Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O retorno do Mailbag

Foi mal, mas eu tinha que dar um jeito de colocar essa imagem aqui


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Ok, enfim chegou a hora do nosso primeiro mailbag de 2013. O formado do mailbag é simples: você manda um email com uma dúvida/pergunta/comentário/whatever e eu publico e respondo/comento. Já tínhamos feito uma vez, e achamos hora de fazer de novo. Se tivermos emails suficientes, faremos mais um muito em breve, então mandem os seus emails. Para participar é muito fácil, é só enviar sua dúvida/pergunta/comentário/whatever para tmwarning@hotmail.com com o assunto "Mailbag", e se quiser, seu nome/sobrenome e cidade para identificação (também pode mandar como anônimo ou como bem entender). Os melhores ou mais interessantes serão publicados aqui e no Esporte Interativo, e é uma forma descontraída de conversar sobre o assunto e interagir com os leitores. Então mandem seus emails para o nosso próximo mailbag, alguns podendo inclusive ser lidos durante a transmissão dos jogos da NFL no EI. Nesse mailbag acabei dando preferência pelas respostas mais longas porque eram poucas as perguntas, mas se tiverem mais perguntas a ser respondidas, vou começar a diminuir o tamanho para responder o máximo possível.

Lembrando também que esses são todos emails reais de pessoas reais, e que alguns foram reescritos (ou editados) para corrigir erros de gramática ou abreviações (já que esse texto também vai no Esporte Interativo e para tal é preciso manter a qualidade) - não entendam como algo pessoal. A identificação de cada um também depende de como está no email, alguns mandaram apenas o primeiro nome e outro nome completo e cidade. Btw, algumas perguntas estão em duas partes, então foram respondidas como perguntas separadas para evitar confusões. Então vamos começar.



Q: Então, amigo, costumo assistir regularmente o SportsCenter americano (na verdade, não só ele) e hoje fizeram uma enquete interessante: Quais os times que seriam mais confiáveis a chegar a um Super Bowl. Dentre os times, escolheram Chiefs, Seahawks, Broncos e Colts. Os dois primeiros são compreensíveis, já que possuem bons quarterbacks e defesas extramamente dominantes, e o Broncos tem Peyton Manning com um grupo de recebedores incrível. Porém, o que realmente me chamou a atenção foi a escolha do Colts. Com exceção do quarterback, o Colts não possui um bom time no papel, principalmente depois da perda do Reggie Wayne, que foi o terceiro recebedor mais viu a bola ir em sua direção desde a semana um da temporada passada, quando o Andrew Luck entrou na liga. O grupo de running backs não é sólido, a linha ofensiva pode até não permitir muitos sacks, mas não o faz pela habilidade que o seu quarterback tem de escapar do pocket e ser preciso fora dele ou correr com a bola, não possui uma defesa de sólida, embora tenha conseguido segurar o ataque do Broncos, nem um grupo de recebedores consistente. Dai vem à mente um dos maiores clichês do futebol americano: “Ataque ganha jogos, defesa ganha campeonatos.” O Colts não tem um bom ataque e nem uma boa defesa, a ESPN não foi exagerada ao colocá-los na enquente? Quais as chances que eles realmente têm de chegar à grande final da liga esse ano, levando em consideração que apenas um desastre os tira dos playoffs esse ano e as estatísticas que você analisa rotineiramente? - Glaydson Prado, Fortaleza, CE


TMW: A primeira coisa que eu sempre defendo quando falamos dos playoffs da NFL é que, dos 12 times que se classificam, praticamente qualquer um deles pode chegar a ser campeão. Eu escrevi bastante sobre isso no preview que fiz do Baltimore Ravens, quando expliquei que o fato do time ter sido campe ão não significava nada para o futuro. O raciocínio é bem simples: os playoffs são apenas quatro (talvez três) jogos por time para chegar ao Super Bowl, e essa é uma amostra EXTREMAMENTE pequena. Durante todos os 32 previews que fizemos, uma das coisas que eu tentei deixar clara é que os 16 jogos da temporada constituem uma amostra muito pequena, o que significa que entre as coisas que influenciam os resultados finais (em especial records) estão diversas coisas aleatórias que estão fora do controle das equipes, que dependem de sorte ou azar e que não servem em nada para mostrar se um time foi bom ou ruim. Quando você tem uma amostra grande o suficiente, a tendência é que essas coisas aleatórias se normalizem e se "cancelem", mas 16 jogos não é uma amostra grande o suficiente para isso. E se 16 já não são suficientes, o que dizer sobre os quatro dos playoffs? A influência dos fatores aleatórios é grande demais e coloca um peso muito maior em outliers, e portanto qualquer time pode aproveitar isso por três ou quatro jogos para ser campeão. Depois de cinco anos sendo um QB medíocre, Joe Flacco teve uma incrível pós-temporada para levar o time ao título do Super Bowl... e agora está tendo uma das piores temporadas da sua carreira, de forma que aqueles três jogos da pós-temporada aparecem como um enorme outlier. Em 2011, o fator oculto por trás do título do Giants foi que nos três últimos jogos dos playoffs o time recuperou 8 dos 10 fumbles que aconteceram, inclusive todos que eles mesmos sofreram (e o único que não recuperaram, um fumble de Brandon Jacobs que daria a vitória na Final da NFC ao 49ers, foi marcado como down by contact), um claro caso de sorte em um fator aleatório já que já vimos que tende a 50%. Então nos playoffs isso importa e muito, e qualquer time competente pode ter uma boa dose de sorte ou então pegar fogo por tempo suficiente para levar o título. Então só por isso já seria suficiente dizer que o Colts tem uma janela para ser campeão.

Dito isso, eu escrevi sobre o Colts semana passada e expliquei os motivos por trás desse bom começo. O texto inteiro está aqui, mas se quiser um resumo, basicamente é esse: o Colts é um time com uma defesa decente (não espetacular, mas que consegue fazer algumas coisas bem), que consegue pressionar bem o QB (uma habilidade importantíssima nos playoffs) e que estava mostrando ser capaz de atacar os pontos fracos de diferentes tipos de adversários. E além disso, o Colts tem um ataque muito bom, ao contrário do que você disse: é o quinto melhor da NFL em DVOA. Em particular, o time tem sido muito bom correndo com a bola: Andrew Luck é o segundo QB mais valioso da NFL correndo com a bola em 2013, e a linha ofensiva tem sido dominante quando precisa bloquear corridas (e ruim quando precisa bloquear o passe), levando o time a uma boa marca de 4.5 jardas por corrida - #2 na NFL em DVOA, um número que provavelmente seria maior se o Colts parasse de insistir tanto no fraco Trent Richardson e desse mais a bola para Donald Brown. E também ajuda que o Colts já tem um dos cinco melhores quarterbacks da NFL em Andrew Luck, um jogador que ajuda demais nesse ataque terrestre (6.5 jardas por corrida) e é um dos melhores passadores do mundo e quinto na NFL em QBR. Então eles basicamente tem uma defesa decente com um bom pass rush e um ataque bastante sólido com um QB de elite... para mim é uma boa receita para um bom time quando chegar Janeiro.

O problema, claro, é a lesão de Reggie Wayne, que vai ser muito difícil de substituir (leia o texto para os detalhes) ainda mais considerando que o time optou por não fazer nenhuma troca na deadline. É impossível substituir Wayne com os jogadores que o time tem no momento e isso vai diminuir muito a força do seu jogo aéreo (meu palpite é que o time vai se focar mais nas corridas e nos passes curtos agora), o que naturalmente torna esse time pior e diminui as chances do time quando chegarmos nos playoffs. Mas considerando que o time ainda tem Luck, Robert Mathis e um bom técnico, e considerando todos os fatores aleatórios que aparecem nos playoffs para favorecer alguns times, é impossível descartar o Colts como um possível candidato ao Super Bowl. Não são mais favoritos sem Wayne, mas ainda são candidatos.

Sobre quais os times mais confiáveis, é difícil dizer nesse momento. Broncos ainda tem Peyton Manning e o Seattle ainda tem aquela defesa, mas a secundária de Denver é suspeita e o ataque aéreo finesse do time não é o mais adequado para o clima gelado de janeiro, e o ataque de Seattle tem parecido muito medíocre as vezes (em particular sua linha), então os dois tem falhas que podem ser destacadas de forma mais decisiva em Janeiro. Nesse exato momento, o time mais confiável da NFL seria o Saints, um time que tem um QB de elite, uma defesa sólida, um excelente técnico e é basicamente o time mais completo da NFL. Não quer dizer que o Saints seja o MELHOR time da liga, mas é o time mais difícil de ser tirado dos playoffs por conta de um missmatch desfavorável ou algo azar específico porque me parece ter menos pontos fracos do que qualquer outro time.


Como torcedor dos Ravens, já esperava que Flacco voltasse a realidade, que a defesa iria melhorar e que Boldin faria muita falta. No entanto o que não esperava e para mim é o maior responsável pela fraca temporada, foi a queda brutal do jogo corrido. Ray Rice claramente teve uma queda de produção e a linha também. Minha dúvida é: Até que ponto essa queda do ataque corrido é culpa do Rice e da linha ofensiva que tem dificuldade em abrir espaço? E quanto é culpa da falta de produtividade do ataque aéreo que permite as defesas focarem mas no jogo corrido; bem como o quanto usar Tory Smith no slot (em algumas jogadas) diminuí o campo que a defesa precisa cobrir e prejudica ainda mais o jogo de corrida. - Hennan Santos


Considerando que nos últimos dois anos o Ravens teve uma média de 4.3 jardas por corrida e ficou em 10th e 7th em ataques terrestres por DVOA (em 2011 e 2012, respectivamente), com Ray Rice tendo médias de 4.7 e 4.4 jardas por corrida, realmente é difícil engolir essa queda brutal para 2013, com o time tendo o segundo pior ataque terrestre da liga (em DVOA) e inacreditáveis 2.8 jardas por corrida, a pior marca da NFL atrás até mesmo de Jaguars, Giants e Falcons. Então houve realmente uma queda muito significativa no jogo terrestre, e eu concordo com o Hennan quando ele diz que essa queda de produção é um fator significativo na fraca temporada do Ravens.

Claro que é realmente difícil separar exatamente o impacto de cada coisa, o máximo que podemos fazer é analisar alguns dados e um pouco de vídeo para dar um palpite educado. A linha ofensiva é geralmente um bom ponto de partida: em 2011 e em 2012, em jogadas de corrida, a linha ofensiva do Ravens foi muito bem, terminando em sexto lugar de acordo com as estatísticas do grande Football Outsiders. Em 2013... é a pior da NFL por uma considerável margem. Olhando mais de perto, fica ainda pior: ela é a pior linha ofensiva em bloqueios, a pior bloqueando LBs (o que faz com que eles tenham caminho mais livre ao LB), e a terceira pior abrindo espaço em corridas pelo meio. Basicamente é um festival de ruindade, e fica muito mais difícil para um RB correr quando não tem ninguém abrindo espaço.

Mas essa estatística não é perfeita porque ela não acontece em um vácuo. Além de coisas como bloqueios bem sucedidos ou não, ela também leva em considerações coisas que ela não tem um controle total, como por exemplo primeiro contato da defesa com o RB - algo que pode ser piorado por um RB menos explosivo ou menos inteligente achando buracos ou uma defesa que sobrecarrega a linha de scrimage. E é importante também observar que Ray Rice está tendo um ano horrível por seu próprio mérito: suas 2.8 jardas por corrida é de longe a pior marca da sua carreira e também a segunda pior marca da NFL entre RBs com pelo menos 50 corridas... com Bernard Pierce, seu colega, sendo o último com 2.77 (mais uma evidência de que a OL não tem feito seu trabalho). Mas Rice também não parece o mesmo jogador, com as piores marcas da carreira em jardas por recepção (4.8) e em jardas recebidas por jogo (19). Ray Rice sempre foi excelente recebendo passes, com sua velocidade e agilidade lhe permitindo achar espaços e arrancar ganhos longos, mas esse ano ele parece um pouco lento e mais indeciso nos movimentos, nem de longe o jogador explosivo do ano passado - e isso mesmo quando recebe a bola em espaços abertos, ele não está conseguindo mais se livrar da cobertura dos LBs. Rice tem apenas 26 anos e é difícil acreditar que já esteja entrando na decadência, possivelmente é só um ano outlier, mas fato é que ele não tem ajudado sua própria causa.

Por fim, eu vi bastante vídeo do Ravens ao longo do ano e posso afirmar que de fato existe um ajuste feito pelas defesas nesse sentido - embora não seja tão significativo como por exemplo o que fazem contra o Vikings. Tendo perdido Anquan Boldin, o que aconteceu foi o que você disse, estão colocando um pouco mais o Torrey Smith para jogar pelo meio porque ele é bom o suficiente para render assim, mas os resultados não são muito bons para o time: tirar Torrey da sua posição normal tira a principal deep threat, de forma que compromete bastante o espaçamento do campo porque ninguém vai respeitar os demais WRs do time em profundidade como o respeitam, e Smith não é tão eficiente pelo meio do campo como Boldin ou mesmo Dennis Pitta eram, então basicamente você perde nas duas áreas mais importantes do jogo aéreo da equipe nos últimos dois anos. Isso está fazendo com que muitos times voltem atenções para a linha e desafiem o time a vencer passando, e Flacco não tem conseguido - seu QBR é o seu pior desde a temporada de calouro.

Então como geralmente acontece nesses casos, é uma combinação de vários fatores e não apenas um: Rice está muito pior do que nos últimos dois anos, a linha ofensiva está muito mal, e as defesas estão dedicando essa atenção extra ao jogo corrido. Vendo os números e alguns vídeos, a impressão que me passa é que o fator mais significante realmente é essa queda imensa na efetividade da linha ofensiva, que realmente está jogando em um nível muito ruim. Não é o único fator, como já disse são principalmente três, mas é o que me parece o mais relevante nesse momento. A diferença é muito brutal e os números ruins do Bernard Pierce colaboram para essa conclusão.


Quais são as três maiores rivalidades em cada um dos quatro esportes americanos? - Antonio Carlos


Bom, é difícil cravar exatamente quais são as maiores rivalidades, porque essas coisas mudam com o tempo. Ao longo dos anos 2000, uma das maiores rivalidades da NFL foi Colts e Patriots, mas antes de Tom Brady e Peyton Manning surgirem nenhuma dessas duas franquias ligava para a outra. Então você tem algumas rivalidades históricas que estão um pouco dormentes, e algumas rivalidades atuais com base nos momentos das equipes que não tem tanta relevância histórica.

No baseball, essa pergunta é mais fácil porque o jogo está ai a mais tempo, então teve mais tempo para surgirem essas rivalidades. A maior de todas elas, é claro, é Boston Red Sox e New York Yankees, talvez a maior nos esportes americanos. Depois dessa tem o San Francisco Giants e Los Angeles Dodgers, que vem desde a época que ambas eram de NY (NY Giants e Brooklyn Dodgers). Tem várias outras que merecem a terceira vaga, mas fico com Mets-Yankees pela rivalidade regional.

Na NBA, a maior rivalidade provavelmente é Celtics-Lakers por causa dos tempos que Bill Russell derrotava Jerry West e Elgin Baylor todo santo campeonato, e depois por causa de Magic e Larry Bird nos anos 80. Outra rivalidade que vem desde os primórdios da NBA também envolve o Celtics, dessa vez com o New York Knicks. A terceira acho que depende muito de qual período histórico você considera, não consigo pensar em alguma que tenha perdurado os 60 anos da NBA como essas últimas duas: Pistons-Celtics, Pistons-Bulls, Bulls-Knicks, Knicks-Pacers, Lakers-Sixers, entre outras. Pistons-Bulls provavelmente seria mais significativa porque foi a que mais envolvia o lado pessoal nos jogos, mas nenhuma dessas outras aguentou o teste dos anos. Knicks e Nets está promissora entre as atuais desde que o Nets se mudou para o Brooklyn, por exemplo.

A NFL não é tão velha para gerar grandes rivalidades assim, elas dependem mais de momentos: Colts/Patriots, Ravens/Steelers, etc. A maior historicamente sempre foi Bears e Packers, que brigavam desde antes da criação do Super Bowl, e acho que é a única que sempre foi importante e dura até hoje. Giants e Dallas também são rivais amargos já faz algum tempo, e iria de Ravens-Steelers pela sua significância nos últimos 15 anos. Mas a NFL vive mais de rivalidades de momento, como por exemplo 49ers-Seahawks, Patriots-Giants, Saints-Falcons e por ai vai, rivalidades irrelevantes 15 anos atrás mas que agora ganham destaque pelos times se enfrentarem constantemente.

Por fim, a NHL não é minha especialidade, conheço pouco. Pelo que eu conheço, diria que Boston Bruins/Montreal Canadiens, Bruins e NY Rangers (Boston vs NY aparece um pouco, como vocês podem reparar) e Canadiens-Toronto Maple Leafs pela rivalidade regional, mas aqui posso estar falando besteira. Realmente não é minha área.


As pessoas se referem ao Tom Brady, ao Drew Brees e ao Peyton Manning como os melhores quarterbacks da NFL. Por que não ao Big Ben? Qual é a diferença entre o Big Ben para os outros três? - Antonio Carlos

Bom, acho que principalmente porque esses três são QBs melhores de modo geral: são mais precisos nos passes, são melhores lendo defesas e tomando decisões rápidas, e conseguem ser mais consistentes durante mais tempo sem cometer tantos erros. Eles são superiores nas pequenas coisas (um passe um pouco mais difícil com mais precisão, maior velocidade tomando decisões, melhor lendo defesas e explorando pontos fracos) e não é o tipo de coisa que de para falar muito sobre - é o tipo de coisa que você vê quando os assiste jogar ou vê nos pequenos números. Por exemplo, Big Ben tem o pior aproveitamento entre esses quatro, o único com TD% abaixo de 5 (4.9, para ser exato) e o maior Int% (2.9). Se você gosta de rating, seu 92.3, ainda que excelente, é o menor dos quatro (94.9, de Brees, é o segundo menor). O maior problema de Ben é que ele segura um pouco demais a bola e sofre mais sacks que os demais, menos eficiente quando precisa tomar decisões rápidas e se livrar da bola com velocidade, mas mesmo isso ele compensa sendo excelente fugindo de tackles e ganhando tempo no pocket.

O problema com Ben é que as pessoas consideram ele como sendo bastante inferior a esses três QBs de elite,  um QB de segundo escalão, mas não é verdade: Big Ben é um excelente QB em seu próprio mérito. 63% de aproveitamento, embora não seja alto, é um número muito bom para um QB de braço forte e que lança tantas bolas em profundidade como ele - de fato, seu braço forte é tão espetacular que mesmo completando menos passes do que Brady/Brees/Manning, ele tem o melhor número de jardas por passe do que todos esses na carreira com 7.9, e lidera os três em jardas por passe completado por mais de uma jarda de vantagem. Seus números em QBR são menores (embora todos bons, entre 65 e 70 até esse ano) principalmente porque ele toma muito sacks, já que ele não é tão bom tomando decisões e se livrando rápido da bola, mas vale citar que ele jogou sua carreira inteira atrás de uma linha ofensiva horrorosa que não lhe dava o tempo que um QB com braço forte precisa. E se estamos dando crédito para essas coisas, vale citar que Big Ben foi um jogador crucial em dois títulos do Steelers e fez um dos passes mais espetaculares da NFL desde a The Catch - mas ao contrário de outros jogadores que pegaram fogo em um ou dois playoffs para acabar com um anel, como Eli Manning ou Flacco, Big Ben tem os números de temporada regular (em uma amostra muito maior) para mostrar que não foi acaso ou um outlier.

Então sim, Big Ben não está no nível desses três futuros Hall of Famers que você citou. Mas o problema não é Ben e sim esses três que são QBs historicamente bons. Big Ben é um QB de elite e, depois de Brees, Brady, Manning e TALVEZ Aaron Rodgers, ele é o melhor quarterback dos últimos 10 anos na liga.


Se você pudesse escolher entre quebrar um braço para ver seu time ser campeão ou deixar para a sorte, o que você escolheria? - Alberto Passanante

O esquerdo ou o direito?


Depois de começar a assistir futebol americano, fiquei com vontade de jogar e estou procurando um time da minha cidade para entrar! Você já jogou futebol americano ou algum dos outros esportes que você fala? Jogava onde? - Mateus Alves Ferreira, Curitiba

Bom, antes de mais nada, se alguém tiver um time de Curitiba para sugerir ao Mateus, aproveite os comentários para fazer o seu jabá.

Segundo, eu já joguei um pouco dos três, embora em níveis diferentes. Basquete eu só fui jogar depois de mais velho, nunca gostei tanto de jogar até mais ou menos a época que eu terminei o colegial. Depois acabei entrando na faculdade, comecei a jogar mais (tanto na faculdade como fora) e peguei gosto pela coisa, de vez em quando encontro com alguns amigos para jogar pick up ou mesmo 1-1 na quadra perto de casa. Mas nunca treinei formalmente ou joguei por um time, só com os amigos e sem compromisso mesmo, seja perto de casa, na faculdade ou em algum parque. Btw, como não entendi se esse "Jogava onde?" se refere a algum time/clube ou posição, vou responder as duas: eu jogo principalmente de armador porque sou baixo, rápido e não sei arremessar direito, mas dou uns passes bacanas. Onde, bom, em qualquer lugar que tiver uma quadra.

Futebol americano eu jogava muito no colegial, quando eu aleatoriamente descobri que um bom pessoal do meu ano gostava do futebol da bola oval. Um dia um deles (o atual jogador do Spartans, Renato Perito, grande cara) levou uma bola, a gente montou dois times para jogar no campo, e o resto foi história. A gente jogou durante praticamente todo o colegial depois disso, sempre que tinha alguma brecha, e chegamos até mesmo a montar um time para jogar a liga paulista de flag na divisão de acesso (grande abraço para o Bernardo, Allan, Bola e todos os que jogavam comigo na época, gente demais para colocar o nome aqui, mas que sabem quem são). Eu era principalmente WR e cornerback, embora as vezes jogasse de QB porque não tinha ninguém para fazer o papel. Depois que me formei, só jogo com alguns amigos eventualmente no Ibirapuera e no nosso desafio anual São Paulo vs Resto do Brasil, o famoso SuriBowl.

Baseball eu joguei só quando estive de intercâmbio no Canadá alguns meses, o colégio onde eu fiquei tinha um time (na verdade dois: um "principal" e um para desenvolvimento) e como não tinha de futebol americano, entrei nele para testar. É uma das coisas mais difíceis que eu já fiz, mas é extremamente divertido de jogar, recomendo a todo mundo que goste de esportes. Joguei em todas as posições lá (ordens do técnico), mas principalmente no OF ou na 2B. Desde que voltei nunca mais joguei, embora o meu amigo Thiago Kayano (https://twitter.com/yzmmayo) esteja sempre dando algumas dicas no twitter dele de times para quem tiver interesse em começar no esporte. Para quem tiver curiosidade, eu recomendo dar uma olhada.


That's all, folks. Pelo menos por enquanto. Mandem seus emails para o próximo mailbag!

PALPITES PARA A RODADA PROVAVELMENTE VIRÃO HOJE MAIS TARDE OU, EXCEPCIONALMENTE, AMANHÃ!!





3 comentários:

  1. Vale Mailbag nos comentários?!..hehe: então muito se fala de uma franquia em Londres, até dois jogos de temporada estão rolando por lá.
    Mas Vitor quais seriam as chances na sua opinião de uma franquia se transferir para o Canada por exemplo, já que temos times canadenses nas outras três Majors Leagues.o Canada possui uma liga de futebol americano e geograficamente falando é muito mais viavel um time em Toronto, por exemplo, do que um time em Londres.

    Um abraço.

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    1. Eu não entendo dessas coisas como o Vitor, mas se eu fosse chutar, uma mudança para o Canadá poderia ocorrer caso o Bills ficasse insatisfeito em bufallo. Já que uma boa parte da torcida é canadense e eles estão perto da fronteira.

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  2. sei que ainda é cedo pra falar de draft, mas quais times na sua opiniao tem grandes chances em drafitar um QB no 1rst round? minha duvida maior fica por conta dos vikings. Eles (muito provavelmente) terao uma escolha alta, mas a defesa ta uma mãe, sera que vao de qb ou buscarao outro caminho?

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