Um bom resumo de como acabou a temporada do Packers
Para saber do que estamos falando aqui e dessas estatísticas, recomendo a leitura desse post antes
Se quiser opinioes e analises sobre o Draft, voces podem ler o Running Diary da primeira rodada ou o manual de como avaliar um Draft na NFL
Depois de terminar a série de previews da AFC East, os previews da NFC East e também os previews da AFC North a para a temporada 2013 da NFL, novamente vamos para a NFC para falar daquela que promete ser uma das duas melhores divisões da NFL, a NFC North. Se você não tem ideia do que estou falando, recomendo que leia esse post introdutório. Btw, a falta de crases nesse texto é porque esse teclado não tem crase, então não reparem, ok?
Green Bay Packers
2012 Record: 11-5
Ataque ajustado: 3rd
Defesa ajustada: 8th
Começando a NFC North logo por um candidato ao título, o Packers é o exato oposto do último time que falamos, o Cleveland Browns. Desde a mesma temporada 1999 que o Browns chegou a NFL, o Packers teve exatamente duas temporadas abaixo de 50% de aproveitamento, em 2005 e 2008 (essa em particular foi uma temporada 6-10 com um Pythagorean Expectations de 9-7, so... Yeah). Nesse mesmo perído, a equipe venceu a divisão seis vezes, foi aos playoffs em nove ocasiões, e ganhou um Super Bowl em 2010. Desde que trocou um dos maiores QBs da história pelo seu reserva, a equipe ganhou a divisão duas vezes em cinco anos, foi aos playoffs em quatro e ganhou em média quase 11 jogos por temporada, incluindo um 15-1 em 2011. Nesse período, sua única temporada sem playoffs foi o 6-10 logo que trocou o quarterback, e o time não foi nem de longe tão ruim assim quando analisamos os fatores envolvidos (lembro de ter apostado ao final da temporada com um amigo que o Packers ganhava 10 ou mais jogos na temporada seguinte. Quem disse que saber tudo isso não vale a pena?). E embora é claro que ter durante esse período dois dos melhores quarterbacks de suas respectivas gerações (primeiro Brett Favre, depois Aaron Rodgers) fez muita diferença, mas o fato é que se o Browns é o modelo de time consistentemente ruim, o Packers é o exemplo do time que se mantem consistentemente no topo.
Embora tenha muita coisa em comum que fez do período Favre e do período Rodgers um sucesso em campo, vamos nos focar especialmente no segundo, que tem mais interesse no momento. Desde que Rodgers assumiu o comando do time em 2008, o ataque da equipe terminou a temporada em 11th, 5th, 7th, 1st, 3rd, vencendo o Super Bowl em 2010 e terminando 15-1 na temporada regular de 2011. Ano passado, a equipe terminou 11-5, teve o terceiro melhor ataque da Liga, e quinto em eficiência (per Football Outsiders). Então não é como se o Packers fosse um time de passado glorioso que estivesse se mantendo bem aqui e ali: no passado recente, apenas o Patriots tem sido um time mais consistentemente dominante que a equipe de Green Bay, e é um dos grandes favoritos para o título de 2013 mesmo numa NFC ridiculamente forte.
A primeira coisa que chama a atenção no Packers dos últimos anos - e desde sempre, na verdade, mas vamos focar nos últimos anos - é seu ataque ultra-poderoso que conta com aquele que (para mim) é o melhor QB da atualidade, Aaron Rodgers. Desde que Rodgers assumiu o controle do time do lend ário Favre em 2008, eis as colocações finais ajustadas do ataque da equipe na NFL, com a colocação final do ataque aéreo entre parênteses: 11th (10th), 5th (9th), 7th (5th), 1st (1st), 3rd (3rd). E embora eu seja um grande pregador das estatísticas ajustadas, também é interessante notar que desde 2008, o ataque de Green Bay nunca terminou fora do Top10 em pontos anotados e só uma vez fora do Top5 - ironicamente em 2010, quando ganharam o Super Bowl. Então é isso que o Packers é para começar, uma potência ofensiva liderada por um grande ataque aéreo. E embora tenha mais do que só isso, é um bom ponto para começar essa análise.
Hoje em dia, é impossível falar de um grande ataque sem falar de um grande quarterback. E embora a discussão sobre o Draft de 2005 vá ficar para outra ocasião (no caso, quando falarmos do Chiefs), o fato é que Aaron Rodgers foi de certa forma um outlier entre grandes QBs da NFL. Enquanto jogadores como Andrew Luck, Cam Newton, Peyton Manning e afins são draftados por times ruins que possuem as escolhas mais altas do Draft, Rodgers foi draftado no final da primeira rodada por um time de playoff que já tinha um Franchise QB velho e não procurava um substituto imediato, e sim um projeto para o futuro. Isso significa que mesmo sendo um dos melhores jogadores de sua classe, ele não precisou entrar logo de cara e enfrentar os melhores jogadores do mundo. Ao contrário, passou três anos na reserva de Favre, aperfeiçoando seu jogo, dominando um playbook e um esquema de jogo que permaneceu constante durante todo esse tempo antes de precisar entrar e jogar com um grupo já montado e um time de playoffs só esperando um QB novo. Então quando entrou para ser titular pela primeira vez, Rodgers não precisou se adaptar a NFL na raça como boa parte dos melhores prospects, ele já estava totalmente pronto e polido para assumir a função, com bom entrosamento com seus recebedores e um excelente grupo de coadjuvantes ao seu redor.
E quando finalmente seu time decidiu trocar Favre e deixar Rodgers assumir o time antes que ele virasse Free Agent e saísse para outro time, ele logo assumiu um excelente time e substituiu a altura um futuro Hall of Famer. Na sua temporada de estréia, Rodgers teve o oitavo melhor QBR da Liga e, apesar de um 6-10 (que rendeu a eles Clay Matthews e BJ Raji no Draft, btw), o Packers teve um sólido ataque e um PE de 9-7 (absurdos 1-7 em jogos decididos por uma posse de bola atrapalharam). Desde então, 11, 10, 15 e 11 vitórias, quatro aparições nos playoffs, um MVP e um Super Bowl MVP. E talvez mais importante para 2013, Rodgers tem sido o melhor QB da NFL nos últimos dois anos. Em 2011, foi o MVP com 68.3% de passes completos, 4683 jardas, 45 TDs e 6 interceptações... Em apenas 15 jogos. Ele liderou a Liga em QBR, rating (uma estatística que eu odeio, mas enfim), jardas por tentativa (9.2) e nas estatísticas ajustadas do Football Outsiders, faturando o MVP e terminando 14-1 como titular. Na temporada passada, ele não foi tão dominante e perdeu sua vaga no All-Pro para Peyton Manning (segundo também na votação pra MVP)... Mas olha só isso:
Manning: 400/583, 68.3%, 4659 jardas, 37 TDs, 11 INTs, 8 jardas por passe (Y/A)
Rodgers: 371/553, 67.2%, 4295 jardas, 39 TDs, 8 INTs, 7.9 Y/A
Mais perto do que você lembrava, não é? Manning tem números um pouco melhores, mas isso é antes de fatorar que Manning enfrentou o segundo calendário mais fácil da NFL inteira (na pior divisão da Liga) e Rodgers enfrentou o oitavo mais difícil (e a mais forte divisão), e que Rodgers é um dos melhores QBs correndo com a bola da NFL, totalizando 280 jardas em 41 tentativas com dois TDs (enquanto Manning não consegue correr para salvar a própria pele). Junte tudo isso e, embora Manning tenha chamado mais a atenção e Rodgers tenha regredido um pouco de seu 2011 absurdo, o fato é que o camisa 12 foi tão produtivo quanto Manning em 2012, se não foi mais. E quando você tem o melhor QB da NFL nos últimos dois anos, e ele tem apenas 29 anos numa época onde os jogadores da posição estão durando cada vez mais... Sim, é um sinal muito forte de que seu time irá continuar sendo um forte concorrente ao título por anos a fio.
E embora ter um grande QB com certeza ajude muito em ter um ataque tão bom assim, é sempre importante ter um bom grupo ao redor desse quarterback para ajudá-lo (um dos motivos pelos quais eu admirei tanto a temporada 2012 de Luck: ele não tinha ninguém além de Reggie Wayne). E o Packers sempre fez um bom trabalho colocando talentos ao redor do seu melhor jogador: quando assumiu a função, Rodgers tinha Donald Driver, Greg Jennings, Jordy Nelson e a dupla de TEs Jermichael Finley e Donald Lee ao seu redor, além de uma boa linha ofensiva. Conforme alguns jogadores (Driver e Lee, principalmente) foram perdendo efetividade com idade e lesões, a equipe conseguiu substituí-los muito bem em parte porque poucos times são melhores que Green Bay achando esses WRs explosivos no meio do Draft: Jordy Nelson (final da segunda rodada) e James Jones (3rd round) já estavam no elenco quando Rodgers assumiu mas foram ganhando espaço conforme foram evoluindo, Finley também chegou em 2008 (terceira rodada) e assumiu a titularidade um ano depois, e até sua mais nova adição que já teve grande impacto temporada passada, Randall Cobb (final de segunda rodada). Nenhum deles tinha um pedigree de elite, mas todos tinham características que se encaixavam bem nesse esquema e o time sempre teve fez um bom trabalho desenvolvendo-os, e essa capacidade da equipe sempre foi muito importante na hora de oferecer boas opções de ajuda a Aaron Rodgers.
O resto do ataque é um pouco mais complicado na ajuda que oferecem ao camisa 12. O principal problema do Packers, ofensivamente pelo menos, é sua linha ofensiva. Ainda que boa quando a equipe trocou de QBs, idade e principalmente muitas lesões varreram um pouco desse talento, e ao contrário do que aconteceu com WRs, a franquia não tem conseguido achar bons valores para compensar e substituir os bons jogadores que foram perdendo. Usando as estatísticas do Football Ousiders (para proteção em jogadas passe), podemos observar melhor esse declínio: Em 2010, o Packers teve a 12th pior linha ofensiva da NFL. Em 2011, esse número caiu para 10th pior da Liga. E por fim, em 2012 esse número despencou de vez, com a equipe tendo a segunda pior OL na frente apenas da unidade do Chargers. Esses problemas são um pouco escondidos pelas características de Rodgers: em toda a NFL, apenas Ben Roethlisberger é tão bom quanto ele saindo do pocket, improvisando, tomando boas decisões em velocidade e fazendo passes longos em movimento, uma habilidade que é extremamente importante porque parece que ele sempre está tendo que sair do pocket para fugir da defesa e fazer algo em alta velocidade. Então ainda que essas habilidades ajudem um pouco a esconder esse buraco que é a linha ofensiva da equipe, ainda é um problema grave que afeta demais a eficiência da equipe. Eu particularmente lembro de assistir Packers e Giants em 2011 num aeroporto no Panamá (na temporada que o Packers terminou 15-1) onde Green Bay foi esmagado simplesmente porque sua linha ofensiva era derrubada em toda jogada até o ponto em que Aaron Rodgers não conseguia mais começar jogadas olhando para a secundária adversária porque tinha o tempo todo que olhar para sua própria linha com medo da pressão. Em 2013 a expectativa é que a história seja diferente, pois o time perdeu Bryan Bulaga no final da temporada e Derek Sherrod perdeu a temporada inteira e dificilmente repetirão tanto azar de uma vez só, então isso é um ponto positivo para o Packers. Mas considerando que Sherrod só teve cinco jogos na carreira e Bulaga não tem também exatamente um histórico de saúde e eficiência entre os profissionais (e ainda jogou 12 jogos em 2012), ainda existe uma grande incógnita na linha ofensiva, e o Packers não fez muitos movimentos na direção de adicionar profundidade ou novos talentos a esse grupo.
Outro ponto de interesse é o jogo terrestre da equipe. Quando a mudança de QBs ocorreu em 2008, Ryan Grant era o RB da equipe e ele carregava um jogo terrestre poderoso, 2nd overall da Liga em 2009 e em geral se mantendo no Top10 da NFL nesse quesito (sim, isso inclui os scrambles de Rodgers). Mas esses números cairam junto com Grant, e ano passado o Packers teve o 13th melhor ataque terrestre apenas: não uma colocação ruim, mas com números (-0,8%) abaixo do "normal" da NFL mesmo incluindo ai um dos melhores QBs correndo com a bola da Liga. Um dos motivos disso, claro, é a já criticada linha ofensiva, oitava pior de 2012 em jogadas de corrida. Ainda que a equipe não tenha se movimentado na direção de reforçar sua linha, a equipe usou uma escolha de segunda rodada no RB Eddie Lacy. Enquanto isso deva reforçar um pouco o ataque pelo chão, dificilmente vai ser um upgrade considerável sem uma melhora na linha ofensiva, mas não deixa de ser uma perspectiva para tirar um pouco de pressão das costas de seu QB recém-milionário.
A única mudança considerável nesse ataque do ano passado para este, e que levanta algumas perguntas, é a saída de Greg Jennings, que pulou a cerca e foi para o rival de divisão Vikings. Jennings foi o principal alvo da equipe desde antes de Favre ir para o Jets, um jogador extremamente rápido e explosivo que teve três temporadas seguidas com mais de 1000 jardas aéreas entre 2008 e 2010 (com 1200 de média) e foi o principal alvo de Rodgers durante esse tempo, o jogador com quem ele tinha mais entrosamento e a arma mais perigosa da equipe, liderando a equipe em jardas aéreas entre esse período e perdendo o "título" para Nelson em 2011 em vidrtude de ter perdido três jogos com lesões. Depois de um 2012 infeliz e conturbado, no qual brigou com a diretoria e perdeu metade do ano machucado, Jennings se mandou e agora existe dúvidas sobre o efeito disso no ataque de Green Bay. E a resposta é que, ainda que perder um dos 10 melhores WRs da NFL entre 2008 e 2011 vá tirar potencial e explosão desse ataque, o Packers já estava se movendo na direção de substituí-lo desde o ano passado (quando os problemas com o jogador ficaram mais expostos). Mike McCarthy já usou muito mais snaps com Cobb essa temporada e principalmente com o trio Cobb-Nelson-Jones sem Jennings, um grupo que funcionou muito bem e que deve ser a base ofensiva de 2013. E embora a queda de produtividade ofensiva entre 2011 e 2012 possa ser amplamente atribuída a uma regressão natural de níveis historicamente bons, o fato é que o ataque aéreo do time foi mais produtivo em 2013 (DVOA de 40,6%) quando Jennings perde oito jogos e foi limitado por McCarthy em outros três do que em 2010 (29,4%), quando Jennings estava saudável mas Jones, Nelson e Cobb ainda não tinham emergido como as ameaças que são hoje. Então sim, um Greg Jennins saudável certamente da uma deep threat muito valiosa e aumentaria o potencial desse ataque mais um nível, mas o Packers fez um excelente trabalho adquirindo novos valores na posição nesse meio tempo para substituir uma eventual saída de seu principal WR, e eu não acredito que vá ser essa saída que vá desacelerar o ataque do Packers.
Uma outra área da equipe que não tem foi ruim, mas que tem mostrado uma evolução negativa desde que Rodgers assumiu é a defesa. Nos dois primeiros anos, a defesa terminou em 12th e 2nd lugar na NFL, e foi teve um papel no time campeão de 2010 muito maior do que ganhou crédito, terminando novamente a temporada regular como a segunda melhor defesa e com sua secundária jogando de forma alucinada durante a pós-temporada. O ataque assumiu o papel principal da equipe em algum lugar nos anos 90, mas o equilíbrio entre ataque e defesa foi o segredinho daquele time campeão do Super Bowl.
E aqui chegamos ao que pode ter várias explicações: em 2011, a defesa despencou 23 posições para ser a oitava pior da NFL antes de se recuperar a terminar 2012 como a oitava melhor da competição. E não é como se fosse apenas uma diferença em uma área específica, já que a defesa aérea subiu de 24th melhor para 7th melhor e a defesa terrestre subiu da quarta pior para 14th melhor em 2012. E o que é pior, a equipe fez isso praticamente mantendo a mesma base titular de um ano a outro: BJ Raji, Erik Walden, Clay Matthews, Ryan Pickett, Trammon Williams, Charles Woodson, AJ Hawk e Morgan Burnett. Na verdade, a defesa de 2011 em teoria esteve ainda mais saudável, já que Desmond Bishop se machucou antes da temporada começar e perdeu o ano, sem falar nas lesões de Sam Shields, Woodson e Nick Perry ao longo do ano. A adição do dinâmico CB Casey Heyward (6 interceptações em 2012, o que grita "REGRESSÃO" e "Devin McCourty!") com certeza ajudou, mas no papel não existe nada explicando essa drástica mudança de performance. Sendo assim, o mais racional seria imaginar que uma dessas duas temporadas foi um outlier, que provavelmente foi a temporada de 2011.
Mas antes de concluir que a defesa deve voltar a ser elite em em 2013, também existe o fato de que boa parte da base daquelas ótimas defesas de 2009 e 2010 está envelhecendo ou saindo da equipe, em especial Charles Woodson. Woodson teve um papel crucial nas defesas de Don Capers por executar uma função híbrida extremamente difícil, na qual ele jogava como um nickel corner próximo da linha de scrimage e usava sua extrema agilidade de raciocínio para executar uma função híbrida de SS e CB, tanto protegendo contra o passe como atacando a linha no caso de uma corrida ou passe lateral, o que dava a equipe uma flexibilidade única. Essa função de Woodson foi a base para as defesas de Green Bay por um bom tempo, e provavelmente não existe nenhum outro CB na NFL hoje capaz de executá-la em termos de velocidade de raciocínio, reconhecimento sobre-humano de jogadas e versatilidade para enfrentar jogadores maiores na linha E acompanhar jogadores mais rápidos nas rotas. A saída ou envelhecimento de alguns veteranos, em especial Woodson, devem deixar um buraco nessa defesa que não será tão simples de cobrir, apesar do talento em mãos. Junte isso a uma certa dificuldade do time em achar ouro com suas escolhas defensivas nos últimos anos (especialmente no topo do Draft) e, embora possivelmente 2011 seja de fato o outlier nas últimas temporadas, é fácil imaginar que esse 8th overall sofra uma pequena regressão ou queda nas próximas temporadas.
A diretoria da equipe sabe disso, e usou mais uma escolha de primeira rodada em um defensor, Datone Jones. Isso mostra que não só o Packers está ciente disso, da necessidade de reforços na defesa e ciente de que enquanto Rodgers estiver no comando seu ataque estará bem, mas também provavelmente estão muito preocupados com o que viram na partida contra o 49ers nos playoffs, quando o ataque de San Francisco eviscerou sua defesa ao ponto de que o VT dessa partida foi proibido para menores de 18 anos. E tendo passado 12 previews enfatizando a necessidade de ter calma e não entrar em pânico sobre um jogo apenas, amostras pequenas e playoffs em geral, quero deixar claro que a questão para o Packers é menos o resultado e os números e mais o fato de que o Niners explorou ao máximo a grande fraqueza da equipe: o Packers é muito lento na linha de scrimage. A equipe tem bastante força física no interior da linha e uma secundária muito completa, mas sua linha defensiva é pesada demais e os LBs não conseguem acompanhar jogadores mais rápidos saindo do backfield. Claro que o fato do time estar desacostumado ao option do 49ers foi um fator importante, bem como o fato de que o Niners parou de usar as jogadas de option pelas últimas três semanas da temporada regular para tirar as jogadas dos vídeos que o Packers iria analisar e pegar os adversários desprevenidos (a lição, como sempre: Jim Harbaugh é um gênio). Mas a sacada de Harbaugh foi que naquele jogo os únicos jogadores defensivos capazes de acompanhar Colin Kaepernick saindo em velocidade do option eram os que jogavam na sua própria defesa, e com absoluta certeza foi esse o motivo que levou o Packers a pegar um DE atlético como Jones.
De certa forma, para uma temporada inteira, times como o Packers oferecem poucos mistérios. Eles possuem o melhor QB da NFL (pelo menos para mim) e isso é suficiente para colocar seu ataque entre os melhores da NFL ano após ano após ano, e considerando o retorno de Bulaga e Sherrod (apesar de todas as dúvidas quanto aos dois) e a chegada de Lacy, a expectativa é que o ataque seja ainda mais completo na temporada que vem. A defesa deve regredir um pouco (embora não para 8th pior, naturalmente) em parte porque a saída de Woodson deixa o time com apenas um jogador capaz de comandar atenção extra das defesas, Clay Matthews, e enquanto um segundo defensor não emergir como um playmaker capaz de forçar ajustes essa defesa fica um pouco previsível demais. Mas a profundidade na secundária é impressionante o suficiente para manter a defesa sólida em 2013, e somando isso a Aaron Rodgers, podem esperar de novo 11 ou 12 vitórias da equipe e o título da divisão.
A primeira coisa que chama a atenção no Packers dos últimos anos - e desde sempre, na verdade, mas vamos focar nos últimos anos - é seu ataque ultra-poderoso que conta com aquele que (para mim) é o melhor QB da atualidade, Aaron Rodgers. Desde que Rodgers assumiu o controle do time do lend ário Favre em 2008, eis as colocações finais ajustadas do ataque da equipe na NFL, com a colocação final do ataque aéreo entre parênteses: 11th (10th), 5th (9th), 7th (5th), 1st (1st), 3rd (3rd). E embora eu seja um grande pregador das estatísticas ajustadas, também é interessante notar que desde 2008, o ataque de Green Bay nunca terminou fora do Top10 em pontos anotados e só uma vez fora do Top5 - ironicamente em 2010, quando ganharam o Super Bowl. Então é isso que o Packers é para começar, uma potência ofensiva liderada por um grande ataque aéreo. E embora tenha mais do que só isso, é um bom ponto para começar essa análise.
Hoje em dia, é impossível falar de um grande ataque sem falar de um grande quarterback. E embora a discussão sobre o Draft de 2005 vá ficar para outra ocasião (no caso, quando falarmos do Chiefs), o fato é que Aaron Rodgers foi de certa forma um outlier entre grandes QBs da NFL. Enquanto jogadores como Andrew Luck, Cam Newton, Peyton Manning e afins são draftados por times ruins que possuem as escolhas mais altas do Draft, Rodgers foi draftado no final da primeira rodada por um time de playoff que já tinha um Franchise QB velho e não procurava um substituto imediato, e sim um projeto para o futuro. Isso significa que mesmo sendo um dos melhores jogadores de sua classe, ele não precisou entrar logo de cara e enfrentar os melhores jogadores do mundo. Ao contrário, passou três anos na reserva de Favre, aperfeiçoando seu jogo, dominando um playbook e um esquema de jogo que permaneceu constante durante todo esse tempo antes de precisar entrar e jogar com um grupo já montado e um time de playoffs só esperando um QB novo. Então quando entrou para ser titular pela primeira vez, Rodgers não precisou se adaptar a NFL na raça como boa parte dos melhores prospects, ele já estava totalmente pronto e polido para assumir a função, com bom entrosamento com seus recebedores e um excelente grupo de coadjuvantes ao seu redor.
E quando finalmente seu time decidiu trocar Favre e deixar Rodgers assumir o time antes que ele virasse Free Agent e saísse para outro time, ele logo assumiu um excelente time e substituiu a altura um futuro Hall of Famer. Na sua temporada de estréia, Rodgers teve o oitavo melhor QBR da Liga e, apesar de um 6-10 (que rendeu a eles Clay Matthews e BJ Raji no Draft, btw), o Packers teve um sólido ataque e um PE de 9-7 (absurdos 1-7 em jogos decididos por uma posse de bola atrapalharam). Desde então, 11, 10, 15 e 11 vitórias, quatro aparições nos playoffs, um MVP e um Super Bowl MVP. E talvez mais importante para 2013, Rodgers tem sido o melhor QB da NFL nos últimos dois anos. Em 2011, foi o MVP com 68.3% de passes completos, 4683 jardas, 45 TDs e 6 interceptações... Em apenas 15 jogos. Ele liderou a Liga em QBR, rating (uma estatística que eu odeio, mas enfim), jardas por tentativa (9.2) e nas estatísticas ajustadas do Football Outsiders, faturando o MVP e terminando 14-1 como titular. Na temporada passada, ele não foi tão dominante e perdeu sua vaga no All-Pro para Peyton Manning (segundo também na votação pra MVP)... Mas olha só isso:
Manning: 400/583, 68.3%, 4659 jardas, 37 TDs, 11 INTs, 8 jardas por passe (Y/A)
Rodgers: 371/553, 67.2%, 4295 jardas, 39 TDs, 8 INTs, 7.9 Y/A
Mais perto do que você lembrava, não é? Manning tem números um pouco melhores, mas isso é antes de fatorar que Manning enfrentou o segundo calendário mais fácil da NFL inteira (na pior divisão da Liga) e Rodgers enfrentou o oitavo mais difícil (e a mais forte divisão), e que Rodgers é um dos melhores QBs correndo com a bola da NFL, totalizando 280 jardas em 41 tentativas com dois TDs (enquanto Manning não consegue correr para salvar a própria pele). Junte tudo isso e, embora Manning tenha chamado mais a atenção e Rodgers tenha regredido um pouco de seu 2011 absurdo, o fato é que o camisa 12 foi tão produtivo quanto Manning em 2012, se não foi mais. E quando você tem o melhor QB da NFL nos últimos dois anos, e ele tem apenas 29 anos numa época onde os jogadores da posição estão durando cada vez mais... Sim, é um sinal muito forte de que seu time irá continuar sendo um forte concorrente ao título por anos a fio.
E embora ter um grande QB com certeza ajude muito em ter um ataque tão bom assim, é sempre importante ter um bom grupo ao redor desse quarterback para ajudá-lo (um dos motivos pelos quais eu admirei tanto a temporada 2012 de Luck: ele não tinha ninguém além de Reggie Wayne). E o Packers sempre fez um bom trabalho colocando talentos ao redor do seu melhor jogador: quando assumiu a função, Rodgers tinha Donald Driver, Greg Jennings, Jordy Nelson e a dupla de TEs Jermichael Finley e Donald Lee ao seu redor, além de uma boa linha ofensiva. Conforme alguns jogadores (Driver e Lee, principalmente) foram perdendo efetividade com idade e lesões, a equipe conseguiu substituí-los muito bem em parte porque poucos times são melhores que Green Bay achando esses WRs explosivos no meio do Draft: Jordy Nelson (final da segunda rodada) e James Jones (3rd round) já estavam no elenco quando Rodgers assumiu mas foram ganhando espaço conforme foram evoluindo, Finley também chegou em 2008 (terceira rodada) e assumiu a titularidade um ano depois, e até sua mais nova adição que já teve grande impacto temporada passada, Randall Cobb (final de segunda rodada). Nenhum deles tinha um pedigree de elite, mas todos tinham características que se encaixavam bem nesse esquema e o time sempre teve fez um bom trabalho desenvolvendo-os, e essa capacidade da equipe sempre foi muito importante na hora de oferecer boas opções de ajuda a Aaron Rodgers.
O resto do ataque é um pouco mais complicado na ajuda que oferecem ao camisa 12. O principal problema do Packers, ofensivamente pelo menos, é sua linha ofensiva. Ainda que boa quando a equipe trocou de QBs, idade e principalmente muitas lesões varreram um pouco desse talento, e ao contrário do que aconteceu com WRs, a franquia não tem conseguido achar bons valores para compensar e substituir os bons jogadores que foram perdendo. Usando as estatísticas do Football Ousiders (para proteção em jogadas passe), podemos observar melhor esse declínio: Em 2010, o Packers teve a 12th pior linha ofensiva da NFL. Em 2011, esse número caiu para 10th pior da Liga. E por fim, em 2012 esse número despencou de vez, com a equipe tendo a segunda pior OL na frente apenas da unidade do Chargers. Esses problemas são um pouco escondidos pelas características de Rodgers: em toda a NFL, apenas Ben Roethlisberger é tão bom quanto ele saindo do pocket, improvisando, tomando boas decisões em velocidade e fazendo passes longos em movimento, uma habilidade que é extremamente importante porque parece que ele sempre está tendo que sair do pocket para fugir da defesa e fazer algo em alta velocidade. Então ainda que essas habilidades ajudem um pouco a esconder esse buraco que é a linha ofensiva da equipe, ainda é um problema grave que afeta demais a eficiência da equipe. Eu particularmente lembro de assistir Packers e Giants em 2011 num aeroporto no Panamá (na temporada que o Packers terminou 15-1) onde Green Bay foi esmagado simplesmente porque sua linha ofensiva era derrubada em toda jogada até o ponto em que Aaron Rodgers não conseguia mais começar jogadas olhando para a secundária adversária porque tinha o tempo todo que olhar para sua própria linha com medo da pressão. Em 2013 a expectativa é que a história seja diferente, pois o time perdeu Bryan Bulaga no final da temporada e Derek Sherrod perdeu a temporada inteira e dificilmente repetirão tanto azar de uma vez só, então isso é um ponto positivo para o Packers. Mas considerando que Sherrod só teve cinco jogos na carreira e Bulaga não tem também exatamente um histórico de saúde e eficiência entre os profissionais (e ainda jogou 12 jogos em 2012), ainda existe uma grande incógnita na linha ofensiva, e o Packers não fez muitos movimentos na direção de adicionar profundidade ou novos talentos a esse grupo.
Outro ponto de interesse é o jogo terrestre da equipe. Quando a mudança de QBs ocorreu em 2008, Ryan Grant era o RB da equipe e ele carregava um jogo terrestre poderoso, 2nd overall da Liga em 2009 e em geral se mantendo no Top10 da NFL nesse quesito (sim, isso inclui os scrambles de Rodgers). Mas esses números cairam junto com Grant, e ano passado o Packers teve o 13th melhor ataque terrestre apenas: não uma colocação ruim, mas com números (-0,8%) abaixo do "normal" da NFL mesmo incluindo ai um dos melhores QBs correndo com a bola da Liga. Um dos motivos disso, claro, é a já criticada linha ofensiva, oitava pior de 2012 em jogadas de corrida. Ainda que a equipe não tenha se movimentado na direção de reforçar sua linha, a equipe usou uma escolha de segunda rodada no RB Eddie Lacy. Enquanto isso deva reforçar um pouco o ataque pelo chão, dificilmente vai ser um upgrade considerável sem uma melhora na linha ofensiva, mas não deixa de ser uma perspectiva para tirar um pouco de pressão das costas de seu QB recém-milionário.
A única mudança considerável nesse ataque do ano passado para este, e que levanta algumas perguntas, é a saída de Greg Jennings, que pulou a cerca e foi para o rival de divisão Vikings. Jennings foi o principal alvo da equipe desde antes de Favre ir para o Jets, um jogador extremamente rápido e explosivo que teve três temporadas seguidas com mais de 1000 jardas aéreas entre 2008 e 2010 (com 1200 de média) e foi o principal alvo de Rodgers durante esse tempo, o jogador com quem ele tinha mais entrosamento e a arma mais perigosa da equipe, liderando a equipe em jardas aéreas entre esse período e perdendo o "título" para Nelson em 2011 em vidrtude de ter perdido três jogos com lesões. Depois de um 2012 infeliz e conturbado, no qual brigou com a diretoria e perdeu metade do ano machucado, Jennings se mandou e agora existe dúvidas sobre o efeito disso no ataque de Green Bay. E a resposta é que, ainda que perder um dos 10 melhores WRs da NFL entre 2008 e 2011 vá tirar potencial e explosão desse ataque, o Packers já estava se movendo na direção de substituí-lo desde o ano passado (quando os problemas com o jogador ficaram mais expostos). Mike McCarthy já usou muito mais snaps com Cobb essa temporada e principalmente com o trio Cobb-Nelson-Jones sem Jennings, um grupo que funcionou muito bem e que deve ser a base ofensiva de 2013. E embora a queda de produtividade ofensiva entre 2011 e 2012 possa ser amplamente atribuída a uma regressão natural de níveis historicamente bons, o fato é que o ataque aéreo do time foi mais produtivo em 2013 (DVOA de 40,6%) quando Jennings perde oito jogos e foi limitado por McCarthy em outros três do que em 2010 (29,4%), quando Jennings estava saudável mas Jones, Nelson e Cobb ainda não tinham emergido como as ameaças que são hoje. Então sim, um Greg Jennins saudável certamente da uma deep threat muito valiosa e aumentaria o potencial desse ataque mais um nível, mas o Packers fez um excelente trabalho adquirindo novos valores na posição nesse meio tempo para substituir uma eventual saída de seu principal WR, e eu não acredito que vá ser essa saída que vá desacelerar o ataque do Packers.
Uma outra área da equipe que não tem foi ruim, mas que tem mostrado uma evolução negativa desde que Rodgers assumiu é a defesa. Nos dois primeiros anos, a defesa terminou em 12th e 2nd lugar na NFL, e foi teve um papel no time campeão de 2010 muito maior do que ganhou crédito, terminando novamente a temporada regular como a segunda melhor defesa e com sua secundária jogando de forma alucinada durante a pós-temporada. O ataque assumiu o papel principal da equipe em algum lugar nos anos 90, mas o equilíbrio entre ataque e defesa foi o segredinho daquele time campeão do Super Bowl.
E aqui chegamos ao que pode ter várias explicações: em 2011, a defesa despencou 23 posições para ser a oitava pior da NFL antes de se recuperar a terminar 2012 como a oitava melhor da competição. E não é como se fosse apenas uma diferença em uma área específica, já que a defesa aérea subiu de 24th melhor para 7th melhor e a defesa terrestre subiu da quarta pior para 14th melhor em 2012. E o que é pior, a equipe fez isso praticamente mantendo a mesma base titular de um ano a outro: BJ Raji, Erik Walden, Clay Matthews, Ryan Pickett, Trammon Williams, Charles Woodson, AJ Hawk e Morgan Burnett. Na verdade, a defesa de 2011 em teoria esteve ainda mais saudável, já que Desmond Bishop se machucou antes da temporada começar e perdeu o ano, sem falar nas lesões de Sam Shields, Woodson e Nick Perry ao longo do ano. A adição do dinâmico CB Casey Heyward (6 interceptações em 2012, o que grita "REGRESSÃO" e "Devin McCourty!") com certeza ajudou, mas no papel não existe nada explicando essa drástica mudança de performance. Sendo assim, o mais racional seria imaginar que uma dessas duas temporadas foi um outlier, que provavelmente foi a temporada de 2011.
Mas antes de concluir que a defesa deve voltar a ser elite em em 2013, também existe o fato de que boa parte da base daquelas ótimas defesas de 2009 e 2010 está envelhecendo ou saindo da equipe, em especial Charles Woodson. Woodson teve um papel crucial nas defesas de Don Capers por executar uma função híbrida extremamente difícil, na qual ele jogava como um nickel corner próximo da linha de scrimage e usava sua extrema agilidade de raciocínio para executar uma função híbrida de SS e CB, tanto protegendo contra o passe como atacando a linha no caso de uma corrida ou passe lateral, o que dava a equipe uma flexibilidade única. Essa função de Woodson foi a base para as defesas de Green Bay por um bom tempo, e provavelmente não existe nenhum outro CB na NFL hoje capaz de executá-la em termos de velocidade de raciocínio, reconhecimento sobre-humano de jogadas e versatilidade para enfrentar jogadores maiores na linha E acompanhar jogadores mais rápidos nas rotas. A saída ou envelhecimento de alguns veteranos, em especial Woodson, devem deixar um buraco nessa defesa que não será tão simples de cobrir, apesar do talento em mãos. Junte isso a uma certa dificuldade do time em achar ouro com suas escolhas defensivas nos últimos anos (especialmente no topo do Draft) e, embora possivelmente 2011 seja de fato o outlier nas últimas temporadas, é fácil imaginar que esse 8th overall sofra uma pequena regressão ou queda nas próximas temporadas.
A diretoria da equipe sabe disso, e usou mais uma escolha de primeira rodada em um defensor, Datone Jones. Isso mostra que não só o Packers está ciente disso, da necessidade de reforços na defesa e ciente de que enquanto Rodgers estiver no comando seu ataque estará bem, mas também provavelmente estão muito preocupados com o que viram na partida contra o 49ers nos playoffs, quando o ataque de San Francisco eviscerou sua defesa ao ponto de que o VT dessa partida foi proibido para menores de 18 anos. E tendo passado 12 previews enfatizando a necessidade de ter calma e não entrar em pânico sobre um jogo apenas, amostras pequenas e playoffs em geral, quero deixar claro que a questão para o Packers é menos o resultado e os números e mais o fato de que o Niners explorou ao máximo a grande fraqueza da equipe: o Packers é muito lento na linha de scrimage. A equipe tem bastante força física no interior da linha e uma secundária muito completa, mas sua linha defensiva é pesada demais e os LBs não conseguem acompanhar jogadores mais rápidos saindo do backfield. Claro que o fato do time estar desacostumado ao option do 49ers foi um fator importante, bem como o fato de que o Niners parou de usar as jogadas de option pelas últimas três semanas da temporada regular para tirar as jogadas dos vídeos que o Packers iria analisar e pegar os adversários desprevenidos (a lição, como sempre: Jim Harbaugh é um gênio). Mas a sacada de Harbaugh foi que naquele jogo os únicos jogadores defensivos capazes de acompanhar Colin Kaepernick saindo em velocidade do option eram os que jogavam na sua própria defesa, e com absoluta certeza foi esse o motivo que levou o Packers a pegar um DE atlético como Jones.
De certa forma, para uma temporada inteira, times como o Packers oferecem poucos mistérios. Eles possuem o melhor QB da NFL (pelo menos para mim) e isso é suficiente para colocar seu ataque entre os melhores da NFL ano após ano após ano, e considerando o retorno de Bulaga e Sherrod (apesar de todas as dúvidas quanto aos dois) e a chegada de Lacy, a expectativa é que o ataque seja ainda mais completo na temporada que vem. A defesa deve regredir um pouco (embora não para 8th pior, naturalmente) em parte porque a saída de Woodson deixa o time com apenas um jogador capaz de comandar atenção extra das defesas, Clay Matthews, e enquanto um segundo defensor não emergir como um playmaker capaz de forçar ajustes essa defesa fica um pouco previsível demais. Mas a profundidade na secundária é impressionante o suficiente para manter a defesa sólida em 2013, e somando isso a Aaron Rodgers, podem esperar de novo 11 ou 12 vitórias da equipe e o título da divisão.