode ser útil.

Nota: B+

Preferi ver o copo meio cheio, a troca foi feita antes do Draft e NINGUÉM imaginava que o Knight caíssem além do Raptors, então o Kings pensou bem e saiu com o Fredette (que eu defendo que é um jogador muito melhor do que imaginam) e um SF que, apesar do contrato exagerado, ainda pode contribuir. Além disso, conseguiu duas ótimas apostas sem contrato garantido na segunda rodada, e eu acho que o Honeycutt ainda vai dar o que falar. Gostei desse Draft.

Golden State Warriors

Draftados: Klay Thompson (11th pick), Charles Jenkins (44th pick)

Trocas: Receberam a 39th pick (Jeremy Tyler) do Bobcats em troca de dinheiro

Draftar o SG Klay Thompson envia uma mensagem clara para o mundo: Estamos prontos pra trocar o Monta Ellis. Ainda tinha vários PFs bons (irmãos Morris, por exemplo) disponíveis que fariam muito mais sentido do que outro SG arremessador para um time cheio de guards pontuadores. Ou seja, o Ellis deve mesmo sair. Em troca do que a gente ainda não sabe, mas se o Ellis não sair, o Warriors está doido, tão colecionando figurinhas repetidas. Até porque o Charles Jenkins também é um guard pontuador para vir do banco!! Tudo bem, o Jeremy Tyler é um pivô muito atlético e também muito cru que pode vir a ser útil no garrafão do time a médio/longo prazo, mas ainda assim, são dois guards pontuadores num time cheio deles. Espero, pelo bem da minha saúde, que agora o Monta Ellis seja realmente trocado. O Thompson é um bom jogador, ótimo pontuador e que vai se encaixar bem no sistema do Warriors, especialmente se o Ellis for trocado por um bom pivô.

Nota: B-

É uma pick difícil de dar nota porque a gente não sabe que tipo de jogador eles vão conseguir em troca do Ellis, ou até se ele vai mesmo ser trocado. Eu gosto do Thompson e aposto em uma boa troca, mas é difícil. Outra nota que pode mudar drasticamente.

Phoenix Suns

Draftados: Markieff Morris (13th pick)

Trocas: Nenhuma

Que o Suns precisava de ajuda no garrafão pro Marcin Gortat, e que fosse um jogador capaz de contribuir imediatamente para aproveitar talvez o último ano do Steve Nash em Phoenix, todo mundo já sabia. Ou seja, a essa altura do Draft, eles basicamente tinham que escolher entre os gêmeos Markieff e Marcus Morris. Markieff, mais alto, atlético e menos habilidoso, foi o escolhido. Embora o Marcus fosse apontado como o melhor dos dois, a escolha faz sentido, o time precisa urgentemente de um PF e o Marcus é mais um SF/PF do que um PF puro (ainda que deva jogar melhor de PF), além de ser um pouco mais atlético para o pick and roll com o Nash. Eu ainda acho o Marcus melhor, seu jogo ofensivo e suas habilidades de costa pra cesta são sensacionais, mas o Markieff não é tão inferior nessas áreas e talvez o Suns se beneficie mais do seu tamanho e força física. Bom reboteiro e defensor, deve deixar o Suns com um garrafão respeitável.

Mas o Suns devia saber que eles estavam ferrados de qualquer jeito quando decidiram pegar um dos gêmeos, não importava qual eles escolhessem, porque ele seria o ruim. Foi assim com o Robin Lopez, gêmeo do Brook Lopez, e com o Taylor Griffin, gêmeo do Blake Griffin. É karma.

Nota: B

Tinham uma única escolha e pegaram o melhor jogador para o time com ela, e acho que vai ser uma excelente escolha, ele encaixa perfeitamente no time e pode deixar o garrafão do Suns... bem... um garrafão de verdade.

Indiana Pacers

Draftados: Kawhi Leonard (15th pick), Davis Bertans (42nd pick)

Trocas: Mandou Kawhi Leonard (15th pick) e a 42nd pick (Davis Bertans) para o Spurs em troca de George Hill

O Kawhi Leonard, um jogador que era pra ter saído muito antes disso no Draft, escorregou até o Pacers. E o Pacers, sabiamente, pegou o melhor jogador disponível. Cada jogador no seu time é um ativo, e o Pacers pegou o mais valioso. O Leonard é um SF que não ia ter espaço no time, jogava na mesma posição do Danny Granger e o Pacers já tem um SF defensivo e versátil no Paul George. Mas logo que foi escolhido, o Leonard foi trocado para o Spurs em troca do George Hill, que é TUDO que o Pacers precisava, um SG que saiba controlar a bola, ótimo defensor e chutador de três. A posição 2 do Pacers era a mais carente, e agora uma 15th pick se torna um sólido SG, muito completo e versátil que também pode assumir o papel de armador principal por alguns instantes. Ótimo Draft e ótima troca!!

Nota: A-

Draftou o melhor jogador disponível e imediatamente achou uma ótima troca para ele, que cobre exatamente a posição carente do time. Perfeito para o que eles tinham disponível!

Milwaukee Bucks

Draftados: Tobias Harris (19th pick), Jon Leuer (40th pick)

Trocas: Antes do Draft, troca entre três times, Kings, Bucks e Bobcats.

Kings mandam sua 7th pick para o Bobcats e Beno Udrih para o Bucks. Bobcats mandam sua 19th pick, Stephen Jackson e Shaun Livingston pro Bucks. Bucks mandam sua 10th pick e John Salmons pro Kings e Corey Maggete pro Bobcats.

Ainda estou esperando o Bucks receber mais alguma coisa nessa troca. E é incrível, porque o Bucks fez ela justamente para se desfazer de duas besteiras que fez na última offseason, adquirir o Corey Maggete e renovar com o John Salmons a um preço milionário. Mas eu ainda não entendi exatamente o que o Bucks pretende. Se livrou da sua 10th pick (Que poderia ter virado Klay Thompson, Alec Burks, algum dos gêmeos Morris ou até o Jimmer Fredette) para se livrar de dois veteranos improdutivos e trouxe um PG reserva e outro pontuador veterano que não gostou nem um pouco de ir pra Milwaukee? É sério? O que eles estão querendo indicar, que acham que podem ser um time melhor só trazendo um pontuador veterano melhor que os que ele perdeu e dando espaço para o resto do time? O que eles entendem por 'dar certo', ir em busca de voos mais altos ou ir para os playoffs e perder na primeira rodada? Se for a primeira, a troca foi um fiasco. Se for a segunda, faz sentido, mas ainda é uma desgraça! E fico com pena do Tobias Harris, um jogador que com paciência e tempo de jogo ia virar um bom jogador, um SF muito versátil, mas num time que ta trocando escolhas de Drafts por veteranos, não consigo acreditar que ele vá ter os minutos necessários pra isso.

Nota: D

O Stephen Jackson é melhor que o Maggete e o Salmons a essa altura do campeonato, mas tinha um kajilhão de coisas que eles poderiam ter feito e que fariam mais sentido e afundariam menos a franquia. Eles se afundam consecutivamente desde que quase ganharam do Hawks ano passado.

Chicago Bulls

Draftados: Norris Cole (28th pick), Jimmy Butler (30th pick), Malcom Lee (43rd pick)

Trocas: Enviou a 28th pick (Norris Cole), a 43rd pick (Malcom Lee) e grana para o Timberwolves em troca do Nikola Mirotic (23rd pick)

O Bulls não usou suas duas escolhas de primeira rodada pra trazer um pontuador, grande necessidade do time. Ao invés disso, trouxe o SF Jimmy Butler, aqueles jogadores que tem uma história de vida triste e de superação que a gente fica feliz só de ver eles jogando na NBA. Ele não soluciona o problema da pontuação do Bulls, mas ele é muito versátil, esforçado e defende bem, tem tudo pra virar um bom role player no time de Chicago. Além disso, trouxeram o Nikola Mirotic. O jogador do Real Madrid é um PF com ótimo arremesso, muito potencial que deve trabalhar melhor seu corpo pra ficar pronto pra quando quando vier pra NBA. Infelizmente isso não deve acontecer por mais alguns anos, mas o Derrick Rose não vai a lugar nenhum então ainda vai estar por aí quando ele finalmente vier.

Nota: C+

O Nikola Mirotic é uma escolha muito boa a médio prazo, tem boas chances de dar certo quando finalmetne vier pra NBA, e o Jimmy Butler é o tipo de jogador que se da bem em times de playoff. Eu só acho que o Bulls deveria ter usado esse Draft para ir atrás de pontuadores, o ponto fraco do time, como por exemplo o Shelvin Mack, que ainda estava disponível na 30th pick. Mas para as picks que tinha, ta bom.

Los Angeles Clippers

Draftados: Trey Thompkins (37th pick), Travis Leslie (47th pick)

Trocas: Nenhuma

O Clippers é o grande perdedor da história do Draft por ter trocado sua escolha de Draft, que acabou virando a 1st pick overall. Ou pelo menos é o que muita gente fala, tentando colocar no Clippers mais uma manobra idiota, nesse caso a perda da 1st pick desse Draft, um PG ou um SF, as duas posições carentes do time. Mas pensem pelo lado do Clippers: Sua escolha, normalmente, seria a oitava ou a nona (talvez até 10th pra cima se o Eric Gordon tivesse ficado saudável) de um Draft fraco. Com a 9th pick dificilmente iriam pegar um jogador que lhes agradasse, até porque o time já tem pirralhos de sobra e precisam dar minutos para todo mundo. Valia a pena para eles, então, trocar uma escolha média de um Draft fraco (que iria dar um jogador que tiraria minutos dos outros pirralhos) para se livrar do contrato monstruoso do Baron Davis. Na época fazia sentido, eles só deram o azar da chance de 2% deles ficarem com a primeira escolha ter dado certo! E ainda assim, eles pegaram o Trey Thompkins, um bom pontuador, seja de costas pra cesta ou arremessando, que se ganhar mais massa muscular pode ser um bom reserva para o Blake Griffin, e o Travis Leslie, um cara totalmente cru mas com um atleticismo alucinante e que, caso não consiga ser um jogador decente, pelo menos deve dar uns clipes legais no youtube.

Nota: C+

Não tinha boas escolhas, mas mesmo assim pegou um PF que pode ser útil pro time. Não tinham nada a perder mesmo.

Los Angeles Lakers

Draftados: Darius Morris (41st pick), Andrew Goudelock (46th pick), Chukwudiebere Maduabum (56th pick),  Ater Majok (58th pick) 

Trocas: Enviou Chukwudiebere Maduabum (56th pick) para o Nuggets em troca de uma escolha futura de segunda rodada

Pra um time sem escolhas de primeira rodada, o Lakers se saiu muito bem, pegou um projeto de armador que deveria ter saido no final da primeira rodada em Darius Morris, alto, com boas habilidades de armador puro e com muito espaço pra evoluir, tem tudo pra ser um steal. Como o Lakers anda carente de armadores, é capaz que ele apareça em breve na rotaçaão. E o Andrew Goudelock é um ótimo arremessador de três com boa agilidade para encontrar espaços no perímetro, apesar de ser baixo, pode acabar no elenco como um especialista em bolas longas, outra fraqueza do time. Ou seja, o time não tinha nenhuma escolha decente e saiu com um cara que pode virar um bom armador puro e o segundo melhor chutador de três do Draft. Nada mau, Lakers, nada mau...

Nota: B

Pra quem não tinha nenhuma escolha decente, o Lakers se saiu muito bem!! Dois jogadores para duas áreas carentes do time, e o Morris tem potencial pra se tornar um bom armador pro futuro. Pro que tinham, foi excelente!

Análise do Draft - Parte I

David Stern foi a primeira escolha do Draft

Ontem foi um dia ao mesmo tempo interessantíssimo e bizarro. Eu achei, por alguns instantes, que estava assistindo a um Draft da NFL, com tantas trocas entre escolhas, um time a la Bill Belichick (Wolves) que não parava de trocar por picks mais baixas, e trocentas escolhas sendo trocadas mais de uma vez. Foi difícil de acompanhar tudo isso, beleza, mas também foi bem legal. Agora os jogadores já estão com um time definido e a gente pode comentar as trocas e o draft em si. Já aviso que não fiz isso em nenhuma ordem pré-determinada, nossa análise será dividida em três partes e em cada uma falarei de duas divisões selecionadas ao acaso. Ou seja, talvez a gente tenha o azar de pegar só times inuteis num dia e só times legais nos outros. Rezem pra que seja bem distribuido, sim? Hoje teremos a Atlantic (Raptors, Sixers, Knicks, Nets e Celtics) e a Northwest (Minnesota, Utah, Portland, Denver, Oklahoma City). Dentro desses times, iremos por ordem de escolhas pra deixar as coisas mais organizadas. Isso que é o TMWarning, uma bagunça organizada. Se ficou confuso demais, para saber por ordem as escolhas, é só entrar em http://www.nba.com/draft/2011/index.html que lá tem todas na ordem que foram sendo selecionadas. A gente evitou isso porque senão os primeiros dias iam ficar imensos e os últimos dias iam ficar sem graça. Então vamos lá, e amanhã tem mais!

Minnesota Timberwolves

Draftados: Derrick Williams (2nd pick), Donatas Motiejunas (20th pick)

Trocas: Cedeu a 28th pick (Norris Cole), recebida do Bulls, para o Heat pela 31th (Bojan Bogdanovic). Trocou Johnny Flynn e Donatas Motiejunas (20th pick) por Brad Miller, a 23th pick (Nikola Mirotic) e uma escolha futura de primeira rodada

Trocou a 23th pick recebida do Rockets (Nikola Mirotic) pela 28th pick (Norris Cole) com o Chicago Bulls.

O Timberwolves seguiu a lógica com sua segunda escolha, ou seja, pegar o melhor jogador disponível. Talvez, se a disparidade de talento fosse menor, eles tivessem ido com o jogador que cobrisse a maior necessidade do time (Pivô), mas o Derrick Williams (Junto com o Kyrie Irving, escolhido em primeiro pelo Cavaliers) estava em outro nível, eram os dois melhores jogadores do Draft e o Wolves pegou o que sobrou pra eles. O Williams é um SF/PF com ótimo jogo ofensivo, sabe jogar dentro e fora do garrafão e vai ser um tremendo pontuador na NBA, mas a questão acerca da sua escolha era porque o time já tem o Michael Beasley e o Anthony Randolph que fazem a mesma função e também são pirralhos que precisam de minutos para evoluirem. Ou seja, a chance é enorme de que alguém aí no meio seja trocado, e meu palpite é que será Beasley ou o próprio Williams. Mas como cada jogador é um ativo e o Wolves pegou o melhor e mais valioso que tinha disponível, não da pra gente falar que o Wolves fez errado, pelo contrário.

A segunda parte do Draft pro Wolves foi mais questionável. Tudo bem, ter o Donatas Motiejuanas no time era adicionar mais um PF que não defende e tem um bom jogo ofensivo num time que não aguenta mais tantos alas de força, e o time mais uma vez optou por pegar o melhor e mais valioso jogador disponível para aumentar o valor do seu elenco. A prova disso é que ele foi trocado logo depois, junto com o Johnny Flynn. Meu consultor de NCAA, o Zeca do NBA Pullup, disse que o Flynn foi espetacular em Syracuse, um Floor General competitivo e líder nato, mas o fato é que nada disso se mostrou no nível dos profissionais. O Flynn jogou mal, não mostrou nenhuma evolução ao longo de dois anos e as vezes parecia melindrado por estar jogando num time que claramente esperava pelo Ricky Rubio. Agora que o Rubio chegou, não tem mais sentido manter o Flynn e ele foi trocado. Talvez em outro time e outro ambiente ele possa finalmente mostrar a que veio, mas isso a gente fala quando chegar a vez do Rockets. Mas a verdade é que eu não entendi o que o Wolves tem a ganhar com essa troca. O Flynn não deu em nada, mas é um armador muito jovem e tanto ele como o Motiejunas foram, na prática, trocados por Brad Miller (um pivô já bem velho e que não resolve os problemas de defesa de garrafão do time), um jogador que não deve vir tão cedo pra NBA e que é de certa forma uma incógnita (Bojan Bogdanovic) e uma escolha futura de primeira rodada de um time que provavelmente vai estar, na melhor das hipóteses, no fim da loteria. Por esse ponto de vista, eu achei muito ruim o dia pro Wolves. Eles trocaram dois jogadores com bom valor de troca por praticamente nada. Tudo bem que o Flynn e o Motiejunas não ocupavam posições de destaque no time e eram dispensáveis, mas não precisava chutar o balde desse jeito também!

Nota: C+

Pela primeira escolha, o Wolves merece uma boa nota, afinal saiu com talvez o melhor jogador da noite. Pelo resto do Draft, merece passar mais três anos no fundo do poço.

Utah Jazz

Draftados: Enes Kanter (3rd pick), Alec Burks (12th pick)

Trocas: Nenhuma

Analisar essa troca é difícil, porque a gente só vai poder falar daqui a algum tempo quando o Jazz terminar de lapidar seu elenco. O Jazz foi outro time que draftou o melhor jogador disponível, Enes Kanter, ao invés do jogador que eles mais precisavam, o Brandon Knight. Mas nesse caso, o Kanter não era tão superior ao Knight, e passou o ano todo sem jogar então de certa forma é ainda mais arriscado escolher o pivô. Mas o Jazz escolheu o jogador que achava melhor. Agora o time tem Al Jefferson, Derrick Favors, Paul Millsap, Mehmet Okur e Enes Kanter, todos jogadores de garrafão. O Okur entra agora no ultimo ano de seu contrato, mas Millsap e Jefferson tem contratos longos e o Favors é um pirralho que precisa de minutos pra alcançar seu potencial. Ou seja, ta extremamente congestionado e todos os jogadores tirando o Okur precisam de minutos, seja pra justificar o salário ou pra evoluirem. Isso significa que o Jazz vai ter que trocar um ou até dois jogadores de garrafão, e dependendo de quem eles conseguirem com isso, esse Draft pode resultar num fracasso ou num sucesso.

O outro foi uma sorte que tenha caido até eles, o Alec Burks. Ele é um SG que não é um bom arremessador, mas é muito bom infiltrando, tem um controle de bola e passe acima da média pra posição, é muito atlético, bom defensor e pode fazer o papel de armador principal as vezes. O Jazz não tem outro SG no elenco além do vovô Raja Bell, então o time conseguiu um jogador importante numa posição carente. Talvez precisa de um ou dois anos antes de ficar realmente pronto, mas o Jazz pode se dar ao luxo de esperar. É um bom jogador pra fazer o pick and roll com o Kanter.

Nota: B-

O Alec Burks foi um ótimo achado, ele faz de tudo um pouco e entra numa posição de necessidade, mas antes de ver os resultados que o Jazz vai conseguir com suas trocas dos jogadores de garrafão, eu achei que o Kanter não foi uma boa escolha, até porque ela era muito alta. Ele é talentoso, sem dúvida, mas acho que o Jazz ganharia mais escolhendo um armador arremessador, uma carência do elenco, e mantendo seu garrafão. Não vai ser fácil costurar trocas envolvendo os altos salários dos seus homens de garrafão, e o Kanter é uma escolha arriscada pelo pouco jogo e não é tão superior ao Knight. Essa nota ainda pode mudar, claro, mas por enquanto...

Toronto Raptors

Draftados: Jonas Valanciunas (5th pick)

Trocas: Nenhuma

O Raptors adora jogadores estrangeiros, então não é nenhuma surpresa que eles tenham pego o pivô lituano aqui. Apesar dos problemas contratuais que o Jonas Valanciunas teria com seu time europeu, ele é um jogador que é bom defensor no garrafão, bem alto e bom reboteiro, tudo que o Raptors não tinha mas adoraria ter - e agora tem. O Valanciunas ainda é um pouco cru, precisa ganhar um pouco de músculo pra jogar na NBA e também refinar suas habilidades perto do aro e de costas pra cesta, mas assim que chegar no time ele já adiciona muitas coisas que o time não tem (Altura, defesa, rebotes) e ainda é jovem e talentoso o suficiente pra se tornar um ótimo jogador, desenvolvendo melhor suas habilidades ofensivas principalmente. Além disso, com ele jogando de C, o Raptors libera o Andrea Bargnani pra jogar de PF, já que ele prefere jogar fora do garrafão com seus arremessos, ou até mesmo para uma eventual troca.

Não da pra criticar a escolha do Raptors, era a escolha mais segura e que entrava na posição de maior necessidade do time, mas o Raptors também podia ter ousado mais e escolhido o Brandon Knight, que caiu pra eles depois que o Utah desistiu do armador. Ele é mais dinâmico e é um jogador que possivelmente vai ser melhor que o Valanciunas, e talvez pudesse ser a peça central da montagem de um elenco, ainda mais em complemento com o DeMar DeRozan. Mas tudo bem, saíram bem da noite com sua única escolha.

Nota: B

Tinham apenas uma escolha e pegaram um jogador que já pode contribuir, tem potencial pra ser um sólido C numa Liga fraca na posição e ainda cobre o maior buraco da equipe. Num Draft sem grandes candidatos a estrela, fizeram o jogo seguro, muito boa escolha.

Philadelphia 76ers

Draftados: Nikola Vucevic (16th pick), Lavoy Allen (50th pick)

Trocas: Nenhuma

Tenho a impressão de que o Sixers queria um dos irmãos Morris, mas como não foi o caso, pegaram o Nikola Vucevic. O Sixers precisa de um homem de garrafão pra compensar a falta de altura do time, e o Vucevic é bem alto e muito habilidoso pra posição de pivô: Tem um bom arremesso e um bom jogo de costas pra cesta, além de ser bom reboteiro. Mas o Vucevic ainda é pouco atlético e não é um bom defensor nem bom shot blocker, talvez pela sua falta de agilidade e explosão. Não sei se vai acabar sendo titular, ele talvez lembre demais o Spencer Hawes pra isso, e sinceramente não me passa confianças quanto a evoluir, já que seu maior problema não pode ser resolvido tão facilmente, já que é de ordem física. Mas para a posição, o Sixers não ia arrumar nenhum grandalhão melhor, foram com o que tinham. O Lavoy Allen também é um jogador de garrafão talentoso mas nada espetacular, mas que tem chance de virar alguma coisa com um técnico adequado.

Nota: C+
A falta de bons jogadores de garrafão a essa altura atrapalhou os planos do Sixers, que foram com o melhor jogador de garrafão que sobrou. Foi uma decisão certa, talvez dê certo, mas também não vai mudar muita coisa na Philadelphia.


New York Knicks

Draftados: Iman Shumpert (17th pick)
Trocas: Recebeu a 45th pick do Hornets (Josh Harrellson) em troca de 1 milhão de dólares.

A obvia necessidade do Knicks era defesa. O técnico gosta de ataque. Então o Knicks podia ter ido em zilhões de direções diferentes aqui. No final, acabaram por pegar um bom defensor no Iman Shumpert. Pra mim, não fez sentido, o Chris Singleton é um defensor melhor do que o Shumpert e ainda tava disponível, por exemplo. Tudo bem, o Singleton é SF e iria jogar atrás do Carmelo Anthony a maior parte do tempo, mas ele era um defensor e jogador melhor que o Shumpert. Além do mais, ainda tinham outros jogadores que eram simplesmente melhores que o Shumpert, que apesar de atlético e bom defensor não tem nenhum jogo ofensivo, não tem nenhum tipo de disciplina dentro e fora de quadra e se acha um craque, arremessa muito mais do que devia e as vezes é um buraco negro. É uma grande aposta, mas pra mim uma aposta exagerada demais pra 17th pick. Se ele se comportar, entender suas limitações e melhorar seu jogo ofensivo, pode ter sido uma boa escolha que seria um bom complemento num time que ninguém defende, mas isso é um gigantesco 'SE'. Num time que quer se remontar depois de se destruir todo pelo Carmelo, tinham opções melhores. Ah sim, e o Josh Harrellson é um jogador que nunca vai ter lugar na NBA e não deveria sequer ter sido draftado, ótimo trabalho pagando 1 milhão por ele.

Nota: C-
Uma aposta com riscos muito altos para benefícios mais limitados. Não seria, de forma alguma, a minha escolha, mas o Knicks não costuma usar bem suas escolhas então isso realmente não surpreende ninguém. Não é horroroso, pode ser útil defendendo, mas... Ah sim, pagar 1 milhão por ninguém também não ajuda.


Portland Trail Blazers

Draftados: Nolan Smith (21st pick), Jon Diebler (51st pick)

Trocas: Troca de três times envolvendo Dallas, Portland e Denver:
Portland enviou Andre Miller para Denver e Rudy Fernandez e os direitos sobre Petteri Koponen para o Dallas. Denver enviou Raymond Felton para Portland. Dallas enviou Tanguy Ngombo (57th pick) para Portland e Jordan Hamilton (26th) para  Denver.

Essa troca de três times deu o que falar, principalmente porque nela o Draft teve um papel secundário. O Portland troca seu PG veteraníssimo Andre Miller por um PG mais jovem no Raymond Felton. O Miller já tava no fim da carreira e o Felton ainda tem 27 anos, estão pegando o PG com mais tempo pela frente. O Felton é um PG sólido, não tão inteligente como o Miller mas bom defensor e arremessador e já provou que pode usar o pick and roll com o Lamarcus Aldridge o dia todo. Na prática, só muda mesmo o tipo de PG, trocaram um experiente por um mais jovem pra acompanhar o núcleo mais novo do time. O Rudy Fernandez foi junto, mas não era indispensável, e embora talvez tenha sido um pouco caro, o Blazers não perdeu ninguém essencial.

No Draft, pegaram o Nolan Smith, e eu achei uma boa escolha, só um pouco alta. O time não tinha realmente um PG reserva e o Smith ainda pode funcionar de Combo Guard. É um armador sólido e talentoso, bom defensor, rápido, bom armador e tudo mais. Não é espetacular e talvez nunca chegue a ser um titular, mas é equilibrado e já pode contribuir para o time, e com o tempo se tornar um sólido reserva. única questão é que eles provavelmente pegariam ele algumas escolhas depois, até porque tinham alguns PGs mais confiáveis que ele.

Nota: B-
Pegaram o PG mais jovem que eles queriam e um bom combo guard reserva pra quando o Felton tiver que descansar e os joelhos do Brandon Roy não aguentarem. Talvez tenham pago um pouco mais que o Felton merecia, mas não vão fazer muita falta.


Denver Nuggets

Draftados: Kenneth Faried (22nd pick)

Trocas:Trocou uma escolha de segunda rodada futura com o Lakers pela 56th pick (Chukwudiebere Maduabum)
Troca de três times envolvendo Dallas, Portland e Denver:
Portland enviou Andre Miller para Denver e Rudy Fernandez e os direitos sobre Petteri Koponen para o Dallas. Denver enviou Raymond Felton para Portland. Dallas enviou Tanguy Ngombo (57th pick) para Portland e Jordan Hamilton (26th) para  Denver.


O Nuggets fez o reverso do que o Blazers fez com seus armadores, trocou o Raymond Felton (que disputava minutos com o Ty Lawson) por um armador veterano, que sabe controlar o ritmo de jogo e vai ser um mentor valiosíssimo pro pirralho talentosíssimo do Ty Lawson, que ainda precisa aprender melhor a controlar o jogo, o que o Miller faz de melhor. Caso o Nuggets ache isso dispensável, o contrato do Andre Miller é expirante e não garantido, pode ser usado para liberar teto salarial. Ainda ganhou na troca o Jordan Hamilton, um swingman muito bom, bom defensor, excelente pontuador e reboteiro e que foi um tremendo achado na posição 26, era pra ter sido escolhido umas 10 antes. Ele tem alguns problemas pra jogar em equipe e as vezes força demais o jogo, mas num time com jogo coletivo e sem estrelas talvez isso seja até útil algumas vezes, e o George Karl é capaz de mantê-lo sob controle.

Já o Kenneth Faried é exatamente o que o Denver precisa pra substituir o Kenyon Martin. Bom defensor, excelente reboteiro (foi o melhor da NCAA disparado mesmo sendo baixo) e um jogador que joga com muita energia e raça. É baixo para a posição e seu jogo ofensivo é limitado, mas sua vontade, dedicação, rebotes e defesa seriam úteis em qualquer time, ainda mais um que deve perder um bom defensor, reboteiro e com jogo ofensivo limitado no Martin.

Nota: A-
Trocou um jogador que era dispensável (Felton) por um veterano que vai ser um mentor valiosíssimo pro Ty Lawson e ainda tem alguns anos de bom nível pela frente ou que então pode ser usado pra liberar teto salarial. Além disso, recebeu em troca um swingman sólido capaz de contribuir para o time de várias maneiras e draftou um jogador que se encaixa perfeito nas necessidades do time. Tudo isso tendo a 22nd pick apenas. Não fica muito melhor do que isso... Arriscado, mas um excelente Draft!


Oklahoma City Thunder

Draftados: Reggie Jackson (24th pick)

Trocas: Nenhuma

Um time jovem e promissor que draftou um combo guard pontuador para vir do banco e desafogar a equipe. Nada mau, ainda mais para um time que teve problemas para pontuar em certos momentos durante os playoffs. O Reggie Jackson é muito energético e é o típico jogador que vem do banco para pontuar feito doido. A única coisa que me deixa confuso é que o time já tem o bom Eric Maynor pra ser o PG clássico vindo do banco e o Nate Robinson pra ser o pontuador doente. Provavelmente um dos dois vai dar o fora, meu palpite é pro Robinson, porque deixa o time mais versátil no banco de reservas. Nada espetacular, mas uma boa escolha. Típico de times com escolhas altas, os que conseguem mais (como o Mavs) que são os anormais.

Nota: B-
Um bom jogador, mas ninguém que irá mudar os destinos da Franquia. Satisfeitos com seu time como eles tão, não tinha porque arriscar alguma troca. Aprenda, Danny Ainge.


Boston Celtics

Draftados: Marshon Brooks (25th pick), E'twaun Moore (55th pick)

Trocas: Enviaram Marshon Brooks (25th pick) para o Nets em troca de JaJuan Johnson (27th pick) e uma escolha futura de segunda rodada

JaJuan Johnson é um PF atlético, bom reboteiro e que tem um jogo geral bem razoável, ainda que meio cru. Não tem um grande QI e precisa ganhar massa, mas ele é capaz de fazer o trabalho sujo que antes só o Kevin Garnett fazia. Talvez o Celtics devesse ter tentado um pivô - qualquer um! - que só precisasse ficar em pé no garrafão, mas com um coaching do Garnett talvez o JJJ consiga desenvolver uma defesa feroz o suficiente pra ficar em quadra mais tempo. O E'twaun Moore é um SG versátil e com bom arremesso, mas que dificilmente vai ter espaço no Celtics.

Nota: B-
Saiu com um jogador alto e atlético de garrafão, era o que o time queria. Pronto.

New Jersey Nets

Draftados: JaJuan Johnson (27th pick), Jordan Williams (36th pick),

Trocas: Receberam Marshon Brooks (25th pick) do Celtics em troca de JaJuan Johnson (27th pick) e uma escolha futura de segunda rodada.

Marshon Brooks foi um excelente pontuador no College, mas ainda existem dúvidas se seu jogo pode render na NBA. Ainda assim, ele tem boas habilidades relativas a pontuação e pode contribuir desde já com o Deron Williams, que o Nets sabe que precisa colocar gente em volta dele pra evitar que ele se mande de Free Agent. Um pontuador melhor que o Sasha Vujacic ou o Anthony Morrow já é suficiente pro time ter um upgrade. Ele é meio que uma aposta e curto/médio prazo, mas o Sasha é um desatre imediato, então já tá bom. Já o Jordan Williams é um bom reboteiro, muito forte e que não tem medo de fazer o trabalho sujo no garrafão, tipo um Kris Humphries sem a Kim Kardashian. Vai vir do banco e pegar rebotes quando o Sr. Kardashian e o Brook Lopez estiverem cansados.

Nota: B-
Sem boas escolhas, conseguiram um upgrade imediato (Uma aposta que pode dar bons resultados) e um reserva decente. Não vão ganhar um título com esse Draft, mas ainda tem a Free Agency e o que importa é o Deron Williams não ir embora.

Dia D, de Draft

Finalmente chegou o dia tão esperado, o Draft. Quem acompanhou o Draft da NFL por aqui sabe que eu sou apaixonado por Drafts, porque acho uma das experiencias mais divertidas dos calendários esportivos porque é ao mesmo tempo uma coisa extremamente imprevisível e também o que pode definir o destino curto das franquias, um time que drafta o Kevin Durant na segunda escolha de repente tem uma década de sucesso pela frente e um que aposta no Johnny Flynn se vê na beira de mais um processo de reconstrução e rezando para que o Ricky Rubio seja o salvador da pátria.

Eu falei já sobre as possibilidades por escolha desse Draft nesse post , e ainda que tenha evitado cravar palpites pra cada escolha eu deixei mais ou menos claro quais as possibilidades que eu vejo para cada time (A não ser em casos imprevisíveis de troca, claro). Mas pra não dizer que ficamos sem um Mock Draft, eu, o NBA Pullup do Zeca, o Paixão NBA, o Pula 2, o NBA News Brasil e o Miami Heat Brasil fizemos um Media Mock Draft (É só olhar logo abaixo), um Mock Draft coletivo onde cada um dos blogs é responsável por uma escolha e dá seu palpite, e obviamente cada escolha tem que levar em consideração as anteriores. Por um lado é ruim porque muita gente vai ver seus planos de Draft destruidos pelas escolhas do outro, mas por outro lado é uma ideia muito legal, porque num Draft de verdade você conta com muitas com as ideias de outras pessoas que estão além do seu controle para poderem draftar, então eu achei a experiencia bem legal. As escolhas - bem como quem esteve encarregado delas - estão abaixo.

Media Mock Draft Brasil

1- @MiamiHeatBrasil (Cavaliers) - Kyrie Irving
2- @TMWarning (Timberwolves) - Derrick Williams
3- @NBAPullup (Jazz) - Brandon Knight
4- @NBANewsBrasil (Cavaliers)- Enes Kanter
5- @Pula2NBA (Raptors)- Kemba Walker
6- @MiamiHeatBrasil (Wizards) - Jan Vesely
7- @TMWarning (Kings) - Jimmer Fredette
8- @NBAPullup (Pistons) - Kawhi Leonard
9- @NBANewsBrasil (Bobcats) - Jonas Valanciunas
10- @Pula2NBA (Bucks) - Tristan Thompson
11- @MiamiHeatBrasil (Warriors) - Donatas Motiejunas
12- @TMWarning (Jazz) - Alec Burks
13- @NBAPullup (Suns) - Bismack Byiombo
14- @NBANewsBrasil (Rockets) - Iman Shumpert
15- @Pula2NBA (Pacers) - Marcus Morris
16- @MiamiHeatBrasil (76ers) - Nikola Vucevic
17- @TMWarning (Knicks) - Klay Thompson
18- @NBAPullup (Wizards) - Marshoon Brooks
19- @NBANewsBrasil (Bobcats) - Jordan Hamilton
20- @Pula2NBA (Timberwolves) - Jeremy Tyler
21- @MiamiHeatBrasil (Blazers) - Reggie Jackson
22- @TMWarning (Nuggets) - Keneth Faried
23- @NBAPullup (Rockets) - Markieff Morris
24- @PaixaoNBA via @NBANewsBrasil (Thunder) - Shelvin Mack
25- @Pula2NBA (Singleton) - Chris Singleton
26- @MiamiHeatBrasil (Mavericks) - Kyle Singler
27- @TMWarning (Nets) - Davis Bertans
28- @NBAPullup (Bulls) - Nolan Smith
29- @PaixaoNBA via @NBANewsBrasil (Spurs) - Jimmy Butler
30- @Pula2NBA (Bulls) - Tyler Honeycutt

Em geral, eu achei um bom Mock. Difere um pouco do que seria se eu mesmo fizesse um, mas também não achei que ficou absurdo. Por exemplo, concordo com o Pula2 de que o Kemba Walker sai pra Toronto se o Brandon Knight já tiver saido pro Jazz, mas não creio que o Warriors vá selecionar o Donatas Motiejunas com sua escolha se tiver tantas outras boas opções disponíveis, em especial o Alec Burks, o Marcus Morris e o Bismack Byiombo. Mas como eu disse, no Draft você também depende muito mais das decisões de outras pessoas, então o exercício é interessante. Hoje a noite tem o Draft de verdade, e nós vamos comentar em tempo real via twitter (www.twitter.com/tmwarning) e nos próximos dias traremos pra vocês nossa análise do Draft e os comentários sobre como isso vai impactar o futuro da Liga. Então a NBA vai entrar naquele período chato de negociações e a gente volta pra NFL, trazendo o atrasado e tão prometido resumo analítico do Draft e, claro, mantendo vocês informados de noticias e novidades em ambos os casos. Até de noite!

Media Mock Draft

Vim hoje trazer um aviso: Hoje, às 9h e 30 minutos da noite, eu (www.twitter.com/tmwarning), o NBA Pullup Blog do Zeca e mais três twitters relacionados a basquete (@NBANewsBrasil , @MiamiHeatBrasil e @pula2nba ) vamos fazer em tempo real um Mock Draft da NBA. O sistema é simples, cada um representa uma escolha do Draft (Logo, o time que a tem) e então da seu palpite pro Draft. Ou seja, o responsável pela primeira escolha (MiamiHeat Brasil) vai dar seu palpite com base em quem ele aposta que o Cavs pega na primeira escolha, eu dou meu palpite pra segunda escolha (Wolves) e por aí vai. A Hashtag vai ser #MediaMockBr e está previsto pra começar perto das 9h e 30 da noite de hoje, então quem quiser acompanhar, discutir ou dar palpite, é só estar lá nesse horário e usar essa Hashtag. Amanhã eu posto o resultado final aqui. Até a noite então!

As regras do baseball

Estamos firmes na nossa cobertura do Draft da NBA e esperando pra começar a comentar a sério de NFL, mas muita gente tem reclamado que não tem nenhum esporte pra assistir e matar o tempo. Bom, a NBA e a NHL acabaram de acabar, a NFL não só ainda demora pra começar como também está com o futuro incerto por causa do lockout, então o que nos resta é a MLB.

Só que tem um problema: A temporada regular da MLB é chata. São 162 jogos no total, não é de se estranhar que seja cansativa e desnecessária. Eu já acho os 82 da NBA uns 30 a mais do que deveria, então imagina quando se tem o dobro. O que vale realmente a pena na MLB são os playoffs. Aí sim, são jogos muito mais emocionantes, disputados e interessantes, e é nos Playoffs que está a grande graça da MLB. A temporada regular tem jogos legais, mas ficam perdidos no meio de outros tantos chatos, tanto que mesmo gostando bastante do esporte eu geralmente só acompanho os jogos do meu time (Red Sox) ou então entre dois times fortes, promessa de clássico (também gosto de acompanhar os Yankees pra torcer pelas suas derrotas, mas isso não vem ao caso).

Mas por outro lado, nessa época onde tudo está tão parado e nossa alternativa em termos de esportes (além do nosso querido futebol, claro, Julho tem Copa América aliás) é o futebol americano de arena (Uma versão indoor do futebol americano, inspirado no nosso futsal, e que é mil vezes mais chato que o original), talvez aprender a entender baseball não seja uma má ideia.

Mas baseball é um esporte meio complicado de entender e as vezes até cansativo de assistir. Mas como agora ta tudo parado mesmo e todo mundo clama por algo pra se distrair, eu decidi trazer a vocês uma sinopse das regras do baseball que eu escrevi já faz algum tempo. O melhor jeito de se começar a gostar ou de acompanhar um esporte é entendendo como ele funciona e então ir botar isso em prática, assistindo e acompanhando. A ESPN transmite as vezes (agora nesse período de inatividade deve exibir ainda mais) e no site http://www.mlb.com/  da pra acompanhar lance a lance o que ta acontecendo. Então aos que estiverem dispostos a dar essa chance ao baseball, tentem entender como ele funciona e então coloquem isso em prática. Quem sabe vocês, assim como eu (comecei a assistir por causa desse período parado dos esportes americanos), não acabam gostando do esporte, de um time, e começam a acompanhar?

Ah, uma última coisa. Eu escrevi isso já faz algum tempo, e eu estava morrendo de sono, então pode conter alguns erros bestas ou então não estar muito bem explicado. É só perguntar qualquer coisa nos comentários que eu tiro as dúvidas também. E lembrando que está bem resumido e bem por cima, só para dar uma ideia geral mesmo.

As regras (básicas) do Baseball

No baseball, assim como no futebol americano, os times se revezam em ataque e defesa, mas no baseball não há troca de jogadores entre um e outro. 

O time que começa na defesa espalha seus jogadores pelo campo, coloca um jogador em cada uma das quatro bases e coloca um Pitcher (Arremessador). Para melhor entender, vejam o diagrama abaixo.

Diagrama 1: Posições defensivas

Os três Outfielders (Left, Central e Right) são os jogadores responsáveis por cobrir a parte externa (outfield) do campo. São geralmente jogadores rápidos, já que precisam de velocidade para cobrir uma área maior do campo. Os três jogadores de base (1B, 2B e 3B) e mais o Shortstop (SS) são os responsáveis por cobrir a parte interna (infield) do campo. O Pitcher (P) é o arremessador e o Catcher (C) se coloca atrás do rebatedor adversário para segurar as bolas que passem pelo arremessador e evitar que elas saiam do controle do time.

O time que está no ataque entrará com um rebatedor apenas, seguindo uma ordem pré-determinada, do número 1 ao número 9. Se repararem no diagrama acima, cada time possui nove jogadores na defesa, e esses mesmos nove irão ao bastão rebater quando estiverem ao ataque. Na American League, o Pitcher não precisa rebater quando seu time estiver no ataque, sendo substituido por um jogador que entra apenas para rebater no seu lugar e não joga na defesa, o Designated Hitter (DH).

Para começar a jogada, o pitcher vai arremessar a bola pro rebatedor rebater. No entento, ele tem que arremessar a bola dentro de uma zona imaginária, entre os cotovelos e joelhos do rebatedor de altura e com a largura de uma base (a quarta base, chamada Home Plate, fica imediatamente abaixo dessa área, marcando sua largura), como mostrado no diagrama abaixo.

Diagrama 2: Zona de Strike

Caso no arremesso a bola não passe dentro dessa zona de strike(Strike Zone) e o rebatedor não tente uma rebatida, será marcada uma 'Ball', algo como uma falta do pitcher. Caso num mesmo rebatedor o pitcher tenha quatro 'Ball's, será concedida uma andada automatica ao rebatedor, um Walk, e ele avança uma base. Se houver um jogador já ocupando a primeira base, ele avança para a segunda e assim por diante. Caso o arremesso acerte o corpo do rebatedor fora da zona de strike, ele também ganha automaticamente a primeira base, o chamado Hit By Pitch.

Caso o rebatedor não tente a rebatida mas a bola passe dentro da zona de strike, caso ele tente rebater e erre a bola ou então a rebata pra fora da área válida (Delimitada pelas linhas brancas no diagrama 1), a chamada foul ball, ele recebe um Strike. Tres strikes eliminam o rebatedor (quando um rebatedor é eliminado com três strikes, acontece o chamado Strikeout), e é contabilizada uma eliminaçao para o time que está na defesa (No entanto, uma foul ball não elimina nenhum jogador, nem que ele esteja com dois strikes. Caso ele acerte uma foul ball com dois strikes, nada acontece). Com tres eliminaçoes, o time que estava na defesa vai para o ataque e vice versa.

Caso o rebatedor acerte a bola, temos três situações possíveis:
- Caso ela seja pega antes de tocar o chão pela defesa, o rebatedor é eliminado automaticamente e uma eliminaçao é contabilizada. Todos os jogadores que já estiverem em base continuam onde estão.
- Caso ela toque no chao, o rebatedor deve correr pelas bases até onde conseguir. Caso ele consiga chegar até a segunda base, por exemplo, antes que o jogador da defesa daquela base tenha a bola na mao e um pé na base, ele está 'salvo' e nao pode ser queimado. Assim, ele fica naquela base, e um novo rebatedor entra. No entanto, se ele nao conseguir alcançar uma base antes que o jogador daquela base tenha a bola e pé nela, ele está eliminado. Nessa situação, a partir do momento em que a bola toca no chão, o rebatedor é obrigado a prosseguir para a primeira base. Caso tenha algum jogador nela, ele é obrigado a correr pra segunda, e por aí vai, e portanto a defesa pode eliminar um jogador através dessa bola que não seja o que rebateu, se lhe for mais conveniente. No entanto, se o corredor estiver na segunda base e não tiver ninguém na primera, por exemplo, ele pode optar por permanecer na sua base mesmo no caso de uma ground ball.
- Se a bola for rebatida pra fora da área de jogo, mas sem sair lateralmente daquelas linhas brancas do Diagrama 1, é considerado Home Run, e todos os jogadores do ataque podem avançar livremente as bases que lhes faltam.

Aqui, dois parênteses:

- No caso da bola que é pega antes de tocar o chão, a Fly Ball, os jogadores que estiverem anteriormente em base devem estar com um pé nela no instante que a bola é pega. Mas se tiverem feito isso, se quiserem, podem correr para a próxima base a partir desse momento, e estarão 'salvos' se chegarem antes da bola. Naturalmente, isso só acontece quando a Fly Ball é pega longe da base em questão.

- No caso de uma Ground Ball, quando a bola é rebatida e toca o chão, a defesa pode eliminar mais de um jogador na mesma jogada, basta que a bola passe por duas (ou mais) bases para as quais um jogador se dirige antes que eles cheguem nela, a chamada Double Play.

No baseball, os pontos sao contabilizados cada vez que um jogador do ataque cruza a Home Plate, ou a quarta base, a de onde ele rebateu. No caso de um Home Run, cada jogador do ataque que estivesse numa base soma um ponto.

Caso o time que esteja no ataque sofra tres eliminaçoes, os times invertem as posiçoes e recomeça a brincadeira, com o outro time defendendo e vice versa.

Quando o time do ataque sofre três eliminaçoes, acaba o chamado 'Inning', ou os 'tempos' do baseball. São nove no total. O Inning seguinte começa da mesma forma que o anterior, com os respectivos times atacando e defendendo, a partir do ponto onde parou sua rotação de rebatedores no final do Inning anterior.

Observaçoes:
- Obviamente, vence o time com mais pontos ao final dos nove Innings.

- Caso haja um jogador do ataque em uma base, ele pode tentar correr para a próxima base em qualquer momento que o jogo não estiver parado (Ou seja, quando o juiz não estiver segurando a bola ou então tenha determinado a paralização do jogo). Caso ele alcançe a base em segurança, ou seja, antes que a bola chegue naquela base e o jogador encarregado dela (de posse da bola) encoste no corredor, ocorre um roubo de base. Mas como o arremessador pode simplesmente virar e arremessar a bola para a base que estiver sendo roubada, não é fácil conseguir um roubo de base (Steal). A situação mais propícia para que isso aconteça é durante o ato do arremesso. Quando o arremessador começa o ato do arremesso, ele é obrigado a fazer uma pequena série de movimentos e, uma vez que ele os começou, não pode interrompê-los. Portanto, essa é a hora onde o arremessador fica vulnerável e existe a maior chance para roubar uma base. Para evitar o roubo, o Catcher deve pegar a bola arremessada pelo arremessador o mais rápido possível e jogá-la para a base que será roubada. Se o jogador encarregado da base, em posse da bola, encostar com a luva no ladrão de base, ele está eliminado. Um pitcher também, caso espere o roubo de bola, pode combinar com seu catcher para jogar a bola propositalmente para fora da zona de strike para facilitar que o Catcher consiga jogar a bola para a base.

- Nao podem haver dois jogadores do ataque numa mesma base. Caso um jogador avance sobre uma base, o jogador lá alojado (Se houver) deve ir pra próxima.

- As substituições são permitidas em qualquer momento do jogo, mas uma vez que um jogador sai da partida, não pode voltar mais. O jogador que entrou pode entrar especificamente para rebater, quando o rebatedor da rotação não é bom rebatendo e o técnico acha que é mais importante conseguir a rebatida (Pinch Hitter), quando o jogador que entrou ocupa o lugar de alguém que estivesse em base, o que ocorre geralmente porque quem entrou e mais rápido e pode roubar mais bases (Pinch Runner), ou então caso um Pinch Hitter ou Runner não seja bom defensivamente, pode ocorrer uma substituição defensiva e alguém entra no lugar do Pinch para continuar jogando sem comprometer a defesa.

- Os arremessadores que iniciam a partida raramente a terminam. Se cansarem ou o técnico achar que ele não está bem, ele coloca um arremessador no seu lugar, vindo do chamado Bullpen. Os arremessadores do Bullpen , que geralmente tem menos energia que um titular (Jogam menos innings) mas costumam ter mais força física para conseguir mais eliminações rapidamente, tem três funções: Aliviar um titular quando ele está cansado ou jogando mal, tirar o time de uma situação dificil (Por exemplo com bases lotadas precisando de uma eliminação) ou então fechar um jogo (arremessar no final para garantir que ninguém anote pontos e segure o placar). Para os arremessadores, vale a mesma regra dos rebatedors: Uma vez que saiu, não volta mais.

Acho que, de grosso modo, é isso. Se eu esqueci de alguma coisa ou então vocês tem alguma dúvida, é só perguntar nos comentários ou nos mandar um email. E espero que tenha sido útil, que vocês possam se divertir vendo baseball nesse período sem basquete nem futebol americano. Grande abraço!