A linha ofensiva faz a Dança do Siri em Houston
Para saber do que estamos falando aqui e dessas estatísticas, recomendo a leitura desse post antes
Se quiser opinioes e analises sobre o Draft, voces podem ler o Running Diary da primeira rodada ou o manual de como avaliar um Draft na NFL
Depois de terminar a série de previews da AFC East, os previews da NFC East, os previews da AFC North e os previews da NFC North, começamos agora a falar da AFC South pelo seu atual campeão, Houston Texans. Se você não tem ideia do que estou falando, recomendo que leia esse post introdutório. Btw, a falta de crases nesse texto é porque esse teclado não tem crase, então não reparem, ok?
Houston Texans
2012 Record: 12-4
Ataque ajustado: 16th
Defesa ajustada: 3rd
Com uma exceção (Colts), a AFC South era a divisão que eu estava menos ansioso para escrever. Jaguars e Titans são times desinteressantes (embora o Titans seja um pouco mais) e o Texans é um time difícil de escrever. Difícil porque ele é estável, sólido em quase tudo e mudou muito pouco do ano passado para este, nenhuma grande mudança tática ou técnica para analisar seus efeitos. O time desse ano provavelmente será semelhante ao do ano passado em muitas coisas (vamos chegar lá), mas carece de mudanças interessantes. Mas vamos dar uma olhada porque o Texans, infelizmente para seus torcedores, não foi um time tão bom em 2012 como pareceu.
Se o Lions, no texto de ontem, foi um dos times mais azarados da NFL perdendo 73% dos seus jogos decididos por uma posse de bola, estando mais de 2 vitórias abaixo da sua Pythagorean Expectations e praticamente não recuperando nenhum fumble que caiu no chão, o Texans foi o oposto: um dos times mais sortudos e que superou os números na NFL. O 12-4 Texans terminou a temporada com um Pythagorean Expectations de um time 10-6, venceu seus cinco jogos decididos por uma posse de bola e foi o terceiro time com melhor aproveitamento recuperando fumbles (um absurdo 64.1%). Junte a isso o sétimo calendário mais fácil da NFL e então o Texans provavelmente foi um time muito mais "normal" do que se imagina. Sem dúvida um bom time, excelente defesa, mas não tão bom no agregado como pareceu. Pelo Football Outsiders, a eficiência total ajustada do Texans foi de 6,8% (11th), mais próximo do Panthers (13th) que do Ravens (9th). A tabela da franquia em 2013 não é exatamente os sete infernos, mas enfrenta a NFC West e uma AFC West que deve estar melhor (mais Ravens e Patriots), então não vai ser exatamente um passeio no parque.
Ainda assim, o Texans é um time forte, e se tem alguma coisa que eu martelei durante esses previews todos é que uma vez nos playoffs, tudo pode acontecer. O importante é chegar aos playoffs, e nisso o Texans provavelmente deu sorte de jogar na divisão mais fraca da NFL. Vamos chegar lá no próximo preview, mas o único adversário real da equipe é o Colts, que não é tão bom assim (apesar de ter o melhor QB da divisão) - os outros dois times da divisão foram o segundo e terceiro piores times da NFL, per Football Outsiders e pelo teste visual. Então a equipe tem isso a seu favor.
A outra coisa que Houston tem a seu favor é sua defesa espetacular. Desde que Wade Phillips (um dos piores HCs da sua geração) chegou para ser coordenador defensivo da equipe, a defesa tem tido uma das melhores da NFL: juntando os dois últimos anos, apenas Chicago e San Francisco possuem números melhores que o Texans. O que é ainda mais bizarro considerando que, nos dois anos anteriores a chegada de Phillips, a defesa da equipe foi a segunda pior e a pior da NFL (e a pior juntando os dois anos). Mas fato é que a defesa mudou de grande fraqueza para grande força da equipe: 6th em 2011 (contra 9th do ataque) e 3rd em 2012 (contra 16th do ataque). Claro que atribuir isso apenas a mudança de coordenador é precipitado, a chegada de novos jogadores (sim, JJ Watt) e o crescimento do bom núcleo jovem da equipe certamente contribuiu, mas não lembro da última vez que uma unidade passou de "vergonha nacional" para "Top3 da NFL" em tão pouco tempo.
E claro, não da para falar dessa defesa sem falar de Watt. Depois de uma boa campanha de calouro, Watt explodiu em 2012 para 20.5 sacks (lider da NFL), 69 tackles (lider do time), 16 passes desviados na linha de scrimmage (lider da NFL) sem falar em todas as pressões e atenções extras da defesa que atriu, e basicamente foi a força mais destrutiva da NFL inteira. Levou para casa prêmio de Defensive Player of the Year com folga e foi a alma desse time. É praticamente impossível num esporte tão coletivo onde cada jogador afeta diferentes coisas por jogada medir exatamente qual foi a contribuição individual de um indivíduo, mas posso falar sem nenhum medo que nenhum jogador teve um impacto defensivo tão grande quanto JJ Watt. Ele pressionou QBs, parou a corrida, atraiu dois ou até três defensores e facilitou a vida de todo o resto dessa boa defesa. Adversários que enfrentavam a equipe já se preparavam e mudavam seu esquema pensando em como evitar a pressão, designavam dois jogadores para essa função apenas ou então mudavam seu estilo para passes mais rápidos ou bootlegs que tirassem aquele monstro da frente das linhas de passe. Ele atraia mais bloqueadores e liberava para seus companheiros de pressão como Antonio Smith e Brooks Reed. Em resumo, ele forçava o ataque a se ajustar, se modificar e as vezes abandonar algumas forças para minimizar seu impacto. Não é a toa que a linha defensiva de Houston terminou como a terceira mais forte da NFL (per Football Outsiders) atrás de apenas Chicago e Saint Louis.
Mas não foi só nas costas de Watt que essa defesa foi sólida. 4th overall contra o passe e 5th contra a corrida, é um grupo extremamente completo, desde sua linha defensiva com Smith e Watt, seu corpo de linebackers ancorado por Brian Cushing e Brooks Reed, e sua secundária com Kareem Jackson e Jonathan Joseph. É um grupo bastante jovem que maturou muito nos últimos dois anos e se beneficiou da chegada de Phillips para evoluir em um dos grupos mais sólidos da Liga. E o Texans está naquela posição invejável que eu citei quando falei do Ravens: tendo um excelente grupo, um esquema tático no lugar e as peças principais já montadas que pode substituir as secundárias sem perder o ritmo. A equipe perdeu Connor Barwin para o Eagles, e foi atrás do problemático mas talentoso Joe Mays para dar profundidade a um grupo que sofreu temporada passada quando perdeu Reed e Cushing por lesão (e draftou um cara que eu gosto, Sam Montgomery), por exemplo. E quando o bom e underrated Glover Quin foi para Detroit na Free Agency, o time aproveitou para trazer Ed Reed.
Reed é uma peça interessante nessa defesa que não se adequa a norma de "trazemos o jogador com as qualidades que precisamos", o que obviamente não quer dizer que a contratação seja errada ou ruim: você sempre quer aumentar o talento do seu time quando possível. Eu acho Reed interessante porque ele pode tanto aumentar um nível nessa secundária com suas habilidades como pode ser pior do que as pessoas imaginam. Reed é um grande jogador (e tem um dos apelidos mais legais da NFL) e sem dúvida melhor que Quin quando está bem, mas existe uma certa incerteza aqui: Reed está velho e batalhando muitas lesões nesse final de carreira, e acabou de sair de um time onde jogou durante toda sua carreira, o mesmo esquema tático feito para maximizar suas forçar. Agora ele, voltando de lesão e perdendo boa parte da pré-temporada, vai ter que aprender um novo playbook, se adaptar ao esquema de um novo time (e ficar saudável por 16 jogos). É uma aposta considerável, certo? Se ele conseguir ficar saudável e se adaptar bem, ele realmente aumenta o nível dessa secundária e a torna muito mais perigosa com suas habilidades de ir atrás da bola (algo que falta a esse time quando os passes não são desviados pelo Watt), mas também existe uma chance de Reed batalhar com lesões (um tema recorrente na sua carreira recente) e não conseguir ser tão eficiente quanto poderia. Eu não estou questionando a contratação ou falando que foi um erro, só estou dizendo que o impacto provavelmente não vai ser tão grande quanto no papel.
E para ser um pouco mais cínico, o fato é que Texans é um candidato a alguma regressão. Sua incrível sorte com fumbles (mais significativa no ataque, mas ainda grande na defesa) vai regredir, pelo menos, e já é algo significante. Mas a chave aqui é JJ Watt. Não existe nada absurdo em um jogador talentoso dar um salto de produção no seu segundo ano como profissional e Watt já tinha se mostrado muito bom na sua temporada de calouro. O que chama a atenção é o nível no qual ele jogou, algo muito superior ao que a NFL viu em anos. Não duvido nem por um minuto da capacidade de Watt e acho que ele tem tudo para continuar sendo um dos jogadores mais valiosos da Liga, mas a dúvida é se o nível espetacular mostrado em 2012 é seu verdadeiro nível ou um ano "outlier" de um talento especial. A amostra é pequena para dizer porque foram apenas duas temporadas, mas como já vimos no caso de Adrian Peterson, só porque você é muito bom em alguma coisa não quer dizer que não possa ter uma temporada fora da curva. Colocando a questão de outra forma, se 2012 for o verdadeiro nível de Watt e ele mantiver isso pelo resto da carreira, ele provavelmente vai se aposentar como o maior ou segundo maior defensor de todos os tempos. Então vocês entendem minha dúvida, se foi apenas um ano fora da curva de um grande talento, ou se ele realmente realizou toda sua capacidade e o mundo como conhecemos está ferrado. Não temos amostra suficiente para julgar, então só podemos especular. Mas é um grande candidato a alguma regressão, de modo geral, e isso pode afetar um pouco essa defesa.
O ataque é um pouco mais complicado, e não tão dominante. O que não quer dizer que seja ruim, quando você tem uma defesa boa como é o caso. Mas ainda inspira alguns cuidados.
O principal problema desse ataque é a chamada (ok, eu que inventei faz 40 segundos) "Síndrome de Megatron". Ou seja, a equipe possui um WR fantástico - no caso Andre Johnson - mas o resto de recebedores é fraco e não confiável, de forma que as defesas podem designar marcações mais pesadas para esse jogador mais dominante sem se preocupar com outros jogadores castigando-os. Da mesma forma, a falta de outros bons alvos (especialmente em jogadas de terceira descida) torna esse ataque previsível demais. A falta de variedade é um problema que foi exposto ainda mais quando o bom TE Owen Daniels se machucou e perdeu o resto da temporada regular: Johnson passou das 1500 jardas na temporada e só um outro WR da equipe (Kevin Walter) passou das 500 jardas, e nenhum outro passou de 200. E isso diminui não só a eficiência do jogo aéreo como também de sua estrela em Johnson, que não tem ninguém para atrair a marcação. Esse foi um dos motivos pelos quais eu gostei tanto de Houston ter pego DeAndre Hopkins no Draft: apesar de WR ser uma posição onde a adaptação não costuma ser fácil, pelo menos é um jogador jovem e dinâmico para colocar do lado oposto ao AJ. Mesmo que não vá atrair a defesa (pelo menos no começo) deve se beneficiar do espaço extra e já é um upgrade sobre qualquer coisa que o Texans tenha colocado na posição nos últimos anos. Um upgrade muito necessário para um ataque aéreo que terminou em 14th temporada passada mesmo com o segundo WR mais valioso da NFL (per Football Outsiders).
O ataque terrestre é um pouco mais problemático. Apesar da fama da equipe de ter um "grande" ataque terrestre com Arian Foster, a equipe terminou apenas com o 16th melhor ataque terrestre temporada passada (e 9th na anterior). Em parte porque os números são ajustados por adversário (e o Texans teve um calendário bastante fácil em termos de defesas enfrentadas) e em parte porque a equipe corre muito com a bola: apenas três times o fizeram na temporada inteira, sendo que dois deles (Seattle e Washington) possuem QBs corredores e o outro (Patriots) joga no ritmo mais rápido da Liga. A média de jardas por corrida da equipe também foi apenas mediana (4.1) na Liga. Para uma equipe cujo jogo aéreo dependia tanto de um jogador apenas, o jogo terrestre sempre foi uma ferramenta crucial para balancear as defesas e abrir espaços para o passe (nenhum time usou mais o play action nos últimos dois anos do que o Texans). Por isso o Texans deve continuar correndo primeiro e passando depois mesmo que não seja tão eficiente nisso. É possível que a chegada de Hopkins direcione um pouco mais de atenção para o jogo aéreo, mas o fato de Matt Schaub ser um bom e sólido, mas não espetacular, quarterback titular provavelmente vai fazer com que a equipe evite depender de forma muito pesada do jogo aéreo. Eu gosto de Schaub, acho um bom jogador, mas não acho que tem a capacidade de outros jogadores de manter sua grande eficiência sendo o ponto focal do ataque, passando em grande quantidade e enfrentando defesas voltadas para o jogo aéreo. Mesmo com um ataque terrestre não tão eficiente, é importante manter esse jogo funcionando para dar ao seu QB mais liberdade. Isso provavelmente não vai mudar.
(O melhor resumo que eu li sobre o Matt Schaub, corteria do Grantland: Schaub é um bom QB com sólidos números, mas nenhum time nenhuma vez ficou preocupado ao olhar para o outro lado do campo e ver ele entrando no jogo.)
Mas esse ataque enfrenta duas potenciais questões de regressão. A primeira ja foi citada: o Texans teve uma sorte incrível com fumbles. Isso foi ainda mais marcante no ataque, onde o Texans recuperou 72,3% de seus fumbles (segunda melhor marca da Liga). É verdade que foi uma equipe muito boa na NFL evitando fumbles, o que naturalmente diminui o número de turnovers, mas não vão continuar recupernado tantos assim.
O segundo é um pouco mais complicado, e eu confesso que não faço a menor ideia do tamanho do impacto que isso vai ter. Pode ser bem grande ou pode ser quase zero. Mas fato é que precisa ser levado em consideração o seguinte: nessa offseason, a NFL mudou algumas pequenas regras no jogo, e uma delas diz respeito aos bloqueios na linha de scrimmage, impedindo bloqueios "mergulho" nas pernas de jogadores entre os tackles da linha ofensiva (depois que uma jogada assim rompeu o ACL do Cushing). Isso pode ser particularmente problemático para uma linha ofensiva como a do Texans, cujas jogadas de corrida são baseadas em bloqueios por zona. Não da para saber como os juizes vão começar a chamar mais faltas e se as defesas vão ter que se adaptar, mas se for o caso, é provável que o Texans seja um dos times a mais sentir essa mudança por ser um dos times que mais depende desse bloqueio de zona.
Basicamente, esse é o Texans de 2012... Que não deve ser tão diferente do de 2013. A defesa enfrenta um pequeno potencial de regressão associado ao JJ Watt e as dúvidas se ele consegue continuar com suas atuações sobre-humanas ou se vai voltar a um nível mais humano, mas ainda deve ser uma unidade forte mesmo que aconteça (especialmente com a volta de Brian Cushing). O ataque enfrenta algumas dúvidas com as novas regras de bloqueio, mas não perdeu nenhuma peça importante e adicionou um jogador na sua maior fraqueza, então talvez seja até melhor. O problema é que o Houston de 2012 já era por si só um grande candidato a regressão, superando sua Pythagorean Expectations por valores muito altos, tendo incrível sorte em jogos decididos por uma posse e recuperando fumbles, e com um calendário muito fraco. Só a regressão natural já colocaria a equipe próximo de um time 10-6 ou 9-7, e com uma tabela possivelmente mais forte na prática em 2013, Houston não deve ser nem de longe o time dominante que foi ano passado. Um 9-7 me parece a projeção mais adequada para a equipe no momento considerando o quão pouco mudou do ano passado para esse, o que pode subir para 10-6 dependendo do impacto de Ed Reed e Hawkins e do quanto JJ Watt vai continuar monstruoso ou cair para 8-8 dependendo do quanto Watt e o ataque terrestre sofrerem de setback.
O ataque terrestre é um pouco mais problemático. Apesar da fama da equipe de ter um "grande" ataque terrestre com Arian Foster, a equipe terminou apenas com o 16th melhor ataque terrestre temporada passada (e 9th na anterior). Em parte porque os números são ajustados por adversário (e o Texans teve um calendário bastante fácil em termos de defesas enfrentadas) e em parte porque a equipe corre muito com a bola: apenas três times o fizeram na temporada inteira, sendo que dois deles (Seattle e Washington) possuem QBs corredores e o outro (Patriots) joga no ritmo mais rápido da Liga. A média de jardas por corrida da equipe também foi apenas mediana (4.1) na Liga. Para uma equipe cujo jogo aéreo dependia tanto de um jogador apenas, o jogo terrestre sempre foi uma ferramenta crucial para balancear as defesas e abrir espaços para o passe (nenhum time usou mais o play action nos últimos dois anos do que o Texans). Por isso o Texans deve continuar correndo primeiro e passando depois mesmo que não seja tão eficiente nisso. É possível que a chegada de Hopkins direcione um pouco mais de atenção para o jogo aéreo, mas o fato de Matt Schaub ser um bom e sólido, mas não espetacular, quarterback titular provavelmente vai fazer com que a equipe evite depender de forma muito pesada do jogo aéreo. Eu gosto de Schaub, acho um bom jogador, mas não acho que tem a capacidade de outros jogadores de manter sua grande eficiência sendo o ponto focal do ataque, passando em grande quantidade e enfrentando defesas voltadas para o jogo aéreo. Mesmo com um ataque terrestre não tão eficiente, é importante manter esse jogo funcionando para dar ao seu QB mais liberdade. Isso provavelmente não vai mudar.
(O melhor resumo que eu li sobre o Matt Schaub, corteria do Grantland: Schaub é um bom QB com sólidos números, mas nenhum time nenhuma vez ficou preocupado ao olhar para o outro lado do campo e ver ele entrando no jogo.)
Mas esse ataque enfrenta duas potenciais questões de regressão. A primeira ja foi citada: o Texans teve uma sorte incrível com fumbles. Isso foi ainda mais marcante no ataque, onde o Texans recuperou 72,3% de seus fumbles (segunda melhor marca da Liga). É verdade que foi uma equipe muito boa na NFL evitando fumbles, o que naturalmente diminui o número de turnovers, mas não vão continuar recupernado tantos assim.
O segundo é um pouco mais complicado, e eu confesso que não faço a menor ideia do tamanho do impacto que isso vai ter. Pode ser bem grande ou pode ser quase zero. Mas fato é que precisa ser levado em consideração o seguinte: nessa offseason, a NFL mudou algumas pequenas regras no jogo, e uma delas diz respeito aos bloqueios na linha de scrimmage, impedindo bloqueios "mergulho" nas pernas de jogadores entre os tackles da linha ofensiva (depois que uma jogada assim rompeu o ACL do Cushing). Isso pode ser particularmente problemático para uma linha ofensiva como a do Texans, cujas jogadas de corrida são baseadas em bloqueios por zona. Não da para saber como os juizes vão começar a chamar mais faltas e se as defesas vão ter que se adaptar, mas se for o caso, é provável que o Texans seja um dos times a mais sentir essa mudança por ser um dos times que mais depende desse bloqueio de zona.
Basicamente, esse é o Texans de 2012... Que não deve ser tão diferente do de 2013. A defesa enfrenta um pequeno potencial de regressão associado ao JJ Watt e as dúvidas se ele consegue continuar com suas atuações sobre-humanas ou se vai voltar a um nível mais humano, mas ainda deve ser uma unidade forte mesmo que aconteça (especialmente com a volta de Brian Cushing). O ataque enfrenta algumas dúvidas com as novas regras de bloqueio, mas não perdeu nenhuma peça importante e adicionou um jogador na sua maior fraqueza, então talvez seja até melhor. O problema é que o Houston de 2012 já era por si só um grande candidato a regressão, superando sua Pythagorean Expectations por valores muito altos, tendo incrível sorte em jogos decididos por uma posse e recuperando fumbles, e com um calendário muito fraco. Só a regressão natural já colocaria a equipe próximo de um time 10-6 ou 9-7, e com uma tabela possivelmente mais forte na prática em 2013, Houston não deve ser nem de longe o time dominante que foi ano passado. Um 9-7 me parece a projeção mais adequada para a equipe no momento considerando o quão pouco mudou do ano passado para esse, o que pode subir para 10-6 dependendo do impacto de Ed Reed e Hawkins e do quanto JJ Watt vai continuar monstruoso ou cair para 8-8 dependendo do quanto Watt e o ataque terrestre sofrerem de setback.
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