Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.

quinta-feira, 31 de março de 2011

O que ficar de olho na MLB - Parte I (AL)

Depois de uma ausência forçada do blog, agora voltei pra fazer mais posts, e o de hoje infelizmente não é o que eu tinha planejado.

Hoje é o dia de abertura da temporada 2011 da MLB, e teremos cinco jogos menores ao longo do dia até culminar no jogo mais importante, o San Francisco Giants, atual campeão, recebendo o Los Angeles Dodgers, que vai ser transmitido pela ESPN hoje 9h da noite.

Infelizmente, eu queria trazer hoje, pra comemorar esse dia, o primeiro de uma série de especiais que a gente tava planejando, mas acontece que nosso estagiário entrou em semana de provas na faculdade e por isso vai ter que ficar pra semana que vem, mas prometo que assim que der eu trago. Por isso, o assunto do dia ainda vai ser MLB, mas o especial fica pra semana que vem, vou simplesmente falar dos principais times da temporada hoje e amanha, hoje da AL e amanha da NL.

1. O Boston Red Sox quer ser campeão
Já que o Red Sox é o time do coração meu, do Celo e do nosso estagiário, e talvez não por coincidência era o assunto do especial que estava programado pra hoje (A gente nunca foi o blog mais não viesado do mundo dos esportes americanos, mesmo), então nada mais justo do que começar por eles.

O Boston era um time fortíssimo ano passado, foi vítima de lesões em simplesmente todo mundo (O Boston não conseguiu jogar nenhum jogo temporada passada sem que um jogador da rotação titular ou do lineup estivesse machucado. E olha que tem 162 jogos!) e também foi vítima de um formato cruel de playoffs - O Boston foi o terceiro melhor time da AL e teve o segundo melhor ataque de toda a MLB, mas os dois times melhores que ele na AL foram Rays e Yankees, da sua divisão, então o Boston acabou de fora dos playoffs. Mas pelo visto eles não ficaram satisfeitos e fizeram o que seu arquirival Yankees costuma fazer na offseason, que é fazer um rapa e levar pra casa vários jogadores importantes e caros pra melhorar seu elenco. O Boston já era um time fortíssimo ano passado mesmo com todas as lesões, e agora adicionou um dos melhores rebatedores da MLB, Adrian Gonzalez, e um dos melhores outfielders, Carl Crawford. Tudo bem, perderam o Adrian Beltre, mas se o lineup ficar saudável esse é disparado o melhor lineup da Liga! Eu veria jogos do  Red Sox mesmo se torcesse para o Pirates só pra ver o show de bolinhas voando que vai ser!

O Red Sox é meu favorito à World Series, mas pra isso além das lesões eles precisam resolver seu problema com os arremessadores. A rotação titular do Boston sabe ser espetacular quando quer, mas as vezes ela é muito inconstante. Se ela conseguir jogar o que pode, o Boston tem grandes jogadores e precisa apenas que o seu Bullpen contribua em 2011. O Bullpen foi uma tremenda decepção em 2010 e perdeu jogos demais para os meias vermelhas, ninguém conseguiu resolver nada e o time poderia ganhar se contasse com um Rafael Soriano de reliever, por exemplo. Mas o Jonathan Papelbon teve tempo de se recuperar das lesões, o Daniel Bard tem potencial pra crescer muito e digamos que o ataque que esse time tem deve dar uma boa ajuda pros arremessadores. O melhor time da MLB, pelo menos no papel.

2. O tempo para o Yankees está se esgotando
Primeiro preciso deixar claro o seguinte: O tempo do Yankees, como franquia, nunca vai se esgotar. O Yankees é o maior mercado da MLB, tem muito dinheiro e não tem medo de gastar milhões pra ser campeão. Quando uma geração esgota, ela vai lá e compra tudo de novo, sempre mantendo seus times pelo menos competitivos. Pode ter um periodo de entresafra, geralmente tem, mas é um time que sempre pode se reerguer graças às regras da MLB, principalmente a ausência de teto salarial.

Mas a verdade é que para o elenco do Yankees atual, o tempo está esgotando. O time apresenta estrelas jovens como Robinson Cano e Nick Swisher, mas seus principais jogadores não são nada jovens, e os pilares do time por tantos anos, o maior pegador de NY, Derek Jeter, e um dos maiores jogadores da história, Alex Rodriguez, embora ainda capazes de jogar em alto nível, estão claramente no final de suas carreiras, ambos com mais de 35 anos, e a rotação titular do time ainda contava com vovôs como AJ Burnett e Mariano Rivera. O Yankees ainda é um time ameaçador, A-Rod ainda é capaz de mandar bolas voando antes que voce diga "Home Run", Cano tem tudo pra ser o MVP dessa temporada, mas o time está com seus principais jogadores perto do final das suas carreiras e na descendente. A cada ano que passa, o lineup do Yankees fica mais velho e o titulo parece mais longe.

Quem tem a missão de reviver os Yankees quando eles parecem estar ficando menos perigosos são os jovens pitchers Manny Banuelos e principalmente Ivan Nova. Os dois são muito jovens, jogaram muito bem no Spring Training e parece que vão ganhar um papel maior na rotação já que boa parte dela está velha ou em má fase. Ivan Nova em especial parece ter tudo pra jogar muito bem, e o Yankees bem que poderia usar essa energia pra reviver um time que, lentamente, vai deixando seus melhores anos pra trás.

3. O Rangers sentiu o gostinho e agora quer mais
Ano passado, a verdade é que nada era favorável pro Rangers ir para a World Series, os arremessadores não estavam sendo confiáveis, o Josh Hamilton estava voltando de lesão e iam enfrentar pela frente o Rays, melhor time da AL. Mas eles ganharam do Tampa Bay Rays com atuações memoráveis do Cliff Lee, deram uma surra que fez o Yankees começar a sentir o peso da idade e fizeram uma das finais mais improváveis dos últimos anos com o Giants, quando foram simplesmente massacrados. O problema para o Rangers é que seu principal jogador nos playoffs e o maior responsável pela ída do time à World Series junto com o Josh Hamilton, Cliff Lee, saiu do time como Free Agent e foi pra Philadelphia.

No entanto, o Rangers parece estar de volta pra tentar de novo. E o principal motivo do otimismo no Texas é a chegada do Adrian Beltre. Com a chegada do Adrian Gonzalez em Boston pra jogar na 1B, o Kevin Youkilis foi jogar na terceira e o Beltre ficou sem espaço no time, daí o Boston não renovou com o Free Agent, que se mandou para o Texas. Mas o Beltre é um tremendo jogador, muito rápido, ótimo rebatedor e que vai fazer uma dupla de meter medo com o Josh Hamilton. Se o Hamilton conseguir ficar longe de seus problemas com álcool e drogas (momento Charlie Sheen) e voltar a jogar aquele baseball, então o Rangers fica com um ataque muito bom e com boas chances de ganhar a AL West.

Pra voltar à World Series, por outro lado, é um problema ainda maior, porque o time ainda sente a falta de um pitcher confiável pra entregar um jogo decisivo nas mãos dele. É torcer para alguém chegar via troca essa temporada (Com certeza a maior prioridade do time) ou então alguém de dentro do elenco elevar seu jogo e ocupar a vaga. Pelo menos o Rookie of The Year da AL em 2010, Naftali Feliz, resolve o problema de Closer do time pelos próximos 12 anos.

4. Um time que pode surpreender se saudável: Minnesota Twins
Ano passado, o Twins teve uma ótima campanha, que continuou mesmo ao perder o Justin Morneau, melhor jogador do time, para lesões, e impulsionou o time aos playoffs. No entanto, o time sentiu falta demais do Morneau nos playoffs e tomou uma surra homérica do Yankees. O Joe Mauer, segundo principal jogador do time, também estava baleado pelas lesões, e o Twins nunca teve a menor chance contra o Yankees. Esse ano, no entanto, a esperança é que tanto Morneau como Mauer possam ficar saudáveis. Se saudável, Morneau é pra disputar o MVP da AL. E na divisão que jogam, tem tudo para alcançar a pós temporada novamente.

O time também vai ter que torcer para o Francisco Liriano elevar seu jogo. Ele é novo e muito talentoso, mas as vezes é inconstante e nem sempre confiável para um jogo importante. O Carl Pavano é um bom pitcher mas está velho e com um bigode horrível, ta na hora do Twins buscar um substituto. Mas quando se tem dois rebatedores do nível de Morneau e Mauer, é porque você tem pelo menos uma segurança no ataque. E esses dois vão ser importantes, o Twins foi um time muito mediano na Liga temporada passada em Home Runs, esses dois vão ter que colocar a responsabilidade nas costas e explorar os roubos de base. Eles chegaram cinco vezes nos últimos oito anos nos playoffs, e cinco vezes perderam na primeira rodada. O que esperar desse time essa temporada?

5. O Rays não é mais o mesmo de antes
Eu sou um fã de carteirinha do Rays, torci muito pra eles na AL depois que o Red Sox foi eliminado, mas o time foi surrado sem piedade pelo Cliff Lee nos playoffs. Antes disso, era o melhor time da MLB, um time com ótima rotação, um bullpen confiável e rebatedores perigosos e com características muito variadas e completementares. Acontece que o Rays tomou três golpes duríssimos essa offseason: O time perdeu Carlos Peña, Carl Crawford e Rafael Soriano, tudo de uma vez. O time perdeu seu melhor jogador de bullpen, seu melhor outfielder e um dos seus principais jogadores de segurança. Pior que isso só se o time perdesse junto o Evan Longoria, o irmão da Eva Longoria (mentira). O time perdeu seus principais jogadores, e viu o Boston Red Sox ficar ainda mais forte. Nada bom, Rays, nada bom...


Bom, esses são os cinco principais times da AL, em teoria. Pode ser que apareça alguma zebra e surpreenda todo mundo. Em quem vocês apostam?

terça-feira, 29 de março de 2011

NCAA e férias forçadas

Galera, peço mil desculpas. Eu tenho uma prova dificílima na quinta feira e não vou ter tempo pra fazer um post decente. Espero que vocÊs entendam e voltem a acessar quando passar essa estagnação forçada, mas infelizmente hoje e amanhã não teremos um post decente.

De certa forma, também não tem muito o que falar: A NFL está na semana dos Pro Days (Quando eles acabarem traremos o nosso Mock Draft), mas não está acontecndo nada importante sobre o CBA. A NBA está nas chatíssimas últimas semanas, e nada interessante parece acontecer. O assunto que seria o da vez - A volta da MLB - vai ficar pra um especial que vamos trazer o quanto antes para vocês, mas nosso estagiário talvez não tenha tempo por enquanto.

Por isso, sem nossos posts e sem muito de interessante pra acompanahr nos três principais esportes americanos, sugiro a vocês que voltem a atenção para a NCAA. Sábado começa o Final Four, as semifinais do basquete da NCAA, e que finais vão ser. Nenhum nº1 (O March Madness, ou seja, os playoffs, são divididos em quatro chaves, cada uma com os próprios cabeças de chave) chegou ao Final Four, ao invés disso tivemos um 8º seed (Butler) e um 13º Seed (VCU) que irão se enfrentar, portanto um chegará à final. A gente não da muita atenção pra NCAA porque eu acho bem chato acomapnhar toda a temporada, mas o March Madness é muito divertido, cheio de zebras e jogadores que valem a pena. Outra vantagem do March Madness é que você tem a chance de ver um pouco os jogadores que em breve estarão jogando na NBA, através do próximo (ou até de outros) draft(s). Mas como muita gente não acompanha o basquete colegial, recomendo a vocês uma série de posts que o blog NBA Pull Up está fazendo com os prospects mais interessantes da NCAA no momento. Até agora saíram quatro perfis: Kawhi Leonard, Jimmer Fredette, Alec Burks e Kyrie Irving, jogadores que tem se destacado na NCAA, e que devem ser draftados ainda essa temporada. Meu preferido na NCAA é o Fredette, sempre deixei iosso claro, mas o Irving está mais pronto para a NBA e é cotado como um jogador pra ser escolhido no Top3. Nesse periodo de inatividade na NBA e na NFL e sem o TM Warning pra alegrar o dia de vocês, vale a pena dar uma conferida.

Para quem não tem preguiça, tem um inglês bom ou então quer simplesmente uma informação mais completa sobreo assunto, só entrar em www.nbadraft.com  , um site gringo especializado no Draft e nos jogadores selecionaveis. Só clicar, conferir o Mock Draft e clicar nos jogadores que interessarem.

Infelizmente por hoje é só, quinta feira a gente volta pra valer. Desculpem a demora, e até lá!

sábado, 26 de março de 2011

Do céu ao inferno

Quem rompeu o ligamento foi o David West, mas quem vai chorar vai ser o GM Dell Demps


Novamente pedindo desculpas pela falta de movimentação aqui e no nosso twitter, dias corridos recentemente, mas prometemos que quando chegarem os playoffs a gente acelera as coisas aqui pra cobrir o melhor possível.

No começo da temporada 2011 da NBA, nenhum time estava tão quente como o Hornets. O time começou com uma boa seqüência, ganhou mais atenção ainda quando continuou essa seqüência derrotando o Heat, e foi o último time da Liga a perder um jogo. Chris Paul estava jogando muito bem, a defesa do time estava sufocante e parecia que o time recém-montado estava dando certo com até um técnico novo, Monty Williams. O time estava invicto, jogando bem, o Chris Paul estava feliz e tudo parecia estar dando certo para o Hornets, eles já estavam até sonhando em renovar com o Paul.

Mas alegria de time pobre dura pouco, e o Hornets começou a ter mais e mais dificuldades com seus jogos, o time começou a perder, amargou uma má fase e caiu pelas tabelas. As lesões começaram a minar o time, os problemas para pontuar apareceram e até o Chris Paul começou a jogar mal. Algum tempo depois, o Hornets voltou a ganhar, o time subiu na tabela, só pra depois entrar em outra má fase, perder metade do seu time titular por lesão, e por aí vai.

Em resumo, o Hornets é um time mediano que tem uma superestrela e que sabe jogar com uma defesa forte. As vezes isso é suficiente para o time engatar uma boa seqüência, os jogadores secundários começam a ter bons jogos e parece que o time está pronto pra vôos maiores. No instante seguinte, o time não se acha por alguns jogos, entra numa má fase e parece que está tudo acabado pro Paul e pro Hornets. E não ajuda o fato do Hornets ser um time que sofre com lesões nos seus principais jogadores: Primeiro foi o Emeka Okafor. Depois, Trevor Ariza. Depois foi o Chris Paul com uma concussão assustadora. E por fim, essa semana, o joelho do David West esfarelou e ele vai perder o resto da temporada.

Okafor, Ariza e Paul já estão jogando, então suas lesões não tiveram maiores conseqüências. Mas a do West, é uma história a parte. O David West é o segundo melhor jogador e melhor pontuador do elenco (O Paul pontua quando quiser, mas rende mais distribuindo o jogo), o que é dizer muito num elenco limitado e que as vezes tem problemas em colocar a bola dentro da cesta. O West também é o parceiro do Paul no pick and pop, a jogada de segurança do time, e é o cara que geralmente decide os jogos apertados para New Orleans. Perder o West tão perto dos playoffs e no meio de uma briga pela classificação, pode ser um golpe fatal nos planos de New Orleans: não só pela temporada, como pelo futuro.

O Hornets e seu GM Dell Demps tem uma única preocupação até o final da temporada que vem, que é manter o Chris Paul. O Paul pode virar Free Agent ao final da próxima temporada e muita gente coloca o armador no Knicks quando terminar seu contrato, e o Hornets quer desesperadamente evitar perder sua superestrela. Para isso, o Hornets precisa convencer o Chris Paul de que é possível disputar títulos ficando na cidade, e para isso ele precisa não só fazer o Paul se sentir bem no time como também montar um time capaz de ir longe nos playoffs, disputar séries contra as maiores potências e mostrar pro Paul de que se ele tiver paciência é possível levar o time ao título.

O problema é que o Hornets tem uma peculiaridade que atrapalha tudo: O dono do time é a própria NBA, e portanto em teoria seus 'donos' seriam os donos das outras 29 franquias da NBA. Isso aconteceu porque a cidade de New Orleans é um mercado pequeno, com torcedores apaixonados por basquete mas que não têm dinheiro para ficar indo ao ginásio ver os jogos. O time é pobre (pros padrões da NBA, quem dera eu tivesse dinheiro pra pagar 17 milhões por ano pra alguém) e faz muitas vezes trocas pensando no lado financeiro, até que o antigo dono quis se desfazer da franquia. Acontece que qualquer outro comprador que aparecesse ia querer tirar o time de New Orleans, o que não seria nada difícil, e para evitar que isso acontecesse, a NBA decidiu comprar o time até achar um outro comprador disposto a manter o time em New Orleans. O problema é que como quem é o dono quem decide se vai gastar ou não gastar milhões em jogadores (Olá, Mark Cuban! Boa tarde, Mihael Proholov!), essa decisão para o Hornets agora está nas mãos dos donos dos 29 times que estão competindo com a franquia, e eles não vão querer gastar milhões para tornar o Hornets um time mais forte, já não basta o Cuban ter ficado uma arara quando aumentaram a folha salarial trocando pelo Carl Landry.

Ou seja, para manter o Chris Paul, você vai precisar de bons resultados. Para ter bons resultados você vai precisar de um bom time, e bons jogadores. Pra isso, você vai precisar gastar dinheiro, mas isso não vai acontecer enquanto o Hornets não conseguir um novo dono. O contrato do David West pode acabar no final da temporada (Ele tem a opção de jogar ou não seu último ano de contrato) e aí renovar seu contrato pode ser problemático se ele ainda estiver sob controle da NBA, eles não vão estar dispostos a pagar um contrato enorme pro West. E aí o time perde seu segundo melhor jogador, não vai trazer free agents de nome, e o Chris Paul da o fora de New Orleans no final da temporada.

Por isso havia uma urgência dessa temporada para mostrar bons resultados. A temporada que vem pode ser a última do Chris Paul, mas insistir nela até os playoffs significa que ao acabar a temporada existe a grande chance de perder o Paul por nada, ao invés de ganhar muito em troca como fizeram Jazz e Nuggets. Se a idéia for trocar o Paul, então eles podem se preparar, porque sem o David West o time não vai conseguir causar impacto nos playoffs (não que fosse necessariamente causar com ele, mas tinha chances bem maiores!) e acho que a impressão que vai ficar no Paul é de que ele não vai ganhar um título em New Orleans. Se o Hornets for, digamos, varrido pelo Lakers na primeira rodada dos playoffs, o Paul vai estar mais inclinado a sair de lá ainda com a noção (acertada) de que assim ele não vai conseguir brigar por títulos, e portanto o Hornets vai ter que decidir: Tentar um último ataque aos playoffs (Caso o David West volte para o último ano do seu contrato) para tentar manter o Paul e arriscar perdê-lo por nada ou trocá-lo antes da deadline. Provavelmente vão tentar começar a temporada bem e dependendo de como estiverem indo eles decidem o que fazer antes da trade deadline.

Mas como o time do Hornets é um time defensivo muito forte e que conta com uma superestrela, a melhor chance dos Hornets de tentar provar algo para o Paul era através da pós temporada, e não da temporada regular. O time pode segurar seus adversários a pontuações baixas e o Chris Paul pode ganhar alguns jogos sozinho, pontuando e principalmente armando o jogo. Talvez, com o West saudável, o Hornets poderia tentar roubar a posição do Blazers para enfrentar o Mavericks ao invés do Lakers e torcer para o Paul fazer com o Jason Kidd o que fez da última vez que seus times se enfrentaram na pós temporada. Chegar numa semifinal de conferências, tentar dar um calor no Lakers, talvez deixasse o Chris Paul mais otimista pro futuro em New Orleans e ajudasse o armador a ficar no Hornets. Mas agora, a não ser que o Carl Landry comece a jogar de todas as formas possíveis e o Jason Smith faça um pick and pop bom o suficiente com o Paul pelo resto do ano, o Hornets pode ter perdido sua última chance de provar pro Paul que eles podem montar um time para levá-lo ao título através dos playoffs sem ter em jogo a chance de perder o seu melhor jogador a troco de nada. E o fato do seu time não ter grandes chances de se reforçar pra temporada que vem enquanto não achar um novo dono não vai ajudar o Hornets em nada.

Apenas o Knicks.
Peço desculpas pelo atraso nos posts, infelizmente o de hoje vai atrasar mais um pouco, mas prometo que até a noite ele sai. Estamos mais lentos mesmo esses dias, semana de provas e tudo mais, mas a gente também está se guardando um pouco para os playoffs, onde a gente vai retomar com força total. Fiquem ligados no TM Warning que ainda hoje falaremos do Hornets, quando o post sair eu aviso pelo nosso twitter, www.twitter.com/tmwarning

quarta-feira, 23 de março de 2011

Novas regras, velha discussão


Alguém aí tem dúvidas de que o Hester vai
continuar marcando TDs mesmo com a nova regra?

Já há alguns dias era assunto na NFL uma possível mudança nas regras para essa temporada. A Liga se reuniu com os donos dos 32 times (Que estão sem nada pra fazer já que o CBA não vai avançar até no mínimo dia 6) para votar uma série de medidas que gerariam essas alterações no regulamento. Algumas passaram, outras não, mas em geral a maior parte das mudanças foram aprovadas, e a maior parte delas - inclusive a principal - tem a ver com o Kickoff.

O Kickoff é o chute inicial de uma posse de bola, onde o time que recebe o chute tenta avançar o máximo possível a bola e se possível conseguir até um touchdown. Os Kickoffs eram feitos da linha de 30 jardas, e caso a bola saia pela End Zone (ou caso o retornador decida de dentro dela que não vai retornar) acontece um touchback, o time não retorna a bola e começa sua próxima campanha da linha de 20 jardas do próprio campo. E é exatamente isso que vai mudar. A partir da temporada 2011, os Kickoffs serão feitos da linha de 35 jardas, não mais da linha de 30, como eram feitos desde 1994.

Embora a princípio isso pareça muito simples e até tosco - 5 jardas? O que são 5 jardas em um campo de 100? - a mudança que essas míseras cinco jardas causa é bem grande no que diz respeito aos retornos. Eu pelo menos acho os retornos de kickoff uma das jogadas mais divertidas num jogo de futebol americano. É uma jogada com muita velocidade, que muitas vezes é totalmente surpreendente e que é capaz de mudar uma partida em apenas uma jogada. Essa mudança vai atrapalhar em muito os retornos, os jogadores vão ter que pegar a bola muito mais atrás e isso vai dar muito mais tempo pra defesa chegar nele antes que ele possa engatar a corrida.

Isso logicamente vai atrapalhar em muito os TDs de retorno ou até mesmo os retornos mais longos, que são bem legais de assistir, mas também vai levar a um número muito maior de touchbacks, já que muitas vezes a situação do retornador será tão complicada que valeria mais a pena ajoelhar logo na End Zone e sair da linha de 20. Isso vai atrapalhar em muito as posições de campo, vai forçar os times a começar mais de trás ainda e portanto vão levar a uma redução nas pontuações. Se você pode começar duas vezes a campanha na linha de 40 jardas com bons retornos, é muito mais provável que você pontue do que com dois touchbacks, forçando duas campanhas maiores. E embora a gente não esteja desesperado por pontuações no nível NCAA (65x52, por exemplo) reduzir o número de touchdowns não vai tornar o jogo mais divertido. Vai deixar o jogo mais lento e mais truncado, o que não é de se surpreender que desagradou muita gente, além é claro de muitos jogadores que se destacam pelos retornos, como Devin Hester, Joshua Cribbs e Leon Washington, que mais criticaram as regras. Técnicos de times como Chicago, que possuem nos seus retornos uma arma muito forte, já manifestaram seu desagrado com esse tipo de mudança, que tira uma arma do seu time e ao mesmo tempo tira um ponto fraco de equipes como... adivinhem... o Chargers.

Se vocês não estão convencidos, vamos comparar os dados de duas temporadas: A de 1993, última a ter Kickoffs da linha de 35 jardas, e a de 2010, última a ter da linha de 30. Ano passado, tivemos 23 TDs de retorno de Kickoff, 113 retornos maiores de 40 jardas e 416 touchbacks apenas. No ano de 1993 foram 520 touchbacks, 57 retornos maiores de 40 jardas e... Pois é, quatro touchdowns apenas. A diferença é bem clara.

Mas se todos os analistas, torcedores e jogadores reclamaram tanto, porque diabos a NFL aprovou esse tipo de medida?

Vocês talvez se lembrem desse post aqui, onde eu comentei a postura da NFL em multar pesadamente e ameaçar suspender jogadores que dessem os famosos Helmet to Helmets por causa das muitas lesões que isso causava. A postura da NFL está inalterada, eles deram um tempo para os jogadores se adaptarem melhor à nova diretriz da Liga e já avisaram que essa temporada vão começar a suspender de fato os jogadores (James Harrison depois de duas semanas não vai mais poder jogar, aposto). Embora eu apóie uma iniciativa como essa, de evitar um tipo de jogada desnecessário e que causa um dano muito grande aos envolvidos, a razão por trás dessa súbita preocupação era um pouco menos altruísta. Ao aprovar a mudança, a NFL queria dar aos atletas um exemplo de como eles estavam tomando medidas para proteger seus corpos do desgaste e dos riscos que um jogo trás para poder aprovar na nova CBA um aumento da temporada regular para 18 jogos, o que eu acho extremamente idiota. Bom, a nova regra tem como fundamento o mesmo argumento: Estamos fazendo isso para a segurança de vocês! Estamos pensando em vocês, não queremos que vocês se machuquem! Aceitem nossa proposta!  Sim, a cara de pau está inalterada e ainda existe o argumento com a saúde dos jogadores.

Tudo bem, um retorno realmente pode causar muitas lesões, tanto nos tackles como nos bloqueios, como no simples fato de estar no meio de 22 mamutes que podem cair em cima de você a qualquer momento. Mas o próprio jogo de futebol americano não é assim? Não é uma constante briga física no meio de um monte de brutamontes que só querem arrancar seu cérebro na qual você está constantemente em risco de se machucar? E não é exatamente pelo jogo ser assim que a temporada não deveria ter mais de 16 jogos?? Para mudar essa realidade você teria que mudar todo o jogo, simples assim. Uma coisa é proibir um tipo de jogada em especial que é desnecessária para o jogo (Sério, por mais que uma bela cacetada no capacete possa ser emocionante, ela pode ser facilmente substituída por um tackle na cintura que não vai mudar nada na prática do jogo), outra é tentar mudar uma parte do jogo sob o argumento de que ela 'oferece muitos riscos à saúde dos jogadores'. Nesse momento de negociação da nova CBA, parece mais uma hipocrisia pra tentar forçar um aumento no calendário uma vez retomadas as negociações. E que, infelizmente, está nos tirando uma das partes mais legais de um jogo de futebol americano. A importância de jogadores como Cribbs e Hester, jogadores que são excepcionais como retornadores mas que não são acima da média em outras posições, vai sofrer uma grande queda, o que também é péssimo para jovens jogadores. E tudo isso sob o argumento de 'preservar a saúde dos jogadores' tendo em vista os interesses financeiros de uma temporada maior.

Não é a toa que tantas pessoas estão irritadas com esse posicionamento, mas eu preciso tirar o chapéu para a 'resposta' à regra que o Devin Hester mandou no twitter ontem a noite. Não existe outro tipo de resposta que eu iria querer ouvir de um dos meus ídolos na NFL!

"@D_Hest23 Hey hey fans don't get mad about the new rule, my run back just going 2 be over a 100 yards now. I hate them 90 something yards anyway!!!!!! "

Se você matou as aulas de inglês, ele disse algo como 'Hey fãs, não fiquem putos com a nova regra, agora meu retorno só vai ter que ser de mais de 100 jardas. Eu odiava eles sendo de 90 e alguma coisa mesmo!'

E aí, o que vocês acham dessa 'nova regra'? São a favor ou contra?? Deixem a opinião de vocês e não esqueçam de seguir nosso twitter, @tmwarning!

terça-feira, 22 de março de 2011

Reta final

Stoudamire ficou confuso tentando entender quanto falta para seu time classificar


Agora que faltam pouco menos de três semanas para o fim da temporada regular da NBA, nós entramos na fase que pode ser a mais interessante ou a mais chata de toda a NBA. Por um lado, é agora quando cada jogo adquire uma importância ainda maior para vários times, os jogos que vão decidir posições, mando de campo, quem entra e quem cai fora, etc. São os jogos decisivos e muitas vezes essas disputas vão até o último dia.

Por outro lado, para os principais times da Liga, esses jogos são os que menos valem. Os times já se garantiram na pós temporada, não precisam ficar se dando ao luxo de escolher em que lugar classificar e estão muito mais preocupados apenas em ficar saudáveis para os playoffs do que em ganhar. A encarnação dessa postura é o Boston Celtics, que é um time que já faz algum tempo que leva essas últimas semanas nas coxas, sem vontade, perdendo para o Nets ou o Clippers aqui e ali, e só aparecendo pra jogar de vez em quando, quando está afim, como foi o caso do quarto período de ontem ou o quarto período contra New Orleans. Mas em geral essas semanas são o ápice da chata temporada regular da NBA, que é longa demais, demorada demais, enrolada demais, e chega num momento onde os principais times da Liga só querem evitar contusões. De certa forma, ser bom ou ruim depende principalmente dos times envolvidos. No Oeste do ano passado, onde todos os times eram fortíssimos e até o oitavo colocado (Thunder) passou das 50 vitórias, as últimas semanas foi uma coisa absurda, times cairam da terceira para a sexta posição em questão de dias, e cada jogo estava sendo de vida ou morte. Esse ano, onde as diferenças entre os times fortes e os médios aumentou, está bem sem graça.

Apesar de eu achar um exagero e até um saco essas últimas semanas, ainda existem algumas brigas por posições, algumas mais importantes e outras menos, mas de qualquer forma são disputas que valem a pena dar uma conferida. Pra isso eu estou aqui hoje, pra falar um pouco sobre quais as disputas ainda em aberto, começando pela Conferência Leste, a conferência mais deprimente da NBA.

A Conferência Leste ainda possui três posições em disputa: A primeira, a sexta e a oitava seed. Na disputa pela primeira seed temos Celtics e Bulls empatados com 50 vitórias e 19 derrotas, com Boston na frente por estar 2-1 no confronto direto e possuir um record melhor dentro da conferência. Essa disputa, embora valha um eventual mando de campo na final e o direito de fugir do Miami Heat (Afinal, todo mundo zoa o time de Miami mas fica com medo na hora de enfrentar) nas semifinais, não está sendo lá muito levado em consideração. O Boston está no mesmo ritmo de tédio que estava no final da última temporada, ganhou apenas 6 das últimas 10, e perdeu jogos ridículos como o massacre para o Rockets, além dos já citados (E não menos vergonhosos) confrontos contra Nets e Clippers. O Boston sabe que a maior importância para o time é dar minutos para os reservas (Carlos Arroyo, Sasha Pavlovic, Jeff Green, Troy Murphy e Nenad Krstic: um time inteiro que até um mês atrás não jogava em Boston) ganharem entrosamento e principalmente manter seus titulares inteiros até os playoffs. Como o Boston não está ligando em perder uns jogos e o Bulls está num momento absurdo (9-1 nos últimos 10 jogos), além de ter uma tabela mais fácil, deve ficar com a vaga, mas nenhum dos dois vai ficar muito preocupado caso não termine em primeiro. O Miami Heat não está longe dos dois e tem uma tabela fácil, pode acabar incomodando, mas acho difícil que fique em primeiro, no máximo rouba a número 2 do Boston.

E por mais que as outras brigas pareçam mais interessantes, não são. A primeira é pela sexta colocação entre o atual sexto colocado 76ers e o Knicks. Philadelphia tem uma vitória a mais no mesmo número de jogos que o Knicks, mas o Philadelphia é um time em ascensão desde que teve um começo de temporada patético e o Knicks ainda é um time que está aprendendo a jogar junto e lamentando o fato de que não se pode jogar com duas bolas em quadra pra facilitar a vida, perdeu seis dos últimos 10 jogos e ainda não encontrou seu melhor estilo de jogo desde a troca que trouxe o Carmelo Anthony. O Knicks ainda pode demorar um pouco, mas também pouco deve ligar pra isso, porque todo mundo sabe que o Knicks está se montando para o futuro.

Por fim, temos a briga feroz entre três das maiores potências do Leste pela oitava vaga: Pacers, Bobcats e Bucks. Enquanto o Pacers está 2 jogos na frente dos rivais, ninguém realmente imagina que eles percam essa vaga. O Pacers está se achando ultimamente, o Tyler Hansbrough finalmente está jogando o basquete que jogou na NCAA e eles até arrancaram a série invicta do Bulls, enquanto que o Bobcats já desistiu da temporada faz tempo e foi jogar Pokemon e o Bucks é uma mistura sem lógica nem ataque. O Bucks até não tem jogado mal ultimamente, mas eu realmente duvido que tenhamos surpresas aqui. O Heat em terceiro, o Magic em quarto e o Hawks em quinto são três times que não tem expectativas nem de subir nem de cair na tabela.

Por outro lado, na Conferência Oeste, as disputas são bem mais interessantes, assim como o Oeste é mais interessante que o Leste desde que o Michael Jordan se aposentou (Do Bulls, ninguém considera realmente a passagem dele no Wizards uma volta da aposentadoria). Tirando o Spurs isolado em primeiro lugar, o Thunder isolado (para mais e para menos) em quarto e a batalha desinteressada entre Lakers e Mavericks pelo segundo lugar (Aquela que vale mais orgulho que outra coisa e deve ficar para o Lakers mesmo), as outras cinco vagas ainda estão em aberto. Tudo bem, a distância de Denver (5º) para Houston (9º) é de 5 jogos, mas se você levar em consideração que tem quatro vagas ai pra serem disputadas e que dentro dessa margem nenhum time tem mais de 2 jogos de vantagem em relação ao seguinte, vira tudo uma grande zona, que engloba até o 10º colocado Suns.

Dentro dessa zona estão, em ordem e com o número de jogos atrás do líder Spurs: Nuggets (15,5), Blazers (17), Hornets (17,5), Grizzlies (18,5), Rockets (20.5) e Suns (21), sendo que só quatro irão se classificar. Tirando o Nuggets, que está numa situação mais confortável, todos os times aí no bolo tem chances de playoffs e também tem chances de cair fora, alguns mais outros menos, claro. O Nuggets é um dos times mais interessantes da Liga, mais metamorfoseados e que, desde a saída do Carmelo Anthony, começou a jogar um basquete mais coletivo, com defesa (Sim, defesa!!) e muitas bolas de três pontos que faria o Rick Adelman chorar de orgulho. Todo mundo está mais envolvido no ataque, o time não depende mais de um ou dois jogadores como antes e é um time que eu definitivamente não iria querer enfrentar nos playoffs. Talvez sintam a falta de uma estrela nos playoffs, mas em geral eles assustam, e muito.

Tirando o Denver Nuggets, que está numa ótima fase e com uma vantagem confortável sobre o Rockets e o Suns, os outros três times estão em situação mais delicada, simplesmente porque o Rockets também está num ótimo momento e com o Kyle Lowry destruindo quem estiver pela frente, conduzindo o time e até acertando bolas de três. Aliás, esses dois times estão tão interessantes que até merecem um post, mas fica pra outro dia. O Rockets ganhou quatro seguidas e 7 das últimas 10 partidas, é um time embalado e que não tem nada a perder, e esse é o maior motivo de medo nos outros times do bolo. O Suns é claramente o time que corre por fora, deve ficar de fora mesmo, mas ainda não pode ser descartado simplesmente porque volta e meia o Steve Nash fica oito anos mais novo e o Suns começa a ganhar de todo mundo, mas claramente é um time mais fraco que os outros, com um garrafão inconsistente (Aposto que o Channing Frye nem sabe que existe uma regra que impede um jogador de ficar três segundos no garrafão) e que deve levar um choque de realidade ao final da temporada que finalmente pode fazer os engravatados perceberem que é hora de tacar tudo no lixo, fazer uma estátua para o Nash e começar de novo.

Entre esses times, o meu favorito era, como vocês talvez lembrem de tanto que eu falo deles no Twitter e até mesmo aqui no blog, o Memphis Grizzlies. Acho o Grizzlies um time jovem, talentoso, com uma ótima defesa e que tem crescido de produtividade nos últimos tempos. Eu não só coloquei o Grizzlies nos playoffs como disse que era um time que poderia eventualmente aprontar alguma surpresa com sua defesa forte e grande número de jogadores capazes de surpreender quem menos espera. Acontece que hoje chegou a notícia de que o melhor jogador do time, o Rudy Gay, vai ter que operar o ombro e perder o resto da temporada. O Grizzlies agora vai ter que juntar os cacos, pensar se vai mesmo trocar o OJ Mayo e por quem (A minha resposta é SIM, DEVEM) e se preparar para a temporada que vem. Ainda acho que o time deve se classificar, mas acho difícil aprontarem nos playoffs como eu apostava sem o seu melhor jogador. Agora o time tem mais é que se preocupar em renovar com o Zach Randolph (Parece que a renovação está encaminhada) e segurar o Shane Battier a um custo baixo pra poder fazer estrago ano que vem. O Grizzlies ainda tem time pra segurar sua vaga, mas talvez essa noticia desanime os jogadores e o time escorregue.

Já o Hornets está muito mais preocupado com o Chris Paul do que outra coisa, e a NBA está louca pra vender logo o Hornets antes que outro Mark Cuban reclame (Para quem não sabe, ele reclamou que a troca que trouxe o Carl Landry vai fazer o time - e logo, os seus donos, os 29 donos de outros times da NBA - pagar mais dinheiro de salário). O time tem uma defesa forte, é bem estruturado e conta com um dos melhores jogadores da NBA, mas o time está tendo uma temporada cheia de autos e baixos e parece que eles vão continuar. O time tem jogadores que arremessam bem, infiltram, jogam no garrafão, mas nenhum deles (Alem do Paul) parece ser bom o suficiente. Mesmo assim, é imperativo para eles que consigam deixar o Paul satisfeito com o que ele viu pra impedir que ele vá jogar Magic com seus amigos em New York. Com essa urgência nas mãos, o Paul talvez tenha que ser mais agressivo no quesito pontuação (O que não é bom para o time em geral), mas a tabela deve ajudar. O problema do Hornets é que se o Rockets continuar com sua fase e continuar ganhando, ser um time mediano talvez não seja suficiente para impedir que seja ultrapassado.

Por fim, o último time da briga, o Blazers. O Blazers está confiante na classificação a ponto de manter o Brandon Roy com minutos muito limitados por causa dos seus joelhos. O time tem um garrafão forte, Lamarcus Aldridge está jogando o melhor basquete de sua vida e o time ainda pode apelar para escalações mais baixas com o Aldridge de pivô e o Gerald Wallace de ala de força. O Brandon Roy não deve ganhar maiores minutos até os playoffs a não ser que a coisa realmente aperte, mas com o Wes Matthews segurando a onda por lá eles não devem passar esse susto. Vão ter mais trabalho achando a melhor forma de jogar e as melhores escalações do que pra classificar propriamente dito.

Dito tudo isso, eu acho que o Grizzlies e o Hornets correm o maior risco de cairem fora, não pela menor distância para o Rockets, e sim porque são dois times que perderam momento. O Grizzlies sabe que o Gay não voltar significa uma eliminação na primeira rodada e o Hornets é um time que parece que tenta se achar a cada jogo. Desses times, quem joga com a maior obrigação agora é o Hornets, que precisa dar ao Chris Paul motivos para ele querer ficar no time o fim do contrato. Tanto o Rockets, com seu projeto de reconstrução em andamento, quanto o Grizzlies sem seu melhor jogador, gostariam de ir para os playoffs mas sabem que por lá não farão nada de especial. Ah, bons tempos em que o último classificado do Oeste dava um susto no primeiro colocado. Parece que foi ontem. Mas na verdade foi ano passado mesmo.

sábado, 19 de março de 2011

Sobre o Draft - Avaliação de jogadores


Mais uma prova de que o Combine pode enganar. E muito.

Infelizmente esse fim de semana vai ser corrido e eu não vou poder postar direito, então vim trazer um resumo mais rápido de como os times fazem pra avaliar os prospects do Draft.

Eu falei no post de anteontem (está logo aí embaixo) sobre como funciona a forma de avaliação dos jogadores que entram no Draft para se montar uma lista dos melhores e para montar sua ordem de Draft, ou seja, como separar os melhores, que tipo de jogador ganha e perde valor, como os times montam sua estratégia com base nisso, etc. E eu também falei que os olheiros dos times da NFL não estão preocupados em olhar só a produção de um jogador no nível universitário, mas também o quanto eles vão conseguir adaptar seu jogo e contribuir num estilo de jogo muito diferente que o da NCAA, que é o da NFL, mais rápido, físico e com defesas muito mais fortes. E como eu também disse, a produção de um jogador é algo muito fácil de se medir em números e de se observar, enquanto que puramente as habilidades e capacidade de adaptação de um jogador para o jogo da NFL não é fácil de observar e muito menos de medir. Então, como os olheiros fazem esse tipo de separação?

Bom, primeiro, tem que olhar o quão bem o jogador joga no nível universitário. Sim, eu disse que são jogos totalmente diferentes e que sucesso em um não garante sucesso em outro e vice versa, não estou mudando o que disse. Só tou falando que em 90% dos jogadores de sucesso na NFL tiveram pelo menos algum destaque na NCAA, é um jogo mais fácil de dominar e por isso jogadores que não conseguiam se impor na NCAA dificilmente vão conseguir se impor na NFL (Tom Brady em algum lugar acabou de me mandar calar a boca). Claro que isso não é uma regra absoluta, mas é um parâmetro que tem que ser usado, ainda que com muita cautela. E olhando o jogador jogando jogos normalmente, você começa a ter uma noção do tipo de habilidade que ele tem, os fundamentos, capacidade física e tudo mais. É apenas o começo, mas tudo começa olhando um jogador jogando diariamente. Como vocês devem imaginar, aqui você geralmente tem uma boa noção nos jogadores bons. A questão que pega daqui pra frente é: como separar os bons da NCAA dos bons na NFL?

Tudo começa com o chamado Senior Bowl. O Senior Bowl é um jogo amistoso entre dois times, do Norte e do Sul, e ambos os times são formados por jogadores da NCAA que já completaram sua elegibilidade para o Draft, ou seja, que entrarão no próximo Draft de qualquer forma. Os técnicos do Norte e do Sul são escolhidos entre os técnicos da NFL e eles escolhem os jogadores que vão jogar para seus times. Como são técnicos da NFL em busca de jogadores para draftarem, eles vão escolher os mais interessantes entre todos os prospects elegíveis que vão entrar no Draft. Por isso, em geral, o jogo é jogado pelos melhores prospects do Draft e é mais uma chance de técnicos, GMs e olheiros da NFL olharem de perto os jogadores. Mas bom, mais um jogo, grande coisa, a gente já não viu o suficiente de jogos desses caras? Sim, mas o atrativo do Senior Bowl não é o jogo, e sim a semana que vem antes. Uma vez escolhidos os jogadores dos dois times, eles vão passar por uma semana de treinamentos e de exercícios gerais antes de poderem jogar. E nesses treinamentos e exercícios têm técnicos, GMs e olheiros de todos os times da Liga olhando atentamente como os jogadores se portam, como reagem às situações e tudo mais. Em outras palavras, eles não estão lá para ver como os jogadores se portam jogando, e sim como eles realizam as atividades dos treinamentos, que dão uma idéia muito melhor de fundamentos e habilidades puras.

Passado o Senior Bowl, chegamos ao mais importante: O Scout Combine. Eu já falei sobre o Combine quando falei sobre o Draft, mas não custa repetir. O Scouting Combine é um evento que dura seis dias e os jogadores são convidados para participar(jogadores não convidados não podem participar. Em média 80% dos jogadores draftados passou pelo Combine). Nesse Combine, os jogadores realizam uma série de testes físicos, técnicos e mentais na frente de técnicos, GMs e olheiros (sim, sempre a mesma combinação, eles não tem nada de melhor pra fazer nas férias mesmo), incluindo aí testes como a corrida das 40 jardas, o bench press, o salto vertical, salto em distância, o "three cone drill" e muito mais. Claro que os jogadores não atendem a todos e eles podem até escolher a quais vão atender. De forma geral, os jogadores que estão buscando aumentar seu valor no Draft costumam fazer todos os que dizem respeito à sua posição (Você imagina um NT tentando fazer o salto vertical?), enquanto que os jogadores que já tem um valor alto consolidado costumam fazer apenas a que lhes interessam e que possam aumentar seu valor, enquanto não realizam outras que possam afetá-lo negativamente. Para um exemplo, os Quartebacks mais bem cotados no Draft raramente fazem lançamentos no Combine.  O Combine é uma melhor forma de se avaliar muitas coisas sobre um jogador, e em especial sua capacidade atlética combinada com sua coordenação motora. O Combine raramente é o que vai dizer se um jogador é bom ou não, mas é uma ótima forma de melhorar ou piorar o valor de um jogador baseado no que ele consegue realizar nesses testes.

Passando por isso chegamos ao chato Pro Day, que é quanto as Universidades realizam um evento com seus jogadores elegíveis. É basicamente um lugar onde cada Universidade recebe aquela famosa combinação de desocupados (técnicos, GMs e olheiros) para que eles possam avaliar de perto os jogadores que ela vai mandar para a NFL. Lá eles também fazem os eventos que eles quiserem e tudo mais, é como um Combine mais informal e separado por Universidades.

Uma vez que tudo isso passou, sobra a última opção dos times, os workouts individuais, que nada mais é do que chamar um jogador para uma sessão de testes fechada para o próprio time. Claro que o jogador não é obrigado a ir e os times não vão chamar todos os bons prospects para uma sessão dessas, mas é uma última forma de tirar suas dúvidas sobre os jogadores. Geralmente quando um jogador é chamado para um workout desses é porque ele realmente está nos planos de um time e portanto ele costuma fazer todos os testes que são pedidos, inclusive lançar a bola no caso de QBs. Para chegar nesses treinos individuais, você já passou por todas as etapas acima e portanto já tem muito claro os jogadores que quer e tudo mais. Esse último momento de avaliação é apenas para tirar suas dúvidas sobre jogadores individualmente e também para escolher quando se está em dúvida entre dois jogadores. Como os jogadores da NCAA não são atletas da NFL até o Draft, eles podem fazer os treinos individuais nos campos das equipes normalmente.

Passado tudo isso, só resta realmente o Draft. Cada time já tem pelo menos umas dez opções para cada escolha dependendo da posição de escolha e da rodada, porque sua estratégia pode ser diretamente afetada pela escolha dos times na sua frente e portanto você tem que ter a situação muito clara na sua frente sobre quais jogadores podem ser pegos caso os que você estava de olho já tenham saído. Para usar um exemplo, o Cardinals pode ir atrás de um QB com a quinta escolha, mas se Cam Newton e Blaine Gabbert já tiverem saído, eles não vão queimar sua quinta escolha com algum outro, e aí é necessário saber escolher outro (Von Miller!) jogador de outra posição. Mas fiquem de olho, que em breve sairá nosso primeiro Mock Draft!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Sobre o Draft - Mock Drafts e considerações


Marcell Dareus já está fazendo as contas pro Draft

Ao longo da nossa história recente, eu falei muito do Draft da NFL, que está por vir. Falei sobre como ele funciona nesse post e também falei um pouco sobre ele quando falei do lockout pelo qual a NFL está passando. Mas conforme as coisas vão se aproximando, queria aproveitar e falar um pouco mais sobre o que acontece - e vai acontecer - no Draft. Para quem não gosta muito dos meus textos imensos, pode pular direto para a parte de baixo do texto, onde as considerações sobre o Draft estão divididas em tópicos menores. E não esqueçam de seguir nosso Twitter!

Sobre os Mock Drafts
Uma coisa comum que as pessoas me perguntam é como fazer pra saber quais são os jogadores bons do Draft e como ter uma noção de que jogador vai para que time. Bom, isso é difícil pra cacete. Se fosse fácil teríamos muito menos busts e também teríamos muito menos graça nesse evento. Não é facíl saber quem é o melhor jogador, e também não é fácil saber qual jogador será pego por que time. Por mais que o esporte seja o mesmo, as regras sejam praticamente as mesmas e tudo mais, o jogo da NFL e da NCAA são bem diferentes. O jogo da NCAA é muito menos físico, muito mais lento e geralmente com defesas muito mais fracas que na NFL. Por isso é muito difícil você medir um jogador apenas pelo que ele faz ou não faz na NFL, grandes QBs da NCAA nunca deram em nada na NFL, o mesmo vale para qualquer outra posição, principalmente de ataque. Ser do ataque é muito mais fácil no nível universitário. Por isso você tem que olhar não só para o quanto o jogador produz, algo facilmente mensurável, mas também para algo que é praticamente imensurável, que é o quanto aquele jogador, com as habilidades que demonstrou, pode ser bom jogando o jogo da NFL. Essa diferença nos dois jogos é o que faz do Draft uma ciência tão inexata, o Raiders e o Jamarcus Russel que o digam. Além disso, existe também o fato de que muitos jogadores jogam apenas um ano, ou então tem um ano bom depois de um ou dois fracos e daí já querem entrar no Draft, o que levanta duvidas sobre a capacidade desses jogadores de repetirem o que os tornou atraentes, os chamados 'One-year wonders'. Isso faz com que alguns jogadores piores subam e alguns melhores caiam no Draft.

Existe também outra dificuldade na avaliação de qual jogador é melhor. Eu já falei nesse post antigo de como é difícil você comparar jogadores de posições diferentes, já que o futebol americano é um jogo muito especializado. Muito difícil você dizer se o melhor jogador é um RB ou um DE, são posições muito diferentes. As vezes o critério usado para determinar o melhor jogador do Draft é simplesmente o jogador que, dentro da sua posição, é o melhor, mais dominante. Só que isso também não vai refletir necessariamente na sua posição no Draft. Ano passado, todo mundo sabia que o Ndamukong Suh era o melhor jogador, porque dentre todos os jogadores do Draft nenhum era tão dominante na sua posição quanto Suh.  No entanto, a primeira escolha foi Sam Bradford, simplesmente porque ele era um QB, e o Rams considerou que ter um QB capaz de decidir jogos tinha um impacto maior. Para dar um exemplo atual, o jogador considerado o melhor do Draft desse ano é o CB Patrick Peterson, mas poucas pessoas esperam que ele vá sair entre as primeiras cinco escolhas simplesmente porque o impacto que um CB tem no jogo geralmente não é tão grande quanto o de um QB ou mesmo de um DT/DE.

E isso torna o Draft mais imprevisível ainda, porque jogadores podem ter valores diferentes dependendo do time que estiver observando. Se a primeira escolha do Draft fosse do Chargers, por exemplo, podem ter certeza de que eles nunca iriam olhar duas vezes para o Blaine Gabbert, considerado o melhor QB dessa classe mas que pra mim não é nada demais mas ganha um valor adicional pela sua posição e pelo fato de ser considerado 'pronto pra jogar' (alguns dizem que ele ganha valor também porque parece o Encantado do Shrek). E não só cada time valora os jogadores de uma forma diferente de acordo com a posição como também podem estar buscando coisas diferentes. Alguns times buscam adicionar o melhor jogador possível para começar a reconstruir, para ter um ativo no seu elenco ou apenas para ganhar uma moeda de troca mais valiosa. Outros, buscam um jogador que traga melhorias para uma área que considera deficiente. E não existe um padrão para esse tipo de coisa, a decisão é de cada time. Geralmente times em reconstrução buscam tender mais para o 'melhor atleta disponível' do que por posição (Tirando aquela velha máxima: nunca deixe passar um Franchise Quarterback), enquanto que times com uma base mais montada geralmente buscam jogadores para as posições nas quais apresenta deficiência ou falta de profundidade. Mas é lógico que isso nem sempre é regra, depende muito de fatores demais.

Dito isso tudo, posso finalmente chegar aonde queria. A melhor forma de acompanhar os jogadores e as movimentações dos clubes é através dos chamados Mock Drafts. Mock Draft é, como o nome diz, uma simulação do Draft. O autor coloca na ordem as 32 escolhas da primeira rodada (Geralmente, podem ser quantas rodadas quiser) e aí vai colocando as escolhas que ele acha provável que sejam as feitas pelo time em questão. É claro que por diversas razões, algumas delas as que eu citei acima, você raramente vai ver dois Mock Drafts iguais ou certos. Também tem o fato de que os Mock Drafts são feitos de acordo com a ordem pré-estabelecida das escolhas, mas chegando na hora do Draft acontecem muitas trocas que fazem os times subirem ou descerem de posição, o que obviamente altera o panorama do Draft. Mas de forma geral, é uma boa forma de ter uma noção de quais jogadores devem sair antes e que times buscam o que. Claro que pra isso é melhor procurar um Mock Draft de qualidade, na ESPN.com ou na NFL.com vocês acham vários, com várias opiniões. Nós mesmos vamos fazer os nossos e postar aqui, chegando mais perto do Draft.



Mas além dos Mock Drafts, também não é ruim ter acesso a outros tipos de comentários. Eu vou deixar aqui os que eu acho de mais interesse para ter uma noção boa do que esperar no Draft. Quem quiser complementar ou perguntar alguma coisa, só usar os comentários ou mandar um email pra gente. Então vamos às considerações:

1. O problema da Free Agency
Geralmente a primeira forma das equipes de melhorarem o seu elenco, principalmente em posições específicas, é a Free Agency, ou mesmo via trocas. A Free Agency acontece antes do Draft geralmente e muitos times que têm uma posição muito carente buscam uma alternativa aí antes de se aventurarem no Draft, até porque escolhas de Draft são uma boa moeda de troca. Alguns times também se aproveitam disso para trocar seus jogadores que estão sobrando (não temos um exemplo melhor hoje do que o Kevin Kolb) para times que não vão ter a paciência de Draftar alguém da posição e evoluí-lo com calma, ou então que não querem arriscar com um calouro e buscam uma situação mais segura com um veterano. Geralmente em troca os times recebem escolhas de Draft,  ou alterações nas ordens de escolha. Como a CBA não deve sair antes do meio de Abril, possivelmente veremos os times Draftando primeiro para depois endereçar as falhas que sobraram pela Free Agency, o que pode levar a mudanças na estratégia de vários times.

2. Uma boa classe de defensive linemans
Ao contrário do Draft de 2010, onde a posição mais bem servida era a linha ofensiva, no Draft desse ano parece que quem está melhor é a linha defensiva. E não só em quantidade, mas também em qualidade. Das primeiras oito ou nove escolhas do Draft, possivelmente quatro serão da linha defensiva. Além disso, muitos estão cotando o Marcell Dareus, DT de Alabama, como a primeira escolha do Draft, e se não for a primeira não deve passar da terceira. Além dele, talvez o melhor jogador no Draft também seja um DT, Nick Fairley de Auburn, um jogador muito atlético, talentoso e que tem muito potencial ainda, mas que provavelmente vai cair algumas posições no Draft por só ter tido um ano pra se usar de base(one-year wonder) e ter problemas com sua personalidade e ética de trabalho. Mas fora eles, o Draft ainda está muito bem servido tanto em DTs como em DEs, e é com certeza a posição (ou as posições) que mais tem jogadores capazes de vingarem na Liga.

3. Problemas com Quarterbacks
Um Draft como o desse ano sempre apresenta o mesmo problema, mas esse ano essa situação está mais agravada ainda pela questão 1 acima. Existem muitos QBs que estariam no mercado, como Kevin Kolb, Vince Young e Kyle Orton, mas como é possível que a Free Agency só comece muito em cima do Draft ou até depois, é pouco provável que os muitos times que precisam de um QB consigam resolver esse problema antes do Draft começar, e por isso a procura esse ano por Quarterbacks será ainda maior. Mas acontece que a classe desse ano de QBs é muito pobre, não possui um grande talento como o Sam Bradford por exemplo, e além de não possuir um jogador de maior qualidade também está fraco na quantidade. O Blaine Gabbert é considerado o melhor QB e também o mais pronto pra jogar essa temporada, seguido pelo Cam Newton, vencedor do Heissman Trophy e do BCS com Auburn. Mas nenhum deles é espetacular para a NFL, os dois podem dar certo tanto quanto podem não dar, e além deles tem poucos QBs para suprir a grande quantidade de times buscando um. Muitos dizem até que o melhor jogador ofensivo do Draft é o WR AJ Green ou até mesmo o RB Mark Ingram.

Para mim o mais interessante entre os QBs é o Jake Locker, de Washington, que era cotado antes da temporada como uma primeira escolha mas que sofreu o ano todo com lesões e por isso despencou nas tabelas. Ele é muito talentoso e pode ser um achado, mas tem um problema, que é lançar de dentro do pocket. Ele é excelente saindo do pocket e lançando em movimento, mas as vezes deixa a desejar na sua precisão quando lança de dentro dele. Não é o tipo de coisa que impede que ele seja um bom QB e pode ser corrigido com um ou dois anos de treinos e boa instrução na NFL, mas isso iria requerer um time que tem condições de manter ele de fora por esse tempo. Um QB que deve cair pra segunda ou até terceira rodada e que seria perfeito para times como meu 49ers ou o Tennessee Titans, com um titular capaz de agüentar um ou dois anos e um técnico conhecido por saber desenvolver QBs.

4. Falta de uma clara primeira escolha no Draft
Geralmente, chegando perto de Abril, todo mundo já sabe quem vai ser a primeira escolha no Draft, ou pelo menos quais os dois ou três jogadores na disputa, até porque o time que tem a primeira escolha no Draft tem o direito de negociar um contrato com um jogador mesmo antes do Draft em si. Em 2010 todo mundo sabia que ia ser o Sam Bradford, com alguma chance ainda para o Suh. Em 2009, o Matthew Stafford. Em 2008, era o Jake Long. Em 2007, Jamarcus Russell. E por aí vai.  Como eu já disse, uma das regras não-escritas do Draft é 'Nunca deixar passar um Franchise QB', e tirando o Dolphins que tinha na época o Chad Pennington, todos esses times eram times que tinham sofrido pela falta de um QB nos últimos anos e que precisavam de uma peça central pra reconstrução. O Panthers tem problemas de QB e quer reconstruir com um técnico novo, mas o problema é que não tem nenhum QB que mereça ser escolhido na primeira escolha pra assumir o comando do time. Todo mundo sabe que o Panthers estava sonhando toda noite em Draftar o Andrew Luck, de Stanford, mas desde que ele disse que não vai entrar no Draft ainda, ninguém sabe qual será a abordagem do time. Alguns dizem que será o Gabbert, outros o Cam Newton, porque Panthers precisa de um QB. Outros dizem que esperar o Luck e começar a arrumar a defesa com o Farley ou o Dareus é a ordem da casa. Além deles, já vi gente citando o OLB de Texas A&M Von Miller, o CB de LSU Peterson e até o DE de Clemson, Da'Quan Bowers. Ninguém sabe quem deve ser escolhido antes ou qual será o tipo de abordagem do Panthers. Muita gente até fala que o Panthers vai tentar trocar sua escolha.

5. Pouca variedade na linha ofensiva
Os jogadores mais draftados nas escolhas altas e de maior valor, geralmente, são os Offensive Tackles ou QBs. Ano passado era uma classe muito profunda de OLs e muitos times buscaram se aprimorar nessas áreas (Uma pena que os principais, Trent Williams e Russell Okung, tenham batalhado o ano todo com lesões). Esse ano, no entanto, a pouca oferta disponível pode fazer o valor desses poucos disparar e até tentar uma vaguinha no top 10, ainda que nenhum tenha o talento para tanto. Anthony Castonzo, de Boston College, e Tyron Smith, de USC, são os principais Tackles disponíveis, Castonzo uma escolha baseada no quanto ele já está pronto para jogar e Smith mais pelo seu enorme potencial. Também vale destacar o Mike Pouncey, irmão gêmeo do Center do Steelers, Maurkice Pouncey, que não só joga muito como revolucionou a linha ofensiva do Steelers ano passado. É um jogador que joga no centro da linha, como seu irmão, e Guards/Centers geralmente tendem a ser escolhidos bem depois no Draft. Ainda assim, pode ser o melhor jogador de linha ofensiva disponível.

6. Nenhum safety que preste
Entre todas as posições, algumas estão melhores representadas que outras, mas nenhuma está tão mal representada como a de Safety. Ano passado tínhamos Eric Berry, Nate Allen e Earl Thomas, além de TJ Ward e Taylor Mays, vários safetys talentosos e sendo que os três primeiros já foram titulares e foram muito bem na temporada passada. No entanto, enquanto dois dos melhores jogadores do Draft são Defensive Backs (Peterson e Prince Amukamara, ambos CBs), não existe nenhum safety digno de uma primeira rodada (talvez o Aaron Williams, mas pra mim ele é um cornerback também). O melhor safety pra mim é o Jimmy Smith de Colorado, mas ele é muito inconsistente e que vigora mais pela incrível habilidade atlética do que outra coisa, não sei se conseguiria ser um safety de alto nível na NFL. Com vários times como Cowboys e Texans procurando um safety para a defesa, essa classe é uma decepção. Vão ter que tentar a sorte na Free Agency mesmo.



Bom, por hoje é isso. De forma geral, são as considerações mais importantes de forma coletiva acerca desse Draft. As considerações individuais vão ficar pra quando a gente fizer o Mock Draft. Fiquem de olho e mandem qualquer tipo de comentário que quiserem, a gente sempre tenta responder.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Entenda a greve e o lockout da NFL

Como prometido, eu vou hoje explicar tudo sobre a greve que está rolando na NFL. Peço desculpas pela demora, infelizmente eu tinha um projeto de faculdade importante para o final de semana e só agora eu tenho tempo pra escrever com calma. Mas espero que vocês entendam. Já aviso que o post está bem grande, mas está também subdividido. Espero que vocês tenham paciência de ler, caso se interessem. É uma questão muito difícil, complexa e ramificada. Se não tiverem paciência, podem tentar se localizar pelas perguntas ou palavras chave em negrito para ler um tema específico. Me digam depois o que acharam, e boa leitura. Se tiverem dúvidas, comentários ou qualquer coisa, podem deixar nos comentários no fim do post ou mandar um email pra gente em tmwarning@hotmail.com

Eu falei aqui recentemente sobre o que é o CBA que estava causando tanta comoção na NFL. Falei também que ele iria expirar em breve e que se a NFL e a NFLPA não chegassem a um acordo para um novo CBA, poderíamos ter uma greve e um lockout. Também falei algumas vezes aqui e no nosso twitter que ambas as partes tinham acertado, por duas vezes, prorrogar as negociações, primeiro em um dia e depois em uma semana. Acontece que a data limite era essa sexta feira que passou, e nenhum acordo foi fixado, as negociações pararam e temos oficialmente uma greve na NFL. Como a situação é muito complicada, eu vou aproveitar e explicar direitinho o que aconteceu, o que está acontecendo e o que deve ou pode acontecer.

Primeiro de tudo, o que aconteceu foi que nenhum acordo foi fixado até a data limite - sexta feira - e que portanto o CBA antigo oficialmente expirou. Nos últimos 15 dias, negociações aconteceram dia e noite entre ambas as partes, a NFL e a NFLPA, que como vocês podem ler no link ali de cima é uma união dos jogadores. Mas no fim, nenhum acordo foi fixado. A primeira pergunta é: porque não se chegou a um acordo? Na prática, foi por todos os motivos que eu falei no post sobre a CBA dali de cima, as divergências continuavam acerca de teto salarial, salário dos calouros, extensão da temporada regular, etc. Tirando o último desses itens, a gente pode olhar pra situação de outra forma, onde a questão na mesa passa a ser: como distribuir os 9 bilhões anuais de receita que a NFL recebe. Pra uma questão que já é difícil, ela ainda ganhou um agravante, que foi a questão da informação. A NFL afirma que foi afetada pela crise e que portanto é necessário conter certos gastos (Um argumento bem parecido com o da NBA), reduzindo coisas como teto salarial, salário de calouros e mais 95% dos problemas que estavam na mesa. A NFLPA teria pedido à NFL dados detalhados das finanças da NFL e dos times da Liga nos últimos 10 anos como forma de sustentar o seu argumento. E aqui vem a complicação, em quem acreditar? A NFL afirma que deu vários dados diversos para a NFLPA, inclusive alguns dados que não são disponibilizados nem para as franquias. Já a NFLPA afirma que não recebeu dados o suficiente e que a NFL fazia seus argumentos com base em um simples 'Confiem na gente'. Como nenhum dos lados quis ceder - nem a NFL disponibilizar mais dados nem a NFLPA se contentar com menos - esse foi um entrave fundamental nas negociações, porque ela trava tudo que deriva dessas finanças - ou seja, 99% das negociações que estavam na pauta.

Uma vez que, por tudo isso que aconteceu, a gente começa a entrar na parte mais complexa do assunto. O que aconteceu uma vez que não foi possível chegar a um novo acordo ao final da data limite? Primeiro de tudo, a NFLPA entrou com um pedido de dissolução. Ou seja, a NFLPA entrou com um pedido na justiça para deixar de existir como existia antes. Ao pedir essa dissolução, a NFLPA não mais funciona como uma união que representa os jogadores nas negociações desse CBA. Os jogadores, portanto, não estão mais sendo representados por ninguém além deles próprios. A primeira vista parece loucura que a NFLPA tenha feito isso, afinal ela parece perder força nas negociações já que não existe uma união para falar em nome dos jogadores. Mas na verdade essa dissociação tem alguns pontos interessantes.

Primeiro de tudo, ela não é definitiva. A NFLPA ainda existe, apenas como uma associação de trocas, mas essa dissociação pode ser revertida muito facilmente e a NFLPA, em questão de horas, pode voltar a existir pronta para negociar um acordo com a NFL. Portanto, não existe um enfraquecimento da sua posição, afinal ela pode retomar as negociações assim que a NFL estiver disposta a ceder algumas coisas. E segundo e mais importante, agora que os jogadores não são mais representados por uma união, eles estão livres pra tomarem atitudes como indivíduos na Justiça. E era exatamente esse o objetivo da dissociação. Imediatamente após o pedido ser aceito, dez jogadores entraram na justiça de Minnesota com uma ação antitruste contra a NFL. Esse pedido prevê que a Liga deve, entre outras coisas, pagar ao queixoso três vezes os prejuízos totais que lhes incorra por causa de um eventual lockout. Antes de falar mais sobre o que é um lockout, vou terminar de esclarecer essa questão. Entre os jogadores que entraram na justiça estão Tom Brady, Peyton Manning e Drew Brees. Como são jogadores que ganham salários ou franchise tanders muito altos, caso a Liga perca ela pode ser obrigada a pagar alguma coisa em torno das centenas de milhões de patacas.

Eu não vou entrar no detalhes sobre as ações movidas pelos jogadores, envolve muita coisa desnecessária pra entender a ação, por isso vou direto ao ponto. Os jogadores clamam que a NFL está prejudicando suas carreiras com suas práticas de truste, porque um lockout iria impedir que os jogadores trabalhassem aos preços de mercado, já que ela é tem o monopólio do futebol americano. A razão dessas ações - e portanto da dissolução da NFLPA - é impedir justamente que aconteça esse lockout.

Mas afinal, o que é esse lockout? Entender o lockout é necessário para entender o que está acontecendo nesse exato momento na NFL. Uma vez que não existe um CBA, e portanto as negociações foram interrompidas, a NFL tem o direito de decretar esse lockout - o que ela fez na madrugada de sexta para sábado. Uma vez decretado o lockout, os jogadores estão oficialmente separados da Liga, eles não podem ter nenhum tipo de contato com nenhum time, mesmo que ainda estejam sob contrato. Isso inclui que os jogadores façam treinos táticos, físicos e jogos, mas também impede que os jogadores sequer usem as dependências dos times para treinar, se tratar, etc. Isso no momento não tem grande importância, mas conforme formos nos aproximando das datas que os times começam a chamar seus jogadores para entrar em forma, fazer treinos físicos e os OTA - Obrigatory Teams Activities, ou atividades obrigatórias do time - a coisa complica porque os jogadores e os times não podem ter esse contato, e portanto essas atividades vão ser canceladas. Mas como é um cancelamento 'forçado', os jogadores naturalmente não vão receber o salário relativo à esse período (O salário de um jogador não engloba apenas as 17 semanas da temporada regular, e sim todo o período de atividades de um time), o que por si só já é muito ruim para eles, mas também eles não podem usar as instalações nem para entrar em forma e tampouco para cuidar de lesões, o que é ainda mais sério. Conforme a coisa for avançando, se esse lockout começar a comer cada vez mais o período de treinos e tudo mais, mais salário será descontado. Também é importante destacar que uma vez que está tudo parado, não são só os jogadores que deixam de receber salário: todos os ajudantes, coordenadores e funcionários também não vão trabalhar e não vão receber dinheiro nesse período.

E é exatamente isso que a ação que aqueles 10 jogadores moveram - vocês podem ter certeza que três dos maiores salários da NFL estarem entre os 10 não é uma coincidência, foi uma jogada anteriormente planejada com a NFLPA - estão querendo evitar. Entre as muitas coisas que a ação pede, a que deve ser mais rapidamente julgada é justamente um pedido para evitar o lockout, e portanto o jogador pode treinar normalmente, se tratar, e tudo mais junto ao clube enquanto espera um CBA novo ser assinado a tempo da coisa ficar mais séria.

Em resumo, o que aconteceu foi exatamente isso: A dissolução da NFLPA, o lockout e as ações movidas pelos jogadores como forma de evitar esse lockout. Cada um está tentando tirar as armas de barganha do outro: A NFL quer o lockout para forçar os jogadores a negociar para que possam treinar e ganhar seu salário, e os jogadores estão tentando ganhar na Justiça que a NFL fique impossibilitada de usar esse recurso.

Uma vez que tudo isso aconteceu ao longo do final de semana, a gente precisa entender também em que pé está a situação agora. De certa forma, ambos os lados estão esperando. A NFL está freqüentemente dizendo que quer retomar as negociações e para isso pede que a dissolução da NFLPA seja revertida, inclusive entrando com uma ação na Justiça. Mas a NFL também não está disposta a ceder terreno, ela apenas quer que as negociações sejam retomadas de onde pararam. Já a NFLPA disse que não vai retomar as negociações, que ela quer garantias antes que possam voltar a conversar. Como nenhum dos dois está disposto a ceder, ainda que possam retomar a negociação caso bem entendam, agora a batalha foi transferida para a Justiça.

Antes de mais nada, quero esclarecer que essa entrada na Justiça não precisa ir até o seu amargo final para que a solução seja resolvida. Uma ação completa de ambos os lados demoraria tempo demais e seria de certa forma prejudicial para os dois lados, e ambos estão cientes disso. Uma possibilidade, ainda que remota, é de agora que a NFLPA tomou um passo maior, que os donos dos times da NFL - e portanto a NFL em si -  decidam que não vale a pena esperar o resultado das ações, o risco de perder muito dinheiro tanto na Justiça como com um possível problema com a temporada, e que portanto é preferível ceder em algum ponto nas negociações. Se for assim, o problema pode se resolver em algumas semanas, não precisando esperar um processo judiciário que pode demorar um mês, três meses, seis meses.

Enquanto eu acho essa situação muito improvável, o fato também é que nenhuma das duas partes realmente pretende levar o assunto até o final na Justiça. Quando digo até o final é uma ação completa, com recurso, etc, que pode demorar meses e comprometer a temporada desse ano da NFL. A primeira audiência do processo está marcada para o dia 6 de Abril e possivelmente não será necessário mais do que um passo para resolver a situação. Como eu disse, ninguém realmente pretende que esse lockout e as audiências se estendam por um tempo que prejudicaria ambos os lados. O andamento da situação provavelmente vai caminhar de acordo com quem ganhar a primeira batalha. Se o Juiz David Doty declarar que não deve haver um lockout - ou seja, der um parecer favorável aos jogadores - a NFL perde sua maior arma, o lockout, e aí teria que escolher entre levar em frente uma ação judicial contra a NFLPA, que vai consumir tempo e dinheiro demais, ou então começar a ceder nas negociações, já que sua posição fica enfraquecida. Por outro lado, se o Juiz Doty der o parecer favorável à NFL e reverter a dissolução da NFLPA, dessa vez quem perde sua maior arma são os jogadores, e aí eles vão ter que começar a ceder aos interesses da NFL porque estarão num lockout indeterminado com a NFLPA ainda existente, incapaz de mover mais ações individuais.

Diz-se que o parecer provavelmente será favorável aos jogadores. O Juiz Doty é um juiz que desde os anos 90 trabalha em questões trabalhistas ligadas à NFL e que geralmente da o parecer favorável aos jogadores. No entanto, as vezes a Liga também ganha, e portanto não é nada garantido. Além disso, o juiz na ação de Brady foi trocado, não sendo mais Doty e sim o Juiz Nelson, e portanto isso pode causar uma pequena reviravolta nos eventos.

Por fim, resta falar de como serão as coisas daqui para a frente. A Free Agency não pode começar de forma alguma, já que os clubes e os jogadores não podem mais se relacionar, e portanto isso fica congelado. Caso até 28 de abril, noite do Draft, não tenhamos um CBA, o Draft ocorrerá normalmente, mas está virando alvo de controvérsia: A NFLPA está pentelhando todos os jogadores do Draft para não comparecerem ao Draft e nem darem entrevistas para os parceiros da NFL, como a ESPN, como forma de pressionar a Liga. Mas mesmo que tenha sucesso e ninguém apareça no Draft, o Draft prosseguirá normalmente. O problema é que, primeiro, os jogadores não vão conseguir assinar Free Agents, e ai a estratégia de alguns times de draftar jogadores para completar as posições carentes do time fica comprometida, porque você estaria draftando sem ter a chance de ver quais posições você conseguiria melhorar via Free Agency. Segundo porque a transição da NCAA para a NFL é dificílima, e os jogadores precisam do máximo de treino que puderem antes da temporada começar. Eles estão praticamente perdidos uma vez que entram no mundo da NFL, e precisam de orientação, aprender os modelos do time, pegar o ritmo de jogo, etc, e para um novato cada minuto é importante. Por isso, caso o lockout ainda esteja vigorando, os calouros vão ter seu aprendizado seriamente comprometido por não poderem interagir com seus times, vão simplesmente ter sido draftados e ficar sentados esperando que o CBA saia para assinar um contrato e começar a treinar. É uma situação bem difícil e eu - e muita gente - espera que o CBA possa sair até lá para que isso não aconteça. Mas nada de diferente deve acontecer até o dia 6 de Abril. A partir daí, vamos ver que rumos a situação vai tomar.

sábado, 12 de março de 2011

Galera, terminou o prazo limite para as negociações e um novo CBA não foi assinado. A NFLPA se dissolveu - portanto não vai mais representar os jogadores como uma união - e a NFL tem o direito de decretar um lockout. Isso é um tema extenso e complexo, e infelizmente talvez o post não saia até amanha a tarde porque estarei impossibilitado de postar. Espero que voces entendam, prometo assim que possivel explicar a situação toda. Abraço e obrigado pela compreensao!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Curitinhas

Para quem não conhece, esse é o nosso post de pensamentos curtos e rápidos, quando a gente aproveita pra colocar pra fora tudo que a gente pensa e gostaria de comentar mas que não vale um post inteiro, sobre qualquer assunto que seja.


- "Ei, Barber!"
- "Quem, eu ou ele?"

- Antes de mais nada, hoje é o último dia da última extensão que a NFL e a NFLPA fecharam para negociar a nova CBA. Segundo dizem, as negociações se intensificaram bastante nessa semana, mais donos e mediadores participaram e as negociações avançaram. No entanto, ainda não existe um acordo fechado e ambas as partes não estão satisfeitas com as propostas da outra. Ou seja, o mesmo discurso que a gente escuta desde que a negociação começou. Ainda não é hora de entrar em pânico, porque mesmo em caso de greve ainda existe a chance de um acordo antes do começo da temporada, mas que a situação parece mais incerta a cada minuto, ela parece.

- O Tiki Barber, ex-RB do Giants e irmão gêmeo do Ronde Barber que estava aposentado desde 2006, anunciou que pretende voltar à NFL. Ele, que se aposentou por causa de lesões e do desgaste que seu corpo vinha sofrendo com o jogo, já preencheu a papelada necessária e deve voltar a competir em 2011. Segundo ele, o que motivou sua decisão foi ver como seu irmão gêmeo ainda joga em alto nível e se diverte, e isso acendeu nele a vontade de jogar novamente. Como Barber tinha contrato com o Giants quando se aposentou, ele está oficialmente ligado ao Giants, que pode optar por contar com o atleta - e pagar o seu salário - ou dispensá-lo, que deve ser a alternativa provável. Deixando de lado a questão sobre se seu corpo ainda aguenta competir em alto nível na posição que mais apanha da NFL, outra questão mais importante pode impedir que esse retorno seja viável. Será que tem algum time disposto a apostar num RB que foi excelente no seu auge mas que ficou quatro anos parado e já tem 36 anos?

O único time que eu consigo pensar - e na minha opinião seria uma ótima contratação se o custo fosse baixo - seria o Tampa Bay Bucs. Juntar os irmãos Barber, dois atletas conhecidos não só pelo talento mas pela liderança e dedicação fora de campo, num time extremamente jovem, inexperiente e imaturo (Ta bom, o Josh Freeman tem mais culhões que 95% do resto da Liga, mas fora ele) como o Bucs pode ser uma jogada muito boa pra ajudar o desenvolvimento do time. Além disso, o time com certeza poderia usar um RB mais experiente para fazer dupla com o pirralho e muito talentoso LeGarrete Blount. O Bucs disse que está estudando a possibilidade, mas eu acho que o Bucs deveria ir atrás dele o quanto antes. Ou o assim que acertarem a droga da CBA!


Kevin Love pega um rebote. Parece tão facil quando ele faz...

- O Phoenix Suns é o time mais bizarro da NBA, não importa quantas vezes eu pense no assunto. O Suns perdeu Amare Stoudamire, perdeu Jason Richardson, perdeu as esperanças, trocou o time todo e parecia que ia finalmente jogar tudo fora e começar a reconstruir quando o time simplesmente não para de ganhar. Era pra perder, era pra recomeçar, era pra cairem na real de que o time está fraco e não vai longe pra finalmente libertarem o Steve Nash pra tentar ganhar um título, mas o Suns simplesmente continua ganhando, com o Channing Frye acertando cestas no último segundo, com o Vince Carter arremessando tudo que passa na mão dele (até a garrafa de água) e com um banco que defende! Tudo bem que o Nash é daqueles famosos armadores que tem o talento de melhorar todo mundo que joga ao redor deles, mas isso é ridículo. Só pelo fato de um time que depende de Carter e Frye estar brigando seriamente pelos playoffs o Nash já merece o MVP!

- Kevin Love bateu o recorde de doubles doubles da história 'moderna' da NBA, ou seja, desde que a NBA e a ABA se fundiram em 1976. Love conseguiu seu 52º double double contra o Pacers essa quarta feira com 16 pontos e 21 rebotes em apenas 27 minutos de jogo. O Love parece aqueles jogadores do NBA Live onde a bola simplesmente voa da cesta direto pra mão dele. O Love é lento, nada atlético e não é um grande defensor, mas o talento desse cara pra rebotes é uma coisa do outro mundo, e olha que ele é, como eu disse, lento e nada atlético! Além disso, ele arremessa de qualquer lugar da quadra bem demais. Uma pena que ele esteja no time de jogadores como Eddy Curry e Michael Beasley. Agora o Love pode simplesmente querer curtir com a cara de todo mundo e tentar bater os recordes de double doubles consecutivos de antes da fusão das Ligas: Elvin Hayes com 55 e Wilt Chamberlein com modestos 243 double doubles consecutivos.

- Que tipo de talento o Mavericks tem pra perder jogos por apenas um ponto??

- Não vamos misturar as coisas: O Heat ganhou e o Lakers perdeu. O Lakers vinha de oito vitórias e o Heat de cinco derrotas. A vitória foi ótima, o Dwyane Wade destruiu todos os marcadores que viu pela frente, foi uma vitória importante principalmente porque superou alguns dos problemas que o Heat vinha apresentando, mas o time de Miami ainda é um time que busca se achar e o Lakers é um time pronto que ta esperando começar os playoffs. Foi ótimo para o Miami conseguir vencer o jogo contra uma potência, principalmente um jogo definido no final, mas foi apenas um jogo, contra vários outros onde não conseguiu. O Heat pode estar se achando - pode até ter se achado - mas não da pra tirar conclusões como essa depois de um único jogo. O mesmo vale para o Lakers. O garrafão não se achou, o time não conseguia pegar rebotes, a marcação de todo mundo que não se chamava Ron Artest foi muito fraca, mas o Lakers vinha de uma sequência onde tudo isso - garrafão, rebotes e defesa - foi a força da equipe. Não da pra achar que tudo mudou por causa de um jogo apenas. Contra o Heat o time jogou mal e não se achou, mas não da pra usar esse um jogo de parâmetro pra falar que o Lakers está em decadência. Se tiverem dúvidas, perguntem ao Spurs. Sobre os dois.


Não é dificil entender porque chamam de "Inverted W"

- Não fui eu que fiz o texto, não é meu estilo também, mas definitivamente vale uma lida para quem gosta de baseball ou até mesmo de esporte como um todo. O texto é do Paulo Antunes, e fala sobre a lesão que o pitcher do Saint Louis Cardinals, Adam Wainwright, sofreu e que o tirará do resto da temporada e de boa parte da próxima, e de como o fato dele ser um dos melhores e mais constantes arremessadores da MLB pode ter contribuido para isso. O texto está aqui e eu recomendo.

O texto me fez lembrar do Stephen Strasburg, pitcher que temporada passada era calouro do Washington Nationals depois de ter sido a primeira escolha do Draft de 2009. O moleque era um gênio, na sua estreia ele conseguiu 14 strikeouts em apenas 7 entradas sem ceder nenhum walk e cedendo duas corridas. Tinha um hype imenso em torno dele mas o hype era justificado, ele tinha tudo pra ser o cara (Nos seus segundo e terceiro jogos ele conseguiu mais 18 strikeouts somados). Acontece que por causa da sua mecânica de arremesso - o chamado 'Inverted W', o 'W invertido', ou pros chatos simplesmente o "M" - seus arremessos colocavam muita pressão no seu ombro e cotovelo, e isso levou a uma série de lesões que culminou no rompimento de um ligamento no cotovelo e que vai forçar o garoto à - adivinhe! - Tommy John Surgery, a mesma que o Paulo Antunes explica no texto sobre o Adam Wainwright. Agora o garoto, que tava arrebentando desde sua estreia, vai ter que ficar cerca de 15 meses parado. Uma pena que ele tenha que interromper o seu momento na carreira dessa forma e tão cedo. Para quem quer entender mais sobre o que é o "Inverted W" e como isso leva a lesões, recomendo esse texto aqui.