Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Mailbags de sexta a noite

Força capilar nem sempre é vantagem na NFL


Para participar do nosso mailbag, ou seja, enviar uma pergunta/comentário/dúvida/tópico de debate para ser respondida aqui no blog e no Esporte Interativo, é só mandar um email para tmwarning@hotmail.com com o título "Mailbag" que ele pode aparecer por ai. Forma de tornar isso mais interativo e próximo dos leitores. Então participem!


No próximo bimestre, começaremos uma série chamada Sports Mythbusters. A idéia é bem simples, pegar clichês, mitos ou lugares comuns dos esportes americanos e colocá-los a prova. Então estamos aceitando sugestões, e qualquer mito, frase comum, chavão ou coisa assim dos esportes que vocês querem ver testada e comprovada (ou ao contrário, que quer ver desmentida) podem mandar que vamos analisar os melhores. Mais uma chance de vocês sugerirem nossas pautas. Podem mandar emails com as sugestões para tmwarning@hotmail.com, para o twitter @tmwarning, ou simplesmente colocar nos comentários quando der na telha.
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Bom, chegou sexta feira, dia dos nossos amados e mundialmente famosos palpites da rodada. Ok, podem não ser tão amados nem mundialmente famosos, mas é a coluna semanal da qual mais gente reclama, então pelo menos as pessoas se divertem com ela. A idéia era juntar os emails que chegam durante a semana em um mailbag de sexta junto dos palpites, para não ficar maçante e ser um espaço mais ou menos fixo para a participação dos leitores, e também porque não tínhamos tantos emails para justificar um espaço ou uma coluna só deles.

Ou pelo menos até essa semana. Desde o último mailbag tivemos um recorde de emails, e são tantos e com perguntas tão interessantes que valem um post inteiro só de mailbag (minha intenção desde o começo). Então os palpites ficam para mais tarde ou, em último caso, amanhã de manhã. Hoje o espaço vai ser só para responder emails. Como sempre, esses são emails reais de leitores reais que podem ter sido editados por questões de padronização.

Se quiser participar do próximo, é só mandar um email com sua pergunta/comentário/whatever para tmwarning@hotmail.com com o assunto "Mailbag".


 Tim Tibow já pode ser considerado um Bust ? - Ramon Brandão

Uma pergunta bem comum que já me fizeram em diferentes redes sociais. Acho que você achar que Tim Tebow é um bust ou não depende do que você considera um bust. Geralmente o rótulo de "bust" é dado para jogadores que entraram na NFL com muita promessa, muitas expectativas, ou então a custos (ou escolhas) muito altos, e falharam ao produzir e ficaram muito aquém do esperado e do valor neles investidos. Nesse caso, é difícil chamar Tebow de um bust: quando ele entrou no draft depois de uma brilhante carreira no College, o consenso era de que ele nunca seria um QB na NFL, embora fosse possível que algum time fosse gastar uma escolha alta nele esperando um milagre.

Então é meio complicado taxar de bust alguém cujo consenso original era "nunca vai jogar na NFL". A gente esperava e torcia pelo melhor porque ele era divertidíssimo de assistir na Flórida e porque era um grande cara fora de campo, mas a verdade é que ninguém esperava muito dele. Então para alguém que tinha essa expectativa, só aquela temporada mágica de 2011 - levou um time 1-4 aos playoffs, liderou a NFL em viradas no quarto período, ganhou um dos jogos de playoffs mais emocionantes da minha vida contra os  atuais campeões da AFC - já era muito mais do que teríamos sonhado. Então sua carreira não foi longa e provavelmente já acabou (btw, respeito ele por não forçar a barra e ficar na NFL ou na CFL como um jogador inferior, acho que sua nova ocupação comentando NCAA vai ser perfeita para seu carisma), mas ele teve uma temporada quase folclórica na qual fez milagres e chegou a vencer um jogo de playoffs, e isso já é muito mais do que todo mundo esperava quando ele chegou na liga. Para mim ele acabou tendo mais sucesso do que todo mundo imaginava, então está longe de ser um bust. Pena que sua carreira não durou mais tempo, sentirei falta.


A minha questão é a seguinte:

- Cada vez mais a NFL está voltada para o passe, com os Quartebacks quase intocáveis. Obliterando todos os recordes de grandes lendas do passado. 

- Dito isso o que você acha dessa nova tendência dos técnicos/gerentes draftarem Qbs que são melhores correndo do que passando? exemplos não faltam recentemente: Kaepernick, Newton, Pryor, Russel Wilson, Griffin III, Geno Smith e E.J.Manuel.

- Você acha que eles são os modelos para o futuro dos Qbs na NFL? e se são não é meio irônico você draftar um Qb corredor que tem muito mais chances de sofrer lesões, em uma liga que te facilita ano após ano os passes.

Um abraço, muito bom os seus textos no blog. - Fabiano Dantas

Engraçado, nunca pensei por esse último ponto de vista, e achei extremamente interessante. Em uma era onde a NFL está cada vez se assemelhando a uma liga de touch football para proteger o QB - você não pode atingir na cabeça, no pescoço, nas pernas, e agora a NFL acabou de multar um jogador por dar um sack no peito de um QB - a transição que a liga está fazendo para QBs móveis que saem do pocket e se sujeitam a mais pancadas realmente não deixa de ser irônico. Embora talvez tenha uma relação de causa e efeito, as limitações da defesa quando vai atacar o QB atualmente acabam abrindo muito mais espaços para corridas, e talvez por isso os QBs tenham essa maior tendência a aproveitar esses espaços.

Mas sobre sua pergunta, acho que é de certa forma uma tendência evolutiva da NFL. As mudanças de regras do começo da década abriram demais o jogo aéreo e limitaram muito o poder das defesas contra o passe, então elas tiveram que se adaptar como puderam, colocando mais gente na secundária e apertando o pass rush para cima dos QBs adversários. Uma das consequências foi que novos espaços começaram a se abrir, especialmente para as corridas dos QBs, e então quando começaram a aparecer QBs capazes não só de fazer bons passes como também de explorar esses espaços e forçar novos ajustes da defesa, isso deu ao ataque uma certa vantagem. E você só citou os negros, mas também tem jogadores brancos como Jake Locker e Andrew Luck que são muito atléticos. Então acho que essa tendência vem um pouco disso, jogadores que podem explorar esses espaços abertos pelas defesas e que dão ao time uma arma nova.

Mas ainda acho que o pocket passer - ou pelo menos suas habilidades como passador de maneira geral - sempre serão o principal atributo para um QB. Jogadores como Luck, Wilson e as versões 2012 de Kaepernick e Griffin também eram exímios passadores (Newton também é um bom passador), e é a combinação entre ser capaz de vencer uma defesa com o braço e as pernas que faz deles tão destruídores. Quando você só corre, como o Pryor, as defesas vão se adaptar com mais facilidade e tirar de você esses espaços e te obrigar a vencer com os passes, então não adianta correr bem se você não pode abrir esses espaços com seu braço. Entre um QB que só corre e um que só passa do pocket, o segundo sempre vai ser mais importante (Tom Brady e PEyton Manning, alguém?) e ter mais espaço. A questão é que agora estamos vendo jogadores que conseguem fazer ambas as coisas bem, e acho que essa vai ser a tendência conforme o jogo avança por ser mais fácil conseguir um QB que lança bem e corre bem do que um cara que lança perfeitamente e não corre, esses são mais raros. Mas um grande passador sempre vai ter a preferência sobre um corredor, isso não deve mudar.


Com a temporada atual de Peyton Manning entrando na lista entre as melhores de um QB, na sua opinião, qual a melhor e mais assombrosa temporada em números de um QB ?

* Dan Marino em 1984 --> 362-5645 084 jardas, 48 TD, 17 INT, 108,9 de Rating em 16 jogos.

* Peyton Manning em 2004 --> 336-497, 4 557 jardas, 49 TD, 10 INT, 121,0 de Rating em 16 jogos.

* Tom Brady em 2007 --> 398-5784 806 jardas, 50 TD, 8 INT, 117,2 de Rating em 16 jogos.

* Aaron Rodgers em 2011 --> 343-502, 4 643 jardas, 45 TD, 6 INT, 122,5 de Rating em 15 jogos.

* Drew Brees em 2011 --> 468-657, 5 476 jardas, 46 TD, 14 INT, 110,6 de Rating em 16 jogos.

Obs: Mesmo sabendo das mudanças que privilegiaram o jogo aéreo e tudo mais, porém em questão de números, qual foi a temporada mais espetacular ? - Ramon Brandão


O importante quando comparamos números de diferentes épocas é colocar em contexto as diferenças do jogo em cada uma delas. Não é que as temporadas dos QBs de hoje não tenham valor, mas é extremamente mais fácil postar grandes números e continuar passando hoje em dia do que era 20, 30 anos atrás. As regras mudaram, e é preciso levar isso em conta. Por exemplo, antes de 2004 (quando as regras mudaram), apenas dois QBs tinham passado das 4805 jardas em uma temporada na história da NFL: Dan Marino em 1984, e Kurt Warner em 2001 (uma temporada que você poderia ter incluído na sua lista, btw). E nas 9 temporadas desde então, já tivemos DEZ temporadas de um QB com mais de 4805 jardas, inclusive quatro em 2011 e quatro em 2012. Então é um fato inegável que hoje em dia é muito mais fácil colocar grandes números pelo ar, e é importante colocar isso em contexto.

Por isso ainda mantenho que 1984 Dan Marino foi a melhor temporada da história de um QB e é o patamar de ouro a qual todos aspiram. Seus números são bons o suficiente para bater de frente com qualquer temporada moderna de um QB, só que ele fazia isso em uma época onde o grau de dificuldade era consideravelmente maior. Colocar 5000 jardas e 40 TDs hoje em dia não é fácil, mas é factível - vários QBs já conseguem. Em 1984? Isso era absolutamente impossível e deveria ser ilegal. Por exemplo, em 2007 quando Tom Brady entrou nessa lista, a média da NFL por time em jardas aéreas na temporada era de 3428 e a proporção TD/INT era de 22/16, e em 2011 quando Brees entrou (talvez as duas mais impressionantes estatisticamente entre essas modernas que você citou), os times tinham em média 3675 jardas aéreas e a TD/INT de 23/16. Em 1984 era 3200 jardas aéreas e a taxa TD/INT era de 22/21!! A diferença é imensa. Então mesmo que a primeira vista os números de Brady e Brees impressionem mais, o mérito de Marino colocando números quase iguais em 1984 foram muito maiores. Para mim ainda é a melhor temporada de todos os tempos.

A melhor pós-temporada de todos os tempos? 1989 Joe Montana, 821 jardas, 11 TDs e nenhuma interceptação em três jogos para um time que venceu suas três partidas por combinados 126 a 26. 126 a 26!! Isso quer dizer que venceu três dos melhores times da NFL por em média 42 a 9, inclusive o Super Bowl por um recorde 55-10. Me acorde quando isso acontecer de novo.


Está mais pra uma proposta que uma pergunta, mas vamos lá...

É possível provar, usando como indício (na atual temporada) os pontos cedidos pelas defesas dos 32 times da NFL, qual o melhor esquema defensivo (entre 3-4 e 4-3)? - Tiago Rotava


Eu acho a sua proposta um pouco impossível porque é praticamente impossível separar o quanto é impacto da formação defensiva e o quanto é simplesmente ter jogadores melhores. No meu ponto de vista não existe uma melhor do que a outra, as duas possuem uma proposta ligeiramente diferente e é mais uma questão de qual delas vai tirar o máximo do talento e das características dos jogadores que você possui. Não sei se existe uma forma de quantificar e medir qual a diferença específica de cada alinhamento.

O que eu posso fazer por você é o seguinte: entre as cinco melhores defesas cedendo jardas nessa temporada, três delas (Browns, 49ers e Texans) jogam em uma formação 3-4 e as outras duas (Seahawks e Panthers) em uma formação 4-3, ao passo que entre as cinco piores você tem apenas Eagles de defesa 3-4 e Jaguars, Vikings Cowboys e Falcons que se alinham principalmente na formação 4-3. Vendo as melhores por DVOA, calculado pelo excelente Football Outsiders, nas cinco primeiras temos duas defesas 3-4 (Jets e Cardinals) e três 4-3 (Panthers, Seahawks e Bengals), enquanto que entre as cinco piores temos San Diego e Green Bay jogando no 3-4 e Vikings, Jaguars e Falcons jogando em uma formação 4-3. Não tem tanto valor analítico, mas acho que serve para mostrar como realmente não existe um padrão nisso, e infelizmente acho que não existe uma forma de isolar o que é impacto do jogador e o que é impacto tático.


Caso seja demais, uma pergunta subsituta...
Sem contar o All Day, na sua opinião temos algum RB certo para o  Hall of Fame? - Tiago Rotava



Bom, não era demais, mas vou responder essa mesmo assim. Hoje em dia, acho que certeza só Adrian Peterson mesmo - sua temporada de 2000 jardas, seu prêmio de MVP em uma época dominada por QBs e o brilhantismo e consistência da sua carreira como um todo colocam ele como um bom candidato a entrar se conseguir mais algumas temporadas em alto nível, mesmo que não precise repetir sua temporada 2013. Só uma desgraça tira All-Day do Hall da Fama. 

Depois de Peterson, acho que não tem nenhum RB que eu colocaria como "uma boa chance" para entrar no HoF. Diria que alguns jogadores tem um caso ou o princípio de um, mas ainda estão um pouco longe de chegar lá: Frank Gore e Steven Jackson foram consistentes por muito tempo e detém diversos recordes de suas respectivas franquias e podem montar um caso, e Chris Johnson tem uma temporada de 2000 jardas e o recorde da NFL de jardas totais a seu favor. Mas se Terrell Davis - uma temporada de 2000 jardas, três anos seguidos de 1500+ como o melhor RB da NFL antes de se machucar e encerrar a carreira - não parece uma certeza a entrar, não sei como o muito menos consistente e dominante Johnson vai fazer seu caso. Hoje em dia está mais difícil ser RB com a evolução do jogo aéreo, é mais fácil achá-los e a maior parte dos times opta por usar combinações de RBs com características diferentes ao invés de um grande craque - até porque RBs tem uma vida útil relativamente curta. Então acho que não vai ser fácil para RBs daqui para frente entrarem no Hall da Fama.


Estão familiarizados com o conceito de força nominal? Caso não estejam segue o link http://bolapresa.blogspot.com.br/2008/06/fora-nominal.html
Gostaria de saber as principais forças nominais da NFL na sua opinião. E as principais forças capilares também - Mateus Sobral


Não só estou familiarizado como sou um estudioso assíduo do assunto e sua aplicabilidade na NFL. Por algum motivo, a NFL é a liga com mais nomes legais no mundo, é como se fosse um pré-requisito. Então é realmente difícil saber quais são as melhores forças nominais, um dia preciso entrar em contato com o Denis e ver se o Sbub não topa fazer um ranking desses, já que ele é o especialista no assunto e não eu. 

Entre os jogadores da atualidade, tem vários interessantes, mas alguns que eu lembro de cabeça: Mister Alexander (como não gostar de um cara cujo nome é um título e o sobrenome é um nome próprio?!); Richie Incognito (muito adequado para um Guard, a posição que menos recebe atenção na NFL); Brian Anger (que está no time perfeito, já que joga no pior time da NFL); D'Brickshaw Fergusson (tem o D' que é tudo menos mudo para dar charme, e para um lineman de 280 libras tem nome melhor do que "BRICKshaw", o OT de tijolos?!); Captain Munnerlyn (The Captain!)... e claro, a escola havaiana de força nominal, que inclui Brandon Manumaleuna, Troy Polamalu e Michael Hoowanamanui. Também sou particularmente fã de "Uche Nwaneri" e Barkevious Mingo, mas essas são preferências pessoais. Estou também particularmente animado para esse draft: quando suas duas possiveis primeiras escolhas são Teddy Bridgewater (tem poucas coisas mais legais no mundo que uma ponte de água) e Marcus Mariota (ganha pontos pela repetição do M), é porque o draft será interessante do ponto de vista nominal.

Quanto a mais obscura força capilar, temos também bons exemplares. Troy Polamalu e Clay Matthews  são talvez os dois exemplos mais famosos na NFL. Eu particularmente sempre fui muito fã da força capilar do Domata Peko, que parece jogar com um esquilo morto a base de esteróides preso ao seu couro cabeludo. Chris Johnson também ganha pontos por ser uma mistura entre Tia Dalma, de Pirates do Caribe, e o Awey de Petrópolis. E temos as forças nominais pontuais, como esse bom exemplo de Tim Tebow quando sofreu seu trote de calouro. Mas o prêmio da semana de força capilar vai para Andre Ellington, que teve metade de suas madeixas arrancadas a moda antiga na partida dessa semana, como você pode ver aqui ou na foto que ilustra nosso post. 

Bizarramente, como na NFL você pode dar tackles puxando o cabelo de um jogador por ser considerado parte do corpo, sempre achei que cabelos compridos eram uma fraqueza na NFL, mas a galera continua deixando crescer.

Olhando os Standings da NFL observei que a AFC está, no momento, mais equilibrada que a NFC. Ora, estamos na semana 12 e até o 14º colocado geral da conferência (Buffalo Bills) têm chances reais de conseguir um Wild Card. Somente dois times podem ser dados como fora de cogitação no momento, Texans (2-8) e Jaguars (1-9).
Na NFC as coisas estão ligeiramente menos indefinidas, sendo quatro os times praticamente eliminados (ok, eliminados, sejamos realistas): Redskins (3-7), Buccaneers (2-8), Falcons (2-8) e Vikings (2-8). O Washington, é verdade, está a um jogo do grupo de cima, mas o futebol que o time tem jogado está muito mais pro grupo dos eliminados do que pro grupo dos que ainda tem chances. Acho (somente acho) que podemos colocar ainda Rams e Giants (ambos 4-6) como quase eliminados.
Por outro lado, as lideranças estão mais consolidadas na AFC. No quadro atual não vejo nenhum líder de divisão sendo ultrapassado pelo segundo colocado. Mesmo na AFC West parece improvável que o Broncos vá perder o lugar para o KCC.Na NFC as coisas estão mais complicadas pros líderes. Excluídos os praticamente eliminados, sobram 10 times lutando por 6 vagas, sendo que temos apenas Seattle praticamente garantido na liderança da divisão, da conferência e da Liga. Eu ia colocar o Saints aqui, mas não me atrevo a duvidar de novo do Carolina enquanto durar esta temporada regular.
Não tenho propriamente uma dúvida sobre isso, mas gostaria de dizer que, apesar da qualidade geral dos times ser alegadamente inferior, a AFC tá mais divertida esse ano, ao contrário do ano passado. - Danilo Vilas Boas

Realmente a AFC está mais equilibrada e nivelada esse ano, mas não deixa de ser nivelada por baixo: são SETE times com 4 vitórias que estão 1 ou 1.5 jogos atrás de uma vaga de wild card, e o time que atualmente detém essa vaga é um Jets 5-5 com Pythagorean Wins de 3-7. Então se está mais parelha esse ano e vai continuar assim provavelmente até o final é porque tem alguns poucos times acima da média (Patriots, Chiefs, Broncos, Colts e Bengals) e mais uma penca de gente mais ou menos fraca que briga pela mesma vaga. Como tem gente de sobra isso provavelmente vai durar até o final, e não deixa de ser realmente emocionante, mas é mais pelo nível baixo da média do que por ser particularmente boa. Mesmo Patriots, Colts e Bengals, que parecem seguros na liderança de suas divisões, estão assim menos por serem times brilhantes e mais porque a concorrência está ajudando ao não ameaçar essas posições. 

Enquanto isso, a NFC claramente é mais forte. A briga pelo segundo Wild Card é entre três times 6-4 e mais dois times 5-5, com o time 4-6 (Rams) praticamente fora da briga. Além disso, é onde estão concentrados os melhores times: se fosse para fazer um Power Rankings da NFL atualmente, três do meu Top4 seriam da NFC com Seahawks, Saints e Panthers, e apenas o Broncos da AFC (não necessariamente nessa ordem). Então existe um desequilíbrio em termos dos melhores times - ainda que a NFC apresente mais times "ruins" que a AFC em termos de record (e mesmo assim, os três piores saldos de ponto da NFL pertencem a AFC) a NFC concentra mais times fortes, e aqueles que brigam pelos playoffs são mais fortes que os do outro lado. Mas para nossa alegria, parece que teremos disputas por vagas até a última semana.


Vitor, você não concorda que tankar de propósito é uma péssima estratégia na NBA? Eu tenho acompanhado a Liga há alguns anos e o que tenho visto é times ruins normalmente se manterem ruins e pouquíssimos exemplos de times que conseguem se reconstruir via Draft.
Quero dizer, tem casos e casos. As vezes na eminência de um Draft profundo, quando sua maior estrela está machucada, as vezes seria positivo perder uma temporada recuperando-a, conseguindo assim mais derrotas.
Mas duas coisas me parecem muito erradas: primeiro, trocar jogadores comprovadamente bons e médios-bons por escolhas de draft ou novatos que ninguém sabe como jogarão para o time ficar pior; e dar minutos para jogadores comprovadamente improdutivos enquanto se poderia estar desenvolvendo outros jogadores melhores.
Sendo torcedor do Boston Celtics prefiro mil vezes que Bradley, Lee, Sullinger, Olynyk, etc se mostrem produtivos e consigamos uma vaga nos playoffs para sermos eliminados na primeira rodada ou mesmo ficar a uma vaga de ir para os playoffs do que eles serem, que seja um pouco, menos produtivos e termos uma escolha top-5 no draft.
Quando vejo alguém falar que determinado time "não é ruim o suficiente" me dá nos nervos, parece um absurdo.
Desculpe a longa pergunta, mas gostaria de saber sua opinião sobre isso. - Denis Rodrigues


Eu acho que a questão é que na NBA, o pior lugar que um time pode ficar preso é naquela "classe média", onde seu time não é bom o bastante para brigar pelo título (ou mesmo estar a uma ou outra mudança menor de chegar lá) nem é ruim o bastante para ganhar posições altas no draft para pegar jogadores mais talentosos que evoluam o time. O problema disso é que você fica preso: você não consegue reforçar seu time, nem tem os frutos de brigar pelo título, e não tem como sair dessa posição a não ser que de muita sorte em achar um game-changer no draft, faça uma troca de alto risco (geralmente essa opção é mais para times mais ricos que podem absorver grandes salários) envolvendo muitas escolhas de draft, ou então explodir tudo de vez e recomeçar do zero. 

Claro que cada caso é um caso, e depende também da motivação da equipe: tem times que estão satisfeitos nessa vida de chegar na primeira rodada e cair fora, tem times que precisam se manter fortes e relevantes para manter o interesse de uma torcida pouco fiel, e por ai vai. Mas acho que na média, vencer um título é o objetivo central da NBA, e para isso é melhor você reconstruir e aceitar uns anos ruins do que insistir nesse limbo que não te leva a lugar nenhum 95 casos em 100. Até porque muitos times que estão presos nesse limbo já estão estourados salarialmente, então não podem reforçar seu time com FAs caros e podem estar perdendo dinheiro por não chegar longe o suficiente na pós-temporada. Então optam por trocar esses jogadores caros, abrir espaço salarial, conseguir o máximo possível de escolhas de draft e remontar a franquia é um caminho mais rápido para supostamente vencer um título do que insistir no time que está preso no limbo.

O modelo que você cita para reconstruir, e que é o mais comum hoje em dia, é basicamente uma adaptação do que o Thunder fez com tanto sucesso para virar um dos times, e como deu certo é o que todo mundo tenta imitar. O Sonics dos anos 2000 estava preso nesse limbo, tinha jogadores caros e um time bom o suficiente para todo ano chegar nos playoffs, mas não bom o suficiente para disputar o título e sem a flexibilidade salarial ou capacidade para fazer uma troca ou contratação bombástica. Então ao invés de insistir nisso, eles decidiram reconstruir. O plano foi simples: trocaram todos seus principais jogadores, que atrairiam mais ofertas ao redor da NBA, pelo maior número de escolhas de draft ou contratos expirantes que podia, tomando cuidado de não adicionar nenhum jogador com contrato longo. Enquanto estocava jovens jogadores e escolhas de draft, o time também manteve sua folha salarial o mais baixa possível, para eventualmente usar esse espaço para absorver salários grandes e caros de outras equipes em troca de mais escolhas de draft. Com essas escolhas de draft e sendo ruim por três anos seguidos (afinal, trocaram o time todo e perderam muitos jogos), eles usaram essas escolhas para pegar Kevin Durant, Jeff Green (com a pick do Celtics que veio em troca de Ray Allen), James Harden, Russell Westbrook e Serge Ibaka (com uma pick vinda do Suns que receberam em troca de usar seu espaço salarial para absorver o salário do Kurt Thomas). Então em alguns anos de sofrimento, eles aproveitaram seus anos ruins para conseguir escolhas altas no draft e selecionar vários craques (Harden, Durant e Westbrook) e usaram as escolhas extras que conseguiram trocando seus melhores jogadores e aproveitando seu espaço salarial para conseguir outros bons ativos (Green, Ibaka, etc). Esse é o modelo de sucesso que todo mundo tenta imitar hoje, o time que saiu do limbo e em apenas quatro anos se reinventou como uma potência atrás de um Franchise Player.

Claro que o Thunder é um caso a parte (que acertou espetacularmente nas suas três principais escolhas E ainda achou Ibaka mais embaixo), e isso envolve uma boa dose de sorte, principalmente para conseguir seu Franchise Player: você precisa estar com a pick certa no draft certo para achar esse jogador (Derrick Rose, Durant, Tim Duncan, Lebron James, para citar alguns), torcer para esse cara não acabe virando um bust (Michael Beasley, Greg Oden, Hasheem Thabeet), ou então acabar conseguindo achar esse cara com picks mais para frente a uma chance muito menor (Dwyane Wade, Paul George). Por isso é tão difícil, mesmo para times que estão reconstruíndo, conseguir esse jogador, geralmente só tem um ou dois desses por ano. Por isso todo mundo deixa seu time ruim para aumentar suas chances de conseguir a 1st pick ou algo parecido. Muitos não vão conseguir nada tankando, vão ficar com uma 5th pick, pegar um jogador decente que não vai mudar o destino de nada, e continuar ruim, mas também tem times que irão pegar jogadores como Michael Jordan, Hakeem Olajuwon, David Robinson, Tim Duncan, Patrick Ewing, Kevin Durant ou Lebron James (todos resultados de temporadas de "tank"), e todos esses times chegaram a final da NBA com esses jogadores. Então é um risco, mas é um caminho mais rápido para o sucesso caso consiga esse jogador.

Para um exemplo prático, você disse ser torcedor do Celtics. Eu também sou. Mas eu prefiro que o time perca o máximo possível, use jogadores jovens em uma tentativa de desenvolvê-lo que provavelmente vai resultar em menos vitórias mas que vai fazê-los evoluir na prática, e garanta uma boa escolha no excelente draft que está vindo por ai do que usar um elenco medíocre como o nosso para chegar nos playoffs, tomar uma varrida na primeira rodada e não evoluir o time para 2014 de forma significativa. O Celtics não vai ser campeão com Olynyk e Sullinger como pilares do time, mas o time pode vir a ganhar um daqui a cinco anos se o time acabar com Wiggins ou Randle e eles se mostrem uma superestrela. Então no fundo acho que depende do que você prefere, continuar indo nos playoffs sem uma perspectiva de dar um salto que leve o time a brigar pelo título ou aceitar um ou dois anos inferiores sabendo que nesse meio tempo você está aposentando no futuro da equipe. Eu prefiro a segunda, e é pensando nela que a maior parte dos times opta por trocar seus melhores jogadores de um time sem futuro (pense no Hawks de uns anos atrás) para investir em garotos que podem eventualmente desenvolver e render um campeão no futuro. Nem sempre funciona, mas é o caminho mais favorável para reconstruir uma franquia quando você não tem o dinheiro de um Lakers-Nets ou o apelo de um Knicks para atrair jogadores. Acho que ai depende do quanto você prefere arriscar mais para montar um time que pode ser campeão ou manter um sólido time que chega aos playoffs mas não tem chance de vencer nada. 


PALPITES DA RODADA VINDO AMANHÃ DE MANHÃ!!

Um comentário:

  1. Sempre tive essa curiosidade e nunca tive pra quem perguntar. Porque raios as trocas da NBA são tão diferentes da NFL? Não assisto NBA e como trocas diferentes eu quis dizer como a troca que o lakers fez anos atraz para conseguir o pau gasol(Unica troca que me lembro agora).Por exemplo, uma das maiores trocas essa temporada foi a do Colts pelo Trent Richardson e ela foi bem simples comparada com as de NBA e isso pq eu falei de uma troca entre "apenas" 2 times, fora as outras malucas envolvendo meia liga.

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