Pra que impedir o James Jones de infiltrar? Ele não pontua no garrafão mesmo.
Sim, estamos soltando isso mais rápido do que a gente imaginava. Esperamos até sábado soltar todos os oito previews. O primeiro já está aí embaixo (Bulls vs Pacers), e agora a gente volta com outro, bem mais interessante: Miami Heat vs Philadelphia 76ers.
Eu sei que muita gente preferia ver o Heat enfrentar o Knicks na primeira rodada para ver uma treta generalizada de All-Stars, e realmente seria bem divertido, mas esse jogo não é desinteressante. Pelo contrário, tem tudo pra ser uma das melhores séries do Leste e talvez até das duas conferências.
O Heat e o Sixers, embora tenham muitas diferenças principalmente na configuração do elenco, são times bem parecidos. Embora o Heat seja o time com mais atenção da mídia na NBA e o Sixers seja um time meio deixado de lado, ambos são times que começaram a temporada com seus tropeços e depois engranaram. O Heat começou perdendo alguns jogos pro Boston mas mostrando força contra times mais fracos, até pegar uma sequência mais complicada e perdendo muitos jogos. Aí o time começou a se acertar, o Dwyane Wade começou a jogar mais sem a bola, o Erik Spolestra começou a encontrar as melhores formas de utilizar suas estrelas, e o time começou a render, rendeu tanto que ficou invicto por 12 jogos antes de perder pro Mavericks e depois ficou mais uma cacetada sem perder. Depois alguns deslizes, algumas boas seqüências e tudo pareceu superado.
O Sixers também teve uma temporada de autos e baixos, e começou muito por baixo: O calouro Evan Turner, segundo do Draft, não jogou bem, o time parecia perdido, o técnico Doug Collins não sabia mais o que fazer e o time começou com uma das piores campanhas da Liga. Até que o time foi se acertando, o Andre Iguodala passou a ser menos acionado no ataque, o Lou Williams ficou com o papel de sexto homem, o Evan Turner apodreceu no banco, o Thaddeus Young entrou muito bem, o Elton Brand aparentemente reviveu, o Jodie Meeks de repente virou o Ray Allen e o Jrue Holiday evoluiu bastante e tem sido um dos melhores do time. Com isso, o Sixers passou a ganhar vários jogos, apertou contra equipes fortes e chegou a flertar com o quinto lugar do Leste, até que o Knicks começou a ganhar tudo e o Sixers caiu pro sétimo lugar. Tudo bem, dadas as devidas proporções, mas até que são trajetórias parecidas.
No jeito de jogar, também são parecidos. São times que tem uma defesa muito forte, forçam muitos turnovers e que jogam muito bem no contra ataque. Mas também são times que as vezes sofrem pra jogar um basquete de meia quadra, tão utilizado nos playoffs. Claro que tem muitas diferenças, o Sixers chuta mais de três pontos com o Meeks e sua dupla de armadores e o Miami vive das jogadas individuais do Wade e do Lebron James, mas a base de jogo é a mesma. E como quem tem a clara vantagem no talento individual é o Miami Heat, quem vai ter que suar sangue pra conseguir alguma coisa vai ser o Sixers, e isso quer dizer que eles tem justamente que jogar nos pontos fracos do Miami o máximo possível.
Para isso, o Sixers vai ter que, antes de mais nada, desacelerar o jogo o máximo possível quando estiver jogando em meia quadra. Isso quer dizer que o time deve rodar bem a bola, trabalhar os 24 segundos e não sair chutando logo que achar uma abertura, tem que conseguir as melhores oportunidades possíveis e trabalhar no garrafão com o Elton Brand. Talvez não seja o melhor estilo de jogo do Sixers, mas é uma forma de evitar turnovers e rebotes longos dos arremessos errados de três pontos e terminar as posses de bola com uma cesta ou com um rebote próximo à cesta do Miami, de preferência com aqueles tapinhas na disputa pelo rebote, o que impede que o Heat saia desabalado na correria e tenha que apelar para um jogo de meia quadra, que é quando o Heat mais tem dificuldades.
Pra isso vai ser importante estabelecer o Elton Brand perto da cesta, até pra explorar o garrafão fraco de Miami, mas o Sixers não tem o tamanho pra fazer com o Heat o que o Boston fez três vezes já na temporada, então eles vão ter que se contentar com o jogo lento mesmo, e evitar que o Lebron e o Wade possam sair correndo e improvisando. Na defesa, o Iguodala, que é um dos melhores (pra mim o melhor) defensores de perímetro da Liga, vai ter que colar no Lebron e não deixar ele abrir espaço na defesa. Em contra partida, sempre que o Sixers roubar a bola, eles tem que ter liberdade para correr para o ataque, porque isso eles fazem muito bem com o Iguodala e o Young, mas não podem perder a cabeça, tem que saber reconhecer a situação e parar se estiverem em desvantagens, forçar bolas pode ser mortal pro Sixers.
Já pro Heat, els tem que fazer o contrário, que é explorar seus pontos fortes. O time tem vantagem em talento, tem dois dos melhores jogadores do planeta e se conseguir impor seu estilo de jogo não deve ter muito que ter medo. Eu disse aqui que o Heat não era um time montado para os playoffs, o que aliás gerou a fúria do Celo, porque o Heat é um time que prefere jogar nos contra ataques, tem dificuldades com o jogo de meia quadra, arremessa demais de meia distância, pontua pouco no garrafão e vinha tendo dificuldade pra decidir jogos apertados, o que é uma conseqüência de todas as outras. No Sixers, eles vão encontrar um adversário que vai colocar tudo isso à prova contra o Heat, porque é um time que já tem uma defesa forte e vive da sua defesa de meia quadra e que deve vir preparado para desacelerar tudo pra evitar que o Heat jogue como gosta. O Heat precisa pontuar mais no garrafão, continuar acionando o Chris Bosh perto da cesta e aproveitar os arremessos de três pontos que o Mike Bibby trouxe ao time para não depender tanto das bolas de meia distância. Se o Lebron for marcado pelo Iguodala, isso vai deixar o Wade com mais liberdade e por isso o Wade pode fazer o papel de armador com menos preocupações que o Lebron, já que ele não vai ter um grande marcador na frente. E com isso o Lebron deveria se posicionar mais perto da cesta pra aproveitar a falta de um pivozão do Sixers, que é um time que gosta de jogar mais baixo, e jogar um pouco mais dentro do garrafão, até pra abrir espaço pras bolas de três do Mike Bibby e, com sorte, do Mike Miller, que não jogou bem até aqui mas pode fazer a diferença com meia dúzia de bolas longas.
O Heat é claramente o favorito, mas talvez preferisse pegar um time que jogasse um pouco mais aberto do que o Sixers, mas pelo menos o Sixers não consegue levar uma vantagem clara no ponto fraco do Heat, o garrafão, pela falta de um bom pivô que jogue lá dentro. O Sixers pode tentar explorar o Jrue Holiday indo pra cima do Mike Bibby, mas se começar a virar um padrão o Heat deve colocar o Wade pra marcar o Holiday e o Bibby correndo atrás do Meeks.
Palpite: Embora o Heat seja o melhor time, o Sixers tem menos a perder e tem uma defesa que pode endurecer para o Miami. Acho que o Sixers leva um ou dois jogos antes do Miami finalmente entender como despachar o time da Philadelphia. Ou isso, ou o Heat vai virar uma máquina de jogar pós temporada e varrer Philadelphia. O Heat é meio imprevisível. Miami Heat em seis jogos.
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