Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Um jogo seis pra história

Eles conseguiram o que queriam - e a gente também


Quando acabou o jogo 6 da World Series de 2011 entre Texas Rangers e Saint Louis Cardinals, 10 a 9 para o Cardinals, eu só consegui ficar sentado em estado de choque olhando para a TV. Eu vi David Freese correr as bases e atravessar o Home Plate, seus companheiros esperando para fazer festa, arrancar sua camisa e tudo mais, sem conseguir mover um músculo. Quando terminou a transmissão, entrei na internet e procurei os lances da partida. Assisti uma vez. Assisti duas vezes. Mais ou menos na quinta vez que eu vi o Freese anotar a corrida da vitória, eu finalmente entendi o siginficado daquilo.

Esse foi o melhor jogo de baseball de todos os tempos!

Talvez esse pensamento fosse um exagero. Mas com certeza foi o melhor jogo de baseball da minha vida. Tudo que eu conseguia pensar no dia seguinte era esse jogo. Tudo que me interessava era rever esse jogo. Pouco me importava quem ganharia o jogo 7, se o Cardinals ou o Rangers. Só o que importava era aquele jogo seis e a lendária performance do David Freese e do Saint Louis Cardinals.

Na verdade, esse jogo pode ser encarado como um resumo da temporada do Cardinals. O Cardinals começou o ano muito mal, com seu melhor arremessador Adam Wainwright fora pela temporada com uma lesão no cotovelo, seu melhor jogador Albert Pujols jogando no machucado (e chegou a perder um bom tempo depois), problemas com sua rotação titular e seu bullpen e sem achar seu melhor jogo em campo. A temporada começou, e o Cardinals caiu pra trás na briga pela sua divisão, atrás de Brewers e até mesmo do Pirates. Quando Pujols e o Cardinals - que fizeram ótima troca ao mandar Colby Rasmus em troca de 91 pitchers - finalmente se acharam, o time estava 10,5 jogos atrás do Atlanta Braves na briga pelo Wild Card no final de agosto. Uma classificação parecia impossível e o time já era dado como morto, mas o time nunca desistiu. A liderança de Tony LaRussa e Pujols, a ascenção de Freese e boas atuações de veteranos como Lance Berkman e Chris Carpenter manteve o time unido e competindo, e ajudado por um colapso histórico do Braves, o time chegou à pós temporada vencendo sua última partida, e como prêmio ganhou um duelo contra os favoritíssimos Phillies e sua rotação titular. O Cardinals levou a série até um jogo 5, onde viu Carpenter enfrentar o melhor pitcher da MLB, Roy Halladay.  Halladay foi brilhante, cedendo só uma corrida em um jogo completo, mas Carpenter foi ainda melhor e não cedeu nenhuma corrida na partida inteira. Dai para a World Series foi fácil passar pelo Brewers. Um time que teve uma chegada extremamente difícil e improvável mas que nunca desistiu e achou força nas horas que mais precisou. Parece história de cinema, mas que aconteceu na vida real.

A própria World Series em si foi excelente, apesar do excesso de erros de ambos os times. Um jogo 1 decidido pelo Pinch Hitter Allan Craig, depois no jogo dois o Rangers virando o jogo contra o ótimo Bullpen do Cards com duas rebatidas de sacrifício na nona entrada. Depois o jogo três com a melhor performance da história da World Series, com cinco rebatidas, três Home Runs e 6 RBIs do Albert Pujols. Depois a vitória do jogo 4 e o problema com o telefone do Bullpen (Quando LaRussa ligou para o Bullpen pedindo Jason Motte, e o bullpen entendeu Lance Lynn) colocando finalmente o Rangers na frente, a um passo do título. Aí o jogo 6, lendário, e por fim o jogo 7 com ótima atuação do Carpenter com três dias de descanso e mais um ótimo jogo do Freese pra levar o título. Jogos divertidíssimos, atuações históricas, um bilhão de sub-histórias interessantes (possível última temporada do Pujols em St. Louis, Josh Hamilton jogando lesionado, o duelo entre os técnicos, a ascenção do David Freese, os recordes do Nelson Cruz, etc) fizeram dessa uma das World Series mais divertidas dos últimos anos. Melhor série de playoff da minha vida? Com certeza não, esse título está reservado pra sempre para aquela ALCS de 2004 entre Red Sox e Yankees, NUNCA que ela será superada. Mas melhor World Series da minha vida? Com certeza.

E mesmo assim, eu só conseguia pensar naquele jogo seis. Nem o roteirista mais dramático e clichê escreveria algo semelhante para um roteiro de cinema. Primeiro, a situação: Perdendo de 7 a 5 na nona entrada, enfrentando o excelente closer Naftali Feliz. Dois homens em base, mas também dois eliminados e dois strikes com Freese - segundo anista - no bastão. Mais um strike do seu closer e o Rangers seria campeão da World Series. Mas Freese acertou uma rebatida tripla pro lado direito, anotou duas corridas e mandou o jogo para a prorrogação. Lá, Josh Hamilton, jogando no sacrifício com três lesões diferentes e com visível dor a cada rebatida, acertou um Home Run de duas corridas - segundo ele, Deus disse que ele iria rebater esse Home Run - para recolocar o Rangers na frente, 9 a 7. Mas na parte de baixo, depois de eliminar dois jogadores e conseguir dois strikes novamente contra o Cards, uma rebatida simples do Lance Berkman - espetacular durante toda a temporada - empatou novamente o jogo em 9 a 9. E dai na parte de baixo da 11ª entrada, David Freese, sempre ele, acertou um Home Run pra vencer o jogo de forma espetacular. O Rangers esteve duas vezes a um strike do título, separados por duas corridas,  mas nas duas o Cardinals voltou, anotou as corridas que precisava e saiu com a vitória com um jogo histórico. Tudo que o Cardinals apresentou nessa corrida pro título - vontade, capacidade de superação, nunca desistir... - esteve à prova no mais alto grau. E o time se superou.

Na verdade, o que fez desse jogo tão especial, tão lendário a ponto de me fazer esquecer completamente da importância do jogo 7 e de um título foi justamente que o jogo ao mesmo tempo destrói tudo que você espera e satisfaz seu subconsciente. Nós temos heróis ou batalhas lendárias na TV, em livros e nos filmes, e esperamos ver esse tipo de coisa no nosso dia a dia, o que não acontece sempre. Aquele herói que faz coisas impossíveis, inimagináveis, supera os problemas no último segundo e nos faz pensar "Ufa, eu sabia que ele ia conseguir" está sempre presente na ficção, mas o que nós queremos ver é alguém fazer isso na vida real. Porque vocês acham que os torcedores do Red Sox idolatram tanto o Curt Schilling mesmo ele tendo jogado só quatro temporadas lá? Não é porque ele ajudou o Sox a ganhar dois títulos e reverter a famosa "Maldição do Bambino", mas principalmente por causa de outro jogo 6 lendário, o da ALCS de 2004. O Schilling tinha estourado o tendão do tornozelo na série anterior e não tinha condições de jogo, mas o Red Sox não tinha NENHUM pitcher disponível para o jogo 6 (tanto que no jogo 7 quem jogou foi o Derek Lowe com dois dias de descanso, e de alguma forma ele conseguiu 7 innings e cedeu só uma rebatida) e precisava vencer para manter a série viva (tava 3-2 pro Yankees). Schilling então teve uma operação de emergência e, horas antes do jogo, os médicos do Red Sox abriram a perna de Schilling, amarraram seu tendão com linha e fecharam de novo. Schilling simplesmente entrou em campo assim, arremessou sete entradas, dominou o adversário, cedeu apenas uma corrida e venceu o jogo apesar da dor inimaginável no seu pé e do fato de sua meia estar encharcada do sangue que seu pé não conseguiu segurar. Ele não hesitou um segundo em fazer isso, colocar o resto da sua carreira e até sua capacidade de andar na linha, entrou em campo com um maldito ponto prendendo seu tendão e arremessou um dos jogos mais importantes da sua carreira assim simplesmente porque só ele poderia ter feito aquilo naquele momento! Por isso idolatramos tanto o Curt Schilling. Heróis fazem esse tipo de coisa nos filmes. Schilling fez isso na vida real.

Esse tipo de coisa é rara, mas acontece. O jogo 6 da ALCS de 2004 foi um exemplo. O jogo 6 da World Series desse ano foi outra. Jogos onde nós nos sentimos assistindo a um filme, onde temos trezentas reviravoltas e momentos heróicos até o final, que nos fazem ficar parados nos perguntando se estamos mesmo vendo isso, são jogos que nos levam a um lugar maior como fãs de esportes. Esse tipo de jogo não acontece com frequência, mas quando acontece em qualquer esporte... Não é exatamente pra isso que nós assistimos esportes? Um outro exemplo recente, foi o jogo 4 entre Dallas e Portland na NBA em 2011, quando Brandon Roy - um Superstar em seu auge, que infelizmente teve sua carreira destruida por lesões sérias nos joelhos que lhe tiraram a capacidade de jogar muito tempo em alto nível - fez 21 pontos nos últimos 12:03 minutos de partida (inclusive a cesta da vitória) para ajudar seu time a superar uma desvantagem de 20 pontos. Sua carreira pode estar numa descendente inevitavelmente, mas para sempre sua carreira vai ficar marcada por esse jogo. Um exemplo extremo? O último jogo de Michael Jordan pelo Bulls. Seu último arremesso não foi sensacional porque entrou, mas porque todo mundo sabia que ia entrar, era o final perfeito para o melhor jogador de todos os tempos. A história não poderia acabar de outra forma. Isso acontece com os heróis nas histórias, e Jordan fez isso na vida real. Nós adoramos isso, nós queremos ver esses momentos.

Foi por isso que eu me senti satisfeito ao ver o jogo seis, independentemente do que acontecesse no definitivo jogo 7. O jogo sete era irrelevante, eu queria mesmo era saborear tudo que aconteceu no jogo seis. Eu senti naquele momento que valeu a pena ter assistido todo o resto da temporada só pra assistir aquela partida. Jogos assim são raros, mas cada um nos recompensa, cada um nos leva a um lugar maior. Por isso que nós assistimos esportes. Jogos assim acontecem a cada 10, 100, mil jogos, e nós temos que assistir a todo os outros 999 jogos normais só pra podermos assistir a UM desses jogos. E quando acontece, ele nos recompensa por todo o resto. São jogos que vamos levar pro resto de nossas vidas. E esse jogo 6 da World Series foi um deles. Em 20 anos, eu posso não lembrar dessa pós temporada, posso não lembrar do jogo 7 dessa WS, posso até não lembrar da incrível reação do Cardinals rumo ao título, mas eu com certeza vou lembrar desse jogo 6 e contar para os meus filhos (Se eles gostarem de baseball) que vi esse jogo, assim como vou contar que vi o Curt Schilling jogando sem tendão. Porque esses são os jogos que nós queremos ver como fãs de esporte. Esses são os jogos que nos definem.

Parabéns ao Saint Louis Cardinals pelo título. Parabéns ao Saint Louis Cardinals pela vitória no melhor jogo que eu vi na minha vida. E espero que Albert Pujols volte para tentar fazer tudo isso de novo em 2012.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O outro lockout...

David Stern e Billy Hunter se aposentaram juntos
faz cinco anos. Só que esqueceram de contar para eles.



Eu sei que é quase um crime falar de um assunto tão mórbido quanto um lockout quando a NFL já deixou esses problemas para trás, está a todo vapor e estamos cada dia mais perto desses playoffs, está um bonito dia de primavera e tudo que eu menos quero é falar sobre mais um lockout que pode (e provavelmente vai) nos custar alguns jogos. Mas eu recebi hoje um email de um leitor que se identificou apenas como "Pedro" que perguntava o que era para achar dessas reuniões sucessivas da NBA, se estavamos tendo algum avanço e, de modo geral, em que ponto as coisas estavam. Eu tentei de verdade responder por email como eu costumo fazer, mas não teve jeito. Sairam 5000 palavras. Então vamos tratar desse tema de uma vez por todas.


Eu já comentei várias vezes sobre o lockout da NBA, especialmente em comparação com o lockout que a NFL enfrentou antes da temporada. Quem quiser leituras aprofundadas sobre isso pode ler esse texto comparando os dois de forma mais aprofundada, mas para quem tem preguiça, vamos resumir a questão.


Os dois lockouts começaram de maneira idêntica, pois o CBA (contrato entre o sindicato dos jogadores e a Liga) terminou e ambos os lados estavam emperrando nas negociações para assinar um novo. Mas o motivo que manteve os dois lockouts ativos por tanto tempo foram muito diferentes. O da NFL era uma coisa relativamente simples: A Liga tem um faturamento anual de 9 bilhões de dólares, e os dois lados estavam discutindo quem ia ficar com quanto. Tinham algumas questões menores - salários de calouros, aposentadorias, etc - mas a base da discussão era a distribuição desses 9 bilhões. Ganância em sua forma mais pura. Quando a água bateu na bunda e ameaçou afetar a temporada, os dois lados se juntaram e em seis dias resolveram tudo a tempo de não alterar em nada a tabela da temporada regular (alguns efeitos aconteceram com os times, é só ler aqui, mas não vamos tão longe hoje). Simples.


A situação da NBA nunca foi simples, porque a questão é totalmente diferente. Ao contrário da NFL, que é uma Liga extremamente sólida, equilibrada e lucrativa, o modelo da NBA está se mostrando cada vez mais insustentável. Os times estão, na média, tendo prejuízo. Entrar na Liga não é uma atividade atraente para a maioria. As pessoas estão parando de ir aos ginásios, e a NBA está pagando mais do que pode. Ainda que os 370 milhões que os times alegam ter perdido não seja um número confiável, o ponto é que a NBA parou de ser uma liga sustentável.


Ou seja, enquanto a questão da NFL era simplesmente uma divisão de lucros, na NBA você tem um modelo que não funciona mais. Times gastam mais dinheiro do que ganham, o formato da Liga é brutal com os times de mercado pequeno, que são condenados a sempre terem problemas financeiros para manter seus elencos e em geral só conseguem se manter realmente competitivos quando tem uma base do nível do Kevin Durant. E isso passa por uma questão mais profunda, que é uma mudança de postura do consumidor típico. Hoje em dia, na era da Internet, como você convence um jogador a ir ao estádio, pegar trânsito e gastar mais dinheiro se ele pode assistir confortavelmente um jogo da sua casa pelo League Pass, pela TV ou até por links alternativos? A renda que vinha de ingressos encolheu, e isso também teve um impacto grande nos ganhos que o time tem dentro do estádio (consumo de alimentos, bebidas, equipamentos do time, ou seja, tudo que voce consome dentro do ginásio em um jogo). Essa fonte de renda para os times está caindo, e a verdade é que não existe uma tendência para reverter esse movimento. Times de mercados grandes, que ganham muito dinheiro com cotas de TV, conseguem se manter, mas times pequenos que dependeriam mais da renda vinda dos torcedores estão enfrentando cada vez mais problemas, o que por sua vez é um problema para a NBA.


E aí chegamos, enfim, ao empasse do lockout. Se o da NFL foi resolvido em questão de dias quando a temporada ameaçou sofrer mudanças, porque o da NBA continua no mesmo lugar onde começou mesmo com um mês da temporada praticamente cancelado?


Primeiro, a questão é mais séria do que uma divisão de lucros. Os donos, os que lidam com o dinheiro, sabem que o modelo está deixando de funcionar e que eles precisam corrigir isso, e tentam fazer passar uma série de medidas para aumentar a receita e reduzir os gastos das equipes - menos repasse aos jogadores, contratos mais curtos, o fim da mid level execption... E os jogadores não querem mudar nada, querem que tudo permaneça igual, mesmo que esse "igual' esteja afundando a Liga, argumentando que a culpa é dos donos se eles oferecem contratos exorbitantes para jogadores medianos, como quem diz "Ei, nós não estamos forçando os donos a pagarem 35 milhões pro Travis Outlaw, eles pagam porque querem, nós só aceitamos". De certa forma é verdade, mas é o mesmo que dizer "A culpa não é nossa que meu filho é obeso, não estamos obrigando ele a comer". Ou seja, a justificativa até é válida, mas isso não altera o fato de que tem um problema e, mesmo que vocês não sejam responsáveis por ele, vocês não estão fazendo nada para corrigi-lo. E enquanto os jogadores insistem em "Não vamos ceder!" e "Vocês estão tentando tirar no que é nosso!", sem fazer nada para resolver a questão, os donos insistem em resolver com medidas insuficientes como reduzir a parcela dos jogadores. Enquanto isso, o assunto se prolonga.


Aliás, uma questão que tem passado desapercebida é a seguinte: OS DONOS QUERIAM PERDER UM PEDAÇO DA TEMPORADA DESDE O COMEÇO!! A NBA tem uma temporada regular extremamente e desnecessariamente grande. O contrato de TV é válido pra 2011 da mesma forma. Pouca gente vai realmente surtar se perder umas duas semanas de NBA, ao contrário do que aconteceria se perdêssemos uma semana de NFL, por exemplo. O contrato de TV está pagando normalmente essa temporada, mas se perdermos dois meses de temporada, os jogadores não ganham salário. Porque vocês acham que demorou até agora para os dois lados terem encontros de mais de oito horas? Os donos queriam o tempo todo perder essas semanas. Significa muito menos custos, menos problemas... E os jogadores estão levando na teimosia sem perceber que, mesmo se eles conseguirem uma divisão de 53/47 como eles querem nos lucros, eles já vão ter perdido mais do que teriam se aceitassem um 50/50!


O problema de ambas as partes é que nenhum está pensando fora da caixa. Os dois lados estão vivendo principalmente de teimosia. Um encontro de mais de 10 horas recentemente deu esperanças a todos antes de acabar em nada, acho que o jogo de Banco Imobiliário que eu sugeri pelo twitter seria mais produtivo, pelo menos todos dariam risadas do Dan Gilbert se recusando a vender a carta de Saída Livre da Prisão pro Lebron James. Os problemas estão lá: A falta de receita, o excesso de gastos, a questão dos times de mercado pequeno. E os dois lados insistem no mesmo: De um lado, cortar gastos para proteger os donos, e do outro os jogadores insistindo que tudo está bem.


É tão difícil alguém chegar e sentar com os representantes de ambas as partes, explicitar os problemas e pensarem todos juntos em formas de resolver isso sem ter que recorrer ao que está dando tanto problema? Pra mim o ideal é achar um modelo que dure os próximos dez anos, mas isso não vai acontecer a tempo. Ao invés disso, que tal um modelo de dois anos transitório enquanto se define um modelo definitivo e duradouro? É difícil, mas não quer dizer que não tenhamos alternativas. Falta de receitas podem ser contornadas com patrocínios nas camisetas e nas quadras, por exemplo. O corte de custos é mais complicado, mas não quer dizer que não possa ser contornado: Por exemplo, concedam aos jogadores a divisão de 52/48, mas em troca cancelem a mid-level exception, sign and trades, estabeleçam contratos máximos de quatro anos e dobrem a multa por estar acima do teto salarial. O problema grande dos salários não está nos salários das estrelas - pelo contrário, as grandes estrelas recebem menos do que deviam. O que mata são os salários dos jogadores medianos que fazem 9 milhões por ano, e dos Rashard Lewis que ganham 17 milhões por cinco anos seguidos quando foram contratados para jogar dois. Aumentem o salário máximo a ser oferecido a estrelas, e cancelem benefícios como Bird Rights e Mid Level Exceptions que evitem que times ofereçam monstruosidades aos medianos. Algum mecanismo pra separar as estrelas dos medianos (Talvez algum algoritmo baseado em First e Second Teams All-NBAs ou até All Star Games) e algo que beneficie os times que queiram manter os seus jogadores (Como por exemplo, se um jogador for assinar com um time qualquer, ele pode receber um máximo de X por quatro anos, mas se for uma renovação ele ganha um "bônus" de acordo com os anos que jogou naquele time) são necessários, mas exigem tempo, um tempo que a NBA já comeu.


Franquias em mercados que não podem sustentá-las são uma triste realidade, que não pode ser salva só com essas medidas. Mudar algumas delas para cidades de mercado maior (Mandem o Bobcats para Chicago, por exemplo) e até mesmo acabar com duas delas (Infelizmente nem todas as cidades que tem um time da NBA estão prontas pra isso - é triste mas é verdade) podem reequilibrar as finanças das Ligas e acabar em parte com essas desigualdades. A NBA sempre vai ser desigual, ela não é a NFL, ela não tem condições de subsidiar todos os seus times pra manter igualdade de condições e ainda sobreviver com lucro.


Mas todas essas medidas continuam na cabeça das pessoas como eu, e não nas do David Stern ou Billy Hunter. Esse lockout provavelmente já estaria resolvido se fossem duas pessoas com mais flexibilidade, jogo de cintura e capacidade de pensar fora da caixa. Façam um CBA temporário para as próximas duas temporadas atendendo as questões menores (divisão de lucros, fim da mid-level) e trabalhem durante esses dois anos para criar um modelo sólido que atenda todas as questões discutidas anteriormente e que seja aplicada pelos próximos dez anos que, de uma vez por todas, conserte os maiores problemas desse modelo. Existem vários meios de fazer isso, mas a teimosia de Stern e Hunter continua travando tudo.


E as vezes eu acho que nem eles mesmos perceberam o que tem em jogo aqui. A NBA acabou de sair de uma das suas melhores temporadas de todos os tempos, tem mais estrelas que atraem marketing do que qualquer outro esporte na atualidade, as Finais tiveram um pico de audiência que não tinham há anos, possuem dezenas de jogadores internacionais aparecendo com destaque e estão expandindo sua marca. A NBA está passando por uma fase de visibilidade que não acontecia desde a era Jordan. Cada vez mais pessoas casualmente estão acompanhando NBA, se interessando. E isso pode ser tudo jogado no lixo. A insistência e a teimosia das duas partes empurrou a questão para a beira do precipício, ninguém quer ceder mas ninguém quer achar uma solução no meio termo também. Um mês da temporada já está indo pro saco, e isso pode virar a temporada inteira. É uma situação bem real, que pode acontecer, e a NBA pode perder todo o momento que acumulou. A NBA ainda está achando que, mesmo sem uma temporada, quando ela retomasse as atividades tudo voltaria ao normal, mas não é verdade. As pessoas que estão começando a acompanhar agora não vão manter o interesse depois de um ano parado. Pessoas que já assistiam vão procurar alternativas - NCAA, MLB, NHL - para acompanhar. Os hábitos das pessoas mudam, elas se adaptam às situações, e uma vez adaptadas à vida sem a NBA, não será fácil fazê-las mudar de ideia. Mas ao invés de buscar uma solução, tudo que fizeram após a última reunião foi apontar dedos: O dono do Spurs falou isso, o Dan Gilbert não quer que tenha temporada pro Lebron não ser campeão, os jogadores são isso, etc e tal. Não é hora disso! É hora de sentar e pensar em como resolver essa situação que eles mesmos criaram.


A NHL passou por uma situação semelhante em 2004, com um modelo que não funcionava e pagava muito mais do que era possível. A Liga conseguiu arrumar o problema, mas ao custo de uma temporada. Isso atrasou a Liga em décadas. Seu contrato com a ESPN foi cancelado. O Hockey atingiu seu ponto mais baixo nos EUA em muito tempo, e só agora que está retomando seu espaço. A NBA pode ir pelo mesmo caminho. Uma temporada cancelada não só vai desperdiçar todo o momento que a NBA tem na atualidade, mas também vai retroceder em muito a Liga. As pessoas já estão relutantes em ir aos ginásios, imagina sem uma temporada. As pessoas vão mudar, começar a acompanhar Hockey, baseball, e no final a NBA vai ficar em segundo plano, com a imagem manchada. Não importa a que custo, essa temporada tem que acontecer.


Felizmente, depois de uma extensa reunião de ontem a noite, parece que temos alguns progressos. No entanto, as fontes são divergentes demais para sabermos com exatidão o que está acontecendo. Algumas dizem que estamos tão longe quanto antes. Outras dizem que em nova reunião hoje já podemos terminar o lockout. Não tem como saber ao certo. A impressão que me deu -e pra imprensa de modo geral - é que alguns avanços foram feitos, mas que ainda estamos longe de um acordo. Isso quer dizer que não devemos ter um acerto imediato, mas se for verdade - eles vão se reunir novamente hoje - a chance de termos uma temporada cancelada (que estava muito alta semana passada) caiu muito. Ainda estamos aguardando novas negociações e esperamos pra ver se Hunter e Stern finalmente desceram do pedestal de teimosia e começaram a negociar de verdade, procurando comuns acordos. Muitos jogadores e donos estão irritados com os dois, já está na hora de alguém sair da retaguarda e fazer algo diferente. Não sei se está acontecendo, mas o que eu sei é o segunte: A NBA não pode ter uma temporada cancelada. Não agora.


Atualização: Parece que hoje, 28/10, podemos ter uma reunião pra colocar um fim definitivo no lockout. Espero que seja o caso, mas estou curioso pra ver como será esse CBA, se ele realmente corrige os problemas ou só os remenda.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Pensamentos rápidos da semana 7 da NFL

Já que esses posts são curtos e os leitores tem aprovado, vou continuar com ele enquanto der. Os assuntos importantes (o dessa semana é quase tabu...) ficam pro meio da semana, e a gente aproveita o final e o começo da semana para os posts curtinhos.

Essa semana 7 da NFL foi, na boa, um horror. Pelo menos pros meus palpites, foram só seis certos, com ajuda de um bando de zebras e um bando de times ruins simplesmente sendo ruins. Vamos aos comentários dos jogos da semana 7.


Washington Redskins 20 at 33 Carolina Panthers
Já estava ficando com saudade do John Beck (Mentira). Até que ele não teve um jogo muito ruim, mas mostrou o que todo mundo já sabia: Que ele não tem condições de ser um titular na Liga. E o Redskins ainda perdeu seu RB titular (Tim Hightower) pro resto da temporada e seu melhor Wide Receiver (Santana Moss) por sete semanas. E o John Beck é o QB titular. A temporada 2011 do Redskins acaba de ser morta e enterrada.

Tangente rápida do jogo número 1: Mais 145 jardas para o Steve Smith, que já chegou a 818 (!!!) na temporada. Incrível como dois anos de Jake Delhomme e Matt Moore fizeram todo mundo esquecer de como esse cara era um dos melhores WRs da Liga. A chegada do Cam Newton realmente ressuscitou o pobre Smith, mas o Newton tem que agradecer muito ao Steve, ta sendo um alvo valiosíssimo pra ele. E tinha gente que achava que o Steve Smith do Giants ia tomar o posto de melhor Steve Smith da NFL...

Tangente rápida do jogo número 2: Existe algum técnico que odeie mais Fantasy Football do que o Mike Shanahan? Depois de anunciar semana passada que seu titular seria o Hightower e fazer muita gente escalar o cara no Fantasy, Hightower não tocou na bola UMA vez na semana 6, com o Ryan Torain tendo todo o trabalho - e os pontos. Depois do jogo, disse que Hightower só voltaria a ser usado quando estivesse 100% recuperado e que até lá Torain ficaria com o cargo. Claro que nessa semana, Torain só tocou na bola depois que o Hightower machucou. Ele adora trocar o seu RB titular.. Só pode ser birra contra o Fantasy. E pra quem se interessar, recomendo um ótimo texto do Dave Dameshek da nfl.com que eu postei aqui no blog muito tempo atrás, é só clicar aqui.


Seattle Seahawks 3 at 6 Cleveland Browns
Ta bom que os times são fracos e que eu esperava um jogo bem feio, mas isso é um exagero... Nove pontos? Sério? Chegou bem perto daquele famoso 3-0 que o Steelers fez contra o Dolphins em 2007, mas aquele jogo pelo menos teve a desculpa de uma chuva absurda, a partida foi disputada num campo de lama. Teve até um punt que afundou no chão ao invés de quicar!

Mas Hawks e Browns? Jogo foi feio mesmo. O 49ers vai ter o título de divisão mais fácil de 2011...


Atlanta Falcons 23 at 16 Detroit Lions
Pro Lions, era o jogo pra se recuperar de uma dura derrota e se recompor. Para o Falcons, era a chance de embalar de vez depois de um começo de temporada bem ruim. E o Falcons acabou prevalecendo. Mas duas cosias me chamaram a atenção nesse jogo. Primeiro, que o Lions foi um time nervoso durante todo o jogo. Um time jovem vindo de uma dura derrota na qual seu técnico se descontrolou e sem seu RB titular, até que não é de se surpreender, mas se o Lions quiser dar o próximo passo tem que aprender a passar por cima disso. Muitas faltas bobas, uma certa falta de confiança e muito descontrole emocional estavam explícitos no jogo do time, especialmente na polêmica jogada que acabou com a lesão do Matt Ryan.

Segundo, que o Falcons finalmente está achando sua identidade no ataque. Tudo bem, a defesa foi muito bem e impediu que o Matthew Stafford completasse 50% dos passes, mas o ataque finalmente achou uma forma eficiente de jogar: Correr primeiro, explorar os passes curtos, de forma a abrir a defesa pras bolas longas O Tony Gonzales ainda é o recebedor mais confiável do time e explorar ele nas rotas médias é mais eficiente do que ficar apostando nas bolas longas o tempo todo. Além disso, esse estilo de jogo consome mais tempo e mantém sua fraca defesa menos exposta e mais descansada. Foi mais ou menos o que o Patriots fez ano passado... Só que o Tom Brady é melhor que o Matt Ryan.


Denver Broncos 18 at 15 Miami Dolphins
O Dolphins fez um touchdown para levar o jogo para 12 a 0 no quarto período quando, ao invés de chutar um extra point, tentou uma conversão de dois pontos, sem sucesso. O jogo acabou 15 a 15 no tempo normal. Um extra-point teria vencido a partida para o Dolphins. Tudo bem que eles não tinham como saber disso, mas pra que diabos você tenta fazer o difícil com um ataque patético? Ah sim, Andrew Luck. Eu esqueci.

Por falar nisso, difícil ignorar o Tim Tebow nessa rodada. Acho que ele é o jogador mais polarizador de atenções que eu já vi nos últimos 10 anos na NFL. O que é até engraçado numa Liga de mascarados, mas o fato é que os jogadores em si chamam pouca atenção fora de campo, o que não acontece com o Tebow. Ele jogou mal por 55 minutos, prejudicado pelos fracos recebedores depois da troca bizarra do Brandon Lloyd e pela linha ofensiva que deixou o mundo ir atrás dele. Mas ele não soube se posicionar bem, teve problemas lendo blitzes e errou muitos passes completáveis. Mas aí nos últimos cinco minutos ele liderou duas campanhas pra 140 jardas e 2 TDs, converteu com toda a calma uma two-point conversion pra empatar o jogo e levar a partida pra prorrogação. Diga o que quiser de Tim Tebow, mas ele é um gamer. Ele sabe aparecer quando o momento exige, e faz tudo que for possível para vencer. Ao contrário do Miami Dolphins.


San Diego Chargers 21 at 27 New York Jets
Como o Bill Simmons me lembrou, eu cometi um grande erro ao apostar no Chargers para esse jogo. Era um jogo bastante a favor do Chargers, mesmo fora de casa. Mas que time perdeu mais jogos ganháveis do que San Diego nos últimos anos? E que time ganhou mais jogos aos trancos e barrancos que o Jets nos útlimos dois anos e meio? Era só somar os dois, mas eu me esqueci disso. Sinto muito, sinto muito...

Um último comentário: O Chargers é um bom time, que consegue muitas jardas mas sempre vacila na hora H. Esse ano, não está diferente, especialmente por causa da má temporada do Phillip Rivers. Ele parece jogar sem confiança, como se estivesse com medo de alguma coisa, e está deixando passes pendurados cada vez mais. E ele precisa parar de falhar nos lances chaves - alguma situação ilustra melhor o Chargers do que o Rivers num jogo com 400 jardas mas duas interceptações na red zone em uma derrota por uma posse de bola?



Chicago Bears 24 at 16 London Tampa Bay Buccaneers
Pela segunda semana seguida, o Bears pareceu um time forte de verdade, e se o Bears sonha com alguma coisa essa temporada, é graças ao Matt Forte. Ele não é o melhor jogador da Liga nem o melhor RB, mas nenhum outro RB hoje é tão fundamental para o ataque do seu time como o Forte. Ele é responsável por mais de 50% das ações ofensivas do seu time, seja correndo ou recebendo. O fato é que o Bears é um time muito melhor quando corre primeiro, corre em segundo e passa em terceiro (para o Forte, sempre). Isso libera o Jay Cutler pra trabalhar no play action, onde ele é mais eficiente. Isso garante terceiras descidas mais curtas, que não precisam de tanto tempo para o Quarterback. O Bears é um time mediano, mas tem vencido feio nos seus últimos jogos. O time está começando a vislumbrar a sombra de uma vaga na pós temporada...

E pela terceira semana seguida, o Bucs não sabe o que quer da vida. Uma hora o time está nervoso e apático, outra hora o time é genial e agressivo, depois o time volta a ficar anêmico... É normal esperar isso de um time tão jovem, mas está um pouco demais. O time teve várias chances de interceptar o Cutler ou colocar a bola na Red Zone, mas passes cairam, rotas foram erradas e, em resumo, o time errou em quase todos os fundamentos. O time é bom, mas precisa manter uma certa consistência. Perder jogos ganháveis para adversários diretos de Wild Card não vai ajudar o time.


Houston Texans 41 vs 7 Tennessee Titans
Um "duelo" de Running Backs. De um lado, o Arian Foster do Texans teve mais de 220 jardas entre corridas e recepções, além de três touchdowns. Do outro, o Chris Johnson do Titans teve 18 jardas em 10 carregadas. Adivinha que time ganhou? Pois é...

Aliás, com Andre Johnson com lesões e sem Mario Williams, o destino do Houston está nas mãos e nas pernas do Foster. Ele começou o ano com lesões, mas ontem lembrou todo mundo do que ele é capaz. Ele é um RB muito completo e dinâmico e que causa problemas para qualquer defesa. O jogo aéreo funcionou ontem mesmo sem o Johnson, o que é bom sinal, mas com ou sem o camisa 80 o Foster vai precisar manter o nível se o time quiser sonhar mais alto. Mas por bem ou por mal, a tocha de "Favorito para vencer a NFC South" voltou para Houston. E o Foster carregou ela até lá.

Enquanto isso, o Chris Johnson tem apenas 268 jardas em 93 corridas, uma média de 2,9 jardas por carregada. E pensar que tinha gente que queria pegar ele na frente do Adrian Peterson no draft da minha Liga de Fantasy...

Pittsburgh Steelers 32 at 20 Arizona Cardinals
Como o Zeca bem lembrou nos comentários, eu errei por 55 jardas a distância do touchdown do Mike Wallace. Mas por outro lado, eu tenho certeza absoluta que muita gente no Arizona está pensando "A gente trocou um Cornerback Pro Bowler e uma escolha de segunda rodada pelo Kevin Kolb e achamos que era uma boa ideia??" 50% de acertos. Nada mau, ainda mais depois dessa rodada...


Kansas City Chiefs 28 at 0 Oakland Raiders
O técnico Hue Jackson não sabia quem escalar essa semana, se o recém-contratado-que-não-sabe-o-playbook-e-não-joga-tem-oito-meses Carson Palmer ou o fraquinho Kyle Boller. Sabendo que teria uma semana pra cuidar disso, Jackson variou entre os dois nos treinos, ou seja, não preparou nenhum deles de verdade pro jogo. No primeiro tempo, Boller jogou e lançou três interceptações. No segundo, Palmer jogou e lançou três interceptações. Tudo que vocês precisam saber sobre o Raiders dos últimos nove anos.

Aliás, uma tangente rápida: O Chiefs é um time fraco, mas se vencer o Chargers em casa semana que vem (O Chargers que ama perder esses jogos...) e depois enfrentar a dificílima sequência de Dolphins e Broncos sem nenhuma surpresa... De repente o Chiefs está em boa posição pra tentar brigar pelo topo da divisão e até ir aos playoffs. Eu realmente estou considerando essa hipótese? Apresento a vocês a AFC West!


Saint Louis Rams 7 at 34 Dallas Cowboys
O bom calouro DeMarco Murray correu para 253 jardas, quebrando o recorde da Franquia que já foi de Tony Dorsett e pertencia a Emmitt Smith. Um bom resumo sobre a defesa do Rams.

Na verdade, o Murray é um bom jogador. No entanto, ainda é um calouro e que demonstrou uma facilidade incrível nessa partida. Uma atuação desse nível não é só mérito de um ou demérito do outro, mas vendo o jogo, da pra ver que a defesa do Rams foi realmente uma peneira e que ajudou muito os números do RB, o Murray é bom mas não tão bom assim... Deveriam descontar um fator pelo adversário antes de colocar o nome dele no livro de recordes. É que nem marcar 50 pontos contra o Warriors ou o Knicks, devia vir com asterisco do lado.

Tangente rápida: Algum time na NFL vai ter vida mais fácil até os playoffs do que o San Francisco 49ers? O Niners é um time de playoff que está 5-1. O melhor time da sua divisão está 2-4, o segundo 1-5 e até um bando de manés 0-6. Faltam 10 semanas na NFL e a diferença em termos de record do Niners pro seu perseguidor mais próximo são de 3 jogos, e em termos de jogo a diferença é ainda bem maior. Eu confesso que andei considerando a AFC West e a NFC East pro cargo, mas não tem pra ninguém: a pior divisão da Liga ainda é a NFC West. Além disso, o 49ers também tem um jogo ainda contra o Browns, um contra o Redskins e cinco contra a NFC West (sendo três em casa). Mesmo que o time perca de Ravens e Steelers, o Niners ainda tem totais condições de terminar 13-3 e conseguir uma folga na primeira rodada dos playoffs! (Estou esperando um email com o argumento "Seis vitórias contra times da NFC West deviam contar como três").


Green Bay Packers 33 at 27 Minnesota Vikings
O Packers ganhou, Aaron Rodgers teve um grande jogo, fora de casa e contra o melhor RB da NFL. Eu sei tudo isso. Mas mais uma vez, eu vi algumas fraquezas nesse time do Packers. A defesa do time já sofreu com os ataques de Panthers, Browns e Bears, e agora tomou uma canseira do Christian Ponder. É imperdoável deixar um calouro no seu primeiro jogo de titular converter 8 de 13 primeiras descidas. Além disso, o time permitiu que o Aaron Rodgers sofresse muita pressão o jogo todo, mas especialmente nos momentos decisivos no final da partida. Se o Ponder não fosse um calouro extremamente inexperiente que deu dois presentões pro Charles Woodson, o Vikings possivelmente teria saído com a vitória. Causa para pânico? Nem de longe, o ataque ainda é espetacular e o time é cheio de playmakers dos dois lados da bola. Mas uma pequena rachadura na armadura dos invictos campeões? Talvez...


Indianapolis Colts 7 at 62 New Orleans Saints
Uma patética performance do Colts acabou eclipsando uma excelente performance ofensiva do Saints, que empatou o recorde de mais pontos marcados por um time desde a fusão entre a NFL e a AFL. A atuação do Saints realmente foi espetacular e lembrou todo mundo de como esse time pode ser perigoso quando quer, e o Colts lembro todo mundo de que é muito ruim sem o Peyton Manning.

Aliás, comentaram no twitter e eu achei que valia a pena trazer para cá um comentário sobre a última escolha do Draft. Pra mim, o Colts tem o pior time da NFL, mas o Dolphins está se esforçando mais pra ficar com a última escolha do Draft. É difícil dizer qual deles vai acabar pior. O Dolphins teve a chance de ganhar essa rodada, mas deixou escapar por incompetência. O Colts simplesmente não consegue ganhar. Eu infelizmente não sei quem vai terminar pior, mas temos que aceitar a possibilidade dos dois times terminando 0-16 e a NFL criando sua primeira loteria da história do Draft. E assim como semana passada, eu estou apenas parcialmente brincando.


Baltimore Ravens 7 at 12 Jacksonville Jaguars
O Ravens perdeu mesmo para o Jaguars, não merece estar no top 5 do Power Rankings. Que o Niners suba para o terceiro lugar!!

Eu realmente confesso que não achei que fosse ver o Ravens sendo superado em força física por algum time que não o Steelers e talvez o Lions ou meu 49ers. A defesa do time foi sólida como sempre, mas o ataque continua com problemas sérios. O time ainda não achou um equilíbrio ou uma identidade ofensiva, o Ray Rice está soltando muitas bolas e o Joe Flacco simplesmente não está conseguindo fazer nada acontecer. O time não achou uma forma confortável pra jogar, as vezes corre mais do que passa e vice versa, o que é bom se o seu time está entrosado faz algum tempo mas pode matar times que ainda estão em formação. Além disso, falta uma jogada de segurança para as conversões importantes. Esse ataque estagnou depois de uma ótima apresentação na primeira semana, e se a defesa não conseguiu empurrar o time por cima do Jaguars, então temos um problema em Baltimore. No confronto entre os irmãos Harbaugh no dia de ação de graças, é possível que o melhor record seja do Jim. Levante a mão se você esperava isso antes da temporada. Se você levantou a mão, está mentindo.

sábado, 22 de outubro de 2011

Palpites para a semana 7 da NFL

Esqueçam o Super Bowl, a briga pela primeira escolha do Draft está muito mais engraçada!



Quando comecei a pensar nos palpites pra semana sete, eu percebi uma triste verdade.

Uma rodada da NFL sem um jogo do 49ers não tem a mesma graça.

Eu sempre tive, em qualquer esporte além do futebol, a capacidade em alto grau de assistir a qualquer jogo entre quaisquer times e me divertir mesmo assim (Eu nunca perdi isso, assisti a três quartos de Dolphins vs Jets, eu mereço uma medalha!). Mas uma rodada sem ver meu 49ers jogar me tira um pouco da animação para o final de semana. Talvez porque é a primeira vez em nove anos que meu time está bem, mas o fato é que um jogo do 49ers me faz sentir a NFL de uma forma diferente. Vamos ver se isso muda quando perdermos do Packers nos playoffs, e eu ainda não decidi se isso é bom ou ruim, mas vamos em frente com os palpites dessa rodada (time da casa em caixa alta).


PANTHERS ganha do Redskins
Eu sou uma pessoa modesta e com poucas regras na vida, mas uma delas é esta: Se o John Beck está sendo titular em uma partida fora de casa, então você não aposta no time dele. Se o Redskins ve no John Beck a sua salvação, então eles estão em maus lençois. Vamos ver como o Cam Newton lida contra uma defesa realmente forte no Redskins, mas se eu puder apostar...


CAM NEWTON vai jogar melhor do que John Beck
A aposta está feita. Vamos para o próximo.


Seahawks ganha do BROWNS
O Browns tinha chances reais de ir aos playoffs. Veja a tabela até a sétima semana: Bengals no primeiro jogo do Andy Dalton, Colts sem Peyton Manning, Miami Dolphins, Titans, Oakland (Com o QB titular saindo no intervalo) e Seahawks em casa. Um record de 5-1 não seria algo irreal ao final dessas semanas. Ao invés disso, problemas na defesa, a absurda falta de alvos decentes e os problemas do Peyton Hillis (disputas contratuais, lesões, etc) estão mantendo o Browns em apenas 2-3. Colt McCoy ainda não é bom o suficiente pra resolver sozinho contra uma defensa decente do Seahawks, e Hillis não joga. Por mais que eu odeie fazer isso, vou ter que apostar na incrível dupla Charlie Whitehurst/Tarvaris Jackson. E depois falam que 2011 é o Ano do Quarterback...


MALDIÇÃO DO MADDEN vai ganhar do Peyton Hillis em 2011
A Maldição inovou, atrapalhando a temporada do Hillis na forma de uma disputa contratual. Agora voltou aos velhos hábitos de lesões. Estamos lidando com forças além da nossa compreensão...


LIONS ganham do Falcons
Um jogo extremamente importante para o Lions. Depois de perder um jogo duríssimo e ver todas as suas falhas expostas por um time superior, é extremamente normal ver um time jovem ficar nervoso. Jim Schwartz, ao dar seu piti no final do jogo, por um lado pode ter passado uma mensagem de não aceitar ser passado para trás, mas por outro lado mostrou um enorme descontrole para seus jogadores. Não da pra saber como times jovens vão reagir a isso. Eu só estou apostando no Lions porque a) Eu confio na liderança do Kyle Vanden Bosch e b) Eu não confio no time do Falcons pra um jogo fora de casa. Odeio essa escolha. Vamos para a próxima antes que eu me arrependa...


BUCCANEERS ganham do Bears
O Bears pareceu muito melhor na rodada passada quando enfrentou a desgraça do Vikings do que é de verdade. O Bucs pareceu o time que eu esperava ver em 2011 na vitória contra o Saints, com o Josh Freeman liderando o ataque e uma defesa extremamente agressiva. Mesmo sem LeGarrett Blount, o Bucs é um time forte e que joga muito bem em casa. Ta bom que o jogo vai ser em Londres, mas pelo menos a torcida não vai ser pro outro time. O Bears é um time mediano que tem alguns problemas fora de casa. Eu aposto que o Bucs continua sua recuperação depois da surra da semana 5, a não ser que o Devin Hester continue retornando chutes como se estivesse jogando com os filhos. Indo mais adiante...


BUCCANEERS ficam com uma vaga de Wild Card
Eu não vejo o Bucs ganhando do Saints, mas eu consigo ver o time ficando na frente de Seahawks, Bears, Falcons e quem quer que seja o segundo colocado da NFC East, ficando com a segunda vaga dos Wild Cards e enfrentando novamente o 49ers fora de casa na primeiar rodada (E perdendo). Não duvide do grande JAAASH FREEMAN se ele estiver no seu ritmo. E duvide da qualidade do resto dos times desse Wild Card.


TITANS ganha do Texans
A defesa do Titans é melhor do que recebe crédito, e o Texans continua muito desfalcado. Aliás, vamos especificar isso um pouco mais...


Titans ganha a NFC SOUTH
Uma hora o Chris Johnson vai começar a jogar bem. O Matt Hasselback está parecendo o careca dos velhos tempos. A defesa recebe muito menos crédito do que merece. E o Texans vai entrar num buraco muito grande sem Andre Johnson por enquanto e Mario Williams pro resto da temporada. Muitos buracos ainda na equipe, especialmente sem esses dois.


Chargers ganham do JETS
O Jets foi outro time que pareceu mil vezes melhor semana passada contra o Matt Moore, mas que não vai ter tanta facilidade contra o Phillip Rivers, ainda que ele esteja numa temporada muito abaixo da sua média. O Jets é um time medíocre e o Chargers é um pouco melhor do que isso, que vai jogar extremamente motivado depois dos comentários do Rex Ryan sobre o Norv Turner. O Chargers ainda não convenceu em 2011, e eu acho que chegou a hora.


Broncos ganham do DOLPHINS
Não significa muita coisa, mas pelo menos o Tim Tebow pode se gabar de ser o melhor QB desse jogo. O Matt Moore SOZINHO matou as chances do Dolphins de vencer o Jets, teve todas as chances de começar abrindo uma boa vantagem e preferiu perder o jogo. E se o Dolphins REALMENTE quisesse vencer esse jogo, não estaria fazendo uma comemoração para o título de 2008 do Florida Gators no seu estádio, time esse cujo QB era - surpresa! - Tim Tebow!! O estádio do Dolphins já joga em desvantagem quando joga em seu estádio, imagina agora que estão praticamente fazendo uma festa pro TIM TEBOW. E vocês achando que isso de Suck For Luck era exagero da imprensa...


DOLPHINS com a primeira escolha do Draft
O Dolphins tem uma tabela mais fácil que o Colts, mas o Dolphins está fazendo de tudo que pode para ser o time time da Liga. Se você estivesse de propósito sendo o pior time da Liga, você não daria um jeito do seu QB titular ter uma lesão que o tira da temporada, colocasse Matt Moore de titular, mantivesse de técnico o Tony Sparano e assinasse não David Garrard, mas Sage Rosenfels para ser o seu potencial titular? É claro que sim. Eles não estão nem disfarçando mais.

(E o pior, eu estou apenas parcialmente brincando).


Chiefs ganha do RAIDERS
Esse jogo é perigosíssimo para o Raiders. O Chiefs vem embalado, o Raiders vai jogar com Kyle Boller de titular. Uma derrota aqui do Raiders não é o fim do mundo pra equipe, mas atrapalha na busca pelos playoffs. Carson Palmer não está pronto pra entrar e jogar ainda, e o Boller é um QB fraco. Eu acho que o Matt Cassell vai ser bom o suficiente pra massacrar a bizarra secundária do Raiders mesmo sem um bom jogo terrestre, e que o Kyle Boller não vai conseguir fazer o mesmo quando o Chiefs colocar oito homens pra parar o Darren McFadden.


Steelers ganha do CARDINALS
O Cardinals é um time extremamente medíocre. O Steelers é o time mais assustador da AFC. Eu adoraria ver o Kevin Kolb jogando contra Troy Polamalu e LaMarr Woodley... E sim, eu sou sádico. Essa cena não seria bonita. Mais um jogo de um touchdown, duas interceptações e dezenas de passes a partir do pé de trás do Kevin Kolb e um passe de 40 jardas do Big Ben Roehtlisberger pro Touchdown do Mike Wallace e o Cardinals vai começar a pensar "A gente trocou um Cornerback Pro Bowler e uma escolha de segunda rodada pelo Kolb e achamos que era uma boa ideia?"


COWBOYS ganham do Rams
Sam Bradford não joga. AJ Feeley sim. Em Dallas. Eu realmente preciso explicar essa decisão??

Aliás, parei pra pensar esses dias e existe uma boa chance do Dallas realmente ganhar a NFC East. O Redskins está pensando ainda na questão John Beck/Rex Grossman, e até perceber que os dois são ruins o time vai ter caido fora da briga mesmo tendo uma ótima defesa. O Giants tem vencido alguns jogos de forma convincente e perdido outros de forma bizarra (Leia-se Seahawks), mas não é um time confiável porque tem o Eli Manning e porque está extremamente desfalcado (Embora seja um time melhor do que o esperado antes da temporada começar). E o Eagles, apesar da boa vitória (cortesia do grande Sexy Rexy), ainda tem vários problemas pra solucionar. Se o Eagles engrenar, ainda tem como chegar aos playoffs, mas eu acho que vai demorar mais um pouco. O problema é que o Tony Romo é tão pouco confiável que nem o seu próprio técnico confia nele! A derrota do último jogo não foi porque o Romo jogou mal, e sim porque ele já fez tantas coisas erradas que o time acha que tem mais chances arriscando devolver a bola para o Tom Brady com dois minutos do que deixando o Romo com a bola na mão em um momento decisivo. E isso é um problema sério.


SAINTS ganham do Colts
Ao invés de explicar essa escolha óbvia (Curtis Painter!), me deixem fazer uma tangente rápida: Se o Colts (que tem uma tabela relativamente difícil) terminar com a primeira escolha, o time vai pegar o Andrew Luck. Se isso acontecer, o time mantém ou troca o Peyton Manning? Eu vou deixar esse assunto mais pra frente, mas se trocarem, o meu 49ers pode terminar a temporada 2012 tendo três dos 10 melhores Quarterbacks de todos os tempos!! Não faria sentido trocar duas escolhas de primeira rodada e estádio por mais três ou quatro anos de Peyton Manning (Com um time extremamente completo e bem montado), brigar três ou quatro anos por títulos com Manning, e depois entregar o comando do time a um Colin Kaepernick que passou os últimos anos aprendendo com um dos melhores QBs de todos os tempos?? É claro que faria!! O time seria imediatamente um dos melhores times da NFL e candidato ao título, não está desesperado atrás de escolhas de Draft, tem uma base jovem e sólida e ainda prepararia muito bem o Kaepernick pra assumir a titularidade do time em alguns anos, e o Manning ganha três últimas chances de título em um dos melhores elencos da Liga que só precisa de um grande QB. Me diga um time que faça mais sentido para todos os envolvidos - vocês não conseguem. É só uma questão de oferecer o que o Colts pedir. Por favor, Trent Balkee, eu te imploro!


Packers ganham do VIKINGSO time que levou uma surra do Bears contra o melhor time da NFL? Se o Packers perder a invencibilidade para o Vikings, está na hora de trocar o Aaron Rodgers pelo Christian Ponder porque... Ah, espera, não está não. O Packers vai massacrar o Vikings. Falando em massacre...


Ravens ganham do JAGUARS
Blaine Gabbert
, sem preparo e sem Wide Receivers, contra uma das melhores defesas da NFL. Devia ter uma regra proibindo os times de colocarem os calouros em situações como essa!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Duas longas semanas

Al Davis com certeza aprovaria a troca por Carson Palmer


Não se pode dizer que o Oakland Raiders tenha sido um time relevante nos útlimos anos na NFL. Desde que o Rich Gannon jogou sua última temporada saudável em 2002, o time foi incapaz de montar uma equipe de sucesso, e esbarrou entre muitas outras coisas na sua incapacidade de achar um novo Quarterback pra equipe e seus sucessivos fracassos no Draft. Quando juntamos essas coisas, lembramos que o Raiders foi o responsável pela maior piada da NFL na década de 2000, quando draftou Jamarcus Russell, o QB que foi um dos piores de todos os tempos e que, três anos depois, estava fora da Liga. E olha que desde Gannon, os QBs titulares que já passaram pelo Raiders incluiram Daunte Culpepper, Kerry Collins, Josh McCown, Charlie Frye, Jason Campbell, Bruce Bradkowsky (Até gostaria dele se ele ficasse saudável), Aaron Brooks e até mesmo o saudoso Marques Tuiasosopo (cruz credo!), mas nenhum deles chegou perto sequer de ser um QB para levar o Raiders para a frente (E nem um deles foi o terror que Russell foi).

A verdade é que desde 2002 e do famoso Tuck Rule Game, o Raiders passou a ser um time figurante na Liga. O time tentou sucessivamente sair desse buraco, mas muitas vezes acabou voltando ao esquecimento. A NFL tem um formato que da esperanças para os times que ficam fora dos playoffs, mas o Raiders passou nove anos sem ser relevante na NFL. Nessa temporada, a situação não estava diferente. O Raiders era um time mediocre ao extremo, bom o suficiente para vencer os times fracos da Liga mas nem de longe forte o suficiente para assustar as potências da NFL, o típico time que não vai ter uma temporada tão ruim pra pegar os principais jogadores no Draft mas não vai ser boa o suficiente para algo maior. Essa era a temporada do Raiders até o sábado antes da semana 5 da NFL.

Mas no sábado antes da semana cinco, começou uma série de eventos que acabou sacudindo o time, com a morte do seu dono Al Davis. Quem assiste NFL a pouco tempo provavelmente vai lembrar do Davis como um péssimo dono e GM, que insistia nos mesmos erros e que foi um responsável direto por manter seu time irrelevante por anos a fio. Mas quem acompanha NFL há mais tempo vai lembrar da época que o Al Davis era um dos donos mais revolucionários da Liga, que montava times extremamente competitivos e ferozes que sempre estavam disputando alguma coisa na NFL, que sempre assumia grandes riscos para conseguir grandes recompensas. Ele sempre foi uma espécie de tirano na Franquia e era extremamente difícil de jogar para ele, mas Davis também era excelente avaliando talentos, costurando acordos e montando times muito físicos. Se nos últimos anos sua personalidade difícil e teimosia levaram o Raiders a amargarem momentos difíceis, essas mesmas características montaram grandes times.

A morte de Davis foi um choque na NFL, mas especialmente para os jogadores do Raiders. Muitos dos jogadores do elenco atual do Raiders estão lá porque foram escolhidos por Davis e, de certa forma, rejeitados pelo resto. Jogadores como Jason Campbell estão lá porque Davis apostou neles mesmo quando ninguém mais na Liga os queria. Ele também - com sua esquisita mania de pegar jogadores rápidos no Draft, ainda que sem nenhuma lógica por trás além dessa - draftou jogadores como Darius Heyward-Bey (escolhido antes de Michael Crabtree e Percy Harvin) e Jacoby Ford, mesmo tendo sido ridicularizado na Liga por suas escolhas. Os jogadores que eram escolhidos por Davis acabavam criando uma certa ligação de lealdade com o agora falecido GM, e sua morte causou um forte impacto nos jogadores. Por isso o jogo da quinta semana contra o Houston tenha, talvez, sido um dos mais emocionantes na temporada até aqui. Jogadores como Ford e Heyward-Bey acabaram sendo fundamentais para vencer um jogo disputado que terminou com uma interceptação do Raiders dentro de sua end zone quando o time estava só com 10 defensores em campo. Ou, como o técnico Hue Jackson (outra escolha de Davis) disse, o time tinha 11 jogadores em campo naquele momento, porque foi a mão de Al Davis que desviou aquela bola.

Ainda na ressaca da perda de Davis, o Raiders jogou (e venceu) o fraco time do Browns na semana seis, mas sofreu uma grande baixa com a lesão do seu QB titular Jason Campbell, que provavelmente ficará de fora o resto da temporada. O reserva Kyle Boller não foi mal, mas não tem condições de levar o time até o final e manter suas chances de playoffs vivas (4-2 com o melhor RB da temporada até aqui no Darren McFadden). Foi então que o time fez algo que deixaria seu falecido dono, famoso pelas jogadas de grande risco que realizava, orgulhoso: Trocou uma escolha de primeira rodada em 2012 e uma condicional em 2013 (De segunda rodada, que virará uma de primeira rodada caso o Raiders vença um jogo de playoff até lá) pelo Carson Palmer, que estava fora do time do Bengals desde que tinha se recusado a voltar para a equipe e exigido uma troca.

Essa troca foi claramente motivada pela lesão do Campbell e pela falta de confiança no Boller. O Palmer, depois de jogar mal em 2010 e se recusar a voltar para a nova temporada, foi afastado do Bengals e exigiu uma troca. Mike Brown, do Bengals, se recusou a trocá-lo, dizendo que se ele não queria jogar pela equipe não deveria esperar nenhum "prêmio". Times como Seahawks tentaram desesperadamente trocar por Palmer, mas Brown se recusou a trocá-lo. Até que chegou a proposta do Raiders, e bingo! Trocado em menos de dez horas!

O que aconteceu pra ele mudar de ideia foi simples. No melhor estilo Poderoso Chefão, o Raiders fez uma oferta que ele não poderia recusar. Por mais que ele quisesse segurar Palmer para sua satisfação, uma escolha de primeira rodada e uma de segunda condicional era bom demais pra se recusar. O Bengals tentou se reconstruir aos trancos e barrancos, mas de forma meio confusa. Duas escolhas altas para os próximos Drafts salvam completamente o processo do Bengals: Agora além de uma boa defesa, um bom QB e um bom WR, o time tem três escolhas de primeira rodada e três de segunda nos próximos três anos. Isso faz toda a diferença do mundo, são dois jogadores de alto nível a mais. As escolhas do Raiders provavelmente não serão top 10, mas serão top 20 muito provavelmente. Já está ótimo!

Para o Raiders, por outro lado, essa aposta do Hue Jackson (Ele que costurou a troca) foi extremamente parecido com o que o Al Davis faria: Pagou um preço muito alto por um jogador de muito talento que tem jogado mal. O preço foi alto demais. Você paga esse preço se é o Peyton Manning sem uma perna (ou sem o pescoço), mas você não paga isso por um QB problemático, de 31 anos, que não jogou bem as últimas três temporadas. O preço foi altíssimo e, o que é mais legal, o Raiders sabe disso! Eles sabem que pagaram demais pelo Palmer, que o Palmer não vale isso tudo. Mas eles fizeram mesmo assim. Fizeram a coisa errada, pagaram um preço absurdo por alguém que não vale, mas eles não ligaram. Al Davis está sorrindo em algum lugar!

Quando eu digo que o time fez errado, é basicamente porque o preço foi alto demais. Mas eles fizeram isso por vários motivos. Primeiro, o Palmer provavelmente é o melhor QB que o time tem desde o Rich Gannon. Ele não só é bem melhor do que o Boller como também é melhor que o Campbell, que sempre será um QB medíocre. Ele já teve temporadas de Pro Bowl e, contando com a ajuda do McFadden em mais uma excelente temporada, ele vai tornar o Raiders um time ainda melhor. Tudo bem, ele vem de três temporadas ruins, por isso é uma enorme, gigantesca aposta, mas se ele jogar bem, ele tem boas chances de levar esse time aos playoffs. O time ainda tem uma defesa fraca, uma secundária horrorosa e uma falta de alvos no ataque, mas o time é capaz de jogadas explosivas e agora tem uma boa combinação de QB/RB. O Chargers é um time melhor dentro da divisão e o Raiders vai ter alguma concorrência pelo Wild Card com Bills, Jets e Titans/Texans, mas agora - muito mais do que quando o QB do time era o Campbell ou, pior, o Boller - o time tem condições reais de ir aos playoffs. O RAiders é um time muito melhor com Palmer do que com Campbell, Boller, Collins, Russell ou provavelmente qualquer QB do Raiders pós-2002.

O Raiders, em resumo, é um time melhor. Um time que pode até brigar por uma vaga nos playoffs. O upgrade na principal posição de um time de futebol americano é uma medida que deve ser feita sempre que possível, 90 vezes em 100 isso vai tornar seu time melhor. Eu entendo as razões que levaram o Raiders a trocar pelo Palmer: Muito talento, a chance dele voltar a ser um Pro Bowler... E o descaso pelos riscos que fez o Al Davis tão famoso. Mas agora, vamos pensar por outro lado. O time trocou duas escolhas bem altas de Draft por um QB de mais de 30 anos, ou seja, mais perto do final da sua carreira. No entanto, ao trocar duas escolhas consecutivas altas de Draft, você está basicamente passando a chance de pegar dois sólidos jogadores que podem jogar pelos próximos 10, 12 anos. O Draft é uma forma de conseguir jogadores para os próximos anos, é uma forma de estocar talento para o futuro. Trocar escolhas de Draft para melhorar seu time é uma forma de prepará-lo para vencer agora, sacrificando de certa forma o futuro. Você faz isso quando tem uma base montada, um time competitivo e quer dar o passo final. Se fosse meu 49ers trocando três escolhas de primeira rodada em 2012, 2013 e 2014 pela primeira escolha do próximo Draft e o Andrew Luck, eu acharia ótimo: O time é extremamente jovem, tem uma excelente defesa, um ótimo jogo terrestre, bons alvos e precisa de um Franchise QB pra se tornar um candidato sério ao título nesse momento. Não tem problema trocar três escolhas de primeira rodada se você já tem a sua base montada e pronta para vencer agora e nos próximos anos.

Mas o Raiders não tem uma grande base, e nem um time que vá ficar competitivo só com essa troca. A base do Raiders é bem fraca, o melhor jogador defensivo tem 32 anos (Richard Seymour) e no ataque só o McFadden é realmente um jogador em volta do qual você pode reconstruir. O time vai ter só DUAS escolhas no Draft de 2012, e vai perder sua escolha de primeira ou segunda rodada em 2013. O time está perdendo a chance de ganhar dois possíveis titulares pelos próximos 10 anos pra ganhar um Quarterback de 31 anos que deve ter uns três anos bons pela frente, tempo insuficiente para um time sem uma boa base explodir. O Raiders não tem um grande time e não tem uma boa base. Com ou sem Palmer, o Raiders não é um time que vai competir com os grandes esse ano. O time não tem uma boa base pra ser otimista sobre ser competitivo em dois ou três anos, mais ou menos quando o Palmer estiver parando. E quando o Palmer parar, o time vai ficar sem o QB que tanto custou e vai ter deixado de acumular dois valiosos jogadores para o futuro da Franquia. Sacrificar o futuro é uma tática válida quando você tem um presente pra valer. A não ser que o objetivo do Raiders seja simplesmente ir aos playoffs e tudo está bem, essa troca não faz sentido lógico. Pra isso, o Raiders agora tem time. Pra ir pra um Super Bowl, não.

Pode-se argumentar que o Raiders drafta tão mal que é melhor que não tenha suas escolhas altas. Pode-se argumentar que ir aos playoffs (E quem sabe vencer um jogo se enfrentar, por exemplo, o Texans) já é uma vitória para esse time. O que é verdade. Mas Al Davis sempre foi um megalômano. O Raiders sempre teve uma das bases de fãs mais fanáticas da Liga. O Raiders era um time importante, que brigava por títulos. Ir aos playoffs sendo uma vitória pode ser uma realidade, mas é uma derrota para o que Al Davis fez com o Raiders por tanto tempo (tirando, claro, a última década). O Raiders é um time melhor agora, pode até ir aos playoffs, mas vai continuar sem ser relevante pelos próximos anos. Arriscar alto para receber uma recompensa alta é uma coisa, arriscar alto para uma recompensa mediana e possíveis anos de sofrimento é outra. E que, infelizmente, está se tornado a marca registrada do Raiders nos últimos anos, depois de 30 colocando medo em toda a NFL. O Raiders precisava, mais do que nunca, ter a cara do Al Davis dos anos 80. Infelizmente está assumindo a cara do Al Davis dos anos 2000.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Pensamentos rápidos da semana 6 da NFL

Já que nosso post de pensamentos rápidos foi aprovado pela maioria dos leitores que respondeu à "enquete" no twitter (Ainda aceitamos votos!), voltamos com ele pra semana 6 da NFL. O post realmente impotante e profundo vai ficar pra amanhã, mas ele virá, não se preocupem. Enquanto isso, fiquem com as rapidinhas da semana seis da NFL.


Chris Cooley já está se preparando para a "Era John Beck"

 
Carolina Panthers 17 at 34 Atlanta Falcons
O Falcons conseguiu sair do buraco com uma convincente vitória sobre o Panthers, que pela primeira vez viu Cam Newton tendo um jogo péssimo, não passando para nenhum TD (Correu para um) e sofrendo três interceptações. Aliás, engraçado reparar que por mais que o Cam Newton esteja sendo um calouro sensação, jogando muito bem e fazendo todo mundo pensar "Porque eu não draftei ele no meu time de fantasy?", o Panthers não consegue traduzir isso em vitórias. O jogo terrestre ainda não se encontrou e a defesa está sem seu melhor jogador no MLB Jon Beason, mas o Panthers também tem que contar com o fato de que parte de suas derrotas se devem a jogadas ruins do seu QB. Na verdade, o Panthers conseguiu o que queria: Um Franchise QB (Talento ele tem de sobra, vamos ver se desenvolve), que ainda precisa amadurecer e pegar experiência. Quanto pior o time for agora, melhor será a escolha no próximo Draft. Os maus resultados virão, mas o Panthers não tem que se preocupar com isso por enquanto, ele conseguiu o que queria.

Já o Falcons ganhou de um adversário fraco, em casa, o que não é muita coisa. Se não fosse a lesão do Michael Vick na semana dois, o Falcons estaria 2-4, que nem de longe é um record respeitável, mesmo com um calendário relativamente difícil. A secundária do Falcons (que foi bem) ainda é horrível e o ataque não achou seu ritmo. 



Indianapolis Colts 17 at 27 Cincinnati Bengals
O Bengals foi um time que fez tudo errado (Pegou um QB no desespero mesmo sem a estrutura adequada), mas conseguiu se colocar de volta nos trilhos porque sempre existe um desesperado na NFL, que lhe paga possivelmente duas escolhas de primeira rodada (!!!) por um Quarterback que não estava nem no seu elenco. Agradeçam ao Raiders, torcedores do Bengals (E agradeçam aos céus pela mudança de ideia do Mike Brown. Manter o Carson Palmer na aposentadoria era mais satisfatório porque o QB deu as costas ao time, mas ele não valia nada para o time lá, extremamente mais proveitoso trocar o cara por ativos para seu futuro. Mesmo que não aparecesse um idiota como o Raiders oferecendo duas escolhas de primeira rodada, o time deveria trocar ele ainda esse ano pela melhor oferta disponível - tinham várias - antes que o valor dele caisse a zero).



San Francisco 49ers 25 at 17 Detroit Lions
A briga no final da partida entre o técnico Jim Harbaugh do 49ers e o técnico Jim Schwartz do Lions acabou desviando as atenções do que foi uma excelente vitória para o Niners. Em um jogo contra um time reconhecidamente forte e com um ataque explosivo, jogando ainda fora de casa num Dome extremamente barulhento e difícil de jogar (ainda mais com um time imaturo e cheio de jogadoers inexperiêntes), o 49ers saiu com uma apertada vitória graças à sua defesa, que desmontou completamente o poderoso ataque do Lions. O time cometeu 15 faltas, sua linha ofensiva (com seu melhor jogador machucado) foi completamente dominada pela linha ofensiva do Lions e Alex Smith não jogou bem, mas mesmo com todos esses problemas o time ainda saiu com sua terceira vitória de virada fora de casa na temporada. Se o time - com muito espaço para evoluir e sem seu segundo melhor Wide Receiver - consegue vencer um time tão forte num estádio tão difícil sem jogar seu melhor jogo, é porque esse time é pra valer. Uma pena que a briga entre os técnicos tenha desviado a atenção desse fato.

Aliás, eu não consigo deixar de comparar essa briga com a briga que aconteceu no jogo 6 das Finais da NBA. Não porque foram parecidas (não foram), mas sim porque os comentaristas da ESPN (Americana e brasileira) transmitiram e comentaram as brigas trezentas vezes e não conseguiram identificar porque elas começaram (Para quem não lembra, o DeShawn Stevenson e o Udonis Haslem brigaram depois que o Haslem fez um sinal de três pontos com a mão depois de uma bola de três e trombou de propósito no Stevenson, mas ele fez isso porque antes o Stevenson acertou uma bola de três pra fazer 40-28 pro Mavs e fez esse sinal de três pontos com a mão na frente do banco do Heat. Quando o Heat virou o jogo com uma bola de três, Haslem fez o mesmo, cortando o Stevenson e indo até o banco do Dallas). O problema não foi o aperto de mão forte ou o tapa nas costas, e sim porque o Schwartz (Que passou o jogo todo xingando e provocando Harbaugh, apesar de ninguém comentar esse fato) ficou puto porque o Harbaugh saiu pulando e comemorando quando conseguiu a vitória como o Jim Schwartz sempre faz quando ganha. Schwartz sempre sai pulando e comemorando feito um maluco quando seu time consegue a vitória, e ficou bravo porque outro técnico fez a mesma coisa quando ganhou do time dele.

A comemoração do Harbaugh foi exagerada? Sim, um pouco, mas NADA justifica a reação do Schwartz. Ele estava frustrado porque seu time perdeu, mas mesmo se Harbaugh tivesse xingado até a 15ª geração da mãe dele, nada justificaria. O próprio Schwartz vive provocando os adversários que estão perto da lateral, porque quando alguém o provoca ele sai querendo briga e falando em "quebra de protocolo"? Por favor... Intensidade é uma coisa importante, que Schwartz trouxe para os mornos Lions quando chegou. Mas descontrole é outra totalmente diferente, e que pode ter impactos muito desastrosos em times jovens como o do Lions (Antes que alguém negue, eu acompanhei 16 rodadas de Mike Singletary, eu sei do que eu estou falando).



Saint Louis Rams 3 at 24 Green Bay Packers
Alguém realmente esperava um resultado diferente? Se o Packers perdesse esse jogo merecia ser eliminado dos playoffs mesmo terminando 15-1 (Eu ainda defendo a existência de uma regra que diz que nenhum time que perdeu pro pior time da Liga pode ir aos playoffs).

Mas o Rams vai ganhar o reforço do Brandon Lloyd (que foi trocado por uma escolha de 5ª rodada pelo Broncos. Excelente estratégia por parte do Broncos, dar o comando do ataque a um QB com pouca experiência em uma situação de extrema pressão e trocar o seu melhor alvo por absolutamente nada. Alguns times merecem passar mais 40 anos sem títulos...) pras próximas rodadas, o que vai ser ótimo pro Sam Bradford continuar se desenvolvendo, mas os problemas do Rams são muito mais profundos do que isso - a defesa e a linha ofensiva, pra começar. Mas já é um bom começo, até porque veio de graça.


Buffalo Bills 24 at 27 New York Giants
O Giants é um bom time extremamente desfalcado. O Bills é um bom time em desenvolvimento, jogando sem seu melhor defensor (Kyle Williams). Foi um dos jogos mais interessantes da rodada, que evidenciou a fragilidade da defesa do Giants (dois TDs de mais de 60 jardas), mas como o Giants soube explorar a ausência do Williams e anotar TDs com o Ahmad Bradshaw a torto e a direito... O Bills tem uma defesa agressiva e que sabe forçar turnovers e um ataque explosivo, mas o time ainda sofre bastante de instabilidade e não tem uma defesa de contenção forte. É um time que tem chances concretas de playoffs, mas que ainda não é um time para incomodar os grandes. Já o Giants está de mansinho, quietinho, chegando ao topo de uma divisão que está muito abaixo das expectativas... Se você usar o argumento certo (Por exemplo que o 49ers de 2011 é melhor do que qualquer time da divisão), você pode argumentar que ela é a pior divisão da NFC (Embora o nível ridículo dos outros três times da West dificulte demais que essa discussão se prolongue de forma lógica e racional).


Jacksonville Jaguars 13 at Pittsburgh Steelers
LaMarr Woodley voltou. Os Steelers sentiram a sua falta. Mantenho a minha tese de que o Steelers é um time extremamente assustador que está tendo um começo lento e com problemas pontuais, que pode explodir se chegar nos playoffs, especialmente se continuar desenvolvendo o jogo terrestre (E também a tese de que o Jaguars está muito mal e é candidato ao Andrew Luck. David Garrard está sorrindo).


Philadelphia Eagles 20 at 13 Washington Redskins
Eu avisei a todos vocês sábado: Nunca apostem contra Rex Grossman numa disputa de turnovers. Foram quatro interceptações do ex-QB do Bears, sendo que o Safety Kurt Coleman recebeu mais passes dele do que qualquer jogador do Redskins. O Eagles mostrou uma nítida evolução defensiva (especialmente na defesa terrestre) e evitou seus turnovers. Tirando aquela patética interceptação do Vince Young, mas a gente releva. 

O Eagles respira na NFC East - com dificuldade, mas respira. Já o Redskins ganhou um problema quando Grossman foi para o banco para a entrada de John Beck. Releia essa frase e tente NÃO sentir pena do Redskins. Grossman não vinha jogando mal (também não estava jogando bem), mas porque ele pouco precisou fazer. Ele se descontrolou muito fácil e mostrou sua antiga falta de precisão. E acreditem, o Beck não vai resolver nada. O Redskins acabou de dar cinquenta passos para trás na busca pelos playoffs. Eu já disse e repito, se você está tendo que escolher entre Beck e Grossman, você está condenado de qualquer jeito. Sorte que a defesa é muito boa e todos os times da divisão estão com problemas.


Houston Texans 14 at 29 Baltimore Ravens
O Ravens não está chamando a atenção - tirando a primeira semana, o time não teve grandes vitórias ou atuações exuberantes. No entanto, o time está bastante sólido (especialmente a defesa) e teria vencido esse jogo mesmo sem anotar touchdowns (Foram cinco Field Goals). Joe Flacco passou pra 300 jardas, Ray Rice correu para 100 e o time limitou Arian Foster a 50 jardas em 14 carregadas (Com as mesmas 14 carregadas o Frank Gore teve 140 jardas, por exemplo). Tudo bem que o Texans é um queijo suiço com tantos desfalques importantes, mas o Ravens está conseguindo se impor nos seus jogos, o que é muito importante. Se eu fosse fazer um Power Rankings hoje, o Ravens estaria em terceiro. Não por brilhantismo, mas por eficiência.

Já o Texans - um time forte e com chances de ser competitivo se não fossem as lesões - só pode sentar e chorar. A volta de Andre Johnson deve impulsionar o time para brigar com o Titans pelo título da divisão, mas o teto do time está comprometido pela falta do Mario Williams. É horrível ter um time competitivo e saber que você vai ter um ano jogado fora por lesões, mas é o que acontece aqui. Mesmo assim, ir aos playoffs pela primeira vez já seria uma vitória para a franquia caçula da NFL.


Cleveland Brown 17 at 24 Oakland Raiders
Esse jogo vai ficar sem comentário por um bom motivo: Amanhã teremos um post inteiro dedicado ao Raiders. 

Aliás, temos dois comentários sobre o Browns: Primeiro, o corpo de recebedores é uma droga. Segundo, a maldição do Madden continua viva por mais um ano. Vamos ao próximo.


Dallas Cowboys 16 at 20 New England Patriots
Um dos jogos mais interessantes no papel acabou sendo um dos mais interessantes (e feios) da rodada. Ao contrário do que eu esperava, não foi um jogo de ataques. Na verdade, os ataques foram muito mal. Foi um jogo de defesas. Os ataques erraram demais desde o começo, e as defesas aproveitaram. O Cowboys cometeu dois turnovers e o Patriots cometeu quatro turnovers, sendo duas interceptações do Tom Brady, que não se sentiu confortável nos primeiros 57 minutos de partida e foi muito atrapalhado pela defesa de Dallas. Por outro lado, a defesa do Patriots, que vinha jogando muito mal, fez um ótimo trabalho e manteve o Patriots no placar apertado apesar dos erros do ataque.

O Dallas chego aos minutos finais da partida com a vantagem no placar, mas o jogo foi decidido por um simples fator: Um time tinha Tony Romo, e o outro Tom Brady. Com a bola em boa posição e a vantagem no placar com pouco mais de três minutos no relógio, o Dallas não teve confiança em Romo - chamou duas jogadas de corrida seguidas, que renderam -3 jardas, e depois de uma false start outra corrida pra devolver a bola pro Tom Brady com mais de dois minutos no relógio. E ele, depois de ter tido um jogo muito fraco, chamou todas as jogadas e conduziu uma excelente campanha que acabou com um passe maravilhoso para o TD da vitória. Eis a diferença entre Tom Brady e Tony Romo: Em um deles, você pode confiar em situações difíceis. No outro, não.


New Orleans Saints 20 vs 26 Tampa Bay Buccaneers
Semana passada, depois do meu Niners enfiar 48 a 3 no Tampa Bay em casa, eu propus algumas perguntas para uns amigos, e uma delas era se o 49ers era um time pra valer na NFC. Eu não me surpreendi que a resposta da maioria foi "não", mas o que me chamou a atenção foi que a principal justificativa foi "eles não venceram nenhum time bom ".

É incrível como as pessoas esquecem que o Tampa Bay Bucs É um time bom. Eles foram dominados por um time melhor e fora de casa, mas isso não quer dizer que o time seja ruim. O time é extremamente jovem e inconsistente, então é normal alguns deslizes. Além disso, o time ainda é muito imaturo e, depois de um começo dominante do 49ers, o time se descontrolou e afundou cada vez mais contra um time que não estava disposto a pegar leve com eles. Então de certa forma essa vitória sobre o Saints nos lembrou de como o Bucs é um time perigoso, especialmente quando o nosso querido JAAAAAAAAAAASH FREEMAN está calibrado. Ele jogou muito bem, conduziu boas campanhas e judiou da secundária do Saints, mesmo sem a ajuda do ótimo LeGarrett Blount. A defesa também foi muito bem e interceptou três vezes Drew Bress (Um problema para o Saints, são oito em seis jogos), inclusive no final do jogo, quando JAAAAASH FREEMAN mostrou que tem culhões pra conseguir duas primeiras descidas e matar o jogo. Quem sabe agora as pessoas lembram que o Bucs é sim um time forte. O Saints vai lembrar...


Minnesota Vikings 10 at 39 Chicago Bears
Alguns times tem o dom de fazer os adversários parecerem melhores. O Cardinals fez isso com o Vikings semana passada, e agora o Vikings passou isso adiante para o Bears. O Bears pareceu um time completíssimo nessa partida: A linha ofensiva foi muito bem, a secundária não deu espaços e o Jay Cutler pareceu imparável. O Celo chegou a me mandar uma mensagem falando que o Bears ia brigar pelo título da divisão! Nunca subestimem o poder de um time solidário. E por falar em times solidários que fazem seus adversários parecerem bons...


Miami Dolphins 6 at 24 New York Jets
Matt Moore, fora de casa, num Monday Night. Tudo que vocês precisam saber sobre esse jogo. Uma boa noite e até amanhã.

sábado, 15 de outubro de 2011

Palpites para a semana 6 da NFL

Chegou o momento de canalizar nosso Walter Mercado interior


Eu não costumo fazer esses palpites por rodada, mas as vezes a vontade fica mais forte que a gente. Vamos fazer um teste e ver como vocês reagem, se gostam ou não (Times que jogam em casa em maíusculas). O post de sábado sobre os efeitos do lockout está logo abaixo.


Panthers ganha do FALCONS
Mesmo sem John Abraham, o Falcons foi absolutamente incapaz de colocar pressão no Aaron Rodgers mesmo jogando contra a linha ofensiva quase reserva de Green Bay. Se a linha de frente não consegue fazer nada e a secundária é uma das piores da Liga, eu não consigo apostar nesse time contra o Cam Newton, especialmente sem o seu segundo melhor Wide Receiver. O Matt Ryan parece que só joga em anos pares (Offensive Rookie of the Year em 2008, jogou mal em 2009, jogou muito em 2010...) e o Falcons é um time psicologicamente abalado. Cam Newton está tendo seus números inflados por uma conjuntura favorável aos QBs, mas o talento dele é real e a secundária do Falcons não vai conseguir segurá-lo, especialmente se o Panthers tiver espaço para correr com a bola.

(E sim, eu sei que estou pegando um calouro que joga fora de casa, em um Dome, contra uma das torcidas mais barulhentas da NFL e contra um QB que só perdeu três vezes em casa na carreira em um jogo que provavelmente vai afundar o Falcons se eles perderem... Vamos em frente antes que eu mude de ideia aqui).


BENGALS ganha do Colts
Eu ainda acho que Andrew Luck vai fazer sua carreira em Miami. Eu ainda acho que o Curtis Painter não está jogando mal e que o Colts tem orgulho demais pra aceitar ser o pior time da Liga. O dono do time negou os boatos de que estaria tentando trocar Reggie Wayne e Robert Matthis. Ainda assim, olhando a tabela do Colts, eu consigo facilmente me convencer que o time começará 0-9 (Enfrenta, depois do Bengals, Saints, Titans e Falcons antes de pegar o Jaguars). E pra mim o Colts não vai vencer o Bengals. O Bengals é um time construido para vencer jogos apertados contando com sua defesa. Andy Dalton está jogando bem e cometendo poucos erros, o suficiente pra deixar a defesa fazer seu trabalho. Se ele não cometer erros que se transformem em pontos fáceis para a defesa do Colts, o Bengals vai ganhar esse jogo com tranquilidade.


49ers ganha do LIONS
49ers, Lions e Bills tem o mesmo record combinado de Saints, Packers e Patriots. Se você está falando que antes da temporada começar você acreditava nisso, você está mentindo.

Lions e Niners são duas das três "Feel Good Stories" de 2011, junto do próprio Bills. Eu não sei exatamente o que me levou a escolher o Niners, fora de casa, num Dome extremamente barulhento e contra o Calvin Johnson ainda... Talvez porque eu torça por eles (possível), talvez porque eu esteja com sono, ou talvez porque eu simplesmente acredite que o time do 49ers seja mais completo que o de Detroit, mas Detroit tem um pass rush absurdo e o combo Matthew Stafford-Megatron ainda está pra ser quebrado nessa temporada. O 49ers não tem nenhum Safety grandalhão pra ficar trombando com o Megatron, quem chega mais perto disso é o bom calouro Chris Culliver, mas acho que não vai ser agora que vão parar o camisa 11. Mesmo assim, eu acho que o 49ers tem como vencer. A chave desse jogo está no confronto entre a linha ofensiva do 49ers (Que está jogando muito bem depois de um começo ruim) e a linha defensiva do Lions (que fica mais assustadora se Nick Fairley jogar). Se a linha ofensiva do 49ers conseguir segurar a barra, o 49ers vai conseguir controlar o jogo terrestre e dar tempo ao Alex Smith para explorar a vulnerável secundária do Lions. Se a linha defensiva do Lions conseguir tirar Frank Gore do jogo e obrigar o 49ers e vencer com um Alex Smith sobre pressão... Eu provavelmente não apareço para postar segunda feira.


PACKERS ganha do Rams
O Rams é um dos cinco piores times da Liga. Nesse momento, o Packers é o melhor time da NFL. Boa noite e dirijam com cuidado.


GIANTS ganha do Bills
Eu gosto do time do Bills, acho que eles vão manter um bom gás durante a temporada toda (e não dar uma de Broncos pra cima da gente) e que com o seu elenco jovem esse time ainda pode evoluir bastante. Eu também acho o Giants (com os desfalques atuais) um time fraco e o Eli Manning é o Quarterback mais bipolar de toda a NFL. Ainda assim, eu acho que o Bills vai ter alguns tropeços naturais pelo caminho. O Bills está tendo um ótimo sucesso interceptando a bola, e eu SEI que não existe QB na Liga melhor pra isso do que o Eli Manning. Acreditem, eu sei disso. Ainda assim, o Eli Manning está vindo de um péssimo jogo (o que pode indicar que ele vai ir bem nesse) e eu estou convencido de que o Bills arrancou das mãos do Seahawks o título de "maior vantagem por jogar em casa na NFL" (O título de "menor vantagem por jogar em casa na NFL" ainda é do Dolphins), mas que não vai tão bem fora de casa. Além disso, eu acredito que Justin Tuck e Michael Boley podem jogar e ajudar a parar o Fred Jackson. Droga, eu estou odiando essa escolha, vamos pro próximo.


STEELERS ganha do Jaguars
Eu tenho certeza que a cada rodada que passa, o David Garrard liga para o Jaguars e pergunta se eles estão com saudade. Só não foi a pior decisão pós-lockout da NFL porque... porque... Espera, FOI a pior decisão pós-lockout da NFL. E vocês se perguntam porque alguns times passam anos sem relevância na Liga.


Eagles ganha do REDSKINS
Todo mundo, a essa altura do campeonato, já entendeu como fazer pra pontuar contra a defesa do Eagles. Correr pelo meio, abusar dos passes para o Tight End e aproveitar WRs com velocidade para queimar os fracos safeties do Eagles. De preferência, isso deve vir acompanhado de alguns turnovers do ataque. O Redskins tem as ferramentas para fazer isso, mas não em nível muito alto, e eu ainda não confio no Rex Grossman.

Aliás, da pra notar um padrão nas derrotas do Eagles: O time consegue muitas jardas no ataque, geralmente mais que o adversário, mas não consegue controlar o relógio e perde a batalha dos turnovers por grandes margens (as vezes o Michael Vick sai machucado também). Na verdade, o que está matando o Eagles (que tem um dos ataques mais talentosos da NFL) ofensivamente é estar sempre disperdiçando suas campanhas com turnovers, e a defesa ainda não está jogando de forma a forçar também vários turnovers dos adversários. Ainda assim, uma hora esse time vai pegar no tranco, e eu nunca vou apostar contra o nosso querido Sexy Rexy numa batalha por turnovers. Ele ganhou o benefício da dúvida nisso.


RAVENS ganha do Texans
Num primeiro momento, Joe Flacco parece genial. No outro, parece o Mark Sanchez. Mas eu acho que, dessa vez, não vai importar nem um pouco, poderia ser o saudoso Trent Dilfer de QB que o Ravens não ia perder de um Texans sem Andre Johnson e Mario Williams. O Matt Schaub é bom, mas sem um WR que aumente o campo, atraia os safeties e mesmo assim consiga 120 jardas e 2 TDs por partida ele não vai conseguir fazer mágica. A chance do Texans é o Arian Foster vencer a defesa terrestre do Ravens. Fora de casa. Ainda é tarde para me candidatar a QB do Ravens pra essa partida?


RAIDERS ganha do Browns
O "efeito Al Davis" vai manter Oakland focado, a torcida vai estar barulhenta e o Colt McCoy provavelmente vai lançar a bola 60 vezes de novo (É sério, ele já lançou isso num jogo essa temporada). Desnecessário falar que se o seu QB está lançando 60 vezes a bola é porque você não tem a menor ideia do que está fazendo em campo. O time tem Peyton Hillis, mas não usa, e é desnecessário falar que dividir os toques do Hillis com o Montario Hardesty é uma das piores decisões do time. Eu gosto do McCoy, mas eu ODEIO o corpo de recebedores do Browns, e a melhor forma de vencer o Raiders é explorando aquela secundária horrorosa. O Browns tem uma das piores defesas terrestres da Liga e o Raiders tem o Darren McFadden. Será que é tarde pro Browns pedir desculpas e tentar contratar o Lebron James pra jogar de Wide Receiver?

(Ah é, eu esqueci, ele vai levar seus talentos para Seattle)


Saints ganha do BUCS
O Bucs são um time melhor do que recebem crédito, mas precisam convencer ofensivamente essa temporada. Não é falta de talento, o que sobra em Tampa, e sim de maturidade e experiência, o que é comum quando a média de idade do seu time é 13,5 anos mais o Ronde Barber. Já o Saints está embalado, tem o segundo melhor time da NFL no momento e uma vitória aqui vai dar ao Saints o momento dentro da divisão que ele precisa. Eu odeio deixar o Bucs de lado, mas eles pegaram um péssimo matchup pra seguir aquele massacre em San Francisco semana passada.


Dallas ganha do PATRIOTS
Minha primeira reação para esse jogo foi "Credo, é lógico que o Patriots vai esmagar a defesa do Cowboys, não tem nem o que pensar". Mas ai eu comecei a pensar... Para ganhar do Patriots, você precisa lançar a bola bastante (a secundária é fraca e o pass rush, inexistente) e contar com uma boa atuação da sua defesa. Mark Sanchez não tinha a menor condição de fazer isso, mas Tony Romo talvez tenha. Por três quartos, mas enfim. Ainda assim, Miles Austin deve voltar, e o Dallas tem tudo pra conseguir jogar um jogo de placar muito alto contra o Patriots, que vai ter sua defesa sem Jerod Mayo, sem Leigh Booden e provavelmente sem Vince Wilfork também. O ataque do Patriots é melhor porque tem Tom Brady, mas se o jogo acabar sendo de placar muito alto, eficiência na red zone será importante, e ai a melhor defesa do Dallas vai levar a vantagem. Essa é minha aposta de zebra pra semana. E eu sei que escolhi os times de Romo, Manning e Smith pra vencerem essa semana, mas eu juro que não tenho tara por QBs bipolares.

(Tangente rápida: O quão engraçado seria se o Lebron realmente fosse para a NFL, mas decisisse ser o Wide Receiver do Cowboys? Isso traria uma cacetada de histórias interessantes: O Dallas teria um WR sobre-humano pro Rob Ryan poder provocar o Megatron (e levar mais 100 jardas e 2 TDs no quarto período na fuça); seria o jogador mais odiado em toda a história da NBA por desertar da Liga (Ah, espera, ele provavelmente já é); a cidade de Cleveland explodiria quando ele pegasse 2 TDs, 130 jardas e desse uma enterrada na cabeça do Joe Haden contra o Browns; e o Dallas seria um time que seria dominante durante os três primeiros períodos mas jogaria com 9 jogadores no quarto período, com direito a uma rivalidade Romo vs Lebron para ver quem sumia melhor nos momentos decisivos até o Dallas receber uma falta por 10 homens em campo. Venha para a NFL, Lebron, estamos te esperando!)


Vikings ganha do BEARS
O Vikings é um bom time preso em uma espiral de desgraça que tem problemas em algumas posições chaves e por isso parece pior do que é de verdade. Mas eles tem uma defesa sólida, o Jared Allen vai bater o recorde de sacks nessa partida contra isso que chamam de linha ofensiva do Bears(não pra uma partida, pra temporada inteira) e o Adrian Peterson, se tocar na bola o que deveria estar tocando desde o começo do ano, vai totalizar 200 jardas e 3 Touchdowns. Ah sim, ajuda o fato da secundária do Bears estar tão ruim, mas tão ruim que o time decidiu trocar seus safetys do nível "fome" para os do nível "vontade de comer". E pensar que o Celo acha o Bears melhor que o Lions...


JETS ganha do Dolphins
Quando o Jets perde três jogos seguidos, está enfrentando sua maior crise desde a chegada do Rex Ryan e está tendo seus próprios jogadores reclamando uns dos outros, o time enfrenta o Dolphins, com Matt Moore de titular, em casa, em rede nacional (Monday Night) depois que o Brandon Marshall disse que vai ser ejetado da partida no segundo quarto. Eu juro que o cara que monta esse calendário é torcedor do Jets.